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A NEXT GENERATION

CARTER BROTHER NOVEL


Distribuídos

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LANÇAMENTO
sinopse
Eu era a garota que adorava xingar, falar o que pensava e beber rum como se fosse

água.

E nunca me desculpei por isso.

Ele era meu chefe, enfurecedor, arrogante e tão bonito que era difícil não fantasiar

sobre o cara.

Éramos duas pessoas diferentes, vivendo duas formas de vida.

E, no entanto, não evitei desejá-lo.

Homens de uniforme não eram mais minha praia.

Não, agora eram os de terno, com tatuagens quentes.

Como outros em minha família, nossa história não é simples.

Achei que era cautelosa, que nada me afetaria.

Errei.

Deveria prever.

Não deveria ser tão arrogante e certa.

Simplesmente nunca pensei que aconteceria comigo.


ÁRVORE GENEALÓGICA
Maverick & Teagan Max & Lake
 Faith comprometida com  Landon (M) (Triplo 1)
Beau  Hayden (F) (Triplo 2)
 Lily  Liam (M) (Triplo 3) está
 Mark com P aisley.
 Aiden está com Bailey

Mason & Denny Myles & Kayla


 Hope  Charlotte
 Ciara  Jacob
 Ashton

Malik e Harlow Evan (irmão de Denny) e


Kennedy
 Maddison (Gêmeo 1)
 Maddox (Gêmeo 2)  Imogen
 Trent  Joshua
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PRÓLOGO
Homens!

Repetidamente, passei pela mesma merda com o sexo oposto.


Principalmente com homens com quem namorei. Não sei porque
me preocupo. Se fosse atraída por mulheres, colocaria todos meus
esforços nisso.

Provavelmente teria mais orgasmos também.

Russell, meu atual namorado de dois meses, é um sucesso ou


um fracasso. E não apenas na cama. É bonito, com um pouco de
aspereza do jeito que gosto, porém tem seus defeitos. Na verdade,
muitos. A única razão pela qual o aguentei por tanto tempo é
porque não quero provar que meus ex acertaram quando disseram
que saboto meus relacionamentos.

Talvez sim. Talvez não.

O que sei é que não sou essa pessoa. Não deixo ninguém
passar por cima de mim.

É véspera de Ano Novo passaríamos juntos num novo clube


que abriu na cidade. Está frio e uso um vestido preto cintilante que
termina abaixo da minha bunda. É feminino, junto com a calcinha
que gastei uma fortuna para dar um show a ele mais tarde; um
último esforço para salvar nosso relacionamento.

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Estou feliz por não permitir Hope me convencer a usar salto
alto. Em vez disso, optei por minhas botas pretas, que me dão
conforto e um visual de roqueira.

Esperei vinte minutos fora do clube, dez minutos a mais que


daria a qualquer outro cara. Não é a primeira vez que Russell
cancela, pelo menos nas outras vezes, teve a decência de enviar
uma mensagem ou ligar. Não ouvi um pio dele esta noite, então, a
menos que esteja morrendo, o matarei.

Que se foda, provar que os outros estão errados e Russell.


Ninguém me trata assim e foge disso.

Com essa revelação em mente, caminho para a porta, raiva


fervendo dentro de mim.

Meu dedo congelado paira sobre o botão de chamada de seu


apartamento, pronta para apertar, quando um cara que parece
estar na casa dos cinquenta anos abre a porta. Sorrindo, seus
dentes podres e amarelos, diz com uma voz gentil:

— Vá em frente, saia do frio, pequena.

Pisquei, passando por ele enquanto segurava a porta aberta.

— É com os pequenos que deve tomar cuidado. — Riu. — Sim.


Minha esposa me rasgaria se saísse da linha. Era pequena, mas
feroz.

— Feliz Ano Novo — aceno.

— Feliz Ano Novo — grita atrás de mim.

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A porta fecha, bloqueando a brisa fria e sem dúvida salvando
minhas pernas de ficarem azuis. Atravesso o saguão e chamo o
elevador.

Há um zumbido ecoando de uma luz piscando no corredor,


gritos e berros vindos de adultos e crianças nos quartos acima.
Faço uma careta quando ouço portas sendo batidas e sinto o cheiro
nojento em torno da curta entrada.

Nunca seria capaz de morar em um apartamento. O barulho


sozinho me faria cometer assassinato. Parece apenas ecoar,
tornando os sons irritantes muito piores.

Quando as portas abrem, entro e pressiono o botão do sexto


andar, antes de cruzar os braços sobre o peito. O elevador sacode
conforme sobe e estremeço, desejando ter subido pelas escadas.
Durante minha segunda visita a este edifício encantador, descobri
que são muito mais arriscadas. Drogados dormem lá, junto com os
sem-teto, tentando se aquecer. Alguns estão bem, outros precisam
aprender quando deixar outra pessoa sozinha.

No entanto, foi o mau cheiro que me fez me arrepender de


tomá-las. É como imagino que cheire um depósito de lixo.

Examino o espaço minúsculo, encolhendo-me com o cheiro


que sem dúvida vem do líquido amarelo empoçado no canto. Está
coberto de pichações e, embora tenha uma câmera no canto, acho
que não funciona.

Não é nada como o antigo apartamento do meu irmão Landon,


que é sofisticado, aconchegante e convidativo. Este lugar parece

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que foi construído sem cuidados e agora está esquecido para
aqueles que pretendem manter a manutenção.

Aqui é tudo que Russell pode pagar com as horas que


consegue no trabalho.

E já que é o primeiro cara com quem namoro que tem um


emprego e não mora com os pais, não me importa onde more. Não
é como se pudesse levá-los para casa. Não deixaria meu pai ter
câmeras na porta da frente e atrás, prontas para defender minha
'inocência'. Ele o massacraria cantarolando uma música enquanto
faz isso.

Saindo em seu andar, caminho até a porta, sem me preocupar


em bater. Ele a deixa destrancada quando está em casa, então,
quando a maçaneta inclina para baixo, minha pergunta se está
dentro é respondida.

Raiva queima através de mim e meu pulso bate contra meu


pescoço quando o som distinto de sexo ecoa por todo apartamento.

Posso lidar com muitas coisas quando se trata de homens.


Pagar minha comida, abrir minhas portas, comprar minhas
merdas e até mesmo buscá-los, se necessário. Posso até tolerar
más maneiras, até certo ponto. Agora, coisas que não lido em
nenhum relacionamento são impureza, mentira e traição.

Em vez de sair, sigo pelo corredor e passo pelo quarto, onde


ouço um som distinto de peles batendo e gemidos altos. Estou
quase passando pelo banheiro quando derrapo, parando do lado
de fora da porta, uma ideia surgindo.

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Um sorriso maligno espalha pelo meu rosto quando entro no
pequeno cômodo. Trocaria o gel de cabelo dele por cola, mas estou
com um limite de tempo e não tenho ideia se lá tem cola. A escova
de dentes chama minha atenção, então a pego e limpo a sujeira do
vaso sanitário antes de mergulhá-la na água manchada de
amarelo, em seguida, lavo os pedaços que grudam nela. O banheiro
foi a única coisa que o fiz limpar antes mesmo de vir. Faz uma
semana que não estive aqui, então está nojento. Acho que não
planejava voltarmos hoje à noite, mesmo depois que cancelei a
festa do meu primo.

Em seguida, caminho para o armário que contém o


aquecedor. Depois de anos observando meus tios consertando
coisas, aprendi como quebram, especialmente com dois irmãos
gêmeos. Fecho a torneira de água quente antes de quebrá-la
completamente, me encolhendo quando faz um barulho alto. Paro,
esperando por qualquer sinal que me ouviram, porém, a maratona
sexual continua alimentando minha raiva.

A garota fica mais barulhenta e tudo que posso fazer é cerrar


os dentes e revirar os olhos.

— Vadia, ele não é tão bom — murmuro, servindo-me de


alguns ovos, farinha e molho de tomate. Pego o balde de esfregão,
que está cheio de água suja e preparo minha mistura.

Maddox se divertia com isto quando criança, embora nunca


usasse água suja. Depois que tudo estava lá, olho pelos armários,
me encolhendo quando encontro pão velho. Jogo isso também
antes de encontrar outros itens, incluindo molho à bolonhesa,

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molho marrom e algum tipo de geleia, embora quando abro o saco
lacrado, não acho que seja isso. Inclino a cabeça, cobrindo o nariz,
tentando me controlar e me impedir de engasgar.

Olhando ao redor da pequena cozinha, a geladeira chama


minha atenção. Sorrio ao acertar a bolada e faço uma dança rápida
antes de abrir a porta.

Tudo está à disposição e é nojento para caralho.

Leite semanas após a data de validade e alguns potes de


alimentos vencidos enchem as prateleiras. Perfeito para o que
tenho em mente. Rapidamente despejo tudo no balde, virando
quando o odor fétido fica mais forte.

Respirando pela boca, o levanto e saio da cozinha, meu corpo


travando quando vejo o cordão de roupas espalhadas pela sala.
Bloqueio, indo em direção ao som.

Levanto a perna e chuto abrindo a porta do quarto, antes de


entrar. Tento disfarçar a raiva latente, não adianta. No segundo
que entro, a visão por si só tem fúria trovejando por mim.
Realmente pensou que se safaria.

Os globos de sua bunda pálida saltam para cima e para baixo


como um jóquei com coca. Sempre que ficava animado comigo,
diminuía minha excitação. É uma pena porque é um cara bonito e
tem os bens certos lá embaixo. Só precisa aprender como usá-lo. É
por isso que sempre exigi estar no topo. Controlaria seus
movimentos.

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A garota grita, implorando por mais, e me encolho de
desespero. Acho que fingirá até gozar.

Nenhum dos dois me notou ou sentiu a raiva girando em torno


do quarto, o que dá tempo de me aproximar da cama.

— Querido — chamo com uma voz doce e enjoativa.

Russell grita, pulando para longe da garota e virando para


mim, com olhos arregalados e boca aberta. — Não conte para sua
família. Foi um acidente — junta as mãos em oração.

Bufo interiormente. Como se fosse com minha família que


precisasse se preocupar agora. Aquela com que deveria se
preocupar está bem na frente dele.

Novamente, me subestima e o que estou disposta a suportar.

— Saia! — A garota grita, não conseguindo se cobrir.

Demoro alguns minutos para perceber de onde a conheço. É


a escória que se moveu pelo corredor algumas semanas atrás e não
teve problemas em exibir o corpo.

Estreito meus olhos para ele.

— Não. Cair de uma escada é um acidente. Trair é uma


escolha.

— Resolveremos isso — implora, sentando, o pau mole


pendurado.

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Sim, tenho muita autopreservação e dignidade para cair nessa
merda.

— Feliz Ano Novo, idiota — canto, antes de jogar a mistura


sobre os dois, explodindo em gargalhadas quando algo grosso e
marrom desce pela sua testa, nariz e boca. O grito dele é
interrompido quando começa a engasgar com a substância
misteriosa.

Mentalmente me bato nas costas enquanto tentam pular fora


da cama. Para promover minha vingança, seguro meu telefone,
tirando uma foto. Felizmente, as partes indecentes estão cobertas
com lixo, pão encharcado ou cobertor, então não precisarei apagar
nada.

Clicando no aplicativo do Facebook, encontro rapidamente a


página dele e posto a foto, com a legenda:

'Quando não apenas descobre seu ex traidor, também que


ele gosta de coisas doentias. Russell, espero que ela lhe dê
todos seus desejos doentios.

#QuandoEleLevaATrapaçaAOutroNivel

#AindaBemQueNaoFuiEu.

Sorrindo, coloco o telefone na bolsa e viro para sair, mas vejo


taco descansando ao lado da porta do quarto.

Chama minha atenção realmente.

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E meu pai sempre disse para nunca deixar ninguém se
aproveitar de mim. Seria errado não dar ouvidos a ele.

Encolho os ombros, ignorando a voz interior da minha mãe


pedindo para me acalmar e balanço o taco por cima do ombro.
Passo por Russell e Blondie, que lutam para se soltar dos lençóis.

Huh, não estavam tão emaranhados antes.

— Meus olhos queimam! — ele grita, limpando a gosma


espessa, tentando sair da cama.

— Seu pau acabou de me cutucar no olho! Pare de se mover!

— O que foi isso na minha bunda? — grita novamente e o tom


alto me faz estremecer.

E engasgar. O cheiro é horrível.

Um grande suspiro me escapa enquanto desligo a luta que


acontece. Levantando o taco mais alto, o balanço, atingindo a
televisão de 52 polegadas no centro e quebrando a tela. Seu Xbox
é o próximo e, estranhamente, me sinto mais satisfeita em destruir
o amor da vida dele, que jogar um balde de lixo aleatório neles.

— Oh Deus, acabou de vomitar em mim? — vocifera.

Quando viro para ir embora, sorrio enquanto vejo a garota


lutando para segurá-lo antes de vomitar em sua virilha.

— Está ficando duro? — grita, empurrando-o para longe.

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Saindo da sala, me dirijo à porta da frente, a bolsa dela no
chão me impede. Olho para o quarto, os ouço ainda gritando um
com o outro.

Ela merece, Hayden. Dormiu com um cara que sabia que era
comprometido.

Com esse pensamento, me inclino, vasculhando a mala que


chama de bolsa.

— Peguei — meus dedos fecham em torno do metal frio de


uma chave, antes de correr para fora.

Só queria estar aqui quando perceberem que não têm água


quente para lavar toda aquela porcaria. E não usarão a dela por
um tempo.

Ainda rindo, certifico-me de fechar a porta atrás de mim.


Assobiando a música tema de Game of Thrones, vou até o elevador
e pressiono o botão para descer.

Com sorte, ainda irei à festa de Faith.

Uma mulher com dois filhos sai, arregalando os olhos ao ouvir


os palavrões vindos do apartamento de Russell.

Torço os lábios, fingindo estremecer. — Chocante, não?

Concorda, ainda de boca aberta enquanto conduz os filhos


para longe. O elevador zumbe enquanto desce.

Só então percebo que não estou chateada com a traição.

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Na verdade, me deu a saída perfeita. Porque não importa
quantos homens digam que são as meninas que se emocionam
durante um rompimento, só encontrei caras que se emocionam.
Imploram, ficam pegajosos, ligam constantemente ou ameaçam
dormir com sua irmã, que você nem mesmo tem. É ridículo. E se
não o pegasse esta noite, só imagino o que ele faria.

Tentei fazer funcionar entre nós, mas aquela faísca


simplesmente não estava lá. Sou jovem, porém quero mais que
encontros sem sentido com os homens com quem namorei. E há
meu pai autoritário para levar em consideração.

Russell era tão covarde às vezes, os insultos de papai voariam


sobre sua cabeça.

Quando empurro as portas que dão para fora, jogo as chaves


na lixeira.

O frio lambe meu rosto e a pele nua e se arrasta sob minhas


roupas, fazendo-me estremecer.

É então que me odeio por não ter um casaco. Esperava passar


a noite dentro de um clube quente e suado. Não fora, onde
congelaria.

Aborrecimento flui através de mim quando meu telefone toca


e vibra. Se for Russell ligando para tentar...

Vendo o nome do meu pai piscar na tela, gemo.

No entanto, ainda é melhor que ouvir meu ex chorar.

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Se me liga sobre aqueles malditos mini muffins, me irritarei.
Não pode provar que fui eu quem os comeu. E já faz uma semana.
Realmente precisa superar isso.

Respondo. — Papai?

— Ei, Hay — cumprimenta.

— Har, har — reviro os olhos.

— Ei, querida, — mamãe fala.

Ouço carros ao fundo, então devem estar no alto-falante do


carro.

— Ei, mãe.

— Hum, sei que tinha planos com seus amigos, mas


precisamos de toda a família esta noite. Eles se importariam se
cancelasse?

— Hum, sim, posso ir. Não se importarão — minha voz dura


no final quando penso em Russell.

— O que não contou, mulher? — Papai grita e estremeço,


puxando o telefone para longe da orelha.

— Nada. Estão na rua, já?

— Mentirosa — acusa. — Onde quer a pegue? Buscarei você.

Suspiro, olhando para o bloco de apartamentos, sabendo que


não serei capaz de falar para sair disso.

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— Não estou saindo com minhas amigas.

— Onde está? — Sua voz calma, severa. É a voz 'homem de


negócios'.

Chupo meu lábio inferior.

— Estou nos apartamentos de Duncan Fall. Sairia com meu


namorado.

— Namorado? — grita e rolo os olhos para seu drama.

— Não mais — disparo antes que comece um de seus


discursos. Tudo que não preciso é que me dê uma aula de educação
sexual novamente. A primeira vez foi horrível suficiente.

— Quem é ele?

— Aquele cara que tentou vender um aspirador na semana


passada.

— O garoto de aparência estranha que flertava com você?

— Pai — gemo, desejando que parasse.

— O que aconteceu esta noite, então?

Sorrio, saltando na ponta dos pés. — Traiu-me.

— Hum, por que está feliz? Arrancarei as bolas dele e


alimentarei os porcos.

Bufo.

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— Não temos porcos, Jaxon tem. — Digo, então me encolho
quando percebo quem mencionei, me apresso antes que continue
com mais um de seus discursos.

— Está tudo bem. Peguei ele e a nova vizinha transando,


porém, antes de entrar, fiz a mistura Maddox e acrescentei
algumas das minhas próprias coisas. Mandarei a foto mais tarde.
Não se preocupe, consegui minha vingança.

— Essa é minha garota — grita e ouço minha mãe gemer.

— Obrigada. — Sorrio, embora não me veja. — Só espero que


não chame a polícia e me processe por danos.

— Se sabe o que é bom para ele, nunca mais falará disso —


rosna e ouço uma buzina tocando alto ao fundo. — Movimento de
merda! Não temos o ano todo, termina hoje à noite.

— Max, acalme-se — mamãe repreende.

— Fodidos motoristas velhos.

— Ela estava na casa dos vinte — rebate.

— Gente — grito, começando a tremer. — Por que virão me


buscar?

— Jaxon se casará com Lily esta noite — papai explica,


chocando-me profundamente.

— O quê? — grito. — Quando, como, o quê?

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Ri. — Não estou feliz com isso, mas a amo e quero que seja
feliz. Visitamos ele esta noite, esclarecemos algumas coisas.

— Quer dizer que o ameaçou.

Suspira, exasperado.

— Não sou uma pessoa violenta, Hayden.

Respira fundo quando bufo. Quase o mataram quando


reagiram exageradamente.

— Lily não sabe e precisamos de toda ajuda que


conseguirmos.

— Tudo certo.

Sou totalmente a favor de dar a ela um feliz para sempre. Era


meu pai, tios e primos que não enxergaram quão apaixonados
estavam ou quão feliz ele a fazia.

— Oh, e fiz uma linha do tempo sobre quem estava na casa


na semana passada. É só você que poderia ter comido aqueles
muffins.

— Papai! — Estalo, chateada por mencionar isso. — Não pode


provar nada. Quem os comeu, e não digo que fui eu, claramente
gostou. Não guardaram nenhum para você. Siga em frente.

— Não daria as costas mocinha. Não pense que esqueci que


foi você quem comeu o último enrolado de salsicha no Natal.

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— Pai, se apresse. O ano novo começa em algumas horas e
parece que temos um casamento a planejar.

— Crianças — disse sua mãe — se não nos apressarmos...

— Papai! — Grito, antes de encerrar a ligação.

Limpo discretamente a lágrima que escorre. De jeito nenhum


mostrarei a esses filhos da puta que o casamento me atingiu.
Nunca me deixariam esquecer. Culparia todo o álcool que consumi,
seria mentira.

Ver Lily encontrar sua felicidade me aquece. Sempre foi uma


alma gentil e, assim como o resto da nossa família, a tratei como
se fosse de vidro. Arrependo-me disso. Porque talvez a impedimos
de encontrar liberdade. É a mais forte de nós. E Jaxon nos fez ver
isso.

— Sabe o que dizem sobre casamentos — Reid Hayes fala


arrastado, parando na minha frente e bloqueando minha visão.

Isso deve ser bom.

Ergo a sobrancelha. — Se fosse um funeral, diria, é o próximo,


porque se falar alguma frase cafona agora, será o seu funeral.

Sorri, mostrando os dentes brancos perolados.

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— Acho que só dizem 'você é o próximo' para casais em
casamentos. Se quiser se ocupar...

— O fato de dizer 'ocupado' me desanima — o interrompo, nem


mesmo o olhando. Em vez disso, observo a casa de Faith num
enorme terreno. É uma linda casa de quatro quartos. Um pouco
desatualizada, contudo, com o trabalho que fazem nela, com as
mudanças, ficará perfeita.

Se não fosse pelo esforço que colocaram em sua nova clínica


para animais abandonados, já teria concluído.

Estou com ciúme. Trabalhou duro para chegar aonde está.


Dito isso, estou muito feliz por não ser eu quem precisa cortar a
grama a cada duas semanas.

Todos ainda festejam, embora Lily e Jaxon já saíram. Achei


que, quando a cerimônia terminasse, a família Hayes iria para
casa, mas a mãe deles, a minha e tia Teagan conversam
animadamente perto do gazebo, rindo e brincando.

Reid interrompe minhas reflexões. Esqueci que estava aqui.

— Cederá eventualmente. Não pode resistir ao meu charme.

Avalio-o, examinando lentamente seu corpo, observando o


jeans rasgado e a jaqueta preta que deixou aberta para revelar a
camiseta preta, seu abdômen duro sob o material apertado. Seu
corpo é magro, porém musculoso, pele bronzeada coberta de
tatuagens. São os olhos que atraem. Verdes escuros esfumados
que possuem inteligência e, não importa o humor dele, sempre

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mostram sua personalidade leve e tranquila. Brilham forte e são
sexo puro.

Hipnotizante.

Mexo em meu lábio superior com a ponta da língua,


chamando sua atenção para minha boca.

— Não conseguiria lidar comigo, Hayes.

Sorri, levantando a mão para colocar uma mecha de cabelo


atrás da minha orelha. O toque é gentil, suave e olho mais de perto,
dando-lhe um segundo pensamento.

— Algo me diz que está com muito medo. Preocupada por não
conseguir lidar comigo.

Com um movimento do meu cabelo, uma vibração dos meus


cílios, me aproximo, endireitando as costas para que meus seios se
projetem, roçando-o.

— Sério? Ou apenas espera que não diga sim, para não fazer
papel de bobo? — Mantenho a voz baixa, sedutora.

Engole em seco, me agarrando abaixo dos seios. Os polegares


acariciam levemente sob os globos macios. É bom. Erótico. E
gostaria que fosse um pouco mais alto.

— Por que não descobrimos? — pergunta.

Através da minha visão periférica, certifico-me que ninguém


olha. Vendo que a barra está limpa, pressiono mais perto, não
deixando espaço entre nós.

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Meus cílios vibram com a sensação de sua dureza contra meu
estômago. É grande. Não se gabava apenas.

Tenho que morder o lábio inferior para impedir um gemido de


escapar.

Inclino a cabeça para cima, observando-o por um momento,


me perguntando se é algo que realmente posso fazer.

É Reid Hayes, um cara que me deixou louca e me fez perder a


cabeça em mais de uma ocasião. Estou surpresa por não tê-lo
matado ainda.

Por outro lado, acabei de ser traída. Preciso disso.

Porra!

Ele é gostoso, estou com tesão e a tensão sexual sempre esteve


lá, não importa quanto me repelisse às vezes.

Rapidamente pisco, tentando manter a calma.

— Ninguém pode saber — aviso.

Pisca surpreso, claramente não esperando que concordasse.

— Significa que não pode se gabar para seus amigos.

Bufo. — Como se fosse acontecer.

— Onde quer ir? — pergunta, acariciando meus seios, os


polegares roçando sobre os mamilos duros.

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Fico na ponta dos pés, balançando para frente com o toque
íntimo. Quero mais.

Se pode me acelerar com um movimento tão simples, quero


saber o que mais fará.

Pego sua mão, surpresa por encontrá-la quente quando está


tão frio esta noite.

— Juro por Deus, se o que guarda nas calças é só para mantê-


lo aquecido, enlouquecerei — resmungo. — Conheço um lugar.

Olha ao redor, vendo o que vejo, todos distraídos, animados


com as celebrações da noite.

Puxo-o para o lado da casa principal e sigo para o banheiro


externo, onde Beau trabalha quando ajuda Faith com o santuário
de animais de estimação. Também está fora da vista da festa.

Paramos do lado de fora e Reid me empurra, inclinando-se.

— Não fique pegajosa. Só a deixarei me ter uma vez, baby.

Bufando, aperto seu pau sobre a calça, sorrindo quando abre


a boca e seus olhos brilham de medo.

— Confie em mim, não serei eu a me tornar pegajosa. — Chego


atrás de mim, girando a maçaneta e abrindo. — E, Reid?

— Sim? — Resmunga roucamente.

— Nunca me chame de baby, não se quiser ficar com seu pau.

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Seu sorriso espalha quando me levanta. Minhas pernas
envolvem sua cintura enquanto fecha a porta atrás de nós.

Inclinando a cabeça para baixo, pressiona seus lábios nos


meus, me beijando sem fôlego. Meus dedos correm sobre a barba
por fazer ao longo da mandíbula dele enquanto aprofundo o beijo.

Lentamente me deixa no balcão, quando algo afiado cava na


minha bunda.

— Porra! — grito, tentando ficar o mais silenciosa possível.


Lágrimas brotam dos meus olhos quando me levanta, olhando por
cima do ombro e para baixo. Ri, pegando algo da mesa, que cai no
chão. Olho para baixo, notando pregos por todo piso e reviro os
olhos. Deveria saber que nada seria fácil com Reid Hayes.

— Tudo bem? — pergunta, fingindo se importar.

Aceno, puxando-o para continuar o que fazíamos, tentando


encontrar aquele fogo que normalmente acende entre nós. Até
agora, não há nada, embora estivesse ligada do lado de fora.

Nossos dentes batem e gemo, me afastando.

— Jesus, Reid!

— Desculpe, queria quente e pesado.

Balanço a cabeça, puxando-o, desta vez mais lento. O beijo é


bom, incrível na verdade, mas não me faz exatamente ver estrelas.
Não há enrolamento do dedo do pé, sem luxúria. Nada como
quando brincamos de um lado para outro.

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É meio decepcionante.

Já pensei em fodê-lo mais de uma vez e queria ver se seria tão


bom quanto imaginei.

Não é.

Ele para de me beijar quando percebe que não estou nisso.


Afastando-se, com as sobrancelhas franzidas, inclina a cabeça
para o lado.

— O quê?

— Hum, é estranho.

Revira os olhos. — Talvez tenhamos bebido muito?

— Talvez — murmuro, embora não acho que seja isso.

Por mais gostoso que seja, não acho que estou atraída dessa
forma. E é meio deprimente, já que realmente precisava da
liberação depois desta noite.

A porta do banheiro abre e quando olho, meus pais estão na


porta, boquiabertos.

— Oh meu Deus — grito, empurrando-o para longe antes de


endireitar o vestido, descendo-o em minhas coxas. Pulo para o
lado, dando a minha mãe um olhar apreciativo quando vejo que
segura meu pai.

— Querido — chama, puxando o braço dele para trás.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


29
Seu rosto está vermelho de raiva e olha furiosamente para
meu parceiro.

— Não é a porra das rédeas soltas da minha filha, cara. Está


fora dos limites. Deixaríamos a coisa toda de Jaxon passar, e sim,
Landon está com sua irmã, termina aí. Não pode olhar para minha
filha, tocá-la ou, ou, ou... — acena, confuso.

Reid sorri. — Fodê-la?

Range os dentes, dando um passo à frente, eu e mamãe


ficamos entre os dois. Olho-o.

— Vá! Foi um erro de qualquer maneira. Você claramente só


fala.

Não acredito no que digo, mas será bom bater no ego dele,
especialmente depois de irritar meu pai.

Atônito, seu queixo cai.

— Quero que saiba que sou a merda na cama.

— Não, provavelmente é apenas uma merda — reviro os olhos.

— Vamos, bem aqui, agora. Provarei que está errada — pega


a fivela do cinto.

Sorrio, acariciando sua cabeça, feliz que a brincadeira esteja


de volta entre nós. Não admitirei, porém me emociono ao lutar com
ele.

— Tudo bem. Manterei em segredo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


30
A risada turbulenta de meu pai nos separa e viro para
encontrá-lo encostado em mamãe. — Sim, estamos bem aqui,
Lake.

— Não posso levá-lo a lugar nenhum — mamãe balança a


cabeça.

— Não sou uma merda na cama! — Reid grita, jogando as


mãos para cima.

Paramos na porta e viramos para ele. Encolho os ombros,


sorrindo.

— Acho que nunca saberemos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


31
CAPÍTULO UM
Meu trabalho não é algo que me orgulho exatamente. Na
verdade, teria mais dignidade tirando minhas roupas que fazendo
algumas das coisas degradantes que preciso.

Necessito fazer isso.

Não é necessariamente o título do trabalho. Afinal, quero estar


no rádio. É porque não sou eu.

Não faço essa merda mole e feminina. Sou uma garota dura
que ouve rap ou rock; a menos que esteja bêbada; então teria rock
com Taylor Swift se uma de suas músicas tocasse.

Bebo rum, xingo como um marinheiro e não dou a mínima


para falar o que penso.

A única razão de não desistir é o anonimato, o pagamento e o


fato que algumas dessas meninas realmente precisarem de alguém
para conversar francamente e não as besteiras que acham que
desejam ouvir.

O que quero fazer é o que prometeram que trabalharia quando


comecei, uma chance de relatar problemas da vida real que
acontecem no mundo. Não quero dar conselhos sobre um idiota
que não consegue se recompor.

Não quero contar à minha família sobre meu trabalho. Não é


um grande segredo como presumem. Só não anseio lidar com o

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


32
constrangimento que aconteceria quando se tornassem solidários
a essa merda. E tê-los ouvindo enquanto dou conselhos sobre sexo
e relacionamento é algo que deixará cicatrizes em todos.

Mamãe acha que trabalho numa casa de repouso, já que


ajudo onde Hope trabalha quando têm falta de pessoal.

Papai está alheio, provavelmente dizendo a si que trabalho


numa igreja toda vez que dorme. Não tenho ideia do que os outros
pensam, mas provavelmente é tão louco quanto o que meu pai
inventaria.

E para ser honesta, gosto de mantê-los na dúvida.

Chrissy, nossa gerente e uma das muitas produtoras que


ajudam a administrar os diferentes fóruns e podcasts online, entra
na sala dos funcionários, tirando-me de meus pensamentos.
Concentro meu olhar na xícara de café do McDonald’s em sua mão
e gostaria de ter pensado em parar e pegar um antes de entrar.

Sempre tenho inveja de como parece profissional quando


entra. Faz com que o estilo corporativo pareça moderno e elegante.
Seu cabelo loiro claro está amarrado na nuca hoje e coroado com
uma fina faixa preta. Está com uma camisa branca com gola
aberta, mostrando seus colares de prata que combinam com as
pulseiras. Jogado sobre a blusa está um blazer preto solto, as
mangas arregaçadas até os cotovelos. E combinada com as calças
de terno preto, usa botas pretas pontudas.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


33
Suspiro, sabendo que nunca parecerei tão profissional. Pode
ter trinta e cinco, contudo parece ter vinte e cinco. É gostosa
demais.

Hoje à noite, uso jeans rasgados e uma camiseta preta com


'AC/DC' escrito num vermelho desbotado. Ficam bem com minhas
novas botas de motoqueiro que papai me deu depois que perdeu a
aposta de quem beberia mais doses no Ano Novo. O que ele não
sabe é que algumas das minhas eram água.

— Nosso novo chefe, Clayton Cross, começa hoje à noite e


quer mudar as coisas — cumprimenta.

Esperança floresce em meu peito.

— Sério? Acha que me dará um novo ângulo para o podcast?

Morde o lábio inferior, contraindo o rosto.

— Não sei. Recebemos classificações altas pelo seu canal. Não


desejará parar.

Gemo, me espreguiçando na suavidade da poltrona vermelha.


É meia-noite e estou cansada, a semana passada me alcançava.

— Conhece-o?

— Não. Sr. Cross fez com que os advogados lidassem com a


aquisição. Nenhum dos produtores se envolveu. Nem me despedir
do Sr. Cross Sênior.

Pego o café da mão dela, tomando um gole.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


34
— Tinha certeza que, quando deixou a empresa para o filho,
faríamos algumas mudanças. Ele não é jovem?

Inclina a cabeça. — Não tenho certeza. Acho que alguém falou


que tinha quase trinta anos. No entanto, não sei.

Há uma confusão no corredor antes de Leana, uma de nossas


especialistas em computador, entrar correndo, batendo a porta
atrás dela. Sem fôlego, se inclina, segurando os joelhos.

Estou de pé em segundos, dando um passo em sua direção.


Porém, quando levanta a cabeça, com as bochechas vermelhas,
paro, cruzando os braços e dando um passo para trás.

Conheço esse olhar.

É o olhar que tem quando faz algo... bem, Leana.

— Ele é gostoso — ofega, acenando.

Olho para Chrissy em busca de respostas, que parece tão


confusa quanto eu.

