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by the badman

Russian Bratva #10


Russian Bratva

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Estrutura daMáfia Russa

Pakhan - The Boss: Controla tudo.

Sovietnik - Conselheiro: Conselheiro é o indivíduo de confiança mais próximo do Pakhan.

Obshchak – Agente de apostas: Reúne todo o dinheiro de brigadeiros e subornos do governo.

Brigadeiro - Autoridade: Capitão encarregado de um pequeno grupo de homens.

Boyevik - Guerreiro: Soldado, trabalha para um brigadeiro.

Kryshas - Protetores: executores extremamente violento.

Torpedo – Assassinos contratados

Byki - Bulls: Guarda-Costas

Shestyorka - Associados: Garotos errantes. O patamar mais baixo da máfia Rússia.


“A vida não é sobre encontrar a si mesmo.
A vida é sobre criar você mesmo. ”
~George Bernard Shaw
Prólogo

Eu vejo quando baixam o corpo do meu pai no chão.


Devyn ao lado, nem sequer tenta parecer triste. O marido,
Timofei, está perto dela e minha esposa também está conosco.
Esposa. A palavra é quase cômica quando se refere à Fallon. É
a mãe dos meus filhos, carrega meu sobrenome e, no entanto,
é uma estranha. Não é mais a garota com a qual me casei há
tantos anos. Transformou-se em uma mulher que não
reconheço: egoísta, amarga e irritada.

O funeral é curto. Não haverá a missa católica normal que


meu pai gostaria. Com toda a honestidade, tem sorte de ser
enterrado em um cemitério. Ele tentou foder com a vida da
própria filha, Devyn, ao pensar em trocá-la e usá-la para seu
próprio benefício. Não é anormal em nossas vidas algo assim,
mas Patrick O ‘Neil fez coisas imorais durante muito tempo,
além de tentar foder os russos e, simultaneamente, o cartel.

Idiota.
Não sou tolo como o meu pai. Sentei e observei o jeito que
ele trabalhava e aprendi rapidamente o que não fazer na vida.
Quando a oportunidade se apresentou, aliei-me aos russos e
aproveitei. Não apenas para salvar nosso grupo, mas também
para ajudar a minha irmãzinha.

Patrick O ‘Neil era um bastardo de proporções épicas e


seu reinado de terror não terminou quando entramos pela
porta da frente da nossa casa de infância. Devyn era uma boa
menina, sempre obediente. Não necessariamente porque
queria ser, mas porque era ameaçada o tempo todo. Nós todos
éramos.

Fallon poderia aprender uma coisa ou duas com minha


doce irmãzinha. Todos nós poderíamos. Talvez se nossos
irmãos Callum e Brenna tivessem prestado mais atenção em
seu modo de agir, ainda estariam vivos. Mas ao invés disso,
estão queimando no inferno com o nosso pai.

— Irmão. — Mannix murmura.

Olhando em volta, percebo que estou sentado em frente


ao caixão, agora sozinho.

— Mannix. — Levanto o queixo e respondo.

Ele é apenas dez meses mais novo que eu e o mais


próximo a mim. Também é o mais esperto. Nosso pai o odiava,
espancou-o durante toda a nossa infância e vida adulta,
porque o achava muito inteligente. O ciúme é um sentimento
muito feio. Mas nada conseguiu impedir Mannix. É o único de
nós formado na faculdade e conseguiu essa merda por conta
própria. Agora, é meu confidente e braço direito.

— O monstro se foi. Apenas foi preciso uma garotinha


corajosa para livrar o mundo do bastardo. — Resmunga.

Está falando de nossa irmã, Devyn. Foi ela quem o matou,


dentro de uma sala cheia de homens pegou uma arma e atirou
na cabeça dele. Nunca senti tanto orgulho dela como nesse
momento. Talvez isso me torne tão doente quanto Patrick, não
sei. Mas sorri quando o filho da puta morreu pelas mãos da
sua filha mais silenciosa e obediente.

— É justo que foi a única a fazer isso. — Digo, com um


sorriso nos lábios.

Acena, sorrindo também.

— Hora de limpar a casa agora. — Diz.

Levanto o queixo. Sei exatamente a que está se referindo.


Não só preciso limpar a casa dentro da organização, também
preciso limpar minha vida pessoal e Fallon é o primeiro negócio
com o qual pretendo lidar.

— De fato. — Concordo com um aceno de cabeça.

Ficando de pé, decido que não há tempo melhor como o


presente. Afastando-me do caixão, vou em direção à limusine.
Não haverá recepção e nenhuma celebração da vida. Como
celebrar a vida de um tirano? Especialmente quando as
pessoas que sobraram para lembrá-lo são as quais ele abusou.
Assim que entro na limusine, suspiro. Fallon está do
outro lado e somos só nós dois. Não forcei as crianças a virem
ao velório. A escola é mais importante do que o funeral de um
avô que sempre os ignorou. Os jantares de domingo eram as
únicas vezes em que os via e não me lembro de sequer falar
com qualquer um deles.

— Motorista, leve-me ao clube. — Ela ordena, os lábios


excessivamente carnudos pintados com batom vermelho
brilhante.

— Não. Leve-nos para o meu escritório. — Digo,


desautorizando-a.

Fallon arregala os olhos, antes de estreita-los.

— Seu escritório? Por quê? — Zomba.

Eu a ignoro. Não precisa saber o motivo ainda, mas irá


em breve. O motorista entra no estacionamento do escritório.
Não é nada extravagante, um clichê na verdade. Está
localizado em um bar que a família possui há gerações. Tudo
começou quando os O ‘Neil vieram da Irlanda.

Dois dos meus irmãos dirigem as operações diárias,


Lachlann e Shaughan. Eles também fazem parte da
organização, mas seu principal dever é cobrar as taxas para
proteção das empresas do bairro. Também são responsáveis
por ouvir e descobrir qualquer informação que eu precise saber
nas ruas. São inestimáveis. Também foram eles que me
informaram sobre as “atividades” da minha esposa.
Entro no bar, ouvindo os saltos altos de Fallon estalarem
atrás de mim. Ela parece um bezerro recém-nascido. A mulher
acha que precisa usar os saltos mais altos inventados, mesmo
que não possa andar com eles. Pensa parecer sexy, quando na
verdade parece desleixada.

— Sente-se. — Ordeno, quando entramos no escritório.

Acendendo a luz, espero que passe do limiar e então fecho


e tranco a porta atrás dela. Ela caminha até a cadeira em frente
à minha mesa e lentamente se senta.

— O que significa tudo isso, Aidan? — Pergunta.

Vejo quando morde o lábio inferior e abaixa os olhos,


tentando parecer sedutora. Depois de quase quinze anos
juntos, conheço todas as suas expressões e manipulações.

Lentamente, vou até a mesa e me sento. Abro uma gaveta


à minha esquerda e pego o envelope grosso de papel pardo.
Outro clichê. Tenho prostituta uma traidora como esposa. Isso
não deveria me surpreender. Não me lembro da última vez em
que ficou molhada quando transávamos. No entanto, sempre
soube o que poderia acontecer com ela se fosse pega com outro
homem.

A morte.

Jogo o envelope em sua direção sem uma palavra.


Agitando os dedos juntos, descanso o queixo nas pontas e a
observo. Vagarosamente ergue a aba e coloca a mão dentro.
Vejo quando o anel de diamante com o qual a presenteei
enrosca no papel no processo. É vistoso, feio pra caralho, mas
foi o que escolheu como presente no nosso aniversário de dez
anos. Então, foi o que conseguiu.

Arregala os olhos quando vê a primeira foto. Depois,


folheia o resto e seu peito começa a subir e a descer
rapidamente, enquanto tenta recuperar o fôlego.

— O que acha que devo fazer com você, Fallon? —


Pergunto, mantendo a voz baixa e calma.

Os grandes olhos verdes me olham, o lábio inferior cheio


de colágeno tremendo.

— Isso nunca mais acontecerá novamente, A. Eu juro! —


Diz, com voz suplicante.

Bufo ante as palavras.

— Sei que não vai, Fallon. Isso não responde à pergunta.


O que devo fazer com você?

— O que quer dizer? — Choraminga.

Recostando-me, coloco as mãos nos braços da cadeira.

— As regras do nosso contrato, do nosso mundo, afirmam


que, como você fodeu com outra pessoa, eu posso matá-la
agora. Ninguém sequer pestanejaria por isso. — Digo, dando
de ombros.

Leva a mão à garganta e envolve os dedos nela.


— Você não faria isso. Sou a mãe dos seus filhos! — Grita
dramaticamente.

— Eles são meus? — Questiono por despeito.

Sei que são meus. E mesmo que não fossem, amo a todos
igualmente e nunca iria querer saber a verdade. São meus.
Fallon estreita os olhos e não responde à pergunta dura.

— Você me matará, A? Será tão cruel quanto seu pai era?


— Pergunta.

Deveria bater nela, apenas por esse comentário. No


entanto, não faço isso. Não sou meu pai e não saio batendo em
mulheres e crianças, forçando as pessoas a se acovardarem
aos meus pés. De pé, tiro o celular do bolso e percorrendo meus
contatos, ligo para um dos meus irmãos.

— Rian, é a hora. — Digo quando atende à ligação.

— Não! Não! — Grita Fallon. Ela sabe quem é Rian. É o


assassino da nossa organização. Sabe que sua hora chegou.

Meu irmão bate na porta apenas alguns segundos depois


e os gritos dela ainda preenchem a sala. Percebo que não me
incomodam tanto quanto pensei que iriam. Abrindo a porta,
deixo que Rian entre. Apenas a visão dele faz com que Fallon
se acalme. Os olhos lacrimejantes olham para mim, depois
para ele e voltam-se novamente para mim.

— Por favor, não faça isso Aidan. Nós nos amamos uma
vez. Podemos conseguir novamente! — Choraminga.
Rian ri. Ele conhece o amor. Sua esposa é uma joia rara,
e é completamente dedicada a ele.

— Nunca mais quero vê-la, Fallon. Para todos os efeitos,


você está morta.

Levanto o queixo para meu irmão, que abaixa o seu.


Observo quando a pega pelo bíceps e arrasta para fora do
escritório. Quando a porta é fechada, sei que esse capítulo da
minha vida foi encerrado.

Meu pai me olha e seus olhos negros são frios. Tão frios
que sempre espero que instantaneamente fiquem azuis
quando encontram os meus. Não o vejo com frequência. Minha
mãe era a sua prostituta, uma mulher mantida que ele tinha
ao lado. Cobriu-a de peles, joias, um lugar livre para morar e
me deixou com ela. Infelizmente, um filho bastardo não tinha
serventia, especialmente sendo uma menina. E não quando
tinha uma pequena equipe de beisebol com a esposa real.

Deveria me sentir sortuda. Antônio Rossi nunca me


bateu, nunca falou comigo, mas também nunca me
reconheceu. Nunca fui autorizada a chamá-lo de pai ou papai.
Sempre foi conhecido por mim como o Sr. Rossi.

Quando avisava que viria, minha mãe se preparava dias


antes. Limpava tudo, mesmo que a casa já estivesse limpa e
contratava uma babá para me levar. Sempre ficava fora por
três dias. Todas as vezes.

À medida que crescia, essas visitas tornaram-se cada vez


menos frequentes. Mamãe recorreu à bebida e em uma das
suas festas de bebedeira, quando eu tinha dez anos, ela
admitiu que ele não a queria mais. Disse que havia encontrado
alguém mais jovem. E por que não encontraria? Antônio Rossi
era chefe da máfia italiana local.

Ele me levou embora quando fiz treze anos. Não sabia


para onde ia ou o porquê. Tudo o que sabia, era que o Sr. Rossi
veio e ordenou que fizesse uma pequena mala, coloquei meus
pertences mais valiosos dentro: meu iPod, meu diário e uma
foto dos meus melhores amigos. Só então peguei algumas
roupas.

Pensei que fosse me levar para casa, para a casa dele.

Ele não fez isso. Seus olhos negros encontraram os meus


assim que a porta fechou e o motorista estacionou na rua.
— Vai para a casa de uma amiga. Ela cuidará de você até
que possa trabalhar para mim.

— Trabalhar para você? — Sussurro.

Ele sorri.

— Sim, Giovanna, trabalhar. Você não tem utilidade para


mim como filha. Não posso trocá-la por um casamento porque é
apenas uma bastarda. Por isso, tudo que posso fazer é colocá-
la para trabalhar quando for maior de idade. Sua mãe é uma
bagunça bêbada e não planejo mais cuidar dela. Você não será
uma barganha. Então, morará nessa casa e observará. Aprenda
tudo e se for boa, terá uma vida próspera.

— O que eu farei? — Pergunto, com medo. A intensidade


dele é muito grande, por isso automaticamente olho para os
meus pés.

— Ora, minha linda filhinha. — Sussurra. — Você será a


melhor prostituta de Nova York.

Eu tremo, lembrando daquele momento. Do momento em


que descobri que seria uma prostituta trabalhando para o meu
pai. Ele levanta a mão e a coloca sobre a minha bochecha, o
movimento aparentemente terno. No entanto, aprendi há
muito tempo que não há um único osso sensível em Antônio
Rossi.

— Você fará mais dinheiro do que qualquer uma das


meninas. — Afirma e eu concordo.

Realmente, faço muito dinheiro. Sou a garota mais


solicitada que ele tem. A maioria das mulheres me odeia. Meus
clientes são sempre os melhores. Às vezes, até gosto deles e
não me importo de ser uma prostituta.

— Haverá uma oportunidade para você e deixarei que


tome sua própria decisão sobre o assunto.

Engulo saliva, imaginando que tipo de jogo está jogando.

— Que tipo de decisão? — Pergunto, mantendo os olhos


abaixados.

— Ficar aqui ou ser prostituta para os russos.

Levanto a cabeça e o olho.

— Os russos? — Praticamente grito.

Solta meu rosto e senta na cadeira com um olhar


presunçoso e a boca curvada em um sorriso.

— Os russos. Fizemos um tipo de acordo comercial. Um


acordo que envolve prostitutas. Seus clientes querem novas
bocetas, como as que eu tenho. Estou dando a você a
oportunidade de ir como uma demonstração de boa fé, já que
é a prostituta mais valiosa que possuo.

Quero me encolher com as palavras. Não sou sua filha,


sou sua escrava, sua prostituta. Tudo bem, ele não me fode
(graças a Deus), mas me entrega para todos os seus
associados. Orgulha-se das minhas habilidades, dos homens
que pagam dezenas de milhares de dólares por apenas uma
noite comigo. Homens que anseiam por Giovanna, pelo gosto
dela.

— Quando precisa da resposta? — Pergunto.

Abre um largo sorriso.

— Essa é a única resposta que preciso. Embale o que


precisa levar com você. Um novo guarda-roupa já a aguarda
na sua nova casa.

Apenas concordo.

— Sim, Sr. Rossi.

Não adiantaria lutar contra ele. Já tinha a decisão


tomada, sabia o que queria. Estava apenas jogando seus jogos
mentais comigo. De pé, aliso a saia lápis e respiro fundo,
afastando-me dele.

— Ah, e Giovanna? — Grita. Paro, girando para encará-


lo novamente. — Use algo que mostre o meu patrimônio. Você
estará conhecendo o Pakhan e seus homens.
Levantando o queixo, eu me afasto novamente e vou em
direção ao quarto. Uma senhora está parada na porta com uma
caixa de papelão de tamanho médio na mão.

— Giovanna. — Murmura.

— Obrigada, Carmella. — Exalo, pegando a caixa dela.

Ela me dá um sorriso triste.

— Sentirei sua falta, menina linda. Seja boa para a sua


nova senhora, ok?

— Irei. — Concordo, entrando no quarto e fechando a


porta atrás de mim.

Tento não pensar em Carmella. Foi quem me criou depois


que fui tirada da minha mãe. Ela me ensinou como ser mulher
e a arte da sedução. Então, quando atingi uma certa idade,
ensinou-me as habilidades que me fazem ser uma prostituta
melhor do que ela foi. Se não fosse Carmella, Antônio Rossi
não ficaria tão impressionado comigo.

Chegando ao armário, pego um vestido de cetim azul


Royal. Tem um pouco de tecido trançado que abraça cada
curva que tenho, acentuando-as. Herdei os olhos escuros de
mamãe, mas quando o sol os pega do jeito certo, percebe-se
que na verdade não são pretos, são azuis escuros. Também me
abençoou com o mesmo corpo perfeitamente proporcional e
luxuriante que tinha. De meu pai, recebi a pele morena mais
escura, assim como o cabelo grosso preto meia-noite e lábios
grossos.

Calço um par de saltos altos amarelo e pego as únicas


coisas com as quais realmente me importo: a foto dos meus
amigos do colegial, o iPod que não funciona mais e uma pilha
de cinco diários. Nada mais me importa. É tudo apenas...
Coisas. Parece um déjà vu, arrumar as malas para deixar
minha casa de novo, pegar as poucas posses que tenho e ser
enviada para um lugar desconhecido. Minha vida está sendo
desarraigada mais uma vez pelo capricho de meu pai.

Ele deixou perfeitamente claro que as roupas e lingerie


não eram necessárias, então não me incomodo em olhar para
o armário. Realmente não possuo nada disso. Posso ser a
prostituta mais requisitada do estábulo dele, mas também sou
uma que não tem permissão de manter um centavo do que
ganho. A promessa de uma vida próspera não passou de
palavras para que me sentisse melhor.

Carmella foi encarregada de comprar as roupas e sapatos


que usei e qualquer coisa que eu pudesse precisar. Nunca vi
um centavo do dinheiro que ganhei. Meu pai não mente
quando diz que me possui. Ele realmente o faz. Não há como
escapar, mas talvez.... Talvez pertencer aos russos possa ser
menos sufocante.

Talvez....

— Pronta? — Sua voz chama do outro lado da porta.


Olho para mim mesma no espelho e suspiro. Não estou
pronta, mas não tenho escolha. Reunindo as poucas posses
nas mãos, afasto-me da cama e de tudo o que já conheci na
vida.
Russian Bratva #10

Capítulo 1

Seis meses depois...

Recostando-me na cadeira, vejo meu cunhado Timofei,


passar pela porta do escritório e olhar em volta antes de se
sentar. Sei que não está aqui para coletar, isso é feito em seu
território. Não, está aqui por outro motivo. Qual, ainda não sei.
É um homem de poucas palavras, mas esperto. E para a sua
idade, um líder espetacular também.

— Sua esposa se foi. Você está legalmente divorciado? —


Pergunta.

Fico surpreso com a pergunta. Fallon foi levada há mais


de seis meses. Não a matei como deveria. Querendo ou não, é
a mãe dos meus filhos e não pude matá-la. Tenho certeza de
que isso me faz parecer mole demais.

— Anulei o casamento inclusive na igreja pelo adultério.


— Explico e sinto o calor subir pelo pescoço mesmo que não
Russian Bratva #10
queira. A pele pálida torna impossível esconder o rubor de
vergonha ou raiva.

Ele bufa.

— Bom. Devyn disse que era uma cadela, de qualquer


forma. — Sorri.

Não respondo. Realmente Fallon era uma vadia. Mas a


amei na medida do possível. Nosso casamento foi arranjado e
ela tinha apenas dezoito anos quando nos casamos.
Engravidou imediatamente e não estávamos prontos para
sermos pais ainda. Eu tinha vinte anos, mas era mais
responsável. Já fazia parte da organização, gerenciava uma
equipe e sabia como cuidar dos negócios. Fallon era e ainda é,
uma criancinha mimada.

— Devyn gostaria de encontrá-los para jantar. Jantar em


família, com seus filhos, irmãos e suas famílias. Segurei-a pelo
máximo de tempo que pude. Expliquei que com a mudança de
poder, as coisas estavam instáveis. Mas não está mais
aceitando minhas desculpas. — Diz sorrindo e esse sorriso diz
tudo.

Ele acha as exigências que minha irmã faz são fofas e


posso ver o óbvio cuidado que tem com ela. Poderia dizer não
e terminar o assunto, mas não fará isso. Sabe o quanto ela
quer se reaproximar da nossa família. Não apenas é um bom
líder, mas um bom homem. Sim, sem saber, nosso pai fez uma
Russian Bratva #10
coisa boa antes de morrer ao redigir o contrato de casamento
entre esse russo e Devyn.

— Diga onde e estaremos lá. Todos nós. — Anuncio.

O sorriso de Timofei se transforma em risadas.

— Mandarei uma mensagem para você. — Diz, antes de


limpar a garganta. — Rossi trocou suas melhores putas na
última negociação. Conheci sua garota top. — Diz, dando de
ombros.

Levantando o queixo, inclino a cabeça para o lado.

— E?

— Você está solteiro, solitário, eu suponho, e um pai


ocupado. Não há nada de errado em apreciar a carne de uma
mulher. Todo homem em nossa posição precisa ter liberação
física, Aidan. — Diz.

Não sei se dou um soco na cara dele ou o mando se foder.


Decido rosnar ao invés disso. Ele ri, a voz baixa e profunda.

— Apenas dizendo. As garotas que empregamos são


melhores do que qualquer garota das ruas, ou alguém que
conheça em alguma boate. Mais seguro também.

— Obrigado. — Digo, entredentes.

Derruba um cartão na minha mesa, antes de se virar e


sair do escritório. Alcançando o papel pequeno, trago-o para
mais perto. O cartão é simples, de cor esbranquiçada e escrito
Russian Bratva #10
com letras douradas: Kozha1. Tem um número de telefone
impresso abaixo da palavra russa. Não sei o que isso significa
e não me incomodo em procurar. Virando o cartão, fico
surpreso ao ver um nome escrito em tinta preta: Giovanna.

Enfio o cartão no bolso. Não sei se ligarei, mas já se


passaram oito meses desde que fui empossado. Sinto falta do
gosto, do toque, do cheiro e da sensação de uma mulher. Não
estou completamente fechado à ideia.

Uma prostituta seria fácil. Ela saberia o que esperar.


Deveria parecer errado apenas ter este cartão na minha mão.
Deveria sentir-me sujo, mas não me sinto.

De pé, viro-me para sair. Preciso tomar um pouco de ar


fresco. Saio do bar e vou em direção ao carro, entrando no meu
escuro sedã BMW. Aperto o botão para ligar o motor e
mudando de marcha, desço a rua. Não sei para onde estou
indo ou por que, mas preciso ir.

— Áudio Bluetooth. — Chamo. — Ligar para Elowen. —


Instruo.

Olhando para o relógio, vejo que não está no horário das


aulas e deve estar em casa com o resto dos irmãos. No entanto,
isso nem sempre acontece. Minha ninhada é indisciplinada.

— Sim, pai. — Atende.

1
Couro
Russian Bratva #10
Deveria repreendê-la por me cumprimentar desse jeito.
Deveria, mas não repreendo. Não sou o homem que meu pai
foi. Provavelmente sou mole demais, mas o fato de ter mandado
a mãe deles embora, pesa.

— Está em casa com seus irmãos? — Pergunto.

Minha garota é a mais velha e aos quatorze anos,


infelizmente tem que assumir responsabilidades demais.
Contratei ajuda, babás, enfermeiras e coisas assim, mas
reclamaram de todas. Odiaram-nas por um motivo ou outro. A
babá atual parece estar se saindo bem, mas Elowen ainda
ajuda com frequência.

— Sua tia Devyn gostaria que tivéssemos um jantar em


família em breve. Ela sente falta de todos vocês e o resto da
família também irá. Só queria que você soubesse. — Murmuro.

Na verdade, liguei para ela para evitar que meus dedos


procurassem aquele maldito cartão que agora está queimando
um buraco no meu bolso. A perspectiva de uma vagina quente
é convidativa demais, agora que o pensamento entrou na
minha mente.

— Ok. — Responde e eu sei que deu de ombros.

Tomo uma decisão de última hora e que espero não vá


irritar muito Timofei.
Russian Bratva #10
— Gostaria de fazê-lo em nossa casa no próximo domingo.
Se eu enviar um planejador de festas, acha que trabalharia
com ele para planejar um jantar simples?

— Eu? Você quer que eu ajude? — Pergunta.

Respiro fundo.

— Ficará por conta própria daqui a alguns anos, minha


querida Wen. Precisa aprender coisas assim.

Ela fica em silêncio por um momento.

— Você quer dizer, quando eu me casar com alguém? —


Pergunta.

— Talvez. — Admito. — Ou quem sabe minha filha mais


velha queira fazer parte da organização, ou apenas queira ir
para a faculdade e trabalhar em um emprego regular... Nunca
irei forçá-la a ser ou fazer algo que não queira. Este tipo de
vida está mudando e todos estamos mudando também.
Contratos não significam mais o que costumavam significar.
Mas se quiser seguir as tradições, podemos fazer isso. Será
completamente uma escolha sua. — Afirmo.

Quero dizer cada palavra. Nunca forçaria meus filhos a


viver uma vida que desprezassem. Nunca os venderia por
algum tipo de ganho, como meu pai fazia. Sempre deixarei que
escolham seu futuro.

Converso com Elowen por mais alguns minutos e aviso


que marcarei com um planejador de festas mais para o final da
Russian Bratva #10
semana. Então, estupidamente, enfio a mão no bolso e ligo
para o número do telefone que está na frente do cartão,
marcando um horário com Giovanna. Sexta à noite, às dez
horas, em um endereço que será enviado para mim no mesmo
dia.

Olho em volta do condomínio chique e me pergunto por


que me mandaram para cá. Já se passaram seis meses e ainda
não tive um único cliente. Moriz, o homem encarregado do
estábulo desta área, informou que o chefe, Timofei, instruiu-o
a me instalar aqui. Também avisou que a verdadeira senhora
do estábulo não marcaria clientes para mim. Ele ou o próprio
Timofei fariam isso.

Vi o homem apenas uma vez, no dia em que meu pai me


entregou aos russos. É mais jovem do que pensei, quase
próximo da minha idade. É bonito, de uma maneira justa.
Cabelo loiro, olhos azuis penetrantes. Não é alguém por quem
me sentiria atraída normalmente, mas não o chutaria para fora
da minha cama. No entanto, sua intensidade me assustou um
pouco.
Russian Bratva #10
Quando seus olhos vagaram por mim, não foi de maneira
sexual, mas de forma avaliadora. Estava tentando decidir se
eu traria dinheiro, se meus serviços gerariam lucro. Eu me
senti como um bem, mas não podia sentir raiva.

Isso é exatamente o que sou.

Agora, seis meses depois, não tenho tanta certeza de que


tenha gostado do que viu em mim. Não trabalhei um único dia.
Passo a maior parte do tempo malhando na academia que fica
em um quarto extra e lendo. Felizmente, a biblioteca está
repleta de livros. Caso contrário, eu poderia ficar
completamente insana. Especialmente, desde que não gosto de
assistir televisão.

O intercomunicador vibra e dou um pulo. Está sem som,


já que não recebo visitas há semanas. Toda a comida é
misteriosamente entregue às segundas-feiras pela portaria do
prédio e embora não tenha recebido ordens para não o deixar,
decidi não sair de forma alguma. Quando preciso de sol, passo
o tempo na varanda dos fundos, lendo.

— Senhorita Giovanna. — Ouço a voz de Moriz pelo alto-


falante.

Corro em direção ao dispositivo e pressiono um botão


antes de falar:

— Sim?

— Estou indo. — Afirma com seu forte sotaque.


Russian Bratva #10
Não digo mais nada. Vou até a porta e a destranco, antes
de me virar e entro na sala de estar para esperá-lo. Sentada na
beira do sofá, coloco as mãos no colo, abaixo os olhos e tento
controlar a respiração. Algo está acontecendo e estou muito
nervosa enquanto espero para descobrir o que é.

— Giovanna. — Chama. Sua voz está próxima e fico


surpresa. Não ouvi que se aproximou tanto. Levantando os
olhos, encontro os dele e ele sorri, enquanto senta-se na
cadeira em frente a mim.

— Sr. Moriz. — Sussurro.

— Não é uma reunião de negócios, Giovanna. Você pode


me chamar de Moriz. — Diz sorrindo. — Tenho um cliente para
você.

Afundo os dentes no lábio inferior com a notícia. Sinto o


coração disparar contra as costelas e pisco, incapaz de
encontrar palavras para dizer.

— Um cliente? — Murmuro.

Mantenho os dentes firmemente presos no lábio inferior,


tentando não fazer um milhão de perguntas.

Porque agora? Quem é ele? O que me espera?

— É um cliente extremamente importante. — Anuncia.


— Ele é o chefe da máfia irlandesa, um homem poderoso e um
aliado. Também é cunhado de Timofei e divorciado. Sua
Russian Bratva #10
senhora anterior e seu pai, gabavam-se de suas habilidades e
profissionalismo. Timofei a escolheu por causa disso.

Limpando a garganta, solto o lábio.

— Ele é a razão pela qual não trabalhei desde que fui


enviada para cá? — Pergunto, mantendo a voz suave.

— Sim. Timofei decidiu que você seria uma boa opção


para ele. Sua ex-esposa está... se foi. É um pai ocupado com
quatro filhos e não tem tempo para cortejar uma mulher.
Haverá eventos para os quais precisará de um encontro e o
mais importante... Ele precisa de alívio.

Gosto de como Moriz não enrola. Diz exatamente o que


quer e o que precisa. É direto e não prejudicial ou cruel sobre
isso. Aceno com a cabeça e dou um pequeno sorriso.

— Serei o que ele precisar que eu seja. — Respondo.

— Você será dele até que não a deseje mais, Giovanna.


Ele não é um homem que compartilha e exigirá seus serviços
a qualquer hora do dia ou da noite. Você nunca poderá se
negar.

Pressionando os lábios juntos, conecto os olhos aos de


Moriz e aceno.

— Compreendo.
Russian Bratva #10
— Boa menina. Ele virá esta noite. Tem uma chave e
quando entrar, esteja esperando por ele no quarto com um
copo de seu uísque favorito nas mãos para oferecer.

Aceno a cabeça novamente.

Moriz se levanta e sai do apartamento sem sequer uma


segunda olhada para trás. Sempre me perguntei por que havia
uísque irlandês no bar, ou mesmo por que havia um bar aqui.
Eu não bebo, algo que Madame Carmella me incutiu na
cabeça. Sei como desfrutar de uma taça de champanhe ou
bebidas destiladas com um cliente, mas só tomo dois goles,
nada mais.

Uma garota de programa que não sabe o que é e qual o


seu lugar, está apenas à procura de problemas. Também não
uso drogas, além de um pouco de maconha quando estou
sozinha. É um vício que comecei quando tinha dez anos e não
consegui parar.

Olhando em volta do apartamento, decido começar a


limpeza. O cliente não notará, tenho certeza disso, mas tenho
um pouco de TOC2. Tudo deve ter um lugar e estar em seu
lugar. Não demoro muito para endireitar, limpar e aspirar o
chão. Olhando para o relógio, decido começar a me preparar
para a visita.

Não sei o nome dele, desse indescritível líder irlandês.


Pelo jeito que Moriz comentou que a esposa foi embora, me fez

2
TOC é um transtorno psiquiátrico de ansiedade que tem como principal característica
a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.
Russian Bratva #10
pensar que há mais nessa história do que apenas uma
separação normal. Não importa, porém. Não é da minha conta.
Nada disso é.

Vagarosamente me depilo, lavo o cabelo e passo algum


tempo secando-o. Mantenho a maquiagem leve, insegura com
as preferências deste homem, mas sabendo que a maioria
deles gostam de uma mulher que pareça natural e submissa.

Diante da gaveta de lingerie, franzo a testa. Normalmente,


tenho um dossiê sobre o homem que conhecerei. Preciso saber
do que gosta e do que não gosta. Nem todos os homens gostam
de renda, ou de couro e nem todos gostam de seda. Textura e
toque são extremamente importantes na arte da sedução. Não
gosto de me sentir despreparada e é exatamente assim que me
sinto agora.

Passo os dedos suavemente sobre todas as belas peças


que alguém comprou e colocou na gaveta para mim. Quando
vislumbro o conjunto de rendas cor pêssego claro, decido que
é o que usarei hoje à noite. O tecido tem um design de folhas
lindo e é costurado com um fio prata cintilante que adiciona
um toque extra. Coloco o sutiã e o abotoo nas costas, sorrindo
para a visão na frente do espelho. O V extremo do sutiã mostra
o amplo decote e faz um bonito contraste com o meu tom de
pele morena.

Envolvo a cinta liga em torno da cintura, para garantir


que acentue a menor parte dela e em seguida, começo a vestir
a delicada cadeia de treliças prata das meias finas por cima.
Russian Bratva #10
Rapidamente cubro minhas coxas e as prendo nas ligas. Ergo
a calcinha de cordão em V e dou uma volta completa diante do
espelho, assegurando que cada parte de mim pareça
absolutamente impecável.

Coloco saltos altos prateados de quatro polegadas e


respiro fundo. Os sapatos têm cristais que cobrem o topo dos
meus pés e que irão refletir a luz em cada passo que der. O
último passo, é colocar um manto de seda prateada que
apenas cobre a minha bunda. Não me incomodo de amarrá-lo
na cintura.

Por baixo da cama, borrifo um cheiro suave que não é


esmagador, mas convidativo e ando até o pequeno bar,
despejando dois dedos do uísque que foi deixado. Apago as
luzes da sala e agradeço pelo dimmer3 instalado.

E espero.

Sento de costas para a porta, no banco da penteadeira.


Deixo meu cabelo preto caindo pelas costas, fecho os olhos e
relaxo. Respiro fundo e vou para um lugar de calor e felicidade.
Um lugar de calma e paz.

Controlador de luminosidade
3
Russian Bratva #10

Capítulo 2

Supreendentemente, o prédio fica no meu território. Olho


em volta e penso sobre o que diabos eu realmente estou
fazendo aqui. Deveria ir embora. Que tipo de perdedor patético
procura uma prostituta? Olho para a porta e depois para o
botão de chamada. Vacilo entre ir para casa ou andar pelas
portas de vidro.

Antes que possa decidir, a porta é aberta e um homem de


terno escuro me olha. Ergo o queixo e passo por ele. Eu o
reconheço. É um dos homens de Timofei.

— Senhor O ‘Neil. — Murmura, estendendo a mão.

Faço o mesmo e retribuo o cumprimento. Coloca algo na


palma da minha mão e depois se vira, afastando-se de mim. A
porta se fecha silenciosamente atrás dele quando sai do prédio.
Olhando para baixo, percebo que é uma chave e o aro tem um
pedaço de couro preso a ele. Estampado naquele pedaço de
couro marrom escuro, vejo um número e uma letra:
Russian Bratva #10
2C

Franzo as sobrancelhas e ando em direção ao elevador.


Suponho que o dois indique o segundo andar. Uma vez que as
portas do elevador se abrem, entro e pressiono o botão para o
segundo andar. Eleva-se mais rápido do que eu esperava e
entro no corredor suspirando. Uma porta está diretamente à
frente com uma grande placa de ferro forjado com a letra A
anexada, logo abaixo de um olho mágico.

Virando para a direita, silenciosamente sigo até a


segunda porta com um B ligado a ela e um minuto depois, vejo-
me de frente com a porta C.

Inserindo a chave, tento ser o mais silencioso possível.


Entro no apartamento, noto o cheiro de limpeza e também que
está escuro. Olhando da esquerda para a direita, vejo uma sala
com pouca luminosidade e fecho a porta atrás de mim, virando
a trava e colocando a chave na primeira mesinha lateral que
encontro.

A cada passo, sinto o coração bater um pouco mais


rápido. Aproximo-me do quarto, faço uma pausa e ouço uma
música clássica suave tocando. Fecho os olhos por um breve
momento, antes de entrar.

Sentada na minha frente, vejo uma mulher. Ela está de


costas para mim e tudo que consigo ver é o longo cabelo escuro
que cai pelas costas dela. Sua cintura é pequena, pelo que
Russian Bratva #10
posso perceber e as pernas parecem longas. Rosno ante a visão
dos saltos chamativos. Depois de Fallon, odeio brilhos.

Lentamente fica de pé em um simples, mas habilmente


gracioso movimento. Sem virar, vejo que encolhe os ombros e
deixa que o robe brilhante caia no chão. Sem uma palavra,
aproxima-se da mesa, pega um copo e só então ela se vira.

Esperava ver uma mulher bonita, naturalmente.


Nenhuma garota de programa de elite pode ser nada menos
que bonita. No entanto, não esperava ver a mulher mais linda
que já vi na vida. Seu rosto parece estar praticamente sem
maquiagem e os lábios são perfeitos. Imediatamente, imagino
como irão parecer em volta do meu pau. Tem os olhos largos e
escuros. Parecem ser negros.

Ela não fala, mas vejo que lentamente diminui a distância


entre nós. Observo os seios cheios escapando do sutiã, a
cintura pequena envolvida em algum tipo de tecido e a cinta
liga cor pêssego. Está coberta de rendas, parecendo um suave
pacote rosa. Essa mulher é como um maldito sonho.

Quando está diretamente na minha frente, espero que


diga alguma coisa, mas não fala nada. Apenas estende a mão,
a que tem o copo de uísque, e o oferece a mim. Envolvo os
dedos ao redor do copo, deixo que as pontas rocem a pele
macia e vejo como ergue uma sobrancelha para mim e sorri.

Tomando um gole, fico surpreso ao descobrir que é da


minha marca favorita e seu sorriso se alarga com o óbvio olhar
Russian Bratva #10
de surpresa que exibo. Segura a minha mão livre e me puxa
gentilmente para a janela. Espero que me leve para a cama,
mas ela a ignora completamente. Assisto hipnotizado cada
movimento que faz. Abre a porta de vidro e me leva para a
pequena varanda.

Estou chocado que fique tão exposta, mas não expresso


minha surpresa. Fico quieto ao vê-la colocar ambas as mãos
no corrimão, exibindo a bunda praticamente nua e
perfeitamente moldada. É curvilínea, mas firme e seu corpo
implora para ser tocado, beijado e acariciado.

Sinto meu pau se contrair contra as calças do terno,


enquanto bebo. O uísque me relaxa e agradeço por isso.
Aproximo-me mais dela, tão perto que meu peito quase toca
suas costas e coloco uma das mãos ao lado da dela no
corrimão.

— Qual é o seu nome, A Rùnsearc4? — Digo contra seus


cabelos.

Ela inspira profundamente, virando a cabeça para o lado,


antes de sussurrar:

— Giovanna.

Sua voz é mais doce e suave do que imaginei.

— Aidan. — Digo, apresentando-me.

4
Tesouro
Russian Bratva #10
Prendo a respiração quando ela ergue os braços e os
coloca atrás da minha cabeça, mergulhando os dedos nos
cabelos da nuca. Inclino-me para mais perto dela, meu nariz
inalando um cheiro suave de baunilha. Ela vira a cabeça e os
lábios macios roçam o meu queixo.

— Meu tempo é seu, Aidan. Tudo o que você quiser, é seu


para levar. Mesmo que isso signifique não fazermos nada além
de conversarmos.

Retirando a mão do corrimão, envolvo a cintura fina e a


pressiono contra seu estômago, forçando sua bunda a
aninhar-se no meu pau duro.

— Não sou um homem que conversa muito, A Rùnsearc.


— Rosno.

Ela ri, o som suave, ainda rouco.

— Bom. — Suspira.

Estou nervosa. Não me lembro da última vez que fiquei


nervosa com um homem. Talvez tenha sido quando um belo
recém-casado político de alto perfil e extremamente poderoso
Russian Bratva #10
me contratou anos atrás. Sim, lembro-me de ficar nervosa com
ele. Fez ameaças, falou de serviço secreto e sobre uma vida de
alto nível. Mas não queria ser pega, nunca quero ser pega.

Aidan, deixa-me nervosa, mas não por causa de ameaças


ou do seu estilo de vida. Estou nervosa porque, pela primeira
vez, estou extremamente atraída por um homem que devo levar
para a cama.

Ele não me permite guiá-lo até a cama. Não, o momento


de ser um macho beta acabou. Deixando o copo de uísque
vazio no parapeito externo, dá um passo para trás e pega a
minha mão. Juntos, voltamos para dentro do apartamento,
enquanto ele fecha a porta atrás de mim, trancando-a. Então
me solta e vejo quando fecha as cortinas.

— Não é um exibicionista? — Pergunto, levantando uma


sobrancelha.

Sorri, balançando a cabeça uma vez.

— Nunca serei pego com as calças arriadas.


Figurativamente, ou de outra forma. — Diz rindo.

Coloco as mãos no peito largo, arrasto os dedos por baixo


da jaqueta e ao longo dos braços, e a retiro. Ele olha para mim,
os olhos azuis frios nunca deixando os meus. São muito claros
e combinados com o cabelo escuro, são de tirar o fôlego.
Qualquer mulher ficaria não apenas corada, mas se sentiria
sortuda por ter esses olhos apontados para si.
Russian Bratva #10
Dobrando a jaqueta cuidadosamente, coloco-a na
espreguiçadeira moderna que tenho no canto da sala. Assisto
enquanto ele tira o coldre de ombro e o coloca na
espreguiçadeira também. Ele me observa, tentando avaliar a
minha reação às duas pistolas. Estou acostumada com elas.
Mais acostumada do que ele provavelmente saberá.

Uma vez que remove as armas, começa a desabotoar a


camisa. Mas não permito isso. Madame Carmella me ensinou
que sempre devo tirar as roupas do homem com quem estou.
Foi a primeira lição sobre sedução que recebi.

Andando até ele, gentilmente assumo a tarefa,


desabotoando a camisa branca. Está limpa, como se ele tivesse
trocado a que usou o dia todo apenas para a ocasião. E esse
pensamento me faz sorrir. Nem todos os homens fazem isso.

Terminando de desabotoar a camisa, a retiro pelos


ombros, assim como fiz com a jaqueta. Ele tem um peito
espetacular. Parece ser mais velho que eu por pelo menos dez
ou quinze anos, mas tem o corpo de um homem de vinte e
tantos anos. É musculoso e não tem apenas músculos obtidos
em academia. Meus dedos têm mente própria e gentilmente se
arrastam dos peitorais para o estômago, descendo pelo
abdômen.

Quando chego ao cós das calças, ele envolve a mão no


meu pulso e aperta suavemente.

— Minha vez, Giovanna. — Diz.


Russian Bratva #10
Ergo os olhos e a intensidade que exibe no olhar faz meu
coração disparar. Ele levanta a mão, colocando o dedo embaixo
do meu queixo e inclina a cabeça para trás, ao mesmo tempo
em que abaixa o rosto.

Acho que me beijará, mas não beija. Apenas pressiona os


lábios no meu queixo, pescoço e para na clavícula. Retira o
dedo que mantinha o queixo elevado e o arrasta suavemente
até o decote do sutiã, causando-me arrepios pelo corpo todo.

Com a outra mão, abre o sutiã bonito cor pêssego. Eu o


deixo retirar lentamente pelos braços e cair no chão.

— Tire os sapatos. — Resmunga.

Sem demora, rapidamente tiro os saltos brilhantes dos


pés. Perder os quatro centímetros de altura me faz ficar ainda
mais baixa em relação a ele. Agora, ao invés de olhar em seu
pescoço, meu olhar está na altura do peito. Inclino a cabeça
para trás para olhar em seus olhos e vejo que sorri levemente.

— Melhor, Giovanna. Não gosto de coisas excessivamente


chamativas. — Murmura.

— Entendido. — Sussurro.

Anoto essa informação mentalmente. Conversarei com


Moriz sobre qualquer coisa em meu armário que seja
chamativa e pedirei que troque tudo por peças clássicas e
sutis, com as quais me identifico. Com as pontas dos dedos,
Aidan acaricia meus seios, girando em torno dos mamilos.
Russian Bratva #10
Depois, ergue a mão e a coloca sobre meu ombro, exercendo
pressão suficiente para que entenda o que quer. E me ajoelho
imediatamente.

Olho para ele da nova posição no chão e espero. Ele


desabotoa as calças, puxa o zíper para baixo e empurra as
calças e a cueca até o meio das coxas. Seu pênis se projeta
para mim, longo, grosso e estranhamente atraente. Alguém
poderia pensar que depois de ver algumas dúzias de paus, eu
já teria visto todos eles e não me impressionaria mais. Mas esse
não é o caso.

Estou impressionada com Aidan.

— Mãos atrás das costas e agarre os cotovelos. —


Ordena.

Levantando os olhos do comprimento duro, olho


diretamente nos olhos azuis. Estão mais duros do que estavam
há apenas alguns instantes, o queixo está tenso e há um olhar
que não consigo decifrar cruzando o rosto bonito. Faço o que
ordena, envolvendo as mãos em volta dos cotovelos nas costas.

Abro a boca e espero. Ele não precisa me instruir sobre o


que quer, ou como quer. Isso é óbvio para mim. Precisa me
controlar, usar e possivelmente, degradar. Não seria a primeira
vez e não será a última.

Aidan desliza o pau pelos meus lábios e o enfia através da


garganta. Fecho a boca ao redor dele e engulo em torno do
comprimento grosso.
Russian Bratva #10
— Porra! — Sussurra. Agarra a parte de trás da minha
cabeça e torce meu cabelo. — Chupe meu pau. — Rosna.

Sem o uso das mãos, faço o que exige e o chupo. Levo-o


até a garganta o mais profundo que posso, permitindo que
enfie mais a cada puxão que dá na minha cabeça. Chupo-o
profundamente, apreciando o jeito como me enche e também
observando o modo como os olhos azuis se intensificam quanto
mais perto do orgasmo eu o trago.

— Cristo! — Geme.

Aperta-me a parte de trás da cabeça e assume os


movimentos. Primeiro me acalma e depois começa a
verdadeiramente foder a minha boca. É duro, implacável e
quase cruel. Fecho os olhos e relaxo o corpo, a garganta e
minha mente.

