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LIVRO ÚNICO
CHANCE CARTER
Sinopse
Ela precisa da minha proteção. E eu vou fazer com que
este trabalho pela sua pequena —bunda— funcione. Eu
sempre protejo um parceiro. Eu só não contei em ter que
proteger a irmã dele também.
Joey e eu somos próximos desde a infância. Eu o protejo e
ele me protege. Sempre. Mas agora ele está com problemas.
Ele foi preso por assassinato e todo mundo acha que é
culpado. Sua irmã precisa da minha ajuda.
Jenny é a coisinha mais doce que eu já vi. Eu gostava dela
quando criança e a amo agora. Eu fico duro toda vez que a
vejo. Seu perfume me faz latejar de desejo. Mas e o código de
irmãos? Posso realmente fazer o que penso em fazer com
essa garotinha?
Ela é a irmã do meu melhor amigo.
Ela é tão inocente e eu sou tão sujo.
Ela é tão boa e eu sou tão ruim.
Ela é tão gostosa e eu sou tão dela.
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— O quê?
1
Pula-pula para bebês.
Chloe para manter a linha agora. Ele não era mais o
problema dela.
A imagem vívida escorregou de sua mente tão
rapidamente quanto surgira. O corredor escuro ainda
permanecia à sua frente, não mais cheio dos barulhos e
cheiros que ela lembrava.
Virando as costas para o silêncio, Jenny voltou ao seu
carro para pegar a bolsa de viagem. Ela ficaria um tempo.
Uma hora e meia depois, Jenny havia transferido seus
pertences para o pequeno quarto de hóspedes no topo da
escada.
Ela não trouxe muito. Só embalou o suficiente para
durar por duas semanas, talvez isso, e um vestido que seria
adequado para o funeral. Não parecia necessário para ela
arrumar o resto de seus pertences ainda. Não quando tudo
era tão incerto. Jenny ainda tinha esperanças de voltar ao
seu novo cargo na revista.
Ela fechou a porta com firmeza na casa de seu irmão e
no quarto de Chloe quando trouxe sua bolsa para o andar de
cima. Chegaria um momento em que teria que limpar e
organizar, mas não apenas ainda. Não parecia adequado
invadir aquele espaço antes que o funeral terminasse.
Jenny checou Isabelle enquanto estava no andar de
cima. Ela encontrou a criança enrolada sob uma massa de
cobertores e brinquedos coloridos, de costas para a porta.
Reconhecendo a necessidade de paz de Isabelle, Jenny fechou
a porta atrás de si e desceu silenciosamente a escada.
A cozinha estava estranhamente silenciosa quando
entrou, então Jenny começou a criar qualquer barulho que
pudesse. Ela encheu a chaleira de estanho com água na pia e
colocou-a cuidadosamente no fogão, esperando
impacientemente os minutos que se seguiram para que
apitasse.
Jenny ligou o pequeno rádio sem fio no peitoril da
janela, mas não se deu ao trabalho de trocar a estação. Ela
não se importava com a música que estava tocando desde
que isso trouxesse algum ruído para o espaço.
Embora tenha demorado muito para empurrar e puxar a
fechadura para girar, ela abriu a porta dos fundos. Parou de
costas para a porta. Ela fechou os olhos brevemente,
agradecida pelos sons da tarde de pássaros e grilos da grama.
Ela fez uma anotação mental para arrumar aquela porta
quando tivesse tempo.
— O que você está fazendo?
Jenny se virou para encontrar Isabelle em pé na porta
da cozinha. Seus olhos azuis estavam vermelhos e inchados
de chorar. Desta vez, em vez de sua boneca, um ursinho de
pelúcia com uma camisa vermelha foi agarrado firmemente
em sua mão direita.
— Só fazendo barulho. Está muito quieto aqui.
Isabelle assentiu uma vez em concordância. Um silêncio
inquieto se instalou sobre as duas mais uma vez.