Encolhe os ombros e encaramos a outra, esperando que


recupere o fôlego. Sempre foi maluca. Acho que ficar diante do
computador dia e noite não a ajudou a formar nenhuma habilidade
social.

Lembra-me tanto minha prima Charlotte que nem chega a ser


engraçado. Ambas são incrivelmente inteligentes e nenhuma tem
um filtro quando se trata de falar o que pensam. É vômito verbal e
não há nada que façam para evitá-lo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


35
É hilário trabalhar com Leana, especialmente quando fica
confusa com algumas das perguntas que tem que ler em nosso
fórum online. Podem ser totalmente sujas.

— Quem? — pergunto, interessada. Esperei meses para


alguns colírios trabalharem aqui. Desde que Abel foi embora, não
houve ninguém para cobiçar.

— Sr. Cross — grita, antes de respirar fundo.

Seus ombros caem.

— Acho que fiz papel de idiota.

Rio antes mesmo de saber o que fez, porque posso garantir


que é cômico. — O que aconteceu?

Olha para minha diversão. — Um, não gosto do seu tom. Dois,
não é nada. — Olha para o teto.

— Desembuche — persuadi Chrissy, escondendo sua


diversão melhor que eu.

Suspirando, arranca a xícara de café de mim, tomando um


gole.

A outra geme.

— Sabia que deveria pegar seus pedidos antes de entrar.

Aceno, olhando para Leana. — Vamos, fale.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


36
— Puta merda. Tudo bem. Fui saudar nosso novo chefe,
primeiras impressões e tudo. Peguei um pouco de café e muffins e
esqueci de bater na porta. Não achei que tivesse entrado ainda,
pois estávamos fechados esta manhã. O segmento principal só
começa daqui a uma hora. Não estava preparada — sussurra, seu
rosto vermelho de novo.

— O que fez? — Seguro o riso.

Com a cabeça baixa, desliza a ponta do pé para a frente e para


trás no tapete.

— Ele falou e me surpreendi com quão sexy parecia. Olhei


para cima e simplesmente congelei, olhando para aquele... cara
divino. Digo, um homem digno de ser modelo. Tenho certeza que
estrelou num dos meus sonhos molhados.

Olha para o espaço.

— As mulheres têm sonhos molhados? — Chrissy pergunta


com o canto da boca.

Encolho os ombros. — Acordei no meio do orgasmo, se isso


conta.

— Ouça! — Leana grita, olhando rapidamente para a porta


como se alguém fosse invadir.

— Vá em frente — ordeno, sentando no braço da cadeira.

Aperta o rabo de cavalo, respirando fundo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


37
— Então, sim, fiquei muito chocada com a aparência dele e
daí gritou comigo.

— Gritou com você? — Levanto novamente.

Com ou sem emprego, o colocarei em seu lugar. A mulher é


uma das pessoas mais doces e amáveis que conheço. Isso meio que
me deixa doente. Ainda assim, ninguém tem o direito de gritar com
ela.

— Sim! — Joga as mãos para cima, ainda vermelha como uma


beterraba. — Não sabia distinguir entre a esquerda e a direita,
estava completamente fora de questão. Corri para me apresentar e
entregar o café e muffins dele e caí.

Encolho-me, vendo onde dará. Apenas ela faria isso.

— Você está bem? — Chrissy pergunta, incapaz de olhá-la de


frente.

— Estou bem? Caí no colo dele! Rosto primeiro! — grita.

Pressiono os lábios para me impedir de explodir em histeria,


mas não adianta. A risada sai e me curvo para frente, segurando o
estômago.

— Oh Deus! — Chrissy murmura, sua risada mais digna que


a minha. Tenho certeza que bufei duas vezes.

— Não é engraçado! Desculpei-me, enquanto ainda estava no


colo dele. Minha boca estava ao redor de seu apêndice muito
grande.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


38
Caio de volta na cadeira, rindo ruidosamente.

— Leana, fez meu dia.

— Ele me despedirá, não é?

Parecia tão derrotada que gargalho mais forte.

Limpo os olhos, endireitando-me na cadeira. — Não, contudo,


deveria se preocupar com Stewart.

Seus olhos ficam redondos.

— Oh Deus, acha que pensará que o traí?

Levanto e caminho até ela. Esfrego seu braço, ainda lutando


para conter a risada.

— Não. Não tem nada com que se preocupar.

— Pago-a para ficar aqui e conversar?

— Sr. Cross — Leana chia.

Minhas costas estão para a pessoa com a voz quente e


enfumaçada que desce pela minha espinha. Meu estômago gira e
meu coração dispara. É sexo puro. Áspera com um leve sotaque
londrino.

Não gosto de conversa suja durante o sexo, contudo foda-me


se não o imagino fazendo exatamente isso. Embora conhecendo
minha sorte, provavelmente é feio como um cão.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Não sei o que me obriga a olhar para Chrissy primeiro, mas
faço, avaliando a reação dela à voz misteriosa.

Quando a mulher normalmente certinha e digna fica


boquiaberta com o recém-chegado com desejo estampado nela, sei
que a aparência combinará com a voz sexy.

Lentamente giro para me dirigir a ele e quase bato na minha


bunda.

Droga, é ainda melhor que a voz sugere.

Seus olhos verdes de gato com manchas douradas me


encaram. São afiados, estreitos, dando uma intensidade imediata.

Homens de uniforme sempre foram minha criptonita; bem,


isso e tatuagens.

Porém acho que homem de terno é meu novo visual favorito.

Suas calças cinza-carvão ajustavam bem, especialmente em


torno da área protuberante.

Lambo os lábios, levantando o olhar, deixando-o vagar sobre


o que espero que sejam abdominais duros sob a camisa branca. As
mangas estão enroladas até os cotovelos, deixando-me sem fôlego
ao ver as tatuagens e veias grossas.

Deus, até a gravata vermelha traz pensamentos sujos.

Aperto a mão quando me abanaria. Sou um caso perdido.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


40
Sua pele dourada parece lisa, a sombra da barba e o nariz
torto, que foi quebrado pelo menos duas vezes, lhe dão uma
aparência áspera; de uma forma rude e bonita. Veste-a bem, assim
como as tatuagens, que decoram seus braços e ficam visíveis pela
gola da camisa.

É tudo que quero num cara. Todo pacote. Nem mesmo a


diferença de idade me incomoda, embora não pareça muito mais
velho que eu.

Dedos clicam na frente do meu rosto. Pisco para fora da


minha névoa e observo as características marcantes do meu chefe.
Se fosse uma pessoa normal, ficaria vermelha de vergonha agora
por ser pega o verificando.

Todavia, não sou.

Não está no meu sangue.

Aperta os lábios, estreitando os olhos sobre mim.

— Está conosco ou gostaria de mais tempo me observando?


— pergunta asperamente.

E lá se vai meu sonho de ser o pacote completo.

Suspiro, inclinando a cabeça. — Tinha que estragar tudo —


murmuro, fazendo com que franza as sobrancelhas.

Acho que todo mundo tem uma falha.

— O que disse?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


41
— O que dizia? — Ignoro a pergunta. Posso não gostar do meu
trabalho tanto quanto gostaria de fazer outra coisa, mas ainda
preciso disso. Paga a hipoteca da casa de dois quartos que comprei
recentemente do meu tio.

Olha para as outras mulheres na sala, um suspiro


exasperado escapando dele. — É realmente Hayden Carter?

Cerro os dentes. Não gosto que falem como se não estivesse


na sala. Chrissy deve sentir minha raiva porque passa a mão
trêmula por sua roupa, me olhando brevemente antes de virar para
ele.

— Sim senhor.

— E usa isso para trabalhar todos os dias? — pergunta,


desdém colorindo seu tom, analisando criticamente meu traje.

Olho para baixo, me questionando o que quer dizer. Os rasgos


podem ser um pouco indecentes. Tem um logo abaixo da bunda, e
no ângulo certo, pode ver o globo macio. Pensei que parecia quente.

Talvez seja gay.

— O que há de errado com minhas roupas? — Sinto uma


pequena perda de confiança, o que é raro para mim.

Franze as sobrancelhas, me encarando como se fosse


estúpida.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


42
— Não é muito profissional. Trabalha numa estação de rádio,
não num bar. Temos uma imagem a defender. E não é apropriado.
Está aqui para trabalhar, não para mostrar seu corpo.

Rangendo os dentes, nem grito com o cara sobre os direitos


das mulheres. É meu corpo e posso usar o que quiser.

Em vez disso, forço um sorriso doce, juntando as mãos para


não socá-lo.

— Nossos contratos mudaram desde que assinamos?

— O quê?

— Tudo bem — falo maliciosamente, mantendo minha voz


meiga. — Você é novo. Se desejar, trago a cópia do meu contrato,
que não declara qual o código de vestimenta. Se trabalhasse na
frente ou num escritório, provavelmente usaria o que Chrissy
veste. Porém, eu não. Escolho usar o que desejo.

— Discutiremos isso mais tarde. As coisas mudarão por aqui.

— Aposto — murmuro.

— O que disse?

Dou um largo sorriso, mostrando os dentes. — Falei que fico


feliz.

Força um sorriso, as linhas de expressão revelando o fato que


o irrito.

— Mudarei seu segmento.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


43
Sorrio, saltando na ponta dos pés.

Isso... é música para meus ouvidos.

Pode ter arruinado seu exterior perfeito por ser um porco, mas
ouvir essas palavras me dá vontade de beijá-lo.

Levanto meu punho no ar, dando um grito alto.

— Sim! Espero por este dia. Tenho minhas ideias. Espero


relatar histórias reais. Ainda transmitiríamos com o mesmo nome,
então não precisaríamos de marketing extra. Relatar sobre sinais
de violência doméstica, como conseguir ajuda. Ou poderíamos
fazer os perigos do namoro online — divago, explodindo
completamente a maneira como seus dentes rangem.

— E depois ter uma reportagem de dez minutos no final.


Poderíamos até adicioná-la à revista Late-Night.

— Sinto muito, mas meu pai deixou sua empresa para você
ou para mim?

— O que quer dizer? — Cerro as mãos em punhos.

— Não, o que quer dizer você — contesta. — Estou aqui há


dez minutos e fui objetivado por me cobiçar, falar rudemente,
peguei minha equipe conversando quando deveriam se preparar
para ir ao ar e agora diz como fazer meu trabalho. Quem te deu o
direito?

— Precisa puxar a vassoura da sua bunda — estalo,


ignorando os suspiros de Chrissy e Leana. Pode muito bem

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


44
aprender agora que não aguento muito quando se trata de ser
questionada.

— Dei uma ideia, uma que acho que a estação se beneficiaria.


Se estivesse aqui há mais de um dia, saberia que temos ligações,
e-mails e mensagens fervilhando de mulheres pedindo ajuda por
ex parceiros, parceiros ou sobre um amigo que lida com abuso. Não
podemos falar sobre o assunto, embora fiz um curso básico de
aconselhamento. Temos uma plataforma que é ouvida por milhares
de pessoas e a usamos para aconselhar sobre o que qualquer um
deles poderia ter de um amigo ou da mãe.

Respiro fundo, tentando não dar uma joelhada nas bolas dele.

— E você pode fazer bem no departamento de aparência,


porém, no segundo que abre a boca, arruína tudo, então não
precisa se preocupar comigo o objetivando.

Por um momento, juro que vejo os lábios dele contraírem,


porém, quando pisco, me encara, a mandíbula numa linha dura.

— Pode interpretar como um aviso verbal. Não permitirei que


membros da equipe falem comigo nesse tom. Posso substituí-la por
qualquer pessoa.

Dou um passo à frente, entrando um pouco em seu espaço.

— Bem, se acostume. Não aceito merda de ninguém. Sou


educada, pontual e faço meu trabalho o melhor que posso, embora
haja dias em que odeio isso. Sou franca e, se o ofender, resolva no
seu próprio tempo. Não permitirei que você ou qualquer outra

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


45
pessoa fale desse jeito comigo. Se não aguentar, não diga. E antes
que me ameace com o trabalho, certifique-se de ter alguém que
faça melhor que eu. Seu pai me despediu duas vezes porque
respondia quando era rude e me contratou de volta, com um
aumento, porque as avaliações caíram sem mim.

E é verdade. O pai dele era o mais doce, mas sempre que


estava de mau humor, era um idiota de merda.

Passa a mão pelo cabelo, o movimento fazendo com que a


camisa branca e imaculada estique sobre os bíceps flexionados.

Observa-me por mais um momento, vendo que claramente


não recuarei.

— Não sou meu pai, lembre-se disso. — Respira fundo, sem


desviar o olhar. — Agora, como desperdiçou dez minutos do meu
tempo, chegarei lá. Faremos alterações no segmento pelas
próximas oito semanas. Com o Dia dos Namorados chegando, é o
melhor momento para isso.

Meu coração afunda, porque se sugerirá o que acho que é,


sairei daqui chorando.

Colando um sorriso falso, me afasto, inclinando-me contra a


mesa empurrada contra a parede.

— E o que é essa mudança?

— Faremos um artigo sobre namoro online.

Gemo. — Não.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


46
Seu sorriso de lobo me dá um mini orgasmo. Jesus, deveria
vir com um aviso.

Posso ler agora 'Fará sua calcinha derreter com um sorriso.'

— Oh, sim. Fizemos parceria com o Date Night para dar às


pessoas uma experiência virtual de namoro online. E você, srta.
Carter, testará esses encontros para seu segmento.

Discordo.

— Não. De jeito nenhum. Minha prima foi roubada e atacada


pela pessoa que conheceu online. Não. Já ouviu os horrores? —
Dramatizo.

Sempre funciona para meu pai.

— E desde quando se tornou meu cafetão? Quer um processo


ou apenas vive perigosamente?

Chrissy limpa a garganta.

— Hum, os deixarei com isso. Irei nos preparar.

Ninguém presta atenção enquanto ela sai da sala com Leana,


deixando Clayton Cross e eu com um olhar fixo.

— Gosto muito de viver perigosamente — fala em voz baixa e


exigente.

É uma promessa, e tudo que posso fazer é apertar as pernas.


Engulo, tentando não parecer afetada.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


47
— Terminou?

— Quer que continue? — rebato, ciente que deu um passo


mais perto de mim.

Seus lábios se contraem e meu coração desmaia. Realmente


deveria parar de fazer isso perto de mim.

— Um, tudo é completamente legítimo. Date Night fez parceria


com uma série de empresas em toda a Inglaterra para dar às
pessoas um ambiente seguro no qual possam se encontrar.

Bufo, o olhando como se fosse louco.

— Está brincando? Vive debaixo de uma rocha ou é apenas


ingênuo e estúpido?

— Cuidado. Ficarei feliz em lhe dar um aviso por escrito —


ameaça, com um brilho nos olhos.

Aposto que sim. Afasto os pensamentos sujos dele me


curvando sobre a mesa e batendo na minha bunda com uma régua.

Dou um passo à frente, cutucando-o de leve no peito.

— As pessoas podem ser quem quiserem nos dias de hoje.


Nem conhecerá um serial killer até que o apunhalem no peito. Todo
mundo é facilmente enganado por um belo sorriso e charme
espirituoso. Droga, até mesmo as pessoas online retratam quem
querem. Em casa, provavelmente são uns desgraçados miseráveis
que odeiam o Natal, online adoram.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


48
— Natal? — pergunta, me olhando como se fosse um
sanduíche a menos no piquenique.

Reviro os olhos. — Não farei isso. É perigoso e não sei quanto


a você, mas amo minha vida.

— Veja as coisas desta forma, pode encontrar alguém que


goste de sua personalidade alegre.

Levanto a sobrancelha com seu tom.

— Não seja sarcástico. Não combina com você. E como sabe


que não tenho um namorado que ficará extremamente ciumento?

Algo que não reconheço pisca em sua expressão antes que


mascare.

— Tem?

Penso em mentir por um segundo. Poderia até mesmo apoiar


a mentira e chantagear Reid para ser meu namorado. Porém
suportá-lo por seis semanas me levaria a cometer um assassinato.
Ainda está dolorido do Ano Novo e usa todas as chances que têm
para consertar. Como se fosse acontecer. Tive um momento de
julgamento equivocado.

— Não, não importa. Não farei isso, não depois do que


aconteceu com minha prima. — Faço uma pausa, aproveitando a
oportunidade para vender uma de minhas ideias. — O que nunca
aconteceria se as pessoas soubessem dos perigos do namoro
online.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


49
Coloca as mãos na mesa, inclinando-se um pouco.

— Não me intrometerei ao seu redor. Já assinamos o contrato.


Acontecerá com ou sem você. Meu palpite é que não quer perder
este emprego, senão já teria saído. Se não fizer isso, encontrarei
alguém que faça. — Dá um passo para trás antes de encostar na
mesa ao meu lado.

Viro para lançar meu brilho em sua direção. — Fala sério?


Não pode me despedir.

— Posso e vou. Meu pai me deu este negócio para torná-lo


ótimo novamente. Outras áreas da estação não estão tão bem
quanto a sua, porém até mesmo suas avaliações caíram desde o
ano passado. Queremos diversificar, fazer algo novo.

— Então vá com algumas das ideias que falei.

— Realmente quer falar sobre violência doméstica numa


estação chamada Love Loop Live?

Suspiro, recostando-me na parede.

— Ok, tem um ponto. — Olho para o relógio na parede, vendo


a hora. Preciso ir. — Tudo que peço é que ouça as ligações que não
atendemos ou que temos tempo para atender. Mantemos
registradas, junto com mensagens e e-mails, para o caso de usá-
los em nosso artigo online. Veja o que os ouvintes desejam.

— Namoro online não será a única coisa a mudar — levanta


da mesa e limpa as calças.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


50
— O que mais?

Sorri, exibindo os dentes brancos. — Não será mais uma


ligação apenas para meninas. Os homens finalmente terão a
chance de expressar suas opiniões e questionar. Ouvi seus
podcasts. Rasga os homens em pedaços. É justo que se defendam.

— Está brincando? — rosno.

— Não, um pouco de diversidade ajuda. Acho que ter duas


fitas trará mais ouvintes.

— O quê? — praticamente grito. — Não será mais meu show?

— Não, por quarenta minutos trabalhará ao lado de outra


pessoa.

— Quem, porque se for Barry do andar de cima, desisto.

Junta as sobrancelhas. — Não, foi demitido esta manhã.

Sorrio, tonta com o fato. Tive a certeza que, depois de


incendiarmos o carro ele, deixaria as funcionárias em paz. Não o
fez. Preparava-me para trazer meus irmãos, mas acho que agora
não preciso. — Essa é a melhor notícia que ouvi o dia todo.

— Isso é bom, porque trabalhará ao meu lado até


encontrarmos um substituto.

Sangue foge do meu rosto enquanto o encaro. Não devo tê-lo


ouvido corretamente. Não pode falar sério.

— É brincadeira, certo?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Abre a porta para mim.

— Não, lançaremos nosso novo segmento.

Observo-o, calculando quanto dano causaria para ele


devolver a empresa para seu pai.

— Nunca ouviu o termo 'se não está quebrado, não conserte?'

Balança a cabeça. — Antes de sair pela manhã, discutiremos


seu guarda-roupa e cabelo. Não pense que esqueci.

Sigo-o, cuspindo e xingando todo caminho até nosso estúdio.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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CAPÍTULO DOIS
Raiva troveja através de mim enquanto olho por cima do
microfone para nosso novo chefe quente.

Chrissy e nossa equipe técnica devem sentir a tensão


crescendo entre nós, porque ficam longe de mim, enquanto antes,
não se importavam de brincar e pregar peças antes de entrarmos
ao vivo.

Pressiono o botão online, inclinando-me para frente em meu


assento.

— Aqui é Hayley e você ouve Love Loop Live — saúdo,


suavizando a voz. Ainda me preocupo se estragarei tudo e direi meu
nome verdadeiro, especialmente agora com Clayton aqui. Sinto que
o mundo muda de eixo. Deixa-me louca.

Com sorte, meus ouvintes não saberão que estou a dois


segundos de jogar minha Ribena1 em cima do novo chefe.

Clayton, sentado presunçosamente em sua cadeira, arqueia


uma sobrancelha ao meu nome. Ignoro-o. Não há como usar meu
nome verdadeiro. E desisti antes mesmo que pensasse em mudar
isso.

— Esta noite, temos algo novo reservado. Sinto muito,


senhoras, parece que traremos os homens para a festa — leio o

1
Marca de refrigerante.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


53
roteiro que Chrissy entregou. Lendo a próxima linha, decido sair
do caminho, dando ao idiota um olhar presunçoso. — Não se
preocupem, queridas. Este é o momento pelo qual muitas
esperavam. Os caras finalmente ouvirão o que têm a dizer. Talvez
agora encontrem a porta da frente e não a de trás. — Paro, fazendo
beicinho enquanto Clayton estreita os olhos em mim. Suspirando
no microfone, continuo. — Ou melhor ainda, talvez encontrem
nosso ponto G e teremos alguns antes que recebam os deles.

Surpreendendo-me, se inclina, ligando o microfone dele.

— Talvez não seja o homem fazendo errado.

— Diz que as mulheres estão?

— Não, depende dos dois — corre os olhos pelos meus seios,


seu olhar aquecendo.

Pega de surpresa, levo um minuto para recuperar a


compostura.

— Para alguns, basta um — brinco. — Isso não é nem aqui


nem lá.

Paro, contraindo os lábios um pouco.

— Então, porque não começamos ouvindo suas piores ou


mais engraçadas experiências sexuais. Ligue ou envie uma
mensagem.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Encarando-o, fico nervosa. Conheço muito bem o olhar que
me dá. É o que meus irmãos recebem quando estão prestes a fazer
algo estúpido e não percebem até que seja tarde demais.

— Enquanto esperamos, Hayley, qual sua pior experiência


sexual?

— Por que não conta a sua?

Sorri, mostrando covinhas e suspiro, apertando as pernas.

— Damas primeiro.

— Acho que seria a vez que tentei sexo no banho. Não só o


filho da puta colocou xampu nos meus olhos, também não teve
força para me segurar contra a parede. Acabou me deixando cair
de bunda.

Levanto a sobrancelha, desafiando-o a continuar. Posso dizer


pelo queixo caído que imaginou que não responderia.

O que não sabe é que isso nem foi a pior. Reid foi meu último
desastre; bem, mais ou menos, já que nunca chegamos à parte
divertida.

Ri, o som rouco me fazendo tremer.

— Pelo menos chegou ao orgasmo naquela noite?

Mantenho os olhos castanhos escuros esfumaçados nele


quando me inclino para responder.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


55
— Sim. Tenho uma imaginação selvagem, então não demorei
muito quando cheguei em casa.

Arregala os olhos com a declaração enquanto se mexe na


cadeira, incapaz de encontrar meu olhar. Limpa a garganta,
abrindo e fechando a boca.

— Agora, por que não nos conta sobre a sua, Clayton? Oh, e,
senhoras, é meu novo chefe, então certifiquem-se de dar uma
recepção calorosa. Postarei uma foto para todas mais tarde.

Afinal, sou uma pessoa generosa.

Encolho os ombros com seu olhar irritado, deslizando o dedo


pela tela do telefone antes de abrir a câmera e tirar uma foto.

Envio rapidamente para Leana, sabendo que postará para


mim.

Limpa a garganta mais uma vez, um tom rosado em suas


bochechas. — Acho que foi quando recebia uma chupada da minha
namorada quando era mais jovem. Os pais dela estavam fora no
fim de semana, então ficamos em casa e pedimos pizza. Antes de
terminarmos de comer, começamos a fazer. Tinha jalapeños2 na
pizza, e quando começou a ficar bom, meu pau queimou. Pegava
fogo. Puxei rapidamente, assim que ela se inclinou para frente.
Acabei cutucando-a no olho.

2
Tipo de pimenta.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


56
Não posso evitar, rio. O rosto dele está adorável. Todo corado.
É uma diferença tão grande do babaca que conheci.

Talvez tê-lo no programa hoje seja uma maneira de mudar sua


opinião sobre como levar o segmento para o próximo nível.

— Homens! — suspiro, jogando junto. — Nunca encontram o


buraco certo.

— Ela é quem quase me deu um ataque cardíaco. Meu pau


estava em chamas.

Rio, balançando a cabeça. — Ensinou-o a cair nela primeiro.

Contrai os lábios num sorriso malicioso.

— Oh, desci antes de começarmos o jantar e gritou a casa


abaixo.

— A maioria das mulheres finge — retruco, estourando sua


bolha.

— Confie em mim, não havia nada de falso.

— Provavelmente não durante o sexo oral, aposto que não


sentia ou parecia o mesmo quando transavam.

— Quando fodo alguém, me certifico que sejam cuidadas


primeiro.

Respiro constantemente, apertando as coxas ao ouvir a


palavra 'fodo' rolar em sua língua.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


57
— Sabe que é raro uma mulher ter orgasmo durante o sexo?
Setenta e cinco por cento nunca os têm durante e dez a quinze
nunca têm orgasmo, restando apenas dez por cento das mulheres
que realmente gozam. Na maioria das vezes, é causado por ela se
matar quando está sozinha ou durante o sexo oral. Dizem que não
é nada sobre o homem, porém, acredite em mim, estive tão perto
do orgasmo durante sexo, pouco antes de finalmente conseguir
essa liberação, o cara fará algo para esmagar a libido. Ou
simplesmente não têm ideia do que fazem.

— Então não esteve com o homem certo — seu olhar aquecido.

Zombo. — Isso é o que dizem.

— Quando transo, garanto que não pensem em nada, só em


como é bom. Não se trata apenas de enfiar o pau num buraco. É o
toque, visão e para alguns, se estão no controle ou não. É uma
fantasia. Todo mundo tem uma.

Meu corpo inteiro queima e desvio o olhar, incapaz de estar


sob o escrutínio dele. A tela ao meu lado mostra que temos várias
chamadas.

— Clayton diga o que disser, mas, senhoras, quão certo ele


está? Uma enquete estará no nosso site em breve para ver quantas
têm orgasmo durante o sexo, quantas não têm, e quantas só gozam
sozinhas ou não.

— Não é conversa se for verdade — responde, sem desviar o


olhar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


58
Pisco, tentando me livrar dessa névoa lasciva. É difícil quando
toda a conversa de sexo me deixa mais excitada que o inferno.

— Vamos para a linha um. Juliette está ligando de Devon.


Olá, Juliette.

— Oi.

— Como está essa noite? — pergunto.

— Ok, por isso que liguei. Primeiro, quero abordar a tensão


sexual que acontece entre os dois. Ele é tão sexy quanto parece?

Olho para Chrissy, que desvia o olhar com um sorriso


presunçoso. Antes que as chamadas sejam encaminhadas para
mim, são filtradas. Sabia exatamente o que a mulher perguntaria.

— Mais — Clayton anuncia e gemo, revirando os olhos.

— Não se empolgue muito, sua atitude fede — retruco.

— Oh, acabaram de postar a foto. É gostoso — grita


sonhadora, e bufo ao ver o sorriso condescendente dele.

— Tem pés muito pequenos — rebato, quase gritando. — E,


meninas, não me deixou usar meus jeans rasgados, afirmando que
são muito reveladores.

— Não, não fiz — argumenta, parecendo irritado. — E não


tenho pés pequenos.

Pisquei, inclinando-me para frente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


59
— Está tudo bem. O tamanho não importa. — Rio quando ele
range os dentes. — E sim, praticamente fez. Deveria ver o que
vestirei na sexta-feira. Sairei depois do trabalho e não terei tempo
de ir para casa para me vestir.

Sextas-feiras são as noites onde pré-gravo. Meu tio dará uma


festa de noivado/casamento/boas-vindas para minha prima. Volta
na quinta e mal espero para vê-la. Jaxon a levou numa lua de mel
de última hora. Bem, o casamento também foi de última hora.

Olho para longe quando seu olhar ardente queima através de


mim.

— Tem alguma pergunta, Juliette?

— Sim, queria saber se me daria um conselho. Meu namorado


e eu temos problemas no quarto. Bem, quando está bom e estou
perto do orgasmo, faz algo que me irrita, ou muda e me deixa fora
de clima. Nunca recebo de volta. Fica estranho quando peço para
descer em mim ou quando digo que não terminei.

Dou a Clayton um olhar de 'avisei' antes de me dirigir a


Juliette.

— Garota, você o ama?

— Sim, estamos juntos há três anos.

— Tem mais moderação que eu — tento ao máximo não dar


conselhos que a perturbarão.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


60
As pessoas chamam por minha loucura. Pedem minha
honestidade, então acho que devo dar-lhe alguma.

— Diga diretamente. Que também quer um orgasmo. E se fica


estranho por comunicar suas necessidades, é um idiota. Não
precisa dessa negatividade em sua vida, especialmente quando
nem mesmo consegue um pouco para colocar com isso.

— Ou, talvez, ouvir que não acertou o alvo na cama seja um


golpe para o ego dele — acrescenta Clayton.

— Talvez se preparasse e começasse a consertar as coisas. Ele


ouviu falar do Google, suponho, então não é como se tivesse que
pedir a um amigo. Deveria experimentar. Ela se arriscou a falar,
ele deveria fazer a porra do mesmo.

Aperta a mandíbula. — Ou talvez ela esteja entre os setenta e


cinco por cento das mulheres que não tem orgasmo durante o sexo.

Pegou-me lá.

— Mas admitiu que estava perto. É mais que a maioria das


mulheres consegue.

— Juliette, converse com ele de novo, diga que não está


satisfeita e se não agir como um adulto, então nem deveria fazer
sexo. Ou fale que encontrará alguém que o faça. Se não quiser
terminar com ele, deixe-o saber que não terá um orgasmo até que
conclua o seu.

— Ou pode tentar algo novo. Feche os olhos quando estiver


na cama esta noite e pense em sua fantasia mais suja. Todo mundo

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


61
tem uma. Homens e mulheres. Não importa quão excêntrico seja
ou tabu, use-a. Torça-a de uma maneira que caberá em você e seu
homem. Talvez então tenha aquele impulso para se excitar tanto,
estará enlouquecida de luxúria e finalmente gozará — Clayton
aconselha, me surpreendendo.

Tenho que me perguntar se o conselho vem da experiência e,


se for, qual a fantasia dele?

— Hum, obrigada — murmura a garota, claramente


pensando.

Olho para o queixo cortado dele, lábios firmes e me pergunto


se estará disposto a calar a boca por uma hora enquanto joga na
minha fantasia.

Lambendo meu lábio inferior, me forço a desviar o olhar e ler


quem é a segunda chamada.

— Obrigado por ligar, Juliette. Não esqueça de nos informar


em nosso fórum como tudo ocorreu. — Faço uma pausa, esperando
que a luz verde acenda para revelar que conectamos com a segunda
chamada.

— Vamos para a linha dois, onde Frankie de Stoke espera.


Como está a noite?

Ouço uma fungada e sento ereta, me preparando para o pior.


Temos vítimas de estupro e mulheres abusadas que ligam e, de vez
em quando, alguém comete um deslize e são colocados em contato.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


62
Não é como se não desejássemos ajudar, é que não temos
permissão.

Por um tempo, pensei se deveria começar meu próprio blog.


Posso não ser capaz de aconselhar profissionalmente, contudo
poderia dar uma plataforma anônima para conversar com outras
pessoas e dar meus próprios conselhos.

— Não está bom — responde, antes de assoar o nariz.

— E aí, Frankie? Tudo bem?

— Não. — A respiração pesada de um suspiro ecoa pela linha,


e sei que tenta se recompor. — Terminei com meu namorado há
alguns meses porque vi uma mensagem de texto de uma garota no
telefone dele. Terminou mal, com muita discussão. Ficamos juntos
por um ano. Fui traída várias vezes antes por um ex e me prometi
que não permitiria acontecer novamente. Saí no último mês, mas
todos continuam cancelando ou me deixam esperando. Esta noite
foi o sétimo cancelamento e descobri o motivo quando perguntei ao
cara que me abandonou. Temos amigos em comum com meu ex e
explicou que o cara falou algumas coisas sobre mim.

Ouvir outra garota chorar por um perdedor me deixa de pé.

— O que contou?

— Revelou a todos e a qualquer um que sou uma merda na


cama, que deito lá como um saco de batatas e que tenho uma
bunda de peixe. Aparentemente, esse foi o motivo pelo qual
terminamos e a história dele mandando mensagens de texto para

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


63
outras meninas era apenas para encobrir o fato. Tentava me
poupar do constrangimento.

Reviro os olhos. É a observação mais antiga do livro.

Quando Clayton se inclina para o microfone, o observo com


curiosidade, surpresa por responder a esse tipo de pergunta.

Se foder com alguma besteira sobre como o cara está com


ciúme e claramente ainda a ama, acabarei com ele. Porque o idiota
não faz isso porque quer uma chance de trazê-la de volta. E sim
porque é um imbecil. Claro e simples.

— Então é bom que terminou, Frankie. Homens assim


precisam de algo para provar. Querem se sentir poderosos, viris e
a única maneira de rebaixá-lo é dizendo algo tão degradante. E o
engraçado é que nenhum de seus amigos realmente acreditam
nele. Sabem que é um idiota. Aposto que enquanto estavam juntos,
se gabava de você para deixá-los com ciúmes. Apenas fingem, para
que não se irritem com as pessoas que acreditam nisso.