Respirando calmamente, sinto os olhos começarem a


lacrimejar com a perda de oxigênio. Aidan não cede e
impulsiona os quadris poderosamente e com uma velocidade
que rivaliza com qualquer outro homem com quem já estive.

— Porra, sim! — Rosna, afundando completamente na


minha garganta.

Sinto seu pau crescer e depois se contorcer enquanto


goza. Sinto a saliva escorrendo pelo queixo e lágrimas pelas
bochechas. Mas isso não importa.
Russian Bratva #10
Olha para mim e me observa, o pênis ainda enterrado na
minha garganta. Dá um passo para trás e vejo quando levanta
as calças sobre os quadris. Tenho medo de me mover,
esperando pela próxima instrução. Ele balança a cabeça e
esfrega a mão no rosto.

— Não deveria ter vindo aqui. — Murmura. — Eu não


deveria ter feito isso com você. Porra! — Amaldiçoa.

Com a mão trêmula, alcanço seu antebraço e o agarro.

— Por que diz isso? — Pergunto, confusa. Não sabe que


fui trazida e mantida neste apartamento sozinha apenas para
ele?

Balança a cabeça, passando a mão pelos cabelos.


Aproveito o momento para me levantar e limpar o máximo
possível de saliva, lágrimas e sêmen do rosto.

— Eu nunca fiz isso. Caralho! — Rosna.

Levanto a mão e a envolvo ao redor do pescoço dele. Seus


olhos encontram os meus e parecem bravos e selvagens. Eu
me pergunto se é assim que fica quando está fodendo e perde
o controle. Se for isso, é muito quente.

— Feito o quê? Sexo? — Pergunto com um sorriso.

— Foder uma prostituta! — Afirma sem rodeios.

Não consigo disfarçar o recuo ante as duras palavras e


deveria ser capaz de me controlar. Carmella ficaria
Russian Bratva #10
desapontada comigo. Mas algo sobre esse homem me
chamando de prostituta, dizendo que o que fez é algo sujo,
indigno, faz com que me sinta errada. E nunca me senti mal
antes.

Carmella me ensinou a ver que sou bonita, desejada e


estimada. Mesmo que os homens despejassem suas
frustrações em mim, isso era um reflexo deles, não meu. Sou
valiosa, sempre fui valiosa.

Dou um passo para trás, retirando a mão dele. Ele fecha


os olhos e aproveito esse breve momento para me recompor.

— Você ainda não me fodeu, Aidan. Por que não vê como


se sente depois que fizer isso? Talvez possa se divertir. —
Ofereço com um sorriso.

Ele balança a cabeça e se afasta de mim, mas não vai a


lugar algum. Percebo que suas costas sobem e descem com a
respiração pesada. Decido retirar rapidamente a lingerie
chique, e nua, ando para a cama. Subo até o meio e descanso
de joelhos, abrindo as pernas e colocando as palmas das mãos
nas coxas.

Lentamente vira-se, os olhos brilham e calor os preenche.


Observo que começa a exibir uma nova ereção sob as calças.

— Giovanna! — Geme.

Estendo a mão para ele e aguardo. Não falo nada,


nenhuma palavra precisa ser dita. Este homem não precisa ser
Russian Bratva #10
seduzido. Não, precisa de permissão. E a tem. Rapidamente
caminha para mim, empurrando as calças e chutando os
sapatos no caminho. Entrelaça nossos dedos juntos e rasteja
para a cama.

— Gosto mais de você assim. — Diz.

Inclinando a cabeça, pergunto:

— Assim?

— Natural, nada em seu corpo ou nos pés. Seu rosto sem


maquiagem e esse cabelo escuro bagunçado da minha mão.

Erguendo a outra mão, agarro seu bíceps e sorrio.

— Então é assim que sempre me encontrará Aidan.

— Sempre? — Pergunta, levantando uma sobrancelha.

Uso o dedo indicador para traçar suavemente os lábios


cheios.

— Sempre que desejar me ver, Aidan, é assim que me


encontrará.

Ele se inclina um pouco, envolve as grandes mãos em


torno das minhas coxas, puxa meus joelhos e ri quando fico de
costas. Solto um pequeno grito com o súbito movimento. Aidan
passa o nariz ao lado do meu, os lábios a apenas um fio de
cabelo dos meus, mas não me beija. Em vez disso, enche-me
com seu pau em um movimento rápido.
Russian Bratva #10
— Está protegida e segura? — Rosna, o queixo tenso.

Torço os dedos nos cabelos dele e puxo os fios curtos.

— Estou, Aidan. E enquanto me quiser, serei apenas sua.

Tenho a sensação de que ele desconhece essa informação.


Balança a cabeça, mas não responde à declaração. Puxa o pau
para fora e em seguida, bate de volta em mim, rosnando.
Levanto as pernas mais para cima, pressionando as canelas
contra sua caixa torácica. Com o movimento, ele entra mais
um pouco e solta um longo gemido ao se mexer.

Após a minha permissão, ou a dele a si próprio, Aidan me


fode e não olha para mim o tempo todo. Olha para algum ponto
à direita da minha cabeça. Acha que não percebo e não deixo
que saiba que estou consciente disso. Não é a primeira vez que
um homem não consegue me olhar nos olhos enquanto me
usa. E tenho certeza de que não será a última.

Tento me concentrar em qualquer outra coisa que não


seja onde os olhos dele estão focados. Movo-me junto com ele,
apreciando o modo como me faz sentir. Mas então ele me
agarra o ombro e segura ainda mais forte para se alavancar. O
impulso torna-se mais difícil, mais errático e não posso conter
um gemido quando subo em direção à liberação.

Estou perto do clímax, posso senti-lo quase todas as


vezes, mesmo que seja pequeno. Só que desta vez, sei que não
será assim. Posso dizer que irei me agitar em seus braços e que
Russian Bratva #10
a minha boceta pulsará em torno do pau grosso como nunca
antes.

— Merda! — Aidan grita.

Deslizando a mão entre nós, rapidamente ajudo-me a


atingir o orgasmo. Gemo, minha boceta fazendo exatamente o
previ: aperta e tenta mantê-lo dentro de mim. Ele ruge ao
gozar, enchendo-me com seu esperma. Sinto as coxas
tremendo e seu pênis se contorcendo.

Aidan enterra o rosto no meu pescoço e continua


movendo os quadris, entrando e saindo de mim. Envolvo os
braços ao redor das costas largas, com medo de falar e quebrar
o feitiço. Ficamos assim, enrolados nos braços um do outro por
algumas respirações. Fecho os olhos e estupidamente imagino
que isso poderia ser mais do que é. Não fantasiei sobre coisas
tolas em anos, mas Aidan me faz querer acreditar em mais.

Alguns minutos depois, ele sai do meu corpo e fica de pé.


Mais uma vez, recusa-se a me olhar antes de se virar e
silenciosamente o vejo se vestindo. Quando está pronto,
afasta-se de mim.

— Certifique-se de levar a sua chave. — Digo.

Olha para mim e culpa marca suas feições. Não diz nada,
apenas levanta o queixo. Alguns minutos depois, ouço a porta
da frente fechar e o som inconfundível do bloqueio da trava.

Só então permito que lágrimas escorram pelo meu rosto.


Russian Bratva #10
Não deveria chorar.

Soube o que eu era, ou o que deveria ser desde os treze


anos. Já chorei todas as lágrimas que podia.

Mas algo foi diferente esta noite. Aidan é diferente e odeio


isso. Não sei como serei exclusivamente dele. Tudo que posso
esperar é que se canse de mim em breve e siga em frente. Não
sei o que isso irá significar para o meu futuro, mas sei que meu
coração não será capaz de aguentar nada parecido com um
compromisso de longo prazo com ele.
Russian Bratva #10

Capítulo 3

Sentado na cama, alcanço um cigarro e o uísque da noite


passada. Acendendo o cigarro, saio da cama com o uísque na
mão e caminho pela varanda. O sol mal está aparecendo
através das nuvens e sopro uma nuvem de fumaça no ar.

Tomando um gole da bebida, sinto a queimadura quando


desce pela garganta e isso me lembra dela, de Giovanna.
Deveria ter ido embora assim que a vi, assim que meu pau
endureceu ao vê-la. Ela é problema, problema que não posso
enfrentar agora.

Não tenho tempo para uma mulher na minha vida. Tenho


quatro filhos, tripulações de homens para comandar e um novo
cunhado para manter feliz. Para não mencionar que tenho
uma esposa que deveria ter matado. No entanto, sinto vontade
de voltar para perto dela o mais rápido possível. Termino a
bebida, o cigarro matinal e entro para enfrentar o dia.
Russian Bratva #10
Depois que tomo banho, coloco um terno cinza escuro,
camisa e gravata preta. Arrumo o cabelo escuro com gel e dou
uma olhada no espelho. Meus olhos azuis não são tão
brilhantes quanto costumavam ser e tenho linhas extras e
rugas causadas pelo estresse. A maioria causadas por Fallon e
meu pai. Gostaria de não me sentir como se tivesse cem anos
ao invés dos quarenta que realmente tenho.

Desejo uma porra de coisas.

Uma batida na porta interrompe meus pensamentos e


ando até ela, destrancando e abrindo. De pé, está meu filho
mais velho. Aos doze anos, não é mais um garotinho e está se
transformando em um homem. Os olhos escuros lembram os
de Fallon, mas sua personalidade é igual à minha.

— Caleb, o que há? — Pergunto.

Olha-me e depois para os próprios sapatos, antes de falar:

— Elo disse que dará uma festa e que tia Devyn estará
presente. — Murmura.

— Olhe-me nos olhos quando conversar comigo. — Vejo


que endireita o pescoço e os olhos escuros fixam-se nos meus
quando inclina a cabeça.

— Haverá um jantar, um com a família, sim. O que há


de errado nisso?
Russian Bratva #10
Muda o peso de uma perna para a outra. Obviamente, há
algo que deseja falar comigo. Mas ao invés de pressioná-lo por
uma resposta, espero. Não demora muito para reunir coragem.

— Esse jantar é para nos dizer que irá se casar novamente


e para nos apresentar sua nova esposa? — Pergunta.

Arregalo os olhos e pisco lentamente.

— Nova esposa? — Pergunto, sufocado.

Ele concorda.

— Sim. Quero dizer... mamãe não voltará. — Afirma.

Estendo a mão e a envolvo no ombro dele, guiando-o para


dentro do quarto até uma cadeira que não serve para nada no
canto. Faço com que se sente e agacho na frente a ele.

— Está chateado com o fato de que ela não voltará? —


Pergunto gentilmente.

Observo as rodas girando em sua cabeça. Pensa por um


momento e depois balança a cabeça.

— Ela nunca esteve realmente por perto. Não sinto falta


dela, sabe? E acho que não importa caso queira se casar com
outra pessoa. As chances são de que sua nova esposa não
ficará por perto também. — Encolhe os ombros. — Todos os
meus amigos dizem que suas mães e madrastas são iguais.

As palavras são como um soco no intestino. Quando era


pequeno, minha mãe era maravilhosa. Era gentil, atenciosa,
Russian Bratva #10
sempre por perto e sempre em casa quando voltávamos da
escola. Sempre tinha algo quente para nós em um dia frio e era
a única pessoa que nos abraçava. Quando Devyn chegou, já
não era a mesma mulher e morreu logo em seguida. Meu pai e
seus abusos a endureceram. Nos endureceram e nos
deformaram. Não quero ser igual. Não para os meus filhos, e
não para ninguém.

— Gostaria de alguém que estivesse por perto? —


Pergunto.

Ele levanta um ombro, os olhos indo rapidamente para os


sapatos.

— Não preciso de abraços e merdas assim. Mas as


crianças menores podem precisar, entretanto. — Mente.

Meu menino...

Ele precisa de “abraços e merdas” sim. Todas as crianças


precisam. Levanto a mão e o puxo contra mim, abraçando-o.
Fica com o corpo rígido por menos de um minuto e, em
seguida, devolve o abraço.

— Quando e se eu trouxer uma mulher para nossas vidas


novamente, ela irá conhecê-lo e a seus irmãos antes do resto
da família. — Digo em seu ouvido.

Ele dá um passo para trás e a perda de seu abraço me


deixa dolorido, querendo mais do meu garoto. Limpando a
garganta, pergunto:
Russian Bratva #10
— Então, não há mais preocupações?

Ele sacode a cabeça.

Elowen aparece alguns minutos depois e sorri para nós.

— O carro está aqui para a escola, Caleb. Hora de irmos.


— Avisa.

Ele sai correndo e me deixa sozinho com Elowen. Ela faz


a mesma coisa de mudança de peso nas pernas, e por isso,
aguardo que fale também.

— Quão importante é essa festa? — Pergunta, mordendo


o canto do lábio inferior.

— É só para a família, Wen. Nada mais, nada menos.


Uma noite com a nossa família, isso é tudo. — Explico
gentilmente. Ela suspira antes de concordar e sem outra
palavra, vira-se e corre para longe.

Fecho os olhos lentamente. Meus filhos obviamente


precisam mais da minha atenção. Sinto-me uma merda,
porque não estive por perto tanto quanto deveria, mesmo que
agora esteja mais presente do que costumava estar. Não sei se
algum dia serei o pai que precisam que eu seja. Tudo o que
posso fazer, é tentar. Infelizmente, não acho que isso seja o
suficiente.

O telefone toca no bolso e o pego rapidamente, ignorando


o nome na tela quando aceito a ligação.
Russian Bratva #10
— O ‘Neil. — Digo ao atender.

— Suponho que a noite foi satisfatória? — Uma voz


acentuada gentilmente pergunta.

Resmungo uma resposta.

— Mandarei o número dela, caso deseje visitá-la


novamente ou para acompanhá-lo em qualquer lugar. Por
favor, sinta-se livre para mandar uma mensagem e avisá-la
sobre seus desejos. Ela está à sua inteira disposição. —
Anuncia.

— À minha disposição? — Pergunto, arqueando uma


sobrancelha e pensando nas palavras que me disse na noite
passada.

Ele limpa a garganta.

— Sim, senhor. Timofei cuidou disso.

Sem outra palavra, encerra a ligação e em menos de cinco


segundos, o telefone vibra com uma nova notificação de
mensagem de texto. Olhando, vejo que é de Moriz com um
número de telefone, nada mais, nada menos.

Não tenho certeza sobre como me sinto por Timofei ter


encontrado uma prostituta para mim. Deveria estar chateado,
mas não estou. Giovanna é a perfeição. É fácil e
descomplicada, exatamente o que preciso agora. Será útil até
que decida me estabelecer com outra esposa. Ante este
pensamento, sacudo a cabeça.
Russian Bratva #10
Pareço tão idiota.... Eu pareço com meu pai.

Deixando a casa, decido ir ao bar. Meus irmãos devem


estar lá cobrando as taxas de proteção, já que é o primeiro dia
do mês. Empurrando o celular, tento ignorar o número de
telefone que queima um buraco no bolso do terno.

Porra, eu quero ligar para ela!

Quero marcar outro encontro hoje à noite. Não consigo


parar de sentir o cheiro, a sensação da boca dela, ou o gosto
de sua boceta.

Cristo, eu estou ferrado!

O telefone do apartamento toca e imediatamente atendo.


Não é como se estivesse dormindo a essa hora, embora devesse
estar. Fiquei acordada a noite toda pensando e chorando. Sou
um espetáculo a ser visto.

— Ele tem seu número de telefone agora e mandará uma


mensagem quando precisar de você. — Moriz termina a ligação
e fico em silêncio. Gentilmente coloco o telefone no gancho e
inalo profundamente.
Russian Bratva #10
De pé, ando até a cozinha e pego um pepino. Preciso
passar o dia cuidando do rosto inchado se quiser estar
oficialmente à disposição de Aidan. Não tenho certeza do que
o futuro trará, mas se quiser mantê-lo como cliente, preciso
estar no meu melhor.

Deixando escapar uma lufada de ar, recolho as coisas,


levando-as para o banheiro. Preparo um banho quente,
adicionando sais de Epson5 antes de cobrir o rosto com um
creme de redução de poros e cobrir os olhos com fatias de
pepino.

Quando estou pronta, afundo na água quente


suspirando. No telefone está tocando a minha playlist
relaxante e tento me acalmar. Preciso parar de pensar em
Aidan como algo mais que um cliente. Isso é exatamente o que
é. Exclusivo ou não, ele não é nada além de um cliente para
mim. Se continuar a me foder e deixar do jeito que fez noite
passada, deverá ser fácil lembrar desse fato.

Estou quase dormindo quando o telefone avisa sobre uma


mensagem recebida. A interrupção da música faz com que me
assuste um pouco. Estendendo a mão, enxugo-a em uma
toalha e pego o aparelho. Deslizo o polegar pela tela e vejo uma
mensagem de um número desconhecido:

“Amanhã à noite. Esteja pronta às dez. ”

5
Sulfato de Magnésio
Russian Bratva #10
Suspiro alto. Sim, isso deve tornar fácil o suficiente
lembrar que ele não é nada além de um cliente.

“Estarei pronta. Alguma solicitação especial? ”

Respondo e rapidamente gravo o número dele no celular.


Eu não recebo muitas ligações. Moriz e meu pai são os únicos
nomes que tenho salvos. Sinto o coração acelerar quando
Aidan manda outra mensagem e o nome dele aparecendo faz
muita diferença.

“Sem maquiagem e nenhuma roupa especial. Esteja


natural. ”

Tremo ante as instruções. Nunca, nunca, pediram-me


para mostrar o rosto sem maquiagem e ela faz parte da minha
armadura. As sexys lingeries é outra peça que a compõem.
Sem as duas, não sei como irei me sentir. Estou tremendo
quando respondo a mensagem.

“Sim, Aidan. Vejo-o amanhã à noite. ”

Deixo o telefone de lado, sabendo sem sombra de dúvidas,


que não enviará mensagens novamente. Aidan não parece ser
um homem de muitas palavras. Na verdade, estou surpresa
que tenha me enviado um texto.

Fechando os olhos, tento não me lembrar dele. Tento e


falho. A imagem me vem à mente e lembro do corpo alto e forte,
dos cabelos escuros e dos olhos tão claros que praticamente
parecem poder perfuram uma pessoa. Aidan é um problema.
Russian Bratva #10
Mas ao invés de ligar para Moriz e implorar para que acabe
com esse acordo entre nós, aparentemente sou uma
masoquista e não faço nada.

“Sim, Giovanna. Amanhã. ”

Meu coração pula uma batida e os dedos tremem quando


leio o texto. Merda! Estou com muitos problemas. Não
respondo, com medo de abrir qualquer tipo de diálogo com ele.
Tento recolocar a parede, aquela que me ajuda a lembrar que
é um cliente e que não sou nada além de uma prostituta.
Especialmente a seu ver.

Depois do banho, passo o resto do dia relaxando. Pinto as


unhas dos pés, troco o esmalte e faço um tratamento de
condicionamento profundo nos cabelos. Então, repasso as
coisas que preciso fazer amanhã. Limparei todo o apartamento
novamente e mudarei a roupa de cama. Depois disso, farei um
treino antes de me preparar para receber Aidan. Mas parece
que não demorará muito, já que não quer que eu use
maquiagem ou roupas.
Russian Bratva #10

Verifico o telefone com demasiada frequência ao longo do


dia. Giovanna nunca responde à mensagem que enviei. Não
perguntei nada, nem deixei algo aberto para discussão, mas
esperava que me enviasse alguma coisa. Franzo a testa. Que
porra há de errado comigo? Estou praticamente ansiando por
uma prostituta. Uma prostituta!

— Você está pensativo. Uma mulher? — Rian pergunta.

Resmungo. Não quero concordar, mas incapaz de negar


isso também. Não consegui tirar Giovanna da cabeça desde
que acordei esta manhã. Assumiu meus pensamentos
permanentemente e não acho que conseguirei me livrar dela
facilmente.

— Quem é ela? — Pergunta, sentando na minha frente.

Olho para ele e sorrio.

— Você não tem um bar para comandar? Pessoas para


cobrar? Armas ou drogas para vender?

Ele bufa.

— Porra Aid.... Quem é a sujeita?


Russian Bratva #10
Balanço a cabeça.

— Literalmente ninguém. — Murmuro. — Você virá para


o jantar em família, não é? — Pergunto, mudando de assunto.

Ergue o queixo e levanta-se. Felizmente, aceita o fato de


que me recuso a falar sobre a minha misteriosa mulher. Ele
sabe melhor do que ninguém que não haverá maneira de obter
informações que não esteja disposto a dar.

— Estarei lá. Mona também. Ela está animada, não vê


Devyn há muito tempo. — Diz, piscando.

Sorrio para meu irmão, enquanto me deixa sozinho. Pego


o telefone e decido mandar um texto a Timofei, em resposta a
um que me enviou antes.

Tim: “O que achou de Giovanna? ”

Mordendo o lábio inferior, digito:

“Boa. Boa demais. ”

E desligo o telefone. Não quero ler outra mensagem ou


ouvi-lo.
Russian Bratva #10

Capítulo 4

Ando de um lado para outro, vestindo apenas um robe de


seda rosa curto. Estou nervosa. Passei a manhã limpando o
apartamento inteiro. Sei que já estava limpo e que não fiz nada
que pudesse sujá-lo, mas realmente não tenho muito o que
fazer aqui, trancada na torre. O resto da tarde me exercitei. Fiz
duas horas de esteira e depois uma hora de yoga.

A adrenalina flui através de mim.

Depois de um jantar leve, tomei banho, hidratei-me e


escovei os cabelos. Agora estou andando e esperando até às
dez horas. Pegando o Iphone, pesquiso na playlist relaxante e
clico em aleatório, deixando o volume no mínimo. A música
suave enche o ar e, instantaneamente, sinto-me um pouco
mais calma.

Olhando ao redor da sala, tento descobrir exatamente


onde me sentar enquanto o espero. Sei que quando estiver
mais perto das dez, terei que retirar o robe e jogá-lo longe para
Russian Bratva #10
esperar por Aidan nua, mas só preciso descobrir aonde. Espero
que possa chegar a conhecê-lo melhor, assim, da próxima vez
estarei exatamente onde quiser.

Enrugando os lábios, franzo a testa. Ele colocou suas


roupas na espreguiçadeira na última vez, então eu realmente
não posso sentar lá. Já me sentei na penteadeira, então isso
não funcionará. Poderia sentar no meio da cama, mas sinto
que ele gostaria de me levar até lá. Olhando para as janelas da
varanda, tomo uma decisão.

Andando até o armário, penduro o roupão no gancho e


fecho a porta. Aliso os cabelos uma última vez e vou em direção
às portas da varanda. As persianas não estão completamente
fechadas, permitindo que um pouco da luz da cidade entre no
espaço. As luzes do quarto estão baixas, por isso a luz da
cidade ajuda a criar sombras bonitas que acho sexy.

Fechando os olhos, espero. Respiro fundo e ouço a porta


da frente ser destrancada e aberta. Alguns segundos depois, é
fechada e trancada novamente. Passos leves tornam-se mais
altos e então cessam quando tocam o tapete do quarto.

Não preciso me virar para saber que está me olhando.


Posso sentir a pele arrepiada com a sensação. Ele me devorar
com os olhos é a sensação mais sexy que já experimentei antes.
Esse sentimento de medo, de problemas e de antecipação,
enche-me novamente.
Russian Bratva #10
— Feche as cortinas completamente. — Ordena, com sua
voz profunda.

Sem me virar, tento suprimir o arrepio que me percorre


quando alcanço o puxador e fecho completamente as
persianas.

— Vire-se. Deixe-me vê-la. — Diz.

Lentamente, viro-me de frente, mas não olho em seus


olhos. Mantenho o queixo inclinado para baixo, ouvindo-o se
aproximar. Continuo a manter o olhar no tapete cor creme
bonito.

Pulo levemente quando sinto a ponta de um dedo tocar


meu ombro.

— Deixe-me ver esses lindos olhos negros. — Ordena.

Não digo que meus olhos não são pretos, ou informo que
a cor real deles é azul escuro. Não importa. Ele é o cliente, pode
dizer o que quiser. Devo concordar e nunca discutir sobre
qualquer coisa. Olhando para cima, surpreendo-me
novamente com a cor dos olhos dele. Deixam-me de joelhos
fracos. São lindos.

Aidan segura a minha bochecha com a palma da mão e


prendo a respiração, incapaz de tirar os olhos dele. Arrasta o
polegar pelo meu lábio inferior, os olhos seguindo o movimento
e me olha nos olhos novamente.
Russian Bratva #10
— Muito melhor sem toda aquela merda em seu rosto e
corpo. — Murmura. — Você é linda, Giovanna.

Não devo me deixar levar pelo elogio ou me permitir corar


com essas palavras, mas as duas coisas acontecem
simultaneamente.

— Obrigada, Aidan. — Respondo. Ainda está


completamente vestido, por isso ergo as palmas das mãos e as
pressiono contra o peito dele. —Você não se juntará a mim? —
Pergunto, passando a língua pelos lábios.

Rosna e seus lábios se contraem levemente.

— Sim, A Rùnsearc. — Quero perguntar o que isso


significa, mas não pergunto. Ao invés disso, dou um passo
para trás e o assisto se despir. É algo que faz todos os dias e,
no entanto, é a coisa mais sexy que já vi antes. Vi muitos
homens se despirem antes ou os despi. Mas observar os
músculos de Aidan flexionando a cada movimento que faz, a
maneira graciosa e sem esforço com que se move... É sexy
demais.

Aidan joga as roupas na cadeira como previ. Rapidamente


ando até elas e as dobro, não desejando que o lindo terno cinza
ou a camisa preta fique enrugada. Menos de um minuto
depois, sinto uma mão no quadril e o peito quente nas costas.

— Obrigado. — Murmura contra o meu ombro, enquanto


passa a ponta dos dedos ao longo da minha barriga, parando
logo acima da boceta.
Russian Bratva #10
Fechando os olhos, espero. Este homem é difícil de ler.
Normalmente, posso dizer o que querem e o que estão
pensando. Madame Carmella me ensinou tudo o que sabia. No
entanto, não consigo ler Aidan nem um pouco.

— Abra. — Ordena.

Suspirando, abro bem as pernas. Sem demora, passa os


dedos por entre as minhas coxas e me encontra
embaraçosamente molhada. E não deveria estar assim ainda.
Mas a antecipação de vê-lo passando pela porta, e em seguida
se despindo, foi demais para mim. Com o dedo agita o clitóris,
antes de enfiá-lo no centro molhado.

— Aidan. — Exalo, erguendo um dos braços para enlaçá-


lo atrás de mim. Envolvo a mão ao redor da nuca, tomando o
cuidado de não bagunçar seu cabelo. Alguns homens não
querem ser tocados nos cabelos, especialmente se têm uma
esposa para a qual voltar. Sempre pisei levemente nessa área.

Ele geme, abre a boca e afunda os dentes em mim. E


quando faz isso, sinto as pernas tremerem. Solto um gemido
alto, apreciando o modo como seus dentes me marcam.

Dois dedos de Aidan me preenchem e suspiro ante a


intrusão, inclinando a bunda para trás um pouco mais. Entra
e sai algumas vezes e depois faz um movimento dentro de mim
que me deixa louca, fazendo com que meus olhos rolem para a
parte de trás da cabeça. Não estou acostumada a me deixar
Russian Bratva #10
levar pelas sensações, mas agora, relaxo contra seu peito e
aproveito o movimento de seus dedos.

— Não goze A Rùnsearc! Segure-se. — Murmura, a voz


suave e a respiração quente tocando minha pele.

Tremo contra o seu aperto. Fechando os olhos, tenciono


o queixo e tento não gozar ao me sentir cada vez mais próxima
do clímax.

— O que isso significa? — Sussurro, tentando me distrair.

— Meu tesouro. — Resmunga.

Sinto o corpo inteiro congelar, travar e sem aviso, gozo


fortemente. A boceta aperta em torno dos dedos dele e ofego
quando o clímax me percorre. O pau duro de Aidan está
aninhado entre as bochechas da minha bunda e sinto que
endurece o corpo também, esticando os músculos em torno de
mim.

Meu tesouro.

Fui baby mais vezes do que posso contar. Fui querida, e


com mais frequência do que gostaria, fui puta. Mas nunca,
nunca, fui o tesouro de alguém. Sei que provavelmente é um
termo descartável que usa, muito parecido com o baby de
outra pessoa. No entanto, meu coração estúpido não entende
isso, especialmente quando começa a bater rapidamente ante
o pensamento de ser o seu tesouro.
Russian Bratva #10
— Na cama, de quatro. — Diz, parecendo estar com raiva.
Eu me arrasto para longe, brava comigo mesma por arruinar o
que estava havendo entre nós esta noite. Deveria ter seguido o
meu instinto natural e não perguntar o que o termo significava.
Não deveria ter dito nada, fechado os olhos e mantido o
orgasmo que experimentei sem verbalizar nada.

Rapidamente, rastejo para a cama com a bunda virada


para ele, enquanto abaixo a frente do corpo e abro as coxas.
Fico quieta, sem vontade de dizer outra palavra para evitar
arruinar completamente a noite toda.

Quando sinto o pau grosso de Aidan me pressionando,


gemo involuntariamente. Lentamente ele afunda dentro de
mim e suspiro, forçando-me a relaxar e a me ajustar ao
tamanho dele. Os dedos apertam meus quadris e seguram com
força.

Sem uma palavra ou aviso, puxa-se quase que


completamente para fora, antes de bater de volta. Solto um
grito com o movimento, mas isso não importa. Ele rapidamente
faz isso de novo. Os impulsos são rápidos, duros e implacáveis
enquanto me fode.

Fechando os olhos, forço-me a relaxar, a deixar a tensão


sair do meu corpo. Aidan cegamente me fode, tão forte e tão
rápido quanto pode. Agarro a cama embaixo de mim e aceito
os movimentos punitivos.
Russian Bratva #10
Não sei se está chateado por ter perguntado do que me
chamou, se o problema é com ele mesmo, ou se só teve um dia
ruim e precisa de uma foda áspera para liberar a tensão. Não
o conheço o suficiente para fazer uma avaliação.

Por isso, mantenho os olhos fechados e apenas aceito. O


som de pele batendo contra pele enche a sala, abafando a
playlist de músicas relaxantes. Mordo o lábio inferior, tentando
não deixar escapar o gemido que está ameaçando sair. Está
sendo rude demais e não estou mais acostumada a isso.

Faz tanto tempo desde que um homem tratou o meu


corpo dessa maneira.... Dói demais, mas sei que não posso
dizer nada. As regras de Madame Carmella afirmam
claramente que apenas se a minha vida ou integridade física
estejam em perigo, devo tentar impedir que um cliente atenda
seus desejos. Lágrimas me picam os olhos e os aperto,
tentando impedi-las de cair. Mas falho.

Um tapa soa contra a minha bunda e vagamente sinto


isso. Afasto a mente e tento bloquear a dor. Acontece de novo
e novamente. Bate com força em mim, enquanto me fode. Mas
não sinto nada disso. Não agora. Sentirei mais tarde e amanhã.
Agora, mentalmente estou longe.

Aidan fica imóvel dentro de mim e, ao longe, ouço-o gemer


longamente. Aperta-me ainda mais e começa a me foder
novamente, só que desta vez mais lento, suave. É quando sei
que gozou e que está quase no fim. Irá embora daqui a pouco.
Russian Bratva #10
E quando sair, poderei chorar de novo.

Deito de costas ao lado de Giovanna. Na última vez que


estive aqui, eu a fodi e corri. Senti algo quando fiz isso e não
gostei. Se isso será uma coisa constante, sinto que deveria
conhecê-la, mesmo que fosse só um pouquinho. Olhando para
ela, vejo como lentamente deita de bruços e vira a cabeça para
longe de mim. E não sei o porquê.

Tirando o cabelo das costas nuas, viro e pressiono os


lábios contra o ombro dela e depois no pescoço.

— Giovanna. — Murmuro.

Não se move e está rígida.

— Giovanna. — Falo mais nitidamente e lentamente ela


vira a cabeça. Fico surpreso ao ver que está com as bochechas
manchadas de lágrimas.

— O que é isso? — Pergunto, tocando a umidade com as


pontas dos dedos.

— Nada. — Diz, a mentira saindo facilmente.


Russian Bratva #10
Balanço a cabeça uma vez, arrastando os dedos pela
espinha dela, até a parte inferior das costas.

— Eu a machuquei? — Pergunto. Seus olhos suavizam,


mas não faz nenhum movimento. Nem para concordar, nem
discordar da declaração.

Fechando os olhos, sinto uma pontada de


arrependimento. Fui rude demais. Não porque era algo que
ansiava ou precisava, mas porque estava chateado comigo
mesmo.

A Rùnsearc.... Como pude ser tão estúpido a ponto de dar


a uma prostituta um termo carinhoso como esse?

Não sei absolutamente nada sobre ela e, no entanto, essa


mulher é apenas isso: meu tesouro. Não consegui manter a
mente longe dela, começou a me consumir. Fiquei ausente por
quase três dias e não acho que possa fazer isso de novo.

Eu a quero. Quero mantê-la para mim. É estúpido e me


sinto idiota por pensar assim. Abrindo os olhos, inclino-me e a
beijo no rosto.

— Peço desculpas por machucá-la, A Rùnsearc. — Digo.


— Não foi a minha intenção.

Ela fecha os olhos com força, inspirando profundamente


e depois solta o ar antes de falar:

— Não há necessidade de se desculpar por nada, Aidan.


Eu apenas não estava esperando por isso. Mas agora estou,
Russian Bratva #10
então tudo bem. — Diz, sorrindo. O sorriso não chega aos olhos
dela e odeio isso. Também odeio o que ouço. É complacente
demais.

Estendendo a mão, agarro os cabelos dela e os puxo para


trás, forçando-a a virar um pouco mais a cabeça para me olhar
diretamente.

— Diga-me se a machuquei, Giovanna. Não apenas


receba dor de mim, a menos que seja algo acordado entre nós.
— Digo. — Irei machucá-la às vezes e espero que concorde com
isso. No entanto, o que aconteceu não foi assim e você precisa
falar comigo.

— Sinto muito, mas não. — Responde.

Espero um minuto, sem acreditar que está me dizendo


que não irá me informar quando a machucar sem querer.

Giovanna suga uma respiração irregular, antes de


continuar a falar:

— Não é meu papel me comunicar com você, Aidan. O


meu papel é agradá-lo. Nada mais, nada menos.

Sacudo ante as palavras e aperto os cabelos dela,


segurando firme enquanto olho nos olhos negros. E quanto
mais olho, menos preto eles me parecem. Não. São azuis
escuros. Tão escuros, que à primeira vista parecem pretos.

— Seus olhos são azuis. — Constato em voz baixa.


Russian Bratva #10
— São. — Acena com a cabeça.

Franzindo a testa, solto seu cabelo, mas não desvio os


olhos.

— Você deve se comunicar comigo, Giovanna. Não me


importa quais são as regras, ou o que aprendeu. Não sou um
cliente que estará aqui hoje e amanhã irá embora. Não é isso
o que temos.

— Não? E o que temos? — Pergunta.

Sinto um certo tom irritado, apenas me olha com os olhos


vermelhos. É boa em encobrir seus sentimentos e essa é uma
característica espetacular no estilo de vida que levo, mas não
uma que aprecio no quarto. Fallon achava que era boa em
encobrir a merda também, mas não era. Tenho a sensação de
que Giovanna pode enganar quem quiser.

— Você é exclusiva para mim, Giovanna. Quero conhecê-


la e desejo que me conheça também. Gostaria que ficássemos
à vontade um com o outro. — Digo gentilmente.

Ela pisca, apertando os lábios em uma linha fina. É a


única rachadura que percebo na expressão extremamente fria
que exibe. Abaixa os olhos azuis e depois me olha novamente.

— O que deseja saber, Aidan?

— Quero saber se a machuquei.

Ela balança a cabeça e os olhos se enchem de lágrimas.


Russian Bratva #10
— Sim, você machucou. — Admite, a voz um pouco acima
de um sussurro.

Seguro a bochecha dela com a mão e inclino para frente,


e toco seus lábios. É a primeira vez que nos beijamos e é
espetacular. Prometo a mim mesmo e silenciosamente a ela,
que foi a primeira e última vez que causei dor física sem seu
consentimento. Deito de costas na cama, puxo-a contra mim e
a seguro.

Giovanna descansa a cabeça no meu pescoço e respiro


profundamente antes de deixá-la sair. Ficamos assim,
pressionados juntos por pelo menos uma hora. Estou mais
relaxado e calmo do que estive em anos. Acho até que nunca
me senti assim a vida inteira. Não tenho certeza de quem é
essa mulher ou de como foi comprada para mim, mas estou
feliz com isso.
Russian Bratva #10

Capítulo 5

Acordo com um sobressalto. Sentada na cama, olho em


volta e percebo que estou completamente nua sob os lençóis e
sozinha. A espreguiçadeira está vazia e quando encosto no lado
da cama que ocupou, percebo que está fria ao toque. Lembro
que me segurou na noite passada, mas devo ter adormecido
nos braços dele.

Fecho os olhos e balanço a cabeça.

Estúpida. Garota idiota. Nunca deixe que durmam na sua


cama. Nunca fique confortável com eles. Nunca permita que
entrem.

É como se todos os ensinamentos de Madame Carmella


voassem completamente pela janela assim que Aidan passa
pela porta do meu quarto. Eu me amaldiçoo e odeio um pouco
por permitir isso. Deitando, rolo para o lado e percebo algo na
mesinha de cabeceira embaixo do telefone.
Russian Bratva #10
Pego o pedaço de papel com uma careta. As palavras
estão escritas em letras pequenas e sem os óculos de leitura,
nunca conseguirei decifrá-las. Viro para a mesa de cabeceira
novamente, abro a gaveta e pego os óculos de aro preto. Eu o
amo e acho que fica ótimo em mim, mas Madame Carmella
sempre disse que nunca deveria demonstrar qualquer falha ou
fraqueza. Por isso, nunca, nenhum cliente já o viu.

Enfiando o lençol sob os braços, pego o bilhete de novo e


leio:

“Giovanna,

Por favor me desculpe sinceramente por ter sido áspero.


Entenderei se escolher não me ver novamente.

Descanse bem,

Aidan. ”

A caligrafia dele é pequena, nivelada e precisa. Dobrando


o papel novamente, guardo-o na gaveta da mesa lateral e
coloco os óculos em cima dela. Saindo da cama, entro no
banheiro e decido tomar um banho de Sal Epson quente.

Estou dolorida. Não apenas minha vagina dói, o corpo


todo está sensível. Não me incomodo em olhar para mim
mesma no espelho. Estou com muito medo do que posso ver.

Quando a água quente enche a banheira, testo a


temperatura com o dedo do pé e meu telefone começa a tocar
nesse instante. Corro de volta para a cama e o alcanço,
Russian Bratva #10
pegando-o e atendendo sem olhar para a tela. Presumo que
seja Moriz, já que apenas ele e Aidan têm esse número.

— Olá. — Atendo sem fôlego.

— Giovanna. — Ouço a voz profunda de Aidan ressoar.

Sinto a respiração falhar e me amaldiçoo, esperando que


não tenha ouvido. Volto para o banheiro e me dirijo à banheira.

— Aidan? — Murmuro.

— Você está bem? Parece sem fôlego. — Pergunta, a voz


cheia de preocupação.

Preferia que tivesse mandado uma mensagem ao invés de


ligar. Sou melhor com mensagens de texto. Tenho mais tempo
para pensar nas respostas e estou afoita no momento.

— Estou bem. Estava entrando na banheira e tive que


correr pelo quarto. O telefone estava na mesa de cabeceira. —
Explico.

Ele ri, o som profundo praticamente vibrando através do


telefone. Encolho quando sento na água quente e tento não
fazer barulho, apreciando a voz dele demais para o meu próprio
bem.

— Só queria verificá-la, A Rùnsearc. — Diz, a voz um


pouco acima de um sussurro, profunda e gutural.

Deus! É sexy da cabeça aos pés, mesmo por telefone.


Limpando a garganta, deito de volta na banheira.
Russian Bratva #10
— Ficarei bem, Aidan. Não há necessidade de se
preocupar comigo.

— Tenho um compromisso hoje à noite que


provavelmente durará até tarde, mas gostaria de vê-la depois.

Pressiono os lábios juntos e penso no meu pobre corpo,


perguntando-me como irei aguentar mais. Não acho que possa,
mas também sei que não posso me negar a ele.

— Estarei aqui.

Ouço alguém falando ao fundo e então um ruído soa no


meu ouvido. Consigo ouvir a voz abafada de Aidan e percebo
que está falando com essa pessoa. Alguns segundos depois,
ouço novamente a voz dele claramente.

— Ok, a verei esta noite em algum momento. Vai me


deixar entrar?

— Tudo bem. — Respondo, mas não me ouve, no entanto.


A linha já está muda. Gentilmente coloco o telefone no chão do
banheiro e me inclino para trás, tentando relaxar. Não sei
como terei mais de Aidan esta noite.

Mas terei que superar isso. O que temos não é sobre mim
e nunca será. É meu cliente e o que quiser, sempre obterá. É
o meu trabalho e dever satisfazê-lo e apaziguá-lo de qualquer
maneira possível. Só espero que não me quebre no processo.
Russian Bratva #10

Terminando a ligação, coloco o telefone na mesa e olho


para ele por um momento. Sinto a culpa rastejar por mim. Eu
a machuquei. Realmente a fodi e machuquei. Não consegui me
controlar e uma parte minha também não deu à mínima. E não
tenho certeza se ainda dou. Mas ver lágrimas nos olhos dela e
saber que as causei, fez com que sentisse alguma coisa.

Culpa é uma emoção que não sinto há algum tempo e não


gosto disso. Preciso consertar a situação e esta noite, espero
conseguir fazer isso por ela.

— Papai! — Elowen calmamente chama da porta.

Estou trabalhando em casa, porque hoje será nossa festa


familiar e quero estar por perto para supervisionar minha filha
e a organizadora do evento. Erguendo o queixo,
silenciosamente a encorajo a entrar no escritório. Não falo
nada, esperando que faça qualquer pergunta que queira.

— A organizadora do jantar.... Acha que deve haver


cartões marcando os lugares. — Diz.

Bufo. Odeio lugares pré-determinados em jantares, mas


não digo isso a Elowen. Quero saber o que ela pensa.

— E o que pensa sobre isso?


Russian Bratva #10
Enruga o nariz e franze as sobrancelhas escuras.

— Não gosto deles. Acho que as pessoas devem se sentar


onde quiserem. Não quero que ninguém se sinta
desconfortável. — Explica.

— Boa menina. — Rio. — Fodam-se os cartões. É um


jantar em família. Se brigar com você sobre isso, mande-a aqui.
— Resmungo.

Elowen sorri largamente e posso dizer que realmente quer


dizer à planejadora que enfie os cartões na bunda. Ou talvez
queira que eu faça isso por ela. Não diz mais nada e sai do
escritório.

Rio, pensando em quão jovem a simples atitude a faz


parecer. Às vezes esqueço que ainda é apenas uma garota.
Logo chegará à adolescência e a perderei. Mas é bom poder me
lembrar da garota que ainda é.

— Senhor? Queria falar comigo? — Pergunta a


organizadora, entrando no escritório alguns minutos depois.
Vejo que entra, fecha a porta e a tranca atrás dela.

Sem falar nada, continuo a observá-la. É bonita, tem


cabelos loiros descoloridos e um corpo extremamente magro.
Não é meu tipo embora. Usa muita maquiagem, é muito magra,
tem seios pequenos demais e a bunda é inexistente. Prefiro
uma mulher natural, com curvas. Sempre preferi.
Russian Bratva #10
— Elowen está no comando da festa. Seu único trabalho
é ajudá-la. Se diz que não quer cartões marcando os lugares
para o jantar, então não haverá cartões. Isso não é algo com o
qual eu deveria lidar agora, ou em qualquer outro momento.
— Afirmo, olhando em seus olhos.

Ela ergue o queixo e caminha lentamente em minha


direção, felizmente parando bem na frente da mesa. Inclina-se
e mostra os seios planos, os quais nem me incomodo em olhar.
Em vez disso, mantenho os olhos nos dela.

— Sim, senhor. — Sussurra, tentando parecer sedutora.


A arte está perdida nela. Não é Giovanna. — Há mais alguma
coisa que possa fazer por você? Que precisa de mim?

Resmungo e me inclino na cadeira. Poderia fazê-la chupar


o meu pau rapidamente, mas não estou nem um pouco duro.
Não sinto absolutamente nada e iria demorar para conseguir
gozar. Mas começa a andar em volta da mesa, enquanto tento
lembrar o nome dela e não tenho a mínima ideia de qual é.

Vejo que para ao meu lado e ajoelha.

— Venho sonhando com o que está por baixo dessas


calças há anos. — Sussurra, segurando o cós das calças que
uso e essas palavras emitem um alarme.

Agarro seus pulsos e os aperto fortemente. Arregala os


olhos verdes e olha para mim, surpresa.

— Anos? — Pergunto.
Russian Bratva #10
Balança a cabeça, morde o lábio inferior e o molha com a
língua, abaixando as pálpebras e tentando me dar um olhar
sexy. Não funciona. Só a faz parecer meio desequilibrada.

— Trabalhei em eventos que sua esposa planejou desde o


casamento de vocês. Estou de olho no grande Aidan O ‘Neil há
anos. Eu o quis desde que o vi no altar do casamento. É um
irlandês grande e forte. Porra, é o homem mais sexy que já vi!