Até agora, elas não estavam indo bem na construção de
qualquer tipo de conexão além da conversação básica. Elas
eram simplesmente duas estranhas que não tinham escolha
a não ser interagir uma com a outra. Pelo menos Isabelle
estava em casa, e ela podia se sentir um pouco confortável
aqui.
Era o lugar mais estável do mundo para ela, ou pelo
menos fora até aquela tarde. Agora, Jenny era uma estranha
invadindo seu espaço.
— Eu vou fazer algo para você comer ― ela tentou. —
Você deve estar morrendo de fome.
Parecia uma boa ideia. Jenny não tinha apetite desde
que voltara para a cidade, mas se havia alguma coisa que ela
sabia sobre as crianças, era que precisavam ser alimentadas
regularmente. O que eles comiam, por outro lado, ela não
tinha certeza. Classificou isso como mais uma experiência de
aprendizado.
Chloe era uma especialista na cozinha. As noites do
ensino médio tinham sido gastas em bolos de brownies ou
com um saboroso deleite que ela só tinha de ler uma vez em
uma receita para recriar.
Seu maior sucesso foi o jantar de Natal há dois anos.
Era a única vez que Jenny voltara à cidade para celebrar as
festas. Uma mesa secundária foi trazida do depósito para dar
lugar à esmagadora quantidade de pratos em exposição.
Chloe orgulhosamente chamou o maior jantar de Natal
imaginável, e ela não estava longe de estar errada.
— Você sabe cozinhar alguma comida?
— Sim, claro.
Jenny fez uma careta quando empurrou uma onda de
seu cabelo loiro para trás do rosto.
— Eu acho. Algumas coisas.
— Quais são algumas coisas?
— Eu não sou um gênio na cozinha como sua mãe era,
mas posso administrar ― Jenny tentou um sorriso amigável,
mas a criança olhou para trás, insegura.
— Nós vamos morrer de fome, não é?
— Isso é muito improvável. Teremos apenas que nos
contentar com o que temos.
— Alguém pode sobreviver apenas com ar e água? ―
Obviamente, Isabelle herdara o senso de humor seco de seu
pai.
Jenny abriu a porta mais próxima do armário. Ela
estava grata por encontrá-lo cheio com uma série de itens
alimentares que poderia colocar em bom uso. Selecionou uma
sopa de macarrão com galinha na prateleira debaixo e depois
encontrou uma caixa de biscoitos salgados para acompanhar.
— Sopa e bolachas. É uma perfeita comida saudável.
— Afinal, o que isso quer dizer?
Jenny remexeu em vários armários do fundo e localizou
uma panela média. O abridor de latas era bastante fácil de
encontrar em uma gaveta de cima. Ela começou a trabalhar
despejando o conteúdo da sopa na panela e colocou o fogão
em fogo baixo.
A chaleira finalmente começou a ferver, e ela selecionou
uma caneca levemente lascada na copa da bancada,
aguardando seu tempo antes de oferecer uma resposta.
— Bem?
Isabelle não gostava de ficar esperando.
— O que isso significa?
— Comida caseira é algo que você come quando quer ser
confortada.
Ela sorriu nervosamente para a criança, como se isso
fosse quebrar imediatamente as barreiras entre elas.
— Bem.
Jenny soltou um suspiro de alívio, escondendo-o atrás
de um sorriso nervoso quando Isabelle lançou-lhe um olhar
desconfiado.
— Que tal você colocar algumas bolachas nesses pratos?
Jenny abriu a outra porta do armário, mas os pratos
não estavam em lugar nenhum. Foi preciso um aceno de
cabeça acanhado de Isabelle para apontá-la na direção certa.
Ela ocupou a criança com a tarefa, grata quando elas
ficaram em silêncio. A viagem de Nova York tinha sido longa e
ela ainda estava se recuperando das notícias. Agora, só
queria entender direito para conseguir que tudo parecesse
normal. O conceito de normal foi atualizado recentemente.
Quando a sopa estava quente, serviu duas tigelas iguais.
Encarregou Isabelle de pegar duas bandejas de jantar na
mesa da cozinha e levou-a para o corredor.