Encaro-o descrente. Acertou no ponto. Mais que isso. Não


apenas ouvi a verdade em suas palavras, também vi. Ele quis dizer
exatamente isso.

As linhas na testa dele mostram a preocupação também, sua


compaixão pela estranha na linha.

Olha para cima e, por um único momento, tudo ao nosso


redor desaparece.

Por aquele único momento, o vejo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


64
Realmente o enxergo.

Um pigarro me tira do sério e faço a única coisa que posso


para não ser pega.

Dou-lhe um olhar sujo.

Endireito-me na cadeira, inclinando-me um pouco para a


frente.

— Clayton está certo. Devo acrescentar que é um idiota


imaturo. E odeio ir lá de novo, todavia estamos de volta ao orgasmo.
Aposto que toda vez que fizeram sexo, teve o dele enquanto você
não teve o seu. Não significa que é um lixo na cama. Ele é.

— Sim, sempre teve — funga.

— Quanto ao comentário da bunda de peixe, sentiram o cheiro


de suas partes íntimas? E isso não só a parará, Frankie, parará
todas as garotas. Homens mijam nos seus paus e então os filhos
da puta sacodem o resíduo. Pelo menos temos a decência comum
de nos limparmos.

— Somos meio que ensinados a fazer isso — interrompe


Clayton.

Ranjo os dentes e ele recua, uma linha gravada entre suas


sobrancelhas.

— Não terminei. Nem cheguei na pior parte de cair num cara.


Primeiro — começo, segurando meu dedo indicador — pelos
pubianos não são seus amigos. A maioria tem mais que as

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


65
mulheres, mas esperam que sejamos nós que passemos por uma
dor terrível para tirá-los. E segundo, se isso não for ruim suficiente,
bolas suadas. Estou certa, Frankie?

Ri na linha, fazendo meus lábios puxarem num pequeno


sorriso.

— Sim, não é o melhor cheiro.

— Exato. Pensaria que seriam corredores respiráveis, deixe


aquele filho da puta respirar.

— Ei, os pelos pubianos também não são bons para os


homens — interrompe Clayton, ofendido.

Levanto uma sobrancelha, cruzando os braços sobre o peito.

— Por favor, diga antes de chegar à última parte.

Contrai os lábios, entretanto não forma um sorriso, me


decepcionando.

— Ir para baixo numa maçaneta não é o mesmo que ir em


vocês. Lambemos, sugamos e o que quiser em sua região pubiana.
Acho que deveriam nos dar uma razão legítima para querer que se
depile ali. Pessoalmente, não sou fã de uma garota careca lá, gosto
que mantenham os pelos aparados. Já teve pelos pubianos presos
nos dentes?

Encolho-me, quase engasgando.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— Cara, não é uma competição. E pela sua expressão, você
teve. Agora tudo que verei ou procurarei são pelos pubianos nos
seus dentes.

Mais uma vez, me surpreende, jogando a cabeça para trás e


rindo. Faço uma pausa no discurso, observando como seu rosto se
transforma em algo mais bonito. Fica mais delicioso quando
ri. Linhas aparecem perto de seus olhos, e uma promessa de
covinhas surge nas bochechas. É sensual. Lindo.

E quero muito esquecer que é um idiota e meu chefe e fodê-


lo. Talvez.

Limpando a garganta, volto a atenção para Frankie e nossos


ouvintes.

— Para terminar o que dizia, também não precisam ter gosto


de sêmen. Não dou a mínima para o que esses livros de romance
afirmam, tem gosto de merda. É desagradável.

Frankie tenta abafar o riso. — Obrigada.

— Pelo quê? Não dei nenhum conselho.

— Não, em vez de me estressar e me preocupar com o que


dizem nas redes sociais, posso rir disso. E finalmente vejo o lado
positivo e dizer-lhes aonde ir.

— Bem, caramba — murmuro, afundando na cadeira. — Eu


a aconselharia a falar para onde ir. Estou orgulhosa. Sou
totalmente a favor da vingança, então qualquer coisa mesquinha
que possa fazer, faça, embora garanta que não retaliar o afetará

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


67
mais. Sorria para a pessoa que a odeia. Eles detestam. Posso ser
uma vadia, então não falo por todos.

— Irei. Obrigada, Hayley. Realmente ajudou.

— De nada. Deixe-nos saber como foi. — Faço uma pausa,


esperando que Chrissy termine a ligação antes de me dirigir aos
ouvintes.

— Faremos um intervalo de quinze minutos, temos algumas


músicas animadas para vocês. Então, coloque a chaleira no fogo,
faça uma xícara e apenas aproveite. Voltaremos após o intervalo
para ver no que Kyle precisa de ajuda.

Meus olhos seguem os movimentos de Clayton enquanto


lentamente deixa seus fones de ouvido sobre a mesa, me olhando
diretamente.

— O quê? — Forço-me a não verificar se tenho algo nos


dentes.

— É tão boa quanto meu pai avisou.

Orgulho me enche. Há momentos em que não gosto de fazer


esses chats ao vivo, todavia ainda me dedico e me orgulho de fazer
o melhor que posso.

— Obrigada.

— De nada. Mas realmente precisa cuidar da sua boca quando


se dirige a quem liga. Nenhuma mulher deveria falar assim.

Cerro os dentes enquanto furo buracos nele com meu olhar.

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— Vai se foder!

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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CAPÍTULO TRÊS
Parece uma vida inteira desde que Clayton começou a
trabalhar na estação na segunda-feira passada.

Sua nova adição ao segmento trouxe muito mais à nossa


carga de trabalho e pagamos por isso. Ontem durou mais que o
esperado, então hoje, estou me arrastando depois de mais um
longo dia de pré-gravação.

Adorava pré-gravar às sextas-feiras.

Às sextas antes da pré-gravação eram chatas e lentas.


Terminei cada segmento odiando o som da minha própria voz.

Todo mundo estava sempre ocupado, saindo e se irritando nos


fins de semana. Então ficou estranho quando não recebemos
muitas ligações.

Quando o Sr. Cross Sênior veio com a pré-gravação do


programa e usando chamadores de segmentos anteriores que não
acessávamos, achei ótimo. Faríamos ainda como se estivéssemos
ao vivo, já que nunca editamos.

Agora, nem tanto.

Com a nova adição, que permite que homens liguem, ficamos


sobrecarregados com chamadas e mensagens.

É louco.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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O site travou na terça-feira porque muitas pessoas queriam
entrar no próximo podcast ou expressar sua opinião.

E Clayton nem estava por perto para descontar nele. Foi ideia
dele trazer o sexo oposto e não se incomodou em estar lá para
ajudar a lidar com a carga extra.

Se não contratar outra pessoa para ajudar no trabalho logo,


estragaremos uma coisa boa. Porque ninguém gosta de ser
ignorado e cansará de tentar.

Quero estrangulá-lo.

E beijá-lo.

E então estrangulá-lo novamente.

E não posso fazer nem um ou outro.

Quarta-feira, estava tão frustrante quanto segunda. Tenho


muitas pessoas na minha vida que sabem como me dar corda, não
da mesma forma que ele.

Nunca conheci um homem que me faça desejar transar e


matá-lo ao mesmo tempo.

E a pior parte, não parece tão afetado por mim quanto eu por
ele. Depois do nosso pequeno momento na segunda, não parei de
pensar nele. Tem me deixado louca.

Quarta usei minha saia jeans mais curta com meia-calça


preta grossa e a combinei com minha camiseta preta rasgada

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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favorita. Estava gostosa, dando um vislumbre de meu estômago e
decote.

E a única reação que me deu foi de aborrecimento.

Não luxúria. Nem desejo.

Aborrecimento.

E não suporto o fato que me importava.

Até me certifiquei de estar gostosa para caralho esta noite


para a festa de Lily e Jaxon, porém o idiota não está por perto para
ver. Não se trata apenas de obter uma reação para mim como
pessoa, me divirto tentando explodir seu fusível. É tão fácil e se os
últimos dias me ensinaram alguma coisa, é que odeia não me dizer
o que vestir.

Puxando a jaqueta de couro mais apertada para pelo menos


tentar cobrir um pouco meu decote e afastar o ar frio, subo os
degraus dos meus tios Maverick e Teagan.

Luzes de fadas foram enroladas em seus arbustos e no arco


que leva à pequena varanda.

Enquanto crescia, a única coisa que odiava nessa casa era


que não ficava na nossa rua. Antes de Nan e meu avô morrerem,
moravam na casa ao lado de tia Harlow e tio Malik, e nos fundos
do jardim ficava a casa de Mason e tia Denny. Abaixo deles estava
nossa casa e logo depois da esquina, ainda considerada a mesma
rua, estava a casa de Myles e tia Kayla. Maverick e Teagan
decidiram mudar para algumas ruas de distância.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Pessoalmente, acho que foi porque meu pai o deixou maluco,
ninguém confirma ou nega.

E agora, lentamente, estamos todos nos afastando.

É meio deprimente, mesmo que não estejamos longe um do


outro.

Ouvindo a porta de um carro bater, abaixo a mão da maçaneta


da porta da frente e viro para ver quem é. Maddox encara a irmã,
Madison, que ri. Desço as escadas, esperando que reconheçam
minha presença.

— Puta merda! O que aconteceu com seu olho? — grito, dando


mais alguns passos quando vejo como o olho dele parece
desagradável.

Vira para Madison, que ri ainda mais.

— Nada.

Sabendo que me contará, a observo.

— Entrou furtivamente na casa de Lily ontem à noite. Ou


tentou. Jaxon o socou, pensando que era alguém arrombando.

— Sabia que me foderia. Foi vingança — resmunga.

Aperta os lábios enquanto a irmã desvia o olhar, tentando ao


máximo não rir. É inútil, porém, porque momentos depois, cai na
gargalhada mais uma vez.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Sorrio para Maddox, que está tão infeliz que parece um
cachorrinho perdido. Provavelmente está mais incomodado por
não parecer tão bem com um olho roxo e mandíbula inchada do
que por Jaxon bater nele. — O que na Terra o levou a fazer isso?

Joga as mãos para cima antes de deixá-las cair para os lados


com um tapa.

— Pegaram a porra da minha chave. Que outra forma


entraria?

Contrai os lábios em diversão.

— Não é o que quis dizer. Está casada. Não pode entrar mais
sorrateiramente. Querem privacidade.

Inclina a cabeça, sobrancelhas franzidas.

— O que isso tem a ver com qualquer coisa?

— Deus, me preocupo em como chegou tão longe na vida.


Transam.

— Hayden! — grita, cobrindo os ouvidos.

A porta da frente atrás de mim abre e olho por cima do ombro


para ver papai parecendo confuso.

— O que... wow, o que aconteceu com seu olho? — Sorri


enquanto fica ao meu lado.

Desvia o olhar, fingindo estar interessado na velha senhora


descarregando o carro, então respondo por ele.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— Esgueirou-se para a casa de Lily e Jaxon bateu nele.

Bufa, cruzando os braços.

— Teria o socado também, porém sou um idiota. — Faz uma


pausa, parecendo pensar em algo por um segundo. — Entretanto,
se fosse eu, não saberia que estaria lá. Não levaria um soco — se
gaba.

Encara-o.

— Fala sério? Ouviriam de fora, velho. E ele não se aproximou


de mim. Estava bêbado, cansado e com fome. Sabe como fico
quando estou com fome.

O estômago de papai ronca com a menção de comida.

— Sim, ainda é um idiota por se esgueirar na casa deles. Ela


não pegou todas as nossas chaves, exceto a de Teagan?

Faz beicinho, jogando os braços para fora num acesso de


raiva.

— Ele mudou tudo! Ela não ligava se estava lá antes ou se


comia a comida dela. Agora o idiota está lá 'não coma isso,
precisamos ir às compras'; 'não pode dormir aqui, queremos a noite
para nós'; 'Maddox, tem sua própria casa para jogar Xbox'. Só quero
um pouco de paz, sabe?

Balanço a cabeça, em seguida, reviro os olhos quando meu


pai concorda.

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— Entendo. Maverick era o mesmo. Era sempre, 'é meu jantar';
'pegou o último maço de Jammie Dodgers?'. Quem pode comer
apenas um, certo? E sempre que a gente via garotas, continuava
como se fosse o favorito — divaga, depois bufa. — Sou o favorito.
Todos me amam, porra.

Olho-o, vendo que fala sério.

— Pai, sabe que a maioria da população quer matá-lo?

Encara-me. — Não, não querem, e se se trata daquela senhora


do outro lado da rua, não desejo ouvir. Paguei por aquela
pizza. Era minha. E precisa superar.

— Era para ser dela. Ela pediu — reviro os olhos.

— Como se pudesse falar. Não roubou a comida de Aiden e


Bailey há pouco tempo?

Furiosa, coloco as mãos na cintura e viro.

— Ei! Não é justo. Fiz um favor a eles. Domingo foi ruim e a


comida esfriava. Sabe como Aiden é sobre desperdiçar comida. —
Respiro antes de continuar. — E não foi você quem roubou o bolo
que tia Kayla fez para tio Myles ano passado?

— Era meu aniversário também — retruca.

— Ela fez o seu — grito.

— O que está acontecendo? — Mamãe grita, esfregando os


braços para cima e para baixo contra o frio.

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Papai aperta os lábios, cerrando os olhos enquanto os estreita
em mim, me avisando para não falar.

— Nada, mãe, apenas conversávamos sobre como Maddox não


deveria se esgueirar na casa de Lily.

Olha-o desapontada. — Querido, estão casados. Não pode


fazer isso.

Passando por nós, bufa, entrando na casa murmurando como


somos injustos.

Olha preocupada para a porta fechada.

— Talvez devêssemos pedir ao pai dele para resolver os


problemas dos vizinhos. Ainda devem fazer muito barulho.

— Não quer mudar — responde Madison. — Espera que o


conselho faça algo. A última vez que conversou com eles, disseram
que instalariam algo para provar o barulho.

Papai, de repente se endireitando, olha para mamãe.

— Deixou os cupcakes de fora?

Suspira, olhando para o céu.

— Sim, Max, comprei. Para todos, não apenas para você.

— Caramba, mulher, sabe que essas crianças comem até a


casa.

Por favor, me dê força para passar esta noite.

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Lily e Jaxon ainda estão para chegar.

Isso está cobrando um preço de tio Maverick. Acha difícil


deixar suas garotas, e com o casamento de Faith chegando, está
aparecendo.

Desde que lembro, meu avô nos contou como Maverick era o
cuidadoso, aquele que fazia tudo para ajudar a criar os irmãos,
mesmo depois que recebeu a custódia e não precisava colocar mais
pressão sobre si. Gostaria que houvesse algo que fizesse para
tornar melhor para ele.

Sua expressão se transforma em uma, que só dá para nós


meninas, quando Bailey entrega Sunday para ele para que limpe a
bagunça que fez atrás do sofá. Ri da bagunça que a linda garotinha
fez. Parece que a mini Carter ficará parecida com o pai e ama sua
comida. Tem cobertura de chocolate e sorvete na boca e no
vestido. Deveria sentir um pouco de culpa, vi o que fazia, mas não
sinto. Esses cupcakes eram os melhores.

Meu toque sai do bolso da jaqueta. Puxando, gemo alto, vendo


'CHEFE QUENTE IDIOTA' piscando na tela.

— Está tudo bem? — Mamãe pergunta, seus olhos azuis


brilhantes me prendendo no lugar. — Agiu de maneira estranha
essa semana. É aquele menino?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Silenciando a ligação, coloco a mão no braço dela.

— Não é sobre ele, mãe. Esqueci no minuto que saí do


apartamento. É só trabalho.

— Cliente difícil?

Rio baixinho enquanto bato meu ombro no dela.

— Não. Não lido com clientes como tal.

— Gostaria que nos contasse. Já estamos orgulhosos de você


e continuaremos, não importa a profissão.

— Mesmo se fosse stripper?

Abre seu sorriso megawatt, um que corresponde ao meu. —


Mesmo assim. Poderia me ensinar alguns movimentos.

Meu telefone toca novamente e rolo os olhos para o nome que


coloquei para Clayton.

— Preciso atender. Não pararão de ligar de outra forma.

— Atenda, continuamos depois.

Dou-lhe um breve abraço antes de sair e passar por todos


conversando. Subo as escadas, onde ficará silencioso e ninguém
ouvirá. Todos, até mesmo a família Hayes, estão lá embaixo, então
estão ocupados.

Subindo as escadas, meus olhos correm pelas fotos


penduradas na parede, uma que já vi mil vezes. Uma que está no

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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final chama minha atenção. É nova. Não tenho certeza de quem a
tirou, mas é linda, e não apenas porque a garota na foto é
angelicalmente linda.

É Lily e Jaxon no dia do casamento. Pelo que lembro,


acabaram de fazer os votos. A expressão dela é de admiração,
porém é o amor brilhando em seus olhos por Jaxon que realmente
me comove. É a mesma força de amor que vejo nele enquanto a
olha, as mãos nas dele. É de tirar o fôlego.

Um caroço se forma no fundo da minha garganta com a visão.

Quero amor, quem não deseja? Nunca saí do meu caminho


para encontrá-lo. Não forçarei o próximo cara com quem estou a
ser meu 'escolhido'. Ou está lá ou não. Não apressarei. Na verdade,
não é algo que fiquei muito feliz em encontrar.

Vê-lo capturado num quadro... faz-me pensar se algum dia


conseguirei. Se sentirei esse nível de emoção que esses dois
claramente compartilham. Se algum dia terei o que meus pais têm.

Puta merda!

Encontraria alguém que toleraria as loucuras do meu


pai? Desejaria alguém que não pudesse lidar com ele?

O pensamento assustador quase me faz


tropeçar. Recompondo-me, abro a porta do antigo quarto de Faith
e atendo o telefone quando toca novamente.

— Se alguém não atende, geralmente significa que está


ocupado ou dormindo — saúdo, meu tom áspero.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Sua risada é alta e desenfreada. — Sempre atende o telefone
tão rudemente?

— Só para aqueles que considero irritantes.

— Talvez, se atendesse, não continuaria ligando.

Suspiro, exasperada. — Existe uma razão para chamar com


tanta urgência?

— Sim, algumas. Precisa assinar seu novo contrato.

— E avisei, não farei. Não há nada de errado com o que visto.


A menos que apareça de calcinha, não pode me dizer para mudar
minha aparência.

Espero-o limpar a garganta.

— Discutiremos isso antes do próximo fim de semana.

— Por que no próximo fim de semana?

— Porque configuraremos sua conta de namoro online.

Gemo, com raiva.

— Disse, quero manter meu anonimato. Se minha família me


encontrar naquele site de namoro, me matarão. Não conheceu meu
pai e, acredite, não deseja vê-lo a primeira vez em condições ruins.
Ele o comerá no café da manhã.

— Usaremos o nome Hayley, então não será um problema.


Todas os possíveis encontros serão selecionados. É exclusivo. Não

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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é como outros sites de namoro onde todos Tom, Dick e Harry estão
apenas para transar.

— Não me importo se usará esse nome. Ainda poderia ser


reconhecida. Minha família descobrirá, e então descobrirão que é
para meu trabalho, porque sabem que não há nenhuma maneira
na terra que escolheria um.

— Esta empresa conta com você para passar por isso, Hayden.
Precisamos dessa exposição.

— Date Night pode beijar minha bunda.

— Hayden — chama severamente.

Uma ideia se forma em minha mente. — Farei isso com uma


condição.

— Qual?

— Deixe-me publicar uma história sobre as invasões recentes.


Notei um padrão...

— Eu a pararei aí mesmo. Não somos um jornal. Somos um


podcast/estação de rádio. E não permitirei que investigue algo que
é perigoso.

— Perigoso — bufo. — Então, diz que não me permitirá


publicar a história porque sou uma garota, contudo, está feliz em
me deixar namorar online com homens que não conheço e que
poderiam me atacar?

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— Está ficando fora de controle. Está distorcendo minhas
palavras. Vejo-a na quarta-feira para comprar uma roupa.

Ouvindo isso, me animo. — Posso escolher?

— Vejo-a na quarta, Hayden — responde secamente.

Puxo o telefone, xingando baixinho quando vejo que encerrou


a ligação. — Droga!

— Mesmo depois de ouvir isso, ainda não descobri o que faz


da vida — anuncia Reid, fazendo um pequeno grito escapar dos
meus lábios.

Viro, encontrando-o na porta.

— Está louco? Poderia machucá-lo.

— Com o que, o telefone?

— Quanto ouviu? — pergunto, sabendo que revelei mais que


contei para minha família durante aquele telefonema.

— O suficiente para saber que conversava com seu chefe, mas


não para saber o que faz.

Reviro os olhos. — Sabe que é rude ouvir conversas das


pessoas.

Dá de ombros, sem se incomodar. — Saía do banheiro e a


ouvi. Pensei em dizer oi.

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É minha vez de sorrir. — Quer dizer, para ver se conseguia
entrar na minha calcinha. O que nunca acontecerá. Teve sua
chance.

— Você deseja. Parece que gostaria de uma boa foda, no


entanto.

— O fato de descrever assim diz tudo — murmuro, dando um


passo na direção dele para que possa sair da sala. Entra no meu
caminho, bloqueando a porta.

— Falando sério, não deixe seu chefe empurrá-la para algo


que não quer. Não posso dizer que tenho experiência, somos
nossos próprios chefes, sei que nem eu nem meus irmãos jamais
trataríamos um funcionário assim.

Sem palavras, levo um minuto para organizar meus


pensamentos. Esse é um lado que nunca vi do playboy e do
palhaço.

— Hum, obrigada.

Sorri, de volta à sua personalidade lúdica. — E por mais que


gostaria que a fodesse, prefiro tê-la como amiga. Acho que dois
membros da nossa família envolvidos é o suficiente. E,
honestamente, seu pai me deixa nervoso. Viu-o segurando aquela
faca quando cheguei? Passou trinta minutos me encarando.

Dou-lhe uma olhada antes de inclinar a cabeça e bater no


queixo com a ponta do dedo.

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— Está certo. — Encolho os ombros. — Mas papai não o
olhava feio apenas por causa do Ano Novo. Você pegou um dos
cupcakes que minha mãe lhe entregou. Aviso, não chegue perto da
comida dele, especialmente algo que a mulher dele cozinhou. Ele o
matará.

Abre a boca. — Hum, okaaay.

Uso sua distração para passar, rindo baixinho. Segue-me,


xingando.

— Realmente não me mataria, não é? Sou muito gostoso para


ser morto. Mulheres em todo mundo chorariam.

Bufo, ainda sem responder.

— Ótimo. Ótimo para caralho — murmura. — Sou muito


jovem para morrer.

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CAPÍTULO QUATRO
Quando volto para a sala da frente, papai olha carrancudo
para Aiden, que agora segura Sunday. Não é preciso mais que um
palpite para saber que ele comeu o resto do cupcake de Sunday. Os
que mamãe fez.

No segundo que me vê, seu olhar vai por cima do meu ombro
para Reid, que ainda murmura baixinho atrás de mim. Todos os
músculos de seu corpo tensionam.

Gemo internamente enquanto marcha.

— Olha, tenho uma aparência muito bonita para ir para a


prisão, mas ficarei feliz em cumprir pena se ele não a deixar em
paz, porra. E a comida da minha esposa.

— Puta merda — murmuro, esperando que não cause uma


cena tão cedo.

— Não deixe sua mãe ouvi-la xingar. Sabe como fica — rebate,
aproximando-se e abaixando o volume.

— Só faz isso para irritá-lo — admito.

— Então...? — Olha para a nuca de Reid.

— Então nada, pai. Ele estava no banheiro. Fui atender um


telefonema e por acaso descemos ao mesmo tempo. Realmente
deveria dar um tempo ao cara. São mais parecidos que imagina.

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Recua como se o socasse, me olhando como se não soubesse
quem sou.

— Retire isso. Sou mais bonito que aquele filho da puta.

Torço os lábios em diversão.

— Não foi isso que mamãe falou — cutuco com indiferença.

— Ela disse o quê? — Chama a atenção de todos ao nosso


redor.

— Lily e Jaxon chegaram — Charlotte corre pela porta, seu


cabelo vermelho forte e espesso flutuando atrás dela. — Parece tão
feliz.

— Isso não acabou — papai sibila, fazendo meu sorriso


espalhar ainda mais. — Agora, onde está aquela sua mãe.

O casal entra na sala de estar e aplausos ecoam pela sala. Ela


pula, alcançando o marido, antes que percebesse o que acontecia,
sua boca escancarada para o enorme banner de 'parabéns'
pendurado acima do grande arco.

Tio Maverick é o primeiro a alcançá-la, levantando-a e


girando-a.

— Senti sua falta, princesa.

— Também senti sua falta, pai — engasga.

Gentilmente a coloca no chão, inclinando-se para trás para


dar uma boa olhada nela. — Ei, pensei que tinha se divertido.

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Lágrimas brotam dos cantos de seus olhos, mas seu sorriso é
cegante.

— Senti falta de todos como uma louca.

A mãe dela, Teagan, a abraça.

— Fizemos chamada de vídeo todos os dias.

— Não era a mesma coisa — abaixa a cabeça. — Porém nos


divertimos muito, mãe. Foi mágico.

Apoiando a mão na bochecha da filha, lhe dá um sorriso


gentil.

— Mal posso esperar para ouvir tudo.

Concorda, um rubor subindo em suas bochechas enquanto


se aconchega no marido, que felizmente envolve o braço ao redor
dela enquanto conversa com seus irmãos.

Charlotte dá um passo à frente, enquanto espero, sem querer


incomodá-la.

— Está incrível. Tão radiante. Engravidou? Quer dizer,


acontece. Já casou há um tempo e provavelmente andam como
coelhos. Mal posso esperar. Estou saindo com alguém. Acho que
pode ser sério — divaga e a tensão na sala expande.

Não há um Carter masculino na sala que não esteja tenso


agora.

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Myles abre a boca para discutir, as mulheres na sala o
encaram com expectativa, avisando-o para se calar. Suspira,
olhando para o chão, sabendo que não discutirá. Não cometerá o
mesmo erro de Maverick quando se tratava de Jaxon. Prometeram
que nunca reagiriam exageradamente novamente.

Reid chega ao meu lado.

— Estou um pouco preocupado com a segurança do meu


irmão, porém agora, estou mais preocupado com o filho da puta
louco suficiente para enfrentar Charlotte Carter.

— E o que há de errado com ela? — Cerro a mão em punho.

Levanta as sobrancelhas. — O que está certo seria mais fácil


de responder. É totalmente maluca. É gostosa, não me entenda mal
— divaga, tão perdido em ser um idiota que não percebe que avanço
até que meu punho encontra seu estômago.

— Qualquer filho da puta teria muita sorte de estar com ela.

— Ok, ok — ofega.

— Há tempo para ter bebês — comenta Maverick, não


parecendo feliz com Charlotte revelando detalhes pessoais sobre o
casal.

Encolhe os ombros. — Mal posso esperar. Amo bebês.

— Sim, está feliz em esperar, certo, baby? — Myles fala.

Tia Kayla encara o marido.

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— Ficarei feliz por ter netos correndo por aí quando estiver
pronta.

— Sim, mas ainda não, certo? — questiona a filha.

— Ainda não. Vamos ao primeiro encontro oficial amanhã.


Preciso passar cera e fazer as unhas.

— O quê? — Titio e papai gritam, fazendo com que todos se


assustem.

— Baby, não precisa fazer nada assim — avisa, parecendo tão


pálido que me preocupo que desmaiará.

Mamãe e Harlow riem, encostadas uma na outra enquanto tia


Denny tenta sufocar o riso dela, falhando.

— Preciso sentar. Necessito. Preciso sentar — papai diz a


mamãe, trêmulo. — Sentirá muita dor — sussurra e fico
boquiaberta com a reação exagerada.

Falou isso no passado, contudo, nunca assim. Parece


realmente perturbado.

— Pai, o que sabe sobre tortura de depilação com cera?

Mamãe e Kayla trazem uma cadeira para seus homens e ele


senta, engolindo em seco.

— Não posso falar sobre isso.

Tio Myles concorda, encarando o chão. — Ainda sinto.

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— Eu também, irmão. Idem. E o cheiro... ainda o sinto.

Choraminga. — Nossas garotas.

— A dor.

— Oh, parem de ser bebês — Harlow rebate.

Papai a encara, apontando o dedo. — Quase morri!

— Fiquei traumatizado — grita tio Myles. — Ela não pode fazer


isso. Não deixarei meu bebê passar por isso.

Charlotte dá um passo para trás, com olhos arregalados.

— Sheesh, usarei uma navalha.

Os olhos lacrimejantes de papai encontram os meus.

— E nada de bebês. Ou namoro. Ou depilação.

Reviro os olhos. — Nem todos somos fracos, pai.

— Ninguém se importa que sofri uma experiência traumática


naquele dia. Ria. Um dia pode ser você — avisa, olhando para
Maverick e Mason, que também riam.

Meu tio Malik, como sempre, permanece estoico, ouvindo


Maddison enquanto fala com a mãe.

— Estou perdido. Foi depilado? Tipo, de propósito? — Liam


pergunta, o observando com nojo.

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— Filho, não me faça bater em você. Ninguém é depilado de
bom grado — range, olhando para as mães.

Caminhando até Lily, me inclino e dou um beijo na bochecha


dela.

— Está absolutamente deslumbrante, Lil. O casamento fica


bem em você.

— Obrigada. — Sorri antes de olhar com adoração para o


marido com tanto amor que dói ver.

— Então, quando os bebês chegarão?

Jaxon enrijece um pouco, olhando por cima do meu ombro


antes de olhá-la.

— Por que não dá o presente para sua mãe?

Pega uma sacola do chão. — Boa ideia.

Depois que se foi, ele vira para mim.

— Está tentando me matar?

Sorrio, cruzando os braços sobre o peito.

— Preciso de uma distração.

Estreita os olhos em fendas. — Então, está me usando?

— Sim. Meu pai não sabe que mamãe fez uma caixa extra de
bolos. Os quero antes que descubra.

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— Então machucaria Lily para conseguir bolo? Comprarei a
porra de um bolo.

É a minha vez de olhar para o filho da puta bonito.

— Não, nunca o machucariam de novo. E nunca feriria Lily.


Apenas lhe dariam um aviso severo.

— Percebe que Aiden tem um filho? Não podem dizer nada. E


somos casados.

Levanto as mãos.

— Não tente entender o raciocínio deles. São Carters. Não


veem as coisas assim.

— Agora tenho que passar nosso tempo aqui com seu pai e
tios me observando.

— Poderia ser pior.

Esfrega a mão no rosto.

— São todos malucos. Não sei porque discuto. Só não faça


nada para machucá-la.

— Espere — grito quando sai, curiosa sobre algo. — Não


respondeu sobre crianças...

Contrai os cantos dos lábios. — Estou pronto quando Lily


estiver. Ter um filho ou filha que pareça com a mãe deles será uma
bênção.

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— Realmente? — Lily pergunta, sua voz baixa. Torce os dedos
num gesto nervoso. — Quer dizer isso?

Observo enquanto as feições do homem endurecido se


suavizam. Puxa-a para os braços, a encarando.

— Claro que sim. Já sou um homem de sorte no que diz


respeito a você. Ter um filho que segue sua linda, gentil e amorosa
mãe... seria uma benção.

Um rubor sobe por seu pescoço, até as bochechas.

— Conversaremos sobre isso mais tarde.

Sorrio, deixando o casal feliz.

O olhar penetrante de papai ainda segue meus movimentos,


então caminho até ele, pronta para acabar com isso. Já deveria
saber que não pode me controlar.

— Pai, se dará um aneurisma. O que é?

— Olha, sei que dissemos que não interferiríamos quando


encontrassem alguém, mas não estou pronto para ser avô. Ainda
não. Acabei de superar a mudança dos três. E não têm permissão
para namorar até ter vinte e oito anos. Concordamos. Pergunte à
sua mãe. Fiz a promessa quando era um bebê e sabe que não
quebro minhas promessas.

Vendo a rara seriedade dele, me aproximo e o abraço.

— Pai, mesmo se estivesse pronta para crianças, o que não


estou, não nos perderia. Ganharia outra pessoa, uma que o amará.

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— Respiro fundo. — E só para acrescentar, não é sua promessa de
cumprir.

Seus olhos lacrimejam quando me olha.

— Sei, teriam sangue Carter.

Enrugo o nariz com a declaração.

— Hum, o que isso tem a ver com qualquer coisa?

Uma lágrima escorre.

— Significa menos comida para mim. Não lidarei com esse tipo
de perda. Alimentar os três enquanto cresciam quase me fez morrer
de fome.

— Oh Deus, pai — olho para mamãe quando se aproxima.

— Está te dando um discurso sobre comida, porque tive que


ouvir a noite toda enquanto assava.

Um pensamento astuto passa pela minha mente e deixo meus


ombros caírem, fungando. Finjo enxugar uma lágrima, deixando os
olhos lacrimejarem.

— Baby, o que há de errado? — pergunta, olhando para papai.

— Só... pensei que me amava — fungo, descansando a cabeça


no ombro de mamãe.

Levanta, pegando minha mão e finjo recuar.

— Ei, te amo — explica suavemente. — Não queria chateá-la.

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Finjo soluçar, deixando as lágrimas caírem.