— O fato de ter dinheiro não é ruim também, não é? —


Pergunto, mantendo a voz baixa e uniforme.

Ela sorri.

— Dinheiro e um corpo de matar. Não, tudo funciona em


você. — Responde.

— Além disso, há o fato de eu ser o mais velho O ‘Neil.


Diga-me, quantos dos meus irmãos você já fodeu?

É apenas um palpite, mas geralmente sou foda quando


desconfio de algo. Vejo como as bochechas dela coram e é
quando percebo que estou certo. Esta cadela vem tentando
entrar na família há anos. No entanto, realmente não tem a
mínima ideia de como trabalhamos.

— Todos eles. — Admite com um sorriso tímido. — Ficaria


mais do que feliz em transar com qualquer um deles
novamente se você estivesse nisso. — Diz, piscando.

Quase rio na cara dela.


Russian Bratva #10
A planejadora de festas sem nome mexe os dedos e
permito que termine de desabotoar as minhas calças. Observo-
a curiosamente. Não estou nem há meio mastro. No entanto,
quando chega por baixo da cueca boxer e começa a me
acariciar, meu corpo assume o controle.

Sem uma palavra, inclina-se e me leva à boca. Assisto


como balança a cabeça sobre o meu pau por um minuto e
então fecho os olhos. Não consigo olhar para ela. Minha mente
se enche com a visão de Giovanna ajoelhada. Finjo que é quem
está me chupando e que é a língua dela que me prova, com
aqueles lábios carnudos em volta de mim.

Deixo escapar um rosnado baixo, lembrando-me da visão.


Porra, não sei como aguentarei até mais tarde para vê-la
novamente. Preciso dela, cada parte dela.

Essa cadela me chupando é desleixada. Por isso, a


alcanço, agarro o cabelo dela na mão e meto com tudo,
forçando-a a tirar tudo de mim. Sinto que fica agitada, mas
não dou a mínima.

Rosnando, fodo sua boca. Sou duro, implacável e


provavelmente os sons que ouço são de protesto quando enfio
o pau até atingir a garganta dela. Quando estou perto, puxo
para fora e gozo. Fica ali, de joelhos, com o rosto cheio de
lágrimas, saliva e esperma enquanto abro os olhos.

— Você... você... — Balbucia.

Rio.
Russian Bratva #10
— Saia da porra desta casa! Seus serviços não são mais
necessários.

Arregala os olhos e fica de pé, com as pernas trêmulas.

— Aidan? — Pergunta.

— Sou um O ‘Neil e você não é nada além de uma


prostituta que está tentando entrar na família. Não sei por que
realmente não dou a mínima. Pode sair agora. — Afirmo.

Virando a cadeira, encaro a mesa novamente e começo a


fingir que estou escrevendo no bloco de anotações. Ainda estou
com o pau para fora e preciso guardá-lo, mas preciso limpar a
saliva da cadela primeiro.

Sem olhar para cima, ouço a porta do escritório abrir e


fechar. Rapidamente, pego um lenço de papel, limpo-me e
levanto, ajustando o pau e a calça. Suspirando, saio atrás da
minha filha. A festa é hoje à noite e tudo já deve estar
configurado. No entanto, quero ter certeza de que não precisa
de ajuda extra agora que demiti a prostituta.

— Ela correu daqui como se sua bunda estivesse em


chamas. O que fez? — Caleb pergunta do sofá, assim que entro
na sala de estar.

Rio. Se o menino soubesse....

— Demiti a incompetente. — Afirmo.

Caleb solta uma risadinha, antes de se sentar.


Russian Bratva #10
— Bom, ela era uma cadela.

Bato na parte de trás da cabeça dele e falo para não dizer


essa merda de novo, mesmo que esteja rindo o tempo todo em
que o repreendo. Depois, vou em direção à Elowen, para ver se
precisa de alguma ajuda. Espero que esta festa termine sem
problemas e que não se estenda até tarde da noite. Realmente
quero ver Giovanna.
Russian Bratva #10

Capítulo 6

Olhando em volta, não posso deixar de sorrir. Está cheia,


não apenas com meus filhos, mas com sobrinhas, sobrinhos,
irmãos e irmãs. O clã O ‘Neil teve um ano difícil, mas quando
olho para todos os rostos sorridentes, sei que sairemos por
cima.

— Você parece diferente. — Observa Devyn, enquanto se


senta ao meu lado.

Já jantamos, aproveitamos a sobremesa e agora estamos


apenas curtindo a companhia um do outro. Levo a bebida aos
lábios, tentando mostrar ficar impassível, mas tenho certeza
de que ela pode ver através de mim. Devyn é o bebê da família
e sendo o mais velho, sempre foi meu ponto fraco. É uma das
únicas pessoas para a qual nunca levantei a guarda.

Balanço a cabeça e engulo o uísque.


Russian Bratva #10
— Não há nada diferente, Devvy. Só que é bom não ter
mais a cadela nas minhas costas. — Digo, dando de ombros ao
me referir à Fallon.

Timofei aparece alguns minutos depois, com um sorriso


firme nos lábios e Devyn me aperta o joelho ao ficar de pé.

— Espero que o mereça, seja ela quem for. — Diz, antes


de ir embora.

Arregalo os olhos em estado de choque.

— Não disse uma merda, se é isso que está pensando. —


Timofei anuncia ao sentar-se na cadeira em que Devyn estava.

Limpando a garganta, olho para ele. No entanto, está


focado na esposa. Vejo e sorrio. É tão apaixonado pela minha
irmã.... Sei, apenas olhando para eles, que tomei a decisão
certa quando o apoiei.

Virar chefe da família não é algo que aconteceu


facilmente, especialmente porque meu pai era o líder do nosso
grupo. Mas não estava tomando as decisões certas para a
família ou para a nossa organização. Assim como o pai de
Timofei. Somos mais parecidos do que qualquer um de nós
gosta de admitir e talvez seja por isso que trabalhamos bem
juntos.

— Trará Giovanna para os eventos a partir de agora,


suponho. — Diz sorrindo.

Rio, balançando a cabeça.


Russian Bratva #10
— Não, não acredito que Giovanna me acompanhará para
qualquer lugar.

Timofei franze a testa.

— Não gosta dela? — Pergunta preocupação óbvia


estragando suas feições.

Levanto o queixo e respondo:

— Gosto muito dela. Mas é uma prostituta, Tim. Não é o


tipo de mulher que levaria em público, ou traria para perto dos
meus filhos.

Timofei resmunga, obviamente descontente com a


resposta, enquanto se levanta.

— Não deveria dizer quem ela é. Deveria apenas deixar


que pense assim e permita que viva nessa falsa realidade, com
a mente fechada. — Diz.

— Está tentando dizer que ela não é uma prostituta? —


Pergunto, levantando uma sobrancelha.

Timofei solta uma gargalhada sem humor.

— Oh, é uma prostituta. A melhor que os italianos tinham


para oferecer. — Diz sorrindo. — E a mais cara também.
Poderia estar fazendo muito dinheiro com ela. No entanto,
estupidamente pensei em entregá-la a você.

— Por quê? — Pergunto.


Russian Bratva #10
Seu sorriso cresce.

— Porque se livrou daquela sua esposa traidora, que foi


uma cadela para Devyn. Não sei. Pensei que o príncipe caído
merecia uma princesa caída também. Pensei que ela poderia
fazê-lo feliz. Estou apaixonado e tentando ajudar outras
pessoas. — Ri.

— Princesa caída? — Pergunto.

Timofei dá um passo para longe de mim e virando a


cabeça, olha para mim.

— Acho que deixarei que ela mesma conte essa história,


caso se incomode de perguntar sobre isso. — E sem outra
palavra, afasta-se de mim.

Passo o resto da noite sentado na cadeira, observando a


família ao redor. Algumas horas após o discurso de Timofei, a
festa começa a diminuir. Olho para o telefone e percebo que
são onze da noite. A babá leva meus filhos para a cama
enquanto a agradeço. Todos os convidados saem, menos
Mannix e a esposa.

Ela começa a andar pela casa, arrumando tudo. Não


precisa fazer isso, sabe que tenho empregadas. Está apenas
tentando se ocupar para que Mannix e eu possamos conversar.

— Fallon se foi, seus filhos parecem bem ajustados com


isso, já que ela realmente nunca estava por perto, e você teve
um jantar de família bem-sucedido. — Diz.
Russian Bratva #10
Ergo o queixo, ficando de pé e sem olhar para trás, saio
para o pátio dos fundos e pego cigarros no bolso. Acendo um e
espero a porta dos fundos fechar.

— Ainda está fumando? Merda, se matará irmão. — Ri.

Ofereço o maço, observando quando pega um e depois


tira um isqueiro do bolso.

— Seremos enterrados juntos. — Rio.

— Quem é ela? — Pergunta baixinho.

— Por que todos vocês continuam me perguntando isso?

Ele inclina a cabeça para o lado e realmente olha para


mim.

— Você realmente não se vê quando olha no espelho, não


é? — Pergunta.

— O quê?

Traga e solta a fumaça antes de responder.

— Quem quer que ela seja, ficou por baixo da sua pele.
Vejo o que todos veem. Não é mais a merda miserável que era
quando estava com Fallon. Não é mais o viciado em trabalho
resignado que era quando livrou-se da cadela. Está diferente.
Você parece esperançoso, quase como se estivesse cheio de
excitação antecipada. Não é óbvio para quem não o conhece,
mas está aí.
Russian Bratva #10
Erguendo a mão, esfrego o rosto e depois a passo pelo
cabelo.

— Não é o que pensa. — Murmuro.

— Oh, acredito cem por cento nisso. Também acredito


que não é o que você pensa. — Diz, vira-se e vejo como
acompanha os movimentos da esposa pela janela. — Nunca é
o que espera que seja Aidan. Vida, amor, casamento, família...
Nunca!

Limpo a garganta, colocando a mão no ombro dele.

— Precisa conversar? — Pergunto.

Mannix ri, limpando a garganta.

— Só quero dizer que quando casei com Nola, achei que


tinha tudo planejado. Não sabia nada. Nada mesmo. Agora,
posso dizer que embora a minha vida não tenha sido
exatamente como esperei, não mudaria nada sobre ela. —
Afirma. — Não coloque barreiras. O que quer que tenha com
essa mulher, deixe acontecer naturalmente.

Mannix se afasta de mim. Eu o vejo ir para dentro da casa


e continuo a observar quando coloca a mão nas costas de Nola
e a beija. Não consigo desviar os olhos deles. Ela sorri e coloca
a mão em sua bochecha. O amor dos dois é repugnantemente
perfeito.

Sinto um pouco de ciúmes do meu irmão. Nunca tive o


que ele tem com a esposa. Achava que amor não importava,
Russian Bratva #10
não realmente. Eu tinha Fallon e sempre tive o amor dos meus
filhos. Achei que era o suficiente.

Agora, depois de ver Timofei e Devyn, realmente olhar


para Mannix e Nola, estou pensando que gostaria disso para
mim. Embora, não ache que vá encontrar isso com uma
prostituta, não importa o que Timofei pense ou diga.

Giovanna é linda, sexy e sinto que há tanto sobre ela que


não sei.... No entanto, isso não anula o fato de que é uma
prostituta. Mas pensar em namorar outra mulher enche-me de
pavor.

Apago o cigarro e decido ignorar os pensamentos pelo


resto da noite. Vou atrás da tentação que se chama Giovanna.
Andando pela casa, apago todas as luzes e caminho
silenciosamente para a garagem em direção ao carro que está
esperando. Sem outro pensamento, entro no banco do
motorista, pressiono o dedo no botão que liga o carro e em
seguida, o botão da porta da garagem. É depois de meia-noite,
mas sei que esperará por mim, assim como disse que
esperaria.

O caminho para o condomínio de Giovanna é rápido.


Timofei definitivamente tinha em mente onde moro e onde
localiza-se meu escritório quando a colocou lá. Pensando nas
palavras dele, estou cada vez mais curioso sobre essa mulher.

Uma princesa caída....

O que diabos isso significa?


Russian Bratva #10
Encontrando um lugar, estaciono e saio rapidamente.
Usando a chave do prédio, abro a porta da frente e entro.

Olho para a chave do apartamento e para o chaveiro de


couro que ainda está preso a ela, enquanto subo as escadas.
Quando chego na porta dela, sinto o coração começar a
acelerar ao destravá-la com a chave que tenho. Empurro-a de
volta no bolso enquanto caminho, trancando-a atrás de mim.
Em seguida, vou para o quarto de Giovanna.

Quando saí, ela estava dormindo. Parecia mais jovem e


vulnerável. Não achei possível, mas naquele momento, quis
ficar. Foi um pensamento estúpido e me torturei por isso
imediatamente depois que entrou na minha cabeça.

Como poderia manter uma prostituta? Como seria amante


de uma mulher que vende a boceta?

Ela nunca poderia ser nada além de um segredo sujo.

A luz e a música que saem do quarto são baixas e sei que


está esperando por mim. Quando chego ao batente da porta,
examino a sala e quando a encontro, não consigo esconder a
surpresa que sinto.

Está deitada sob os lençóis, com a cabeça apoiada em


dois travesseiros. Mas não é isso o que me surpreende. Está
usando um par de óculos de aros pretos, tem um livro na mão
e está dormindo. Parece uma secretária sexy.
Russian Bratva #10
Removo o terno, coloco na cadeira chique no canto e ando
até ela. Suavemente, retiro os óculos dela e fecho o livro,
colocando-os na mesa de cabeceira. Apago a luz do quarto,
volto para a cama e entro por baixo dos lençóis. Tenho sorte de
que goste de vários travesseiros na cama. Está usando dois e
ainda deixou dois para mim.

Rolando de lado, envolvo a mão em torno da cintura fina


e passo uma perna por cima das dela, enterrando o rosto em
seu pescoço e fechando os olhos. O sono me toma quase que
instantaneamente, algo que nunca aconteceu antes.

Algo quente me envolve por trás. Eu me aconchego e


congelo quando percebo que é um corpo. Olhando para baixo,
vejo uma mão descansando no estômago e suspiro quando esta
se move para o seio. Aperta-me com firmeza e coloca a boca no
meu pescoço.

— Bom dia, A Rùnsearc. — Diz, contra mim.

Relaxo instantaneamente, mas isso dura apenas um


segundo. Arregalo os olhos e sinto o coração disparar quando
percebo que não é noite, que já amanheceu. Não fiquei
Russian Bratva #10
acordada até tarde o suficiente para esperá-lo e não acordei
quando entrou no apartamento. Estraguei tudo, enormemente.

— Relaxe, Vanna. — Sussurra.

Meu estômago revira quando encosta os dedos no topo da


minha boceta. Ainda sinto dor, mas depois do desastre de
ontem à noite, não consigo nem mesmo dizer isso a ele. Por
isso, espalho as coxas e levanto uma perna para enganchar na
dele. Toca-me levemente, girando em torno do clitóris, antes de
voltar a me acariciar.

— Aidan. — Digo.

Prova meu pescoço com a língua e diz:

— Apenas relaxe, deixe-me brincar.

Obedeço, relaxando as costas contra o peito dele


enquanto me toca. Não demora muito para que o calor comece
a me preencher de dentro para fora e a percorrer o corpo todo.
Deus, o homem sabe como me tocar, tem dedos praticamente
mágicos.

Remexo os quadris e estou tão perto de gozar apenas com


essas carícias que choramingo quando se afasta de mim.

— Fique de joelhos. — Exige.

Quero gritar, dizer que não, mas não faço isso. Obedeço
e fico de quatro. Fecho os olhos, esperando que não doa demais
Russian Bratva #10
quando entrar em mim. Mas pulo e solto um pequeno grito
quando sinto algo macio e úmido me tocar.

Olho para trás e vejo Aidan sorrindo. Está de quatro


também, mas ao invés de me preencher com seu pênis, está
com o rosto a poucos centímetros do meu centro.

— Não posso falar agora. — Murmura, enquanto agarra-


me pelos quadris e me puxa contra ele.

Deixo escapar um longo gemido abafado quando sinto a


língua deslizando na fenda úmida, antes de chupar meu
clitóris. Empurro os quadris para mais perto dele,
silenciosamente exigindo mais de sua boca. Alguns homens
gostam de comer boceta, alguns odeiam e outros só fazem isso
por obrigação. Ainda não sei exatamente em qual categoria
Aidan se encaixa, mas não dou à mínima.

Absolutamente, é o melhor que já tive.

É a coisa mais difícil que já fiz na vida: ficar quieta ao


sentir Aidan saboreando a minha boceta. Choramingo,
movendo involuntariamente os quadris, enquanto monto seu
rosto. Estou tão perto do clímax que mordo o interior da
bochecha até o ponto de sangrar.

Quando gozo, recuo gritando, soluçando e tremendo, mas


Aidan não para. Na verdade, faz horas extras com a língua e
só quando desmorono completamente na cama é que diminui
o ritmo e eventualmente retira o rosto de entre as minhas
pernas.
Russian Bratva #10
Beija-me a bunda e vai subindo pelas costas até que
chega em meu ombro.

— Desculpe-me. Machuquei você ontem.

— Aidan. — Suspiro, fechando os olhos.

Fez isso por obrigação.

Esse é o homem que é. Sentiu-se obrigado a me comer


como uma maneira de se desculpar. Não deveria deixar que
isso me incomodasse. O tipo de mulher que sou... Ele não
precisava fazer nada disso. No entanto, dói mesmo assim.

— Obrigada. Agora não vamos mais mencionar isso, ok?

Ri, e sinto o hálito quente sobre a pele.

— Ok, A Rùnsearc. — Rolo sob ele e ajusto as pernas,


espalhando-as amplamente para que caiba entre elas. — Não!
— Diz, entredentes.

Mas posso sentir o comprimento duro contra meu centro


molhado, embora. Levando a mão entre nós, envolvo-a em
torno dele e gentilmente o acaricio.

— Aidan, por favor. — Exalo.

Sua resolução enfraquece e sei disso instantaneamente.


Vejo como expande as narinas e retira a minha mão do
caminho, lentamente introduzindo a cabeça dentro de mim.
Russian Bratva #10
Move os quadris e ergo as pernas para que possa entrar
ainda mais fundo a cada golpe. Achava que era bonito vestido
de terno, ou com o cabelo levemente desarrumado, mas estava
errada. Ele é absolutamente de tirar o fôlego pela manhã. Tem
a barba por fazer, os olhos estão meio fechados e preguiçosos
pelo sono, o cabelo preto parece uma massa grossa e
incontrolável e nunca vi nada mais bonito antes.

Aidan abaixa a cabeça e suspiro profundamente quando


me beija. Fecho os olhos ao sentir a língua afundando na
minha boca e a abro para ele. É nosso primeiro beijo e o aceito
completamente. Estupidamente abro cada parte de mim para
este homem, enquanto permito que faça amor comigo.

Estou além de problemas agora. Estou incorrigível. A


fraca proteção que tinha contra ele, desmorona completamente
quando começa a acelerar os quadris e sua boca me consome.
Aidan consome todas as partes de mim, arruinando-me.
Russian Bratva #10

Capítulo 7

Entrando no escritório, ainda posso sentir Giovanna nos


lábios. Cristo, a mulher me consumiu. Não sei se conseguirei
ficar longe dela. Senti-la em torno do meu pau era uma coisa,
mas saborear aquela boceta suculenta e depois a boca dela...
Porra! Estou acabado.

Nunca tive nada mais doce. Nem mesmo com Fallon, que
era virgem, experimentei algo tão doce quanto com essa
prostituta. E não sei como me sinto sobre isso. Como posso ter
mais sentimentos por uma prostituta do que por uma mulher
que foi minha esposa por quase duas décadas?

— Está imerso em pensamentos, irmão. — Shaughan


anuncia, antes de sentar na cadeira na minha frente.

Levanto os olhos para ele e sorrio.

— Acho que estou. — Digo.

— Sei que não está dizendo a ninguém, mas quem é ela?


Russian Bratva #10
Pensando nas palavras, inclino-me para trás e fixo os
olhos nele.

— Existe alguém, mas não importa, no entanto. Nunca


irá a lugar algum. — Admito a verdade.

Meus irmãos são amigos e são os homens nos quais mais


posso confiar. Mas meu irmão Callum tornou-se um traidor,
por isso sei que nunca posso confiar totalmente em alguém
neste mundo.

— Não seja uma boceta. — Afirma, levantando-se. Ergo


uma sobrancelha e espero que continue. — Quem é? Está
colocando bloqueios imaginários porque está com medo. Ela
não é Fallon. Essa cadela se foi. — Diz e sai do escritório sem
me olhar novamente.

Assisto sua saída e sei que tem razão. Giovanna não é


Fallon. Poderia dizer nos primeiros cinco minutos em que a
conheci, que Giovanna não é nada parecida com a minha ex-
esposa. Ela é diferente e realmente gosto dela. Mas nada disso
muda o fato de que é uma prostituta. De forma alguma poderia
trazê-la para perto de meus filhos e se não posso fazer isso,
então não há futuro para nós, mesmo que ela seja o que
Timofei chamou de “princesa caída”. E ainda não sei o que
diabos ele quis dizer com isso.

Ouço o telefone tocar, distraindo-me dos pensamentos.


Alcançando-o, atendo rapidamente.
Russian Bratva #10
— Temos um problema, chefe. — Avisa um dos meus
homens, Tadhg, do outro lado da linha.

— Que tipo de problema? — Rosno.

Ele limpa a garganta.

— Precisa ver por si mesmo. Mandarei o endereço. —


Murmura, antes de terminar a ligação.

De pé, pego o celular e me encolho ao ver o endereço. Sei


exatamente onde Tadhg está e se há um problema lá, então
temos grandes problemas. Entro no bar e decido trazer um dos
meus irmãos comigo, só por precaução.

— Shaughan, venha comigo. Temos algo para verificar. —


Anuncio.

Olha para cima antes de limpar o bar e sorri. Balanço a


cabeça e continuo em direção ao carro. Destravo, entro no
banco do motorista e pressiono o botão para ligá-lo, enquanto
Shaughan senta-se no lado do passageiro.

— Sabe, se eu ganhasse mais dinheiro, talvez pudesse ter


um carro como o seu, irmão. — Diz, enquanto dirijo para a rua.

— Se não gastasse todo o seu dinheiro em relógios caros,


sapatos e cadelas, provavelmente poderia ter uma Picape como
a minha. — Rio.

Ele bufa.
Russian Bratva #10
— Provavelmente. Mas acho que terminei com as vadias
por um tempo. — Diz, dando de ombros.

Não digo nada. Quando estiver pronto, falará. É óbvio


para mim agora que tinha algo a dizer mais cedo no escritório,
mas decidiu se concentrar em mim.

— Vou me casar com Keanna. — Finalmente, admite.

— Mas?

Gira a cabeça nos ombros, antes de responder:

— Mas ela não é irlandesa. Porra, é inocente pra caramba.


Não tem ideia do que faço para viver. — Murmura.

— É melhor casar-se primeiro então. Conte depois. — Rio.

Vira-se para mim, mas estou dirigindo, por isso


mantenho os olhos fixos à frente.

— Acha mesmo? Isso seria legal?

— Ela pode não pensar assim. Mas se é o que quer, tome-


a. — Digo. — Está com você tempo suficiente, acho.

Ele tosse, escondendo a risada.

— Deve seguir o próprio conselho, irmão. — Aponta.

Balanço a cabeça, paro na casa e coloco o carro no


estacionamento.
Russian Bratva #10
— Ela sabe o que sou. Talvez não quem eu seja
exatamente, mas sabe que estou na organização. O problema
é quem “ela” é. — Admito.

Shaughan arregala os olhos e ergue o queixo antes de


abrir a porta do carro, dizendo:

— Aventure-se, irmão. Tenha certeza de que não está


criando problemas onde na verdade não existem. Não ignore o
que poderia ser algo grande em sua vida. Especialmente se ela
o faz sorrir. — Não diz mais nada e sai do carro, dirigindo-se
ao nosso destino.

Ele não está errado, mas também não está certo.


Giovanna não é negra ou branca. Minha Giovanna é cinza.

Sigo atrás dele, tentando empurrá-la e o que somos para


fora dos meus pensamentos. Tadhg está esperando na varanda
da frente fumando um cigarro enquanto subimos. Olha-me e
balança a cabeça uma vez.

— Filhos da puta. — Resmunga.

— Importa-se de esclarecer o que diabos está


acontecendo? — Pergunto, como saudação.

Ele cumprimenta Shaughan e os olhos cinzentos viram-


se para mim.

— Vim pegar o produto para entregar às tripulações e


encontrei um massacre. — Explica, enquanto apaga o cigarro.
Caminha até a porta da frente, gira a maçaneta e entra.
Russian Bratva #10
Shaughan está atrás dele e eu, na retaguarda. A casa não tem
mobília, à exceção de uma TV de tela grande e mesas alinhadas
com cadeiras de metal.

É onde embalamos os produtos.

Esses homens fazem parte da equipe, iniciantes de nível


inferior na organização. São mais meninos que homens. Estão
todos de bruços na mesa, com uma bala na parte de trás da
cabeça de cada um. Todos os dez.

Tadhg está certo. Foi um maldito massacre.

— Onde está o produto? — Pergunto, enquanto percorro


com os olhos a sala.

— Tudo se foi. E recebemos uma remessa completa


ontem. — Afirma. — Porra, porra, porra!! — Grita, antes que
eu possa.

— Onde está a segurança?

— Há mais cadáveres empilhados no quintal. — Anuncia


Tadhg.

— Cristo! — Assobio.

Todo o produto desapareceu. Centenas de milhares de


dólares em drogas foram embora. Esta casa não tinha
vigilância, porque tinha segurança em tempo integral e que
morava aqui. Virando para o corredor, entro no quarto do
guarda.
Russian Bratva #10
A porta está trancada, então a derrubo. Dentro, vejo a
cama desfeita e a merda dele espalhada pelo lugar todo. À
primeira vista, parece ter sido saqueado. No entanto,
caminhando pelo espaço, percebo que o idiota se foi. A maioria
das roupas dele não estão nas gavetas. Algumas peças estão
no chão, mas não o guarda-roupa inteiro e os armários estão
praticamente vazios.

— Quem era o segurança daqui? O corpo dele está lá fora


em qualquer lugar? — Pergunto a Tadhg.

Ele desaparece e vai para o lado de fora e posso sentir a


presença do meu irmão atrás de mim.

— Porra! Nosso próprio homem se tornou um traidor.


Estou farto deles! — Rosna.

— Não diga nada. — Ordeno.

Menos de cinco minutos depois, Tadhg aparece e o olhar


em seu rosto me diz tudo o que preciso saber. O segurança da
casa se foi e a droga também. Todos estão mortos. Não é
preciso ser um gênio para descobrir o que houve. No entanto,
precisamos descobrir o porquê.

— Passe-me todas as informações sobre ele. Quero o


nome, informações sobre a família, tudo o que puder descobrir.
— Exijo.

Tadhg ergue o queixo.

— E quanto ao produto, chefe? — Pergunta, preocupado.


Russian Bratva #10
Passo a mão pelos cabelos, suspirando. Não tenho mais
produto chegando e ainda preciso pagar o tributo que isso
renderia aos russos. Não importa o que, estou sob as ordens
deles. Não dão a mínima para os meus homens, só querem o
dinheiro deles.

Porra!

Tenho mais do que o suficiente em uma conta no exterior


para cobrir tudo, mas transferências bancárias são um alerta
para os federais. Dinheiro vivo é melhor no meu mundo, no
nosso mundo.

Preciso pensar sobre isso. Meus homens precisam de


dinheiro para alimentar as famílias, o que significa entregar o
produto em suas mãos.

— Limpe essa bagunça. Terei algo para você amanhã. —


Digo, antes de me virar para sair.

Tadhg levanta o queixo e murmura um sim chefe, antes


sair correndo. Posso ouvi-lo no telefone alguns segundos
depois chamando por uma equipe de limpeza.

— O pensa em fazer? — Shaughan pergunta.

Balanço a cabeça, olhando em volta da bagunça.

— Encontrarei este pedaço de merda, mas antes, ligarei


para Timofei e pedirei mais mercadoria.

— Dirá o que aconteceu?


Russian Bratva #10
Dou de ombros.

— Ainda não tenho certeza. — Admito.

Shaughan não diz nada, mas posso ouvir o que está


pensando. Eu devo dizer a Timofei o que aconteceu. E vou,
eventualmente. No entanto, quero encontrar esse filho da puta
antes. Quero rasgá-lo em pedaços por se atrever a me trair e
roubar. E não quero que ninguém me pare.

Não que ache que Timofei tentaria me impedir. Somente


acho que tentaria entrar em ação e por algum motivo, quero
esse merda só para mim.

— Pense bem sobre isso e avise-me. Pegarei o nome desse


cara e enviarei para Mannix, para ver se consegue alguma
informação. — Oferece Shaughan.

Concordo com a cabeça e ele se vira, deixando-me


sozinho no quarto. Sinto a adrenalina fluir através de mim e
sei que preciso liberá-la. Poderia trabalhar isso indo para uma
corrida. No entanto, não é o que quero agora. Tirando o celular
do bolso, envio um texto:

“Esteja pronta em trinta. Esteja pronta para mim”.

Não guardo o celular no bolso ainda. Olho para a


mensagem enviada e espero que responda.

“Estarei esperando”.
Russian Bratva #10
Sorrio. Guardando o celular no bolso das calças, afasto-
me do quarto e vou em direção a Shaughan, que está digitando
algo no telefone enquanto fala com Tadhg. A porta da frente se
abre e reconheço a equipe de limpeza. Nenhum deles parece
surpreso ante a visão na frente deles. Já viram mais cadáveres
do que provavelmente podem contar.

Shaughan corre na minha direção, guardando o celular


no bolso.

— Tenho o nome dele. Podemos começar por aí. —


Informa.

— Vamos. — Rosno.

Saímos da casa e entramos no carro, indo em direção ao


bar. Corro pelas ruas da cidade enquanto Shaughan fala com
Mannix no telefone o tempo todo. Quando paro, ele desliga e
olha para mim, confuso ao perceber que não desliguei o carro.

— Não descerá? — Pergunta.

Nego e não olho para ele quando respondo, com medo de


que veja a verdade escrita em meu rosto.

— Voltarei mais tarde. O telefone estará ligado. Ligue-me


se receber alguma informação nova. — Ordeno.

Abre a porta do carro, mas não a fecha. Inclina-se e só


então viro para encará-lo.
Russian Bratva #10
— Seja ela quem for, diga oi. — Ri e depois fecha a porta.
Arranco, dando um soco no volante antes de ir em direção à
Giovanna.
Russian Bratva #10

Capítulo 8

Franzo a testa quando olho em volta. O apartamento não


está exatamente como gostaria, ao receber um convidado. No
entanto, não há nada que possa fazer sobre isso agora. Tenho
somente trinta minutos até que esteja aqui. Ou devo dizer,
antes que ele volte?

Aidan ficou a noite toda e esta manhã, ouso dizer, foi a


melhor noite que já tive em toda a vida. Não o esperava tão
cedo. Fico feliz que pelo menos tenha tomado banho, mas o
apartamento não está perfeito.

Visto apenas um curto robe floral de seda e arrumo


rapidamente a cama. Depois corro para a cozinha e coloco os
pratos do café da manhã na lava-louças. Estou enxaguando
um copo na pia quando sinto uma mão me envolvendo pela
cintura.

Levo um susto e solto o copo.


Russian Bratva #10
— Vanna, A Rùnsearc, sou eu. — Aidan ri atrás de mim.

Coloco a mão no coração por um momento e fecho a


torneira, antes de me virar. Com as mãos na curva dos meus
quadris, inclina o queixo para baixo e os olhos azuis me olham
diretamente.

— Não o ouvi entrar. — Digo.

Sorri e abaixa ligeiramente a cabeça, beijando-me. Deixo


escapar um suspiro quando sua língua gentilmente me
acaricia a boca. Abro-a e sou recompensada ao senti-la dentro
de mim.

Puxa a faixa do robe que uso, fazendo-o se abrir e me


expor. A mão quente me pressiona a barriga e não posso conter
o arrepio que me percorre. Sem dizer sequer uma palavra,
inclina-se um pouco e me agarra pelas coxas, pegando-me no
colo. Coloco as mãos nos ombros largos para me estabilizar
quando ele se vira e me deposita na bancada da cozinha.

— Está tudo bem? — Pergunto. Os olhos azuis fixam-se


em mim e retira o roupão pelos meus braços, jogando-o no
chão.

— Ficará, assim que estiver enterrado dentro de você. —


Afirma.

Abaixa as calças, juntamente com a cueca e as deixa cair


no chão. Não tira a camisa e enrola a mão em torno do pau
duro e grosso, guiando-o em direção ao meu centro. Inclino
Russian Bratva #10
para trás nos cotovelos, inalando profundamente quando o
sinto empurrar-se dentro de mim.

Não estou molhada o suficiente para que entre sem


resistência. Respiro fundo, sentindo a vagina queimar um
pouco quando me estica. Ainda sofro pelo sexo violento que
tivemos há algumas noites. Normalmente, não estar molhada
o suficiente já seria desconfortável, mas agora é quase
intolerável.

— Porra, você é tão gostosa, Vanna! É sempre tão


gostosa... — Ofega.

Retira-se suavemente antes de se enfiar novamente para


dentro, enquanto suspiro. Aidan agarra minhas coxas e me
abre ainda mais e posso sentir que começo a ficar molhada a
cada golpe de seu pênis. Deixo a cabeça cair para trás e gemo.
Com os lábios, envolve um mamilo e roça com os dentes
levemente o broto endurecido antes de mordê-lo e chupá-lo.

— É tão bom! — Geme.

Arqueio para mais perto, apreciando a maneira como me


mordisca e chupa. Na verdade, a boca dele é boa em qualquer
lugar. Posso sentir que sorri quando beija o outro seio,
sugando o máximo que pode do meu seio dentro da boca,
mordendo-o em seguida. Sinto as pernas tremerem, assim
como meu corpo e preciso lutar com todas as forças para evitar
que os cotovelos escorreguem e batam na bancada.
Russian Bratva #10
Soluço quando os quadris de Aidan se movem mais
rápido e os impulsos tornam-se mais duros, a pelve se
esfregando contra o clitóris a cada golpe. Morde-me mais forte
e arquejo, deliciando-me com a doce dor que causa. É quase
demais e, ao mesmo tempo, não é suficiente.

Aperta-me com mais força nas coxas e ergue a cabeça dos


seios, observando meu corpo.

— Ficará machucada. — Rosna, olhando para os seios


expostos. Posso senti-los saltar com cada batida de seus
quadris.

— Bom. — Lamento. — Dê-me mais, Aidan. — Exijo.


Nunca fiz isso antes. A maioria dos clientes que gostam desse
tipo de coisa pedem uma Domme6, o que não sou.

Não vacila ante o pedido. Os duros impulsos se tornam


punitivos e mergulha a cabeça para levar um seio de volta à
sua boca. Sinto a primeira onda do clímax bater assim que
aperta os dentes ao redor do mamilo. Arqueando, fecho os
olhos, enquanto as coxas começam a tremer e a boceta pulsa
ao seu redor, tentando impedir que retire o pau de dentro de
mim.

Retira a boca do seio e começa a repetir:

— Porra, porra, Vanna! Merda! — Sinto o pau dele inchar


e, em seguida, contorcer-se dentro de mim enquanto fica

6
Domme é o nome dado a quem está no comando da relação. No caso, quem domina o
outro.
Russian Bratva #10
plantado profundamente e imóvel. Relaxo os cotovelos,
gentilmente deitando contra a bancada e deixando escapar um
suspiro, enquanto tento regular a respiração. Vagarosamente
entra e sai de mim, aproveitando os restos de sua liberação.

— Tive uma manhã difícil. — Diz, liberando as minhas


coxas e inclinando-se sobre mim.

Abro os olhos e encaro o rosto bonito. Só ficou longe por


algumas horas e senti sua falta. Estendo a mão, seguro a
bochecha e sinto a barba por baixo da mão.

— Sinto muito por isso, Caro7. — Sussurro.

Inclina em direção ao toque por um breve momento e


sinto o coração explodir de felicidade. Estou me apaixonando
por ele, completa e totalmente me apaixonando por ele. Aidan
vira a cabeça e beija docemente a palma da minha mão, o que
envia correntes elétricas por mim.

— Você o tornou melhor. — Murmura.

Lentamente, sai de mim e o assisto puxar as calças para


cima, ajustá-las e ao seu terno, antes de colocar a mão no bolso
e tirar o telefone. Sento e vejo como digita, franzindo a testa
ligeiramente. Depois o fecha e empurra de volta ao bolso
novamente.

7
Querido em italiano.
Russian Bratva #10
— Não sei quando virei vê-la novamente. — Afirma,
parecendo distraído.

Alcançando-o pela gravata, puxo-o para mais perto de


mim e o beijo no queixo, ignorando o esperma que vaza de mim
sobre o balcão. Desinfetarei toda a cozinha depois que for
embora.

No momento, isso não é importante.

— Virá me ver quando puder. Estarei esperando. — Digo


sorrindo. Passando os lábios pelo pescoço dele, paro antes de
chegar na gola da camisa.

Ele ergue a mão, enterrando-a na parte de trás do cabelo


e em seguida, puxa minha cabeça para trás. Os olhos azuis
olham diretamente nos meus, mas não consigo ler a expressão
que exibe. Não tenho ideia do que está pensando ou do que
dirá. Simplesmente olha-me por um instante e então vira e sai
da cozinha. Sem uma palavra, ouço a porta ser fechada e
trancada.

Fico sentada, imóvel, vendo-o se afastar de mim. Sinto


algo na barriga, algo feio e retorcido. Fico apavorada. Aidan se
foi e não tenho certeza se, ou quando, estará de volta.
Russian Bratva #10

Deixar Giovanna doeu muito mais do que deveria. Vê-la


espalhada naquele balcão, os seios marcados pelos meus
dentes e com o corpo solto e saciado pelo meu pau, estalou
algo dentro de mim. Não posso tê-la, fodê-la, marcá-la ou ser
carinhoso com ela.

Estou cometendo um grande erro.

Meus irmãos pensam que estão me dando bons conselhos


quando me dizem para dar uma chance, mas não sabem a
verdade. Não sabem o que ela é. As palavras de Timofei sobre
ser uma princesa caída ressoam na minha cabeça de novo,
mas não as ouço. Não importa o que mais ela seja: em primeiro
lugar, é uma prostituta.

Dirigindo de volta para o bar, decido que não posso mais


aceitar essa distração que é Giovanna. Preciso me concentrar
nos problemas da organização e também nos meus filhos. Não
posso ficar focado em molhar meu pau todos os dias.

Quando estou estacionado em frente ao bar, pego o


telefone e disco o número de Moriz.

— Senhor O ‘Neil. — Cumprimenta.


Russian Bratva #10
Limpando a garganta, falo. E cada palavra que digo faz
meu estômago se retorcer mais e mais.

— Decidi terminar a relação com a Srta. Giovanna. Tenho


a chave do apartamento. Onde gostaria que a entregasse?

— Ela foi insatisfatória, senhor? Caso não se importe em


dizer exatamente o que gostaria, posso encontrar outra melhor
para o senhor. — Oferece.

Meu estômago não apenas se contorce. Parece cair.


Giovanna sendo insatisfatória.... Nunca. Levou tudo o que
ofereci, mesmo quando a machuquei e nunca reclamou.
Nenhuma vez. Hoje, realmente exigiu mais, mas é perfeita de
todas as maneiras que uma mulher pode ser.

— Não é ela, Moriz. Sou eu. O arranjo simplesmente não


funcionará.

Resmunga algo e não diz mais nada.

— Mantenha a chave, senhor. Trocarei as fechaduras


quando tirar a Srta. Giovanna do apartamento de qualquer
forma. — Anuncia.

— Retirar? — Pergunto muito alto.

Tosse uma vez, antes de explicar:

— Sim senhor. Ela foi mantida lá para o senhor, para o


seu benefício. Como não a deseja mais, será transferida para o
bordel junto com as outras mulheres. Tenha um bom dia, e
Russian Bratva #10
por favor, não hesite em entrar em contato comigo se precisar
de alguma coisa. — Diz, rapidamente desligando o telefone.

Deixo o celular cair por entre os dedos no meu colo e


olhando através do para-brisa, pergunto-me exatamente o que
foi que fiz.

Senti algo final na maneira como Aidan saiu do


apartamento esta tarde. Senti no fundo do meu ser. Não tive
notícias dele desde então, por isso parece que mais uma vez,
meu instinto estava certo. Sabia que não era nada além de um
cliente e que só acabaria machucada. Mas pensei que teria
mais tempo, no entanto. Só passei algumas horas com ele e
não sei quase nada sobre esse homem. E ainda assim, dói
pensar que não voltará.

É melhor assim, minto a mim mesma. Uma mentira que


venho repetindo por toda a minha vida.

O telefone toca e pulo, correndo para atender. Mas


infelizmente, não é Aidan. É outro homem que também gosta
de me machucar frequentemente. Atendo a ligação, sabendo
que se não fizer isso, será pior.
Russian Bratva #10
— Olá, Sr. Rossi. — Sussurro, cumprimentando meu pai.

Decido colocar a chamada no viva-voz, não querendo


segurá-la muito perto do ouvido, não querendo mantê-lo perto
demais de mim. É uma coisa boba, eu sei, mas quando se trata
de Antônio Rossi, é importante não o deixar perto demais.

Ele resmunga.

— As coisas estão indo bem? Os russos estão dando os


clientes certos? — Pergunta. Fecho os olhos, pensando em
Aidan e depois sacudo a cabeça.

— Sim, tudo está bem. — Minto.

— Tenho um cliente especial que não aceitou muito bem


que nos deixasse. Lembra-se do Sr. Blackburn, não é? —
Pergunta, a voz suave.

Tremo ante essas palavras. Lembro do Sr. Blackburn. É


um político, casado, bonito e um idiota. Um homem que
desumaniza por diversão e como certamente não pode fazer
isso com a esposa, gostava de fazer isso comigo.

Eu o odeio.

— Você falou com Moriz? — Pergunto.

Meu pai faz um barulho com a garganta.

— Moriz iria querer pagamento, Giovanna. Este é um


favor para um amigo. — Explica.
Russian Bratva #10
Penso sobre o que está pedindo. Isto não é um favor para
um amigo. É um favor para um político. Quer algo de
Blackburn e sabe que se o mantiver feliz, conseguirá o que
deseja. Moriz vai querer receber seu dinheiro, ou pelo menos
um favor de Timofei também. Blackburn provavelmente não
concordará em dever dois favores. Não por apenas uma noite
comigo.

— Não acho que... — Começo.

A impaciência dele é instantânea.

— Você não tem que achar nada. Apenas deve espalhar


as pernas, não importa para quem Giovanna. Você é uma
prostituta, nada mais, nada menos.

Pressiono os lábios, agarrando o balcão da cozinha e o


segurando com toda força. Abro a boca para dizer que tudo
bem, quando sinto alguém atrás de mim. O telefone é
arrancado do balcão e giro com a boca aberta.

— Com licença. Quem é esse? — Pergunta Aidan.

Alcanço o telefone, balançando a cabeça. Porra! Meu pai


o matará. Eu o matei. Será um banho de sangue completo.
Ouço o riso do meu pai e sei que é ruim. Só ri quando está
chateado ou matando alguém.

— Sou Antônio Rossi, garoto. Quem é você e por que está


com o celular da minha filha? — Pergunta.
Russian Bratva #10
Aidan fixa os olhos nos meus e vejo algo semelhante a
choque passando por eles. Estou chocada também. Nunca ele
admitiu em voz alta que sou de fato sua filha.

— Sou Aidan O ‘Neil. — Afirma e é a minha vez de ficar


chocada.

Tropeço para trás, as costas batendo contra o balcão. O


mesmo balcão que foi coberto pelo esperma dele há apenas
algumas horas, mas que agora está desinfetado. Aidan agarra-
me pelo pulso não muito gentilmente e me puxa para frente.
Caio contra o peito dele e apoio as mãos, procurando apoio.

Aidan é o chefe da família O ‘Neil. Agora entendo porque


Moriz avisou que seria apenas dele. É tão importante para os
irlandeses quanto meu pai é para os italianos.

Porra!

Fico completamente quieta. Não sei muito sobre as


diferentes organizações, mas tenho conhecimento suficiente
para saber quem são os principais participantes.

Já estive com alguns dos principais homens do meu pai


e madame Carmella sempre me ensinou a conhecer os clientes.
Por isso, aprendi sobre eles e sobre qualquer outra pessoa com
quem precisei estar em contato, incluindo alguns russos ao
longo dos anos e alguns irlandeses também. Embora nunca
tenha estado com um membro da máfia irlandesa na cama,
não significa que não tenha visto alguns andando pelos
corredores do bordel em que cresci.
Russian Bratva #10
— Está com Giovanna. Por quê? — Meu pai pergunta,
tirando-me dos pensamentos.

Aidan ri.

— Ela me foi dada, Rossi. — Afirma, soando arrogante


como a merda.

— Dada? — Meu pai assobia.

— Foi dada a mim por Timofei Vetrov, como uma espécie


de presente. — Responde.

— Se soubesse que Timofei apenas iria dar as minhas


prostitutas, nunca teria feito um acordo com ele. Pagará para
estar com ela, como qualquer outra pessoa. — Grita.

— Acerte isso com Vetrov. — Diz e depois encerra a


ligação.

Fico em completo silêncio, ainda chocada. Aidan sai com


seu telefone para fora e vejo quando o leva até o ouvido.

— Ligue para mim, Vetrov. Ligue-me antes de aceitar uma


ligação de Rossi. — Rosna.