— Mamãe sempre serve sopa na mesa da cozinha ―
Isabelle apontou quando Jenny abriu a porta da sala de estar
e colocou os pratos sobre a mesa de café. ― Não devemos
assistir televisão até depois do jantar. É a regra da casa.
— O que posso dizer? ― Jenny deu-lhe um pequeno
encolher de ombros. ― Eu sou uma infratora de regras.
Isabelle deu-lhe outro olhar desconfiado. Ela não tinha
certeza do que acreditar, mas cedeu de qualquer maneira e
sentou-se no sofá.
Jenny estava grata por não haver mais nenhum
empurrão no assunto, por enquanto. Ela sentou-se ao lado de
Isabelle e pegou o controle remoto.
— Agora, vamos ver o que está na televisão hoje à noite,
não é? ― Isabelle não disse uma palavra.
Uma hora depois, o sol estava começando a se pôr.
Jenny estava na janela da sala de estar e observava enquanto
ele mergulhava lentamente abaixo das colinas à distância.
Ela odiava Ombrea e suas pequenas cidades, mas a vista era
espetacular. Tinha que admitir isso.
A visão das colinas ondulantes e das fazendas era mais
agradável do que a vista que ela tinha dos arranha-céus da
janela de sua cozinha na cidade. Da varanda de seu
apartamento, ela podia ver um pequeno parque da cidade,
mas era apenas um parque de cachorros na vizinhança. Não
se comparou com o ambiente natural de Ombrea.
Agora suficientemente alimentada, Isabelle se enrolou
como uma bola no sofá, com uma almofada apoiada atrás de
sua cabeça para o seu conforto.
Jenny deixou-a aos cuidados da televisão e começou a
limpar os pratos do jantar. Estava grata por ter um pouco de
tempo para si mesma. Cuidar da filha pequena de Chloe já a
estava cansando. Ela não podia imaginar como seria ter um
próprio.
Ligou a água quente na pia da cozinha e deixou a louça
de molho. Lavaria mais tarde quando tivesse mais energia.
Jenny abriu a geladeira e encontrou o produto básico
que sabia que podia contar com Chloe para ter em mãos,
vinho branco gelado.
Jenny virou a garrafa azul nas mãos e estudou
cuidadosamente o rótulo. A descrição deixou-a confusa sobre
por que Chloe teria esse vinho em particular na mão.
Chloe sempre gostou de vinhos doces, aqueles que vem
com rótulo colorido e brilhante e um preço menos colorido.
Seu vinho escolhido sempre fora o que sua querida avó
chamara de barato e alegre. Ele não te deixa bêbada, a não
ser que planege beber muito.
Jenny experimentara esse vinho em mais de uma
ocasião no churrasco anual de verão de sua editora. Ela
decidiu pegar uma garrafa ou duas uma vez, mas desistiu
pelo preço.
Jenny não podia imaginar que houvesse uma alta
demanda por este vinho em Ombrea. Ela fez uma nota mental
para verificar quando tivesse um momento livre.
Abriu a garrafa com facilidade e pegou um copo de vinho
limpo no escorredor de pratos. Hesitou por um momento,
imaginando Chloe em pé diante da pia, cantarolando junto
com o rádio enquanto cuidava dos pratos. Chloe sempre foi
tão alegre, não importando o dia ou a situação. Parecia
injusto imaginar sua vida interrompida.
Especialmente nas mãos de alguém que ela amava
tanto. Jenny sacudiu o pensamento de sua mente. Estava
determinada a não se concentrar em seu irmão.
A polícia o havia prendido pelo crime e ela tinha fé
suficiente no sistema, como em Ombrea, para acreditar que
eles sabiam o que estavam fazendo. Se achavam que Joey era
culpado de assassinato, então ele era. Era tudo que havia
para isso. Afinal, ele era um deles. Para prender um deles,
tinham que ter justa causa.
Jenny se serviu de um copo do vinho gelado e bebeu
devagar com os olhos fechados. Este dia foi um inferno e o
álcool a ajudaria a relaxar.
Uma batida forte na porta da frente a chamou de volta à
realidade.