— Não amará meu bebê. Seria um grande avô, porém meu


filho não saberá porque o odiará.

— Max — mamãe rebate.

— O quê? Não, não quis dizer isso. Baby, Hayden, não quis
dizer isso. Juro...

— Mas fez — choro. — E disse que quase o matamos.

Força uma risada, engolindo em seco quando mamãe


tensiona.

— Estava brincando, querida. Olha, quando tiver bebês num


futuro muito distante, darei metade da minha comida.

Mamãe bufa.

— Como se fosse acontecer. Comeu minha última barra de


chocolate quando estava grávida, alegando que tinha meus desejos
por comida.

— Tinha — retruca, então suaviza quando vira para mim.

— Amarei meus netos, não importa o que aconteça. Por que


não vou até o carro e pego seu cupcake favorito?

— Trouxemos todos — responde.

Remexendo-se, olha para o chão.

— Posso ter deixado alguns no carro.

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— Max, vá buscá-los. Agora.

— Estamos bem?

Encolho os ombros, desviando o olhar.

— Depende. Ouvir que sou sua favorita sempre ajuda.

— É minha favorita — puxa-me para os braços. — Sinto muito


por incomodá-la. Sua mãe não me deixar comer nenhum cupcake
noite passada me irritou. Então ela felizmente foi e compartilhou
meus produtos saborosos com outros. — Suspira. — E quanto
mais bocas temos para alimentar, mais perco.

— Tudo bem, pai. Entendo — fungo.

— Quanto a namorar, sou seu pai. Levará algum tempo para


me acostumar, prometo tentar meu melhor para não o matar. É
simplesmente difícil para um pai ver sua filha crescendo.

Inclina-se, beijando minha testa, antes de sair para pegar os


cupcakes. Ficará muito tempo procurando, porque os comi na hora
que entrei.

— É uma garota má — mamãe repreende. — Amo isto.

Rio, inclinando-me para ela.

— Mereceu. Pelo menos agora ficará mais legal quando


perceber que comi os cupcakes e estou prestes a encontrar o
estoque extra que trouxe.

— Liam já os comeu — avisa suavemente.

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Viro para olhar meu irmão. Esse bastardo traidor nem mesmo
compartilhou.

— Irei matá-lo por não dividir.

— Tenho certeza que o bolo de chocolate que Harlow fez ainda


está aí em algum lugar. Porém Denny também fez porco recheado,
então não encha a cara — avisa, depois passa o olhar sobre mim. —
Não importa. Fará de qualquer maneira. Pedirei a Teagan para
destrancar a cozinha.

Desvio o olhar rapidamente, tarde demais. Vê a culpa em meu


rosto.

— O que fez?

Olho ao redor, certificando-me que ninguém ouça.

— Não conte, Landon viu Charlotte pegar um bolo quando


chegou.

— Oh — fala lentamente, compreensiva. — Viu isso?

Olho-a.

— Sim, depois que Teagan trancou a porta. Não viu o bolo que
trouxe.

— E não tocou na comida?

— Quem comeu meus cupcakes? — Papai ruge, entrando na


sala. — Quem? Falo sério. Quem?

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Dou um sorriso tímido para mamãe.

— Posso ter me servido da bandeja de enroladinho de salsicha


— Landon falou.

— Eram os únicos que tínhamos — sussurra. — Esgotaram


na loja.

— Não sei o que dizer. Estavam deliciosos — corro.

— Quero dizer isso. Não aceitarei. Eram meus cupcakes!

Meu irmão se aproxima, Paisley ao seu lado.

— Sabia?

Estreito os olhos.

— Não, não sabia, porém, há algo que deveria saber.

— O quê? — pergunta, seu olhar vigilante, cauteloso.

Inclino-me mais perto quando Madison e Maddox nos


encaram.

— Liam comeu os cupcakes extras.

— Sem nós? — pergunta, seu tom mortal.

— Sim.

— São realmente assustadores quando se trata de comida —


comenta Paisley, fazendo uma careta quando a encaro.

Dá de ombros.

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— Não defenderei meu gosto por doces. Todos temos
problemas. É de família.

— E Liam conhece as regras. Sempre compartilhamos com


um ou outro, contudo nunca, e digo, nunca, compartilhe com
Maddox e Madison.

— Ele é o pior. Ela não é tão mesquinha quanto o infeliz —


comenta.

— Fala sério? — Paisley pergunta, arregalando os olhos. —


Comeu um farto café da manhã e um McDonald’s antes de
chegarmos.

Sorrio. — Ela está repensando em estar com você.

Empurra-me levemente, olhando feio, antes de puxá-la com


mais força contra ele.

— Verei Liam.

Viro para encarar os outros na sala, ignorando os olhares de


Maddox e Madison. Papai discute com Malik sobre comida, e
embora titio pareça entediado, por dentro, provavelmente planeja
o assassinato do irmão.

Lily está aninhada com Jaxon no sofá.

Faith está no colo de Beau, os cachorros aos seus pés.

E então há eu.

Desejando mais.

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Precisando de mais.

Sou uma Carter, estou disposta a lutar para conseguir.

O que quer que seja esse 'mais'.

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CAPÍTULO CINCO
Bocejo quando meus olhos começam a fechar ao som da
chuva batendo na janela. Ontem, fiz um turno na casa onde Hope
trabalha e, em vez de terminar às cinco da tarde, trabalhei até as
quatro da manhã.

Uma das residentes internada naquela noite lutava com o


novo ajuste. Ok, lutar era o mínimo. A mulher era uma vadia e não
desejava estar lá. Entendi porque os netos estavam ansiosos para
se livrar dela. Causou a porra de um tumulto e a guerra estourou
entre outros residentes em seu andar.

E deixe-me avisar, os velhos não são tão fracos quanto


retratam.

Não deveria me surpreender ao descobrir que a nova residente


era parente da vizinha de Lily, Blanche.

Minha prima tem um bom senso quando se trata de ler as


pessoas, contudo de alguma forma, a bruxa, colocou um feitiço
nela. É cega quando se trata de Blanche. Não a via como é. Diaba.

Aquela velha morcega jogou o que pensava ser um copo de


suco nas minhas costas quando tentava impedir Edna de arrancar
a dentadura de Betty. Não.

Era urina.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Queria internar Blanche depois desse incidente. A única vez
em que é legal é quando os netos estão por perto.

Talvez ninguém ache suspeito se ela morrer de repente. É


velha, e velhos morrem o tempo todo. Certo?

— Ouve-me? — Clayton fala, baixando o garfo com força sobre


o prato.

Voltando ao presente, coloco de lado meus pensamentos sobre


o assassinato da velha. Lembro porque estou aqui e presto
atenção.

Parece estressado, e sei que trabalha duro para colocar a


estação de volta nos trilhos.

Ainda assim, não é desculpa para ser rude, especialmente


quando poderia esperar até hoje à noite no trabalho para
conversar. Sairia sozinha e compraria minha maldita roupa.

— Nem um pouco. Divaga muito — aproximo-me, enfiando o


garfo num pedaço de seu bife antes de enfiá-lo na boca. Se não
consigo dormir, pelo menos posso comer.

— É uma reunião de negócios — bate levemente na minha


mão quando pegaria mais. — Preste atenção.

— Ei! Se não comerá, eu vou.

— Se soubesse que não arrancaria uma palavra sua enquanto


comeu o restaurante inteiro, a encontraria no escritório — passa
os dedos pelos cabelos grossos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Olho-o, mastigando rapidamente e engolindo. — Tá dizendo
que sou gorda?

No meio de um gole de água, engasga.

— Não, mas comeu todo o espaguete à bolonhesa, dois


acompanhamentos de pão de alho e uma tigela de anéis de cebola,
e todos os extras que tinha. E não fale sobre a quantidade de queijo
que colocou na bolonhesa.

Lentamente coloco o garfo na mesa, incapaz de desviar o


olhar.

— Estou bem com você aí, sentado por perto. Com o


restaurante que reservou em vez daquele dia de spa ridículo. Estou
feliz com todas as medidas de segurança em vigor e com o tempo.
Serei educada, porém ainda serei eu. Estou bem com o cronograma
que me deu para revisar o encontro e o processo de tudo. O que
não estou bem é com você sentado à minha frente, me julgando
pelo que comi. Não tive a chance de comer ontem à noite porque
trabalhei até as quatro da manhã no meu segundo emprego. Não
consegui tomar café da manhã porque acordei tarde devido a
dormir pouco e depois precisei correr para encontrá-lo — minto,
sabendo muito bem que peguei algo ontem à noite e esta manhã a
caminho daqui. Fungo, olhando para a mesa.

— Não gosto de ser julgada por meu peso.

Surpreendendo-me, sua mão desliza sobre a minha. Olho


para cima, travando o olhar com ele. Meu coração para.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Crescendo com dois irmãos turbulentos e uma família de
malucos, tive que ser alta e forte. Não deixaria nada me
afetar. Nunca significou que não era amada, e que as outras
mulheres da minha família fossem fracas. Era porque era filha de
Max Carter. E se alguém vivesse com o comportamento autoritário
dele, viveriam com qualquer coisa. E vivi. E ninguém nunca se
desculpou por dizer algo ofensivo para mim. Sabiam que
aguentaria, e conseguiria. E se algum parente realmente me
aborrecesse, sabiam que se arrependeria imediatamente. E não
apenas porque piraria. E sim porque me amam e nunca desejariam
me machucar de verdade.

Até agora, nunca soube o que significava para alguém além


da família se importar. Deu-me uma pausa. Uma forte. E a batida
rápida do meu coração não torna isso melhor. Quero derreter
numa poça, que não sou. É tão confuso. Tenho que lembrar que é
meu chefe.

E um grande idiota.

Com ombros caídos e boca reta, parece envergonhado.

E se eu fosse outra pessoa vendo aquele indício de culpa,


confessaria ou gritaria 'piada'. Contudo, não sou só alguém. E
meio que adoro fazer as pessoas se sentirem desconfortáveis.

— Soou errado e realmente sinto muito se insinuei o


contrário. Ficaria melhor se a deixasse pedir a sobremesa que
quiser?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Empurro o nariz, enxugando os olhos. Arrastei-o para o
shopping a trinta minutos de casa e me certifiquei de escolher o
restaurante mais caro. — Seria um começo.

— Falei que sinto muito — sua voz gentil, carinhosa. Viro para
encará-lo, perdida nas órbitas dos olhos verdes. — O que o tornaria
melhor?

Termino de tomar um gole da bebida e o olho de frente. —


Para começar, me deixar escolher minha roupa.

— Claro, claro — desvia o olhar brevemente.

Quando vira, sorrio largamente e pego outro pedaço de seu


bife.

— Ótimo.

Aperta os lábios, estreitando os olhos.

— Acabou de brincar, não é?

Termino de mastigar antes de afirmar. — Com certeza.

Cruza os braços, descansando-os contra a mesa, um sorriso


lento espalhando por seu rosto. — Eu a deixaria escolher de
qualquer maneira.

Suspiro, machuca que alguém realmente me superou.

— Permitiria?

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Encolhe os ombros. — Critico para o trabalho, nunca a
forçaria a usar algo que não se sentisse confortável.

— Não foi o que pareceu no primeiro dia em que o conheci.


Sabe como um terninho é desconfortável? E como me sinto ridícula
usando um?

— Aposto que não ficaria ridícula — arregala os olhos um


pouco, como se não desejasse confessar isto.

Gemo internamente quando pisco automaticamente.

— Não falei que ficaria ridícula. Ficaria gostosa para caralho.


Apenas me sentiria. Não me importo em diminuir o que visto, mas
não mudarei quem sou.

Não fala por um momento, parecendo pensar e acena


rapidamente.

— Lidarei com isso.

— Bom. Agora, há mais alguma coisa que precisa passar ou


podemos pedir aquela sobremesa que prometeu?

Sorri, balançando a cabeça.

— Vá em frente, apenas não me leve à falência.

Estendo meu dedo médio na direção dele.

— Agora, pediu por isso.

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— Como que assumiu a empresa? — pergunto, colocando as
mãos nos bolsos do casaco. O vento sopra ao nosso redor, o ar está
frio e gelado agora que a chuva passou.

Dá-me uma segunda olhada antes de responder.

— Papai não está bem. Tenta há mais de um ano manter a


estação funcionando, porém não melhora e a carga de trabalho só
aumenta.

— Não sabia que estava doente. Ficará bem, certo?

Abaixa a cabeça, enfiando o queixo sob o lenço preto enrolado


no pescoço.

— Não. Foi diagnosticado com câncer há cinco anos e


sobreviveu, contudo, ano passado fez um check-up e a doença
retornou, mais forte e rápida. Não tem muito tempo. Preparava-me
para assumir o negócio, contudo foi internado há algumas
semanas, acelerando o processo. Será transferido amanhã para
uma casa de repouso.

Bem, merda. Meio que gostava do velho. Paramos no meio de


uma passagem pavimentada rodeada de lojas.

Esfrego o braço dele suavemente. Sua atenção volta para


minha mão antes de virar para mim.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


108
— Realmente sinto muito pelo seu pai. É um cara bom. Um
burro duro. Mas... nem todo mundo pode ser perfeito como eu.

Uma pequena risada escapa enquanto fixa o olhar em mim


com admiração.

— Deveria ser eu enquanto crescia. Acha que foi duro com


você... foi mais conosco. Entretanto, nos amou. E o amamos
também. Será difícil. — Engole em seco, incapaz de encontrar meu
olhar.

— É por isso que fodeu meu podcast e desapareceu após dois


segmentos?

Riu.

— Farei todas as semanas. O comunicado foi publicado


ontem. Se eu quiser me manter atualizado, não posso ficar sentado
em cada um de seus segmentos.

Inclinando a cabeça, pondero.

— Deveria dar a Chrissy e Morgan do 2º andar mais trabalho.


Queria mais responsabilidade na empresa. E se me perguntar, o
diploma dela é desperdiçado naquele lugar sem mais trabalho.

— E Morgan?

Encolho os ombros.

— Ele bebe chá noventa e dois por cento de seu dia de


trabalho. Precisa ganhar seu salário.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


109
— Ok, pensarei e moverei algumas coisas.

Empurro-o levemente no ombro.

— Não sou apenas um rosto bonito. — Paro, estreitando os


olhos. — Não significa que pode passar mais tempo me irritando
no estúdio.

Rindo, gesticula para que eu vá em frente. — Anotado. Agora,


em qual dessas lojas gostaria de entrar e quanto tempo leva, hum,
para escolher uma roupa?

Quero chutar o filho da puta na canela, porém porque acabou


de contar que o pai está morrendo, não posso. Não posso brincar
com ele. Já parece pálido, provavelmente imaginando a quantidade
de tempo que ficará sentado dentro de uma loja.

Antes que respire, duas pessoas à frente chamam minha


atenção e entro em pânico. Minha respiração acelera quando viro,
empurrando Clayton para longe de mim. Deveria entrar na loja,
quando começa a cair, quero chorar. Afasto-me quando chega ao
estande de esteticista, derrubando uma vitrine de caixas de
presente no chão.

Droga!

Ando mais rápido e colo um sorriso quando Charlotte e tia


Kayla acenam.

— Hayden — Minha prima cumprimenta.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


110
Se fosse qualquer outra mulher da minha família, seria boa,
mas a garota não sabe como guardar um segredo ou ser sutil.

E não preciso do meu pai sendo... bem, sendo ele.

Minha tia tenta não rir e sei que me viu empurrar Clayton. De
jeito nenhum tratarei disso, não agora. Nunca.

— Que diabos, Hayden? — Clayton grita, assim que elas me


alcançam.

Gemo, olhando para o céu.

— Oi Charlotte, Tia Kayla — saúdo, fingindo não ouvi-lo.

— Acabou de me derrubar — rebate, caminhando ao meu


lado.

— Conhece-o? — Charlotte pergunta, olhando com admiração


para o homem ao meu lado.

— É um sem-teto. Estou alimentando-o.

— Não parece um sem-teto para mim — anuncia minha tia,


balançando as sobrancelhas.

Torço meu nariz, a encaro. — É.

— Sem teto? — ele pergunta, a raiva do empurrão foi


substituída por confusão.

Charlotte bate palmas de empolgação.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


111
— Você não é satanás como os outros a chamam, é um anjo.
Estou tão orgulhosa.

Ri ao meu lado, então enfio meu cotovelo em seu estômago.

— Obrigada, espere, me chamam de maldito satanás?

— Por que não estou surpreso? — murmura o idiota.

Charlotte enruga a teste e faz um beicinho.

— Sim, o tempo todo. Embora sejam principalmente os


homens da nossa família. Seu pai contou sobre você encontrar o
esconderijo de doces dele esta manhã.

É isso.

— Como ousa me acusar. Você sabia? — pergunto, olhando


para minha tia.

Tenta esconder o sorriso, é inútil.

— Desliguei-os, mas havia algo sobre uma caixa de segurança


e código.

Ele não pode provar que fui eu. Não pode. E me ofendi por me
acusar. Estou farta de receber a culpa, mesmo que mereça.

— E o vídeo — acrescenta Charlotte, tirando os fios de seu


cabelo ruivo do rosto.

— Vídeo? — Engulo em seco, sentindo o sangue drenar do


meu rosto.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


112
Bem, isso explica as vinte e três chamadas perdidas quando
acordei.

— Sim, avisou que tinha evidências.

— Oh Deus. Estou tão ferrada.

Clayton limpa a garganta, chamando a atenção de


todas. Minha prima sorri, pegando a bolsa e tirando uma nota de
cinco libras.

— Precisa de mais comida? Não que pareça morrer de fome.


Oh Deus, foi rude. Digo, parece estar em boa forma.

Sorrio, fazendo com que pare de divagar. Ele gentilmente


levanta a mão, recusando o dinheiro.

— Não sou sem-teto.

Sinto o olhar acusador dele em mim.

Olha do homem para mim antes de dar um passo para trás.

— Não é outro rastejador, é? — sussurra e grita.

— Sim — confesso.

— Não — grita Clayton. — Sou...

— Ajudará com a festa de despedida de Faith — solto, virando


para encará-lo. Quando abre a boca, o acotovelo na lateral do corpo
novamente. — Não é?

— Hum, sim? — questiona e rolo os olhos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


113
Sua expressão é cômica agora, me olhando como se fosse
louca.

— Encontrou um lugar para a despedida de solteiro?

— Despedida de solteiro? — pergunto a tia Kayla, limpando a


cabeça. Ninguém mencionou isso para mim.

— Sim, quer uma simples agora. Os amigos de Beau podem


não chegar a tempo, então pediu para fazer isso como uma coisa
de família e amigos, algum lugar para irem ao mesmo tempo.

Presa no local, encaro meu chefe com olhos arregalados.

— Hum, Clayton teve algumas ideias, não é?

Abre e fecha a boca, seu rosto um pouco pálido. — Hum,


Mingles.

— Mingles? — Kayla questiona, enrugando a testa.

— Sim, é um... clube?

Encaro-o mais uma vez, feio.

— Pergunta ou afirma? — indago. Um maldito clube. É uma


despedida de solteiro, não uma sexta à noite. Teríamos feito isso
nós mesmos. — Que tipo de planejador é?

Levanta o dedo indicador para Kayla e Charlotte, antes de


agarrar meu braço e me puxar por um segundo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


114
— Por que age como se fosse realmente um planejador de
festas? Não sou — grita, sorrindo para as duas, que assistem com
expectativa.

Fazendo uma careta, encolho os ombros.

— Desculpe. Esqueci e me empolguei. O que é Mingles?

Joga as mãos para cima.

— Não sei — grita, antes de estremecer. Olha por cima do


ombro novamente por um segundo antes de se aproximar,
sussurrando. — É um novo lugar que o Date Night quer que
verifiquemos. Não tem o selo de aprovação do conselho da empresa,
então gostam de receber feedback antes de qualquer verificação.

— Então, o que é? Parece um clube de strip.

Olha para trás. — Não tenho certeza. Não se esqueça, não sou
um maldito organizador de festas. Vá em frente. Sempre pode
mudar o destino depois.

— Todos os anos vamos ou tentamos, e de vez em quando,


alguém fode tudo. Normalmente um dos rapazes. Se foder com isso
para mim, pode dar um beijo de adeus no seu trabalho. Porque o
enterrarei — advirto, antes de virar para Kayla e Charlotte com um
sorriso brilhante. — Será fantástico, pessoal.

— Sim, adorará. Tem de tudo. Um amigo meu é dono de Cabin


Lakes. Pedirei que alugue algumas cabines por um preço barato.
Se tiver alguma reserva.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


115
Viro e o encaro. O que aconteceu com a mudança de
destino? Agora ouvirão o preço barato e desejarão ir.

Charlotte levanta os olhos de seu telefone.

— Tem coisas de homem?

Esfregando a nuca, concorda. — Sei que Dean colocou uma


pista de lama no novo campo que comprou. É muito popular entre
os moradores e turistas.

— Então, iremos. Teremos certeza que é tudo que Faith e Beau


procuram antes de dizermos qualquer coisa. Devemos continuar
procurando.

— Faith disse que sim — anuncia Charlotte, arruinando


qualquer esperança que mudasse isso. — É em duas semanas.
Perguntou se pode reservar lugares para todos, incluindo Jaxon e
quatro lugares extras para qualquer chegada de última hora. Há
alguns que ainda não têm certeza se irão.

— Eu? — grito, sentindo a respiração acelerar. Não tenho


paciência para essa merda. E se for uma porcaria, sou eu quem
levará a culpa.

— Por que eu? Não deveríamos procurar mais?

— Sim, você. Lily tenta acalmá-la, então não pode. Está


estressada, então quer agendar agora.

A expressão de Kayla suaviza num sorriso triste.

— Sente falta dos avós.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


116
Culpa me atinge como um caminhão.

— Bem, merda, é claro que irei.

Estende a mão coberta por uma luva, acariciando meu braço.

— É uma boa menina.

— Obrigada — agradeço, murcha.

Viro para Clayton ao meu lado, pensando em maneiras de


retribuí-lo por isso.

Charlotte dá um passo à frente, abraçando-o.

— Salvou o dia. Obrigada.

Ele me olha, as sobrancelhas franzidas e a mandíbula


cerrada. Não retorna o abraço, parecendo tão tenso que tenho
vontade de rir.

— Foi tudo Hayden — diz, gentilmente empurrando-a para


longe.

Volta o sorriso para mim.

— Não acredito que falou que era um sem-teto, boba. Sei que
queria que fosse uma surpresa, porém poderia ter contado. Se eu
e Scott nos casarmos, pode organizar o meu.

Kayla, parecendo em pânico, observa a filha por qualquer


sinal de brincadeira. Sei que não dirá nada sobre ser muito cedo
para esse tipo de conversa. De qualquer maneira, ainda não.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


117
— Sou incrível, sei — falo rápido. — Bem, é melhor irmos.
Muita organização e tudo.

— Divirta-se... — Kayla comenta, com olhos brilhando.

— Pedirei a Hayden para enviar seu e-mail para finalizar tudo.


Se tiver tempo, mandarei um bolo de agradecimento — Charlotte
diz a Clayton.

Sorri presunçosamente, como se ganhasse o jackpot3. —


Obrigado.

— Talvez...

— É tão gentil da sua parte — digo a Charlotte, interrompendo


Kayla. Sorrio com a vingança perfeita.

Trocamos adeus e, assim que saem, viro, estreitando os


olhos.

— Você — estalo, apontando meu dedo — comprará alguns


sapatos novos também.

3
Prêmio acumulado em máquinas de cassinos ou em sorteios de loterias, onde o valor aumenta sucessivamente com
cada jogo efetuado e não contemplado com o prêmio máximo.

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118
CAPÍTULO SEIS
Pisando na chuva torrencial, corro pelo estacionamento até a
Nightingale Care Home, que é parcialmente controlada e
administrada por Tracey, minha chefe. Meus dedos doem de evitar
que o guarda-chuva voe. Pisando sob a alcova da entrada, sacudo
as gotas de chuva da sombrinha, depois a coloco para
baixo. Suspiro aliviada, grata por conseguir, mesmo encharcada.

O estacionamento está surpreendentemente vazio devido à


chuva implacável. Chove muito; é a Inglaterra; é
enlouquecedor. Parecia que cacos de vidro atingiam minha pele,
caiam com muita força. O vento não está melhor. O lixo espalha-
se pelas estradas e calçadas de onde é jogado nas lixeiras, deixando
destruição por toda parte. Veicularam a notícia no rádio, que
árvores caíram, bloqueando estradas.

Se Tracey não precisasse desesperadamente de mim aqui, não


arriscaria dirigir até o trabalho. Algumas das enfermeiras e
profissionais avisaram que não viriam, devido as estradas
bloqueadas ou enchentes.

Querendo sair do frio, alcanço a porta, mas meu telefone


tocando no meu bolso me faz dar um passo para trás para ver quem
é. Pegando-o, meu coração dispara com o nome piscando. Rob é
um colega de Beau na estação. Conheci-o na festa de noivado dos
meus primos ano passado. É dez anos mais velho que eu, um cara

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


119
bonito. E embora não nos demos muito romanticamente, ficamos
amigos.

Antes que a noite terminasse, se ofereceu para ajudar se


algum dia perseguisse meu sonho de ser repórter. Não me formei
em inglês para desperdiçá-lo com conselhos de amor.

Por isso, quando pedi informações sobre o aumento de roubos


na área, ficou feliz em cumprir sua palavra e me manter
informada. Quero fazer um artigo ou segmento sobre maneiras de
evitar que sua casa seja invadida; maneiras baratas e eficientes de
obter segurança e o que fazer caso se encontre na posição de estar
na casa enquanto é assaltada.

As pessoas imaginam o que fariam se houvesse um incidente,


como arrombarem suas residências, um incêndio ou o filho sendo
sequestrado e pode planejar quanto quiser, mas nada prepara para
a coisa real. Quero aconselhar sobre como sair desse pânico, do
estado de congelamento e depois instruir sobre o que fazer.

— Rob, o que tem para mim?

Grunhe, me fazendo sorrir. — Olá, também.

— Desculpe, oi. Agora, o que tem?

Ri. — Realmente é alguma coisa...

— Incrível, sei. Agora...

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


120
O suspiro pesado não augura nada de bom. Uma sensação de
afundamento me atinge e descanso contra a parede, me
preparando. Não será bom.

— Precisa encontrar outra história.

— O quê? Por quê?

— Apenas confie em mim.

— Não. Preciso disso. Se meu chefe me levará a sério, tenho


que trazer algo que não possa dizer não, exclusivo.

— É perigoso, Hayden. A repórter, Christina, que seguia pistas


sobre a história antes de você, foi atacada ontem à noite.
Encontram-na em Rock Lane a uma hora de distância de onde foi
levada. Morreu de hemorragia interna no início desta manhã.

— Oh Deus — expiro, chocada. — Espere, vazou pistas antes


de entregá-las para mim?

— O quê? Não. Bem, mais ou menos. Temos certas


informações que liberamos ao público. Dei a ela algumas dicas
extras ou atualizações. Procurava por uma senhora que deu uma
declaração durante a invasão de Sutherland. É amiga de um
amigo.

— Oh, certo.

— Largue isso agora e nos deixe lidar com a história. Conheci


sua família. Não os quero atirando em mim. Seu pai meio que me
assusta.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


121
Não! Não desistirei. Não quero entrar na política quando
nossos jornais já sangram com besteiras, ou divagam sobre o que
alguma celebridade comeu no café da manhã. Desejo algo
diferente, que os leitores anseiem ler. Algo que se
relacionem. Preciso dessa história.

— Espere, o que ela procurava? Talvez não estejam


conectados.

— Hayden.

Ouço a pena em seu suspiro pesado.

— Conectam-se. Recebeu cartas mandando manter o nariz de


fora.

— E essa era a única história que seguia? — Meu cérebro


trabalhando, tentando descobrir o que me incomodava.

— Não, há mais alguns, mas...

— Então, podem nem estar conectados. Conte o que tem para


que eu decida — imploro. — E mande detalhes da repórter. Se quer
me manter segura, não me forçará a procurar respostas.

— Mandarei um e-mail com o que temos, porém, aviso para


não fazer isso.

— Olha, antes pensei que fossem apenas alguns caras


querendo ganhar dinheiro rápido porque não se importavam em
conseguir um emprego. Porém, não é, certo?

— Não.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


122
Parece resignado pela maneira como sua voz abaixa.

— Há uma nova gangue perto da cidade que investigamos. No


início, não pareciam causar problemas. Mantinham-se isolados.
Agora, as evidências continuam nos levando a eles e os caras
continuam mudando de localização.

— Arrombamentos? — pergunto incrédula.

— Sim. Achamos que é a maneira de novos recrutas


ingressarem. Garantir a lealdade. Seus crimes aumentam, como se
uma simples invasão não fosse suficiente agora. Precisam fazer
algo mais para provar que são melhores que o último cara que
entrou. Ficam violentos, e cada vez que nos aproximamos, mudam
para outro esconderijo. Estão sempre um passo à nossa frente.

— Não obteve evidências do assassinato de Christina?

Meu cérebro trabalha sem parar, tentando compartimentar as


informações e os cenários para fazer as perguntas certas.

— Não, nada. Quem quer que lidere a gangue sabe


exatamente o que está fazendo.

— Hmmm — murmuro, mais para mim que para ele. — Não


faz sentido. Não para mim. Gangues não tem mentores. São
inteligentes, cruéis, perigosos e ilusórios, mas não tem mentores.
Não os imagino matando alguém e sabendo como encobrir. Há algo
que perderam.

— O que quer dizer?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


123
Ignorando-o, continuo desejando obter mais fatos. — E
quanto às anotações dela?

— Temos policiais procurando, até agora não tivemos sorte


em localizá-las.

— Ou não estão lá — pondero. — O que não me contou sobre


ela?

O telefone sussurra e o imagino esfregando a mão no queixo.

— Enviou-me uma mensagem há alguns dias dizendo que


tinha outra carta, mas não pararia. Acreditava que era uma tática
de medo, que não se mostrariam. Avisei contra isso. Sentiu que
estava no caminho certo, contudo, não revelou o quê. Ontem,
mandou uma mensagem falando que faltava trinta minutos, que
tinha provas suficientes para prisões e que pegaria algo no
escritório. Nunca chegou aqui. Quando não conseguiu. Depois de
uma hora, pedimos que a equipe saísse e procurasse. Havia sinais
de luta, a encontraram fora da cidade.

— Não é sua culpa — ouço a culpa derramando em suas


palavras.

— Não é? Disse a meu chefe o que ela fazia há mais de um


mês, quando descobrimos que poderia ser uma gangue. Falei que
precisava parar. Concordou e conversou com ela. A mulher
também não o ouviu. Quando a primeira carta chegou, mandamos
o turno da noite dar um passeio.

— Então deveria ter ouvido seu conselho. Não é sua culpa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


124
— Significa que deixaria para lá?

— Talvez. Não sei — admito e antes que reclame, continuo.

— Prometo mantê-lo atualizado com o que farei. E que não


farei perguntas ou bisbilhotarei onde não devo. Manterei apenas
para pesquisa. Embora, gostaria de uma chance de falar com seu
chefe, colegas de trabalho ou quem quer que ela procurasse
quando tivesse descobertas.

— Tudo bem, imploro aqui, Hay. Não a quero bisbilhotando.


Prometa. Se descobrir que fez perguntas e colocou seu nome no
radar deles, eu mesmo prenderei sua bunda.

— Pelo quê? — Estalo.

— Roubou uma nota de vinte da carteira do seu irmão na festa


de noivado.

Reviro os olhos. — Devia-me.

— Não parecia assim quando ficou com raiva.

— Não comigo — penso na expressão de Liam quando


percebeu que o dinheiro dele tinha acabado.

— Não, quando descobriu que era você, houve um monte de


puxões de cabelo.

Rio, gosto da memória. Chorou por uma hora por causa disso.

— Jesus, ok, prometo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


125
— Obrigado.

— Parece surpreso — digo mal-humorada.

— Conheço-a e a sua família. Adora drama.

Maldito Beau por pintar os Carters como loucos. Somos uma


família normal e respeitada.

— Não sou estúpida. Além disso, acho que a repórter já


descobriu tudo e assumo que é maior que as invasões.

— Se diz.

— Sei que sim. Chame de intuição. Tinha algo grande


suficiente para levar primeiro à polícia e não ao jornal.

— Deveria ter se tornado uma policial — pondera.

Ri. — E lidar com idiotas o dia todo? Não, obrigada. Acabaria


presa. Já tenho dois irmãos e muitos primos para lidar — franzo o
nariz com a sugestão. — Olha, preciso ir. Estou fora do trabalho e
realmente preciso entrar.

— Deixarei você ir então e enviarei os documentos.

— Obrigado por fazer um bom trabalho.

— De nada.

Dizemos adeus antes de encerrar a ligação. Uma vez que o


telefone está seguro no meu bolso, salto para cima e para baixo,
acenando.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


126
— Arrasarei com essa história e me tornarei uma repórter de
notícias — balanço a bunda de um lado para o outro.

— Meu Deus, Hayden, entre — Tracey grita, fazendo-me


gritar. Prendo a respiração e vejo o jeito que me
encara. Provavelmente se perguntando como minha bunda maluca
acabou trabalhando para ela.