— Aidan? — Chamo.

Abaixa a cabeça, focando os olhos azuis em mim.


Parecem intensos, brilhantes e frios ao mesmo tempo.

— Arrume as malas, Vanna. — Ordena.


Russian Bratva #10

Capítulo 9

Encostado no batente da porta de Giovanna, seguro o


celular na mão. O dela está no meu bolso enquanto a assisto
embalar suas coisas. A bolsa é pequena e ela tenta ajeitar tudo
dentro dela. Suponho que tenho fumaça saindo pelos ouvidos.
Estou puto de raiva.

O celular vibra na minha mão e olhando para baixo,


suspiro de alívio ao ver que é Timofei chamando.

— Então descobriu quem é ela? — Pergunta rindo, assim


que aceito a ligação.

Afasto-me do quarto e ando até a cozinha, para o mais


longe que posso.

— Sim, descobri. Entrei na cozinha dela e o pai estava no


telefone, tentando forçá-la a ser um brinde para um político
amigo dele. — Rosno.
Russian Bratva #10
Há uma pausa silenciosa, antes de Timofei voltar a falar
e sua voz é baixa e suave, mas o tom é muito duro.

— Ele fez o quê? — Pergunta.

— Quando tentou dizer que não era uma boa ideia, ele
disse que não era trabalho dela pensar. Que apenas deveria
abrir as pernas, não importando para quem. Disse que se
Moriz soubesse, iria querer um pagamento e isso era um favor
para um amigo. E esse amigo é Blackburn. — Rosno. —
Quando me apresentei, avisei que você a deu para mim e que
não permitiria que fizesse o que ele queria. Então, disse-me
que eu teria que pagar por ela, como todo mundo. — Bufo.

Timofei resmunga.

— Esse maldito idiota. Blackburn acabou de ser eleito


prefeito. É quem comanda o maldito departamento de polícia.
Pode quebrar uma organização.

— E?

— Se Rossi fizer um grande negócio sobre isso, o que fará,


pode tornar nossas vidas um inferno, Aidan. Precisamos do
Blackburn do nosso lado. — Explica.

Sinto o estômago afundar com as palavras, mais do que


queria.

— Então, apenas damos a ele o que quer?

— Ela é mais do que sua prostituta? — Pergunta Timofei.


Russian Bratva #10
Ouço um barulho na entrada da cozinha e vejo Giovanna
parada ali. Está usando jeans apertados e leves, camiseta azul-
marinho simples, moletom cinza com zíper na frente e um par
de sapatos nos pés. O rosto está completamente sem
maquiagem, do jeito que gosto e prendeu o cabelo em um
coque bagunçado. Parece linda, simples, jovem e minha.

— Ela não pode ser. — Minto.

Porra, eu minto. Giovanna tem sido mais do que apenas


a minha prostituta desde o segundo em que a vi. É muito mais
que uma prostituta, é minha. Quero mantê-la, mas não tenho
certeza se posso.

Ela merece alguém que a trate com respeito, que não


fique tentando se convencer que é menos por causa do
trabalho que foi obrigada a ter. Merece alguém que vá conhecê-
la, ao invés de usá-la, virar as costas e voltar a procurá-la
apenas por ser viciado nas sensações que ela provoca e em seu
sabor.

Giovanna merece mais.

— Então precisamos tirar o Rossi da mistura. Marcarei


uma reunião com Blackburn imediatamente. Se é Giovanna
quem quer, ele a terá. Quando Rossi não tiver mais nada nas
mãos, não terá outra opção a não ser desistir. — Murmura. —
Giovanna está segura agora? Não deve ficar no apartamento
sozinha. — Diz.
Russian Bratva #10
— Ela fez uma mala. Onde quer que a deixe? — Pergunto,
os planos originais de levá-la para casa, estão agora quase
esquecidos.

Vejo que olha para os pés, mas não antes que possa ver
as lágrimas que deixou escapar. Sinto-me um idiota ainda
maior.

Timofei pigarreia.

— Preciso que fique segura. Leve-a para sua casa.


Enviarei alguém para buscá-la. Moriz provavelmente está
sendo observado. Não poderá ser ele. — Murmura.

Desliga o telefone e fico em silêncio, olhando para


Giovanna e me perguntando por que não pude dizer a Timofei
a verdade. Que é muito mais que uma prostituta para mim.
Que é só minha. Tentando não gritar de raiva, já que não é
culpa dela que eu seja um merda, ando até onde está, pego a
bolsa e gentilmente a tiro de seus dedos.

— Vamos. — Murmuro.

Não responde verbalmente e começa a se mover. Assisto


enquanto apaga todas as luzes do apartamento e sai pela
porta. Começo a andar pelo corredor, mas paro quando não
sinto a presença dela atrás de mim. Virando, percebo que está
parada na porta, congelada no local.

Espero um minuto, antes de chamá-la. Ergue a cabeça e


os olhos azuis escuros parecem selvagens. Com passos largos,
Russian Bratva #10
corro até ela, parando bem na frente de seu corpo. Vejo quando
ergue o pescoço, os olhos selvagens incapazes de focar em
mim.

— O que está acontecendo? — Pergunto, tentando manter


a voz suave e gentil.

Giovanna rapidamente balança a cabeça. Ergo a mão e


coloco a palma na bochecha dela para impedi-la e espero que
fale.

— Não saí deste apartamento em mais de seis meses. —


Sussurra.

Franzo a testa ante essas palavras.

— Por que não? — Pergunto.

Seu lábio inferior começa a tremer.

— Não faça perguntas cujas respostas já conhece, Aidan.


— Diz em tom de desafio, mas o tom demonstra que está com
medo.

— Nada acontecerá com você, Vanna. — Prometo.

Ela sorri tristemente e fecha os olhos, antes de reabri-los.


O medo selvagem desapareceu, mas a tristeza o substituiu.
Seu olhar é como um soco no intestino e odeio isso. E quando
ela fala, sinto-me ainda pior. Os olhos azuis escurecem ainda
mais e um sorriso aparece nos lábios cheios.
Russian Bratva #10
— Não adianta tentar aliviar as minhas preocupações. Eu
sei o que Blackburn espera de mim. Você, não. — Afirma.

O telefone toca, quebrando nosso momento e a


oportunidade de perguntar o que quis dizer com essa
declaração. Começa a andar enquanto atendo ao telefone, sem
olhar quem chama.

— Senhor O ‘Neil, é a enfermeira Hodgens e Isla está no


meu consultório. Ela acabou de vomitar. — Explica a
enfermeira. Isla é minha filha de cinco anos, a minha alma
doce e meu coração acelera com a ideia de que esteja doente.

— Estou indo. — Afirmo.

— Obrigada. — Suspira. A enfermeira Hodgens é solteira,


um ponto que deixou claro cerca de dez vezes no ano passado,
mas não é meu tipo. Não é Giovanna. Nem perto disso.

— Teremos que fazer uma parada. — Anuncio quando


pisamos na calçada.

Ando até o carro, pego a chave do bolso e destranco o


porta-malas, colocando a bolsa de Vanna dentro e corro para
o banco do motorista. Giovanna já está dentro, esperando para
sairmos com a cabeça virada e os olhos apontados para a
janela do lado do passageiro, imersa em pensamentos.

Não a incomodo. Meu foco está em Isla.

Não demoro muito para chegar à escola. Todos os meus


filhos frequentam a mesma escola particular católica, no
Russian Bratva #10
mesmo campus. Sem falar, desligo o carro, desço e corro para
o lado de Giovanna, abrindo a porta. Quando não sai, olho para
ela, arqueando a testa com impaciência.

— Venha, Giovanna. — Chamo, impaciente.

Ela fica de pé e coloca a mão no meu pulso, mantendo-


me no lugar.

— É uma escola. — Afirma.

— Minha filha está doente. Preciso buscá-la e levá-la para


casa. — Explico.

Giovanna abre a boca, mas não tenho tempo para


explicar nada. Envolvo a mão ao redor da dela, puxo-a para
trás de mim e caminho rapidamente em direção à entrada da
escola. A secretária me cumprimenta com um sorriso caloroso
assim que chegamos ao balcão.

— Você pode ir ao consultório da enfermeira, senhor O


‘Neil. Isla está esperando lá. — Diz sorrindo. Mantendo a mão
firmemente em torno da mão de Giovanna, puxo-a para trás
enquanto caminhamos até o consultório da enfermeira.
Russian Bratva #10

Sinto que estou a segundos de cair. Aidan continua me


arrastando para todo lado e agora vamos para o consultório de
uma enfermeira da escola, porque a filha dele está doente. Uma
filha que nem sabia que tinha. Ao entrar, noto algumas
crianças deitadas em pequenos berços. Há dois meninos e
duas meninas. Sei imediatamente qual garota é a de Aidan, ela
tem os olhos dele.

— Oh, o senhor chegou. — Uma mulher suspira. O tom é


carregado de sedução e viro a cabeça para olhar para ela. Está
vestida com um par de sapatos rosa com gatinhos e arco-íris
sobre eles. É relativamente jovem, bonita e tem os olhos
focados exclusivamente em Aidan. Ele limpa a garganta e me
puxa um pouco mais para perto. O movimento faz com que a
enfermeira se vire para mim e arregale os olhos.

— Obrigado, enfermeira Hodgens. — Diz, limpando a


garganta. Ela não responde, os olhos fixos em mim. Aidan me
solta e vejo quando se dirige para a garotinha na cama. Não
consigo ouvir o que está dizendo, a voz é baixa demais.

A enfermeira aproveita a oportunidade para se


apresentar. Sorrindo como se tivesse comido algo azedo,
estende a mão para mim.
Russian Bratva #10
— Sou Melissa Hodgens, a enfermeira da escola. —
Informa.

— Giovanna. — Ofereço, retribuindo o cumprimento.

Estreita os olhos, esperando que eu adicione algum tipo


de título ao final do meu nome. Não faço isso, no entanto. Já
acompanhei homens em eventos públicos antes e aprendi que
nunca devo falar meu sobrenome e nunca me dar algum título.
Mesmo que queira realmente dizer a essa enfermeirazinha que
sou a namorada dele.

— Pronta, Vanna? — Aidan Pergunta.

Viro a cabeça e meu coração para completamente de


bater no peito. De pé na minha frente, vejo Aidan com a filha
com as pernas enroladas na cintura e os braços em volta do
seu pescoço. Está olhando para mim por cima da cabeça dela
e derreto completamente com a visão. Pensei que ele era de
tirar o fôlego usando um terno, depois pensei isso quando o vi
nu.... Mas estava errada. Estava muito errada. Com a filha
embrulhada nos braços, conseguiu fazer meu coração parar.

— Estou pronta. — Digo.

Ele estende a mão, precisando apenas de um braço para


segurar a filha e me segura. Só então sinto o coração começar
a bater de novo. Não nos falamos quando saímos da escola.
Tenho a mente repleta de perguntas. Perguntas que sei que
não tenho o direito de fazer. Por isso, mantenho a boca
fechada, enquanto entramos no carro dele.
Russian Bratva #10

Capítulo 10

Chegando na casa de Aidan, fico chocada mais uma vez.


Parece uma Villa italiana moderna. O lado de fora tem pilares
e pedras ao redor. Não parece nada com o que imaginaria que
pudesse comprar para morar, o que significa que a esposa foi
quem a escolheu, quem quer que ela seja.

Nenhuma palavra é dita quando saímos do veículo e


subimos a escadaria de pedra que leva em direção à porta de
vidro e ferro forjado. Virando a cabeça para cima, vejo uma
entrada feita completamente de ferro forjado, com um enorme
lustre. E isso, antes mesmo de realmente entramos na casa.

Aidan passa por mim, nem mesmo pegando qualquer


chave para destrancar a porta da frente, o que só pode
significar que tem empregados. Sigo atrás dele enquanto
continua se movendo pela casa toda. Escolho ficar na sala de
estar, ao invés de segui-lo ao andar de cima, onde
provavelmente está o quarto da filha.
Russian Bratva #10
O sofá é branco e o chão, de mármore. Nenhum homem
escolheria isso por conta própria e enquanto observo a
ostentação da decoração, percebo que obviamente Aidan
nunca iria decorar sua casa assim. Sempre pareceu quase
obcecado para que não usasse roupas extravagantes ou com
brilhos.... E esta casa inteira, posso dizer, foi decorada por
uma mulher que estava tentando se mostrar.

Sinto o estômago revirar quando penso nas suas


exigências: sem maquiagem, lingerie ou sapatos chamativos. A
esposa pelo jeito é chamativa e exagerada. Por isso queria
exatamente o oposto em sua cama. Ela provavelmente deve ser
loira e de olhos azuis. Também deve ser magra e perfeita.

Fico sentada na beira do sofá, com medo de tocar nele e


deixar manchas. Não que esteja suja, mas é perfeitamente
branco demais.

— Está em sua cama com a babá agora. — Aidan anuncia


quando entra na sala. Assusto-me, não esperando que
aparecesse tão cedo. — Giovanna?

Levanto a cabeça e o olho. Parece sério, preocupado. Não


está mais preocupado com meu pai ou com Blackburn. Agora,
é apenas um pai.

— Por que você não vai cuidar dela? Posso esperar aqui,
por quem quer que seja que venha me pegar.

Franze as sobrancelhas, antes de falar:


Russian Bratva #10
— Isla está com a babá, Giovanna. Está bem. — Informa.

Balanço a cabeça.

— Ela estava enrolada em você como se fosse o único


lugar onde queria estar.

Sei que é verdade, porque é onde queria estar também. E


Isla pode ter isso, pode ter Aidan. No entanto, eu não. Ele
precisa ficar com ela e não com uma prostituta.

— Os outros estarão em casa em breve. Devem estar


saindo da escola. — Murmura.

— Outros? — Pergunto.

Ele sorri.

— Tenho quatro filhos, Giovanna. Isla é a mais nova.

Quatro.

Quatro crianças. Minha cabeça gira com as palavras. Não


é de admirar que sempre viesse tão tarde e que quisesse foder
uma prostituta. Com quatro filhos, presumo que o tempo seja
limitado, tempo esse ou inclinação que não tem para flertes.
Tudo faz sentido agora. Além disso, não traria uma mulher
estranha para casa, ou iria desfilar com ela na frente dos filhos.
Ainda mais com o meu tipo de mulher.

— E a Senhora O ‘Neil? — Pergunto baixinho, a


curiosidade levando a melhor sobre mim.
Russian Bratva #10
Ele bufa.

— Não sei. Vivendo longe daqui com garotos de programa,


suponho. — Informa.

Aceno, entendendo a situação completamente agora.


Estupidamente abri o coração para ele. Sabia que não deveria,
mas fiz mesmo assim. Não havia como me proteger de Aidan O
‘Neil e não tenho certeza se alguma mulher realmente poderia.
Agora, estou sentada em sua sala de estar perfeita, decorada
por uma mulher que está longe e esperando alguém me pegar
para que vá desempenhar meus deveres com Blackburn.

— Vá para Isla, Aidan. — Sussurro.

Olha para cima, antes de voltar o olhar para mim


novamente.

— Timofei a levará para uma casa segura até que se


encontre com Blackburn.

Ergo o queixo, incapaz de falar em voz alta. Eu sabia o


que iria acontecer e ainda assim, estou triste. Tive momentos,
vislumbres de esperança de que minha vida mudaria por causa
desse homem. Mas foram ilusões de grandeza.

Nada mais.

Aidan acena e vira sem dizer outra palavra. Assisto


quando sobe a escada em direção à linda filha doente e depois
olho ao redor, esperando que alguém venha me pegar. Eu me
sinto como a carga que sou, que é tudo o que sempre serei.
Russian Bratva #10
Tudo aqui é como um lembrete de quem eu sou. Precisava
desse choque de realidade. Fui sugada profundamente por
falsas ilusões.

Foi bom.... Agora quem sabe eu aprendo. Finalmente.

Covarde.

Covarde gigantesco.

É como me sinto quando vejo Dominik, um dos homens


de Timofei, levar Giovanna para fora da minha casa, fazendo-
a entrar em seu carro. Estou de pé na janela de Isla, como a
porra de uma boceta, assistindo a mulher que tomou conta de
mim afastando-se.

O telefone toca e atendo rapidamente. Não quero acordar


minha filha e com passos rápidos, deixo seu quarto,
gentilmente fechando a porta atrás de mim.

— Dominik pegou Giovanna e meu encontro com


Blackburn está marcado para amanhã às seis horas antes do
imposto no Oleandr. — Informa Timofei. O Oleandr é um
Russian Bratva #10
restaurante russo que ele possui, muito parecido com o meu
bar. É onde conduz a maior parte de seus negócios.

— Estarei lá. — Afirmo.

Timofei ri.

— Por que se importaria de estar lá, Aidan? — Pergunta,


soando arrogante e presunçoso.

— Giovanna ainda não é minha? Acredito que ainda serei


quem dirá o que pode fazer com o corpo dela.

Timofei resmunga.

— Sim. Mas no final, quem está no comando sou eu. Se


tiver que tomar uma decisão, esta sempre irá superar a sua.
— Diz friamente diz. — Vejo-o amanhã.

Termina a ligação e não consigo me mover. A raiva


borbulha dentro de mim, vibrando na superfície e sei que não
demorará muito para que exploda. Tento me controlar, até que
reste apenas uma leve fervura que provavelmente durará até
amanhã. Espero que não tente matar Blackburn, mas não
posso prometer nada.

Passo o resto da noite com a minha família. Isla se sente


melhor depois do cochilo e até junta-se a nós para o jantar.
Não me lembro da última vez que fiquei sentado com as
crianças. E é o que faço, mesmo que esteja completamente
preocupado com o que acontecerá amanhã.
Russian Bratva #10
Espero que Giovanna esteja bem, que esteja sendo bem
cuidada. Não sei por que estou tão preocupado. Nunca me
preocupei com seu bem-estar quando estava no apartamento
sozinha.

Quando as crianças vão para a cama, faço o mesmo.


Infelizmente, o sono não me encontra facilmente. Agitado,
desisto do sono e decido fazer exercícios na academia. Passo
horas correndo, levantando pesos e correndo de novo. Estou
fisicamente exausto quando o sol nasce, mas a mente ainda
está fervilhando.

Eu a quero para mim.

Quero Giovanna aqui comigo, com a minha família. Vi o


jeito que olhou para mim quando peguei Isla na escola. O modo
como seus olhos se aqueceram ao me ver a carregando. Ela
quer isso. Quer um homem e uma família.

Eu podia praticamente sentir esse desejo. E poderia


proporcioná-lo: uma família pronta, além de mais bebês, se ela
quisesse. Por essa mulher, faria isso. Faria qualquer coisa se
pudesse tê-la para mim. Se as coisas fossem diferentes...

Porra! Encheria esta casa com bebês, risadas e bons


momentos, algo que nunca tive antes. Mas não é minha para
possuir. Não, a menos que a compre, não, a menos que a leve
e a possua completamente.

Quando as crianças saem para a escola, vou para o bar.


Shaughan está atrás do balcão quando chego e ergue o queixo
Russian Bratva #10
quando passo. Faço o mesmo distraidamente, pensando nas
possibilidades. Estou pensando em comprar Giovanna para
mim.

Mannix está sentado na cadeira em frente à minha mesa


quando entro no escritório. Estou surpreso ao vê-lo aqui, mas
não digo nada, ainda pensando profundamente em Giovanna.
Sento na frente dele e solto um suspiro.

— Ainda não aceitou o fato de que essa mulher misteriosa


é quem você quer, não é? — Pergunta.

Franzo a testa e resmungo.

— Eu já disse. Não é tão simples. — Murmuro.

— Fale comigo, Aidan. Quando Fallon se foi, achei que


seria mais feliz. Mas não é o que vejo. Precisa se recompor e de
uma mulher firme em sua vida, para equilibrá-lo. — Explica.

— Esta é sua versão de amor verdadeiro? Quem disse que


preciso de uma mulher? — Retruco.

Uma figura aparece na porta e me viro, encontrando


Shaughan parado.

— Você precisa de uma mulher firme, Aidan. Todos nós


precisamos. Estamos fodidos na cabeça, irmão. Uma mulher
nos acalma e nos deixa menos zangados. — Faz uma pausa.
— Bem, desde que seja a mulher certa. — Sorri e encosta o
ombro no batente, observando-me.
Russian Bratva #10
— Há uma mulher. — Afirmo e ambos bufam. — É a filha
de Antônio Rossi. — Continuo e ambas as sobrancelhas se
erguem, quase desaparecendo em seus cabelos. — E pior.... É
uma prostituta, negociada por Rossi com os russos. Timofei
sabia quem ela era e a separou para mim depois que Fallon
saiu. Não sei, talvez estivesse dando uma de casamenteiro, ou
apenas soubesse que eu gostaria dela. Porra, não sei! —
Suspiro.

— Isso é um monte de informação. Merda! — Afirma


Mannix.

Sacudo a cabeça.

— Não sabia que era filha de Rossi. Não, até ontem. Rossi
quer que ela faça um trabalho, um trabalho que envolve o
prefeito como um favor pessoal. Ouvi a coisa toda e
basicamente disse a ele que Giovanna era minha e que fosse
se foder. Não sabia que era para o prefeito, não até que Timofei
me disse. E ele comanda a porra dos policiais!

— O prefeito quer sua mulher? — Pergunta Mannix.

Concordo.

— Timofei perguntou se eu queria mantê-la como minha,


mas disse que não era minha para manter. — Admito.

— Foda-se! — Shaughan sussurra. — Você não a merece.


— Viro a cabeça para ele, que apenas encolhe os ombros. — Se
a quer, a reivindique. É fácil. Caso contrário, é um jogo justo.
Russian Bratva #10
Se deixar que o prefeito transe com ela, nos faz um favor com
o delegado de polícia. Timofei está apenas fazendo o que é
melhor para ambas as nossas organizações.

Não posso nem mesmo discutir. Ele está cem por cento
correto.

— Mas pelo que vejo, você mentiu. Ela é sua. — Adivinha


Mannix.

— Menti. — Admito. — Menti para mim e para todos os


outros e agora preciso comprá-la para ficar com ela. Mas como
trago uma prostituta para viver perto dos meus filhos? —
Pergunto.

Shaughan ri.

— Irmão, somos todos prostitutos do caralho. Todos nós.


Nos prostituímos por afeto, dinheiro, presentes, comida, seja
lá o que for. Todos nós fazemos isso. Então, ela foi paga para
abrir as pernas. Minha mulher faz isso toda sexta-feira. Nola
faz isso nos rituais de banhos nas tardes de domingo. Todos
fazemos isso, Aidan. Ninguém ligará que tenha essa mulher
nos braços.

— Nola faz isso mais vezes do que apenas durante os


banhos nas tardes de domingo. — Mannix ri, piscando.

Balanço a cabeça, um sorriso se insinuando nos lábios.


Meus irmãos sempre, sempre têm as minhas costas. E sempre
fazem com que me sinta bem sobre uma situação de merda.
Russian Bratva #10
— O que mais sabemos sobre o segurança traidor? —
Pergunto, mudando de assunto.

Shaughan balança a cabeça, entrando no quarto e


fechando a porta do escritório atrás dele.

— Não o encontramos. Mas encontramos a esposa dele, a


namorada e uma prostituta que vê regularmente. — Diz.

— Merda. — Digo, pensando nas três mulheres.

Ele ri.

— Realmente. Estamos trazendo todas para serem


interrogadas. — Informa.

— Juntas? — Pergunto, levantando uma sobrancelha.

Mannix solta uma gargalhada.

— Que outra maneira de obter toda a verdade e nada além


da verdade sobre esse filho da puta? — Pergunta.

Balanço a cabeça com um sorriso, o dilema sobre


Giovanna quase esquecido no momento. Ele entrará na minha
mente em breve, mas pelo menos fui capaz de esquecer tudo
por um minuto e rir com meus irmãos. Esta noite será outra
história. Hoje tenho uma grande decisão a tomar, se é que
posso fazer isso. Mas não saberei até que fale com Timofei e
ouça o que esse Blackburn tem a dizer.
Russian Bratva #10

Capítulo 11

Dominik apresentou-se na noite passada quando me


pegou na casa de Aidan e depois me levou para uma casa com
três quartos e dois banheiros em um pequeno bairro tranquilo.
Não disse mais nada antes de sair e, em seguida, dois homens
desajeitados que não falaram uma única palavra, ficaram na
sala a noite toda.

Hoje é o dia seguinte e ao invés de ficar emburrada no


quarto o dia todo, decidi tomar banho e me vestir. Indo para a
cozinha, fico surpresa ao ver que os russos gigantescos fizeram
o café da manhã e até deixaram o suficiente para mim no fogão.

— Coma. — Diz um deles, com a boca cheia de aveia.

Dou de ombros, pegando uma tigela e derramando um


pouco para mim. Caminhando até a mesa de jogo que também
serve como mesa de jantar, sento-me.

— Obrigada. — Agradeço sorrindo.


Russian Bratva #10
— Timofei estará aqui em pouco tempo para falar com
você. — Diz o mesmo russo, com sotaque grosso. É bonito, com
um jeito meio Neandertal. Tem cabelos loiros, olhos verdes, a
pele é pálida e um queixo quadrado.

— Eu tenho namorada. — Informa.

Coro com as palavras dele. Estava me observando.

— Eu sinto muito. Não estou acostumada com vocês e


não quis olhar com essa intenção. — Sussurro.

— É uma garota de programa também. — Afirma.

Erguendo a cabeça, não consigo me impedir de arregalar


os olhos e ficar com a boca aberta.

— Ela é? E como isso funciona? — Pergunto e bato a mão


sobre a boca, envergonhada. Não deveria ter dito nada e espero
que o homem não fique com raiva. Mas ele apenas sorri e pisca
para mim.

— Funciona porque ele é um bastardo bizarro. — O outro


homem resmunga.

Não consigo me conter e solto uma gargalhada.

— É verdade. — Admite. — Sou pervertido. Mas ela faz


um bom dinheiro. E além do mais, gosta do trabalho e a
maioria dos clientes permite que grave o tempo deles juntos
para que possa enviá-los para mim depois. — Sorri
amplamente.
Russian Bratva #10
O outro homem balança a cabeça.

— Bizarro! — Murmura, enquanto levanta e deposita os


pratos na pia.

— Às vezes, pago por outra garota e nos divertimos


bastante. — Ele ri. — Não seja azedo só porque não se diverte.
— Diz ao amigo. O outro apenas levanta a mão e continua a se
afastar.

Pegando mais um pouco de aveia, decido fazer algumas


perguntas ao meu novo amigo.

— Ela trabalha para Timofei, então? — Sei que irei para


o bordel em breve. Não há como Aidan continuar nosso caso,
não com toda essa coisa do Blackburn chegando. E também
preciso me acostumar com a ideia de morar em um bordel
novamente.

— Sim. Faz um bom dinheiro. Você ficará bem, querida.


— Diz, piscando.

Quero dizer que sei que ficarei bem, mas o resto não é
verdade. Não haverá dinheiro para mim. Nunca houve. Não sou
uma funcionária reconhecida. Tenho um dono. Agradeço por
ter conversado comigo e pelo café da manhã, e volto para o
quarto.

Ouço uma batida na porta algumas horas depois e


quando a abro, fico surpresa ao ver o próprio Timofei Vetrov
parado do outro lado. Mudo de uma perna para a outra,
Russian Bratva #10
nervosa. Não o vejo desde o dia em que meu pai me enviou
para os russos.

— Entre na sala de estar, Giovanna. Vamos conversar. —


Ordena gentilmente.

Aceno, seguindo atrás dele e rapidamente sento em uma


cadeira de metal, enquanto ele senta no sofá.

— Você está bem? — Pergunta.

Exibe uma preocupação óbvia e fico confusa com isso.


Não entendo porque todos estão sendo tão gentis comigo aqui.
Não estou acostumada e isso me deixa desconfortável. Antes
de me mudar para o apartamento, a única pessoa que já foi
gentil comigo, além de alguns clientes, foi Madame Carmella.

— Estou, Sr. Vetrov. — Digo baixinho, olhando para os


dedos no meu colo.

— Por favor, Giovanna. Apenas Timofei. — Diz sorrindo.

Levantando o olhar, encontro seus olhos e o sorriso


caloroso. Acabo sorrindo também.

— Você sabe o que está acontecendo, suponho?

Concordo com a cabeça.

— Mas não tenho certeza completamente. Sei que o Sr.


Blackburn solicitou meus serviços e que meu pai queria que o
encontrasse escondida. Mas agora que você sabe, presumo que
alguma outra coisa esteja acontecendo.
Russian Bratva #10
Ele sorri, mas o sorriso não alcança os olhos. Vejo como
usa o polegar e vira o anel de casamento em torno do dedo. Um
hábito nervoso que provavelmente adquiriu recentemente. O
anel parece praticamente novo.

— Estarei me encontrando com Blackburn hoje à noite.


Não pediria para que viesse, sendo negócios e tudo... —
Interrompe-se.

— Mas, uma vez que sou o negócio envolvido... —


Continuo arqueando uma sobrancelha.

Ele ri.

— Certo. Além disso, quero ver como ele é com você. Não
sou alguém que apenas entrega minhas garotas a homens
porque têm algum tipo de status. Preciso saber que estarão
seguras em todos os momentos. — Explica.

Respirando fundo, aceno.

— Blackburn tem um temperamento quente e violento.


Não gosta de ser questionado, gosta de pensar que é o único
no controle e que é o maior e pior homem da sala. Acha-se o
alfa da alcateia. — Explico.

Timofei arregala os olhos, mas não diz nada.

— Meu pai nunca cobrou dele, nem uma vez. Eu era o


pagamento para tudo o que precisasse. Blackburn é mal,
imprevisível e nunca confie no que promete.
Russian Bratva #10
— Como sabe de tudo isso? — Timofei pergunta.

Bufo, sem graça.

— Ele acha que sou idiota. Pensa que sou um nada, que
sirvo apenas para abrir as pernas e a boca. Por isso, sempre
falava sobre seus negócios na minha frente. Fazia ligações o
tempo todo comigo no quarto e brincava sobre como fazia
promessas e nunca as mantinha, sobre como gostava de ver as
pessoas ficarem com raiva, mas sabendo que não podiam fazer
nada sobre isso. Dizia coisas como: “quero vê-los rastejando. ”
Ou “achavam que podiam me superar, mas ninguém está mais
no topo do que o alfa aqui...” Esse tipo de merda.

— E como a tratava? — Pergunta com voz suave


novamente.

Olho novamente para o colo e acho difícil encará-lo ao


responder:

— Como um animal.

— Não quero os detalhes, não é?

Lágrimas me vêm aos olhos. Pensar em Blackburn me


deixa fisicamente doente, mas farei isso por Timofei. É o meu
trabalho. Madame Carmella sempre dizia: “Não podemos
escolher nossos trabalhos, mas podemos escolher como o
executamos. Depois, podemos chorar ou simplesmente nos
orgulhar da maneira como nos comportamos, mesmo que a outra
pessoa não possa sentir o mesmo. ”
Russian Bratva #10
— Não. — Sussurro.

Timofei resmunga.

— Vista algo que deixará Blackburn fraco dos joelhos e


depois, venha comigo. — Afirma.

— Sim, senhor. — Digo, ficando em pé.

Timofei pega a minha mão e aperta suavemente.

— Brincaremos com ele, Giovanna. Confie em mim, por


favor. Sempre irei protegê-la. — Murmura. — Vá colocar a sua
armadura.

Exibo um pequeno sorriso e levanto o queixo um pouco


mais alto. Estou nervosa, mas também excitada. Brincar com
Blackburn é perigoso, mas ele merece. Seus dias desumanos
estão acabados.

Entrando no Oleandr, sinto o ar espesso ao redor, pesado.


O restaurante está fechado esta noite para o encontro.
Shaughan e Mannix estão ao meu lado e sou grato por isso.
Amanhã, estarão comigo novamente, quando interrogarmos as
Russian Bratva #10
cadelas que dormem com o segurança que roubou nosso
suprimento. Mas esta noite, o cenário é diferente.

A sala de reuniões está vazia, exceto por alguns dos


homens de Timofei.

— Sente-se lá. — Indica um deles. É tão grande quanto a


porra de uma montanha. Não sou um homem pequeno, mas
esse filho da puta me supera. Ando até uma cadeira no meio
da mesa e me sento. Mannix e Shaughan sentam ambos ao
meu lado.

Esperamos apenas alguns minutos antes que ouça um


ruído atrás de nós. Virando, vejo um homem que deve ser
Blackburn, entrando na sala como se fosse o dono do lugar.
Não pergunta onde deve se sentar e com o nariz erguido, senta-
se em frente a Mannix com dois homens de cada lado.

O homem parecido com uma montanha, avisa:

— Sr. Vetrov estará aqui em breve. Houve um pequeno


contratempo.

— Ninguém me deixa esperando. — Diz Blackburn. — Irá


pagar mais por isso. E quem diabos são vocês? — Pergunta,
olhando para mim.

Inclinando a cabeça para o lado, olho para ele. É cerca de


trinta quilos mais leve que eu e parece que o único exercício
que faz, é em cima de uma esteira. Deve ter alguém contratado
para ajudá-lo a ficar em forma, mas seus músculos não
Russian Bratva #10
ajudarão muito em uma briga. Os cabelos são castanhos,
assim como os olhos e possui o queixo de um homem fraco.

— Aidan O ‘Neil. — Informo.

Abre bem os olhos, pressiona os lábios e alarga as


narinas. Abre a boca para falar algo, mas em seguida a fecha
e fixa os olhos atrás de mim, rosnando baixo.

Antes de virar, fico em pé, sabendo que deve ser Timofei.


E quando olho para a entrada, sinto a respiração me escapar
completamente. É Timofei e Dominik, acompanhados de
Giovanna. Usa um vestido preto extremamente apertado e os
seios estão praticamente se derramando para fora do decote.
Se inclinar, mesmo que por uma polegada, ficará com a bunda
completamente exposta. Arregalo os olhos ao ver os saltos altos
vermelhos, com uma altura que deveria ser ilegal. Têm pregos
dourados por toda parte, o que só os faz parecer ainda mais
perigosos e sexy.

Está coberta de maquiagem e até mesmo usa um batom


vermelho. O cabelo escuro está solto, enrolado e parece
bagunçado, como se um homem tivesse passando a mão
recentemente por eles.

Porra! Ela parece uma prostituta, mas ainda quero dobrá-


la sobre a mesa e fodê-la insanamente.

— Desculpem, estou atrasado cavalheiros. Precisei


esperar que essa adorável senhorita se juntasse a nós. Todos
conhecemos Giovanna Rossi, não é mesmo? — Timofei
Russian Bratva #10
pergunta e não gosto do sorriso que exibe enquanto guia
Giovanna para o seu lugar na cabeceira da maldita mesa.

— Não trazemos mulheres para os negócios. — Afirma


Blackburn.

Timofei estala a língua, balançando a cabeça.

— Normalmente, teria que concordar. No entanto, é uma


circunstância especial. Como Giovanna é o negócio, achei
necessário que se envolvesse esta noite. — Diz.

Porra!

Ele é um merda, isso é o que é.

Timofei “porra” Vetrov, está tentando me forçar, está me


acuando em um canto. E não fico bem quando estou nessa
posição. Tomo decisões precipitadas quando isso acontece.
Como agora. Quero pegar Giovanna, limpar a merda do rosto
dela e fodê-la até que não possa andar de novo.

Posso sentir que meu maldito controle está escorregando.

— Sr. Blackburn, chegou ao nosso conhecimento que


deseja adquirir a Sra. Rossi para uma noite de prazer. —
Começa Timofei.

Sinto Shaughan envolver a mão em volta do meu


antebraço e apertar.

— Coloque a merda sob controle, irmão. — Sussurra.


Russian Bratva #10
Solto um grunhido baixo e fixo os olhos em Giovanna. Não
olho para qualquer outro lugar. Ela está me ignorando e só tem
olhos para a merda que está acontecendo. Exibe um olhar sexy
e os lábios carnudos. Odeio isso.

— Só negócio com o Rossi. Eu nem deveria estar aqui. —


Afirma Blackburn, os olhos focados em Giovanna.

Timofei pigarreia.

— Bem, lamento dizer que Rossi não está mais no


comando da agenda de Giovanna. Eu estou. — Timofei sorri.
— Mas tenho certeza de que podemos chegar a um acordo
adequado para uma noite com ela. Qual era a taxa normal?
Dez mil? — Pergunta, com um sorriso arrogante no rosto.

Blackburn engasga.

— Dez mil? Lógico que não. Fodia esse pedaço de merda


de graça. Ela tem sorte de poder lamber os meus sapatos. Não
é uma prostituta? É suja, um depósito de porra! — Grita
Blackburn.

Shaughan me segura mais forte e Mannix me agarra


também. Estou a segundos, meros segundos de pular sobre a
mesa e matar esse pau.

— Ora, ora, ora... — Diz Timofei.

Ouço-o e como todos os outros, viro a cabeça para olhar


para ele, que está armado e segura uma arma, a apontando
diretamente para Blackburn. Os seguranças do prefeito
Russian Bratva #10
tentam alcançar os bolsos, mas os homens de Timofei são mais
rápidos. Em segundos, todos estão com as armas apontadas
para Blackburn e seus homens.

— Não gostei do modo como falou com a garota. Ela é


minha também, Blackburn. Acho que se esqueceu disso. Não
transará com ela de graça, ou por dez mil. Na verdade, nunca
mais encostará um dedo nela. — Afirma.

— O inferno que não vou. — Grita Blackburn, estreitando


os olhos.

Timofei balança a cabeça novamente.

— Você não vai, prefeito. E não vai, porque tenho câmeras


de vigilância aqui que gravaram cada palavra que disse. Não
falará mais com as minhas garotas dessa maneira e não
permitirei que fale com a senhorita Rossi assim. Também
garantirá que não tenhamos problemas com o departamento
de polícia ou com o delegado a partir de agora até... para
sempre.

Blackburn apenas rosna. Sabe que Timofei o tem pelas


bolas. Giovanna se levanta da cadeira e começa a andar
enquanto fala, mas acho difícil me concentrar no que diz.

— É melhor que obedeça ao Sr. Vetrov, Lucian. Ele não


blefa. — Afirma. — Além disso, tenho mais do que um vídeo de
nosso tempo juntos. Tenho certeza que a senhora Blackburn
os acharia interessantes, assim como o público em geral. Eles
adorariam vê-lo literalmente com as calças no chão.
Russian Bratva #10
Blackburn ergue o queixo, fica em pé e sai da sala com os
seguranças seguindo atrás dele, tudo sem dizer uma só
palavra. Quando saem, viro-me para Giovanna, que está perto
de Timofei conversando e ele está com a mão apoiada no ombro
dela.

— Todos deem o fora! — Rosno, enquanto fico de pé e olho


diretamente para Giovanna.
Russian Bratva #10

Capítulo 12

Ouço a voz de Aidan trovejar pela sala e em poucos


segundos, ela está vazia. Todo mundo foi embora, incluindo
Timofei e os seguranças, deixando-me sozinha com ele. Está
de pé, o olhar enfurecido focado em mim. Mas estou com medo
de olhar nos olhos dele desde que entrei. Sei que
provavelmente está com raiva, mas realmente não tem o direito
de estar.

— Como Isla está se sentindo? — Pergunto, depois de


alguns segundos de silêncio.

Ele bufa.

— Não é o que desejo discutir agora. Venha aqui, Vanna.


— Ordena.

Com os olhos focados nos pés, vou em sua direção,


parando na frente dele. Vejo que ergue a mão e coloca o dedo
Russian Bratva #10
por baixo do meu queixo, levantando-me a cabeça e me
forçando a olhar nos frios olhos azuis.

Suspiro ao ver a raiva rodando seus olhos, raiva que


senti, mas que ver é completamente diferente. Abro a boca para
dizer alguma coisa, mas estou sem palavras, por isso a fecho
novamente.

— Você não pertence a ele. — Afirma.

Não movo um músculo sequer, com medo de falar. Se


disser alguma coisa, isso só irá enfurecê-lo ainda mais. A
realidade, é que sou de qualquer homem que Timofei
determinar. Não sou dona da minha vida, nunca fui e nunca
serei. Dizer as palavras em voz alta, no entanto, só fariam o
fogo queimar ainda mais em seus olhos. E ele já é imprevisível
normalmente.

Aidan retira a mão do meu rosto e me ergue, depositando-


me sobre a beira da mesa. Força os quadris para que se
encaixem entre as minhas pernas e as abro mais para que
tenha mais espaço. Tremo quando o sinto percorrer com os
dedos ao longo da calcinha, aplicando pressão no clitóris e me
fazendo ofegar.

— Diga-me, Giovanna. — Diz, puxando a calcinha para o


lado. Enfia um dedo dentro de mim e com o outro, faz giros no
clitóris. Fecho os olhos automaticamente, extasiada. Beija-me
levemente e sinto sua respiração antes que diga:
Russian Bratva #10
— Diga-me que é minha. — Exige, a voz suave, mas com
um tom duro e inflexível.

Suspiro contra os lábios dele, desejando que me beijasse


por mais do que apenas um mero momento. Quer que eu faça
algum tipo de promessa que não posso. Seguro seu ombro
procurando estabilidade, olho-o diretamente e balanço a
cabeça ao dizer:

— Não posso fazer isso, Aidan. Você sabe que não posso.
— As palavras soam amargas e odeio dizê-las. Por dentro,
quero gritar que sou dele e exigir que seja meu. Mas a realidade
é que não posso fazer isso. Não agora e nem nunca. Pertenço
a Timofei e tudo o que me mandar fazer, farei. Simples assim.

Ofego ao sentir o pau de Aidan pressionando a minha


boceta. Lentamente, preenche-me sem dizer nada, até que
esteja profundamente enraizado dentro de mim. Passa a mão
pelas costas, enrosca-as no meu cabelo e tremo quando me
puxa o pescoço para trás.

— Essa boceta não é sua para compartilhar. — Rosna. —


Vou comprá-la, se for preciso.

Estou com o pescoço muito puxado para trás para que


possa falar, mesmo que tivesse algo a dizer. Ele sai de mim
lentamente, antes de bater de volta. A mesa inteira pula
debaixo de nós, mas isso não o impede. Aidan faz isso
novamente, ainda agarrando meus cabelos enquanto fode meu
corpo.
Russian Bratva #10
— Blackburn nunca mais tocará em você. Ninguém vai,
nunca mais! — Rosna.

Parece um animal completamente descontrolado e adoro


isso. Não tenho medo de que me machuque de novo, embora
provavelmente devesse. Estou tão perdida nas sensações
quanto ele. Quero mais, quero tudo e desejo poder pertencer a
ele também. Desde o momento em que o conheci, tornou-se
tudo o que sempre quis.

Com uma mão agarro seu pescoço e com a outra, seu


bíceps. Geme alto e sei que é o ponto onde o perco. Passa a me
foder dura e rapidamente, batendo em mim com puro instinto.
Relaxo e o aceito.

Sinto que começo a subir, a boceta apertando-o enquanto


tento alcançar o clímax. Estou tão perto, mas preciso de mais.
Soltando seu braço, passo a mão entre nós e acaricio o clitóris.
Esfrego firmemente e solto um gemido baixo quando o calor
me percorre, ouvindo Aidan ordenar:

— Goze, Vanna. Porra, A Rùnsearc, aperte o meu pau! —


As palavras me enlouquecem e gozo, minha boceta fazendo
exatamente o que exigiu, apertando-o para tentar mantê-lo
dentro de mim.

Aidan puxa meu cabelo e pescoço para trás ainda mais e


beija-me a garganta. Continua movendo os quadris, batendo
contra mim com cada impulso. Não demora muito para que
encontre a própria liberação. Seu pênis se contorce dentro de
Russian Bratva #10
mim e geme contra o meu pescoço, lambendo e chupando a
pele que o recobre como sempre faz.

Lentamente me solta, mantendo o pênis semiduro


plantado dentro de mim. Acaricia a parte externa das coxas e
ergue a minha perna mais para cima. Puxo as duas pernas e
as envolvo em torno da cintura, puxando-o para mais perto de
mim e o fazendo rosnar.

— Em um mundo perfeito, estaríamos assim para


sempre. — Digo com um sorriso triste.

Aidan ri.

— Acha mesmo que de alguma forma estará me


deixando? — Pergunta, os lábios ainda tocando e explorando
meu pescoço.

Retirando os dedos do pescoço dele para tocar a parte de


trás dos cabelos, dou de ombros.

— Não sou sua para manter. — Sussurro.

Ele apenas cantarola. Acho que dirá mais alguma coisa,


mas ouvimos uma batida na porta.

— Aidan, precisamos conversar. — A voz abafada de


Timofei chama do outro lado.

Sei que nos ouviu e sinto que deveria estar envergonhada.


Mas não estou. Acho que quando se trata de sexo, não sinto
Russian Bratva #10
vergonha mais. Estive em tantas situações diferentes, que é
praticamente impossível ser tímida neste momento da vida.

Aidan acaricia-me o pescoço por apenas um segundo a


mais e então sai de mim. Assisto enquanto se arruma, sem
parecer incomodado. Ajusta a minha calcinha de volta no lugar
e me ajuda a ficar de pé.

— Odeio esse vestido e esses sapatos. — Diz, enquanto


puxo o vestido para cobrir a minha bunda.

Ergo os ombros. Não importa o que pensa sobre a roupa


que uso. Não sou a boneca dele para vestir. Dou um passo
instável, as pernas parecendo gelatina e ele me agarra pela
cintura, impedindo-me de ir mais longe.