Capítulo 4
Isabelle não se mexeu com a batida e uma espiada na
sala sugeriu que ela tinha cochilado há algum tempo. Jenny
fechou a porta suavemente enquanto atravessava o corredor
até a porta.
Ela esperava um vizinho com uma panela quente por
causa do luto, mas o homem do outro lado da porta não
parecia o tipo de caseiro, muito menos o dono de uma panela
elétrica. Ele era alto, com cabelos bagunçados e escuros que
se moviam por sua testa e quase em seus olhos. Seu queixo
estava com barba e precisando de um bom barbeador. Sua
camiseta azul desgastada exibia seu corpo musculoso em
grande detalhe. Ficou claro que ele fazia muito trabalho
físico.
Mas foram seus olhos azuis que mais a distraíram. Eles
eram profundos de um jeito que a atraiu e a deixou incapaz
de desviar o olhar imediatamente. Ela sentiu um discreto
palpitar em seu coração que não podia negar. Mesmo em seu
estado suado e desgrenhado, ele era o homem mais atraente
que ela já havia visto.
— Posso ajudar? ― Começou Jenny, mas ele a
interrompeu abruptamente.
— Você é Jenny Dale?
— Sim. Mas...
— Então você é apenas a pessoa que eu vim aqui para
ver.
Com uma das mão, ele empurrou com força a porta,
deixando Jenny sem escolha a não ser se afastar e deixá-lo
entrar.
— O que você está…
— Acabei de lhe dizer, vim aqui para ver você.
Precisamos conversar sobre o seu irmão. É importante.
Jenny sacudiu a cabeça. Este estranho outrora bonito
estava começando a irritá-la. Ele estava se comportando
como um grande idiota, e se seu irmão era o que ele veio
discutir, teria que sair.
— Eu não estou com vontade de discutir sobre ele agora,
quem quer que você seja.
— Roy Peters. E quando seria um momento melhor,
exatamente? ― Ele retrucou, com o rosto avermelhado. ―
Quando ele estiver indo para a pena de morte?
— Espere, agora.
Jenny se aproximou dele, nunca recuando de uma
discussão.
— Você não tem o direito de entrar aqui e tentar forçar
uma conversa sobre o meu irmão inútil. O que ele fez...
— É só isso ― interrompeu Roy, apontando o dedo para
o rosto dela. ― Joey não fez nada. Armarram para ele.
— Não seja absurdo!— Jenny disse, afastando o dedo
com raiva. ― Quem teria algum motivo para sabotar o meu
irmão?
— As mesmas pessoas para quem ele trabalhava. Você
alguma vez pensou nisso?
Jenny estava confusa e desejava que Roy Peters desse a
volta e saísse pela porta e voltasse de onde viera.
— Você é irmã dele. Certamente você está se
perguntando por que ele iria tão longe? Você não pode
honestamente acreditar que ele iria cometer tal crime, pode?
Era a própria esposa dele.
— É porque ele é sempre culpado. Joey é meu irmão e
sei por experiência. Ele é sempre considerado culpado e
sempre será. Se não fosse culpado, a polícia não o teria
prendido em primeiro lugar.
Roy riu de um jeito que fez sua pele arrepiar. Ele pensou
que ela estava sendo absurda.
— Você não pode honestamente ser tão ingênua.
Jenny cruzou os braços sobre o peito e olhou-o de baixo,
desejando não quebrar sob o olhar de aço. Fazia muito
tempo, e sem dúvida haveria mais coisas para lidar com as
consequências das ações de seu irmão. Ela queimava com
ódio por Joey, pelo que havia feito ao roubar a preciosa vida
de sua amiga, sua esposa, a mãe de Isabelle. Foi uma cruel
injustiça.
Para este estranho entrar e jogar tais acusações era
ridículo e fora de linha.
De repente, Jenny percebeu que a porta ainda estava
aberta e apontou para ela, esperando que ele entendesse a
dica e desse o fora.
Seu rosto estava sombreado de raiva quando ele deu um
passo para fora.