— Entrará ou não?

Aceno, dando um passo à frente. — Desculpe, estou indo.

O cheiro pungente de lavanda no linho fresco é


agradável. Lavanda é um cheiro que nunca me pegou antes de
meus avós falecerem. Agora, sou a favor. Lembra muito vovó, do
amor com que nos mimava.

Cheira a casa.

Pegando uma fronha da cadeira de camurça marrom, termino


de fazer a cama. Temos um novo paciente que estava internado
sendo transferido do hospital e preciso preparar o quarto para a
chegada dele.

O som de alguém se aproximando me faz olhar para a


porta. Amelia entra cambaleando, de cabeça baixa, seu estômago
prodigioso liderando o caminho.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


127
— Boa noite, Amelia.

Cobre a barriga em um gesto protetor, estremecendo de medo.

— Caramba — grita, ofegante.

Levantando as mãos, entro em pânico. — Por favor, não entre


em trabalho de parto.

Ri forçado. A tensão em sua expressão denuncia. Está com


medo. Vejo na maneira como percorre a sala com o olhar e como
seu corpo treme.

— Tudo bem. Só não a vi. E não entrarei. Demorará mais dois


meses.

É uma das muitas enfermeiras que trabalham aqui, que eu


gosto. É deslumbrante. Seus olhos castanhos estão misturados
com um verde escuro. Quase brilham, a cor é muito intensa. São
quentes e cintilam de alegria, mas de vez em quando ficam turvos,
assombrados e perdidos. Isso me preocupa, e gostaria que se
abrisse. A única coisa que aprendi sobre a mulher misteriosa é que
não fala sobre o passado. Ou o pai do filho por nascer e a garotinha
que trouxe quando ela e a mãe visitaram a tia.

Seu rico cabelo preto cai logo abaixo dos ombros quando o
solta. Hoje, o tem em duas tranças francesas torcidas na nuca. E
embora esteja grávida de sete meses, digo que ainda tem o corpo
esguio.

— Ufa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


128
— Desculpe, exagerei. Eu, hum, realmente não achei que
alguém estivesse aqui.

— Tudo bem? — Percebo que parece mais distraída que o


normal.

Às vezes, os pacientes que precisam de cuidados de vida não


saem do hospital.

Balança a cabeça, organizando os pensamentos. Está naquele


lugar onde não parece estar aqui, no presente. Cola um sorriso
brilhante, assentindo.

— Sim, tudo bem. Estou em minha cabeça. Vim verificar se o


quarto estava pronto porque os carregadores chegaram. Isso me
lembrou que ainda preciso encontrar um lugar para morar.

— Perguntarei ao meu tio. É dono de uma agência de locação.


Tenho certeza que arranjará algo.

— Obrigada. — Sorri, passando a mão pela túnica. — Só me


avise. Nesse ínterim, nosso novo paciente, senhor Cross, chegou.

Sr. Cross. Não pode ser. Não, não quer dizer...

— Aqui é seu quarto, Sr. Cross, — Tracey declara, sorrindo


para a sobrinha, Amelia, enquanto entra.

Fico boquiaberta com meu ex-chefe, sentado em uma cadeira


de rodas, a perna levantada e engessada. Envelheceu dez anos
desde a última vez que o vi. A pele parece murcha e velha. Tem

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


129
tubos de oxigênio no nariz e bolsas pretas sob os olhos. Nunca o vi
tão... velho.

— Hayden?

Gemo ao som da voz que passei a amar e odiar. Choque


transparece em seu tom com aquela palavra. Age como se fosse
uma perseguidora e, se o Sr. Cross não fosse um paciente, faria o
papel como vingança.

Oh Deus, isso não está acontecendo.

Vestindo uma camisa azul marinho e calças pretas, parece


casual. Bem, casual para ele. Ainda parece que passou a ferro a
boxer. Estou tão acostumada a vê-lo em ternos que é um pouco
enervante. Tinha certeza que, no dia em que não usasse terno o
acharia pouco atraente.

Estava errada.

Parece mais quente. É meio injusto. Minha roupa casual


consiste no meu pijama de O estranho mundo de Jack que tem
manchas de doritos nele.

— Sr. Cross — cumprimento, olhando para o homem lindo


invadindo meus sonhos.

Cross Sênior recua repentinamente, sua expressão se


contraindo de desespero.

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130
— Por favor, diga que não demitiu a única pessoa que
mantinha a estação funcionando — se irrita. — O que falei? —
Direciona a frustração para mim. — Pagará o triplo para retornar.

— Sr. Cross... — começo.

— Pai — Clayton fala.

— Não venha com 'pai' para mim, filho — dispara. — E,


Hayden, não sou mais seu chefe. Chame-me de Weston.

Engulo em seco. É como se voltasse ao escritório e me


repreendesse por socar Harry no estômago quando pensei que me
apalpava. Não estava. Foi apertar minha mão. No entanto, não
sabia disso na época.

Afasto os pensamentos. — Weston, o que tento...

— Contrate-a de volta, filho.

— Jesus, pai, não a demiti — praticamente grita.

A expressão dele é adorável. Não tem certeza se dizemos a


verdade ou não. — Então por que ela está aqui, filho?

— Este é seu segundo emprego? — Clayton pergunta,


quebrando o silêncio que segue após a pergunta do pai. Examina
a sala por um momento antes de seus lábios se contorcerem em
diversão, como se não acreditasse.

— Sim. É tão difícil acreditar que dedico meu tempo a ajudar


idosos? Merecem ser tratados com respeito em seus últimos

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


131
momentos na Terra — argumento rispidamente, antes de fazer
uma careta, voltando-me para Weston. — Sinto muito.

Sorri. — Não sinta.

Tracey e Amelia bufam. Frustrada, as encaro. — Sinto.

Cabelo branco crespo é a primeira coisa que vejo quando Sally


invade a sala, com o rosto vermelho brilhante.

— Você! — grita. — Roubou minhas guloseimas de novo.

É outra bruxa que reclama de tudo. Não ficaria surpresa se


formaram seu próprio grupo.

Expressões condenatórias se fixam em mim e gemo, incapaz


de encontrar seus olhares.

Garantirei que apenas o canal dois funcione na TV dela


quando tiverem saído mais tarde.

Os carregadores dão-lhe um amplo espaço quando começam


a colocar as caixas no quarto e os auxiliares colocam Sr. Cross na
cama.

— Não, Sally, não fiz. — E realmente não fiz.

Desta vez.

Furiosa, investirá em mim, mas Tracey a bloqueia.

— Quero que seja despedida!

— Sally, ela afirmou que não...

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


132
— Fez. Betty a viu sair do meu quarto.

Bufo. Outra bruxa. Porque as deixam dividir o andar, não


sei. Chamo isso de salão louco.

— Betty provavelmente está com eles.

Desligo Tracey tentando acalmar a velha quando Clayton fica


ao meu lado, dando aos homens espaço para trazer as caixas. Fico
tensa, mantendo-me imóvel. Estou preocupada que, se chegar
mais perto, me esfregarei nele. Cheira tão bem. Como canela e
especiarias.

Inclina-se para baixo, sua respiração soprando em meu


ouvido.

— Porque não estou surpreso que roube doces de senhoras —


falha em manter a diversão fora do tom.

— Doce minha bunda — estalo. Afasta-se e inclino a cabeça,


encontrando seu olhar. — E não fiz, desta vez não, de qualquer
maneira.

— Sim, fez — grita Sally. — Roubou minhas gomas de frutas


da última vez. Se não estivesse tão cansada da medicação, gritaria
e a faria ser demitida. Pega a de Bernie e outras também.

Bufando, minhas pálpebras fecham em fendas. — Eu ajudei.


Tem dentaduras, Sally. Não havia como ser capaz de mastigá-
las. — Respiro fundo, sem querer gritar. — E as substituí por
marshmallows.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


133
Funga, virando. — Nem gosto de marshmallows.

— Comeu o saco inteiro muito bem. Não minta.

— Sally, por que não a colocamos em seu quarto e pegarei


uma maçã do escritório — Amelia ordena suavemente.

— Não gosto de maçãs, também — resmunga, antes de voltar


seu ódio para mim. — Isso não acabou.

Assim que saem da sala, sinto todos os olhares em mim.

— Realmente? — Clayton comenta.

Deus, este homem. — Não é meu chefe aqui, então não me


faça socá-lo.

— Violenta também — provoca, erguendo as sobrancelhas.

É isso.

— Não roubei as guloseimas, bem, roubo, mas apenas porque


não quero ouvi-los gemendo no dia seguinte porque perderam um
dente, que seu açúcar está muito alto ou que seu IBS queima.

— Bem, não é a doadora.

— Jesus, é um babaca fora do trabalho também.

— Trabalham juntos? — Hope pergunta, entrando na sala


com uma prancheta dobrada contra o peito.

Ainda encaro Clayton quando arregalo os olhos em descrença.

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134
Porquê!

Porque, depois de anos do segredo mais bem guardado da


minha família, ele entra e o estraga depois de cinco minutos.

Vira meu mundo de propósito.

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135
CAPÍTULO SETE
Meu futuro passa diante dos meus olhos. Tudo que imagino
ou ouço é a reação do meu pai. Falará sem parar sobre como meu
trabalho o fez se aposentar mais cedo e como o traumatizou para
o resto da vida.

Oh Deus.

Minha família me pedirá conselhos e terei de ouvi-los.

Estarei morta num mês.

Tenho que sair dessa.

— O quê? — Minha risada soa estranha, forçada, até mesmo


para meus ouvidos. — Não é meu chefe. É um... — sua mão
cobrindo minha boca silencia a desculpa que inventaria.

— Oh não, não — Clayton late. — Não sei que desculpa


absurda inventaria, mas não quero nenhum envolvimento desta
vez.

Empurro sua mão da minha boca e dou um passo para trás,


afrontada, mesmo que estivesse certo.

— Não inventaria... — com a expressão de repreensão,


suspiro, meus ombros cedendo. — Ok, iria.

— Hum, o que está acontecendo? — Hope pergunta, sua voz


suave, preocupada.

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136
De frente para ela, não posso deixar de ver o cabelo loiro
branco, pele clara e lisa e olhos verdes penetrantes. É a cara da
mãe dela e tão bonita. O que demorei a me acostumar foi vê-la de
túnica azul. Estou orgulhosa quão longe foi, e o uniforme é uma
lembrança do que conquistou. Antes de se formar em enfermagem,
usava uma túnica branca como a minha.

Assiste, esperando por respostas e não mentirei. É uma das


minhas melhores amigas.

— Não contará a ninguém, incluindo Ciara e Ashton. Sério —


advirto.

— Oh Deus, realmente trabalha como espiã para o governo?


— Corre ainda mais para dentro da sala.

Isso é realmente muito legal. Por que nunca pensei nisso?

— Queria...

— Trabalha para mim numa estação de rádio/podcast,


aconselhando as mulheres sobre amor e sexo — interrompe
Clayton, observando-me incisivamente.

Numa rápida olhada, pensei que Hope processava, mas


olhando mais de perto, seus ombros tremem. Pulo quando
gargalha.

Olha-nos antes de rir ainda mais. E continua. E continua.

Socando Clayton de leve no braço, libero minha fúria sobre


ele.

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137
— Quebrou-a.

— Não, não fiz — dispara. — Deveria ser honesta com ela.

— Por que contaria? — Jogo as mãos para cima. Tento tanto


não o estrangular. Mesmo bêbada, não soltei sobre o que faço para
viver. Sei de qualquer maneira. E num momento ele poderia muito
bem receber toda minha família e lhes contado.

— Por que não? — Afasta-se quando soco-o novamente. —


Pare de me bater.

Cerro os dentes.

— Se quisesse que soubessem sobre minha ocupação,


contaria. Agora minha vida acabou. Acabou, Clayton!

— Agora está sendo apenas dramática. Pare de agir como


louca.

— Louca? — Dou um passo na direção dele. Tem o bom senso


de voltar atrás, seu corpo ficando tenso. — Não viu loucura. Minha
família é doida. E acabou de colocá-los em cima de mim. Meu pai
será insuportável por meses, agindo como se fosse aquela que o
traumatizou quando todos sabemos que ele trouxe isso sobre si.
Serei a pessoa a quem pedirão conselhos. — Dou um passo para
trás, respirando fundo.

— Hum ...

Dou um passo à frente, cutucando-o no peito. — E não seja


arrogante comigo. Fez algo que pedi para não fazer.

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138
— Oh meu Deus, falou sério — interrompe Hope, a voz baixa,
incrédula.

É quando noto que a sala inteira está em silêncio.

Desconfortavelmente assim.

— Não contará a ninguém — advirto, desespero vazando em


minha voz.

— Aconselha pessoas sobre relacionamentos? — me pergunta.

— Sim — desejo que esquecesse o que ouviu.

Torce o nariz. — Isso é sábio?

Por que tinha que dizer isso como se se preocupasse comigo,


ou melhor, com as pessoas?

— O que quer dizer?

Nervosamente, brinca com o cabelo, enrolando-o no dedo.

— Bem, quando aconselhou Maddox sobre a garota que não


parava de persegui-lo, ele dormiu com a irmã dela. Que era casada,
preciso lembrá-la. Quase foi preso por se defender.

Reviro os olhos.

— Disse para fazer algo que a afastasse. Não que fosse duro
com todos seus defeitos. Não sabia que dormiria com a irmã dela.

— E quando disse a Madison...

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139
— Não conhecia todos os fatos — minha voz aumenta. —
Como saberia que o cara tinha uma contração muscular? Falou
que piscava muito para ela.

— Mandou-a fazer um grande gesto, e ela não só caiu de cara


no chão quando usou os saltos que usou, e o cara era gay.

— Talvez devêssemos olhar... — Clayton começa.

Aponto meu dedo em seu rosto. — Cale-se.

— Só digo que talvez...

— Já falou suficiente — rosno, antes de implorar a Hope, na


esperança de alcançar seu coração macio. — Poderia, por favor,
manter isso entre nós?

Uma expressão astuta pisca em seu rosto. — O que tem para


mim?

— Sério? Somos família. Não é o suficiente?

— Mortal — declara. — Fiz suas tarefas por uma semana


quando me protegeu sobre toda a coisa de Harry.

Rio, lembrando da vez em que a peguei beijando um


menino. O pai dela virava a esquina e, para ficar quieta, mandei
que fizesse minhas tarefas.

— Tudo bem. — Penso em algo que deseje. Gemo com o


pensamento, sei que é algo que inventou de qualquer maneira. —
Darei a Maddox uma chave para que durma na minha casa e não
a incomode.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


140
Sorri em triunfo, levantando o punho no ar. — Combinado.

— Quem é Maddox? — Clayton pergunta, e por um momento,


parece bravo, pisco, acreditando que imaginei.

Uma risada irrompe pela sala e congelo, esquecendo por um


momento que não estamos sozinhos.

Uma mulher está ao lado da cama, seu corpo alto e esguio,


elegante em sua blusa branca e calças pretas.

Grita sofisticação.

O cabelo castanho claro e espesso está puxado para trás


numa mecha na nuca. É linda.

E pelas características faciais familiares, acho que é irmã de


Clayton.

Observa divertida, com um brilho nos olhos.

— O quê? — Verifico meus dentes, certificando-me que nada


está preso lá.

— Falei que era ótima — comemora Weston.

Salto na ponta dos pés.

— Awww, afirmou que eu era ótima? — Orgulho me enche,


então algo me incomoda. — Espere, por que sou ótima?

— Nada — a filha dos Sr. Weston responde, seus lábios ainda


se contraindo. — Sou Mia, irmã de Clayton.

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141
— Hayden — murmuro quando compartilha um momento
com o irmão, deixando-me fora do diálogo silencioso acontecendo.

— Não, Mia, simplesmente não — afirma.

— Perdi algo?

— Apenas a ignore. Acha-se inteligente.

— Hum, ok. — Falo lentamente.

— Desculpe interromper, mas preciso que Clayton e Mia


venham comigo para assinar e preencher a papelada. Também
podemos revisar o plano de cuidados enquanto cuidamos do Sr.
Cross — anuncia Tracey.

— Mostre o caminho — responde.

— Pai, voltaremos assim que preenchermos tudo.

— Vá, ficarei bem — promete.

Ela se inclina, beijando-o na bochecha antes de seguir


Clayton e Tracey para fora.

— Realmente dá conselhos? — Hope pergunta assim que se


vão.

— Sim, agora esqueça.

— Simplesmente não imagino.

— Não tem outras coisas para fazer?

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142
— Sim, já vou. Vejo-a no jantar — informa, colocando o
prontuário de Weston na fenda ao lado da cama.

Depois que ela sai, olho para as caixas empilhadas no


canto. Os quartos aqui são de bom tamanho em comparação com
outros lares de idosos.

Metade é arrumada basicamente como um quarto de hospital,


só que um pouco mais aconchegante. Tem uma cama reclinável,
um lavatório, duas cadeiras e alguns armários. E o acesso ao
banheiro é no canto. Do outro lado, possui duas poltronas
reclináveis confortáveis, uma estante de livros, armário, cômoda e
um aparelho de TV que pode ser girado em torno do
quarto. Existem também algumas prateleiras e ganchos de parede
para objetos pessoais e fotos.

No entanto, mesmo com o amplo espaço, não parece grande


suficiente para desempacotar o que está nessas caixas.

— Então, perguntaria no que se meteu, contudo, já sei. O que


não sei é o que fez com a perna. Não tentou o Floss4 de novo, não
é?

Ri. — Senti falta de sua boca inteligente, mocinha.

— Sabia que gostava de mim.

— Caí caminhando ao banheiro. Fraturei dois ossos.

Torço o nariz.

4
Passo de dança que mexe somente os braços e quadril.

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143
— Se alguém perguntar, andava de moto pela cidade. Parece
mais legal.

Seu rosto ganha um pouco de cor. — Gosto mais desse


motivo.

— Eu também, entretanto, Weston, é razão para estar aqui?


Poderia pagar uma enfermeira.

Dá um tapinha na lateral da cama, então me aproximo e


sento, perto de sua perna boa.

— Estou velho e morrendo.

— Mórbido — comento, uma tristeza me atinge. É uma boa


pessoa, era um bom chefe. Não merece isso.

Sua risada se transforma numa tosse sibilante, então me


inclino, puxando a bandeja com água em minha direção. Entrego-
lhe o copo, dando-lhe um momento para se recompor.

— Não... não queria ficar em casa. Viram minha esposa, a mãe


deles, morrer. Não quero que passem por isso de novo. Não desejo
que mudem as rotinas para cuidar de um velho. Clayton,
assumiria, mas a carreira decolava, então... — Fecha os olhos, o
rosto contraído como se uma lembrança lhe causasse dor física.
Quero perguntar mais sobre ele, porém percebo que agora não é a
hora. — Não estava pronto. E Mia, conseguiu sociedade na firma
de contabilidade em que trabalha. Tem marido. Não pedirei que
suspendam a vida por mim. Partirei em breve e precisarão dos
trabalhos para voltar, especialmente Clayton.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


144
Aperto seu joelho, achando difícil não me emocionar. O que
estava fazendo era altruísta. Mesmo em seus últimos momentos,
cuida dos filhos.

— É muito corajoso da sua parte. Porém, querem estar lá para


ajudá-lo.

— E podem. Pelo menos comigo aqui não se preocuparão o


tempo todo que estou sozinho. Não precisarão largar nada ou vir
em meu auxílio se uma enfermeira ligar dizendo que estou doente.

— Mas...

Coloca a mão fria sobre a minha. — Pare, Hayden. Estou bem


com minha decisão. Não tiro férias há dez anos. Agirei como se
fosse uma.

— Ok, ok — desisto. — Cara, o que há com todas as caixas?

— Empacotaram meu quarto em casa. Qualquer coisa


sentimental era importante para mim, então encaixotaram. Preciso
deles perto — responde, há mais em sua voz.

Há tesouros nessas caixas que quer ver antes de ir. E


entendo. Minha avó estava doente antes de falecer, morreu
pacificamente nos braços de meu avô. Quando os encontramos, foi
devastador, contudo bonito ao mesmo tempo. Se escolhesse a
forma como deixaria este mundo, seria exatamente como fizeram,
durante o sono. Quero deixar este mundo nos braços de alguém
que ame e rodeado da família.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


145
Weston é uma bomba-relógio. Pode ir a qualquer minuto e
quer passá-lo cercado pelas coisas que ama. Pessoas que ama. E
saber que tudo ficará bem quando for.

Não o culpo por isso.

— Por que não começo a acomodá-lo enquanto esperamos


Clayton e Mia chegarem?

— Vá em frente, porém, não se importarão em fazer isso.

Verifico se ninguém está na porta antes de dizer:

— Entre você e eu, prefiro limpar banheiros que ir para a


próxima da lista. A mulher que está lá tem uma queda por bater e
cuspir em mim. E enquanto estamos no assunto, fique longe do
quarto dois-zero-dois e do convidado dela.

— Por quê? — pergunta, contraindo os lábios enquanto


respira fundo e constantemente.

— Porque satanás os criou para serem espinhos no mundo.


Preocupo-me que o levem com eles. Não deixe que o corrompam.

Ri, ofegando um pouco.

— Hayden Carter, com medo de duas velhas.

Um suspiro murcho me escapa. — Não, me preocupo em


matá-las.

Ri, batendo na coxa. — Estou tão feliz por tê-la aqui nos dias
em que trabalhar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


146
Sorrio, dando-lhe outro copo d'água.

— É por causa da minha personalidade, certo?

— Algo parecido. — Limpa a garganta antes de continuar. —


Como é trabalhar com meu Clayton?

Pega de surpresa, cravo as unhas nas mãos. Não posso dar a


resposta que precisa agora. Ou quer ouvir. Afirmando que quero
matar o filho dele, mas imagino foder o dito cujo na mesa, não é
exatamente algo que admitiria para um homem moribundo.

— O quê? — pergunta, claramente clicando o fato que não


quero responder.

— Não quer perguntar isso enquanto estiver chapado de


remédios.

— Quando começou a parar de falar o que pensa? E o que


meus remédios têm a ver com isso?

É minha vez de sorrir. — Porque quando entregar sua bunda,


quero que se lembre. Agora, descanse um pouco e deixarei este
quarto mais aconchegante. Quando Clayton e Mia voltarem, podem
me avisar se quiserem mexer em alguma coisa.

— Não discutirei. Sinto-me um pouco sonolento — abaixa a


cabeça.

Deve ser difícil para um homem independente e trabalhador


confiar nos cuidados dos outros.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


147
— Durma um pouco — sussurro, esperando até que feche os
olhos para me mover.

Alcançando a primeira caixa, um pensamento me atinge como


uma tonelada de tijolos e gemo. Não só trabalharei na estação ao
lado de Clayton ou sairei em encontros com ele assistindo, o verei
aqui também.

Estou tão ferrada.

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148
CAPÍTULO OITO
O ar está abaixo de zero esta noite quando saí do carro. Fico
feliz que Hope tinha um casaco que combinava com meu vestido
vermelho justo. Tudo que tinha eram jaquetas de couro, nada que
combinasse com o tipo de restaurante em que estou. O casaco de
lã preta cai até os joelhos e é abotoado até o peito. Tem um cinto
que passa em volta, mas em vez de amarrá-lo ao meu redor, resolvi
amarrar atrás, não querendo aquela sensação de restrição. O
restaurante localiza-se próximo a um belo lago. Rivers abriu há
alguns meses e a luxuosa churrascaria não tem nada além de boas
críticas online. Estou animada para experimentar algumas delícias
saborosas do menu.

No exterior, possui um local com mesas, abrigado pelo


mirante do pavilhão de madeira. Se a comida for boa,
definitivamente gostaria de voltar para ver no verão.

Entrando, o calor me envolve. O lugar é chique, talvez um


pouco demais e provavelmente é por isso que não ouvi sobre a
inauguração até que Clayton mencionou onde seria meu primeiro
encontro.

É um dos muitos restaurantes numa lista de coisas para fazer


no Date Night. É a primeira fase do programa. A segunda, se
escolher ver seu encontro novamente, é um encontro de
atividade. Caminhadas pela natureza e escaladas. A terceira é um

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


149
encontro fora, embora tenha a opção de continuar com a fase um
ou dois até que esteja pronto.

— Hayden? — Clayton chama, parecendo inseguro. Viro e


perco o fôlego. Veste um terno azul-marinho com uma gravata
vinho e uma presilha no meio.

Só posso cobiçar o belo espécime na minha frente. É


ridiculamente quente. Por que tem que ser um idiota? E meu
chefe?

Demoro um momento para perceber que me examina


também. Desfiz o casaco quando entrei, então tinha uma visão
completa dos meus seios e como fico gostosa no vestido. Ajusta-se
a todos lugares certos.

O que me surpreende é como sua postura muda


repentinamente. Balança a cabeça, como se limpasse a mente,
antes de se endireitar. Mandíbula cerrada, me encara.

— Ótimo, está aqui. Agora temos apenas quarenta e cinco


minutos para repassar os planos para a noite. — Talvez não me
examinasse.

— Estou dez minutos atrasada. Precisei voltar para casa para


trocar os sapatos. Não consegui dirigir com eles.

— Os de duzentas libras? Que precisava ter?

Sorri, encontrando satisfação em seu beicinho. — Sim. Agora,


continuaremos perdendo tempo ou sentaremos?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


150
Abre a boca para argumentar, porém decide contra.

— Venha — ordena, dirigindo-se às cabines.

Aproveito para olhar ao redor. Há muito bege, dourado e tons


suaves decorando o restaurante. A pouca iluminação é
aconchegante. O verde dá cor. Há muitos arbustos minúsculos
com luzes cintilantes ao redor deles. Gosto disso. Faz com que o
local se destaque em relação a todos os outros restaurantes que se
copiam por terem fotos de paisagens ou ornamentos antiquados
decorando o local.

— Bem-vindo a Rivers, Sr. Cross. Hoje, está na suíte Dove. Se


quiser me seguir, o acomodarei — explica a garçonete, o rabo de
cavalo alegre balançando de um lado para o outro com seus
movimentos enérgicos.

Seguimos até a sala principal, perto da entrada. A sala de


jantar é moderna e convidativa. As luzes das velas tremulam nas
mesas, que são decoradas com lindos castiçais, redemoinhos
dourados em todas as direções.

Quando entramos na sala ao lado, não posso evitar a pequena


dose de ansiedade que tenta, porém, não consegue, subir pela
minha espinha.

Está lá, permanecendo na superfície, por razões


desconhecidas.

Sou uma pessoa confiante em todos aspectos da vida, porém


esse sentimento é estranho. É como se a sala gritasse para eu sair,

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


151
que não pertenço àquele lugar. E não pertenço. Tenho uma boca
suja, não me importo com quem me irrite e adoro hambúrgueres.

Uma vez que o pensamento entra na minha mente, bufo. Sou


Hayden Carter, pertenço onde quero, as outras pessoas que se
danem. E quem se importa se me destacar contra outros clientes
que estão cheios de joias e vestidos brilhantes ou ternos caros?

Dirigimo-nos para o fundo da sala, onde se encontram quatro


janelas de sacada extremamente grandes, que nos dão uma bela
vista do lago. Decoraram as árvores com luzes de fadas, e o reflexo
refletido na água parada é hipnotizante.

Mas o que me tira o fôlego é a hera subindo pelas paredes e


teto, flores brancas brotando do verde.

Alguém se esforçou muito para dar a este lugar, caráter e


charme. E conseguiram. É fascinante.

Com luzes cintilantes entrando e saindo da planta, dá a sala


um toque íntimo. Não apenas sexual, é outra coisa; algo que não
entendo.

— Você virá? — Clayton pergunta, antes de limpar a garganta.

Afasto meu olhar do teto para encontrar o dele aquecido no


meu. Perco-me em seus olhos e, por um minuto, esqueço que não
estamos aqui num encontro. Por uma fração de segundo, esqueço
que é meu chefe e dou um passo à frente, querendo puxá-lo para
mim e envolver meus braços no pescoço dele.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


152
A realização me bate e paro, esfregando meu peito, chamando
sua atenção para meus seios. Meu coração está acelerado e,
embora a parte maluca do meu cérebro queira me lançar sobre ele
e fazê-lo esquecer seu nome, a outra, a que herdei da minha mãe,
está com os pés bem colados ao chão.

— Sr. Cross, sua mesa — a jovem anuncia, seu tom


mostrando quão desconfortável é nosso olhar.

— Sim, hum, desculpe — se aproxima e puxa a cadeira para


mim. É bem perto da janela, dando-me uma bela vista do lago.

Arqueio a sobrancelha para o gesto gentil.

— Posso ser um cavalheiro, Hayden.

— Não comentei nada — pondero, achando difícil esfriar


minha libido.

— Deixe-me pegar seu casaco — oferece, dando um passo


atrás de mim.

Bem, não está cheio de surpresas?

As pontas dos dedos dele roçam a gola do meu casaco. Não


está tão perto, mas juro que sinto o calor de seu corpo. Tudo que
quero é recuar e me inclinar em seu abraço.

De alguma forma, o pequeno gesto parece sexual, como um


jogo de preliminares. O toque leve de seus dedos passa ao longo do
meu pescoço, fazendo com que um fogo queime em minhas veias.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


153
A parte de trás do meu vestido é bastante baixa. Foi a única
coisa que ele não viu quando fomos às compras. Amo isso. Dá
personalidade e me faz sentir mais como eu, ao invés de uma
Barbie falsa brincando de se vestir. Isso e porque sabia que o
deixaria louco.

No segundo em que a pele tonificada das minhas costas é


revelada, há uma mudança na sala. Ele pausa os movimentos
lentos e tortuosos, deixando o casaco sob meus cotovelos e respira
fundo. O som fez meu pulso disparar.

— Meu casaco — lembro-o, minha voz baixa e sem fôlego


enquanto olho por cima do ombro.

Desejo exala dele quando fala.

— Hum, sim. — Pega, deslizando-o suavemente pelo resto do


caminho antes de entregá-lo à garçonete. Sento, sorrindo quando
empurra minha cadeira.

— Posso anotar as bebidas? Pedirei a uma garçonete que


traga.

— Tem Bowmore Darkest5?

— Sim.

— Quero um, por favor e minha amiga um suco de laranja.

— Imediatamente — responde, antes de nos deixar a sós.

5
Marca de Whisky.

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Enrolo o lábio. — Esqueci de dizer o que queria beber.

Suspira cansado. — Não discutiremos. Sei que está dirigindo,


então não beberá álcool. Enche os escritórios com caixas de
Ribena6, então sei que gosta de bebidas doces. Por experiência, não
consigo imaginá-los ter sua escolha no cardápio, então para
economizar tempo e o constrangimento de passar pelas bebidas,
pedi.

Bem, merda, como argumentaria contra isso? Deveria estar


chocada que notou meu vício em Ribena, mas tudo que ouvi foi que
eu espalhava lixo.

— Ok, então — respondo teimosamente, precisando da última


palavra.

— Continuemos.

— Sim.

— Como sabe, selecionamos todos os candidatos que Date


Night combinou com você. Foi reduzido para três.

— Fez uni-duni-tê, é isso?

— O quê?

— Não importa. Continue — afasto a confusão dele.

6
Marca de origem britânica de refrigerantes não carbonatados e carbonatados à base de groselha e
concentrado de bebidas de frutas.

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— Quanto ao encontro como um todo, se apresentarão e
partirão daí. Faça o que faria normalmente. Pelas anotações de
Chrissy, ficará satisfeita com quem escolhemos.

Ele não parece satisfeito.

— Qual o nome dele?

Passa o dedo pela tela do tablet que puxou do bolso,


enrugando a testa.

— Não tenho certeza. Não parece que Chrissy enviou os


documentos informando.

— Fale-me sobre ele. Suponho que leu meu arquivo, então é


justo.

Limpa a garganta. — Possui um negócio de sucesso e


recentemente compartilhou suas funções com outro membro da
equipe, de modo que não trabalha mais por longas horas. Família
é importante, que é o que você colocou no seu questionário. Passa
muito tempo com eles, então seu par deve ser compatível com uma
grande família. Algumas das respostas correspondem
praticamente às suas — comenta.

Torce os lábios como se provasse algo azedo.

— Doa seu tempo para cuidar de animais. Havia uma foto dele
segurando um leitão. Também é bom em atividades esportivas —
termina a lista.

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— Parece incrível — respondo amargamente. Por mais que
adore as coisas que faço com minha família quando viajamos, não
sou realmente alguém que descreveria correr como um hobby ou
diversão. Gostaria que as pessoas o chamassem pelo que
é. Tortura.

Coloca o tablet sobre a mesa antes de cruzar os braços,


encostado na toalha de linho branco.

— Agora que está feito, por que não explica porque disse ao
meu pai que falei que se vestia como uma vagabunda?

Uma risada barulhenta escapa, chamando a atenção dos


outros clientes.

— Basicamente escreveu no contrato que as roupas usadas


não revelariam muita pele e para ter certeza que eram adequadas
para o trabalho.

— Não fiz isso — rebate, mantendo o tom baixo para que os


outros não ouçam.

— Fez, mas não foi por isso que exagerei.

Examina meu rosto, esperando por uma resposta, porém


permaneço quieta.