— Odiei os olhos dele sobre você, olhando como se


estivesse se lembrando do seu gosto, de como se sentiu ao
possuí-la. Porra! Blackburn não pode tê-la novamente. —
Afirma.

Colocando a mão em seu antebraço, dou um aperto


enquanto sinto os olhos lacrimejando.

— Se Timofei diz que pode, então ele pode, Aidan. — Digo,


nervosa. — Não cabe a mim dizer não.

— Você o quer? — Rosna, a voz soando diferente de tudo


que já ouvi vindo dele antes.

Bufo.
Russian Bratva #10
— Prefiro viver nas ruas do que estar com aquele filho da
puta doente de novo! — Sinceramente admito. — No entanto,
nem sempre podemos escolher nossos destinos.

Aidan afrouxa as mãos e me afasto dele. Leva tudo o que


tenho para não correr de volta para os braços fortes. Mas
consigo.

Vejo-a se afastar com o pau ainda a meio mastro ante a


visão da bunda doce movendo-se sob o vestido. Quando
alcança a porta, rapidamente sigo atrás dela. Giovanna acha
que não pode me pertencer, que Timofei a possui. Mas
pretendo fazer algumas mudanças.

Quando imaginei Blackburn tendo alguma chance com


ela, quando vi o modo como a olhou, tudo mudou em um
instante. Não posso permitir que ele, ou qualquer outro homem
a toque. Não agora e nem nunca. Não sei como integrá-la na
minha vida ou mesmo se farei isso. Talvez apenas a mantenha
longe, em um apartamento ou casa perto da minha, vivendo
da mesma maneira que estávamos vivendo antes. Exceto que
agora me pertencerá. Será só minha e de mais ninguém. Seja
o que for que decida fazer, não a deixarei ir embora mais.
Russian Bratva #10
— Aidan. — Timofei sorri quando saímos da sala.

Balanço a cabeça, tentando esconder meu próprio


sorriso. Preciso da porra de um cigarro, de uma bebida e
preciso colocar a merda sob controle. Agora, tudo o que quero
fazer é pegar a minha mulher e transar com ela novamente.
Quero que o mundo inteiro saiba que está fora dos limites.

— Você está bem? — Timofei pergunta, olhando para


Giovanna.

Ela ergue o queixo e os belos lábios vermelhos fazem um


pequeno beicinho antes de responder:

— Estou. Obrigada, Timofei. Ele não deixará isso de lado.


Sabe disso, não é? — Diz.

Timofei resmunga.

— Sim, Giovanna, eu sei. Mas a deixaremos segura. Vou


me encontrar com meus homens e conversarei sobre isso mais
tarde. Qualquer outra coisa que sentir a necessidade de falar,
avise ao seu segurança que eu saberei. — Diz.

— Shaughan a levará até onde estava hospedada para


que espere por mim. — Anuncio e ouço Shaughan sufocar uma
tosse em algum lugar por perto.

Timofei me olha, erguendo a sobrancelha.

— Ela vai para a minha casa segura até novo aviso. —


Anuncia.
Russian Bratva #10
Abro a boca para discutir, mas seu olhar fixa-se em mim
e torna-se duro. Não vou foder com ele, então me calo e aperto
os dentes. Vejo Giovanna ser escoltada para longe por dois
grandes russos e sinto-me desamparado. Odeio cada maldito
segundo disso. Timofei me tem pelas bolas, é meu chefe,
caralho! Mas a única coisa que quero no momento é pegar uma
arma e enchê-lo de balas.

— Agora, teremos a nossa reunião no meu escritório.


Seus irmãos podem juntar-se a nós se quiserem. — Diz ao
virar-se e ir embora.

Foda-se!

— Vamos. Presumo que tomou uma decisão sobre a


mulher. — Mannix ri, batendo nas minhas costas.

Nós três seguimos atrás de Timofei. Tudo o que quero


fazer é pegar Giovanna e levá-la comigo. Quero transar com ela
até que se esqueça de qualquer outro homem que teve além de
mim. E depois, por qualquer motivo idiota, quero enchê-la com
um bebê.

Claro. Como se não tivesse merda suficiente no meu


prato. Cristo!
Russian Bratva #10

Capítulo 13

Deito na cama depois de tomar banho e retirar toda a


maquiagem. Coloquei um par de shorts e uma camiseta,
enrolando-me entre os lençóis na esperança de adormecer.
Estou completamente frustrada e com a mente muito confusa.

Tudo no que posso pensar é em Aidan e Timofei e sobre o


encontro deles. Quero saber o que está acontecendo. Aidan
realmente me quer? Quer ficar comigo? Sinto o coração
disparar ante a possibilidade. Estupidamente, imagino como
seria morar na casa dele e ser madrasta de seus filhos.

Nunca me permiti pensar em ter uma criança antes. No


entanto, mesmo que pareça um pensamento bobo e também
inatingível, quero a maternidade. Não sei se ele iria querer mais
filhos.... Mas mesmo que fosse para ser somente mãe dos filhos
dele, ainda assim seria o suficiente para mim. Um sonho que
me tornaria completa.
Russian Bratva #10
Suspiro, rolando de costas. A esperança é uma coisa
infrutífera e eu deveria parar de sonhar com o impossível.
Madame Carmella sempre me ensinou a estar ciente da
realidade. Sempre dizia: “Não deixe a cabeça nas nuvens, não
sonhe com coisas que só vão esmagá-la e devastá-la. ”

E mesmo com os avisos constantes, fiz isso. Um milhão


de sonhos que terminaram em poucas semanas. Foi muito
idiota da minha parte.

Com um longo suspiro, fecho os olhos. Devo dormir um


pouco, tentar me acalmar e relaxar. E preciso esquecer Aidan.
Esquecer tudo sobre ele e o que imaginei para nós. Bufo.
Totalmente inventei o fato de que existisse um “nós”. Claro,
afirma que quer me manter, mas a maioria dos homens é
territorial sobre seus brinquedos.

Uma batida na porta faz com que meu coração dispare.


Sento e olho em volta. Não sei onde estou e levo alguns
instantes para me orientar, suspirando quando percebo que
estou na cama, na casa segura. Sem qualquer aviso a porta é
aberta e pego o lençol, puxando-o para me cobrir. E quando
nossos olhos se encontram, deixo escapar um suspiro de alívio.

— Aidan. — Sussurro.

Os olhos estão escurecidos enquanto percorrem o quarto.

— Diga isso de novo. — Ordena.

— Dizer o quê?
Russian Bratva #10
Sorri, fechando a porta atrás de si.

— O meu nome.

— Aidan... — Exalo novamente, observando quando


começa a retirar o terno.

Ri, largando a calça e boxers no chão. Rasteja pela cama


e paira sobre mim, forçando-me a deitar.

— Dirá meu nome quando gozar, não é? O nome do


homem que a comprou e que agora é seu dono, A Rùnsearc?

Um arrepio me percorre diante das palavras do “homem


que a comprou”. Estou chocada demais para perguntar
exatamente o que isso significa, o que significa para nós. É por
apenas um período de tempo ou para sempre? O coração
implora para que seja para sempre, mas meu cérebro sabe que
tudo, cada maldita coisa neste mundo tem um prazo de
validade. E não sou diferente.

Aidan agarra as roupas de cama e as tira de cima de mim.


Pega a camiseta que coloquei para dormir e a rasga
completamente ao meio, deixando-a aberta e meus seios
completamente expostos. Faz o mesmo com os shorts, até que
não reste nada mais que farrapos.

— Sem mais roupas, Giovanna. Sempre estará sem


maquiagem e roupas. — Murmura, acariciando meu pescoço.

Fecho os olhos fortemente, o significado do que diz agora


completamente claro. Ele me comprou apenas para me manter
Russian Bratva #10
escondida um pouco mais. Lembro-me da minha mãe e uma
onda de pavor me preenche. Nunca quis ser como ela e, no
entanto, aqui estou eu. Destinada a ser exatamente igual.

Beija-me e aceito a língua que me invade. Mantenho os


olhos fechados e tento ignorar a tristeza que quase me esmaga
e consome. Ao invés disso, permito que Aidan me consuma.

Abro as coxas, sentindo os quadris dele se acomodarem


entre elas e gemo quando sinto o pau duro me pressionando.
Ainda estou sensível por causa de hoje de manhã, mas isso
não retira a dor de precisar de mais dele. Move os quadris e
seu pênis bate no meu clitóris, forçando-me a me afastar do
beijo com um gemido.

— A Rùnsearc. — Geme, movendo os quadris em outro


ângulo. E quando faz isso pela terceira vez, entra dentro de
mim.

Levanto as pernas, apertando as canelas contra as


costelas dele. Aidan coloca as mãos em ambos os lados da
minha cabeça e mantém os olhos azuis completamente focados
em mim, sem dizer nada. E me fode. Não é tão bruto quanto
antes, mas não há dúvidas de que está usando o poder e a
força que tem enquanto empurra contra mim.

— Você é minha! — Resmunga. — Repita isso.

Fico assustada com o tom raivoso que está usando


comigo e com os impulsos cada vez mais fortes.
Russian Bratva #10
— Sou sua, Caro8. — Sussurro as palavras, mas elas
parecem uma mentira. Sei que são verdadeiras, mas não sou
apenas dele. Sou quem preciso ser, quem fui instruída a ser.

Não tenho a capacidade de escolher com quem quero


estar, quando ou até mesmo como. Se pudesse, sempre seria
de Aidan. Por isso, minhas palavras são verdadeiras, mas não
verdade completa. E odeio isso.

Fodo Giovanna, reivindicando-a pela primeira vez como


minha. Agora ela é minha cem por cento. Ninguém poderá tirá-
la de mim. O dinheiro foi transferido para Timofei há menos de
uma hora e uma vez que a confirmação chegou em sua caixa
de entrada, saí do escritório com o endereço de onde a minha
nova aquisição estava.

Agora, com as bolas no fundo da boceta de Giovanna,


sinto-me no maldito paraíso. Beijo-a, enquanto continuo a
foder a boceta apertada, sentindo o modo como me aperta
quando chega perto do clímax. Cristo, nunca tive uma boceta

8
Querido em italiano.
Russian Bratva #10
mais doce que a dela. E agora que sei que me pertence, é ainda
melhor.

Remexo os quadris em cada golpe e gemo quando sua


boceta me aperta enquanto ela goza. Só então a fodo
seriamente, deixando toda a tensão e fúria dos últimos dias
sair de mim. Gozo com um longo gemido e encho a boceta dela
novamente. A manterei assim a partir de agora. Tenho certeza
que se disser as palavras em voz alta, soarei como um imbecil
gigantesco, mas essa boceta é minha para fazer o que quiser
agora. E a manterei dolorida e cheia sempre.

Saio de dentro dela, da cama e me levanto. Não quero


ficar aqui nem um minuto a mais do que preciso.

— Arrume suas coisas e vamos embora. — Ordeno,


enquanto caminho até onde deixei o terno e começo a colocá-
lo de volta.

Ouço um farfalhar atrás de mim e suponho que Giovanna


esteja arrumando as coisas. Enfio a mão no bolso e envio uma
mensagem para Shaughan, perguntando se o lugar em que
ficará estará pronto para hoje à noite e então me viro. Está de
pé com uma pequena bolsa aos pés, completamente nua.

— Estou pronta. — Diz, com voz quase inexistente.

Ergo as sobrancelhas e sorrio.

— Pode usar roupas do lado de fora, A Rùnsearc. — Digo,


esperando que dê risada. O que não faz.
Russian Bratva #10
Com uma careta, vejo como veste rapidamente jeans,
uma camiseta cinza folgada e coloca uma sandália nos pés.
Fechando a distância entre nós, acaricio seu rosto.

— Está chateada. — Aponto. Mantenho os olhos focados


nela, enquanto fecha os dela e balança a cabeça. Está chateada
e tentando esconder. Mas está fazendo um péssimo trabalho.

— Diga-me o que houve. — Insisto.

Balança a cabeça quase violentamente e a solto. Não a


empurrarei. Tenho a vida inteira para conhecê-la e planejo
fazer isso. É só minha agora. Estou com a conta bancária
muito mais leve por causa dela, mas não me importo. Essa
mulher valeu cada centavo.

Inclinando, pego sua bolsa e caminho em direção à porta.


Posso senti-la vindo atrás de mim, então não me incomodo em
olhar para trás enquanto passo pela casa. Os dois gigantes
russos estão sentados à mesa de cartas na sala de jantar
quando passamos. O loiro levanta o queixo e faço o mesmo.

— Tchau, Giovanna. — Um deles se despede.

— Adeus. — Diz, parecendo triste.

Odeio essa merda.

Quero exigir que fale o que está passando por sua mente,
mas, no entanto, não quero parecer um bastardo. Só porque
tecnicamente a comprei, não significa que seja realmente uma
propriedade, não importa o que eu pense ou diga.
Russian Bratva #10
Giovanna é uma mulher linda e estou orgulhoso de tê-la
ao meu lado. Mas espero que queira estar comigo de bom
grado, contando-me seus pensamentos e sonhos. Sei que isso
acontecerá também, mas não posso forçá-la.

Shaughan responde ao texto no momento em que coloco


a bolsa da Giovanna no porta-malas. Ela já está sentada no
banco do passageiro, então pego o telefone para verificar a
mensagem.

“Shaug: A casa está vazia. Tem apenas uma cama inflável


para passar a noite. ”

Encolho-me, pensando em como pedir à Giovanna que


durma em um colchão inflável, mesmo que seja só por uma
noite.

“Ela pode ficar com você? ”

“Shaug: Minha mulher me mataria. De jeito nenhum. ”

Cristo!

Penso sobre as palavras dele e vejo que está certo. A


mulher dele o mataria e as esposas dos outros irmãos também.
Se a levar para um hotel, não sei como reagirá a isso. Vi a
tristeza em seus olhos. Há algo trabalhando por trás deles e
tenho certeza que mandá-la para um quarto de hotel sozinha
só fará isso piorar.

Poderia levá-la para Timofei, mas de jeito nenhum a


entregarei de volta para o russo. Ela precisa estar sob os meus
Russian Bratva #10
cuidados. Comigo, ou com alguns de meus homens. Também
não tenho a noite toda para me preocupar com isso. Eu e meus
irmãos interrogaremos as mulheres do segurança em uma
hora e precisamos estar lá para isso.

Entrando no banco do motorista, bato a porta atrás de


mim e aperto o botão para ligar o motor.

— O novo local onde morará ainda não está pronto.


Realmente não tenho nada preparado para você. Poderá
começar a fazer compras amanhã, mas até termos uma
segurança mais adequada, terá que ficar em um hotel. —
Anuncio, enquanto procuro o hotel mais próximo de casa.

Encolho por dentro quando chegamos. Não é bom, mas


está perto. Duvido que até mesmo haja serviço de quarto.
Deixando Giovanna no carro, vou para dentro e peço uma
estadia de uma semana e a suíte mais cara. Só preciso de
alguns minutos para preencher a papelada e uso uma das
identidades falsas. Assim que estou com as chaves na mão,
pergunto à balconista:

— Vocês têm serviço de quarto?

Ela masca o chiclete e olha para mim.

— Até às dez. — Afirma.

Levantando o queixo, afasto-me.


Russian Bratva #10
Correndo de volta para o carro, dirijo-me para os fundos
e estaciono. Sem sequer uma única palavra, Giovanna sai e vai
até a porta para me esperar.

Agarro a bolsa dela do porta-malas, caminho em sua


direção e passo o cartão para deixá-la entrar pela porta dos
fundos.

O quarto fica no segundo andar, mas odeio elevadores e


por isso, encontro a escada e corro os dois lances com ela atrás
de mim. Quando estamos no segundo andar, encontro o
número do quarto e passo o cartão novamente. Abro a porta,
espero que entre e a fecho atrás de mim.

— Tenho um trabalho para fazer, por isso não voltarei


esta noite. A recepção garantiu que têm serviço de quarto. Pode
pedir algo para o jantar. — Explico.

— Tudo bem. — Sussurra.

Franzo a testa e a olho. Ela parece muito triste e não sei


o porquê. E de repente, isso me atinge.

— Você achou que iria para minha casa. — Anuncio.

Empurra a cabeça para trás e a balança de um lado para


o outro. Mas estou certo, sei que estou. Ela nunca admitirá,
mas é o que esperava. Sinto-me como um idiota, mas ela não
pode viver comigo. Tenho quatro filhos. Não há como trazer
uma mulher para casa, para a casa deles.
Russian Bratva #10
— O lugar onde morará não é muito longe da minha casa,
A Rùnsearc. Acho que gostará e, como eu disse, poderá decorá-
lo da maneira que quiser. É seu.

Balança a cabeça lentamente, mas não fala nada e seu


silêncio está me matando. Gostaria de passar mais tempo para
descobrir exatamente o que está passando pela linda cabeça
dela, mas não tenho tempo hoje à noite. Inclinando, beijo-a
levemente.

— Voltarei assim que puder. — Digo e me afasto dela.


Gostaria de arrumar essa merda, mas não posso.

Preciso do produto de volta. Meus irmãos e eu juntamos


o máximo de dinheiro possível entre nós para pagarmos os
impostos aos russos para não precisarmos mexer em nossas
contas do exterior. Além disso, gastei um milhão de dólares no
pagamento inicial de Giovanna, com a promessa de pagar mais
dois milhões nos próximos dois anos. Preciso do produto que
o segurança roubou de mim e preciso para ontem.

Eu o vejo saindo pela porta. Não falei com ele, por medo
de dizer qualquer coisa e as lágrimas caíssem dos meus olhos.
Russian Bratva #10
Mais uma vez, sonhar não fez nada além de me machucar.
Como pude imaginar que me levaria para casa e me
apresentaria como futura madrasta para os filhos, eu nunca
saberei.

É como se tivesse esquecido exatamente o que sou: uma


prostituta. Nada além de uma prostituta. Ninguém traz
mulheres como eu para perto dos filhos. Temos que ficar
escondidas. Apenas somos visitadas tarde da noite ou quando
os homens têm um intervalo durante o dia. Servimos apenas
para sexo, nada mais. É para isso que servem mulheres que
precisam ser compradas da porra de um cafetão.

Nunca me senti tanto uma prostituta como agora,


sentada sozinha em um quarto de hotel com nada além de um
saco cheio de merdas que na realidade nem são minhas. Sou
uma mulher que não possui nada e que não vale nada, a não
ser para satisfazer sexualmente um homem.

Deus, como odeio minha vida.

Pela primeira vez, desde a noite em que minha virgindade


foi vendida pelo maior lance, sinto-me envergonhada e suja.
Russian Bratva #10

Capítulo 14

Três mulheres me encaram. Todas as três são


completamente diferentes e, no entanto, têm dormido com o
mesmo homem sem o conhecimento delas. Vejo como
expressam sentimentos de raiva, tristeza, confusão e
indiferença.

Casey Walsh.

— Vocês todas estavam dormindo com ele. Portanto, são


as primeiras que decidimos procurar. — Digo.

As mulheres me olham e depois a prostituta bufa.

— Não tenho ideia de onde ele está. Só vem atrás de mim


quando quer uma bunda para foder. — Afirma.

A esposa ofega e a namorada estreita os olhos.

— Ele falou com você? Sabe de alguma coisa sobre o


trabalho dele ou para onde iria? — Pergunta Mannix.
Russian Bratva #10
Pego um cigarro do bolso e o acendo. Não consigo parar
de pensar em Giovanna, ou na tristeza esmagadora que sentia
quando a deixei no hotel.

A prostituta encolhe os ombros.

— O que ganharei com essa informação? — Pergunta.

Shaughan ri e rapidamente aponta a arma para a testa


dela.

— Você não morre, cadela. — Diz.

Arregala os olhos e começa a tremer enquanto as outras


mulheres soltam pequenos gritos aterrorizados. Isso deveria
me incomodar, ameaçar mulheres, assustá-las... Mas isso não
acontece. Talvez por causa de quem foi meu pai ou mais
provavelmente, por causa do homem que sou. Uma mulher
pode puxar uma faca e esfaquear tão facilmente quanto um
homem. Só porque tem uma boceta em vez de um pau, não
significa que não mataria.

— Ele fez as malas e pegou todas as roupas há quase


duas semanas. Perguntei para onde ia, mas disse apenas que
precisava ficar no trabalho por um tempo. Prometeu que
estaria em casa logo, mas posso dizer que estava mentindo.
Naquele mesmo dia, esvaziou nossa conta bancária e desligou
o número de telefone. — Informa a esposa tagarela, com a voz
alta e aterrorizada.

Porra.
Russian Bratva #10
Esfrego a mão no rosto e olho para a namorada que está
sendo muito quieta.

— Quando foi a última vez em que o viu? — Pergunto.

Ela se assusta e treme.

— E-eu-uh-eu-uh... — Gagueja.

— Envie alguém para o lugar onde ela mora. Olhe o porão,


em todos os lugares. — Ordeno.

Shaughan ri.

— Já mandamos homens para os três lugares. Mandarei


um texto. — Diz e vejo como os olhos da namorada ficam
arregalados.

— Não vão machucá-lo, vão? — Ela pergunta.

Não consigo me impedir e solto uma gargalhada.


Inclinando para a frente, mal falo acima de um sussurro.

— Estará morto depois que devolver o que roubou ou meu


dinheiro de volta. O engraçado é que pegou as três e as
envolveu nas merdas dele. Isso significa que agora tenho que
descobrir o que farei com vocês.

— Por favor, não me machuque. — Chora a namorada.

— Cale-se, cadela idiota. — Grita a prostituta.


Russian Bratva #10
Mannix manda que fique quieta, a arma apontada para
sua testa.

Não desvio os olhos da namorada.

— Diga-me tudo o que sabe. — Sugiro gentilmente.

Respira profundamente e começa:

— Não sei muito. Ele apareceu e disse que estava


finalmente deixando a esposa para ficar comigo. Não esteve
muito em casa. Entrava e saia a qualquer hora do dia e da
noite. — Explica.

A prostituta ri.

— Isso é porque estava saindo da sua cama para vir para


a minha. — Diz.

Ergo a mão e a envolvo na parte de trás do pescoço, em


um esforço para aliviar a tensão. Merda do caralho! Esta é uma
bagunça grande e nenhuma quantidade de cigarros irá me
acalmar agora. Shaughan limpa a garganta e inclinando a
cabeça ligeiramente, olho para ele.

— Ele estava na casa da namorada, dormindo no maldito


sofá da sala. — Shaughan diz rindo. — Estará aqui em cerca
de vinte minutos.

Fico puto. Pegamos a namorada quando estava entrando


na casa. Um modo fácil de pegar e sair rapidamente. Mas
Russian Bratva #10
poderíamos tê-lo aqui o tempo todo se tivéssemos revistado a
casa.

Não deveria reclamar, já que faz menos de duas horas que


estamos aqui, mas quero estar com Giovanna agora.
Obviamente está chateada com alguma coisa e não consigo
parar de pensar nisso e nela.

Não consigo tirá-la da cabeça. É minha agora, minha! E


essa emoção excitante que sinto, não deveria sentir. Deveria
me sentir errado e sujo pelo fato de possui-la, de tê-la
comprado, mas não. Eu não. Sinto-me orgulhoso, arrogante
para caralho de que alguém tão linda seja minha posse para
manter.

Estou fodido.

— O que faremos com essas cadelas? — Mannix


pergunta, lembrando-me de onde estou.

Olho para as mulheres e mordo o interior da bochecha.


Elas não podem viver. Não, com o conhecimento que têm. Não
falamos muito, mas cada uma delas sabe o suficiente para ir à
polícia. Estamos sempre no radar dos policiais, mesmo quando
os temos nos bolsos.

Há uma linha tênue entre nós e com Blackburn e as


besteiras que aconteceram há algumas horas, a última coisa
que preciso, é de um bando de mulheres desprezadas correndo
para a polícia.
Russian Bratva #10
Olho nos olhos de Mannix e levanto o queixo.

— Sem pontas soltas. — Digo.

As três mulheres começam a lamentar, o significado do


que eu disse, perfeitamente claro. Mannix se encolhe, mas não
discute comigo. Sabe que precisa ser feito.

Casey aparece alguns minutos depois sendo arrastado


por Lachlann.

— Ele urinou nas calças dentro do meu carro. Você me


deve uma lavagem. — Diz, bravo.

Olho para as calças de Casey e vejo que com certeza estão


molhadas.

— A casa? — Pergunto, ignorando as palavras do meu


irmão.

— Estão passando um pente fino neste momento. Casey


jura que não tem mais o produto nas mãos. Obviamente,
precisamos que comece a falar. Minha esposa está me
esperando em casa e a boceta dela é muito mais convidativa
do que qualquer coisa que está acontecendo aqui. Por isso,
vamos logo com isso. — Diz Lachlann.

Ignoro as palavras dele. É apaixonado pela esposa e não


tenho dúvidas de que esteja realmente esperando por ele em
casa. Está praticamente grávida desde o dia em que se
casaram e são definitivamente felizes juntos.
Russian Bratva #10
— Diga a ela para manter a calcinha. Você precisa ajudar
com isso. Depois, pode ir para casa.

— Com a porra do meu dinheiro na mão. — Diz,


estendendo a mão e dando um soco no lado da cabeça do
traidor.

Rio.

— Com todo o nosso dinheiro na mão. — Confirmo.

Lachlann amarra Casey em uma cadeira de frente para


ele, de modo que seja forçado a olhar para as três mulheres
que enganou. A esposa, namorada e uma prostituta. Porra, é
como uma piada de mau gosto. Todos observamos o estúpido
pedaço de merda enquanto olha uma por uma e começa a
chorar.

Cristo!

Esta será uma longa noite de merda.

Abro os olhos, virando para o lado para olhar o relógio. É


depois das dez da manhã. Não dormi nada na noite passada.
Russian Bratva #10
Fiquei me virando, incapaz de descansar. Esperei e aguardei
que Aidan voltasse, mas não voltou.

Agora, já é quase meio-dia e ainda estou sozinha neste


hotel de baixa qualidade. Levanto da cama e decido tomar um
banho. Vasculho a bolsa, pego a calça jeans de ontem e a
última camiseta limpa.

Quando a água quente do chuveiro me atinge, suspiro e


tento relaxar. Não sei o que fazer. Preciso de mais roupas, mas
não tenho nem um centavo, Aidan deixou claro que me
comprou, mas não sei o que isso significa para o meu futuro e
sinto-me completamente indefesa.

Termino o banho, escovo o cabelo e me visto para o dia.


Pego o telefone da mesa de cabeceira e verifico as notificações,
franzindo a testa quando vejo que nem mandou uma
mensagem.

Sinto o estômago roncar e percebo que não lembro da


última vez que comi. Estava muito chateada para pedir serviço
de quarto e estou tão confusa esta manhã que nem sequer
pensei sobre isso até agora.

Andando até a pequena mesa, alcanço o cardápio e o


examino. Decido comer algumas frutas, iogurte, um muffin e a
recepção afirma que a refeição chegará em apenas trinta
minutos. Agradeço antes de desligar e saio em direção à
varanda, deixando a porta aberta. Fico do lado de fora e
permito que o sol quente brilhe sobre mim.
Russian Bratva #10
Não sei o que acontecerá daqui para frente e sinto que o
que quer que seja, mudará a minha vida. Com certeza as
últimas semanas foram uma montanha-russa e tenho a
sensação de que só vai piorar.

Menos de dez minutos se passam quando ouço uma


batida na porta. Apressando-me, olho no olho mágico antes
abrir e franzo o cenho. É um dos homens que estava com Aidan
ontem, durante a reunião. Lentamente abro a porta e o vejo
sorrindo para mim.

— Nem perguntou quem eu era. — Aponta, enquanto


passa por mim.

Fechando a porta atrás de mim, dou de ombros.

— Você estava com Aidan ontem e o reconheci. — Explico.

— Sou Shaughan O ‘Neil, irmão de Aidan e


aparentemente, mula. — Murmura.

— Giovanna. — Digo sorrindo.

Ele bufa.

— Sim, sei quem você é. Acho que todos os O ‘Neil sabem


quem é agora.

Pressiono os lábios e franzo as sobrancelhas. Não acho


que isso seja uma coisa boa pelo modo como diz. É claro que
está irritado. Não quero que todos me odeiem, embora não
Russian Bratva #10
saiba porque me importo. Não é como se eu fosse fazer parte
da família.

— Por que está aqui? — Sussurro.

Os olhos azuis encontram os meus e ele recua.

— Estou aqui para levá-la às compras. Precisa comprar


tudo o que for necessário para montar uma casa.

— Será minha babá, então? — Pergunto.

Ele ri.

— A segurança está configurando os alarmes hoje, assim


poderá passar a noite na casa nova. Está completamente vazia.
— Anuncia.

— Preciso apenas de uma cama, nada mais. — Digo.

Fica travado, olhando-me fixamente e inclina a cabeça


para o lado.

— Tem algumas coisas armazenadas em algum lugar? —


Pergunta.

Nego com a cabeça e vejo que estranha, embora não diga


nada. Ouço outra batida na porta e começo a ir em direção
dela, mas Shaughan é mais rápido.

— Pediu serviço de quarto? — Pergunta, colocando a mão


nas costas, por baixo do terno.
Russian Bratva #10
— Café da manhã. — Murmuro.

Relaxa e abre a porta para deixar o carrinho passar.

Depois que o serviço de quarto sai, sento-me à mesa


pequena e começo a comer. Shaughan senta em uma cadeira
na minha frente e inclina a cabeça para o lado novamente.

— Pediu mais comida? — Pergunta.

— Não estou com muita fome. — Admito.

Normalmente amo comida. Mas recentemente, com tudo


o que vem acontecendo, as refeições em geral foram colocadas
em segundo plano. Estou mentalmente exausta ao final de
cada dia e tudo o que quero fazer é dormir.

Espero que quando acordar de novo, a merda esteja


melhor.

— Sabe, a ex-esposa de Aidan costumava passar fome.


Era repugnantemente magra e fazia toneladas de cirurgias
plásticas. Aidan odiava. Ele gosta de mulheres naturais, com
muitas curvas. — Informa.

Não sei exatamente o que está tentando dizer, mas acho


que entendi a essência.

— Não sou a ex-esposa de Aidan. — Afirmo. — Sei que me


quer sem maquiagem e constantemente nua. Deixou bem claro
que não quer que eu tenha nenhum tipo de brilho sobre mim.
— Digo.
Russian Bratva #10
Deveria estar envergonhada por dizer essas palavras,
especialmente porque não conheço esse homem, mas estou
exausta. Com Aidan e com tudo o que o envolve.

Shaughan arregala os olhos e limpa a garganta,


recostando-se.

— Achei mesmo que ele tinha problemas com a cadela,


mas não achava que eram tão ruins assim. — Murmura.

— Eram. Por isso, não será preciso comprar nada para


encher qualquer casa onde queira me esconder. Apenas uma
cama onde possa me foder quando sentir vontade. E não
preciso de roupas ou sapatos. Apenas talvez pudéssemos parar
em uma loja para que eu compre sabonetes, lâminas de
barbear e xampu, se possível.

Estou exagerando. Sei que estou. Mas no momento, acho


difícil me importar. Aidan me comprou de Timofei. É meu dono
e não faz questão de esconder esse fato. Cabe a ele dizer como
devo agir, vestir-me ou como viver.

Não tenho uma vida própria e nunca terei.


Russian Bratva #10

Capítulo 15

Elowen me olha do outro lado da mesa. Acabei de explicar


a ela que estou namorando, que conheci uma mulher, que
desfruto da companhia dela e perguntei se poderia trazê-la
para conhecê-los esta noite. E a única preocupação de Elowen
é com o jantar.

— Não posso acreditar que está me dizendo isso agora,


três horas antes da hora do jantar. — Grita.

Fico surpreso. Esperava que expressasse raiva por estar


com outra mulher, mas, em vez disso, está preocupada com o
tempo que tem para organizar tudo.

— Não pedi a ela que viesse ainda. Posso cancelar. —


Digo. — Se não está pronta para conhecer alguém ainda, não
tem problema. Temos tempo.

A pontada de decepção que sinto por não conseguir trazer


Giovanna para conhecer meus filhos é maior do que esperava.
Não tinha planejado isso. Não, até que Shaughan enviou uma
Russian Bratva #10
mensagem dizendo que eu estava fodido. E que fiz isso
regiamente.

Avisou para que tentasse consertar. Não sei exatamente


o quê, mas tive a sensação de que um jantar com a minha
família seria um começo.

— Não é que não esteja pronta. — Diz. — É que a casa


não está limpa o suficiente e preciso saber o que serviria.
Preciso contratar um fornecedor ou algo assim. — Murmura.

Solto uma gargalhada e os olhos de Elowen se estreitam


em pequenas fendas.

— Não estou rindo de você, não realmente. — Falo


sorrindo. — Não acho que Giovanna precise de um grande
jantar. Eu queria algo mais fácil, pequeno e íntimo. — Explico.

Ela franze a testa.

— Giovanna?

— É o nome dela, Giovanna. Eu a chamo de Vanna de vez


em quando.

Elowen se inclina um pouco para frente. Parece muito


mais velha do que seus 14 anos e isso é culpa minha. Sempre
teve responsabilidades demais. Primeiro, delegadas por sua
mãe e agora, por mim. Teve que aprender a ser a mulher da
casa e embora deva começar a assumir algumas
responsabilidades para estar preparada no futuro, não deveria
ter que arcar com tantas ainda.
Russian Bratva #10
— Pedirei o jantar em algum restaurante. — Ofereço.

Elowen ergue os ombros.

— E pensará o quê de nós, se não tivermos um jantar


decente, pai? — Ofega horrorizada.

Inclinando-me para frente, abraço minha filha e a aperto.

— Ela pensará que sou um pai ocupado com quatro filhos


e que não sei cozinhar merda nenhuma. Não se importará,
confie em mim, Wen.

— Se você gosta dela, se realmente gosta, então acho que


devemos conhecê-la.

Sorrio, dando uma piscadela.

— Diga a Caleb e às outras crianças para mim, por favor?


Preciso fazer algumas coisas e a buscarei no caminho, ok?

— Ok.

Levanto e começo a andar em direção à porta quando ela


me chama. Viro e a enfrento.

— Acha que gostará da gente? — Pergunta.

Sorrio de forma que não conseguiria esconder, mesmo


que quisesse.
Russian Bratva #10
— Não, Wen. Não acho que gostará. Acho que amará você,
todos vocês. Giovanna não tem uma família própria e acho que
amará a nossa.

Elowen sorri genuinamente, antes de se virar e subir


correndo a escada.

Deixo a casa e vou em direção ao carro, enviando um


texto para Shaughan antes de sair.

“Onde você está? ”

Ligando o motor, espero que responda. Parece que estou


olhando para o telefone por muito mais tempo do que deveria
e começo a ficar nervoso. Finalmente recebo uma resposta e
rapidamente a leio.

“Shaug: Na nova casa de Vanna. ”

Olho para o relógio e percebo que são apenas três da


tarde. De jeito nenhum arrumaram a casa de Giovanna ainda.
Que porra estão fazendo lá? A mente começa a fervilhar e
felizmente estou quase chegando. Não entendo o que pode
estar acontecendo.

Estaciono o carro e corro para a pequena casa. Comprei


este lugar há algumas semanas. Foi um ótimo negócio e
planejava fazer exatamente o que fiz. Mover Giovanna para cá.
Sabia que a queria por perto, mesmo após apenas algumas
vezes dentro dela. Mas não tinha ideia de que iria comprá-la
para mim, que iria mantê-la.
Russian Bratva #10
Shaughan está em pé na sala quando entro. Está
completamente vazia e franzo a testa ante a visão. Não sei
como fodi as coisas com Giovanna ainda. Tudo o que
Shaughan disse, foi que estraguei tudo e que eu era um idiota.
Agora, olhando a casa completamente vazia, tenho a sensação
de que causei mais danos do que imaginava.

— A mobília será entregue? — Pergunto.

Shaughan sacode a cabeça.

— Estou fora. Diga a Giovanna que a verei amanhã para


a segunda rodada. — Resmunga.

— Segunda rodada? — Pergunto, tentando ignorar a raiva


que instantaneamente flui através de mim.

— Se conseguir fazer com que ela compre alguma coisa


amanhã, a levarei de novo. — Afirma.

Fico ainda mais bravo com a oferta.

— Por que você faria isso?

Shaughan encolhe os ombros.

— É uma menina doce, parece que precisa de um amigo.


— E sem outra palavra, vira-se e sai.

Tento não imaginar algo que não existe em suas palavras,


mas sou irracional com tudo o que se refere à Giovanna e o
pensamento de meu irmão passar mais tempo com ela, mesmo
Russian Bratva #10
que pareça completamente dedicado à sua própria mulher,
mexe comigo.

Com passos rápidos, vou até o quarto onde suponho que


ela esteja e fico surpreso ao ver uma cama king-size bem
arrumada no centro do quarto, duas mesinhas de cabeceira e
uma cômoda. Não está vazio como o resto da casa, como
esperava. Giovanna sai do banheiro e congela ao me ver.

— Aidan. — Sussurra. — Desculpe-me, não sabia que


estava vindo. Ainda não estou pronta para você. — Admite.

— Pronta para mim?

Ela inspira e ergue os lindos olhos escuros para encontrar


os meus.

— Preparada. Não só não estou nua, como ainda não


tomei banho depois que cheguei. — Explica.

Fechando a distância entre nós, acaricio o rosto dela,


inclinando sua cabeça para trás.

— Não se preocupe com isso, A Rùnsearc. — Mas estou


um pouco preocupado. Por que este é o único cômodo
mobiliado? — Eu disse a Shaughan para levá-la para comprar
móveis para a casa inteira, não apenas para um quarto. —
Murmuro.

Olha-me fixamente, antes de abaixar a cabeça.

— Não preciso de móveis. — Responde.


Russian Bratva #10
— Não?

Quando levanta os olhos novamente, há um fogo que


nunca vi antes em seu olhar. Está com raiva e não está
escondendo isso. Sorrio, achando sexy e sinto o pau endurecer,
pressionando o zíper das calças com a visão.

— Estou aqui para que possa me foder quando quiser.


Portanto, tudo o que preciso é de uma cama. Não preciso de
roupas porque ordenou que ficasse constantemente nua. Qual
o ponto de comprar roupas e fingir que este não é apenas o
lugar para onde virá para ter uma boa foda quando tiver
tempo?

Soltando-a, dou um passo para trás. Não deveria me


surpreender com essas palavras. É exatamente o que planejei
originalmente. E mesmo quando a comprei de Timofei, ainda
pretendia manter a situação exatamente dessa maneira.

Mas algo mudou dentro de mim, entre tirá-la do Oleandr


e trazê-la para cá. Não sei o que é, mas quero mais dela. Mais
do que apenas algumas fodas rápidas neste quarto.

— Irá conhecer as crianças hoje à noite. Tem algo


adequado para vestir? — Pergunto, mantendo a voz suave.

Vejo que ofega e me olha assustada e de boca aberta.

— As crianças? — Pergunta.
Russian Bratva #10
— Não será nada extravagante, só um jantar. Apenas nós
seis. Falei com a minha mais velha e está ansiosa para
conhecê-la.

Giovanna fecha os lábios.

— Por que você quer que seus filhos me conheçam?

Não sei exatamente como explicar, nem eu mesmo


entendo completamente. Quero que os conheça, porque quem
sabe um dia, quando estivermos prontos, possamos nos tornar
mais. Tudo o que sei é que não quero mantê-la escondida. Não
sinto vergonha dela e não quero que pense que não passa de
um segredo sujo para mim.

— Você está na minha vida, Giovanna e eles “são” a


minha vida. É natural que se encontrem.

Vejo que morde os lábios e balança a cabeça,


concordando.

— Ok. O único vestido que tenho é o que usei no


restaurante no outro dia. Além disso, tenho alguns jeans e
camisetas, mas as roupas estão sujas.

— Temos algumas horas. Vamos. — Resmungo.


Russian Bratva #10

Olho para ele como se tivesse duas cabeças. O homem é


louco. Nunca conheci alguém que fosse tão difícil de ler quanto
Aidan O ‘Neil. Aqui estou, novamente estupefata e em choque
com o que está dizendo. Como na terra pode querer que
conheça seus filhos? Ele me comprou! Como explicará isso?

Aidan pega minha mão e me puxa gentilmente para fora


do quarto.

— Esta casa tem que parecer uma porra de casa, Vanna!


— Rosna, enquanto passamos pelas salas vazias em nosso
caminho até a porta da frente.

— Por quê? — Pergunto.

Ele para, vira para mim e me puxa contra o peito em um


movimento rápido. Uma das mãos embala a parte de trás da
minha cabeça enquanto a outra envolve meu quadril. Abaixa o
rosto e esfrega o nariz no meu.

— Porque será a sua casa, Vanna. Sua! Porque você é


minha e quero que esteja confortável, A Rùnsearc.

Engulo saliva, incapaz de me desviar do olhar dele, dos


frios olhos azuis que me cativam.
Russian Bratva #10
— Porque você é meu dono. — Constato.

— Você também me possui, Giovanna. — Vira a cabeça e


me beija, colocando a língua para fora e provando meus lábios
antes de completar — Esqueça o arranjo que tínhamos antes.
Tudo mudou. Nós nos pertencemos e nenhuma das outras
merdas importam.

— Não importam? — Duvido. Toda essa merda importa


sim. Sempre.

Suspira fundo, a respiração roçando meu rosto.

— Não. — Suas palavras têm uma finalidade que não


posso questionar. Realmente acredita que nada mais importa.

Mas infelizmente, sei que é mentira. O passado sempre


será importante e sempre voltará. Por um momento, fecho os
olhos e permito que me beije e finjo que concordo. Que nada
mais importa e que desse momento em diante tudo o que
temos realmente significa alguma coisa. Não é a realidade, mas
obviamente gosto de me torturar com sonhos que nunca se
tornarão realidade.
Russian Bratva #10

Capítulo 16

Sentada no carro de Aidan, olho para a casa em frente.


Ele me levou às compras e acabei comprando um simples
vestido azul-marinho e um par de saltos altos nude muito
macios. Não uso maquiagem e deixei o cabelo solto, caindo nas
costas. Retorço as mãos no colo. Sinto-me uma grande bola de
nervos.

— Eles vão gostar de você, Giovanna. — Diz Aidan,


envolvendo a mão quente ao redor da minha.

— Elowen, Caleb, Ronan e Isla. — Afirmo.

Aidan ri.

— Sim. Agora vamos entrar. A comida deve chegar dentro


de uma hora.

Ele pediu macarrão para viagem em um dos lugares


favoritos das crianças, enquanto eu me arrumava. Estou muito
Russian Bratva #10
nervosa, o estômago retorcendo e com as palmas das mãos
suando.

Não sei nada sobre crianças, mas sempre sonhei em tê-


las. Só que nunca pensei que realmente aconteceria. Não tenho
certeza do que mudou a mente de Aidan, ou por quê está
fazendo isso, mas não questionarei. Agora, tudo o que posso
fazer é me lembrar de respirar. Aidan passa pela frente do carro
e abre a porta, estendendo a mão para mim e me ajudando a
ficar de pé.

De mãos dadas, caminhamos até a casa. Quero virar e


sair correndo, mas a mão dele aperta a minha, abre a porta da
frente e entramos juntos. É tão ostensiva quanto achei na
primeira vez que entrei aqui. É horrível.

— Minha ex-mulher gostava de merdas extravagantes. —


Resmunga. — Odeio esse lugar, mas ainda não encontrei um
motivo para me mudar.

Sinto algo no ar com suas palavras e tento realmente não


enxergar algo a mais nelas. Mas quero, porém. Quero acreditar
que deixaria esta casa e que juntos, poderíamos criar uma vida
nova. No entanto, toda vez que penso nisso, algo acontece e me
lembra de que isso nunca acontecerá. Por isso, ao invés de
pensar demais no que disse, apenas sorrio.

— Papai! — Ouço uma doce voz e olho para cima. Quatro


crianças descem as escadas.
Russian Bratva #10
Elowen lidera o grupo. É absolutamente linda, mais alta
que eu aos quatorze anos e mais magra. Tem o corpo
obviamente ainda de garota, mas posso dizer que será mais
esbelta que curvilínea. E também, que será absolutamente
deslumbrante.

— Crianças, quero que conheçam Giovanna. — Diz Aidan.

Alinham-se na minha frente e não posso deixar de sorrir.


É muito The Sound of Music9. Quase espero que uma música
comece a tocar.

Chego primeiro até Elowen e aperto a mão dela. Depois


faço o mesmo com Caleb e Ronan. Isla, no entanto, não permite
isso. Ergue os braços e me abraça a cintura. Os pequenos
braços me seguram com força e não consigo impedir que meu
coração fique apertado com a sensação.

Aidan pigarreia, fazendo com que Isla lentamente retire


as mãos de mim e todos nós o encaramos.

— Vamos todos para a sala de estar esperar pela comida,


sim? — Estende a mão para mim e a agarro.

Juntos, entramos na sala e nos sentamos no sofá. As


crianças olham dele para mim e vice-versa, parecendo um
pouco confusas. Mas nenhuma diz nada. Aidan pergunta a
Caleb sobre seu dia e sobre as aulas.

9
Musical conhecido no Brasil como “A Noviça Rebelde”, de 1965.
Russian Bratva #10
Ainda estou nervosa e não sei o que diabos falarei com
essas crianças.

— Você parece uma princesa. — Diz Isla.

Pisco e sorrio ao olhar para ela.

— Não estou nem perto disso. Mas você e sua irmã sim,
parecem duas princesas. E você ainda mora em um castelo! —
Sussurro alto.

Ela ri, colocando a mão sobre a boca. Não posso deixar


de sorrir ante a risada contagiante. Nunca estive em torno de
crianças, mas ela parece ser uma garota muito doce.