Assim que ela estava prestes a bater a porta atrás dele,
ele colocou o pé de volta dentro da moldura da porta.
— Você está completamente errada, você sabe. Ele é
inocente. E mesmo se eu tiver que fazer isso sozinho, eu vou
provar.
— Então você pode ir em frente.
— Você já o viu?
— Eu não preciso ver Joey para saber que ele é culpado.
Ela bateu a porta, prendendo rapidamente atrás dele.
Inclinando-se contra a parede, Jenny desejou que seus
nervos se acomodassem. Quando recuperou o fôlego, ouviu o
clique suave da porta da sala se fechando.
Isabelle ouviu tudo.
Roy Peters arrastou-se de volta ao seu caminhonete
verde.
Que mulher idiota e estúpida, ele pensou. Roy
amaldiçoou pesadamente sob sua respiração. Isso foi uma
grande perda de tempo.
Joey nunca mencionou sua irmã, e agora Roy entendia
por que ele não tinha. A mulher que acabou de conhecer era
tão ingênua e completamente desleal. Ele não sabia o que
esperar quando decidiu se aproximar de Jenny sobre a
inocência de Joey, mas achou que ela seria mais receptiva do
que isso.
Se um dos seus irmãos fosse acusado de um crime tão
vil, Roy juraria no tribunal que eles eram inocentes, sem
perguntas. Ele lutaria com unhas e dentes para provar sua
inocência. Que essa mulher tivesse aceitado a culpa de seu
irmão sem um segundo pensamento, enfureceu-o.
Joey e Chloe tiveram problemas, mas que casal não
tinha? Eles poderiam lutar por dias se o clima os atingisse,
mas nenhuma vez ele soube que seu amigo colocaria a mão
em sua esposa. Na verdade, Joey seria um dos últimos
homens que fariam algo parecido. No que diz respeito aos
policiais, Joey era um dos bons, e havia uma verdadeira
escassez de bons, especialmente nesta cidade.
— Paz ― ele tinha gritado com ela com raiva enquanto ela
arrastava sua mala para sua caminhonete. ― Finalmente!.
2
No original: one for the books. Um evento tão surpreendente, chocante ou inesperado que fica “para
registar no livro”.
Naquela tarde, Jenny levou Isabelle para dar uma volta,
uma distração que iria tirá-las da casa para uma necessária
mudança de cenário. Elas permaneceram a maior parte do
tempo em um silêncio embaraçoso desde que retornaram
para casa, e Jenny estava ansiosa para fazer alguns
progressos com a relação delas.
3
No orinigal: town. Um município mais pequeno que a cidade. Diferente da grande cidade (city).
cidade grande.
— Quase.
Ele fez uma pausa para secar o suor da sua testa, seus
músculos enrugando ao sol do meio-dia. Quando o barulho
chegou mais perto, pegou sua camisa jogada e vestiu-a. Ela
grudou no suor de seu peito.
Um carro de polícia solitário apareceu e Roy bateu com o
machado no tronco mais próximo, a raiva e frustração
tomando conta dele. Esta era a última pessoa que ele queria
ver.
— É assim?
4
Original: “I hear you've been making a pest of yourself again.” Significa ser chato, incómodo e
persistente, daí a peste (“pest”).
Cartright bufou.
— Ou o quê?
Isso não faria com que ele ou seu bando de tolos fossem
menos corruptos, mas seria satisfatório demais tirar esse
sorriso do seu rosto feio.
— Apenas mantenha suas noções ridículas para si
mesmo. Ninguém quer ajudar Joey Dale. Ele é um babaca
Jenny não falava com seu irmão mais novo desde que
fora preso e sua chegada de volta para a cidade. Na verdade,
ela não o viu em pelo menos dois anos. Só parecia
desnecessário visitá-lo agora na sua cela.
— Ei!
— Ok, ok.
— Mesmo?
— Oh, pare com isso. Você tinha algo a dizer. Agora diga.
Estou ouvindo.
— Muito engraçado.
— Sim, eu percebi.
— S-O-S conta?
Ele riu.