— Não fiz nada. Às vezes não te entendo — geme, jogando as


mãos para cima. — Por que diria isso? Agora ele acha que tem que
se preocupar que sou pouco profissional.

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Dá à garçonete um breve aceno quando coloca nossas bebidas
na mesa.

Agradeço antes de responder.

— Porque você sabia que eu voltaria para buscar aquelas


trufas e bolos de creme quando tivesse uma folga. Seu pai os deu
para mim, não para você.

— Senti fome — defende, já esquecendo quem sou.

Posso detectar uma mentira a um quilômetro de distância.

— Sério? Então por que sua irmã contou que levou o resto
para casa?

— Maldita Mia e sua boca grande.

Estava ansiosa por essas malditas trufas, já que Sally


garantiu que todos os residentes soubessem onde esconder seus
suprimentos de guloseimas.

— Derrame.

— Esqueci.

— Tente novamente.

— Tudo bem, queria ter uma reação sua, porque falou àquela
enfermeira que eu era gay.

— Flertava com você.

Abre e fecha a boca, antes que pense no que argumentar.

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— E? Isso a incomoda?

Reviro os olhos. — Fiz um favor, se quer saber. Está taciturna


desde que a neta da senhorita Wilma trouxe seu bebê, alguns
meses atrás. Quer alguém para engravidá-la. Ouvi conversando no
telefone.

Sangue escorre de seu rosto. Sei que deu a ele seu número. Se
manteve ou não, não sei.

— Realmente?

Não e sim. Ela quer um bebê, reagi muito duramente porque


não gostava que flertasse com meu chefe. Particularmente não
gosto dela, ponto final. Tem um jeito de fazer com que os outros
que trabalham com ela se sintam pequenos, especialmente Amelia,
que é nova. Fiz a idiota mudar de pensamento naquela noite, não
só por causa de Clayton, mas porque chamou a outra de gorda.

— Sim, fala sobre isso há meses. Até admitiu fazer sexo


desprotegido com o ex-namorado.

Choque rola dele e leva alguns minutos para agarrar a posição


em que quase se deixou ficar.

— Obrigado. Sinto muito levar suas trufas.

Inclino a cabeça para cima, fingindo estar fascinada com a


decoração antes de virar.

— Agradeça-me por não mencionar o código de vestimenta


novamente.

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159
— Afirmei que joguei fora o contrato. Foi você quem trouxe
isso ao meu pai.

— Também significa que não pode continuar trazendo à tona


toda chance que tem quando vê o que visto.

Estreita os olhos.

— É uma mulher muito conivente, Hayden Carter.

Sorrio, satisfeita com o elogio. — Obrigada.

Nega sem acreditar. — Desistirei se fizer isso.

— Incrível — digo, ficando em silêncio por alguns minutos


enquanto tomo um gole de suco. — Como funcionará? Quero dizer,
se sentará com a gente ou tem uma mesa em algum lugar?

Contrai os lábios. — Não precisa se preocupar comigo. Estarei


ali — aponta para a mesa atrás dele, uma fileira depois. — E tenho
um encontro.

Começo a ficar enjoada com a notícia.

— O quê? Quem? E como pretende cuidar da minha


segurança se prestará atenção ao seu encontro? — exclamo,
falhando em manter a voz baixa.

— Uau, acalme-se. É uma das mulheres que trabalham para


Date Night. Não são apenas mulheres que podem ser multitarefa,
sabe.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


160
Observo-o com ceticismo. — Agora está apenas sendo rude.
Se for sequestrada porque pensa em foder a mulher na sua frente,
seja rápido para ter seu testamento e arranjos para o funeral
resolvidos.

— Está dramatizando de novo. — Sorri. — Me assombrará do


outro lado? Estou tocado por se importar.

— Por favor, não leve meu aviso como preocupação. E rezará


para que te assombre quando meu pai terminar com você.

Ele murmura algo baixinho que não ouço bem.

— Fala, não o ouvi.

— Faz seu pai parecer louco.

Não foi isso que falou, deixo passar, sentando na cadeira.

— Oh, é, não da maneira que pensa. Sim, se sua única filha


fosse morta, sorriria enquanto o esfola vivo, mas não foi só isso que
quis dizer. Meu pai tem um jeito de conduzir as pessoas à beira de
sua própria loucura. Implorará pela morte se colocar os olhos em
você.

— Já namorou alguma vez?

Surpresa, aceno. — Sim.

— Estou surpreso, se os avisou sobre seu pai.

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161
Sorrio, inclinando-me um pouco sobre a mesa. — Oh, se estou
num relacionamento, o cara não precisa se preocupar com meu pai
se fizer algo errado. Tenho minha própria marca de loucura.

Parece imperturbável. — Nisso acredito, contudo, Hayden,


não preciso me preocupar com seu pai. Levo isso a sério, e se em
algum momento se sentir desconfortável, estarei lá num segundo.

— Bom, porque odiaria envergonhá-lo causando uma cena


neste restaurante requintado.

Sorri, levando o copo aos lábios antes de fazer uma pausa e,


em seguida, o estende para mim. — Pegue. Vou levá-la para casa
em seu carro e pedirei um táxi para me buscar lá.

Sem querer dizer não, pego a bebida, cheirando o conteúdo.

— Obrigada.

Sorri e sei que espera que recuse e peça uma bebida


feminina. Tomo um gole, vendo suas pupilas dilatarem com
admiração. É forte e amargo, mas não deixo transparecer, engulo
o líquido forte.

— Oh, e, Hayden, não me envergonho facilmente. Posso lidar


com sua loucura.

Aperto as coxas, incapaz de puxar meu olhar para longe dele


enquanto lentamente abaixo o copo.

— Aposto que sim — sussurro roucamente.

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162
CAPÍTULO NOVE
Não acredito que farei isso.

Tudo que aconteceu com Faith passa pela minha mente.

Coloco-me em perigo? É meu fim?

Os Carter têm um jeito de entrar em problemas. Entretanto,


todos acabaram com suas almas gêmeas, eu, nem tenho um
interesse amoroso em potencial. Não é um romance ou um filme.

Poderia estar na presença de um serial killer esta noite e


morreria sem conhecê-lo. Ou talvez já o conheci e o afugentei com
minha personalidade encantadora.

O processo de tudo isso é uma coisa assustadora. Posso


cuidar de mim, mas não significa que procurarei confusão por
causa disso.

Então há a questão de saber se gostarei dele ou não.

Clayton me fará sentar para uma refeição de três pratos,


fingindo gostar de sua companhia?

Meu estômago dá nós de tanto nervosismo.

De encontrar um desajustado. Por conhecer alguém de quem


posso realmente gostar. Esse sentimento condenado não me
deixará.

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163
Solto uma risada de quão louca pareço, até para mim
mesma. É um encontro, não uma série dramática sobre o que não
fazer na presença de um assassino. Se alguém ouvisse meus
pensamentos agora, provavelmente me internaria.

Clayton me observa com uma sobrancelha levantada.

Provavelmente se pergunta como ficou preso com a colega de


trabalho mentalmente instável agora.

— Se algo acontecer, ele morrerá primeiro — murmuro.

— O quê? — pergunta.

Pressiono os lábios quando percebo que falei em voz alta e dou


de ombros. Sua atenção é desviada quando uma loira alta e de
pernas compridas se aproxima da mesa. Levanta para
cumprimentá-la, sorrindo como um gato que pega o creme
enquanto se inclina para beijar a bochecha dela.

Poderia ser mais cafona?

Realmente precisa ligar para pedir conselhos, porque beijá-la


no primeiro encontro que a leva.

E se não gostar dela no final ou ela não gostar dele? Será


desconfortável para os dois.

Ela provavelmente ficou sentada lá imaginando-o no dia do


casamento. Pobre alma.

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164
Passando a mão para cima e para baixo em seu braço, inclina
a cabeça para trás, rindo de tudo que sussurrou. Está rindo como
se o cara fosse realmente hilário.

Imediatamente não gosto da mulher. Claramente, é falsa,


porque ele não reconheceria uma piada se isso o mordesse na
bunda.

Sua roupa grita desespero. É curta, mas não suficiente para


ser sacana e mostra mais decote que eu. Aposto que ele não diz
nada para ela sobre como se vestir adequadamente.

Um pigarro na minha frente quase me faz cair da cadeira.

Meus olhos quase saltam das órbitas quando pousam em Reid


Hayes presunçosamente sentado na cadeira na minha frente. Sua
camisa roxa escura e impecável está desabotoada na parte
superior, a cor fica bem nele. Arrumou o cabelo e tem um cheiro
divino. Vestiu-se para um encontro, então o que não entendo é
porque sentou na minha frente.

Examino a sala em busca de qualquer sinal do meu par, não


querendo que o assuste, antes de abordar o assunto.

— Reid, não pode estar aqui.

— Por quê? — Sorri, recostando-se na cadeira como se fosse


seu lugar.

— Por que sorri? Vá embora, encontrarei alguém.

— Não farei isso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


165
Meu Deus, é irritante.

Aparece em todos os lugares ultimamente, ao que parece.

Landon e Lily têm muito a responder, trazendo este muppet


para nossas vidas.

Nossa garçonete dá os primeiros passos até a mesa.

— Posso pegar uma bebida, senhor?

— Ele não ficará — digo bruscamente, olhando-o.

— Oh, irei... — ela começa. — Quero qualquer cerveja que


tenha, querida — pisca.

Meu telefone na mesa acende com uma mensagem.

CLAYTON: Poderia pelo menos fingir que gosta de seu par. Seja
legal.

Olho para cima e encaro Reid, realização amanhecendo em


mim.

Não. Não pode estar acontecendo.

Por que não consegui pegar o serial killer?

— Não — arrasto, meu estômago revirando.

Sorri. — Agora entendeu.

— Não pode falar sério.

— Acredite, baby.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


166
— Disseram que era um empresário de sucesso que
simplesmente desistiu de algumas responsabilidades para liberar
seu tempo — lembro-o secamente.

Seu sorriso só fica maior com meu desconforto e dá de


ombros.

— Possuo uma porcentagem das Hayes Removals.


Contratamos uma recepcionista para assumir parte da carga de
trabalho. Tenho certeza que Wyatt quer transar com ela.

— Não me importo. E a parte em que doa seu tempo aos


animais?

— Faço. Ajudo minha mãe na fazenda. Os leitões eram uma


adição bonita à foto.

Bem, se não é inteligente. Não posso nem falar que mentiu,


porque tudo que fez foi torcer a verdade para parecer diferente.

— E os ativos esportivos? Porque tenho quase certeza que se


olhar no espelho na academia não conta.

Espera a garçonete colocar a bebida na mesa antes de se


inclinar. — Não achei apropriado escrever 'gosto de foder muito' na
caixa de resposta.

Reviro os olhos.

— É um porco. — Rio mesmo assim. De sua resposta, de como


era tortuoso e de apenas estar nesta situação. Só eu me
encontraria num encontro às cegas com Reid.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


167
Meu telefone acende novamente e o atendo, lendo a
mensagem.

CLAYTON: Quer que cancele o encontro?

Rapidamente olho para a mesa dele e embora seu par esteja


de costas para mim, afirmo que fala pelos movimentos de seus
ombros e a forma como agita as mãos.

HAYDEN: Está ouvindo seu par?

Sorri enquanto lê a mensagem.

CLAYTON: Acho que conheci alguém que fala tanto quanto você
e pensava que era impossível. Mas para responder à sua pergunta,
presto atenção. Posso fazer várias tarefas ao mesmo tempo, lembra?

HAYDEN: Idiota!

— Estou magoado por achar seu telefone mais interessante


que eu. Sou um maldito partido, baby.

Coloco meu telefone na mesa, encarando-o.

— Reid, deixe-me ser clara. Acho secagem da tinta mais


interessante que você. Não é um encontro real.

Respiro fundo, ignorando seu beicinho.

— E como sabia? Por que está aqui?

Ri. — Naquela noite que a encontrei lá em cima, na casa do


seu tio? Peguei pedaços da conversa e juntei tudo. A maior parte,

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


168
de qualquer maneira. Não tinha certeza se combinaríamos, então
adivinhei o que colocaria.

Sim, e os porcos voam.

— Por alguma razão, não acredito.

Rindo, balança a cabeça. — Transei com um dos membros da


equipe que trabalha para Date Night. Consegui que nos juntasse
como um favor para alguém da família.

— Não sou sua família.

— Perto suficiente. E sabia que não queria fazer isso. Estou


entediado, então pensei, por que não?

Quando seu olhar endurece por cima do meu ombro, me viro


na cadeira. Um homem mais velho está jantando com uma garota
mais próxima da nossa idade que a dele.

— Tem uma queda pela ruiva?

Parece confuso por um momento antes de registrar o que


perguntei.

— Não, o cara é alguém em quem temos interesse. Pensamos


que deixou a área e mudou-se. É claro que não.

— Quer ir enfrentá-lo? — pergunto esperançosamente.

Rindo, engole a bebida.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


169
— Não, há uma hora e um lugar para homens como ele. Aqui
não é um deles.

— Testemunhas? — Medito.

— Sim.

Suspiro. — Não tenho ideia de como faremos esse encontro.


Não é real, agora que é você aqui. É apenas jantar com um amigo.

— Por que fala 'amigo' como se provasse algo azedo?

— Não entraremos nisso — advirto-o, sorrindo docemente


quando Clayton olha.

— Bem, por que não tratar como um encontro normal? —


Passa o dedo pelo meu antebraço sobre a mesa. — Pode me usar
como quiser.

Corro meu dedo ao redor da haste do copo, agitando meus


cílios quando vejo meu chefe nos observando, seus lábios definidos
numa linha firme.

— E como gostaria que o usasse?

Sempre o encantador, sorri. — Posso pensar em algumas


coisas.

Rio, me afastando. — Honestamente, por mais chocada que


esteja por você estar aqui, estou meio que feliz. Temi isso desde o
momento em que fui informada.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


170
— O que é isso que faz? Porque tudo que poderia inventar
sobre o motivo de ser paga para ir a encontros acabou comigo
sendo jogado no porta-malas do seu irmão e jogado no meio do
nada.

Bato em sua orelha — Obrigada, babaca. E fizeram isso duas


vezes. Faz parecer o hobby deles.

— Desculpe — faz uma careta, esfregando a orelha. — Pelo


que ouvi, gostam.

Minha família gosta de fazer os homens com quem namoro


trabalhar. Para ser justa, o último cara foi para salvá-lo do meu
pai. O babaca leu minha mensagem errada e me encontrou em
casa.

Levanto o dedo, indicando que preciso de um minuto quando


meu telefone acende mais uma vez com uma mensagem.

CLAYTON: Devíamos simplesmente acabar com isso. Podemos


descobrir algo com Date Night depois.

CLAYTON: Acabou de bater nele? Quer que eu vá?

HAYDEN: Estou bem. E não, tinha um grampo na orelha.

CLAYTON: Cancelarei tudo.

HAYDEN: Estou bem. A menos que seu encontro não seja


adequado?

CLAYTON: Não se trata do meu encontro.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


171
HAYDEN: Bem, não faça isso por minha conta. Estou bem.

CLAYTON: Tudo bem!

HAYDEN: BEM!

Respiro calmamente. — Desculpe, é meu chefe fazendo check-


in.

— O cara com o encontro quente atrás de nós?

Olho para a mulher em questão. Acho que é bonita. De uma


forma arrogante.

— Sim, e não é gostosa.

— Hum, sim, é. Se não desejasse tanto brincar com você,


conversaria com ela no estacionamento. Parece que não se
importaria de ser fodida num carro.

— Bem, bom para você, mas não é o tipo dele.

Bufa. — É o tipo de todo mundo.

Torço o nariz, ainda a olhando.

— Por que ela ri? O cara nem sabe o que é uma piada.

— Puta merda, gosta dele.

Quero tirar o sorriso presunçoso de seu rosto. — O quê?


Absurdo.

Ri, ganhando olhares irritados de outros clientes.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


172
— Então por que o encara e julga o par dele? Parece com
ciúmes. E não esqueceremos, prestou mais atenção no que ele faz
que no que faço.

— Cale a boca. Não tem ideia do que fala. É meu chefe.

— O que é que você faz? Porque estou realmente gostando


disso. Hayden Carter, abalada pelo chefe.

Sorrio docemente para que Clayton não saiba que estou


prestes a chutar esse cara nas bolas.

— Não esqueça, sei onde dorme, Reid. — Respiro fundo. — E


trabalho numa estação fazendo um podcast. No momento, fazemos
um segmento no Date Night.

Sua expressão cai, antes que um olhar de descrença cruze seu


rosto. — É isso? É isso que faz?

— Sim. E agradeceria se não contasse a ninguém.

Levanta as mãos. — Não planejava.

Arqueio a sobrancelha.

— Ok, se fosse mais emocionante, então sim, me gabaria para


seu irmão que sei e ele não.

Bufo. — É Landon. Provavelmente já sabe. Não passa muita


coisa por ele.

— Não sei disso — murmura.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


173
A garçonete se aproxima da nossa mesa com uma bandeja de
comida e o olho interrogativamente. Dá de ombros, parecendo tão
perplexo quanto eu. — Aqui estão suas entradas.

— Não pedimos nada — me desculpo.

Sorri, afastando minha preocupação.

— Foi encomendado pelo Sr. Cross — explica, colocando uma


tigela e um prato de pão na frente de Reid. — Para o senhor, sopa
de ervilhas e hortelã. Para a senhora, caranguejo da Cornualha
com pão torrado. Avise se precisar de mais alguma coisa.

Sai, e tudo que faço é olhar para o desastre na minha frente,


choramingando.

— Quero um menu com comida de verdade.

— Acho que seu chefe a odeia — murmura.

— Por que pensa isso?

— Porque o meu parece uma tigela de vômito e o seu... nem


tenho palavras. Posso dizer que não parece com caranguejo, mais
com bolas esfoladas.

Engulo a bile com a imagem que acabou de pintar. Porque,


acredite ou não, parece um saco de bolas. Esfoladas. Choramingo
novamente quando meu estômago ronca.

— Por que as pessoas pagariam uma fortuna por isso?

— Onde está o bife? — reclama, mexendo a colher na tigela.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


174
Olho para Clayton, que está feliz tomando um gole do que
presumo ser sopa.

HAYDEN: Sabe em que merda de século vivemos?

CLAYTON: Sim, claro.

HAYDEN: Então quem te deu permissão para fazer pedidos


para mim? Posso pedir minha própria comida. Um rato não comeria
isso.

CLAYTON: Engraçado. Cassandra gosta muito da entrada


dela.

HAYDEN: Cassandra pode engasgar-se com isso.

Não sou de deixar comida ir para o lixo, a menos que Charlotte


ajude a prepará-la. Pego meu garfo, rezando para que não tenha
um gosto tão ruim quanto parece. Ou para a cozinha de repente
pegar fogo e me tirar de toda essa provação. Porque se todos saírem
desse jeito, pegarei algo num drive-thru a caminho de casa.

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CAPÍTULO DEZ
O restaurante melhorou um pouco desde que chegamos, a
atmosfera continua calma e relaxada.

A garçonete vai embora depois de entregar um pudim de


caramelo para mim e um bolo de chocolate com trufas e castanhas
para Reid.

Não reclamo.

É a parte mais apetitosa do menu. Até cheira delicioso e não


posso deixar de olhar enquanto lambo meus lábios.

— Sou só eu ou são realmente mesquinhos com as porções?


— Faz beicinho para sua sobremesa.

Rindo, concordo. Não há suficiente aqui para satisfazer uma


criança.

— Se este lugar não custasse uma fortuna, pensaria que


racionam comida.

O comentário dele não foi ouvido quando vi, pelo canto do


olho, Clayton levantar com seu encontro e a levar até a mesa da
recepcionista, onde a garçonete entregou o casaco dela.

Saíra mesmo com ela? É realmente o tipo dele? Tudo que fez foi
rir e basicamente se atirar nele. Quem age assim no primeiro
encontro? Poderia pelo menos fingir agir normalmente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


176
— Esse filho da puta está me deixando. — Solto, batendo meu
garfo assim que saem do restaurante, o braço dele em volta da
cintura dela.

Examina a sala, provavelmente procurando pelo cara que tem


lhe causado problemas. — Quem?

— Meu chefe — chuto-o por baixo da mesa quando continua


a olhar por cima do meu ombro. Dá de ombros, voltando para seu
pudim.

— O cara provavelmente transará com ela no carro.

— Ele não dirigiu. E me dê isso.

Puxa o prato para fora do meu alcance, cobrindo-o com o


braço.

— Não! Compartilhei todo meu jantar com você. Cai fora.


Estou morrendo de fome.

— Alimentou-me com pedaços. — Faço beicinho, agitando


meus cílios. — Só uma mordida?

— Não. Só fiz porque senti o ciúme saindo do seu chefe. Estou


surpreso que não tenho uma faca nas minhas costas.

Verdade. Não sobre o ciúme, sobre Clayton não parecer feliz


nas poucas vezes em que o peguei me olhando. Não estou
convencida que era ciúme, como Reid, que passou todo o jantar me
alimentando com pedaços de seu garfo, tocando levemente minha
mão ou passando o dedo pelo meu braço.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


177
— É um idiota.

Sorri como se fosse uma grande conquista. — Obrigado.

Pego meu telefone, mandarei uma mensagem para Lily,


pedindo para me pegar, sabendo que ela não fofoca, mas o rouba
de mim.

— Não mande mensagens para ele. Não está desesperada. Não


comece agora.

— Era minha carona para casa, e desde que saiu, preciso que
alguém me leve. Ia enviar mensagem para Lily.

— Ela e Jaxon foram patinar no gelo esta noite — informa e


gemo. — E não é seu carro do lado de fora?

— Sim, mas bebi.

Franze as sobrancelhas.

— Bebeu pouco, porque só a vi ter um. Não doerá.

— Não gosto de dirigir alcoolizada.

Ri às minhas custas. — Isso não é dirigir bêbada.

— Não me importo qual seja o limite, simplesmente não gosto


de fazer isso. Embora tenha comido.

Meus pensamentos vagam, perguntando-me se as porções


mesquinhas do restaurante eram suficientes para absorver a
bebida.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— Jesus — murmura, balançando a cabeça. — Tomei dois e
estou bem. Irei levá-la.

Reviro os olhos.

— Sim, porque faz uma pequena diferença.

— Vamos, a levarei — tenta me chantagear acenando o garfo


com um pedaço de bolo de trufas na minha cara.

Teria dito sim sem a oferta de comida, contudo não precisa


saber disso. Inclino-me para frente, lábios entreabertos, pronta
para saborear a delícia gostosa, quando minha cadeira é puxada
para longe da mesa.

Olho por cima do meu ombro.

— O que... — o corpo poderoso de Clayton paira sobre nós e


não parece muito satisfeito. — Pensei que tinha saído com seu par.

— Precisamos ir embora — informa brevemente.

— Não terminei meu encontro.

— Oh, seu encontro acabou.

Meu queixo cai com a audácia. Foi assim que imaginei meu
pai reagindo, embora houvesse mais movimentos de mão e
discursos loucos.

— Não, não, companheiro — Reid interrompe e envio um olhar


de advertência para se calar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


179
— Não sou seu companheiro — Clayton responde antes de me
olhar. — Venha, Hayden. Já pedi à garçonete para pegar seu
casaco.

— Volte para seu encontro. — Tento empurrar a cadeira de


volta para baixo da mesa, mas ele não se move ou afrouxa o
aperto. — Qual o seu problema?

— Há uma emergência no trabalho e Chrissy precisa de você.

— Eu? O que fez para que me chamasse?

Estou perplexa. A última vez que tentei ajudá-la, baguncei


seu sistema de arquivamento e enlouqueceu. Levou semanas para
arrumá-lo. Também não foi minha primeira merda, e é por isso que
nunca sou chamada se alguém precisa de uma ajudazinha no
escritório.

— Explicarei no carro.

Raiva rola dele enquanto continua a observar Reid, incapaz


de me olhar. Se acha que pode me enganar, está errado. Agora,
está cheio de merda. Cheira a isso. E a menos que explique, não
irei a lugar nenhum.

— Bem, a menos que me diga o que é tão importante, ficarei


e terminarei meu encontro.

Consigo empurrar a cadeira para frente e silenciosamente


gesticulo para meu companheiro me dar o bolo que
prometeu. Ergue a sobrancelha, torcendo os lábios em diversão
enquanto oferece uma mordida para mim. Gemo em torno do garfo,

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


180
sensualmente deslizando meus lábios nele. Tem gosto melhor que
o pudim pegajoso, é certo.

— Já chega — Clayton puxa a cadeira de volta. — Está se


envergonhando.

É como se um balde de água gelada fosse jogado sobre


mim. As palavras cortam profundamente, me esfriando até o
âmago.

Endireito-me, meu foco exclusivamente no meu companheiro


enquanto tento dar sentido às emoções que tentam empurrar
através da raiva. Estou magoada, envergonhada, principalmente,
chateada para caralho.

Pisca, cruzando os braços sobre o peito enquanto chuta para


trás, agindo como se sentasse na frente de um jogo.

— Com licença — sussurro, mortal e severamente, enquanto


jogo meu guardanapo na mesa e levanto. — Acabou. Não faremos
mais isso. Podemos encontrar outra maneira de ajudar o Date
Night.

Lentamente o enfrento, sentindo meu sangue ferver enquanto


dispara em minhas veias.

— Não queria fazer isso em primeiro lugar. Praticamente


implorei para não fazer. Contudo, fiz. Pela sua empresa. E ainda,
sou eu quem me envergonho? Não sou eu quem está fazendo uma
cena.

— Surpreendente — murmura Reid.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Encaro-o. — Cale-se.

— Por que ainda está aqui? — Clayton se encaixa, antes de se


dirigir a mim. — Estava certa. Não deveria tê-la feito fazer isso.
Sério, esse cara? Nem mesmo a defendeu.

— Se ela fosse qualquer outra pessoa, já o teria socado por


ser um idiota, mas tem o suficiente nas mãos agora. Acabou de
cometer um grande erro — levanta. — Já vou, ligue se precisar.

— Ela não irá — rebate Clayton.

Encara-o antes de balançar a cabeça com pena.

— Vejo-a em breve, Hayden. A menos que queira uma carona


para casa?

Aceitaria a oferta, querendo me livrar dessa situação. Quer


dizer, como ousa falar assim comigo. Não fiz nada além do meu
trabalho aqui.

— Eu a levo — meu chefe garante asperamente.

Ignora-o, intencionalmente esperando minha resposta.

— Pegarei meu casaco.

Clayton agarra meus braços, não com força, também não


gentilmente. — Hayden, por favor.

Fecho os olhos com o desespero na voz dele. Quero lhe dar


uma joelhada nas bolas, porém algo na maneira como implora...
me impede. Diz que é algo que não faz com frequência.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Olho para Reid, procurando seu rosto como se tivesse uma
resposta para mim. Não faz nada além de esperar, sem me dar
nada. Estou dividida.

— Hayden, por favor, deixe-me levá-la para casa.

Decido ficar, apenas para irritá-lo e obter respostas.

— Estou bem. Pode ir, Reid.

Não o espero sair antes de virar para Clayton e cutucá-lo no


peito. — Isso pode ser uma coisa de trabalho, mas não trabalho
agora. E mesmo se estivesse, não te dá o direito de falar comigo
desse jeito, seu idiota. Esperarei do lado de fora — giro nos saltos.

A garçonete de antes está perto do pódio, tentando ao máximo


evitar contato visual. Provavelmente ouviu a coisa toda.

Quando chego mais perto, noto o rubor em suas bochechas e


bufo para mim mesma. Reid claramente conversou com ela antes
de sair.

— Aproveite o resto da sua noite — comenta, com voz trêmula.

— Sim — respondo maliciosamente, enrolando meu lábio. —


Tenho certeza que irei.

Agarro o casaco, meu temperamento queimando quanto mais


repito as palavras e ações de Clayton em minha cabeça.

O vento frio e cortante bate no meu rosto enquanto entro no


estacionamento mal iluminado. Meu salto fica preso no gelo e meu
coração dispara.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— Porra — gemo, tentando recuperar o equilíbrio e falho.

Mãos quentes me envolvem em um aperto firme.

— Te peguei.

Assim que estou firme, afasto-me.

— Estou tão chateada. Lívida. O que lhe deu esse direito?

— Estava em cima de você.

— Era um encontro — grito. — Um que você configurou.

Desgosto jorra dele.

— Estava a alimentando, tocando-a como se tivesse direito.


Foi um primeiro encontro. E estava lambendo isso.

— O que faço ou não, não é da sua conta. Não me


envergonhava.

— Não, ele a constrangia — responde bruscamente. —


Conseguiu o número da garçonete quando foi ao banheiro
feminino.

— Como se me importasse. É Reid. Flertaria com a própria


avó.

— Conhece-o?

— Sim, por isso estávamos tão confortáveis um com o outro.

Algo pisca em seu rosto e esfrega a nuca.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


184
— Meu Deus, não a entendo de jeito nenhum.

Uma dor atinge meu peito.

— Sim, bem-vindo ao meu clube, idiota.

Estende a mão, a luta deixando seu corpo.

— Hayden...

Dou um tapa em sua mão.

— Não, Clayton. Ultrapassou esta noite e me fez parecer uma


idiota.

— O cara é um jogador.

— Como se você e seu encontro pudessem conversar. Estavam


um no outro. E a risada dela... Deus, poderia ser mais falsa?

Levanto a mão, pronta para cutucá-lo no peito, desta vez é


rápido, agarrando meu pulso e me puxando. Perco o equilíbrio,
caindo contra ele e aterrissando com as mãos em seu peito.

O vento em torno de nós para, o zumbido de um dos postes


acalma e na névoa da noite escura, lá estamos. Só nós.

Uma força imprevisível nos empurra juntos e faíscas


disparam, em busca de uma corrente. Desejo descontrolado me
encara, e antes que reaja, suas mãos passam ao longo do meu
queixo e no meu cabelo. Ergue minha cabeça, se inclinando e
pressiona os lábios nos meus.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


185
Meu corpo relaxa enquanto corro minhas mãos por seus
braços, maravilhada com seu físico, antes de colocá-las em seus
ombros.

Seu beijo não é inocente. Não brinca. É quente e apaixonado,


como se sonhasse com esse momento a vida toda.

Mostra sem palavras como se sente. Também demonstro,


despejando tudo de mim no momento.

Corro as mãos sobre seus ombros, até o peito, sentindo a


batida rápida do coração dele contra minha palma.

Afastando-se, descansa a testa contra a minha, respirando


pesadamente.

— Sinto muito — vacila.

— Pelo quê? — pergunto, ainda queimando por causa daquele


beijo.

O suspiro que solta é cheio de arrependimento.

— Sou seu chefe. Não pode acontecer.

É como ser encharcada com água gelada pela segunda vez.

Com a mão ainda em seu peito, o afasto.

Seus lábios formam uma palavra, mas uma porta de carro


batendo nas proximidades o impede de falar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


186
Viramos para encontrar Reid saindo de sua pick-up, um
sorriso no rosto enquanto fecha o zíper da calça jeans.

Seu cabelo está desgrenhado, as bochechas coradas. Se não


fosse rejeitada depois de compartilhar o melhor beijo da minha
vida, gritaria algo sujo, feliz por ter recebido.

O que me choca é Cassandra saindo atrás dele, enxugando a


boca antes de alisar o vestido.

Pelo menos esta noite deu certo para alguém.

Bufo, olhando para Clayton.

— Pode encontrar seu próprio caminho para casa.

Destranco o carro, entro e rapidamente o tranco


novamente. Leva um momento para desviar o olhar do meu amigo
e Cassandra, e perceber.

Bate no vidro, o ignoro, incapaz de encará-lo enquanto deslizo


para fora dos sapatos e coloco as botas Uggs.

— Hayden — sua voz fica mais alta. — Hayden, espere.

Ligo, dando-lhe uma chance de se mover. Minha expressão


deve expressar o que sinto agora, porque dá um passo para trás,
saindo do caminho.

A última coisa que vejo antes de sair do estacionamento é sua


cabeça baixa enquanto passa a mão pelo cabelo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


187
Se não estivesse tão confusa com mágoa e dor correndo em
meu peito, voltaria.

É o que faria se fosse outra pessoa.

Odeio não saber o que o torna diferente. Por que me sinto


assim quando estou perto dele? E por mais que tente resistir, gosto
do idiota. Não de uma forma em que tenha potencial. É o negócio
verdadeiro. Esse beijo foi tudo que meus pais me avisaram.

“Saberá que é pelo beijo, Hayden. Será como seu primeiro beijo,
mesmo que já tenha sido beijada. O tempo parará, sentirá essa
vibração intensa no estômago e doerá para se afastar. Será o único
a roubar seu fôlego com um beijo e verá estrelas. Alguém cujos beijos
são assim... é o cara” – minha mãe explicou quando eu era
adolescente. A sabedoria dela ficou comigo, e sabia que nunca me
contentaria com ninguém sem aquele beijo.

Meu pai, entretanto, tinha outro tipo de sabedoria para


transmitir. “Se alguém beijá-la assim, deveria ter pelo menos trinta
anos. Caso contrário, dê uma joelhada nas bolas do filho da puta e
corra. Corra como nunca antes”.