— Você gosta de ciências? — Ronan pergunta. Aidan


disse que tem oito anos e que adora tudo o que seja relacionado
a ciências e matemática.

— Não sei muito sobre isso, Ronan. Sinto muito. —


Admito.

Não tenho nem o ensino médio. Quando meu pai me


enviou para o bordel, nunca se incomodou em me matricular
na escola ou até mesmo contratar um professor particular.
Dizia que eu não precisava de nenhum tipo de educação
formal, não quando Madame Carmella me ensinaria tudo o que
eu precisaria saber na vida.

— Tudo bem. — Encolhe os ombros. — Sabia que existem


mais de quatrocentas espécies de tubarões? — Pergunta,
mudando de assunto.
Russian Bratva #10
Caleb geme.

— Prepare-se. A partir de agora e até que vá dormir, você


terá que ouvir tudo sobre os tubarões.

Alargo o sorriso e balanço a cabeça.

— Não me importo. — Pisco para Caleb, que rosna,


parecendo muito com uma mini versão do pai.

Ronan começa a tagarelar sobre tubarões e não me


importo que esteja falando sem parar. Na verdade, ouço
atentamente, animada que queira me contar tudo sobre o que
o interessa.

A campainha da frente toca e Elowen fica em pé ao mesmo


tempo que Aidan.

— Arrumarei a mesa. — Ela diz suavemente.

Vira-se e sai. Não posso deixar de observá-la. Não anda


tão confiante como deveria. É uma garota linda, mas os ombros
estão caídos e, a julgar pela estatura que tem, parece ser
tristeza. As outras crianças se levantam e entram na sala de
jantar, mas ainda estou olhando para Elowen.

— Vanna, você está bem? — Pergunta Aidan, colocando a


mão nas minhas costas e se inclinando para me beijar a
bochecha.

Viro levemente e o olho nos olhos. Estão quase dançando


de excitação e sorrio para ele. Decido não dizer nada sobre
Russian Bratva #10
Elowen até que possa observá-la um pouco mais. Talvez não
seja nada, apenas uma má postura. Espero que no jantar, eu
possa conversar com ela um pouco mais para conhecê-la.

— Estou bem. — Digo suavemente.

Ele sorri.

— Gostam de você. Sabia que iriam. Era isso o que você


queria?

Pensando sobre essas palavras, franzo as sobrancelhas.

— O que eu queria? — Pergunto, completamente confusa


com a pergunta.

— Quando a levei para o hotel anteontem, você ficou


desapontada, percebi. Queria mais, certo?

Concordo, pressionando os lábios. Queria isso.


Realmente queria, mas também queria que Aidan quisesse
também. Balanço a cabeça, confusa. Não deveria pensar muito
sobre isso e apenas apreciar que me queira aqui com eles.

Sorrindo, envolvo os dedos em torno dos dele.

— Sim, Aidan. Obrigada por isto, por esta noite.

Seu sorriso combina com o meu e juntos entramos na


grande sala de jantar. Aidan se senta à cabeceira da mesa,
pegando os recipientes das sacolas de papel para viagem.
Elowen se encolhe e sorrio gentilmente para ela.
Russian Bratva #10
— Papai, posso servir os pratos. — Oferece.

Aidan abre a boca, mas falo antes dele:

— Oh, não, tudo bem. Sabia que acabei de me mudar e


minha casa ainda não tem nem mesmo pratos? Isso já é cem
vezes mais chique do que tenho lá. Teria que comer na caixa
com uma colher de plástico. — Digo.

Elowen sorri timidamente e é quando percebo que está


nervosa por querer ser uma boa anfitriã. Olhando em volta,
noto copos de água cheios e um jarro no meio da mesa. Pratos,
talheres, guardanapos de pano e pequenos copos de leite para
cada criança. Aidan também tem um copo de uísque na frente
dele.

— Não sabia se iria querer alguma outra coisa para beber.


— Informa. — Quer vinho? — Sussurra Elowen, as palavras
quase inteligíveis.

Sorrio calorosamente para ela.

— Água é o suficiente, Elowen. Obrigada.

O resto da noite passa cheia de conversas infantis e não


me importo nem um pouco. Gosto de ouvi-los falar sobre o dia
deles, sobre suas vidas e o que esperam que aconteça na
próxima semana. É refrescante e tão diferente de qualquer
outra coisa que já experimentei.... Aproveito cada segundo,
sem saber quando terei isso novamente. Se é que terei.
Russian Bratva #10

Levo Giovanna até a porta da frente e pego as chaves da


casa, abrindo a fechadura. Ao entrarmos, rapidamente
introduzo o código do alarme e a empurro um pouco mais para
dentro, antes de fechar e trancar a porta atrás de nós. Ela está
quieta de novo e acho que odeio quando fica assim.

— Eles são adoráveis, Aidan. — Murmura.

Olho para os olhos azuis escuros e concordo.

— Realmente são. E gostaram de você. — Digo.

Ela sorri e ilumina-se toda. Quase chega a ser ofuscante


o quanto parece linda nesse momento. Estendo a mão, os
dedos praticamente pedindo para tocá-la. Segurando o rosto
dela nas mãos, passo a ponta do polegar pelo seu lábio inferior.

— O que realmente está acontecendo aqui? — Pergunta.

— Agora? Estou me preparando para fodê-la.

Seu sorriso fica triste e solta um suspiro.

— E daqui há um mês, dois, três meses? Você me


apresentou aos seus filhos, Aidan. O que acontecerá depois?

Rio, incapaz de me segurar ante sua preocupação óbvia.


Russian Bratva #10
— Você ainda estará bem aqui, ao meu lado, Vanna. —
Sorrio. — Não vai a lugar nenhum. Nem eu tampouco.

Franze as sobrancelhas e balança a cabeça ligeiramente.

— Você está confuso. — Diz.

— Você é minha, Vanna. Não há nada para confundir.


Veremos como tudo caminhará. Por enquanto, morará aqui e
conhecerá aos poucos as crianças e talvez um dia as coisas
mudem. Mas, por enquanto, vamos aproveitar o fato de que
não há registro de data e hora em nosso relacionamento. Não
há mais a ameaça iminente de que precise ir para outro lugar,
está bem?

Abaixando o rosto, provo os doces lábios dessa mulher. A


minha mulher. Desço a mão que não está em seu rosto e agarro
o tecido do vestido, erguendo-o pelas coxas macias.

— Tire a calcinha, A Rùnsearc. — Sussurro.

Ela não hesita ao obedecer e empurro a mão para a sua


boceta. Não consigo controlar o gemido que me escapa quando
passo o dedo pelo centro já molhado. Mantenho os olhos nos
dela e a preencho com dois dedos, absorvendo o pequeno
suspiro que exala. Enrolo os dedos dentro e faço um
movimento, pressionando o polegar no clitóris.

— Aidan. — Geme.

Pressiono os lábios nos dela, mas não a beijo, ao invés


disso, falo contra a boca celestial:
Russian Bratva #10
— Irei fodê-la com os dedos até que goze, Vanna. Depois,
irei fodê-la com a boca e finalmente, você vai me foder com essa
doce boceta até que eu também goze. Talvez assim consiga
perceber que é minha e que juntos, somos nós.

Choraminga quando preencho a boca dela com a língua,


cumprindo a promessa que fiz com os dedos em tempo recorde.
Ela goza duas vezes antes de chegarmos à cama.

Assisto admirado como ela me monta e goza pela terceira


vez, antes de me fazer atingir o clímax também, ordenhando
meu pau com a boceta apertada.

Essa mulher é minha e não só porque a comprei. Mas


porque a escolhi.
Russian Bratva #10

Capítulo 17

Shaughan me leva até o showroom e me encolho. Preciso


comprar móveis e utensílios para uma casa inteira e não tenho
pistas sobre por onde começar. Não fui educada para saber
sobre decoração ou estilo. Fui educada para apenas uma coisa
e não foi para saber qual a marca de sofá é melhor que a outra.

— Shaw! — Uma mulher praticamente grita.

Eu a vejo andar o mais rápido que pode em saltos de


quatro polegadas em direção a Shaughan, jogar os braços em
volta do pescoço dele e o beijar. Ele automaticamente agarra a
cintura dela e retorna animadamente o beijo.

Em seguida a coloca de pé, enquanto responde o que está


fazendo aqui.

— Comprando móveis, baby.

— Para quê? — Pergunta, desconfiada.


Russian Bratva #10
Shaughan me olha e vejo como ela fica completamente
imóvel ao me enxergar. Estou vestindo jeans e uma camiseta
solta. Comprar roupas é o próximo passo da lista, mas ele está
adiando e não posso culpá-lo nem um pouco. Realmente não
queria fazer isso também.

— Oi, sou Giovanna. — Digo, oferecendo a mão.

A mulher olha para a mão estendida, para o meu rosto e


depois para a mão novamente.

— Keanna, esta é a nova mulher de Aidan. — Shaughan


apresenta.

Arregala os olhos e finalmente pega a minha mão, embora


com relutância.

— A nova mulher de Aidan. — Diz lentamente, enquanto


sacudimos as mãos juntas.

— Ela precisa montar uma casa inteira. Tudo, menos o


quarto principal. — Informa à namorada.

Keanna me solta e olha de mim para Shaughan e depois


de volta para mim.

— Ok. Qual é o seu estilo?

Posso dizer apenas pelo aperto em sua voz que algo está
errado. Nervosa, digo que não tenho ideia, mas que quero que
Aidan se sinta confortável em minha casa. Ela bufa, mas não
responde verbalmente.
Russian Bratva #10
Não demoro muito para ficar um pouco mais confortável
quando ando pela loja e vejo os diferentes estilos de mobília.
Decido pelo moderno e confortável, com linhas limpas e cores
neutras, principalmente por tons cinzas.

— Vou até o banheiro. — Aviso, depois de tomar todas as


grandes decisões sobre a casa.

Rapidamente me afasto do casal. A tensão entre eles é tão


densa que quase posso prová-la. Passo o maior tempo possível
no banheiro e olho para mim mesma no espelho, suspirando.
Não sei o que realmente está acontecendo. O futuro é um
monte de incógnitas e isso me deixa nervosa.

Uma semana atrás, imaginei que Aidan iria me manter


trancada naquela casa, longe da vida cotidiana dele. Mas então
me apresentou aos filhos e agora não tenho certeza de nada.
Não quero sonhar demais, mas estou tonta com a possibilidade
de que meus sonhos possam se tornar realidade. Incrivelmente
tonta. Mal posso conter a empolgação que sinto e sei que
acabarei devastada.

Mas não me importo.

Saio do banheiro e fico surpresa ao encontrar Keanna em


pé, de frente à porta. Mordo o lábio inferior, nervosa.

— Shaughan e eu estamos noivos e não sabia que estava


passando um tempo com você para ajudá-la. Desculpe-me se
pareci tão abrupta ou rude. — Diz, tentando sorrir. Posso dizer
que é forçado, embora.
Russian Bratva #10
— Estava preocupada de que houvesse algo mais entre
nós? — Pergunto.

Ela resmunga.

— É Shaw. Claro que estava preocupada. — Diz, sincera.

Pressiono os lábios, tentando pensar em algum tipo de


resposta. Não vejo como pôde ficar preocupada. Ela é
absolutamente deslumbrante. Tem um lindo e longo cabelo
vermelho, um leve toque de sardas no nariz e um corpo de
morrer. Qualquer homem que a enganasse seria um idiota.
Não que não tenha visto um idiota ou dois antes, mas
Shaughan não parece ser tão estúpido.

— Você irá se casar com ele. Como fará isso se não confia
nele? — Questiono.

Olha-me nos olhos e inclina a cabeça de lado.

— Ele disse a mesma coisa para mim. — Afirma.

— Shaughan é um cara legal. Muito legal, na verdade.


Mas só está me levando a diversos lugares porque Aidan
ordenou. Não tenho amigos e nem licença para dirigir. Se não
confia nele, esse é outro jogo.

Ela balança a cabeça, revirando os lábios algumas vezes.

— Você está certa. Acho que fui pega de surpresa. Queria


que tivesse me avisado. — Suspira.

Estendo a mão e pego a dela, apertando suavemente.


Russian Bratva #10
— Ele é um homem, são burros. Duvido que tenha me
dado um segundo pensamento. Está apenas fazendo o seu
trabalho. Nada mais, nada menos. — Sorrio.

— Ouça a mulher. — Diz Shaughan ao caminhar em


direção à Keanna.

Ela sorri e posso dizer que qualquer preocupação que


tinha, se foi. A maneira como se olham…. Sinto-me como um
voyeur ao lado deles neste corredor.

— Shaughan tem que me levar para comprar roupas pelo


resto do dia. Por que não vem conosco? — Pergunto e os dois
viram a cabeça para me olhar. Keanna parece um cervo pego
por faróis, mas Shaughan sorri.

— Duas futuras mulheres O ‘Neil fazendo compras


juntas. Parece um maldito pesadelo. — Ri.

Keanna bate no peito dele, brincando.

— Com a autorização de que as compras feitas hoje sejam


debitadas no cartão de crédito de seu irmão, posso me dar ao
luxo de tirar o dia de folga.

— Então está resolvido. Vamos acabar logo com essa


merda! — Shaughan resmunga.

Passo o resto do dia com Shaughan e Keanna.


Compramos até quase morrermos de exaustão. Nunca me
diverti tanto em toda a minha vida. Quando morava com
Madame Carmella, as lingeries que usava eram compradas
Russian Bratva #10
para mim, juntamente com as roupas casuais. Nunca fui às
compras sozinha e por sorte, Keanna gosta de fazer isso. Teve
grande prazer em me ajudar a escolher um guarda-roupa
inteiro.

— Oh, você precisa de um vestido elegante para o nosso


casamento. — Praticamente grita, quando passamos por uma
loja com monte de vestidos de noite.

Paro e olho para ela, confusa.

— Shaughan e eu estaremos nos casando em breve. E


será um evento black-tie. Você precisará usar um vestido de
noite. — Explica.

Shaughan pisca enquanto se dirige para a parede,


sentando em uma cadeira vazia. Coloca as dúzias de sacolas
que gentilmente está carregando para nós no chão e sorrio,
agradecida. Tem sido extremamente paciente durante toda a
tarde.

— Não sei se deveria comprar isso. — Sussurro,


acariciando o caro trabalho de pérolas feito no vestido à minha
frente.

Keanna envolve os dedos em volta do meu pulso e para


os meus movimentos. Viro a cabeça, vejo o olhar sério que
exibe e preparo-me para o que quer que esteja prestes a dizer.

— Por que não, Giovanna? Se é a mulher de Aidan, então


estará no meu casamento. Será em apenas três semanas.
Russian Bratva #10
Abaixo a cabeça e enrolo os dedos no tecido do vestido.
Um casamento de família é um evento íntimo e privado. Duvido
que Aidan levará uma prostituta com ele. No entanto, penso
na noite passada em que conheci seus filhos e na esperança
que senti há apenas algumas horas de realmente me tornar
sua mulher.

— Shaw, ligue para o seu irmão. — Grita Keanna.

Assisto horrorizada quando Shaughan endireita as costas


e pega o telefone do bolso. Balanço a cabeça, os olhos fixos nos
dele. Mas apenas sorri e leva o telefone ao ouvido. Vejo sua
boca se mover, mas não consigo ouvir nada de onde estou.

— Estará aqui em uma hora. É melhor que escolha a


porra de um vestido, Vanna! — Grita do outro lado da sala.

— Gostei deste. — Afirma Keanna com um sorriso


gigantesco no rosto.

Vasculho os vestidos e agarro um do meu tamanho,


irritada por terem transformado isso em algo grande. Se Aidan
me quisesse junto dele, teria dito. Não quero que se sinta
pressionado. Não sou alguém assim para ele. Ontem à noite foi
apenas uma prevenção, para o caso das crianças me
encontrarem em algum lugar, tenho certeza. Não significou
nada, por mais que eu queira que fosse o contrário.

Entro no provador e fico apenas com a calcinha de renda


branca. Não demoro muito para colocar o vestido azul-claro e
Russian Bratva #10
seguro um gemido quando sinto a renda deslizar sobre o meu
corpo.

A camada superior do vestido é feita com uma espécie de


renda macia, com um padrão de tule frisado que cobre todo o
comprimento do vestido. Olho para o peito e fico surpresa ao
ver que estou coberta, já que o decote é um V profundo,
sustentado por apenas duas alças extremamente finas.

A porta é aberta e suspiro quando olho para o espelho.


Em pé atrás de mim não está Keanna, como presumi. É Aidan.
Vejo que olha para o meu corpo e depois retorna o olhar para
os meus olhos novamente.

— Estou comprando esse maldito vestido. — Rosna.

Virando rapidamente, dou um passo em sua direção.

— Não. Não precisa fazer isso. Keanna não sabe sobre o


nosso acordo. Não precisa se sentir obrigado. — Sussurro.

Dou um passo para trás, sentindo as palavras como um


soco no estômago.
Russian Bratva #10
— Nosso arranjo? — Pergunto.

Os olhos de Giovanna se arregalam ante o tom que uso.


Balança a cabeça e posso dizer pelo jeito como segura o próprio
corpo, que está nervosa, sem saber o que esperar de mim.

— Qual exatamente é o nosso acordo?

Engole saliva e olha para os pés, antes de novamente me


encarar.

— Vai me fazer dizer isso? — Pergunta.

— Uma vez que estou confuso pra caralho, sim. Eu vou.


— Rosno.

Ela aperta os lábios e vejo que os molha com a língua


rosada. Sinto o meu pau pressionar o zíper, implorando para
sair. Sabe que seu lugar é entre as coxas macias de Vanna.

— Fui comprada por você, Aidan. Sou uma propriedade


que possui. Tem zero obrigação de me tratar como qualquer
outra coisa, mas agradeço que tente fazer com que pareça ser
mais do que uma relação de proprietário e servo. Só que no fim
do dia, é apenas isso que somos. — Termina.

Tropeço para trás, sem saber como ainda pode se sentir


assim.

— O vestido é seu e o usará no casamento como meu


encontro. É óbvio que ainda se vê como nada além de uma
Russian Bratva #10
prostituta. E acredito que nada que eu faça ou diga irá mudar
isso.

— O que quer dizer? — Pergunta, os lábios tremendo.

Fecho a distância entre nós, agarro o rosto dela com as


mãos e seguro sua cabeça, vendo os olhos arregalados,
apavorados. Bom. Deve mesmo sentir medo. Estou puto com
ela agora.

Inclinando para frente, murmuro:

— Significa que agora será tratada como a minha


prostituta, Giovanna. É o que continua esperando, certo? É o
que continua achando que farei. Pois tudo bem, porra! Acaba
de conseguir o que quer.

Solto-a e viro para ir embora. Shaughan está de pé, perto


da entrada do vestiário e fecha a cara quando olha para mim.
Abre a boca para falar algo, mas o calo.

— Compre o vestido e a leve para casa. Não sairá de novo.

— Aidan. — Adverte.

Erguendo a mão, paro e digo:

— Não me questione. Avise a ela que deve ativar o alarme


assim que chegar e que recebo notificações todas as vezes em
que é desativado. Não deve ficar desligado a não ser que eu o
desligue a partir de agora.

Não espero que responda e saio.


Russian Bratva #10
Quando estou no carro, tiro o celular do bolso e envio
uma mensagem para Shaughan.

“Esteja no bar em trinta minutos. ”

Imediatamente, recebo a resposta:

“Shaug: Você é quem manda. Logo estarei lá. ”

Não respondo nada de volta. Ligo o motor e sigo em


direção ao bar. Ainda não encontramos a mercadoria roubada
por Casey, o segurança traidor. Nenhuma quantidade de
tortura ou procura produziu alguma coisa. Estou no limite,
com um humor azedo e chateado pra caralho. Se não conseguir
me controlar, em breve perderei a porra da minha mente.

E infelizmente, as pessoas que estarão sujeitas à minha


ira, serão os meus irmãos, filhos e Giovanna. E parece que
Giovanna está prestes a ter um gostinho dela.

Está completamente fodida comigo.


Russian Bratva #10

Capítulo 18

Sento no sofá recém-entregue sozinha. Shaughan me


deixou ontem aqui e avisou que não tinha permissão para sair
ou desarmar o alarme. E não tive notícias dele desde então.
Também não vi ou ouvi falar de Aidan desde que se afastou de
mim no provador ontem. Esperava que aparecesse na noite
passada, mas não veio.

Esta manhã, sacudi as vibrações ruins e decidi fazer um


pouco de yoga e tirei as roupas das sacolas. Sei que fodi tudo
novamente. Parece ser algo em que sou muito boa, uma
característica que nem sabia que tinha até recentemente.

Não sei o que fazer ou o que acontecerá a seguir. A tela


da televisão em branco me olha de volta, mas estou nervosa
demais para ligá-la. Nem sei o que assistiria. Não sou uma
pessoa que goste de TV. Também não sou de ler, só peguei em
alguns deles quando estive trancada no apartamento e
entediada demais.
Russian Bratva #10
Nunca pude fazer nada por mim mesma e agora me sinto
completamente desajustada. Sinto-me assim desde o momento
em que deixei Madame Carmella. Todas essas mudanças
recentes me deixaram desequilibrada.

Parece que se passou uma hora desde que me sentei, mas


provavelmente foram apenas dez minutos, quando ouço a
porta da frente se abrir e vejo Aidan desarmar o alarme antes
de fechar a porta e trancá-la. Olha para mim e ergue levemente
o queixo.

— Tire a roupa. — Exige.

Usa um tom severo que nunca ouvi dele antes.


Rapidamente tiro as roupas até ficar nua, não querendo testá-
lo. Vejo que tira as próprias roupas, inclusive meias e sapatos,
até que também esteja completamente nu na minha frente.

Arregalo os olhos quando vejo que se abaixa e retira o


cinto das calças que estava usando.

— Você decidiu que sua vida seria de uma determinada


forma e quando fez isso, tomou a decisão por mim também. —
Anuncia.

Engulo com dificuldade, molhando os lábios com a


língua, enquanto ele se aproxima.

— Fique de joelhos, peito no sofá e se incline. — Ordena.

— Aidan? — Choramingo.
Russian Bratva #10
Ele se inclina um pouco e posso sentir seu calor, mas
toma o cuidado para que nenhuma parte dele me toque.

— Lembra quando a avisei que causaria dor em você? —


Pergunta.

Concordo com a cabeça, fecho os olhos e tento não


tremer, chorar ou fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Lentamente, fico de joelhos, grata pelo carpete ser macio.
Inclino por sobre a almofada do sofá e descanso a bochecha e
peito contra ela, erguendo a bunda para ele.

Aidan rosna atrás de mim e posso ouvi-lo se mexer um


pouco. Fecho os olhos, prendo a respiração e espero,
antecipando a dor que está por vir. Ouço o zumbido antes de
sentir a chicotada. O corpo todo congela de dor quando bate
com o cinto na minha bunda.

Choramingo, tomando cuidado para não fazer nenhum


outro barulho. Aidan repete o gesto, uma, duas, três vezes....
Ele não para. Aterrissa os golpes em mim, acertando até a
parte superior das coxas. Perco a contagem quando chego a
dez. Só depois ouço o cinto pousar suavemente no chão.

Puxa-me os quadris para trás e me penetra sem aviso.


Soluço, incapaz de contê-lo por um segundo a mais. Ele me
fode de forma implacável. Se achei que foi muito duro quando
nos conhecemos e fiquei machucada por dias, realmente não
sabia o que era uma foda dura.
Russian Bratva #10
Toda vez que empurra dentro de mim, suas coxas e
quadris batem na zona que está machucada. E isso torna a dor
quase que insuportável. Não aguento e começo a chorar.

Aidan me envolve com o corpo, seu pau ainda bombeando


dentro e fora de mim e começa a tocar o clitóris. Abro a boca
para implorar para que pare, mas nada sai. Brinca com o
clitóris, beliscando-o e esfregando círculos firmes contra ele até
que eu esteja no limite. Não deveria querer gozar. Estou
machucada, dolorida... Tudo dentro de mim grita de dor e
mesmo assim, ainda estou tão perto do clímax, que sinto estar
prestes a explodir.

Sem aviso e sem uma palavra, Aidan dá um tapa no meu


clitóris e gozo embaixo dele. Soluço e começo a tremer, a boceta
apertando-o, tentando mantê-lo dentro de mim. Mas ele não
permite e continua a empurrar até que sinto seu sêmen me
encher.

Solta um longo gemido com o pau ainda enterrado dentro


do meu corpo, mas não fica muito tempo. Silenciosamente, sai
de mim. Estou completamente torcida, incapaz de me mexer
enquanto tento recuperar o fôlego. E também tenho medo de
fazer qualquer movimento e piorar os machucados.

Ouço a porta da frente sendo fechada, trancada e, em


seguida, o alarme sendo ativado. Viro a cabeça para o lado e
olho em volta. Estou sozinha. Ele me fodeu e deixou. Usou-me
como a prostituta que sou, assim como disse que faria.
Russian Bratva #10
As lágrimas não derramadas antes, agora caem
profusamente pelas minhas bochechas.

Quero odiá-lo. Deveria odiá-lo, mas não consigo.

Ao invés disso, dirijo esse ódio a mim mesma. Não podia


deixar que isso acontecesse. Deveria ter insistido que não era
nada além de uma prostituta, lembrá-lo de que me comprou.
Arruinei cada sonho que já tive e que poderia ter se
transformado em realidade.

Olho para a casa do carro. Sou um babaca do pior tipo.


Bati em minha Giovanna. Eu a fodi e bati nela com o cinto.
Não sou melhor que o meu maldito pai e não a mereço. Nem
mesmo um pedaço dela. Grito, apertando o botão de partida
do carro e mudo a direção antes de acelerar pelas ruas.

— Aidan. — Ouço a voz do meu irmão pelos alto-falantes.

Limpando a garganta, encontro as palavras.

— Envie Keanna para a casa de Giovanna. Preciso que


alguém a verifique.
Russian Bratva #10
— Posso passar por lá no meu caminho para casa. —
Oferece.

— Não! — Grito. — Tem que ser uma mulher.

Ouço o silêncio do outro lado do telefone por um momento


e em seguida, ele faz um barulho no fundo da garganta antes
de falar:

— O que você fez? — Pergunta baixinho.

Suspiro. O peso do que fiz é demais para que até mesmo


possa pensar sobre isso. O instinto manda que volte
imediatamente, mas ainda não posso.

— Envie Keanna apenas. Providencie o código de alarme


e uma chave para ela. — Digo.

— Sim. — Resmunga e em seguida, termina a chamada.

Dirijo em direção à minha própria casa, sabendo que as


únicas pessoas que estarão lá serão os funcionários. Quando
estou estacionado na calçada, passo os dedos pelo cabelo e
fecho os olhos. Sou um babaca. Sinto os ombros tremendo,
assim como o resto do corpo.

Por que os assuntos amorosos sempre acabam dando


errado comigo? Batendo as mãos no volante, eu grito.

Tropeçando para fora do carro, ando direto para a casa e


vou em direção ao escritório. Fecho a porta, mas não me
incomodo em trancá-la. Ninguém se atreverá a me incomodar.
Russian Bratva #10
Pego uma garrafa de uísque, sem me incomodar em pegar
um copo e engulo o primeiro gole direto da garrafa. Depois
outro, outro, até desmoronar na cadeira.

Sinto o corpo ser levantado da cadeira e minhas pernas


balançam até encontrar o chão enquanto abro os olhos.
Olhando para mim, está um Shaughan furioso. Alguém se
move atrás dele e vejo que Mannix e Lachlann estão aqui
também.

— Deixem-me em paz. — Rosno.

Shaughan não me abaixa. Pelo contrário. Caminha para


frente, batendo as minhas costas contra a parede com tanta
força que perco o fôlego. Só então, me libera e caio com a bunda
no chão, com os olhos arregalados e completamente confuso
com o que acontece ao redor.

— Deveria pegar a minha arma e atirar na sua maldita


cabeça! — Grita.

Abro a boca para responder, mas a voz de Mannix me


interrompe:
Russian Bratva #10
— E eu deveria pegar a minha e atirar em seu peito, só
para ter certeza de que estivesse morto. — Rosna.

— Então só me sobraria a alternativa de atirar em seu


pau. — Grita Lachlann.

Lutando para ficar de pé, endireito as costas com suas


palavras.

— Que porra é essa? — Pergunto, confuso.

— Você é um pedaço de merda! — Mannix responde


friamente. — E não a merece.

— Que diabos está falando? — Murmuro.

Ele dá um passo à frente, empurrando Shaughan para o


lado. Parece não apenas extremamente chateado, mas também
desapontado. Na neblina ainda bêbada e sonolenta, não
consigo juntar todas as peças.

— Keanna chamou Shaughan para ajudá-la. Ela não


conseguiu levar Vanna sozinha para o banheiro. Vanna não
conseguia se mexer. E quando Shaughan viu o estado em que
a deixou, ele nos chamou. Agora, depois que o médico a viu e
cuidou de suas feridas, estamos aqui. Todos nós queremos
saber o que há de errado com você.

Ergo a mão e a passo pelos cabelos, suspirando


profundamente. Porra, não percebi que a machuquei tanto
assim. Sabia que fui muito bruto, mas caralho, não achei que
fosse tão ruim assim.
Russian Bratva #10
— Eu descontei tudo nela. — Sussurro.

— Tudo? — Mannix pergunta, a voz baixa e uniforme,


transmitindo a raiva que queima dentro dele.

Aceno, deixando a cabeça cair contra a parede com um


baque.

— Tudo. Casey, suas cadelas, a perda da remessa e de


nosso de dinheiro com isso. O modo como se recusa a ver a si
mesma como qualquer outra coisa além da minha prostituta.
Eu a comprei, sim. Mas também a apresentei aos meus filhos.
Sei que quer ser mais e porra, quero dar isso a ela. Mas essa
mulher não consegue enxergar, caralho! — Grito.

Mannix bufa.

— Por que ela se consideraria mais que uma prostituta,


Aidan? Espera mais dela do que está dando. Você apenas a
comprou! Fez qualquer coisa que faria se estivesse namorando
uma mulher diferente? Já a levou em um encontro? Será que
ela já foi beijada por um homem antes, sem precisar dormir
com ele depois? Já assistiu a um filme de mãos dadas? Pense
com o maldito cérebro e não com o seu pau por pelo menos
uma vez. Já fodeu tudo com Fallon. É tão cego que está
disposto a estragar tudo com Vanna e se arriscar a perdê-la
também?

— Não fodi tudo com Fallon! Foi ela quem abriu as pernas
para outros homens. — Grito.
Russian Bratva #10
Mannix balança a cabeça.

— Talvez Fallon sempre tenha sido uma trapaceira, era


uma puta egoísta de qualquer maneira. No entanto, teve tantas
oportunidades para fazer o que fez porque sempre a ignorou.
E agora está batendo na sua mulher? Se não consertar isso,
começarei a achar que é igual ao papai.

Sem outra palavra, todos os três viram-se e saem do


escritório. Fico de pé contra a parede, sentindo-me um idiota
ainda maior. Olho para o relógio na mesa e me encolho. Passa
das oito da noite, o que significa que todas as crianças já estão
na cama. Perdi uma noite com a minha família e mulher,
porque sou um idiota maldito.

Pego as chaves na escrivaninha e começo a sair correndo


em direção à porta da frente. Mas Caleb está de pé na sala de
estar e estreita os olhos em mim.

— Eu ouvi o que você fez. — Praticamente rosna.

— Sobre o que está falando? — Pergunto.

Ele balança a cabeça e cruza os braços sobre o peito


pequeno.

— Ouvi tio Mannix dizer que machucou Giovanna. Por


que tem que ser tão idiota? — Pergunta.

Fico sem saber o que dizer e feliz que se sinta tão seguro
comigo, a ponto de ter coragem de falar assim. Deus sabe que
se fizesse a mesma pergunta ao meu pai, teria apanhado no
Russian Bratva #10
ato. Mas Caleb sabe que nunca faria isso. Limpando a
garganta, passo os dedos pelo cabelo.

— Eu a machuquei. — Admito, com um aceno de cabeça.


— Mas consertarei isso.

— Nós gostamos dela, papai. Todos nós. Não foda isso! —


Grita.

Estendo a mão, mas dá um passo para trás, afastando-


se de mim. Lágrimas brilham nos olhos dele e apenas balança
a cabeça de um lado para outro.

— Ela é legal e bonita. Todos nós gostamos muito dela.

— Ok, filho. Consertarei tudo, eu prometo.

Sem dizer mais, afasta-se e sobe as escadas. Sinto-me um


idiota ainda maior, algo que não sabia ser possível. Preciso
consertar o que fiz. Não só por Caleb, mas por mim também.

Estraguei tudo. Deixei que as emoções me controlassem


e machuquei a única mulher com a qual realmente me
importo. Porra, Giovanna é o ajuste perfeito para o homem que
sou hoje.

Não posso perdê-la.


Russian Bratva #10

Capítulo 19

A cama se mexe, mas sinto as pálpebras pesadas demais


para abrir os olhos e ver quem está aqui. Não que não saiba
quem é. Eu sei.

Keanna e Shaughan me deram algumas pílulas para


tomar. Pensei que fossem analgésicos, mas agora tenho certeza
de que não eram. Estou extremamente grogue e incapaz de me
mexer desde que as engoli.

Sinto uma mão quente passar pelo meu braço e depois


parar no estômago. Sinto-o atrás de mim, mas não faz nenhum
movimento para me tocar em qualquer outro lugar.

— Eu sinto muito. — Diz contra o meu ombro, os lábios


descansando lá.

Tento responder, mas não consigo. Relaxo novamente e


adormeço.
Russian Bratva #10
Pelo o que parece segundos depois, finalmente abro os
olhos e leva apenas um momento para que as lembranças
retornem. Fecho-os novamente e faço uma careta. Achei que a
punição de Aidan foi o pior evento do dia, mas não foi nem
perto disso.

Keanna quando me viu, chorou e tentou me ajudar a ir


ao banheiro, mas eu estava tão fraca que não consegui
levantar. A vida foi drenada de mim completamente. Por isso,
ela ligou para Shaughan, que por acaso estava com Mannix e
toda a dignidade que eu tinha desapareceu. Eles também
trouxeram o outro irmão, Lachlann, e completaram a
humilhação de Giovanna Rossi.

Todos os três irmãos O ‘Neil me viram completamente nua


e machucada. E os três ficaram extremamente chateados.
Deram-me algumas pílulas, ajudaram a me limpar, trouxeram
um médico para me examinar e me colocaram na cama. Não
lembro de mais nada depois disso. Desmaiei completamente.
Isso, até que Aidan apareceu muito mais tarde.

Sinto a mão dele passar pelo meu estômago e segurar um


seio, apertando-o suavemente. Está acordado, mas ainda não
disse nada e também não retira as mãos. Estou rígida,
tentando antecipar o que fará, mas nada acontece.

— Sou um idiota, Vanna. Atirei mais do que deveria sobre


você. — Murmura. — Não mereceu a minha raiva ou frustração
ontem. Não desse jeito.
Russian Bratva #10
Pisco duramente, surpresa de que esteja se desculpando.
Não precisa fazer isso, não realmente. Não tem que dizer nada.
Afinal, é meu dono e pode fazer o que quiser.

— Fale comigo, A Rùnsearc. — Pede.

Rolando, viro a cabeça para encarar os belos olhos azuis.


Tem as sobrancelhas unidas e me olha fixamente também.

— Diga-me o que é isso. — Exijo.

Ele chega mais para a frente e passa o dedo ao lado do


meu rosto.

— Isso é indefinível, Vanna. Somos indefiníveis.

Beija-me levemente e depois volta para o lugar que


estava. Repousa a mão no lado do meu pescoço, enquanto os
olhos continuam a procurar os meus.

— Não sou um homem fácil e não sou um homem bom,


Vanna. E não fingirei que sou. Não para você ou para qualquer
outra pessoa. Tudo o que posso dizer é que sinto algo por você
que nunca senti antes na vida. E não sei como lidar com isso.

Sua admissão é tudo e nada ao mesmo tempo. Envolvo a


mão em torno de seu pulso e aperto. Não sei exatamente o que
dizer, as palavras alojadas na garganta. Tenho um milhão de
perguntas zumbindo na cabeça, implorando para sair.

— Quero-a ao meu lado, Giovanna. Não só aqui, na cama,


mas também no meu mundo. Você será a minha
Russian Bratva #10
acompanhante no casamento de Shaughan e será em todas as
festas para as quais eu for convidado, familiares ou públicas.
— Inclina-se e me beija novamente, antes de dizer: — Você
será a minha mulher.

Suspiro com as palavras e ele aproveita a oportunidade


para encher a minha boca com a língua. Beija-me, não... me
consome, parecendo fazer amor comigo através desse beijo e
eu permito.

Não. Essa afirmação também não é correta. Não apenas


permito, delicio-me e valorizo cada segundo com ele.

Quando termina, pressiona a testa na minha e recupera


o fôlego com os olhos fechados.

— Pode me perdoar, A Rùnsearc?

— Não deveria. — Respondo.

— Não, você não deveria. — Concorda.

— Isso significa que estamos começando de novo? —


Pergunto, a voz mal acima de um sussurro.

Rosna, os dedos apertando ao redor do meu pescoço.

— Nunca! — Afirma. — Começar de novo, significaria não


ter todos os momentos que já compartilhamos juntos. Eles
existiram. Alguns foram bons, outros não, mas nos trouxeram
até aqui.
Russian Bratva #10
— Estou livre, Aidan? Quero saber se ainda me considera
uma propriedade ou se sou uma mulher livre para ir e vir como
quiser. Somos dono e prostituta ou somos mais?

— Está livre, A Rùnsearc. — Sorri. — Até certo ponto. —


Acrescenta.

— Uma extensão?

Retira a mão do pescoço, passa pelo centro do meu peito


e finalmente, a coloca entre as minhas pernas, agarrando a
boceta nua.

— Ainda é minha, Giovanna. Essa boceta é minha. Isso


não mudou e nunca mudará. Você dá isso para qualquer outro
homem e ambos morrem. — Rosna.

Essas palavras deveriam me assustar, mas me excitam.


Nunca pertenci a um único homem. Não até que Aidan entrou
na minha vida e não posso negar a emoção que sinto ante o
pensamento. Ele geme quando sente que estou pingando com
suas palavras. Os mamilos ficam duros e os seios doloridos
também.

Preciso dele.

— Não existe ninguém mais. — Sorrio, inclinando-me


para frente e o beijando docemente.

Gentilmente introduz dois dedos dentro de mim e suspiro.


Estou dolorida, mas também carente. Lentamente entra e sai
de mim e aperta a palma da mão contra o clitóris a cada
Russian Bratva #10
movimento. Arqueio as costas e aperto os seios no peito largo,
enquanto tento aliviar a dor.

— Foda-me a mão, A Rùnsearc. Goze em cima de mim. —


Geme.

Sem vergonha alguma, fodo a mão dele, apreciando o


modo como me preenche. Beija-me a garganta e me lambe,
enviando arrepios por todo o meu corpo enquanto tento
alcançar a liberação. Balanço os quadris enquanto sinto as
coxas tremerem. Estou perto e o clímax ameaça me consumir
completamente.

— Goze, Vanna. Entregue-se para mim. — Sussurra


contra a minha pele.

Fecho os olhos e grito ao gozar, a boceta apertando seus


dedos enquanto ele geme ao mesmo tempo. Espero que me vire
para me pegar por trás, mas não faz isso. Enterra o rosto no
meu pescoço e mantém os dedos plantados dentro de mim,
suspirando profundamente.

Levantando a mão, passo os dedos pelos cabelos dele.

— Aidan? — Pergunto, hesitante.

Inclina a cabeça para trás, foca os olhos nos meus e sorri.

— Deixe-me cuidar de você. Hoje, iremos apenas assistir


a alguns filmes.
Russian Bratva #10
— O quê? — Pergunto, confusa. Nunca recebi uma oferta
assim antes. Está completamente fora das normas do nosso
relacionamento.

Aidan mantém o sorriso descontraído firmemente no


lugar.

— Agora é uma mulher livre, lembra-se Vanna? É isso o


que fazemos quando estamos em um relacionamento. Não
somos mais consumidor e cliente.

Sinto o coração bater rapidamente no peito, enquanto


deixo suas palavras afundarem.

— Estamos em um relacionamento?

— Algum dia, mais cedo ou mais tarde, estará morando


na minha casa e dormindo na minha cama. — Informa.

Pisco, sem saber como responder. Um vislumbre de


esperança, das esperanças e sonhos que sempre mantive
inflamam-se mais uma vez. E como a tola que sou, agarro-me
a elas, recusando-me a deixá-las irem embora. Isso é
exatamente o que sempre quis.

— Não quebre o meu coração. — Imploro.

Ele sorri para mim e vejo seus olhos brilharem.

— Tentarei o meu melhor para não o fazer, A Rùnsearc.


— Beija-me e em seguida repete com um gemido — Tentarei,
porra!
Russian Bratva #10

Assisto quando se movimenta com cuidado e me


amaldiçoo. Eu a machuquei e merecia o ódio dela. Mas quando
me olha, é como se tivesse estrelas nos olhos. Posso ver apenas
esperança fluindo neles.

Não consigo deixar de sorrir quando me olha assim e


também sinto esperança. Não mereço parte alguma dessa
mulher e sei que tenho que ganhar a confiança dela
novamente. Mas não posso negar que estou feliz.
Verdadeiramente feliz.

Ouço o telefone tocar com uma notificação e o alcanço na


mesinha de cabeceira. Giovanna não tinha ideia do que queria
assistir, então entrei na conta da Netflix para que pudéssemos
escolher alguma coisa. Está vendo os filmes que estão
disponíveis e lendo as descrições uma por uma. Essa merda
me deixaria louco há apenas uma semana. Hoje, não me
importo tanto. Tenho seu corpo pressionado ao meu e ela me
perdoou. Isso é tudo que importa.

Leio a mensagem:

“Manny: Consertou a merda que fez? ”


Russian Bratva #10
A mensagem me faz rir. Sei que se preocupa com a minha
felicidade e que estava chateado também. Não o culpo.
Provavelmente atiraria nele se fizesse a mesma merda que fiz.

“Tudo certo. ”

Respondo e recoloco o telefone na mesa.

Passo o dia com a minha mulher enrolada nos braços e


não transo com ela. Estou com o pau dolorido de vontade de
estar dentro dela, mas nem tento. Meus irmãos estavam
certos. Preciso cortejá-la um pouco. O que existe entre nós é
importante para mim. “Ela” é para mim. Sabia disso desde que
a vi pela primeira vez. Senti algo dentro de mim, algo que me
puxava na direção dela e que nunca havia sentido antes.

Giovanna e eu estamos destinados a ser. Não importa


como chegamos até aqui, importa apenas o que o futuro nos
trará. Nosso caminho nem sequer era pavimentado, era
rochoso e retorcido. Mudaria a forma como me comportei, mas
nunca o fato de que tê-la conhecido. Não posso trazê-la para
casa como minha mulher ainda, pois tenho meus filhos em
quem pensar. No entanto, agora faz parte da família e a
integrarei em nossas vidas. É nossa, tanto quanto somos dela.

Porra! Pareço um idiota babaca, mas realmente não


poderia me importar menos.
Russian Bratva #10

Capítulo 20

A semana seguinte passa como um borrão completo.


Aidan não estava brincando quando disse que as coisas seriam
diferentes, que ele seria diferente. Os machucados que causou
se curaram, mas ainda está sem me tocar. Bem, pelo menos
com o pau dele. Não posso contar o número de orgasmos que
me deu com a boca e os dedos. Tem sido ótimo, mas sinto falta
da sensação de tê-lo dentro de mim. Anseio por isso.

Estamos deitados na cama, tarde da noite e acabou de se


juntar a mim depois de passarmos a noite com seus filhos.
Trouxe-me para casa, voltou para esperar que as crianças
adormecessem, e agora está de volta comigo.

— Caleb gosta de você e não tenho certeza se é porque a


acha sexy. — Aidan ri, passando a mão sobre a minha pele.
Estamos de frente um para o outro na cama e não uso nada
além de uma calcinha.

Estendo a mão e passo o dedo pelos lábios cheios.


Russian Bratva #10
— É porque ele acha que sou gostosa. — Pisco. — Ronan
disse que acha que pareço uma princesa das fadas que viu em
um de seus livros e Isla sussurrou que tenho cheiro de
biscoitos e que quer ficar comigo para sempre. Já Elowen,
perguntou se eu poderia levá-la para comprar um vestido para
o casamento de Shaughan durante algum dia desta semana.
— Divago.

— Porra! — Amaldiçoa.

Não consigo me impedir de sorrir, imaginando qual


dessas declarações o fez amaldiçoar, embora tenha um bom
palpite. Insiste em dizer que Elowen está crescendo e, no
entanto, não está pronto para isso.

— Certifique-se de que esteja coberta da cabeça aos pés.


— Resmunga.

Rio ao ver que estava certa. Ele não está pronto para ver
que seu bebê cresceu, não importa quantas vezes anuncie isso.
Coloco a mão no peito dele, rolando-o de costas e rapidamente
subo, escarranchando-me sobre seus quadris.

Ele automaticamente me agarra e aperta.

— Está dizendo que podemos fazer um passeio de


meninas e algumas compras? — Pergunto.

Ele sorri, gentilmente passando as mãos pelo meu corpo


até alcançar os seios.
Russian Bratva #10
— Podem. Minhas duas garotas podem sair para fazer
compras juntas. — Diz, os olhos focados nos meus seios,
começando a apertá-los e a massageá-los com mais força.