— Quer saber, vou mais tarde a sua casa. Sei que você
quer ir para a recepção, então não vou mantê-la por mais
tempo.
— Eu estava saindo.
— Quem?
Desta vez, ela realmente estava com medo dele. Ele pisou
ainda mais perto, seu rosto apenas polegadas do dela. Ela
podia sentir a respiração na cara dela, e odiou cada segundo.
Ele sorriu.
Jenny correu de volta para a casa dos Dale. Ela teve que
admitir que estava nervosa. O chefe deve ter encontrado Roy
no cemitério. Talvez ele tivesse mesmo ouvido por acaso a
conversa deles. Não se podia falar com ninguém nada nesta
cidade sem isso se tornar de conhecimento público.
— Oh.
— Ok.
— Não, não.
Claro que ele faria! Notara o jeito que ele às vezes olhava
para ela. Jenny não podia ter certeza dos sentimentos dele,
mas sabia que tinha pensamentos maliciosos sobre ela. Roy
não era tão bom em esconder seus pensamentos!
— O que?
— Droga! Droga!
Ela encontrou-o no balcão e se atrapalhou com o teclado.
A tela recusou-se a ligar e percebeu que não o colocara para
carregar depois de voltar do funeral. O cabo ainda estava no
balcão. Jenny não tinha como chegar ao lado de fora ou pedir
ajuda.
Quando ele virou a esquina que dava para a casa, ele deu
uma guinada, os pneus da caminhonete girando na lama.
Roy amaldiçoou a chuva pesada da noite anterior. O uísque
quase caiu no chão e teve que agarrá-lo no último segundo
para evitar que se quebrasse.
— Roy! —
— Deixe-me!
— Roy!
— Vamos!
― Não se preocupe.
Jenny tentou reconfortar Isabelle enquanto afastava seu
cabelo do rosto, mas nem ela sabia ao certo qual seria o
próximo passo.
— Jenny.
Ele colocou a mão em seu ombro. Estava muito diferente
da maneira como a tratou mais cedo naquele dia.
— Bem, então isso faz de você uma pequena dama com muita
sorte.
— Ok.
Não podia ser mais evidente para ele que a polícia estava
envolvida, especialmente o Chefe Cartright. Rumores
indicavam que Chloe Dale estava traindo o marido, mas eles
não indicaram com quem ela estava saindo. Ele tentou
inúmeras vezes descobrir através dos frequentes boatos, mas
ninguém tinha a menor ideia. Se a polícia estivesse envolvida
no incêndio, talvez um deles fosse o homem misterioso de
Chloe.
Roy entrou na casa dos Dale uma hora mais tarde para
pegar alguns dos pertences de Isabelle e de Jenny.
O chefe agora dizia que Joey teria usado esse tempo para
se livrar das provas.
— O quê?
Ela não sabia o que fazer com Roy. Às vezes ele era
distante e inacessível, mas ultimamente, Jenny vira um lado
mais amigável, gentil e generoso dele. Nunca tinha certeza de
qual lado ela teria.
Estava claro que Roy se segurou com ela. Rapidamente
aprendeu que tinha um jeito de mudar de humor e ficar
irritado, mas ele disse aquilo honestamente e isto ela podia
apreciar.
— Claro.
— Um pouco.
Ele tinha que dar isso para ela, a mulher teve coragem.
Tinha passado apenas algumas horas desde que Roy tinha
retirado-a da estrutura ardente que fora a casa de seu irmão.
Mesmo coberto de fuligem e sujeira, Jenny ainda poderia
gerenciar uma piada e um sorriso.
— Com o quê?
— Não, obrigada.
— Não. Nunca.
Sua atitude pouco difícil o fez sorrir quando ele seguia até
o toco.
— Não.
— Quer tentar?
— Ok.
— Agora, escute.
— Tente de novo.
— Perfeito.
Roy era teimoso como uma mula. Sem sua persuasão, ela
teria feito as malas de Isabelle e voltado para a cidade sem
dar Ombrea ou seu irmãozinho um segundo pensamento.