Deveria ter seguido o conselho dele.

Se tivesse, não dirigia em estradas escuras e ventosas com


lágrimas de raiva escorrendo pelo rosto.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


188
CAPÍTULO ONZE
O Gears 57 está pausado na televisão enquanto fico
confortável no sofá, um novo pote de sorvete de massa de biscoito
na mão.

Definitivamente, é necessário depois do telefonema que tive


com o chefe de Christina. Ele era um idiota arrogante, mais
incomodado que outra pessoa pularia na manchete antes dele.

Até agora, só especulavam e pediam a apresentação de


qualquer testemunha, o que não vende exatamente jornais.

Tenho mais uma pista, mas para persegui-la, preciso que


Liam me coloque nos arquivos que Rob não compartilhou.

As últimas vinte e quatro horas não poderiam ter dado mais


errado. É como se o universo estivesse contra mim. Depois de
deixar o restaurante na noite passada, bati num drive-thru e fervi
em minha raiva. O toque e a memória do nosso beijo estavam
embutidos na minha cabeça; tocou sem parar até que fui para a
cama e adormeci.

Nem mesmo o melhor beijo que já tive me impediu de


dormir. Nada poderia.

7
Jogo de vídeo game de tiro em terceira pessoa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


189
Mexeu totalmente com minha cabeça, e isso não é uma tarefa
fácil. Sou feita de aço.

Repeti nosso momento, dando finais alternativos. Fui dele me


puxando para seus braços e sussurrando quanto queria me levar
para casa, até bater nele com meu carro enquanto saía do
estacionamento.

Nunca fico sem palavras. Tenho respostas para tudo. É por


isso que passei a manhã de mau humor, com raiva por não ter
nada a dizer. Não gosto desse sentimento. Farei beicinho até às
duas, depois colocarei minhas calças de menina grande e seguirei
em frente.

Tenho duas semanas de folga a partir desta e pretendo gastá-


las juntando meus cacos. E bêbada.

Com a festa de despedida de solteira de Faith chegando,


haverá muito álcool para acalmar meu orgulho ferido.

Meu celular vibra na mesa de centro, tirando minha atenção


dos pensamentos. Relutantemente, coloco meu sorvete na mesa
antes de pegar meu telefone. — Ei, Liam.

— Ei, problemas.

— Encontrou o que precisávamos?

A risada desliza pelo telefone.

— Nem mesmo seu pai era tão exigente e ganharia prêmios


por ser uma diva.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


190
— Não repetiremos os velhos tempos — provoco, sabendo que
me ama.

— Velhos tempos — murmura. — Não sou velho.

— Sabe que o amo de verdade.

— É por esse motivo que faço isso, garota. Entrei nos registros
do jornal e contam a verdade. Não há registros da história em que
ela trabalhava. Contudo o computador dela foi limpo. Quem fez
isso sabia o que fazia porque não encontrei vestígio em qualquer
lugar.

— Tinha certeza que havia algo ali. O chefe dela evitou minhas
ligações durante toda semana e hoje não conseguiu desligar rápido
suficiente.

— Você pode ser difícil — diz hesitante.

Sorrio com o elogio.

— Obrigada.

Não foi como interpretei nosso telefonema, no entanto.

— E quanto à testemunha que Rob mencionou?

— Tem certeza que receberam uma declaração?

— Sim. Falou que não havia nada que pudessem usar.

— Ele viu a declaração?

Onde quer chegar?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


191
— Não perguntei. Apenas presumi que tivesse. Afirmou que
um colega foi buscá-lo. Por quê?

— Porque não existe, Hayden.

Não pode estar certo.

— Como é possível? Eles têm um nome.

— Examinei todo sistema, não apenas o arquivo do caso.

— Isso não é ilegal?

— Tecnicamente, sim, porem ajudei a melhorar a segurança


do computador. Diria que me dá direitos.

Reviro os olhos. — Claro que sim.

— Cavei mais no nome que me deu no caso de algo se destacar


como estranho. Não tenho nada. Só um endereço. Enviarei para
você.

— Obrigada, mas, e a declaração?

— Não tenho certeza, garota — detecto a mentira saindo. — O


sistema não foi hackeado. Surgiria quando fiz a verificação.

— Então, quem mudou teve acesso. — ponderei, mas nenhum


dos cenários era bom. No entanto, ainda não me dá um link de
como conecta o assassinato de Christina e as invasões.

— Não tenho certeza. Não sei o que estava no depoimento para


dizer se era uma informação inútil ou se alguém achou que era

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


192
importante remover. De qualquer forma, não deveria ser tirado do
arquivo. Deveria estar no sistema, mesmo que sendo removida. A
única maneira disso existir no momento é de boca em boca.

— Pensarei sobre isso, ver o que farei. Manterei de Rob por


enquanto. Porque se perdeu, o colocará numa situação difícil. —
Respiro fundo. — Verei a testemunha e espero obter algumas
respostas.

— Hayden, talvez deva esquecer ou pedir a Beau para


investigar. É novo lá e não terá problemas em verificar o que
aconteceu.

— Não quero envolvê-lo por esse motivo. Construiu um lar


aqui. Não quero que seja demitido. Então teria que trabalhar em
outro lugar.

Seu suspiro pesado pareceu conflitante.

— Só não faça isso sozinha, pelo amor de Deus. Não quero


que seu pai revogue meu status de padrinho.

— Já não fez isso quando nos deu aqueles Haribo's8 azedos?

Funga. — Ele não quis dizer aquilo. Sabia que merecia depois
de me embebedar e me colocar naquele bote de borracha no rio.
Acordei com dois cisnes e nenhuma ideia de onde estava.

Uma explosão de risos escapa antes de me recompor.

8
Marca de doces.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


193
— Não irei sozinha, prometo.

— Leve Landon. Ninguém pensará em fodê-la.

Por mais que confie em meu irmão para cuidar de mim, não o
colocaria nessa posição.

Desde o momento em que o senti morrer, me preocupo


constantemente com ele. Sobreviveria à dor de perder alguém, não
importa quanto doesse ou o que significasse para mim, mas se
perdesse um dos meus irmãos, morreria por dentro. São partes de
mim de uma maneira que ninguém mais poderia ou jamais
seria. Somos trigêmeos.

— Verei se está livre — minto.

— Ok, preciso ir, falamos mais tarde.

— Tudo bem. Amo você, tio Liam.

— Também te amo, garota.

Depois de encerrar a ligação, faço um balanço das embalagens


de sorvete e junk food espalhadas pela mesa.

Sou patética.

É suficiente para me tirar do chão e levantar. Não fico


deprimida, nem remoendo. E essa história não se escreverá
sozinha.

Sei exatamente quem pode ir comigo, já que deveriam vir aqui


às duas.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


194
Batendo a porta do carro, o tranco, odiando deixar o calor do
aquecedor.

Sempre estacionamos do lado de fora da casa de Lily quando


visitamos Charlotte. A entrada de sua garagem fica numa pequena
alameda entre a de Lily e a biblioteca que possui na esquina. É
uma pequena rua sem saída, escondida atrás das casas e outros
edifícios próximos à biblioteca.

Como só tem espaço para um carro, estacionamos aqui e


usamos o jardim de Lily para chegar lá. Isso nos poupa de ter que
andar por sua estrada de merda, que tem buracos e poças de lama
quando chove, e de sermos picados por mosquitos crescidos ao
lado.

Blanche fecha a tampa da lixeira quando me nota.

— Por que está aqui? — grita, sua voz como unhas num
quadro-negro.

— Por que você está? Sua data de validade não passou?

Um grunhido rouco escapa dela.

— É a cria de satanás.

Estremeço.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


195
— Se não ofendesse minha beleza, diria que isso a faz minha
mãe.

— Farei com que seja proibida de vir.

Encolho os ombros, sabendo que nunca acontecerá.

— Tente.

— Tudo bem? — A voz suave e musical de Lily pergunta.

Sai, envolta num longo casaco de lã bege e um conjunto


combinando de luvas marrons e um chapéu.

Jaxon está atrás dela, fechando a porta com um sorriso


malicioso quando vê com quem converso.

Droga.

Suspiro.

— Blanche queria que arranjasse alguém para ela.

Seu rosto todo ilumina de felicidade.

— É tão incrível.

— É mentira. Fique longe, criança má. — A mulher rosna,


batendo a porta atrás dela.

— Veio me ver? — Lily pergunta, mordendo o lábio inferior.

— Estávamos de saída.

A culpa em seu rosto me fez tranquilizá-la rapidamente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


196
— Verei Charlotte, virei quando estiver livre.

Solta o lábio, visivelmente relaxando.

— Realmente amo isso.

— Verei vocês mais tarde.

— Espere, quem arrumará para Blanche?

Meu olhar vai de Lily para o marido dela, que parece


presunçoso para caralho.

— O avô de Jaxon.

Deixo-o com a boca aberta e corro pelo jardim até o pequeno


portão que Maverick instalou há pouco para facilitar a nossa ida e
vinda.

Entrando, ouço soluços e vou em direção ao som.

No que se meteu agora? Quando passo por um conjunto de


prateleiras em seu corredor, vejo um lampejo de movimento e me
agacho a tempo de perder seu gato dando um golpe em mim.

A coisa sibila, então retorno o gesto, mostrando meus dentes.

— Não me faça trancá-lo do lado de fora — advirto, antes de


entrar na sala da frente.

A cena diante de mim não me surpreende. Charlotte sempre


foi maluca, por isso que é minha favorita. Mas o que me surpreende
é a cena horrível na televisão.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


197
— Ficou com medo das lágrimas de novo?

Pulando, derrama a tigela de pipoca.

— Oh, Hayden, é tão triste.

Olho para a televisão para verificar se vejo direito.

Estou.

Junto as sobrancelhas.

— O que é?

— Ele era intimidado pelas crianças na escola e os pais


sempre zombavam dele. Aquela — aponta para uma garota de
cabelos castanhos com um machado — apenas zombou dele e
depois o matou.

— Não é o assassino? — Aponto para a coisa de aparência


assustadora na tela enquanto sento, pegando um punhado de
pipoca.

— Sim.

— Então por que está chorando?

Começa novamente quando os créditos rolam.

— Foi tão triste. Só desejava ser amado.

— Bem, então — murmuro, antes de perceber que ela está


sozinha. — Achei que passaria a manhã com Scott?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


198
De repente, está interessada em folhear a Netflix.

— Devíamos encontrar um filme.

— O que aconteceu? — Não deixo espaço para discussão.

Mexe-se no sofá, de frente para mim.

— Perturbei-o. Acha que gosta mais de mim que eu dele.

— E se fosse, qual problema?

Já o odeio, e nem mesmo o conheci. Começaram a


sair. Deveriam estar se conhecendo, não tendo uma competição
sobre quem se preocupa mais com quem.

— Realmente gosto dele. Gosto. Acho que estou fazendo


errado.

Por favor, não deixe que isso seja sobre sexo.

— Fazendo o que errado?

— Ser namorada. Continuo bagunçando tudo.

Seu lábio inferior treme.

— Ele falou isso? — Escondo a necessidade de gritar sobre o


pedaço de merda.

Sinto a mentira antes mesmo dela abrir a boca. Desvia o olhar


para o lado e torce os dedos no colo.

— Não. Não, nada disso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


199
— Charlotte — advirto.

— O que quer assistir?

Suspirando, deixo que pense que desisti. Não desistirei. Darei


a este Scott uma verdadeira saudação Carter e pedirei a Landon
para fazer o mesmo.

Ele se sentirá uma merda quando descobrir. Ama


Charlotte. Foram próximos durante toda nossa vida. Acho que seu
complexo de herói foi atraído pela personalidade borbulhante e
ingenuidade dela.

Com Paisley agora em sua vida, não está muito por aí, e
começa a aparecer. Não quero que o idiota pense que tirará
vantagem dela. É família. Ninguém fode com minha família.

— Por que não assistimos Grey's Anatomy até a hora de sair?


— sugiro, dando-lhe um pequeno sorriso.

— Sair? — pergunta, visivelmente relaxando.

— Explicarei mais tarde. — Ela definitivamente está se


segurando, mas até que esteja pronta para falar, não adianta
pressioná-la. — Que episódio assistiremos?

— Oh, pode ser o episódio em que Izzy casou.

Reviro os olhos.

— Ou aquele em que McDreamy morre.

Torce os lábios.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


200
— Não é um realmente alegre.

— Sério? Apenas sentou aqui chorando por um assassino em


série. Filmes de terror não foram feitos para te fazer chorar.

Medita sobre minhas palavras antes de encolher os ombros.

— Tudo bem, contanto que pule para a parte onde ela conta
as pessoas que ele está morto.

— Depois de assistirmos a cena do carro.

— Combinado.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


201
CAPÍTULO DOZE
— É tão gentil em fazer isso, Hay — Charlotte comenta
enquanto sigo as instruções no sistema de navegação.

— Sei. Amo dar — murmuro, meus pensamentos sobre a cesta


de chá que montei. Espero que não seja muito. Não parecia certo
vir de mãos vazias. E os residentes do asilo Nightingale amam chá.
— Conte-me novamente como você descobriu que ela testemunhou
uma invasão e foi abalada. Você não respondeu mais cedo.

Por uma boa razão. Odeio mentir. Claro, às vezes é divertido


mexer com as pessoas enfatizando demais ou esticando a verdade,
mas mentir abertamente para Charlotte parecia errado.

Porém às vezes, era uma necessidade, como agora. Não


porque ela pudesse descobrir o que faço para viver, e sim porque
sei que se preocuparia, e quando se preocupa, cozinha e fica
tagarela. Nunca acaba bem. Para qualquer um. Especialmente se
estiver muito estressada e gritar para experimentar o bolo
dela. Você come aquele bolo porque, embora seja raro perder a
paciência, quando faz, é uma pessoa completamente
diferente. Então, dizem que as ruivas têm um temperamento
quente.

Sabendo que é a única maneira de salvar meu estômago de


ser bombeado novamente, respondo:

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


202
— O pai dela é residente numa casa de saúde. Fui levá-lo para
almoçar e ele me pediu para vê-la, disse que sabia que ela estava
mentindo sobre estar bem no telefone.

— Deveria mostrar aos outros este seu lado. Não a chamariam


de bruxa. É tão gentil e sempre ajuda os outros.

— Simplesmente odeiam que não sejam eu — digo, sabendo


que foram Aiden e Mark que me chamaram assim. Ainda estão
doloridos porque não paguei nossa conta quando causei uma briga
entre eles e outro grupo de rapazes.

— Está certa. Sempre desejei ser mais como você — confessa,


olhando para o telefone.

Paramos num sinal vermelho, então me viro para ela,


esperando até que encontre meu olhar.

— Não seja qualquer coisa menos que você mesma. É especial


de uma maneira que outras pessoas gostariam que fossem. Nunca
mude.

Seus olhos dilatam, enchendo de lágrimas.

— Não mudarei — promete, antes que eu volte a prestar


atenção na estrada.

— Chegamos — digo alguns minutos depois. Desacelero para


ler os números das casas.

Quando a casa de Rita, a testemunha, fica à vista, paro no


estacionamento mais próximo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


203
Pego meu telefone, percorrendo os e-mails.

— Só preciso verificar algo.

Quero ter certeza que está tudo certo, então não irei lá e
estragarei tudo. Afinal, fingirei ser a neta da mulher que foi ferida
quando teve a casa arrombada.

De acordo com as informações que tenho, ela nunca voltou


atrás, o que me dá a chance de passar isso.

— Entraremos? — pergunta.

Ou não.

— Hum, Charlotte, se importaria se apenas eu primeiramente


tivesse certeza que tudo bem para estarmos aqui? Não quero
sobrecarregá-la.

Ou ter meu disfarce descoberto.

— Claro, apenas acene quando estiver pronta — diz


distraidamente, digitando.

Perguntaria se é Scott, porém, penso melhor. Se ficar


chateada quando o expulsarmos, não quero que pense que foi
porque eu não gostava dele. Os caras podem levar a culpa.

— Ok.

Deixo-a com as mensagens de texto e vou para a casa, a uma


porta de onde estacionamos e subo uma pequena escada.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


204
Bato antes de recuar e esperar que alguém responda.

Ouço um movimento antes de um estrondo ecoar pela


casa. Segundos depois, a porta abre e uma mulher de vinte e
poucos anos está na soleira. Suas bochechas vermelhas com um
tom rosado e, embora não haja nenhuma lágrima nos olhos azuis
cintilantes, simplesmente afirmo que chorava por quão inchados e
injetados estão.

— Sinto muito, posso ver que não é uma boa hora. Posso
voltar — eu lhe digo, sentindo uma perda profunda e dolorosa. É o
mesmo olhar que muitos de nós usamos quando nossos avós
morreram.

Medo enche meu estômago e quero estender a mão e abraçá-


la, falar que tudo ficará bem.

Cruza os braços sobre o estômago, a vulnerabilidade


emanando dela.

— Tudo bem — argumenta quando me afasto para sair. —


Com o que posso ajudar?

A única razão pela qual respondo e fico, é porque essa garota


pode ser frágil, contudo, grita por uma distração.

— Sou Hayden Carter. Procuro Rita Jones — encolho-me


quando meus pensamentos são confirmados. Seu rosto
empalidece, o lábio inferior treme. — Ela... faleceu na semana
passada.

Puta que pariu.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


205
Respirando fundo, dou um passo à frente, pegando-a de
surpresa quando seguro sua mão, apertando suavemente.

— Não sabia. Realmente sinto muito por sua perda.

— Obrigado. Conheceu minha avó?

— E-eu, hum... — Paro para reunir meus nervos. Não posso


mentir para essa mulher. Já está passando por bastante. Merece
minha honestidade. — Não, pessoalmente, não. Sou amiga de
alguém que investiga o assassinato da repórter que fez algumas
perguntas a ela sobre o assalto.

Desejo muito perguntar como a mulher morreu, mas o


momento parece mórbido. Não pode ser coincidência que duas
pessoas ligadas aos arrombamentos morreram.

— Li no jornal. Acha que se conectam?

— Não tenho certeza. Apenas volto atrás nos passos dela antes
do assassinato — minto parcialmente. — Sinto muito. Sei que é
pedir muito, eu e minha prima — aponto para o carro — podemos
entrar? Gostaria de fazer algumas perguntas sobre a noite do
assalto.

Franze as sobrancelhas.

— Não entendo. Minha avó já deu um depoimento à polícia.

— Sei. Só me pergunto o que viu naquela noite que fez


Christina vir aqui para interrogar.

Olha para dentro antes de assentir.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


206
— Não há muito que possa contar. Mas sim, entrem.

Impedi-me de pular de alegria quando lembro que ela perdeu


alguém.

— Buscarei minha prima.

— Tudo bem. Entre, só varrerei alguns vidros. A propósito,


sou Beth. — Aceno antes de voltar para o caminho, chamando
Charlotte.

Sai, pegando o cesto do banco de trás. Espero que feche a


porta antes de trancar o carro.

— Tudo certo? — pergunta, lendo meu rosto.

— Rita faleceu na semana passada. A neta dela está lá.

Lágrimas cobrem a borda de suas pálpebras.

— Pobre garota. Deve estar realmente sofrendo. Ainda dói


quando penso em Nan e vovô. E aposto que não arriscariam contar
ao pai dela, caso piorasse.

A puxo para um abraço lateral, com cuidado para não bater


na cesta de chá. Nossos avós falecerem foi difícil. Eram o coração
da família e realmente sentimos a perda.

— Foram juntos e não sentiram dor — lembro, sabendo que


era a única graça salvadora. Não estavam sozinhos. Não muda
quanto sentimos falta deles ou quão difícil foi superar nossa dor,
contudo ajuda. — E não mencionaremos o pai no caso de trazer
mais lembranças ruins.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


207
— Veremos se há algo que façamos para ajudar.
Provavelmente é uma das partes mais difíceis de perder alguém.

Olho para a casa de tijolos de dois andares,


suspirando. Charlotte está certa. Quando limpamos a casa de Nan
e vovô, foi mais difícil que o funeral em alguns aspectos. Realmente
parecia um adeus. Nenhum de nós queria dar ou jogar fora nada
que pertenceu às pessoas mais importantes de nossas
vidas. Parecia que estávamos apagando-os. Não era uma questão
de sorte, era a vida deles. Onde crescemos. O bom é que durante
toda provação sabíamos que não assistiríamos outra pessoa morar
lá.

— Vamos — levo-a até a porta e entramos.

— Coloquei a chaleira no fogo — Beth anuncia, aparecendo


no corredor.

Olho ao redor do pequeno corredor com escadas que levam


para cima. As paredes bege têm marcas mais claras onde quadros
ficavam. O carpete estampado verde é mais claro onde os móveis
costumavam estar. Olho para a garota mais uma vez, não vendo
nada além de tristeza.

Sinto-me culpada por estar aqui, por me intrometer em um


momento tão triste e terrível.

— Conseguimos isso para sua avó, mas, hum, não sabíamos...


— Charlotte para de falar.

— É chá de conde?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


208
Sorri. — Tem lavanda também.

— Meu favorito — diz, antes de perder o sorriso. — Era da


minha avó também.

— Sou Charlotte — cumprimenta. — Quer que coloque na


cozinha? É meio pesado.

— Oh Deus, desculpe. Onde estão minhas maneiras? Entre.


A cozinha é ali.

Leva-nos por um conjunto de portas de vidro com molduras


de madeira escura e em uma sala de estar.

— Por que não faço para todos? — Minha prima oferece


quando vê o estado da sala de estar. — Sente-se por cinco minutos.

— Obrigada. É só passar por aquela porta — aponta para a


extrema esquerda. Examina a bagunça e estremece. — Deixe-me
arrumar um pouco para que possa sentar.

— Ajudarei — digo, transferindo alguns dos pertences para o


chão em uma pilha organizada. — Como sua avó morreu, se não
se importa que pergunte?

Senta na cadeira wicca enquanto me sento na marrom de dois


lugares.

— Não me importo nem um pouco. Ainda é um choque, para


ser honesta. Consideraram um ataque cardíaco. Acho que ficar
nervosa com o assalto que ocasionou. Moro a uma hora de

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


209
distância e estava a caminho quando a assistente dela ligou para
informar.

— Realmente sinto muito por sua perda — lamento


sinceramente. — O que quis dizer com ela ficando nervosa?

Passa a mão nas calças de corrida.

— Há algo que precisa entender sobre minha avó; ela não


estava bem há um tempo. Não recentemente. Há meses temos uma
assistente de atendimento para examiná-la. Estava esquecida,
sofrendo de insônia leve e às vezes tendo alucinações. Quando
falamos na semana de sua morte, temia que fosse observada e
reclamou sobre eles sabendo que viu algo e tentavam calá-la.

— Viu?

— A invasão. Viu quem foi.

— Não acreditou nela?

— Sinceramente, não tenho certeza. Não pareciam suas


divagações ou conspirações habituais. Estava genuinamente
assustada. Mudou muito depois que deu as declarações; mais
lúcida e menos dispersa. De certa forma, me preocupava que
esquecesse o fogão ligado. Em vez disso, parecia apenas quieta,
distraída e retraída.

— Testemunhou o arrombamento ou a fuga?

— Falou que viu um jovem homem espreitando do lado de fora


quando desceu para fazer uma xícara de chá. Não conseguia

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


210
lembrar o que a levou a olhar para fora. Chamaria a polícia, porém,
se distraiu e voltou para a cama quando ouviu carros parando na
rua e luzes piscando. Afirmou que foi até a janela que dava para o
beco e parte da rua para espiar. Disse que o homem de antes estava
lá com outro. Discutiam e o jovem tinha sangue na bochecha.

— Tem um registro de quem tirou o depoimento?

— Não estava aqui. O assalto aconteceu de madrugada e só


cheguei às dez. A essa altura, já anotaram o que ela viu. Para ser
sincera, não acho que a levaram a sério, pelo que falou. Acho que
continuou confundindo os acontecimentos da noite e mudando os
passos do que a levou até o que viu. A única coisa que não mudou
foi o que testemunhou.

— E a segunda declaração?

— Realmente não queria falar sobre isso comigo. Na verdade,


foi Joyce, a cuidadora, que mencionou que havia um segundo. Não
gostou da vibração que recebeu do policial ou do comportamento
da vovó depois que ele saiu. Parecia nervosa e retraída.

Esta é a informação. O que Christina investigava.

Não quero assustá-la, entretanto não posso sair sem


questionar.

— Tem certeza que era um policial?

— Perguntei a mesma coisa. Joyce afirmou que usava um


uniforme completo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


211
— Para qual empresa ela trabalha? Sabe se Christina pediu
os detalhes?

— Só tive o final da conversa entre as duas, então não que eu


saiba. Ela falou como o oficial e o cara do beco eram a mesma
pessoa, mas como eu disse, eu perdi metade do que foi dito. Pelo
que li, porém, eles não pegaram quem arrombou a porta, então isso
não pode ser verdade

Realmente não tem ideia.

Preciso de provas, contudo, se adivinhasse, era um policial


naquele beco e que foi o cara que atacou a Sra. Sutherland.

Faz sentido porque a declaração de Rita desapareceu. Só


preciso de uma prova de seu envolvimento. Poderia proteger um
membro da família.

— Aqui está — Charlotte entra na sala e passa uma caneca


de chá para cada uma.

— Obrigada — Beth agradece, antes de me olhar. — Acha que


era a mesma pessoa? Estava certa e alguém assustou minha avó
tanto que causou um ataque cardíaco?

Olho para minha prima, que está distraída pelas pilhas de


fotos.

— Realmente não posso responder, contudo conheço alguém


que descobrirá. Pode confiar nele também. Casará com minha
prima e é totalmente confiável.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


212
— Por favor — implora, lágrimas escorrendo livremente. — Só
preciso de respostas, uma parte de mim se pergunta se é para
satisfazer minhas próprias falhas. Deveria ter encontrado um
trabalho mais perto dela.

— Não assuma essa culpa. Farei o que puder. Prometo.

— Obrigada.

— Gostaria que ficássemos para ajudá-la? Sabemos por


experiência quão difícil é e parece que sua avó era uma
colecionadora como a nossa. Não deveria fazer isso sozinha —
oferece Charlotte, dando-lhe um sorriso gentil.

— Não precisa — informa, sua expressão desmoronando.

— Charlotte está certa, não deveria fazer isso sozinha —


afirmo.

Enxuga as lágrimas. — Obrigada. Nan e eu estamos há tanto


tempo sozinhas. Tentei falar com alguns amigos, mas estão
ocupados com trabalho.

Meu telefone toca e gemo na hora inadequada.

— Dê-me dois minutos e terei prazer em ajudá-la. Só preciso


responder.

Rapidamente corro para atender, levantando e caminhando


para fora enquanto Charlotte conversar com ela.

— Olá?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


213
— Falaremos sobre você me ignorando a noite toda depois de
me contar porque ligou para o jornal local e os perseguiu sobre
uma repórter que foi morta — Clayton grita.

Deveria desligar e fingir que minha bateria


acabou. Entretanto, não quis. Odeio que meu estômago gire ao
som da voz dele.

— Não é da sua conta.

— Bem, é. Trabalha para mim e procurar histórias perigosas


não faz parte da descrição do seu trabalho — sua voz mais dura.

— O que faço no meu tempo livre não lhe diz respeito.

— É sobre as invasões, não é? Pedi para não olhar para essa


história, Hayden. É perigoso. Uma mulher foi sequestrada e morta.
O que está pensando, arriscando a vida por uma coisa que nem
mesmo publicaremos?

Endireito minhas costas e cerro os dentes a ponto de minha


mandíbula doer.

— Quem disse que era para sua empresa?

— Para quem mais seria?

— Meu blog.

— Seu blog?

— Sim.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


214
— Tem um? — Não parece convencido.

— Terei. A namorada do meu primo está construindo um site


para mim.

Não tenho, mas terei. É algo que quero fazer e nenhum


homem ou trabalho me impedirá.

— É um absurdo. Tem alguma ideia do perigo em que se


coloca? Parará de investigar imediatamente, Hayden ou então Deus
me ajude, irei...

— Não fará nada porque não é meu dono — levanto um pouco


a voz. Estou fumegando. Não fico brava, fico vingada, então
Clayton me irritando só me deixa mais brava.

— Hayden, não estou brincando. Não é seu trabalho. O que


faz é aconselhar e responder a perguntas, não arriscar a vida
fazendo o trabalho de um policial. Ponha um fim nisso. E não trará
má reputação para esta empresa porque foi idiota. Não permitirei
que use o nome do meu negócio para abrir portas para as pessoas
alimentarem esse hobby que tem.

Mais uma vez, prova quão idiota é. Como ousa silenciar meus
sonhos como se não significassem nada. Como se atreve a
categorizar como um hobby.

— Agora que esclarecemos isso, precisamos conversar sobre


a noite passada — diz, com voz mais baixa.

— Clayton?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


215
— Sim.

— Respeitosamente, vá se foder. Sou o tipo de pessoa que o


colocaria sob minha bota e ajudaria a polícia a procurar seu corpo.
Não me irrite.

Termino a ligação, silenciando-a quando toca novamente.

Charlotte sai, olhando para trás antes de falar, baixando a


voz.

— Posso entender perfeitamente porque não contaram ao pai


de Rita agora. É velho. A sra. Jones tinha 85 anos quando morreu.

Preciso de uma bebida.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


216
CAPÍTULO TREZE
Evitar Clayton foi um sucesso durante a semana, até este
ponto. Agora, o homem está sentado à minha frente, esperando
com bastante impaciência enquanto atendo rapidamente outra
chamada.

Ignorá-lo é impossível.

Se suspirar mais uma vez, terá um microfone enfiado em sua


garganta. E me olha como se tivesse riscado o carro dele. Se
alguém tem o direito de estar chateada aqui, sou eu, não ele.

Acho que depois de ignorar as ligações e me esquivar no


trabalho, finalmente atingiu seu limite e sente que tem o direito de
se chatear.

Isso não muda nada.

Não preciso que sente e diga todas as razões pelas quais não
deveria me beijar. Se fizer isso, darei uma lista de maneiras pelas
quais me vingarei.

Espera que eu termine, não acontecerá, enquanto pressiono


para outra ligação.

— Olá, Russ, em que podemos ajudá-lo? — pergunto, focando


no lençol na minha frente e não em Clayton, que começou a girar
o punho num círculo, silenciosamente me dizendo para encerrar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


217
Ignorando-o completamente, faço meu trabalho, não me
importando por já ter passado mais de dez minutos.

Espero que, se demorar suficiente, se entedie e vá embora.

— Um tempo atrás, uma namorada ficou louca comigo porque


eu não gostava de suas perversões doentias e distorcidas. Amo-a,
amo, porém não consigo superar. Tentamos fazer sexo básico, não
se excitava, não como quando, hum, envolve perversões. O que faço
para impedir?

Não há muitas vezes em que posso dizer que congelei, agora,


tudo que faço é ficar de boca aberta para o microfone, ao som da
voz, antes de encarar Clayton, colocando toda culpa nele. Se não
estivesse tão fora do meu jogo na presença dele, perceberia quem
era o ouvinte.

— Olá? — Russell diz, porém não formo uma palavra, muito


menos uma frase.

Com as sobrancelhas franzidas, meu chefe balança levemente


a cabeça, perguntando silenciosamente o que há de errado.

— Já tentou conversar com ela, Russ? — Clayton responde


quando fica claro que não irei.

— É errado, cara. Como faço para que ela pare de gostar?

— Não fará que pare. Todo mundo tem perversões. Algumas


pessoas fantasiam sobre estar no controle, ser submissas ou
desfrutar da adrenalina de ser pega. Nunca há apenas um. Já
tentou perguntar o que a excita? Talvez ache um meio termo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


218
— Não há como conversar com ela. Tentei. Sou o único que
tocará nela por causa disso. A garota é louca.

Saindo disso, repasso tudo que falou em minha mente. Não


posso dizer se ele é a mulher neste cenário e sou a parte maluca,
ou se realmente conheceu uma garota com esse fetiche. Pela
maneira como o deixei no Ano Novo, acho que é o primeiro.

Não tenho certeza se sabe que é meu show, de qualquer


forma, não deixarei passar.

— O que é essa perversão? — Aprofundo um pouco a voz,


causando uma carranca em Chrissy e Clayton. — Pode ajudar a
dar respostas.

— Ela, hum, gosta de uma chuva de ouro e outras coisas


depositadas sobre ela?

— É uma pergunta?

— Sim. Não. Pode ajudar a fazer parar ou não? — insiste


grosseiramente.

— Não tenho certeza. Parece-me que esta é uma forma de


dominação. Gosta de ser submisso?

— O quê? Sou dominante. Nenhuma vadia me dirá o que


fazer.

Contraiu os lábios.

— Então, realmente isso não é sobre uma garota, e sim sobre


você. Gosta que as pessoas mijem em você?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


219
— Que tipo de show é esse? — Fica enfurecido, genuinamente
ofendido.

A única coisa que me impede de rir é Clayton. Não quero ser


despedida, não quando devo ser neutra. Posso dar minha atitude
e conselhos diretos, mas rir ou zombar da experiência de alguém é
desaprovado.

— Responda — digo asperamente.