Gemo, esfregando-me no comprimento duro, enquanto


ele belisca e puxa meus mamilos, enviando calor pelo meu
corpo todo e mais precisamente, para a minha boceta.

Inclinando para a frente, beijo-o e digo baixinho:

— Preciso de você, Aidan. Preciso que esteja dentro de


mim.

Deixa os seios e rasga a minha calcinha, jogando os


retalhos de lado. Sem uma palavra, levanto os quadris
levemente enquanto alinha-se para entrar em mim. Com uma
das mãos me segura pela cintura e rapidamente me puxa para
baixo. Deixo a cabeça cair para trás quando o sinto me encher,
fazendo com que ambos soltemos um longo gemido.

Ficamos imóveis por um momento para que possa me


ajustar, enquanto tento recuperar o fôlego. As mãos dele
sobem até os seios novamente e esfrega o polegar nos mamilos
endurecidos. Fico tremendo com a sensação.

— Perdi isso. — Diz com a voz tensa.

Levanto e lentamente afundo nele novamente. Esse


homem me preenche de uma maneira que nenhum outro
jamais fez. Aidan me completa, de dentro para fora, e a cada
dia que passa, sinto que explodirei de tanto amor.
Russian Bratva #10
Absolutamente, amo isso.

— Cavalgue-me, A Rùnsearc.

Tremo ao montá-lo, amando o modo como diz essa


palavra: “Meu tesouro. ”

Nunca cansarei de ouvir Aidan me chamando assim.


Acho a coisa mais linda do mundo. Viro a cabeça ainda mais
para trás e me agarro a suas coxas, buscando apoio.

Aperta-me os seios e um rosnar escapa da sua garganta,


quando rolo os quadris sobre ele. Não consigo me controlar e
mesmo que pudesse, não acho que gostaria de tentar. Aidan é
tão gostoso e faz tanto tempo desde que esteve dentro de
mim.... Nunca mais quero que vá embora. Gostaria de ficar
assim para sempre.

— Caralho! — Amaldiçoa e solta o seio, passando a mão


pelo meu estômago até chegar ao clitóris, esfregando-o.
Suspiro e ergo a cabeça para olhar em seus olhos. — Goze,
Vanna. Goze em cima de mim. — Ordena.

Não demoro muito. Apenas mais um rolar de quadril e


um aperto a mais no clitóris e gozo em cima dele. As coxas
tremem, mas não tenho tempo para aproveitar o clímax. Aidan
se senta, joga-me de costas e entra em mim com força,
mantendo os olhos focados nos meus enquanto me fode. Os
golpes são longos e firmes, até que se planta profundamente e
geme ao atingir a própria liberação.
Russian Bratva #10
Acaricio as costas nuas e agarro seus quadris. Ele abaixa
a cabeça e pressiona os lábios nos meus, consumindo-me
novamente. Desliza os quadris vagarosamente para dentro e
para fora, enquanto faz amor com a minha boca. Depois de um
tempo, lentamente sai e mordisca meu lábio inferior, deitando-
se de costas e me puxando contra si. Encosto a bochecha no
peito quente e duro, suspirando.

— Você está bem? — Pergunta.

— Agora estou, Caro. — Sorrio, virando a cabeça para


beijar a pele quente.

Aidan acaricia o meu cabelo e gemo, satisfeita. Não


demoro para adormecer em seus braços. Nunca fui tão feliz na
vida. Tudo pelo o que passei me trouxe para este homem. E até
o momento, não poderia estar mais empolgada com o futuro
que estamos construindo.

Olho para a nota e rosno. Merda! Claro que isso teria que
acontecer agora. Fallon quer que nos encontremos, está
desesperada para falar comigo. Tenho certeza de que gastou
todo o dinheiro que dei a ela e agora quer voltar.
Russian Bratva #10
Honestamente? Finalmente estou feliz e não tenho a
menor vontade de sequer olhar para a minha ex-mulher
novamente.

Pego o telefone e ligo para Mannix.

— Tudo bem? — Pergunta.

— Desça para o bar. — Digo e em seguida, desligo o


telefone.

Olho para a nota, observando-a como se pudesse me


morder. Porra, essa cadela é vingativa. Parece que uma hora
se passa enquanto espero pelo meu irmão.

Eu sei que hoje Giovanna, Elowen e Isla estão fazendo


compras de vestidos de festa. Estão sozinhas, exceto pelo
motorista que as levou de casa para a loja e esta nota me faz
pensar que deveria ter deixado um segurança junto delas.

Sinto o cabelo da parte de trás da nuca ficar eriçado, ante


o pensamento da minha ex entrando em contato com
Giovanna. Fallon não é apenas vingativa, é completamente
louca e não posso imaginar o que faria, se descobrir que outra
mulher está se relacionando com seus filhos. Chegou a me
trair, mesmo sabendo as possíveis consequências! Quando
souber que estou com outra, nada disso irá importar. Com
certeza irá enlouquecer.

— O que diabos está acontecendo? — Mannix pergunta,


assim que entra no escritório.
Russian Bratva #10
Pego a carta e decido lê-la em voz alta:

“Aidan,

Eu sinto sua falta mais do que as palavras podem dizer.


Cometi um erro imenso e sei que é difícil para você me desculpar.
Mas gostaria que nos reconciliássemos, colocando o passado e
nossas diferenças para trás. Por nós e pelas crianças. Acredito
que você me deve uma segunda chance de ser a mãe que elas
precisam que eu seja.

Vejo-o em breve meu amor.

Fallon”

Mannix rosna.

— Meu amor? — Engasga.

— Nunca me chamou assim uma única vez durante todos


os nossos quinze anos de casamento. — Afirmo.

— O que essa mulher quer agora com isso?

Bufo.

— Exatamente! No entanto, se descobrir sobre Giovanna,


a merda pode ficar feia. — Resmungo.

— Caralho... O casamento! Acha que ela aparecerá?

Balanço a cabeça, passando a mão pelo rosto. Uma


semana atrás, diria absolutamente que não. Mas hoje, acho
Russian Bratva #10
que a resposta se inclina para sim. Ela estará lá e fará uma
cena. E isso é a última coisa que preciso.

Estou tão ocupado procurando a mercadoria que


desapareceu, tentando descobrir exatamente o que farei com o
segurança traidor e observando Blackburn, que não mantive a
vigilância que deveria sobre Fallon. Não sei o paradeiro dela.

— Como está o traidor? — Pergunto, mudando de


assunto.

— Nas portas da morte. Matamos as três cadelas na


frente dele e não conseguimos convencê-lo a falar. O que quer
que tenha feito com a mercadoria, não acho que a
conseguiremos de volta. — Murmura.

— Termine com ele. Mate-o e descarte o corpo. Não me


importo mais. Apenas teremos que trabalhar um pouco mais
para compensar o que perdemos. Os russos não sabem sobre
isso. Garanta que ele se torne um exemplo para o resto dos
nossos homens. Não quero que ninguém pense que ele se safou
dessa. — Instruo.

Mannix levanta o queixo.

— O que fará com Fallon? — Pergunta, o tom um pouco


mais cauteloso.

— Foda-se se eu sei. Nada, acho. Não me encontrarei com


ela, não a quero de volta e até onde sei, essa boceta não existe
mais.
Russian Bratva #10
Mannix ri.

— Boa sorte com isso. Se a conheço um pouco, sei que


fará com que sua presença seja óbvia. E da forma mais alta
possível.

Não está errado. No entanto, não tolerarei suas merdas


novamente. Não preciso fazer isso. Não sou mais marido dela
e, na verdade, ela tem sorte de estar viva. Não deveria tentar
me manipular usando as crianças. Deveria tentar me
manipular usando o meu pau, já que é por minha causa que
ainda está respirando.

Só que agora tenho Vanna e Fallon não chega à porra dos


pés da minha mulher.
Russian Bratva #10

Capítulo 21

Levo os vestidos até a caixa registradora com um


desconfortável pressentimento formigando na parte de trás do
meu pescoço. Elowen e Isla estão de pé ao meu lado e fico feliz
que possa vê-las. Algo não está certo. Olho para trás, mas nada
parece fora do comum. A vendedora fala comigo, conversando
sobre as lindas peças que separamos e tudo o que quero fazer
é sufocá-la e ordenar para que se apresse.

Depois que os vestidos são embrulhados, assino o recibo


do cartão de crédito e agradeço com os dentes cerrados. Temos
que pegar os sapatos ainda, mas tudo que quero fazer é dar o
fora daqui. Estamos sendo vigiadas. Não sei quem é ou o
porquê, mas conheço o sentimento de ser observada e isso está
acontecendo.

Elowen me olha nervosa e sei que está sentindo o meu


pânico. Isla está completamente alheia, graças a Deus. Ofereço
Russian Bratva #10
um sorrio trêmulo para Elowen, enquanto entramos em uma
loja de sapatos.

Não demoramos para ficar completamente hipnotizadas


pelos lindos sapatos exibidos e lentamente começo a relaxar.

— Acha que posso usar saltos altos? — Elowen pergunta,


tocando em um par de Christian Louboutins.10

— Acho que um salto pequeno seria mais apropriado, não


esses com dez centímetros pelos quais está apaixonada no
momento. — Sorrio.

Eu a guio em direção a um par de sapatos com saltos


pequenos e ela suspira.

— Quero usar sapatos reais. — Diz, chateada.

Colocando a mão em seu pulso, sorrio para ela.

— Eu sei que não quer ouvir isso agora, mas acredite em


mim quando digo para não ter pressa de crescer. Haverá
muitas chances de usar saltos altos extravagantes. Poderá até
usá-los todos os dias de sua vida adulta, se quiser. — Pisco.

— Você não os usa. — Aponta e está certa. Não os uso o


tempo todo, mas isso não significa que não os tenha.

Não a corrijo. Ao invés disso, sorrio.

10
Grife famosa de sapatos.
Russian Bratva #10
— Eu poderia se quisesse e isso é tudo o que importa. —
Digo simplesmente.

Ela inclina a cabeça e acho que dirá outra coisa, talvez


até argumentar, mas não fala nada. Assisto quando encontra
um par de sapatos adequados à sua idade e pergunta à
vendedora se tem de seu tamanho.

Juntas, ajudamos Isla a encontrar um par de sapatos


infantis sofisticados que combinem com o vestido dela
também, e trinta minutos depois, saímos da loja em direção ao
carro que está nos esperando.

A sensação de ser observada retorna quando saímos e


rapidamente procuro o carro que espera por nós. O motorista
estacionou na parte de trás e sinto o suor se acumular na
testa.

Tento ignorar a sensação.

— Isla, você pode levar os sapatos e Elowen leva os


vestidos? — Pergunto.

Não sei por quê, mas sinto que algo está para acontecer
comigo. Sinto o coração disparar e empurro as duas garotas
em direção ao carro.

— Vão direto para o carro e peçam ao motorista que as


levem direto para o pai de vocês, está bem?

Elowen arregala os olhos e me olha surpresa.


Russian Bratva #10
— Vá agora e cuide de Isla. — Sussurro e é quando
acontece.

Sinto alguém me agarrar duramente pelo estômago e


tampar a minha boca. As garotas gritam, mas Elowen faz
exatamente o que pedi. Pega a mão de Isla e corre direto até o
motorista. Ele deve ver a comoção, pois vejo o carro vindo em
nossa direção. Só que é muito tarde para mim. Quem quer que
tenha me agarrado, joga-me no banco traseiro de um carro
apenas alguns segundos depois.

— Olá, depósito de porra. — Uma voz fria zomba. —


Dirija. — Ordena ao motorista.

Encontro-me diante de Lucian Blackburn. O grande


pedaço de merda. Deveria saber que não iria deixar passar o
que houve. Deveria ter adivinhado que viria atrás de mim
quando Timofei não deu o que ele queria e o ameaçamos. Fui
idiota. Estive envolvida demais pela felicidade que comecei a
conhecer e não prestei atenção suficiente em nada além de
Aidan e de seus lindos filhos.

— O que acontece agora? — Pergunto. — Sabe que Aidan


não ficará quieto quando souber que você tocou na
propriedade dele.

Digo essas palavras facilmente. Os olhos frios, mortos,


olham diretamente para mim e quase desmorono. De todos os
homens com quem tive que lidar, Lucian Blackburn é de longe
Russian Bratva #10
o mais assustador. É cruel, sem alma e absolutamente um
desgraçado.

— Ele pode não gostar disso, mas tenha certeza de que


estará de joelhos assistindo. — Ri.

Sinto vontade de chorar, mas não me permito. Lucian


ama lágrimas, ama a emoção das pessoas. Acha interessantes
as emoções dos outros porque não tem emoções próprias, além
de raiva e ódio. Empatia, simpatia, são sentimentos que não
possui, assim como respeito e amor.

— Duvido muito que Aidan O ‘Neil fique de joelhos por


qualquer que seja o motivo. Boa sorte com isso. — Gracejo.

Blackburn me encara com um brilho perverso nos olhos


e sorri.

— Ele praticamente chupa pau russo, prostituta. Acabará


se curvando à minha vontade também.

Decido ficar quieta. Não sei para onde estamos indo e nem
há quanto tempo estamos rodando, mas falar com ele, só faz
com que queira tornar seu show ainda mais maluco. Não devo
conversar com ele como está. Só espero que Aidan chegue logo
até mim e que quando isso acontecer, que traga um arsenal
para livrar o mundo desse desgraçado.
Russian Bratva #10

O telefone toca e olho para o nome e número antes de


atender. Sinto o estômago revirar quando vejo quem é.

— Alô. — Atendo.

— Senhor, tenho as suas meninas. Estamos entrando no


bar. — Afirma o motorista, terminando a ligação.

Ele tem as minhas garotas. Ele tem minhas garotas...

Isso significa que não está com Giovanna. Abro a porta


do escritório e entro na sala principal. Lachlann está atrás do
bar e ergue os olhos, olhando para mim e não gosta do que vê.
Rapidamente move-se ao redor do balcão e vem em minha
direção.

— Fale comigo! — Exige.

Mantenho os olhos colados na porta da frente e ordeno:

— Ligue para nossos irmãos. Algo aconteceu.

Assim que digo as palavras, vejo minhas duas meninas


correndo pela porta. Não diminuem a velocidade, na verdade,
aceleram quando me veem. Preparo-me para o impacto e
quando me abraçam, começam a chorar sem parar. Erguendo
Russian Bratva #10
a cabeça, olho para o motorista, questionando-o. Ele parece
doente e é quando percebo que o que aconteceu foi ruim.

— Lach? — Chamo. Ele ergue a cabeça, o telefone


pressionado no ouvido. — Chame Nola, Keanna, Mona e Sarah.

As quatro mulheres são a esposa de Mannix, a noiva de


Shaughan, a esposa de Lach e a namorada de Rian. Todas as
quatro cuidarão das minhas meninas e ficarão seguras,
enquanto lido com o quer que diabos tenha acabado de
acontecer.

Quando meus irmãos e suas mulheres aparecem, levo-as


para casa, para onde enviei duas tripulações inteiras de
seguranças por precaução. Ninguém entrará na minha casa.
Não, sem uma guerra.

— Fale comigo. — Rosno para o motorista.

Suspira, os dedos se mexendo antes de falar. E quando


faz isso, ergue os olhos para mim e me encara fixamente. Diz
que as garotas estavam fazendo compras e que ficou esperando
no estacionamento por elas. Assistiu quando saíram da loja e
começou a ir na direção delas para que não tivessem que andar
muito.

Conta que Giovanna entregou as compras para as duas


meninas e que achou isso estranho, começando a acelerar em
direção a elas, pensando que poderia haver algum tipo de
problema. Mas antes que pudesse alcançá-las, um veículo saiu
Russian Bratva #10
de uma vaga. Um homem agarrou Giovanna e a jogou dentro
de um carro.

Não fez nada, porque achou melhor garantir a segurança


das meninas. Sabia que se pegasse sua arma, poderia haver
um tiroteio e elas ficariam no meio. Por isso, se concentrou nas
garotas e as tirou de lá.

— Você fez a coisa certa. — Admito. Não quero, mas faço.


As meninas sempre têm prioridade sobre tudo. — Você deu
uma boa olhada no cara? — Pergunto, suspirando.

Sacode a cabeça.

— Só pude ver um terno escuro e cabelos escuros. Nada


mais. Não o reconheci. — Diz.

— Caso lembre de mais alguma coisa, avise-me. E


obrigado por trazer as minhas garotas rapidamente e sem
ferimentos. — Murmuro.

Ergue o queixo, olhando ao redor da sala enquanto fica


de pé.

— Sinto muito, Sr. O ‘Neil. Giovanna é uma moça muito


doce. Gostaria de ter impedido isso.

Também fico em pé e estendo a mão para o homem.

— Obrigado. Nós a encontraremos.

— Sei que vai, senhor. — Sai do escritório, deixando-me


sozinho com meus irmãos. Todos me olham com diferentes
Russian Bratva #10
níveis de preocupação. Posso ler cada um deles e sinto
exatamente o mesmo.

Eu me endireito. Quanto mais rápido descobrirmos quem


fez isso, menor serão os danos causados à Vanna. Depois, essa
merda irá acabar. Sua liberdade está oficialmente revogada e
irá morar comigo.

— Foi uma de três pessoas. — Anuncio.

— O contato de Casey, Blackburn ou a boceta com quem


era casado. — Lachlann adivinha.

Mannix rosna.

— Absolutamente correto, irmãozinho.

— Oh, será fácil então! — Shaughan diz. — Uma pessoa


misteriosa, o prefeito ou uma cadela que não vemos há meses.

— Porra! — Amaldiçoo.

— Caralho! — Diz Shaughan ao mesmo tempo que eu.

Olhando em volta, percebo que estou deixando passar


alguma coisa. Não consigo pensar direito. Tudo no que posso
pensar é que algo terrível está acontecendo com Giovanna. Ela
disse que Blackburn era um animal, um monstro.

Que porra farei se foi ele quem a pegou, e estiver


machucando-a? Cristo, o que farei se alguém machucá-la?

E isso me atinge como um maldito trem de carga.


Russian Bratva #10
Eu a amo.

— Meu instinto diz que foi Blackburn. — Anuncio.

Shaughan cruza os braços sobre o peito.

— Concordo. Mas como chegamos a ele? Como podemos


resgatá-la? — Pergunta.

Esfrego a mão sobre o rosto e solto um longo suspiro.

— Eu não sei. Acho que teremos que ligar para Timofei.


Queria lidar com isso sozinho, mas também sei que se tentar
foder com o prefeito, Vetrov irá me matar sem hesitação. —
Murmuro.

— Tenho que concordar com isso. Além do mais, quem


sabe ele tem uma maneira de recuperá-la mais rápido? —
Murmura Mannix.

Pego o telefone no bolso e faço a ligação. Felizmente, ele


responde no primeiro toque e quando digo o que aconteceu e
de quem suspeito, ouço-o rosnar. Ordena que todos nós nos
encontremos em seu escritório.

— Pegaremos a sua mulher de volta. — Mannix sorri,


batendo a mão no meu ombro.
Russian Bratva #10

Capítulo 22

Manejo os pulsos, tentando me libertar da corda que os


mantém presos. Achei que Lucian iria me humilhar e usar
imediatamente. O que não esperava, era que me arrastasse
para uma sala, mandasse um lacaio me amarrar, apagar as
luzes, trancar a porta e sair.

Bastardos!

Fechando os olhos, inalo profundamente antes de deixar


o ar sair. Quando os reabro, decido olhar ao redor. Não sei
onde estou. Tenho certeza que não estou na casa dele, pois a
esposa não gostaria disso. Devo estar em algum tipo de
apartamento que mantém na cidade para si.

A maioria dos idiotas que traem as esposas têm um outro


lugar reservado para levar suas amantes e tenho certeza de
que Blackburn não é uma exceção à regra. Sua esposa
provavelmente mora em uma casa de quatro quartos nos
subúrbios, com uma cerca branca.
Russian Bratva #10
Mordo o canto do lábio, procurando por algo útil. Não vejo
um telefone em lugar algum, mas isso não me surpreende. A
maioria das pessoas não têm mais telefones fixos. Estão
desatualizados. Fiquei surpresa quando vi que Moriz ainda
mantinha um no apartamento em que fiquei.

Abandonando a ideia de encontrar um telefone, decido


procurar algo que possa usar como possível arma. Mas não há
nada. Seja lá para o que for que usa esse lugar, não fica aqui
muitas vezes. Não há muita coisa aqui. Solto um gemido,
derrotada. Estou completamente refém desse homem doentio
e ninguém sabe onde estou.

Antes, quando passava uma noite comigo, Madame


Carmella sempre sabia onde eu estava e sempre tinha um
guarda junto dela para invadir e me ajudar, caso necessário.
Especialmente quando se tratava de Lucian.

A maçaneta gira e olho, prendendo a respiração. Lucian


abre a porta com um sorriso maníaco no rosto.

— Está pronta para jogar, prostituta? — Sorri.

Não respondo. Ao invés disso, tento recuar para dentro


de mim mesma e me desligar, mas Lucian não permite e fica
na minha frente antes mesmo que eu perceba o que está
acontecendo. Agarra a minha garganta e a aperta, sacudindo-
me de leve.

— Não se verá livre de mim, Giovanna. Não, quando


planejei tanto para você. — Diz.
Russian Bratva #10
Fecho os olhos em um piscar lento. Sinto seu pau duro
agora e começo a ficar tonta pela falta de oxigênio. Solta-me e
se inclina, os lábios secos e rachados tão perto dos meus que
praticamente posso sentir o gosto de sua respiração ácida.

— O que faria para salvar a vida daquele O ‘Neil? —


Pergunta. — O que faria por mim?

Balanço a cabeça. Não quero pensar sobre isso. Ele sabe


que eu faria qualquer coisa. É claro como o dia que estou
completamente apaixonada por Aidan e pela família dele.
Levanta a mão e acho que me sufocará novamente, mas não
faz isso. Passa o dedo indicador pelo lado do meu rosto e nos
meus lábios.

— Acho que faria qualquer coisa por ele. Por aquele


nojento. — Rosna.

Prendo a respiração, desejando que pudesse me afastar


do cheiro e do toque dele.

— E é por isso que quando ele aparecer aqui, você


rastejará até os meus pés e se recusará a voltar. Vai
alegremente chupar o meu pau na frente dele e implorar por
mim e pelo meu toque. Se não...

— Se não? — Pergunto, quando não termina a frase.

Sorri.

— Se não fizer isso, pegarei a garotinha mais velha dele e


irei treiná-la para ser minha.
Russian Bratva #10
Recuo como se tivesse me batido e o bastardo sorri
amplamente.

Sabe que me pegou e pensa que agora é meu dono. Exceto


que não sabe que na verdade, Aidan me comprou.
Literalmente. Começo a pensar e percebo que Blackburn
realmente não sabe. Não deve saber como tudo isso realmente
funciona. Não sou uma mulher livre para ficar ao seu lado,
mesmo que me ameace. Não posso escolher com qual homem
quero ficar. Mesmo sabendo que jamais o escolheria de bom
grado.

Fecho a boca. Decido ficar quieta. Dois podem jogar e


quando se trata de fingir, sou uma profissional treinada.

— Ok, Lucian. — Digo roucamente. — Serei sua. Você


sabe que serei o que quiser que eu seja. Não há necessidade
de me ameaçar.

Suas sobrancelhas se unem e ele sorri.

— Oh, pensava que ele viria até aqui armado e que a


salvaria? Agora está bem em ser minha?

Inclino o queixo e dou a ele o meu sorriso mais perverso.

— Eu tenho certeza que ele virá. Mas você sabe como isso
funciona. — Digo, tentando encolher os ombros.

— O que quer dizer?


Russian Bratva #10
Respiro, estufando o peito um pouco e arqueando as
costas para fazer com que meus seios pareçam maiores. Isso o
distrai um pouco. Lucian olha para o decote e solta um
pequeno gemido.

— Apenas o maior e mais malvado alfa consegue o que


quer. — Digo e o sorriso de Blackburn aumenta.

— E eu sou o maior de todos! — Diz rindo.

Mordendo o canto do meu lábio, sorrio.

— Caralho, sim. Você é o maior!

É exaustivo fingir que essa porra toda me excita, mas não


me importo. Farei o que for preciso para manter Elowen
segura, ele não está errado. Fingirei gostar de qualquer coisa
doente que queira, contanto que os O’Neal estejam seguros.

Pelo menos nunca terei que me preocupar em precisar


escolher entre os dois. Sei, sem dúvida alguma, que Aidan
cuidará dele de uma forma ou de outra. Pertenço a Aidan,
mente, corpo e alma.

Lucian não pode comprar lealdade nem de um animal,


quanto mais de uma pessoa.

— Vou desamarrá-la, Giovanna. Seja uma boa prostituta


quando fizer isso. Você sabe o que quero. — Ronrona.

Deus, odeio a voz dele.


Russian Bratva #10
Lucian me desamarra, como o prometido e sem hesitar,
fico completamente nua. Sei do que Lucian Blackburn gosta e
como é inflexível sobre me querer sempre sem nenhuma roupa.
A única coisa que ele e Aidan têm em comum.

Ajoelhando-me a seus pés, faço o que sei que amará. Colo


o peito no chão, coloco as mãos nas costas e lambo os sapatos
do filho da puta.

Timofei franze a testa para o homem parado atrás dele.


Posso dizer que Dominik está chateado, os músculos do queixo
estão rígidos, mesmo que o resto do corpo pareça relaxado.

O escritório está cheio e agradeço por isso. Os homens


que me cercam são, sem dúvida, os melhores que poderia ter
neste momento.

Foi a decisão certa chamá-lo.

— Tenho os vídeos. — Informa Timofei.

Abro a boca ligeiramente, surpreso. Sei exatamente de


quais vídeos está falando. Não tenho certeza se quero vê-los,
mas farei o que for preciso para trazer Giovanna de volta.
Russian Bratva #10
Quero que o pedaço de merda sofra e essa é a melhor maneira
de fazer um político sofrer. Publicamente.

Timofei solta um suspiro pesado.

— Eu não os assisti. Esperava que nunca precisasse.


Giovanna deixou claro que não eram nada que realmente iria
querer ver. — Diz.

— Poderíamos vazá-los para a imprensa, mas acho que


Antônio sairá da toca se o fizermos. Há algo entre os dois, mas
não sei exatamente o que é. — Esfrega a barba loira enquanto
franze a testa, a mente obviamente tentando processar tudo o
que aconteceu.

— Traremos Antônio até aqui. — Exijo.

Dominik bufa.

— Acha que irá fornecer livremente qualquer informação


depois que nos recusamos a jogar seu jogo? Que não fizemos o
que queria? De jeito nenhum, porra! — Diz.

— E se dissessem que deixariam de fornecer o que quer?


Sem bocetas e sem armas? Talvez faça qualquer coisa para
conseguir o que precisa. — Falo.

Timofei me olha nos olhos.

— Acho que jogar com Antônio Rossi é perigoso pra


caralho, um desejo de morte esperando para acontecer. E
também acho que não temos muita escolha, a menos que ele
Russian Bratva #10
queira ficar contra Blackburn. Somos melhores juntos que
separados. — Murmura e então sorri. Um sorriso terrível. —
Mas também acho que o pegamos pelas bolas. Temos os vídeos
e com eles, podemos manter ou derrubar o prefeito. E o
prefeito, o mesmo em relação a Rossi. Pelo menos podemos
usá-los como parte de um acordo.

— Marcaremos um encontro. — Rosno. — Quero a minha


mulher e a quero de volta agora.

Timofei se inclina para trás na cadeira com um sorriso no


rosto.

— Está reivindicando Giovanna? — Pergunta, o


espertinho.

Quero dar um soco na cara do fodido arrogante. Estreito


os olhos, aperto os punhos e coloco as mãos sobre a mesa dele,
inclinando-me em sua direção.

— Não é da sua conta, especialmente porque a possuo. —


Rosno. Timofei não recua e sorri ainda mais ante as minhas
palavras. — Ela é minha, para sempre!

Ele ri.

— Bom irmão. Sabia que ela o faria feliz. Pude dizer após
dar apenas uma olhada nela que era uma boa mulher. Agora,
precisamos reunir uma outra boa mulher e trazê-la conosco,
como apoio. — Diz, mudando de assunto.

— Quem? — Shaughan pergunta.


Russian Bratva #10
Fico onde estou, meu corpo firme e rígido. Preciso de um
cigarro e a porra de uma bebida. Abaixo a cabeça, derrotado.
Preciso de Giovanna.

— Chamo-a de senhora italiana. Vanna me disse que


tinha mais filmagens, que salvou tudo como uma apólice de
seguro e as deixou com ela.

Levanto a cabeça e olho diretamente nos olhos dele.

— É hora de pegar essa apólice! — Rosno.

O pênis pequeno de Lucian bate na lateral da minha


bochecha, enquanto mantém um forte agarre em meus cabelos
e segura a minha cabeça. Não é humilhante para mim que
esteja me batendo com esse pau insignificante. Na verdade,
sinto pena dele. Ninguém deveria ter que carregar esse pau que
mais parece um percevejo durante toda a vida.

— Diga que me quer. — Exige.

Luto com tudo o que tenho para não revirar os olhos.


Russian Bratva #10
— Sabe que quero sua porra. Pinte-me com ela, Luc. —
Gemo.

Parece falso até mesmo para os meus ouvidos, mas esse


pedaço de merda não saberia o que é falso nem se o socasse
no rosto. Só espero que não fique malvado. Com esta parte dele
posso lidar, não é um problema. É quando muda o interruptor
e torna-se cruel que não consigo aguentar.

Lucian para, puxando-me a cabeça para trás ainda mais


e tão grosseiramente que grito, surpresa.

— Achou mesmo que seria tão fácil, prostituta? Que


bastaria lamber sapatos e levar meu pau na cara que tudo
estaria acabado?

Choramingo, incapaz de me controlar. Começo a tremer


de medo. Fecho os olhos com força e sinto seu hálito perto.
Está bem perto de mim e minha bravata de antes desapareceu
completamente.

Mantenho os olhos fechados quando coloca o cinto em


volta do meu pescoço e o aperta. Tento diminuir a respiração
para não entrar em pânico. Se fizer isso, posso desmaiar e
preciso ficar acordada.

Mesmo que desmaiar fosse provavelmente o melhor para


a minha psique, preciso saber tudo o que fará comigo para que
possa retribuir quando Aidan me salvar.

Maldito bastardo.
Russian Bratva #10

Capítulo 23

Uma mulher italiana me olha de cima abaixo.


Desconfiada, estreita os olhos sobre mim, cruza os braços e
inclina a cabeça para o lado. Presumi que era uma senhora em
seus sessenta anos, mas não. É realmente muito mais jovem,
provavelmente com quarenta e poucos anos, a idade perto da
minha. Enquanto todos estão ocupados, discutindo
estratégias, ela chega perto de mim e tenta falar comigo.

— Você a ama. — Constata.

Limpando a garganta, mudo o peso das pernas.

— Não é realmente da sua conta. — Afirmo.

Pressiona os lábios e não demonstra nenhuma outra


emoção.

— Eu a criei desde que era uma adolescente, por isso


acredito que é muito da minha conta. Não tenho certeza se
Russian Bratva #10
devo ajudar um homem da sua organização que não ame a
minha Giovanna. — Suas palavras são fortes e o tom, firme.

Ela também ama Vanna. Sinto o coração aquecido ao


perceber que Giovanna foi criada por uma mulher que a
amava. Tenho a sensação de que não recebeu amor da mãe e
com certeza não teve amor do pai.

Sei que quando a comprei, fiz a coisa certa. Tenho a


sensação de que ela trará muito amor e felicidade para os meus
filhos, que perderam o carinho e amor da mãe também. Acho
que os cinco precisam uns dos outros, tanto quanto eu mesmo
preciso de Vanna.

— Ajude-nos a recuperá-la e então saberá a resposta. Não


direi algo a você que ainda não disse a ela. Acho que Vanna
merece ouvir essas palavras mais do que qualquer outra
pessoa nesta porra de vida. — Retruco.

Carmella abre um sorriso gigantesco e se inclina para


frente, agarrando meu antebraço e o apertando suavemente.

— Sim. Você a ama e isso é o suficiente para mim.


Ajudarei a recuperá-la.

— Apreciaria muito. — Digo e o sorriso da mulher


aumenta ainda mais.

Antônio Rossi entra na sala alguns minutos depois e olha


para mim, estreitando os olhos. Mantenho um olhar firme, sem
Russian Bratva #10
demonstrar nada, nem mesmo o completo desprezo que sinto
por ele.

Que tipo de pai doente prostitui a própria filha? É um


pedaço completo de merda e se pudesse, acabaria com ele aqui
e agora.

— O que ela está fazendo aqui? — Pergunta, inclinando o


queixo em direção a senhora.

Timofei ri, limpando a garganta.

— É como asseguraremos o retorno de Giovanna. Que tal


nos dizer por que diabos Blackburn pensou que poderia
sequestrá-la e mantê-la? — Timofei rosna.

Rossi tropeça para trás, como se estivesse realmente


surpreso. Vira a cabeça para mim e estreita os olhos.

— Pensei que a tivesse comprado. — Diz.

Apertando as mãos em punhos, digo furioso:

— Eu a comprei, maldito idiota! — Grito.

Ele levanta uma sobrancelha e sorri.

— Então, por que ela não está aqui? Como foi raptada em
público?

Mannix e Shaughan me seguram. Eu, Timofei e Antônio,


somos os chefes do crime mais poderosos do estado e estamos
Russian Bratva #10
todos juntos em um único quarto. Se matá-lo, teremos uma
guerra. Meus irmãos sabem disso, assim como eu.

Timofei ri e olho para ele.

— Sabemos que Rossi é uma merda e que Blackburn é


insano. O que não sabemos, é porque a levou e por que achou
que podia fazer isso. Além do mais, temos os vídeos de
Carmella e os que Giovanna transferiu para mim. — Diz,
calmamente.

— Vídeos? — Rossi pergunta com uma carranca e olha


para Carmella. — Você gravou os clientes sem o meu
conhecimento? — Rosna.

Carmella endurece as costas e diz:

— Nem todos. Apenas os poderosos que pareciam não


entender o conceito sobre como tratar as meninas como seres
humanos. Blackburn é um deles. É vil, Tonio. E não permitirei
que as minhas garotas sejam abusadas sem uma apólice de
seguro, apenas no caso de que leve as coisas longe demais. Ele
sempre esteve no limite mais de uma vez, quase matou uma
das meninas.

Timofei solta outra risada.

— Parece, Rossi, que Blackburn tem sido um problema


há algum tempo. Conte-nos tudo. Quero Giovanna de volta e o
quero fora da prefeitura. Não pretendo mais lidar com ele. Não
Russian Bratva #10
me respeita, não respeita você e com certeza, não respeita
nossas mulheres.

Rossi suspira e vejo seus ombros cederem um pouco,


fazendo-o parecer menor que o normal. Não é um homem alto,
mas com o poder que tem, com sua personalidade, geralmente
parece preencher um quarto. Mas no momento, não parece
assim.

— Entreguei-a ao diabo porque sabia que não iria


reclamar. Fiz, porque foi treinada para isso e para me salvar e
facilitar a minha vida.

— Como? — Exige saber Timofei.

Ri, mas parece sem graça.

— Ele garantia que o chefe de polícia e todos os policiais


fingissem não ver quase tudo o que eu fazia. Não apenas sobre
a venda de mulheres, mas também sobre a venda de drogas.
Também me apresentou a grandes clientes, políticos que em
troca das meninas, agilizavam as coisas no legislativo a meu
favor.

Rosno.

Não lido com grandes políticos, mas tenho a sensação que


Timofei sim, especialmente porque sorri.

— Blackburn precisa ser destruído ou morto. Irá se unir


a nós? — Pergunta, deixando óbvio que não há espaço para
negociação. Rossi irá concordar. Se não fizer isso, significa que
Russian Bratva #10
opta pela guerra e pelo término do acordo com as prostitutas
russas. Nem mesmo ele é tão idiota assim.

— Quando faremos isso? — Pergunta.

Timofei se levanta da cadeira, enfia as mãos nos bolsos e


balança sobre os calcanhares.

— Agora parece ser um bom momento. Sabe onde ele


está?

Rossi suspira.

— Sei. Tem um apartamento na cidade. É o lugar onde


deve tê-la escondido.

— Carmella, transfira as gravações para o meu telefone.


— Timofei ordena, enquanto guarda o celular no bolso e pega
as chaves sobre a mesa.

Ela ri.

— Vou me juntar a vocês, então não há necessidade.

Timofei ergue os olhos da mesa devagar, inclina a cabeça


e pergunta:

— Oh, você vai?

Carmella o ignora e se estica. Parece completamente


despreocupada com os poderosos homens que a cercam.
Russian Bratva #10
— Sim, eu vou. Preciso garantir que Giovanna esteja bem.
Não falo com ela desde que foi tirada do meu bordel e quero
assistir esse homem ser completamente fodido.

Um lento sorriso se espalha pelo rosto de Timofei.

— Pode juntar-se a nós, então. Vamos embora.

Juntos, saímos do escritório. Diferentes organizações que


poderiam estar lutando uma contra as outras, mas ainda
assim, unidos em um só propósito. Irlandeses, russos e
italianos.... Não posso deixar de sorrir ao pensar sobre isso.

Todos temos nossas próprias agendas, mas isso não


importa. Tudo o que importa é ter Giovanna ao meu lado
novamente. Não dou a mínima o que os outros desejam desse
acordo.

Com meus irmãos ao lado, dirigimo-nos para os carros


que nos esperam. Como um desfile, vamos em direção ao
prédio de apartamentos onde está o filho da puta.

Cada parte do meu corpo dói.


Russian Bratva #10
Dói até mesmo respirar.

Agradeço quando Lucian me deixa sozinha, mas


infelizmente, sei que voltará. Estou amarrada e incapaz de me
mover. Mas isso não importa. Não tenho para onde ir.
Mantenho os olhos fechados e tento relaxar, mesmo estando
amarrada e parecendo uma rosca.

Ouço um barulho e em seguida, a voz de Lucian.

— Bem, não me importo. Preciso de uma reunião com o


senador. É extremamente importante. Ele precisa me ligar de
volta imediatamente. — Enquanto fala, passa os dedos pelo
meu rosto dolorido. Não está sendo áspero, mas parece estar
esfregando uma lixa por causa do abuso que cometeu contra
mim.

Novamente agradeço quando não se senta ao meu lado e


acomoda-se na cadeira em frente à cama. Ouço seu telefone
tocar alguns minutos depois e ele ri.

— Senador... Que bom receber sua ligação. — Faz uma


pausa novamente, antes de murmurar — Tenho alguém que
acho que gostaria de conhecer. Eu sei como curte suas festas
e ela será perfeita. O quê? Oh, sim, a melhor das melhores, só
para você. Mas preciso saber, trabalhará na proposta de
orçamento, não é? — Ronrona.

Sinto a bile subir. Está me usando para ganho político e


negociações sobre orçamentos? Que idiota! Nunca fui de rezar,
Russian Bratva #10
mas fecho os olhos e rezo. Envio uma oração a Deus e peço
que Aidan me encontre e salve rapidamente.

Odeio ser uma donzela em perigo, mas é exatamente o


que sou neste momento. Não tenho vergonha de admitir. Estou
amarrada em uma sala com um psicopata! Sou a definição
exata de uma donzela em perigo.

— Descanse um pouco. Terá que trabalhar amanhã,


Giovanna. — Lucian sussurra, a voz atada com uma doçura
que me deixa doente.

Não sei como irei “trabalhar” amanhã. Estou com tanta


dor que quase não consigo aguentar. E sei por experiência
própria, que me sentirei pior antes de melhorar.

Ouço um barulho no outro quarto e Lucian amaldiçoa.


Afasta-se de mim rapidamente e solto um longo suspiro. Algo
muda, pareço ouvir uma briga e depois alguns gritos
masculinos.

Meu coração começa a acelerar. Não ouso sentir


esperança de que seja Aidan, mas não posso me impedir. É o
que faço. Quando se trata dele, eu espero.

— A Rùnsearc. — A voz torturada de Aidan enche a sala


silenciosa.

— Ajude-me. — Meu grito soa fraco.


Russian Bratva #10
— Cai fora, ninguém é permitido aqui. — Alguém grita e
ouço um barulho. Em seguida a porta abre e sinto a cama
afundar.

Aidan toca o meu rosto e pressiona a testa contra a


minha, inalando profundamente.

— Vanna, estou tão arrependido! — Diz.

Choramingo. É o único ruído que consigo fazer sem


explodir em lágrimas. Sinto as restrições sendo retiradas e
meus pulsos sendo massageados, antes de me puxar
gentilmente para seus braços. Enterro o rosto no pescoço dele
e as lágrimas que tentava segurar, derramam-se.

Aidan agarra a parte de trás da minha cabeça e me segura


forte.

— Eu a tenho agora, A Rùnsearc. Nada acontecerá com


você novamente. Nunca mais a deixarei longe das minhas
vistas. — Diz, tentando me confortar.

Com um suspiro, enrolo-me ainda mais perto,


praticamente tentando me arrastar para dentro dele. Acredito
que está dizendo que nunca mais deixará que isso aconteça de
novo, porque Blackburn não viverá para ver um novo dia. E o
pensamento me faz sorrir por dentro. Talvez haja algo errado
comigo por desejar que o mate. Mas não me sinto nem um
pouco mal com isso.
Russian Bratva #10

Capítulo 24

Fisicamente, Giovanna é a porra de uma bagunça, mas


está viva. Os olhos lacrimejantes me olham e seguro seu rosto,
usando o polegar para limpar suas lágrimas. Os grandes olhos
azuis escuros parecem tão tristes que fazem com que meu
coração doa.

— Eu a amo, Giovanna. — Afirmo. Balança a cabeça e


abre a boca para falar, mas não deixo. Tenho certeza que dirá
algo idiota e não quero ouvir. — Eu te amo. Você é minha, não
só porque a comprei, mas porque é. Apenas isso. Virá morar
na minha casa comigo, com a minha família. É minha, Vanna.

— Aidan. — Choraminga. — Eu não posso...

Abaixando a cabeça, pressiono nossas testas juntas,


fecho os olhos e inalo profundamente. Não tem o cheiro da
minha Giovanna agora, mas a sinto assim.
Russian Bratva #10
— Pode e vai. As garotas sabem que algo aconteceu, mas
não precisamos dar os detalhes. Poderá se recuperar na minha
cama, aonde você pertence.

— Aid...

Beijo-a para não deixar que fale nada.

— Não discutirá comigo, A Rùnsearc. Não sobre isso.

— Aquela casa... — Diz, ignorando o que estou dizendo.

Franzo as sobrancelhas.

— O que tem a casa? — Pergunto.

— É horrível, Caro! Desculpe-me, mas é demais. Tudo


nela é demais. Não me sentiria confortável morando lá.

Pisco lentamente. Está toda machucada, provavelmente


passou por um inferno maior do que o que eu imaginava e está
falando sobre a casa e a sua decoração! Incapaz de me conter,
começo a rir e coloco a mão atrás da cabeça dela novamente,
enfiando seu rosto no meu pescoço, enquanto continuo rindo.

Coloco os lábios contra a orelha dela e digo:

— Esvazie aquela casa completamente se quiser ou


podemos vendê-la. Não dou a mínima para ela. Tudo o que me
interessa são os meus filhos e você. — Digo.

— Realmente? — A voz abafada questiona.


Russian Bratva #10
Gentilmente puxo sua cabeça para trás e olho em seus
olhos novamente. Realmente amo essa mulher. Tudo dela. Não
sei como aconteceu, mas não importa. Estou completamente
apaixonado por ela. Vou protegê-la e mantê-la segura até o
meu último suspiro. Depois é claro de vingá-la, dando uma
surra em Blackburn antes de matá-lo.

— Realmente. Mas agora, será que consegue tomar um


banho sem ajuda? — Pergunto, olhando para ela.

— Aqui? — Pergunta, franzindo o nariz.

Rio.

— Talvez então apenas colocar algumas roupas?

Não me importo que esteja nua e pressionada contra


mim. Mas há uma sala cheia de homens do outro lado da porta
e não precisam vê-la.

Uma batida soa quando ela abre a boca para responder.

— Sou eu. — Diz uma voz feminina.

Giovanna franze o cenho e olha para a porta, antes de


olhar para mim.

— Vamos lá. — Chamo.

A porta se abre apenas um pouco e a mulher entra.

— Carmella! — Giovanna grita.


Russian Bratva #10
Os olhos de Carmella se suavizam quando vê minha
mulher. Coloco-a cuidadosamente sobre a cama e fico de pé.
Tenho merdas para cuidar na área de estar. Vou até ela, seguro
seu braço e aperto de leve.

— Cuide dela, ajude-a a se vestir e quando eu terminar


aqui, iremos para a minha casa. — Murmuro.

Olha-me e sorri.

— Sim, senhor O ‘Neil.

Deixo as mulheres sozinhas, saio pela porta, fechando-a


atrás de mim. Ando rapidamente a curta distância até a sala
de estar e lá encontro Blackburn sentado no sofá com Timofei
e Rossi em frente a ele.

Erguem as cabeças quando entro e seus olhos me


observam enquanto fecho a distância entre nós.

— Giovanna? — Pergunta Timofei.

Levanto o queixo e rosno.

— Está viva, mas machucada.

Percebo que Rossi recua ante a minhas palavras, mas


realmente não dou a mínima para ele.

— Você não pode me tocar. — Grita Blackburn.


Russian Bratva #10
Inclino a cabeça para o lado ao mesmo tempo em que
Timofei cantarola. Rossi ri baixinho e Blackburn parece se
assustar. E deve.