Joey nunca teria esta chance de liberdade se ela tivesse
permanecido na teimosia.
— Roy.
— Oh, desculpe.
— O quê?
Roy parecia surpreso que ela estivesse conversando com
ele.
— Seu livro.
— Ah, isso?
— Espere.
— Não posso deixar uma dama com o sofá. Você vai ter
que dormir aqui esta noite.
— Bem, você vai! Se você tiver uma dor nas costas, então
você terá que...
Ela devia a ele sua vida, e iria pagar essa dívida, dando-
lhe tudo o que exigia dela.
Isso assustou-a.
— E perder isso?
Ele olhou para ela e Jenny teve certeza de que viu amor
nos seus olhos.
— Você fez mais por ela nos últimos dois dias do que eu.
— Venha aqui.
— Por que você não vai para dentro e faz o que quer que
você tenha que fazer?
Roy ouviu a porta da varanda balançando ao fechar, mas
se recusou a virar.
Ele não tinha visto uma criança sorrir tanto quanto esta
tinha feito desde que ela tinha estado aqui. O ar livre estava
fazendo algo de bom para ela.
— O homem no velório.
Jenny queria que ele não estivesse tão furioso com ela.
Com certeza Roy percebeu que ela tinha que voltar
eventualmente. Era seu sustento. Senão, como é que
ganharia um bom dinheiro? Uma garota tinha que comer,
viver e fazer compras. Só porque ele vivia desconectado da
terra e com um estilo de vida simples, não quer dizer que isso
era para qualquer um.
Ela inclinou-se e deixou sua cabeça cair em suas mãos
enquanto uma dor de cabeça se rastejava nela.
Capítulo 14
Roy disse a Isabelle que poderia ajudar a cozinhar o café
da manhã, e ele observava como ela alegremente pulava na
frente dele em direção a cabana. Seu humor tinha iluminado
consideravelmente depois que lhe explicou como o oficial de
polícia no velório estava errado de dizer aquelas coisas sobre
seus pais.
— Ei.
Roy notou que ela evitou contato visual quando falou com
ele. Ela atravessou o cômodo até a mesa e tomou um lugar ao
lado de Isabelle.
— Ei, Roy!
— Ok.
— Ei, onde está indo? Tem certeza que deve sair sozinha?
— Jenny Dale está aqui para ver seu irmão Joey. Por
favor, acompanhe-a até as celas de detenção.
— O que disse?
— Pare, agora!
— É por isso que acha que eu vim aqui? Você acha que
quero te dar problema por se meter nessa bagunça? Você
acha que eu quero esfregar sal em suas feridas?
— O quê? É sério?
— Quem?
— Roy Peters.
— É claro! Roy!
— É assim?
— Vou fazer.
— Olá.
— Roy?
— Sim.
O velho sorriu.
— É verdade.
— Lembra o nome?
— O que é isso?
— É claro.
Roy se virou para olhar a casa atrás dele. Ele não viu
ninguém. E não queria ficar mais tempo do que precisava.
Ele tinha o que precisava para a investigação. Roy precisava
dar o fora dali.
Cortou caminho pelo jardim e andou rapidamente para a
sua caminhonete. Ele ainda tinha o distintivo embrulhado em
uma das mãos, então segurou a lanterna entre os dentes
enquanto caçava pelas chaves do caminhonete. Quase que
suas chaves caíram do bolso quando ele viu algo brilhando
no chão ao lado de sua caminhonete.
— Isto é inacreditável.
— Certo, desculpe-me.
Ela sabia que ele deve ter sentido algo em seu rosto
porque de repente Roy parecia preocupado.
— O quê? Quem?
Ela apertou sua boceta com força contra seu jeans e seu
pau estava implorando para se soltar.
— Ei.
— Sim?
O dono da loja de bebidas, Lawrence, estava do outro
lado da linha. Sua voz estalava. Ele parecia angustiado.
Jenny riu.
— Um olho roxo.
Ele teve que rir de como Jenny estava tão feliz sobre
isso.
Ele viu um sorriso passar por seus lábios. Cada vez que
a via sorrir, sentia como se o peso em seu peito estivesse
lentamente começando a ceder. Jenny tinha aberto uma
porta para algo dentro dele que estava suprimindo há muito
tempo. Pela primeira vez desde Natalie, Roy era capaz de ser
ele mesmo. Não importava o que acontecesse entre eles,
sabia que sempre seria grato a ela por suavizar seu coração.
— Jenny, certo.
— Ele nunca vai para a prisão pelo que fez. Ele é esperto
demais para isso. Enganou a todos para acreditar que é um
cidadão excepcional, uma figura de autoridade dedicada
nesta cidade. Ninguém vai acreditar se o acusarmos do
assassinato de Chloe Dale.
Lawrence assentiu.
Sem Roy, ela não sabia onde estaria. Ele tinha um jeito
especial de surpreendê-la. Muitas vezes, ele testou seus
limites, ela descobriu que gostava disso. Roy deu-lhe
esperança, especialmente, quando as coisas eram
impossivelmente difíceis. Ele era seu cavaleiro de armadura
brilhante.
— Senhorita Dale.
— É isso mesmo?
— É o bastante.
— Porquê?
Jenny riu.
— Você está aqui apenas para ver seu irmão mais novo.
— Você voltou.
Ela sabia que Joey mal a ouvia. Sua cabeça estava muito
envolvida com a notícia que acabara de ouvir.
— Joey.
— Porque...
— O quê?
Jenny assentiu.
— Certo.
Jenny ainda me sentia horrível pelo que dissera ao irmão
mais cedo. Não foi fácil contar a Roy o que tinha acontecido.
― Houve outra coisa também. Eu acidentalmente disse a Joey
que nosso principal suspeito é o chefe Cartright.
— Ei, agora.
— Mas ele também tem que ter uma visão maior sobre
isso ― Roy apontou. ― Ele tem Isabelle para pensar. Joey não
arriscaria seu retorno para casa com ela, agindo como um
idiota lá dentro. Você tem que dar ao seu irmão um pouco
mais de crédito.
— Como é emocionante.
— Não?
— Não, ele foi incriminado. Eu tenho a evidência para
provar isso, senhor.
— Continue.
— Sim, senhor.
— Roy Peters.
— Continue.
— Eu entendo, senhor.
— É assim mesmo?
— Gatrall?
— Jenny?
— Falando.
Roy parecia quieto, desde que lhe disse que Ben Gatrall
era o comandante da polícia que estaria cuidando do caso.
Ela achou que ele ficaria muito feliz. Afinal de contas, isso
significava que tinham alguém em quem confiava e estava do
lado deles. Tudo o que tinham que fazer agora era explicar os
aspectos do caso para ele e tê-lo apoiando pessoas como
Lawrence e Joey. Parecia bastante simples. Joey poderia ser
um homem livre até o final do dia.
— Roy?
— Ok.
— Eu não a vejo.
— Afasta-se.
— Roy? Roy?
— Roy, acorde!
— Muito engraçado.
— Obrigado, senhor.
Roy não achou que tivesse amigos na cidade. Isso até ele
ser baleado.
— Horrivelmente intrusivo.
— O que, os pais?
— Nada.
Parecia tão certo tê-la ali ao lado dele. Ele nunca iria
deixá-la partir novamente.
Capítulo 34
Alguns dias mais tarde, Ben Gatrall ligou para dizer a
Jenny que voltaria para Ombrea naquela tarde.
— Roy Peters.
Roy olhou para baixo para Jenny. Agora, ela era sua
família, e faria o que quer que ela considerasse o melhor para
ele. Ela assentiu com a cabeça, e seu sorriso suave deu-lhe a
confiança que precisava para continuar.
— Ok.
— Estamos aqui
— Ficou ótimo.
Ele pressionou seus lábios nos dela quando ela levantou
a cabeça para encontrar o seu olhar.
— Ah, Roy.
Ela olhou para ele, nos olhos dele, e Roy tirou sua taser.
— Não é justo.
— Ajuda?
— Um parceiro na polícia?
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