— Acha que é o único que pode agregar grandes políticos


em troca de bocetas e drogas? — Pergunta Timofei.

Blackburn levanta o nariz no ar. Claramente pensa


exatamente isso.

Timofei olha para mim.

— Você é o primeiro que pode pegá-lo.

Blackburn arregala os olhos e abre a boca antes de gritar:

— Espere! E as negociações? Sou o prefeito e você não


pode me machucar.

Timofei ri, mas decido ficar em silêncio.

— Seus vídeos já vazaram para a imprensa. Este é o seu


ninho de amor, certo? Pelo que sabemos, um cafetão irritado
veio atrás de você, o que é realmente uma pena. Mas é o que
acontece quando se brinca com o dinheiro de um homem, com
seu sustento. — Diz, dando de ombros. — Agora, Aidan,
divirta-se. — Termina.

Timofei vira e sai do apartamento. Sei que não foi para


longe, provavelmente estará no corredor até que tudo termine.

Mannix, atrás de mim, cutuca-me com o ombro. Viro a


cabeça bem a tempo de ver Giovanna saindo lentamente do
Russian Bratva #10
quarto. Nossos olhos se encontram e ela me oferece um sorriso
trêmulo. Posso dizer apenas pelo jeito que segura o corpo, que
está sentindo dor. Carmella a ajuda a cada passo, mas quando
chega perto de mim, Vanna estende a mão, envolve o braço em
torno da minha cintura e fica ao meu lado.

— Estava me preparando para cuidar de Blackburn.


Talvez queira fazer as honras? — Pergunto, olhando-a.

É uma oferta vazia. Não tenho intenção de permitir que


faça alguma coisa.

Abre a boca ligeiramente, antes de sorrir.

— Na verdade, agora que mencionou isso.... Alguém tem


uma tesoura?

— Tesoura? — Shaughan pergunta.

Giovanna sorri.

— Na verdade, só preciso de um cortador de unhas. Mas


gostaria de eu mesma cortar o pau dele.

Shaughan engasga, antes de gargalhar e todos nós


começamos a rir também. Rio silenciosamente, os ombros
tremendo.

— A Rùnsearc, quer sair e esperar com Timofei? —


Pergunto.

Giovanna não olha para mim. Está completamente focada


em Blackburn.
Russian Bratva #10
— Não. Não quero. Gostaria de assistir. Além do mais,
quero saber quais eram seus planos para mim quando afirmou
que me enviaria para o senador amanhã. — Afirma.

Blackburn grita ao se levantar, mas Rossi puxa a arma e


mira na cabeça dele.

— Senador? — Pergunta.

— Mannix, vá buscar Timofei. — Ordeno, nunca tirando


os olhos de Blackburn.

Menos de trinta segundos depois, Timofei passa pela


porta. Posso sentir sua presença, assim como sua raiva
enchendo a sala.

— Diga, prefeito.... Como diabos usaria uma mulher que


não tem o direito de usar para negociar com um senador? —
Pergunta.

— Não tem nada a ver com nenhum de vocês. Era sobre


política, nada mais. — Diz, agitado.

Giovanna bufa.

— Acho que tem muito a ver com todos os três e sei que
era algo sobre orçamentos. Se não tinha nada a ver com eles,
porque iria me levar ao exigir um encontro com o senador do
modo como fez?

Rossi ri.

— É mesmo minha filha. — Afirma.


Russian Bratva #10
— Não. Não sou sua filha. Sou filha de ninguém. —
Afirma.

Endureço, observando a cabeça de Rossi virar-se


lentamente. Sem uma palavra, ele vira a arma com a parte
traseira de frente para ela e a entrega. Algo não dito acontece
entre eles. Somos meros expectadores, que observam e
esperam para ver o que acontece.

Giovanna pega a arma e sem uma palavra, aponta para


Blackburn, olhando para ele. Não parece ser ela, está feroz,
fodona e inquebrável. Sei que está com dor, mas está
escondendo isso desse doente.

Sinto o pau endurecer ante a visão. Minha mulher é forte,


linda e de tirar o fôlego.

— Quais eram seus planos com o senador? — Pergunta,


com a voz gelada.

Blackburn engole saliva e um sorriso cruel retorce seus


lábios.

— Nunca irei dizer, depósito de porra. Talvez, se vier até


aqui e lamber novamente os meus sapatos, eu dê alguma dica.
— Diz sorrindo.

A arma dispara e o som é ensurdecedor no pequeno


espaço. Giovanna não hesitou e com certeza não errou o tiro.
Acertou exatamente em seu objetivo, ou seja, na testa do filho
da puta.
Russian Bratva #10
— Poderia lamber a minha bunda se achava que faria
alguma coisa que ordenasse novamente. — Anuncia.

Abraço-a e a puxo um pouco mais para perto.

— Leve-a para casa. — Resmunga Rossi.

Giovanna entrega a arma a ele.

— Você fez bem, G. — Diz.

Sem outra palavra, começa a se afastar, mas não deixo


que dê nem dois passos antes de pegá-la nos braços. Seguro-
a pelas costas e joelhos e a carrego para fora do complexo de
apartamentos. Um carro nos espera e olho para trás, antes de
entrar.

Mannix corre até nós.

— Liguei para que alguém viesse nos pegar. Leve-a para


casa. As meninas provavelmente estão preocupadas. —
Murmura.

Ergo o queixo e faço o que ele diz. Gentilmente coloco


Giovanna no banco de trás, bato a porta e corro para o outro
lado. Digo ao motorista o endereço e, em silêncio, seguimos
para lá. Gasto o percurso processando tudo que acabou de
acontecer, ou pelo menos tento.
Russian Bratva #10

Eu matei Lucian Blackburn.

Minhas mãos começam a tremer ao perceber que puxei o


gatilho de uma arma e matei um homem. Ele tinha uma
família, esposa e dois filhos. Tento me sentir mal, mas não
consigo e isso faz com que meu estômago revire.

O motorista estaciona na casa de Aidan e o mal-estar


piora, mas por outro motivo. Seus filhos estão aqui. Vão me
ver e saberão que algo ruim aconteceu. Lacrimejo só de pensar
sobre como irão me enxergar agora.

Aidan nem respira antes de sair do carro e abrir a porta,


estendendo a mão para mim.

— Você consegue entrar em casa? — Pergunta com voz


suave e doce.

Suspiro, desejando que o mundo parasse de girar quando


assinto. Devagar e com cuidado, saio do carro tentando não
gritar de dor a cada movimento.

— Vamos, A Rùnsearc. Vou levá-la para a cama.

Nem sequer tento protestar. Preciso de analgésicos e


descanso. Talvez um baseado e um pouco de bebida também.
Russian Bratva #10
— Você teria algum... — Deixo as palavras sumirem. Não
sei como iria reagir se pedisse isso a ele.

— Algum?

Suspiro.

— Você tem alguma erva? — Pergunto baixinho.

Ele ri, para e me vira, olhando-me nos olhos.

— Está precisando relaxar depois do dia que teve? —


Pergunta, inclinando-se e me beijando.

— Tudo dói. Acho que, se tomasse um analgésico,


fumasse um pouco e depois bebesse, talvez tudo isso junto me
entorpecesse. — Digo.

Os olhos de Aidan se tornam impetuosos, perdendo a


diversão que tinham antes.

— Gostaria de trazê-lo de volta à vida, torturá-lo e depois


matá-lo novamente. — Rosna.

Abro a boca para dizer que não importa e que estou bem,
mas não deixa.

— Vou levá-la para cima. Tomará um banho e depois


trarei o seu cocktail. — Diz, sorrindo.

— Você não.... Está tudo bem. — Minto.

Ele bufa.
Russian Bratva #10
— A Rùnsearc, o que você precisa, você tem. Vamos fumar
juntos, porra! Já faz um tempo que fiz isso. — Pisca.

Mordo o lábio inferior, balançando a cabeça.

— Não deveria sequer mencionar que faço isso. Estou


estragando tudo. Carmella sempre me xingou. — Resmungo.

Aidan levanta a mão e suavemente a envolve em meu


pescoço, me dando um aperto.

— Vanna, não há mais regras. Quero que seja você


mesma. Se quer fumar um pouco comigo depois de um longo
dia, porra, faremos isso. Se quiser ficar completamente bêbada
de vez em quando, ótimo. Teremos sexo bêbado. Não dou a
mínima. Só quero que seja você mesma o tempo todo.

Erguendo a mão, seguro o pulso dele e me seguro.

— Posso ser realmente chata na maior parte do tempo.


Não sou uma cozinheira muito boa e não sei se serei uma boa
mãe para as suas quatro crianças maravilhosas. Gosto muito
de salto alto, mas prefiro jeans a vestidos. Também gosto de
usar maquiagem quando saio em público.

Ele sorri ante as confissões que faço, abaixando a cabeça


mais uma vez para me beijar.

— Use maquiagem, sapatos sensuais e faça o que quiser.


Contanto que me ame e às crianças, não dou à mínima.

Sinto lágrimas escorrerem dos meus olhos.


Russian Bratva #10
— Eu o amo Aidan. Amo todos vocês. — Admito.

Beija-me fortemente e quando sua língua me preenche,


gemo alto. Esse homem é tudo para mim. Não é nada que
pensei que teria ou ousei esperar. Ele me salvou e é meu dono.

Completamente.

Trago o baseado até os lábios, tentando não rir do olhar


que Aidan me dá. Tenho certeza de que não é tão engraçado,
mas seja o que for. Aidan o retira de mim o leva até aos próprios
lábios.

— Você ficará bem? — Pergunta, com voz tranquila.

Penso sobre sua pergunta e murmuro:

— Eu vou, Caro. — Admito.

— Sim?

Assentindo, enrosco os dedos nos dele e seguro a sua


mão. É um ato simples e ainda assim, enche-me de extremo
calor e conforto. Inclinando a cabeça contra o ombro dele,
suspiro profundamente.
Russian Bratva #10
— O que aconteceu não foi o pior que ele já me fez. Foi
apenas diferente desta vez e é por isso que me sinto mal, eu
acho.

Aidan espera pacientemente que continue e fico feliz por


isso. Ele mantém o corpo relaxado e não deixa que seus
músculos fiquem rígidos embaixo de mim.

— Desta vez não era trabalho. Não me ofereci livremente.


— Admito.

Aidan solta a minha mão e levanta o braço, passando os


dedos pelos meus cabelos. Lentamente fecho os olhos e quase
durmo antes de ouvi-lo sussurrar na escuridão:

— Nunca mais isso irá acontecer, A Rùnsearc. Nunca


mais.
Russian Bratva #10

Capítulo 25

Assisto-a dormir. Ainda está machucada, mas é mais


forte do que qualquer outra mulher que já conheci. Por isso,
sei que se curará, física e mentalmente. Fumamos esta noite,
bebemos e apenas a segurei.

Porra, estou feliz que esteja aqui. Finalmente está na


minha casa.

Olhando para o relógio na mesa de cabeceira, decido


levantar. Preciso conversar com as crianças antes que
Giovanna acorde. Sei que irão aceitar que more aqui,
especialmente Isla e Ronan. Também acho que Elowen gostará.
Tenho a sensação de que se uniram quando saíram para fazer
compras. Ficou muito chateada quando Giovanna foi levada.

Quando estou vestido, desço as escadas e vejo as quatro


crianças sentadas ao redor da mesa do café. Estão comendo
cereal frio e franzo a testa. Tenho uma babá por esse motivo.
Russian Bratva #10
Ela deveria fornecer um café da manhã adequado, algo com o
que até mesmo Fallon concordou.

— Onde está a babá? — Rosno.

Caleb sorri.

— Está de ressaca, como sempre. — Diz, dando de


ombros.

Estreito os olhos, a conversa sobre Giovanna vivendo


conosco esquecida. Marcho em direção aos aposentos da babá
e abro a porta sem bater. Ela está de bruços na cama e veste
as roupas de ontem.

Tocando seu ombro, aperto-o e a viro de costas. Arregala


os olhos e solta um pequeno grito. Aos vinte e cinco anos, não
deveria ficar bêbada a ponto de ser incapaz de desempenhar
suas funções, especialmente com a quantia de dinheiro que
pago a ela.

— Está demitida. — Aviso.

Ela senta, pega os meus braços e me segura.

— Não, por favor! Não posso perder este emprego. Farei o


que quiser, seja o que for se me der mais uma chance. — A voz
fica rouca no final e levanta uma sobrancelha. — Sei que é
solteiro e deve ter necessidades. — Diz sorrindo.

Rio e ao abrir a boca para responder, uma voz suave fala


por mim:
Russian Bratva #10
— Acredito que as necessidades dele foram muito bem
atendidas.

Viro a cabeça para o lado e vejo Giovanna. Está encostada


no batente da porta e veste nada além da minha camiseta.
Parece tão sexy que meu pau começa a endurecer e pressiona
contra o zíper.

— Acredito que foi demitida. Eu arrumaria suas coisas se


fosse você. — Anuncia Giovanna. Parece quase entediada, mas
posso ver o fogo nos olhos dela. Está chateada, talvez até
mesmo com ciúmes.

Soltando a babá, volto para ela e a abraço.

— Bom dia, A Rùnsearc. — Murmuro contra seu pescoço,


beijando a pele macia.

Coloco a mão no bolso, pego o telefone e chamo um dos


seguranças.

— A babá foi demitida. Por favor, escolte-a para fora. —


Anuncio e sem outra palavra ou um olhar para trás, viro
Giovanna e deixamos o quarto da puta estúpida. — Porra!
Agora terei que entrevistar babás novamente. — Rosno,
enquanto caminhamos de volta para a cozinha.

Giovanna cantarola, apoiando a cabeça no meu ombro.

— Não. — Diz.

— Não?
Russian Bratva #10
Parando no lugar, puxo-a contra o peito. Giovanna
inclina a cabeça para trás e me olha nos olhos.

— Deixe-me cuidar deles. Não posso sair e conseguir um


emprego, mas posso ajudá-lo por aqui. — Diz, timidamente.

Ergo a mão, seguro sua bochecha e olho em seus olhos.


Passo o polegar ao longo do lábio inferior macio e sorrio.

— Você quer me ajudar a criar os meus filhos, A


Rùnsearc? — Pergunto.

— Gostaria de tentar. Realmente gostaria de tentar. —


Diz, fechando os olhos. Quando os reabre, vejo lágrimas neles.
— Sempre quis ter filhos, mas achava que nunca teria uma
chance de ser mãe.

Abaixo a testa e a pressiono contra a dela, fechando os


olhos enquanto inalo profundamente.

— Vanna, qualquer coisa que você quiser, eu darei. —


Posso parecer um idiota ao oferecer a ela o mundo. Mas
quando se trata de Giovanna, da minha mulher, não acho que
posso dar o suficiente.

— Tudo o que quero, é você e eles. — Sussurra.

— Giovanna? — Grita uma voz surpresa. Nos viramos e


vemos que Elowen não está muito longe de nós. Está com os
olhos arregalados e parece assustada por um momento. Mas
depois, sorri. — Você está bem! — Diz, chorando.
Russian Bratva #10
Giovanna me solta e um por um dos meus filhos se
apressam em abraçá-la. Não consigo conter o sorriso diante da
cena. Isla aparece alguns segundos depois e junta-se a nós.
Ouço Elowen perguntar se Vanna está bem e ela garante que
está. Mesmo que suas palavras não sejam exatamente
verdadeiras, sei que nunca diria que está ferida.

— Senhor, a babá já foi embora. — Diz uma voz profunda


atrás de mim.

Viro e levanto o queixo em direção ao segurança,


agradecendo. Ele garante que será vigiada por um tempo, caso
tente retaliar de alguma forma, vira-se e vai embora, deixando-
me sozinho com as minhas três garotas. O coração acelera com
o pensamento.

Não achei que seria possível ter outra mulher na minha


vida novamente. Depois de Fallon, tinha certeza que nunca
mais pensaria em casamento, ou mesmo em ter outra mulher
dividindo a casa comigo. No entanto, isso parece certo.
Giovanna é a mulher certa para mim.

Foi assim desde o começo.


Russian Bratva #10

Não sei por que me ofereci para cuidar das crianças


sozinha. Acho que tive um momento de bravura e agora que
olho para eles do outro lado da cozinha enquanto comem
cereais, começo a suar. Não sei cozinhar e não sei nada sobre
crianças. A única coisa que posso realmente fazer, é limpar a
casa. Agarro a borda da bancada, enquanto Aidan explica a
nossa nova situação.

Todas as crianças sorriem, claramente emocionadas


quando ele diz que irei morar aqui a partir de agora. Informa
que sou oficialmente a sua namorada e que provavelmente nos
casaremos um dia.

Coro quando fala sobre casamento. Não é como se tivesse


que se casar comigo, sou tecnicamente dele, com ou sem
certificado. Mas é bom saber que pensa sobre essa
possibilidade.

Quando terminam de comer, o motorista aparece e diz


que é hora da escola. Todos correm e pegam suas mochilas,
antes de voltar correndo para abraçar Aidan. Fico com a
respiração engasgada quando fazem o mesmo comigo, cada um
deles.
Russian Bratva #10
— Gostam de você. — Aidan murmura, parando ao meu
lado.

Afundo os dentes nos lábios e Aidan coloca o dedo


indicador sob meu queixo e inclina a minha cabeça para trás.
Fixa os olhos nos meus e diz:

— Vanna, irá se sair muito bem. Confie em mim.

— Eu não sei cozinhar e não sei nada sobre crianças. —


Explico porque estou angustiada.

Aidan sorri e acena com a cabeça.

— Você ficará bem. — Murmura, abaixando a cabeça para


me beijar. — Confie em mim, está bem?

— Tudo bem. — Suspiro.

Agarra-me pela cintura e me coloca sobre o balcão. Abro


as coxas e ele ajusta os quadris entre elas, enquanto me
segura. Os olhos azuis me olham diretamente e vejo que está
sorrindo.

— Suas roupas serão embaladas e entregues aqui esta


tarde. Nosso próximo foco, é esta casa. Você quer vendê-la e
procurar outra, ou prefere redecorá-la? — Pergunta, mantendo
a voz baixa e gentil.

Penso sobre suas palavras, sobre a oferta. A primeira


reação que tenho, é a de querer vender esta casa ostensiva. No
Russian Bratva #10
entanto, meu estômago retorce com a ideia de vender o único
lar que as crianças conheceram.

Suspiro profundamente.

— Redecoraremos. Não quero que as crianças precisem


se mudar. Sinto que já passaram por mudanças demais em
um curto período de tempo. — Explico.

Aidan sorri e envolve a mão ao redor na minha garganta.

— Se pudesse fodê-la agora, eu faria. É exatamente o que


esperava que você dissesse. — Sussurra. — Eu não tenho
apego algum por este lugar, mas como você disse, é o único lar
que eles já conheceram.

— Então.... Redecorar? — Pergunto.

Ele abaixa a cabeça e me beija, acariciando-me com a


língua.

— Eu ligarei para alguém. — Exala contra a minha boca.

Aidan pede que vá me vestir, enquanto ele agenda uma


reunião com um decorador. Corro para o andar de cima e entro
no chuveiro. Ainda não tenho nada meu aqui, então me lavo
com o sabonete dele e uso seus xampu e condicionador. Fico
surpresa que use condicionador, mas feliz por isso.

Quando estou limpa, procuro algo para vestir, mas as


únicas roupas que tenho são as que estava usando ontem e
Russian Bratva #10
sinceramente, nunca mais quero vê-las novamente. Eu as pego
do chão, enrolo e jogo no lixo do banheiro.

Decido usar algo de Aidan. Vasculho a gaveta dele, pego


uma blusa preta e calças de moletom. Depois, enrolo a barra
da calça cerca de cinco vezes para impedi-las de se arrastarem
completamente no chão e desço as escadas.

A casa está quieta. Paro no pé da escada, não ouvindo a


voz dele ou qualquer sinal de onde possa estar. Por isso, decido
o procurar.

Ainda não conheço totalmente os cômodos da pequena


mansão.

Decido procurá-lo no escritório, presumindo que é onde


deve estar caso ainda esteja por aqui, quando ouço sua voz
ecoando pela casa acelero em direção ao som.

Estou fora do que presumo ser a porta do escritório


quando ouço uma voz diferente e congelo, com a mão na
maçaneta.

— Ela está de volta à cidade. — Diz a voz abafada.

Aidan rosna, baixo e profundo.

— Porra! — Amaldiçoa.

— Ela virá para cá, para vê-lo.

Aidan solta um suspiro.


Russian Bratva #10
— Sim, eu sei. Caralho! Giovanna está aqui agora. O que
farei se ela aparecer? Não pode ver Vanna. Será um maldito
pesadelo!

Sinto o coração se partir de imediato dentro do peito.


Presumo que está falando sobre sua esposa, ou ex-esposa,
como gosta de afirmar. Pelo visto, ela quer voltar. Talvez ainda
sejam casados. Por que mais ele se importaria se me vê ou não?

Deixo a porta do escritório. Não preciso ouvir o resto da


conversa. Não tenho o direito.

Vou em direção a cozinha e decido me ocupar, fazendo o


almoço. Não comi muito ultimamente, e embora não esteja com
fome agora, meu corpo precisa de combustível e minha mente,
de distração.
Russian Bratva #10

Capítulo 26

Resmungo quando meu irmão Rian fala:

— Não mate o moço de recados. Só vim avisar que ela foi


até o bar. — Informa.

Fallon está de volta.

Sabia que aconteceria. O bilhete foi uma boa indicação de


que ela tentaria encontrar o caminho de volta para mim.
Espera que a receba de volta em sua antiga casa confortável e
que dê acesso total às minhas contas bancárias novamente.
Ainda não sabe que outra mulher compartilha minha cama e
não sabe que não há nada que possa fazer ou oferecer para
que deixe Giovanna de lado.

Eu amo Giovanna. Fallon não existe mais.

No entanto, essa mulher pode ser um pesadelo. É uma


cadela de proporções épicas e seu timing é uma merda. Ainda
não sei exatamente o que Giovanna passou nas mãos de
Russian Bratva #10
Blackburn. Não quis forçá-la a dizer e sinceramente, também
não quero saber. Mas ela precisa falar com alguém. O que não
precisa, é que a minha ex-boceta chegue perto dela e seja a
pessoa fria e insensível de sempre.

— Obrigado por avisar. Tenho certeza que aparecerá aqui


em breve.

Ele limpa a garganta e olha nos meus olhos.

— Como lidará com isso e com o fato de que Giovanna


agora mora com você? Está se mudando hoje, certo?

Esfrego a mão no rosto e gemo.

— Sim. Marquei uma reunião com um decorador. Vamos


redecorar o lugar todo, de acordo com o gosto de Vanna. Fallon
realmente tem um timing péssimo.

— Foda-se Fallon! Você tem uma nova vida agora e se não


gostar, ela que rasteje de volta para o buraco de onde veio. Não
deve uma maldita coisa a ela. Foi a única que se espalhou para
todos os caras da cidade. Não é problema seu, se está
arrependida de ser uma prostituta.

Suas palavras atingem um nervo e o encaro fixamente.


Rian deve perceber o que disse e arregala os olhos.

— Humm... Você sabe o que quis dizer. — Afasta-se e


levanta. — Preciso voltar para o bar. Quando voltará ao
trabalho? Temos que fazer o pagamento dos tributos dentro de
Russian Bratva #10
alguns dias. — Diz e rapidamente sai do escritório, deixando-
me sozinho com meus pensamentos.

O que farei?

Fallon é mesquinha e, embora não tenha dúvidas de que


Giovanna pode aguentar qualquer coisa, não quero que precise
passar por isso. Passou por muita coisa ultimamente e a
última coisa que precisa, é ter que lidar com Fallon.

Uma batida soa na porta do escritório e autorizo quem


quer que esteja do outro para entrar. O chefe de segurança me
informa que os carregadores chegaram com as coisas da
senhorita Rossi.

Franzo o cenho pelo modo como a chama de “senhorita


Rossi”. Sei que está falando assim por respeito, mas odeio que
o nome do pai dela ainda esteja ligado ao seu. Não, quando
deveria ser o meu.

Deixo o escritório atrás do guarda e encontro com os


carregadores na entrada. Ordeno que levem as caixas para o
meu quarto e que as empilhem contra a parede. Tenho certeza
de que Giovanna vai querer desembalar suas roupas
imediatamente. Depois de me assegurar que todos os
carregadores estão se movimentando, saio em busca de Vanna.

Olho primeiramente na cozinha e é onde a encontro. Tem


um sanduíche esquecido em um prato na frente dela, mas está
olhando pela janela do quintal. Está tão perdida em
Russian Bratva #10
pensamentos que não me ouve chegar. Fico surpreso ao vê-la
com uma das minhas camisetas e moletons.

— A Rùnsearc, você não tocou na comida. — Anuncio,


quando me sento ao lado dela.

Giovanna pula um pouco antes de virar a cabeça e olhar


para mim. Sorri tristemente e encolhe os ombros.

— Pensei que estivesse com fome, mas não estou. Quer


comer isso? — Pergunta.

Algo não parece certo e essa constatação me faz franzir a


testa. Aproximo-me, pego-a da cadeira e a arrasto para o meu
colo. Protesta, mas relaxa rapidamente contra mim e descansa
a cabeça no meu ombro.

— Fale comigo. — Exijo, em voz baixa.

Ela suspira, levantando a cabeça ligeiramente para me


beijar no queixo.

— Estou cansada, dolorida e triste. — Admite.

Passo os dedos pelos longos cabelos e pergunto:

— Triste?

— Triste. Pensei que iríamos formar uma família normal


e feliz, mas agora sei que não é o caso.

Bufo.
Russian Bratva #10
— Nunca seremos normais, A Rùnsearc. — Digo. — Sou
Aidan O ‘Neil e você é Giovanna Rossi. No dia que nascemos, o
normal foi jogado pela janela.

Suspira e move a cabeça, até que o rosto esteja enterrado


no meu pescoço. Beija-me a pele e lambe, provando-me.
Imediatamente meu pau endurece e aperto a cintura fina.

— Não. Eu a quero, Vanna, mas você não está bem. —


Aviso.

Ela ergue a cabeça com um sorriso malicioso nos lábios,


sai do meu colo e fica de joelhos, debaixo da mesa. Cerro a mão
no cabelo dela e a seguro com firmeza.

— Vanna! — Rosno.

— Sei que não estou pronta para mais, mas quero fazer
com que se sinta bem, Aidan. — Murmura, enquanto pega a
fivela do cinto e rapidamente começa a desabotoar as calças
que uso.

Percebo um certo desespero nos movimentos que não


consigo entender. Mas quando pega o meu pau duro e
gentilmente bombeia, todos os outros pensamentos
rapidamente flutuam para longe. A única coisa em que consigo
me concentrar, é no toque dela.

Quando espreita a língua para fora e prova a cabeça do


meu pau, seguro seu cabelo com mais força e gemo. Sinto que
sorri, antes de envolver a boca sobre mim. Suga-me
Russian Bratva #10
profundamente e contrai a garganta em torno do meu
comprimento enquanto me engole.

Gemo e fecho os olhos.

Giovanna habilmente me fode com a boca e deixo que faça


isso. Sinto que anseia por controle agora e quero ceder ao seu
desejo.

Aidan puxa-me pelo cabelo e empurra a minha cabeça


para baixo, forçando-me a tomar cada centímetro de seu pênis.
E sem aviso, goza. Engulo tudo, fecho os olhos e curto o modo
como me preenche.

Sinto dor na boceta, que anseia por atenção, mas ignoro


isso. Não estou pronta. Preciso de mais alguns dias para me
recuperar antes de tentar fazer sexo novamente. Parece que
Aidan entende isso, pelo o que sou muito grata.

— Porra, Vanna, não deveríamos! — Resmunga,


enquanto me sento e olho para ele.

— Nós não fizemos nada. Eu fiz. — Afirmo, inclinando a


cabeça para o lado enquanto ele ergue as calças.
Russian Bratva #10
Aidan balança a cabeça e segura a minha bochecha com
a palma da mão.

— Sexo agora, não é importante. Você está melhorando,


está se recuperando. É isso o que importa.

Suas palavras são gentis, ele parece dizer a verdade, mas


não acredito. Sexo é tudo, quando se trata de homens e fui
treinada para agradá-los de qualquer forma nesse quesito.
Mesmo que Aidan diga que nosso relacionamento é diferente,
o desejo de agradá-lo é apenas parte da máscara que usarei
agora.

Aceno e ofereço o sorriso que quer. O que ele não quer, é


que o confronte sobre o que ouvi, ou que diga que as coisas
que Lucian fez comigo não foram as piores que já fez. Aidan
não quer detalhes. Só quer que tire alguns dias e relaxe para
que possa melhorar.

É como os homens são.

Em pé, pego o prato de comida e o entrego para ele.

— Vanna, você precisa comer. — Encoraja.

Balanço a cabeça.

— Comerei mais tarde. Não estou com fome agora. —


Digo, dando de ombros.

Suspira pesadamente, pega o sanduíche e dá uma grande


mordida nele.
Russian Bratva #10
— Suba as escadas. Todas as suas roupas foram
entregues. — Diz, com a boca cheia.

— Sério? — Pergunto.

Ele sorri.

— Sim, A Rùnsearc. Agora vá depressa. O decorador


estará aqui em apenas trinta minutos. — Diz, piscando.

Não hesito nem por um momento. Quem quer que seja o


decorador, designer ou o que quer que seja, não pode me ver
vestida assim. Quando entro no quarto, fico surpresa ao ver
todas as minhas coisas encaixotadas e alinhadas em uma
parede do quarto principal. Ainda preciso me aventurar no
closet, mas sinto medo de encontrar coisas da ex-esposa lá. Ou
pelo menos, algo que possa ter deixado para trás.

Sem escolha, agarro a maçaneta e gentilmente a torço. O


closet é lindo. Vejo um candelabro pendurado no centro, acima
de uma cômoda e fileiras e fileiras de prateleiras de um lado, e
barras para pendurar roupas e vestidos do outro.

Agradeço quando não encontro nada que tenha


pertencido à ex-dona da casa. Infelizmente, também não tenho
muito tempo para investigar. Preciso encontrar algo para vestir
e rápido. Terei que renunciar a qualquer tipo de maquiagem,
já que simplesmente não tenho tempo para isso.

Abro algumas caixas e suspiro aliviada quando encontro


jeans e camisetas. Deveria usar um vestido para esta reunião,
Russian Bratva #10
mas não sinto vontade. Não tenho vontade de estar mais
exposta do que o necessário. Aidan deixou claro que queria que
fosse eu mesma. Sou uma menina de jeans, camiseta e salto
alto. Gosto de me vestir bem, mas não todos os dias.

Rapidamente coloco o jeans, sibilando quando raspam no


meu traseiro machucado. Pego uma camiseta solta e uma
caixa de sapatos. Realmente deveria tirar uma foto de como os
babacas apenas jogaram os meus caros saltos altos, mas não
faço isso. Coloco o primeiro par que encontro e desço as
escadas, procurando Aidan.

Quando entro na sala de estar, fico surpresa ao ver uma


mulher sentada ao lado dele no sofá. É loira, jovem e
extremamente bonita. Também está muito maquiada e
pressiona os seios no seu braço, enquanto inclina-se e aponta
para algo que tem no colo.

Imediatamente o ciúme me inunda. É uma emoção que


nunca senti antes e fico surpresa com o sentimento. Tanto, que
realmente dou um passo para trás. Aidan deve sentir a minha
presença, já que levanta a cabeça e olha diretamente para
mim.

— Aqui está ela. — Murmura.

A loirinha vira a cabeça, mas não retira os seios do braço


de Aidan. Quase rosno, mas rapidamente escondo o que sinto.
Ela sorri maliciosamente e reconheço o tipo, lembra as garotas
Russian Bratva #10
do bordel de Madame Carmella, que brigavam por tudo ou
planejavam uma contra as outras.

Elas tinham o mesmo olhar que exibe. Nunca gostei de


agir assim, por isso sempre ficava sozinha e longe dos dramas.
No entanto, posso dizer que essa putinha não permitirá isso.

— Christina, esta é Giovanna, a minha noiva. — Aidan


me apresenta e levanta para vir em minha direção.

Arregalo os olhos com a declaração de que seja sua noiva,


especialmente uma vez que não me propôs isso. Pega a minha
mão, entrelaça nossos dedos juntos e em seguida, puxa-me
para o sofá. Coloca-me ao lado da cadela loira e senta-se em
frente a nós.

Sorrio e ele só balança a cabeça, obviamente consciente


do que estava me incomodando.

Passo a próxima hora repassando ideias para a nova


decoração, o que quero mudar e como conseguir o visual
clássico e caloroso que desejo, em vez dessa frieza palaciana
da qual a ex-mulher de Aidan gostava.

— Tenho algumas ideias. Irei reuni-las e as trarei


amanhã. Você estará aqui? — Pergunta, os olhos fixos em
Aidan.

— Sim, estarei aqui. — Respondo, o tom subindo um


pouco mais que o necessário. Ouço Aidan rindo do outro lado
da sala, mas continuo com os olhos focados em Christina.
Russian Bratva #10
Ela pisca, olha para mim e levanta o queixo.

— Ok, estarei aqui para mostrar alguns novos designs.


Mas acho uma pena. — Suspira e vira-se para Aidan, que
coloca o celular no ouvido e se afasta.

— O que acha uma pena? — Pergunto, pegando a isca.


Obviamente irá me ofender, mas estou curiosa demais para
saber o que dirá.

Estuda-me, tentando parecer triste, mas é uma atriz tão


ruim que chega a ser engraçada.

— Eu ajudei a decorar este lugar com a senhora O ‘Neil.


Sabe, era a mulher mais linda que já conheci. Você se parece
muito com ela. Na verdade, posso ver que Aidan tem um certo
tipo. — Diz, piscando.

Sinto o estômago revirar ante essas palavras. Ela queria


me acertar e conseguiu.

— É uma pena que não tenha percebido o que tinha nas


mãos. — Digo e fico de pé.

— Bem, quero dizer, não se parece muito com ela. Era


muito mais chamativa, sempre vestida com esmero. Você
parece gostar de um estilo mais descontraído. Que pena! — Diz
dando de ombros e ficando em pé.

— Que pena? — Pergunto, arqueando uma sobrancelha.

Assisto-a colocar o portfólio dentro da pasta.


Russian Bratva #10
— Sim! É que Aidan a adorava. Lembro-me que era
extremamente carinhoso. Fallon sempre me mostrava os novos
diamantes que ganhava. Brincos, colares, anéis, pulseiras...
Qualquer coisa que imagine, ela tinha. E, no entanto, você é
sua noiva e nem mesmo um anel tem. — Diz sorrindo,
enquanto passa a alça do portfólio por cima do ombro.

— Nunca comprei uma porra de diamante para ela! —


Anuncia Aidan da porta.

Christina ofega e vira a cabeça para olhar para Aidan.


Olho-o e percebo que está focado em mim completamente.

— Ela comprava essas merdas sozinha. Comprou a


cirurgia plástica que fez também e não a amava porque era
insuportável. Na verdade, mal a tolerava e só fazia isso, porque
era a mão dos meus filhos! Agora pegue suas merdas e suma
da minha casa. Está demitida! — Grita.

Christina não hesita e sai correndo da casa tão


rapidamente quanto as pernas curtas de salto alto podem levá-
la. Não a vejo sair. Estou focada exclusivamente em Aidan.
Russian Bratva #10

Capítulo 27

A boceta sai da minha sala de estar, mas não a vejo sair.


Não dou a mínima. A única pessoa com a qual me importo
agora é Giovanna, que parece prestes a chorar. A última coisa
que precisava depois dos últimos dias infernais pelos quais
passou, era ter uma idiota por perto falando sobre Fallon e
sobre como eu era apaixonado por ela. O que é uma enorme
besteira.

— Parece que estou precisando demitir todo mundo


ultimamente. — Resmungo. — Você quer um anel agora? —
Digo, para quebrar o silêncio.

Giovanna não se move e nem fala nada. Desencosto do


batente da porta e vou em direção a ela. Quando chego perto,
agarro a cintura fina e a puxo com força contra mim.

Ela coloca as mãos no meu peito e inclina a cabeça para


trás, olhando-me.
Russian Bratva #10
— Você acredita naquela cadela, ou em mim? —
Pergunto, mantendo a voz baixa.

Algo pisca nos olhos azuis escuros, mas não diz nada
imediatamente. Respira profundamente e depois, expira.

— Não preciso de um anel agora, Aidan. Não preciso de


um nunca. — Sussurra.

Ela ignora completamente a pergunta que fiz e eu deveria


confrontá-la sobre isso, mas não faço.

— Darei um anel a você, A Rùnsearc. Porque merece e


porque estou orgulhoso por poder chamá-la de minha. Quero
mostrar ao mundo que me pertence.

Giovanna passa as mãos pelo meu peito e me agarra o


pescoço, enquanto pego a bunda redonda dela e aperto.

— Não preciso disso. Eu sei a quem pertenço. — Diz antes


de me beijar.

Gemo, desejando poder enterrar o meu pau dentro dela e


mostrar o quanto realmente é minha. Eu a carrego pela bunda.
Talvez não possa mostrar com o pau, mas posso mostrar com
a boca.

— Aidan? — Pergunta, enquanto a levo para cima.

Não respondo, colocando-a na cama e me ajoelhando


imediatamente.
Russian Bratva #10
— Você me pertence, A Rùnsearc. É assim que é. Ninguém
que existiu antes é importante e não existirá mais ninguém
depois de você. Sempre será somente você! — Explico.

Os lindos olhos ficam úmidos quando alcança meu rosto


e me segura, esfregando o polegar no meu lábio inferior.

— Eu sei que sua ex-esposa era chamativa. — Murmura.


— E também sei que ela está de volta e que não quer que saiba
sobre mim.

Meu coração dispara com suas palavras. A pergunta deve


estar clara no meu rosto, já que responde imediatamente:

— Fui ao seu escritório mais cedo para vê-lo e ouvi vozes.


Escutei seu irmão falar. Mas não estava bisbilhotando, eu juro.

Contorço os lábios e sorrio completamente.

— Não quero que a veja porque é uma puta, Vanna. Não


queria que ficasse chateada. — Estendo a mão e pressiono a
palma contra o peito dela. — Você já passou por muita coisa,
A Rùnsearc.

Solta meu rosto e segura meu pulso.

— Se ela está de volta, diga-me o que acontecerá.

Odeio o quão insegura Giovanna parece estar. Sempre


ostenta uma máscara e demonstra ser a mulher mais
autoconfiante do mundo e no entanto, não é nada disso.

E tudo por causa de seu passado.


Russian Bratva #10
Sei que sempre teve esperanças e desejos que precisou
empurrar para longe, achando que nunca seriam
conquistados. Sei que quando se maquia e usa roupas sexys,
reveste-se com uma espécie de armadura, uma máscara para
esconder a sua verdade. E sei disso, porque vi a verdadeira
Vanna, a mulher para a qual olho agora.

Retiro a mão de seu peito e agarro o pescoço fino,


apertando suavemente.

— Nada mudará, Vanna. Apenas a mandarei de volta


para o buraco de onde saiu. Ela não deveria estar aqui e ao
aparecer, sabe que não irei mais apoiá-la. Não agora e nunca
mais. Provavelmente o dinheiro acabou, gastou demais e agora
quer voltar para casa. Quer de volta a minha carteira.

Agarro a parte de trás do cabelo dela e puxo sua cabeça


para trás, expondo o pescoço. Chupo a pele macia, provando-
a da clavícula ao queixo e a belisco, antes beijá-la suavemente.

— Você é minha, Giovanna. Não só porque a comprei,


mas porque a quero. Isso não muda quando uma boceta passa
pela porta.

— Está bem, Caro. — Choraminga.

Solto o cabelo dela, desabotoo a calça jeans que usa e a


tiro. Depois retiro os sapatos, jogando-os longe e em seguida,
a calcinha.

— Aidan. — Suspira.
Russian Bratva #10
— Não transarei com você, A Rùnsearc. Ainda não. Mas
mostrarei quem é o seu dono. — Rosno.

Coloco as mãos em cada lado das coxas macias e as abro.


E sem desperdiçar outro segundo, colo a boca na doce boceta.

A língua de Aidan passa pelo meu centro e depois circula


o clitóris, fazendo-me derreter. Não me come rapidamente ou
de forma áspera. Nem mesmo usa os dentes, ou me chupa.
Apenas bate suavemente a língua na minha boceta, mostrando
a mesma atenção ao clitóris. É delicioso.

Enfio os dedos nos cabelos dele com um gemido,


segurando-o enquanto faz amor comigo. É exatamente o que
está fazendo. Não há urgência. Acaricia-me vagarosamente e
com cuidado, tentando me agradar. Permito e felizmente, fecho
os olhos enquanto deito na cama.

Sinto-me aquecendo lentamente, o calor aumentando


cada vez mais em direção à liberação. Sei que quando
acontecer, será longo e incrível. Aidan não acelera ou diminui
a velocidade. Mantém o mesmo ritmo até que finalmente atinjo
o clímax chorando.
Russian Bratva #10
Tremendo, solto o aperto que tinha na cabeça dele. Ele
me beija o estômago, depois o pescoço e me abraça, enterrando
o rosto em mim. Sua respiração é quente e pesada, mas não
quero que saia.

— Eu a amo, Giovanna. Lembre-se disso. — Diz, contra a


minha pele.

Passo os dedos pelas costas largas, desejando que tire a


camisa.

— Também o amo, Aidan. — Exalo.

Ficamos assim nos próximos minutos. Depois, ele fica em


pé lentamente.

— O motorista logo deve voltar da escola com as crianças.


Não sei o que temos na geladeira para o jantar. O que acha de
sairmos hoje à noite para comemorarmos a sua mudança? —
Pergunta.

Abro a boca ligeiramente, surpresa, antes de sorrir.

— Todos nós? — Pergunto.

Ele sorri e me dá uma piscadela.

— Que tal a porra da família inteira? Ligarei para os meus


irmãos. — Diz.

— Oh, não. Está muito em cima da hora! — Digo.

Ele ri.
Russian Bratva #10
— Somos uma grande e próxima família. Eles ficarão
felizes em vir, especialmente se eu pagar a conta. Ligarei para
Devyn também, mas não espero que o russo dela a traga. Ou
talvez sim. — Diz, encolhendo os ombros.

Eu o vejo andando e pegando o meu jeans e calcinha e


em seguida, entregando-os para mim.

— Vista-se se quiser, A Rùnsearc.

Sorrio.

— Tudo bem. — Respondo.

— Lembre-se que o casamento está chegando. Seu


vestido está pendurado no armário de Elowen. E tentarei
encontrar um novo decorador também amanhã. — Diz. — Com
certeza não deixarei que aquela boceta volte aqui.

Não consigo deixar de rir da aversão óbvia que demonstra


pela cadela loira. Ele sorri, pega a minha mão e me puxa para
cima e contra ele.

— Eu sei que estava com ciúmes. — Sussurra, passando


o nariz ao lado do meu. — E foi sexy pra caralho, A Rùnsearc.

Suspiro fundo, tentando parecer ofendida, mas não


estou. Estava mesmo com ciúmes e isso me surpreendeu. Além
disso, não gostei dela. Queria puxar seus cabelos e arrancar
os olhos daquela vaca. Depois, provavelmente iria pisar nela
com o calcanhar. Estava me sentindo completamente violenta.
Russian Bratva #10
— Sentir ciúmes não é algo bonito. — Admito, baixando
os olhos.

Aidan ri e passa as mãos pelas minhas costas e


gentilmente me puxa a cabeça para trás.

— Vanna, se um homem estivesse tão perto de você,


tocando-a e flertando daquela maneira, eu o mataria onde
estava sentado. Pode não ser uma coisa bonita, mas é real.
Você estava com ciúmes e adorei. Agora, se sentisse ciúmes o
tempo todo, de cada mulher com quem entrasse em contato e
tentasse me controlar, agindo como uma porra louca, então
teríamos problemas. Mas hoje foi fofo. — Diz sorrindo.

Sacudo a cabeça.

— Não foi e você é terrível. — Digo.

Beija-me e posso sentir meu gosto em sua língua, antes


que me liberte.

— Vamos descer e esperar pelas crianças. Telefonarei


para os irmãos e depois nos prepararemos. Teremos boa
comida e boa companhia, tudo bem?

Meu sorriso é imenso, tão grande, que sinto as bochechas


doerem. É o melhor sentimento que já experimentei.

— Sim, isso parece incrível. — Digo.

Pressiono as coxas juntas, desejando que nossa noite


incluísse outra coisa também. No entanto, ainda estou
Russian Bratva #10
dolorida e quero estar totalmente curada antes que Aidan me
foda completamente. Não quero que as marcas de outro
homem estejam visíveis no meu corpo. Quero apenas as
marcas que ele deixar, apenas seu toque e somente dentro de
mim. Para sempre.

Descemos as escadas de mãos dadas e olho para baixo.


Acho que quero o anel dele no dedo. Nunca pensei que isso
significasse alguma coisa ou que precisasse de algo assim, mas
não posso negar que seria bom ter esse símbolo do nosso amor
para olhar a qualquer momento que desejasse. Nada enorme,
talvez apenas uma simples e fina faixa de ouro rosa.

Enquanto penso na joia, a porta da frente se abre e as


quatro crianças entram correndo pela casa. Cada uma delas
vem até mim e me abraça antes de contar sobre o seu dia. É
completamente ensurdecedor e perfeito ao mesmo tempo.

É tudo o que sempre desejei e nada que ousei imaginar


ao mesmo tempo.

Fim.
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