— Ok. Ok. Então, minha ex louca jogou algum tipo de mistura


em mim, e desde então, gosto da sensação de merda sufocada em
cima de mim.

Estou enojada e divertida.

— E por que jogou em você? — Espero pela desculpa idiota.

— Conheço-a?

— Não, Russ, realmente não. — E nunca conheceu.

— É completamente louca. Tem um problema real em receber


instruções, se é que me entende?

Aperto os dentes. — Ou talvez fez isso por outro motivo.

— Não. A família inteira dela é louca. Pediu ao pai que viesse


e enfiasse minha cabeça no banheiro, tudo porque terminei e ela
não gostou. Não aguentou me perder. Entendi, é uma nova marca
de loucura.

Por que as pessoas continuam me chamando de louca?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


220
E a história de merda sobre meu pai é ridícula. Nem sabe
quem é ou que apartamento... Deus, quem estou enganando. É
Max Carter.

— Quer dizer que a traiu?

Pego o telefone, digitando rapidamente uma mensagem.

HAYDEN: Visitou Russell, por acaso?

— Não éramos exclusivos.

— Ou talvez não gostou que o superou.

— Porque não nos acalmamos — interrompe Clayton,


balançando a cabeça em desaprovação para mim.

PAI: Aquela buceta disse que estive lá?

— Deve ser a época do mês — Russ brinca.

— Ou talvez apenas terminei com pessoas que não levam este


canal a sério.

— Tem certeza que não nos conhecemos?

HAYDEN: Pelo menos se certificou que ninguém o viu? Pode


perder o emprego se ele for à polícia, pai.

PAI: Meio insultado por achar que sou um idiota. Criei-a melhor,
garota.

Reviro os olhos. — Tenho certeza.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


221
— Russ, encontre uma substância que não o deixe enojado.
Experimente calda de chocolate ou mel — Clayton diz. — É isso por
hoje. O Dream estará aqui para atender suas ligações na próxima
semana.

— Você — rosna, quando o botão vermelho 'fora do ar' é


ativado.

— Preciso ir; meu pai precisa de mim. — Levanto, pronta para


fazer minha pausa, quando dois braços me levantam e sou jogada
por cima de seu ombro. — Ponha-me no chão! Isso é má conduta.

— Fale com o chefe — comenta maliciosamente. —


Precisamos conversar.

— Não precisava me carregar como um lunático. — Bato a


porta do carro.

— Não quis ouvir — contesta, seus olhos verdes


demonstrando raiva. — Ignorou-me a semana toda.

— Claro que ignorei.

Examino onde estamos, meu estômago roncando com todos


os diferentes aromas vindos dos restaurantes. Trouxe-me para o
único lugar onde nunca fugiria. Praça de alimentação Blueborn. O
local é gigantesco, repleto de restaurantes diversos que oferecem
uma variedade de comidas.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


222
— Poderia apenas mencionar a comida — subo os degraus de
entrada do Boo's.

É meu lugar favorito para comer um hambúrguer. Têm todos


os tipos de comidas incríveis, os hambúrgueres são sua marca
registrada.

— Dois, por favor — Clayton declara à garçonete.

Pega dois cardápios antes de nos conduzir pelo movimentado


restaurante até uma mesa em frente ao bar. Como estou de mau
humor, não discuto quando pede nossas bebidas, em vez disso, tiro
a jaqueta e sento.

— O que foi aquilo no trabalho?

Ele retira o paletó enquanto senta.

É sobre isso que quer falar? Sério?

— Não queira saber.

— Realmente quero — pelo tom de voz, diria que realmente


não gostou. Começa a se mexer na cadeira, abrindo e fechando a
boca algumas vezes antes de finalmente perguntar. — Gosta
mesmo dessas coisas?

Começo a rir. Claramente teve uma audição seletiva e só


ouviu as piores partes da conversa quando percebeu que eu sabia
quem era.

— Sim. Sim, realmente gosto.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


223
Fica boquiaberto, inclinando-se para a frente na mesa
enquanto passa a mão no queixo.

— Quer dizer, presumi que conhecesse o homem, mas me


enganei antes ao tentar interpretá-la. Só supus que era um ex —
empalidece um pouco.

Jogo o saleiro nele, acertando-o no peito.

— Pareço alguém que gosta que urinem em mim?

— Oh Deus — a garçonete solta, parando bruscamente ao


lado da nossa mesa, nossas bebidas derramando pela borda dos
copos. Lentamente os coloca na mesa.

— Sinto muito. Voltarei para anotar o pedido.

Levemente alcanço o pulso dela, parando-a, ignorando a


vacilada. — Não há necessidade. Quero seu hambúrguer duplo de
bacon e batatas fritas, um prato de anéis de cebola e pão de alho,
e dois lados daquelas coisas derretidas de queijo.

— Ok, entendi. Pedirei a alguém para trazer dois pratos


compartilhados — rabisca rápido no bloco de notas.

— Hum, não — mordo, me perguntando onde pensa que


compartilharia minha comida.

Limpo a garganta quando fica visivelmente pálida mais uma


vez.

— Ele só quer um hambúrguer com batatas fritas.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


224
Corre e lentamente viro para Clayton, trinco meus dentes
antes de me inclinar para o pimenteiro e jogar nele.

— Pare de jogar merda em mim, Hayden.

— Ela acha que gosto de ser mijada.

Um guincho ao meu lado me fez fechar os olhos brevemente,


me perguntando o que fiz numa vida passada para merecer
isso. Meus ombros cedem quando encontro a mesma garçonete ao
nosso lado.

— Hum... gostaria do molho de hambúrguer da casa?

— Sim, por favor, em ambos — responde Clayton, parecendo


divertido.

Esse idiota.

Sorrio docemente, estendendo a mão para pegar sua mão,


pegando-o de surpresa. — Agora, falaremos sobre desejar uma
chuva de ouro.

A garçonete corre, desculpando-se com alguém que está a


caminho, mas estou ocupada demais me gabando dele. Bem,
estou, até ouvir...

— Você não fará tal coisa — papai ruge.

Gemo, deslizando para fora da cabine e bloqueando o caminho


dele quando vai para Clayton.

Por que isso está acontecendo hoje?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


225
— Mova-se, Hayden, foderei com esse idiota doente.

— Talvez 'foder' não seja o termo correto a se usar, Max —


mamãe aconselha e a encaro por piorar as coisas.

— Pai, pare — empurro-o de volta. — Não é o que pensa.

Seu olhar severo me atinge, me fazendo dar um passo para


trás. É o mesmo que me deu quando saía tarde com meus amigos.

— Como está... — aponta para Clayton enquanto as veias em


suas têmporas pulsam — querendo que você... urine, tenho a ideia
errada?

— Porque falei para envergonhá-lo na frente da garçonete —


explico calmamente, antes de olhar para minha mãe, que está linda
em sua roupa nova.

— Parecendo quente, mamaliscious.

— Oh — papai murmura, ainda olhando para meu chefe.

— Obrigada, baby. Seu pai decidiu me dar um trato hoje à


noite, então pensei em fazer um esforço.

Apenas registrando o que foi dito, afasta o olhar do outro


homem.

— O quê? Sempre a trato, mulher. Ainda esta manhã fiz


aquela coisa com meu...

— Pai — cubro os ouvidos. — Cale-se.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


226
— Desculpe pelo mal-entendido. Sou Clayton Cross. É um
prazer finalmente conhecê-lo. Hayden fala muito sobre você —
coloca uma das mãos no meu quadril, estendendo a outra para
meu pai apertar. O calor de seu toque me aquece e meu estômago
agita enquanto involuntariamente me inclino para trás em seu
abraço.

Pelas costas de papai, mamãe sorri, balançando as


sobrancelhas e levantando os polegares para cimentar sua
aprovação.

Ele, no entanto, me lembra alguém que acordou depois de


dormir andando e não tem ideia de onde estão enquanto seu olhar
vai da mão estendida de Clayton para seu rosto.

— Claro que é bom para caralho me conhecer — rebate, antes


de olhar para onde a mão dele descansa no meu quadril. — Agora,
diga o que faz com minha filha. Minha única filha.

— Pai, conhece as regras — lembro-o.

Funga, se virando.

— Conheço-as, Hayden. Em nenhum lugar está escrito que


não posso questionar sobre minha filha.

— Tem regras? — Clayton pergunta, seu interesse aguçado.

— Quem é você mesmo? — pergunta.

— Max, por que não sentamos e pedimos comida antes que os


últimos pedidos sejam feitos e deixamos Hayden com ele?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


227
— Não.

Suspira, avisando à garçonete para dar-lhes mais um minuto.

— Eu... — Clayton começa, mas giro, forçando-o a sentar.

— Cale a boca e sente — dou-lhe um olhar aguçado.

— Não farei isso de novo — sibila. — Outro dia, falou àquela


mulher que eu era um acompanhante masculino.

— É uma vizinha intrometida do meu primo. Tagarelaria.

Blanche provavelmente não iria, porém, não arriscaria.

— Hayden — rosna.

Suspiro, voltando-me para meu pai.

— Estamos num encontro. Ainda decidirei se irei em outro.


Está obcecado e tão apaixonado por mim. Meio que sinto pena dele.

— Hay...

— Claro que está — afirma papai, confuso sobre porque não


estaria. — É uma Carter.

— Isso não é...

— Shh — digo ao meu chefe, pressionando meu dedo em seus


lábios. — Sou uma pessoa difícil de superar, sei.

— Max — mamãe chama. — Eles darão nossa mesa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


228
A garçonete, junto com outra, aproveita esse momento para
trazer nossa comida. Sento, saindo do caminho, lambendo meus
lábios ao ver tudo.

O estômago de papai ronca.

— Rolinhos de queijo — geme. — Quero muitos desses.

Minha garçonete dá um passo para trás, olhando-o com um


sorriso de desculpas.

— Na verdade, senhor, este foi nosso último lote do dia.

— O quê? — grita, colocando a mão no peito, lutando para


respirar.

Clayton levanta, agarro seu pulso, negando levemente.

— Mãe — chamo, sem precisar dizer mais nada enquanto pego


o sal e a pimenta.

— Vamos, querido, podemos ver se têm aquelas batatas fritas


que ama.

— Com cobertura de queijo? — questiona, deixando que o


afaste.

— Sim, querido — responde, antes de me olhar por cima do


ombro. — Aproveite o encontro, baby.

— Pode deixar, mãe.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


229
Assim que estão fora do alcance da voz e do outro lado da sala,
viro para um Clayton de boca aberta. Sorrio, juntando minhas
mãos.

— Bem, isso foi muito bem.

— Ele... — sussurra, apontando para onde papai estava.

— É o melhor, sei. E, infelizmente, não se verão de novo.

— Tenho certeza que faremos na despedida de solteiro — fala


distraidamente enquanto derrama vinagre nas batatas fritas.

Paro no meio da mastigação antes de engolir rapidamente.

— Desculpa, repete?

Termina de cortar o hambúrguer ao meio antes de responder.

— Presumi que sabia que participaria. Precisamos verificar


Mingles, de qualquer maneira.

Não.

Não, não, não.

— Faremos outra hora. Qualquer hora que não seja a festa de


despedida de solteira da minha prima.

— Sim, poderíamos, entretanto, economiza tempo longe do


escritório.

— Não seria ótimo se o fizéssemos? — questiono com rispidez.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


230
— Além disso, Charlotte gentilmente me enviou um convite
por e-mail.

Continua, me ignorando.

— Não.

Suspira, colocando o hambúrguer na mesa.

— Sim, Hayden. Isso nos dará mais tempo para conversar


sobre o que aconteceu semana passada.

— Quer dizer quando sabotou meu encontro, me beijou e


depois se arrependeu?

Empurro algumas batatas fritas na boca.

— Isso não é...

— Não falarei sobre isso agora.

Dou-lhe um sorriso tenso quando vejo papai olhando,


provavelmente tentando ler nossos lábios para ver o que acontece,
mas de onde seu olhar está direcionado, pode apenas estar azedo
com minhas mordidas.

Pego uma, rindo interiormente quando seu olhar segue, e


coloco na boca. Sua expressão endurece antes de virar para
mamãe, começando um de seus discursos.

Do canto do olho, noto Clayton ir para uma. Dou um tapa em


sua mão, estreitando os olhos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


231
— Não toque nos meus rolinhos de queijo. Se queria um
pouco, deveria ter pedido.

— Não me deu chance — faz beicinho.

Reviro os olhos, jogando um guardanapo amassado nele.

— É um homem adulto. Não use essa desculpa.

— Cinco dias com você será um pesadelo, não é?

— Nunca saberá, porque direi a Charlotte que não irá.


Inventarei uma desculpa.

— Por quê? Estarei lá de qualquer maneira. Só a confundirá


quando nos ver juntos.

— Desisto.

— Está sob contrato, lembre-se.

Punheteiro de merda.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


232
CAPÍTULO QUATORZE
— Realmente não quero falar sobre isso. Quero que vá
embora. É para sua própria segurança — friso.

— Cuidado, posso começar a pensar que realmente gosta de


mim — brinca Clayton.

Não entendo por que está tão decidido a vir conosco. Só me


conhece.

Ok, realmente não me importo que não conheça


ninguém. Estou mais preocupada com o fato de passar cinco dias
com um homem por quem me sinto muito atraída, mas que só me
vê como uma funcionária.

E depois há a bebida. Tenho tendência a ficar com tesão


quando bebo.

Ou faço algo ridículo, sem lembrar do motivo no dia seguinte.

— Gostaria de manter seus funcionários no trabalho. Com


você morto, a empresa irá à falência e perderão os empregos —
minto.

— Seu pai parecia bom suficiente para mim, então o resto de


sua família será uma brisa.

Para em uma vaga antes de desligar o carro.

— Agora, sobre aquele beijo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


233
Jogo o resto do muffin velho que peguei na sala dos
funcionários do asilo para ele. Clayton combinou de me pegar lá
depois do meu turno e até apareceu cedo para que se sentasse com
o pai.

Agarra-o no ar, seus reflexos mais rápidos, antes de se


inclinar sobre o freio de mão e se aproximar.

— Se não houvesse tantas pessoas por perto, a dobraria no


banco de trás e bateria em sua bunda. Estou farto de você jogando
merda em mim.

De repente, estou hiper consciente de como está perto. Não


tenho certeza se é a proximidade ou o cheiro da colônia picante que
faz meu pulso acelerar e umidade vazar entre minhas pernas.

Mexo-me no assento, tentando acalmar a dor profunda. Já faz


muito tempo que não faço sexo e minha vagina sente os efeitos.

Tentar não olhar para o banco de trás para ver se é grande é


inútil.

Sou uma vigarista sem vergonha e não tenho coragem de


admitir.

A necessidade de tê-lo torna-se mais forte quando calculo que


o banco é realmente grande. Grande suficiente para me curvar e
me foder com tanta força que o carro balançaria.

— Hayden — murmura e inclino a cabeça para o lado,


aproximando nossos rostos. Suas pupilas dilatam, me observando,
me lendo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


234
Meus pensamentos sujos passam por trás de seus olhos, e
gemo por dentro.

Assusto-me com o toque de sua mão no meu joelho antes que


lentamente deslize sobre minha coxa. Meus lábios se abrem,
implorando silenciosamente para ir mais alto.

Um estrangulado

— O qu... — escorre pelos meus lábios quando alcança minha


bochecha.

Batem na janela e nos separamos, Clayton gemendo de


decepção enquanto pressiona as calças. Sigo seu movimento,
notando a protuberância.

Olho para Charlotte e Madison, que estão do lado de fora,


acenando.

— Porra! — gemo.

Sei que me fizeram um favor. Não queria passar por ele me


rejeitando, não quando tivesse meu corpo acelerado. Uma coisa é
desejar o homem ao meu lado, outra é estar seriamente excitada
por ele. Nunca senti tanto por um cara, nem mesmo por qualquer
um com quem estive. Foi apenas um ou outro, mesmo que a
maioria das pessoas confunda os dois.

Agora, passo por ambos, e acabaram de bloquear meu pau.

Clayton acena lentamente de volta, antes de virar para mim


com um sorriso presunçoso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


235
— Parece que não conseguiu o seu caminho.

— Você é um idiota. — Abro a porta e saio.

Segue-me e, quando empurra a porta, Charlotte salta sobre


ele, envolvendo os braços no pescoço dele. Corro para o lado antes
que ela o mate.

— Conseguiu — grita. — Hayden avisou que viajaria para a


África para entreter crianças.

— Falou isso, não é?

Minha prima junta as sobrancelhas enquanto balança a


cabeça lentamente.

— Hum, não acabei de dizer que afirmou isso?

— Hum — murmura lentamente, virando para mim em busca


de ajuda.

— Estavam se beijando? — pergunta, sorrindo.

— Não, ele tinha algo nos dentes — respondo.

— Hayden está mentindo. Tinha algo nos dentes dela —


Clayton argumenta, sorrindo.

Charlotte acena como se fosse completamente razoável.

— Acontece muito quando come pipoca.

— Por que não pegamos nossas malas e colocamos no ônibus?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


236
Vou para o porta-malas e puxo minha mala.

— Apenas esperamos Beau e Faith. O veterinário que


administra o santuário atrasou, estão a caminho — explica
Madison.

Sorrio. — Aposto.

Atravessamos o terminal para pegar o ônibus. O vento uiva,


levantando minha mala do chão e me esforço para segurá-
la. Clayton a pega de mim enquanto joga a bolsa por cima do
ombro.

— Obrigada.

— De nada.

Entregamos as bagagens ao motorista, que as coloca embaixo


do ônibus, antes de caminharmos em direção ao fundo, onde todos
se reuniram.

Ficam em silêncio quando nos aproximamos, e me movo


protetoramente na frente de Clayton.

— O que estão olhando? — Exijo, percebendo a rapidez com


que Liam caminha até Landon, sussurrando.

Se fizerem alguma coisa, os matarei.

Liam já está no meu livro ruim por colocar um dos meus


acompanhantes em sua bota e levá-lo para o meio do nada.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


237
Era quente e arruinou o que poderia ser um bom tempo e
orgasmos múltiplos.

— Hum, quem é o de terno? — Maddox pergunta, mastigando


um hambúrguer.

Viro para olhar Clayton, suspirando por seu casaco de lã preto


e jeans escuro. Grita 'privilegiado', porém, não é. Trabalhou duro
pelo que tem e não é culpa dele que faz tudo que veste parecer bom,
mesmo quando usa seu equipamento de ginástica que mostra
quanto de seu corpo está coberto de tatuagens.

Consegui um lugar na primeira fila para toda a glória quando


visitou o pai. E por mais que nunca achei que fosse admitir, ainda
pressiona meus botões.

Só preciso que relaxe e deixe o verdadeiro ele sair para


brincar.

Até agora, está mais preocupado em não decepcionar o sr.


Cross. Deixa-o nervoso. E até que supere e perceba que faz um
bom trabalho, parecerá muito tenso para os outros.

Já vi flashes do verdadeiro ele e gostei.

— Clayton — Charlotte responde, antes de virar, seus lábios


torcidos. — Ainda estou insegura quanto à profissão dele. O
cabeçalho do e-mail não mencionava planejador de festas.

— Papai sabe? — Liam pergunta, tentando parecer


intimidador, mas a camisa com a foto do rosto de Beau na frente

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


238
só o deixa esquisito. Na verdade, dando uma olhada em volta, todos
os meninos usam uma.

— Devíamos comprar uma camiseta? — sussurro para


Madison.

— Não. Aparentemente um dos companheiros dele não


conseguiu vir, então mandou isso.

— Landon usa uma? — Medito.

— Não. Aparentemente, o cachorro mastigou.

— Não me ignore — Liam rosna.

Lily se adianta, dando um pequeno aceno para Clayton.

— Oi, sou Lily.

A expressão de Clayton suaviza, abrindo os lábios num sorriso


gentil.

— Sou Clayton Cross.

— Sou Jaxon, marido de Lily — grita, puxando-a em seus


braços.

Rolo os olhos, observando ao redor.

— Esqueçamos as apresentações. Há muitos, filhos da puta,


para se lembrar.

— É muito lento em lembrar? — Maddox pergunta, sem tirar


os olhos do telefone.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


239
— Vá se foder!

Suspiro para as meninas. Agem de forma assustadora.

— Parem de encará-lo.

— É tão... — sussurra Imogen, atordoada.

— Ouço-a — concorda Ciara.

— Ei, pessoal... — Faith cumprimenta enquanto se aproxima,


de mãos dadas com Beau, antes de tropeçar e parar.

— Quem é você?

— O encontro de Hayden — Landon grita, ganhando um tapa


no peito.

Arregala os olhos e lentamente vira de Clayton para mim.

— Não sabia que era homem. Charlotte disse um amigo.

Estremece, dando outra olhada antes de Beau inclinar a


cabeça para longe.

— Seu pai sabe?

— É o que pergunto — resmunga Liam.

— Sobre Clayton? — questiono, ainda evitando a pergunta.

— Sim, conheci o pai dela outra noite no jantar.

— Papai sabe que virá? — Inclina a cabeça para meu chefe.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


240
— Não.

Estreito os olhos, silenciosamente dizendo-lhe para calar a


boca.

Charlotte limpa a garganta.

— Hm, na verdade sabe. Jantou na casa dos meus pais ontem


e Clayton veio conversar. Quando perguntaram quem era,
expliquei e avisei que viria hoje, mas as crianças africanas
precisavam dele, então não podia. Porém, tive a impressão que seu
pai não acreditou.

Todos param, até que Maddox quase cai da mesa ao deixar as


batatas fritas.

— Oh merda! Precisamos ir.

— Por quê? — Madison pergunta, beliscando a bebida que


deixou na mesa.

Pega as coisas enquanto Landon levanta as malas de Paisley,


Liam ajudando. Arregalo os olhos quando percebo. Agarro o pulso
de Clayton com firmeza. — Precisamos ir.

— O quê? Por quê? — Puxa o pulso para trás.

— Porque bagunçou minha mente e não consigo pensar


direito porra. E agora estamos ferrados! — grito em pânico.

Estou tão fora do meu jogo. Deveria ser a primeira coisa que
evitei quando revelou que viria para o jantar. Não pode se arriscar
na minha família.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


241
Começamos a andar em direção ao ônibus, quando cinco
carros chegam, buzinando.

Paramos, xingando.

Tenho quase certeza que ouvi Liam choramingar.

— Beau, é melhor ter amigos policiais para onde estamos


indo.

— Por quê? — Olha por cima do ombro.

— Porque ele nos fará ser presos de novo — Maddox rosna,


esbarrando em Clayton. — Muito bem, babaca.

— Torça para que não estejamos perto de uma estação de trem


— afirma Imogen, dando tapinhas nas costas de Clayton antes de
ficar na fila com os outros, observando nossos pais pararem numa
vaga.

— Ou que tenha cola — acrescenta Faith, estremecendo


quando olha para a área da virilha.

— Verificarei a bolsa do papai quando se distrair.

Me pergunto como minha vida chegou a este ponto. Estou


sempre por cima, aquela que prega peças. Não sou eu quem fica
em situações complicadas, a menos que conte o tempo que decidi
que queria bater na porta do Palácio de Buckingham às duas da
manhã.

— E da sua mãe — Hope lembra.

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242
— Ou que a cidade fique em quarentena novamente. Pode
arruinar a semana inteira — acrescenta Charlotte.

— O quê? — Clayton pergunta, com olhos esbugalhados.

— Tudo bem — dou tapinhas em seu peito. — Na verdade, foi


ela quem colocou a cidade em quarentena quando éramos mais
jovens.

— De novo, o quê?

— Não fui eu — faz beicinho. — Foi definitivamente tio Max.

Neguei.

— Não, foi você. Papai mandou evacuar o parque de caravanas


porque pensaram que um paciente mental estava à solta. Você
envenenou todos na competição da feira de bolos.

— Não provaram que fui eu — afirma, parecendo totalmente


abatida.

— Só porque não identificaram a substância ou vincularam


aos seus ingredientes. Nenhum de nós ficou doente — argumenta
Imogen.

Sorri. — Exatamente e você estava bem.

Todos se interessam pelos sapatos ou pelo céu, não querendo


ferir os sentimentos dela ao admitir que nunca comemos nada.

— Sim, é verdade — respondo, forçando um sorriso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


243
— Precisa ir ao banheiro antes de irmos? Parece estar com um
pouco de dor.

— Estou bem — asseguro, caminhando para a frente do


amontoado, esperando que nossos pais nos alcancem.

Todos caminham em nossa direção numa fila, Teagan


empurrando Sunday com sacolas na alça do carrinho, Tio Maverick
ao lado dela, também carregado de malas.

Myles está ao lado dele, carregando algumas bolsas, com tia


Kayla.

Mason e Denny estão ao lado deles, abraçando-se enquanto


ela conversa com Harlow, que está com o braço em volta de Malik.

Ao lado, papai caminha, deslizando os óculos escuros pelo


nariz, embora vente muito. Nem me fale sobre os shorts. Mamãe
caminha junto, revirando os olhos.

Ele sorri depois de dizer algo ao tio Malik, ganhando um soco


no braço. Estremeço quando tropeça, caindo nos próprios pés.

— Oh Deus — gemo.

— Quem exatamente são vocês? — Clayton pergunta, com


medo evidente.

Se quiser sobreviver esta semana, terá que encontrar uma


maneira de mascarar esse medo. Minha família se alimentará
disso. Eu, junto com os outros, o encaramos, puxando sua atenção
para longe do amontoado que caminhava para nós.

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244
— Somos os Carter — afirmamos imediatamente, menos os
poucos que não são.

— E você está ferrado — Maddox ri, jogando um Skittle9 no ar


e pegando-o na boca, antes de engasgar-se.

9
Doce tipo Mentos.

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245
CAPÍTULO QUINZE
Quando os pais chegam até nós, Faith é a primeira a dar um
passo à frente, abraçando os pais dela. — O que fazem aqui?

Como um, olham para papai infelizes, enquanto ele inclina a


cabeça para cima, fingindo que não estão chateados.

— Não que esteja reclamando — Aiden murmura, pegando


uma Sunday animada em seus braços.

Mal se move com o casaco de neve tudo-em-um. É adorável,


especialmente quando começa a entoar “pa, pa”.

— Sim, pensei que porquê Maverick e Teagan não puderam


vir, já que cuidam de Sunday, nenhum viria — declaro, dando a
papai um olhar aguçado quando finalmente vira, olhando por cima
do meu ombro.

— Sabia — aponta para Clayton. — Não avisei que estaria


aqui? Não disse?

— E falei que ela é uma adulta — mamãe o lembra,


direcionando um sorriso forçado na minha direção.

Respirando fundo, a encara com olhos arregalados.

— É nossa única filha. Não se importa nem um pouco que ele


tentará fazer sexo com ela ou a engravidará?

— Por favor, nunca use essa palavra novamente — reclamo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


246
Mamãe, com toda justiça, é tão louca quanto meu pai às
vezes.

Acho que depois de anos juntos, ela começou a projetar


alguns de seus maneirismos. Ainda assim, é toda voltada para o
poder feminino, então, quando abre a boca para discutir, quero dar
um soco no ar e gritar.

— Max, precisa parar com isso. Quando os meninos tinham


quinze anos e suspeitou que eram íntimos, sentou e lhes deu uma
lista de maneiras de como agradar uma mulher.

— Não fez isso? — Maverick geme, passando a mão pelo


cabelo.

— Não... também dei dicas sobre como conseguir uma mulher


— afirma, balançando a cabeça em descrença antes de fazer uma
careta para os filhos. — Desculpe, meninos, tinham a aparência,
são parecidos comigo, entretanto não tem o jogo Carter.

Liam grunhe, revirando os olhos.

— Obrigado, pai.

— De nada — parece que realmente fez um favor quando


estufou o peito.

— Mas... — mamãe continua, erguendo a sobrancelha. —


Uma vez por ano, depois que Hayden começou a menstruar quando
tinha onze anos, a fez sentar e deu razões pelas quais não deveria
transar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


247
— Com diagramas perturbadores — estremeço.

— Conseguiram meu ponto de vista.

— Falou em termos médicos o que as DSTs fariam.

— Tenho comigo caso precise vê-los novamente.

— Mãe — rezo para que esteja brincando.

Ela aperta a ponte do nariz.

— Max, deixe-a em paz.

Joga as mãos para cima num ataque antes de batê-las nas


laterais do corpo.

— Ninguém mais se importa que ele esteja aqui ou que minha


filha, única filha, engravide, ou pior, fique com o coração partido?
— brada.

— Senhor... — Clayton começa.

Levanta a mão.

— Não tente me seduzir — diz, sua voz se aprofundando como


quando não toma fôlego.

— Max, se alguém pode cuidar de si, é Hayden. Foi criada em


sua casa. Agora que nos arrastou até aqui, vamos — Maverick
começa, todavia é interrompido por Maddox.

— Como o trouxe aqui?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


248
Tio Malik estreita os olhos perigosamente em papai, sua
mandíbula apertando.

— Falou que Hayden estava preocupada com Madison


encontrar um cara que não conhecia.

Myles, parecendo abatido enquanto seus ombros caem, disse:

— Ligou, chateado. Que teve um ataque cardíaco pensando


que Hayden comprou ingressos para um clube de sexo usando o
fundo de emergência da família, porém, se sentiu melhor quando
explicou que foi Charlotte quem pediu emprestado o cartão.

— O maldito idiota me perguntou para que servia a cerimônia


que ouviu minhas garotas falando, até falou algo sobre um teste
positivo — Mason olha para os sapatos.

Voltamos para Maverick, esperando que responda. Encolhe os


ombros.

— Ajudei a criá-lo. No minuto em que falou que Beau


planejava levar Faith embora para se casar, sabia que mentia.
Mandei-o calar a boca.

— Então por que está aqui? — Malik morde.

Presunçoso, dá de ombros.

— Para ter certeza que não fará meus filhos serem presos
novamente. Aiden tem Sunday para cuidar.

— Traidor — papai resmunga. — Nenhum de vocês se importa


com o que passo.

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249
— É uma rainha do drama — declaro. — Agora que todos
sabem que os fodeu de uma forma boa e adequada, podem ir.

— Por quê? — pergunta, estreitando os olhos. — O que está


escondendo?

— Nada, eu...

— Bom, então não se importará de irmos — descarrega as


malas na parte de trás do ônibus.

— Pai — sigo-o.

— Tudo bem. Teremos algum tempo de pai e filha.

Viro, caminhando até Clayton e o soco no braço.

— É culpa sua. Se gastar minha noite numa cela novamente,


o matarei.

— Minha? O que fiz?

Afasto-me, ouvindo-o me seguir enquanto entro no ônibus,


passando pelos outros. Sento no meio e, quando entro, Clayton me
empurra levemente para o assento da janela, bloqueando minha
fuga.

Papai conduz mamãe, sem lhe dar escolha a não ser sentar ao
nosso lado oposto.

— Não sei como é minha culpa — amua enquanto colocamos


as malas de mão embaixo do assento.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


250
Inclino a cabeça para o lado, tentando encontrar meu telefone
na bolsa — Esta semana acabará mal.

— Sinto muito — sussurra de volta enquanto nos sentamos.

— Filho, não precisa se preocupar com Sunday. Apenas


aproveite seu tempo longe. Encontramos lugares para levá-la. Têm
brincadeiras tranquilas — Maverick garante a Aiden enquanto
param nos assentos à nossa frente.

Paisley fica do lado em que papai e mamãe estão, ele começa


a montar a cadeirinha da filha.

— Sim, há uma livraria incrível não muito longe de Cabin


Lakes. Olhando as fotos online, li as ótimas críticas. O lugar é
realmente lindo. Sunday adorará — acrescenta Teagan.

— Não é isso. Estou meio aliviado. Só não quero beber perto


dela — admite, fazendo cócegas na menina antes de tirá-la do pai
dele.

— Realmente não queria deixá-la — explica Bailey, mostrando


a língua para Sunday.

— Sem problemas. Teremos ela em nossa cabana — explica


Maverick antes de sentar na frente deles.

— Tenho cerveja para quem quiser — Maddox grita de trás do


meu assento.

Merda! Esqueci completamente de trazer bebida.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


251
Nina, a melhor amiga de Faith, grita na frente. — Tenho latas
de Malibu e coca, gim e limonada, gim tônica e JD e coca. Ah, e
minigarrafas de vinho.

— Eu também — grita Hope, segurando a minigarrafa de


vinho, já começando.

Gemo levantando, virando de joelhos para Maddox,


estendendo a mão e pegando uma lata dele.

— Não beberei merda feminina.

— Trouxe rum e Doctor Pepper para você, Hayden — Charlotte


chama da frente.

— Não importa — murmuro para Maddox, sorrindo. Dou a


lata para Clayton, sem me importar se quer ou não. — Passe-os
aqui.

Alguns momentos depois, dirige-se ao corredor com uma


garrafa de rum e uma de Doctor Pepper. — Aqui.

— Há apenas um? — Faço beicinho.

— Não, tem outro — sorri.

Caio em meu assento. — Graças a Deus.

— Seu pai ainda observa — meu chefe sussurra enquanto


coloco minha bebida no frasco.

— Pai, pare de encarar — ordeno, concentrando-me em não


derramar a preciosa bebida quando o ônibus partir.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


252
— Tanto faz — resmunga. — Aiden, tem alguma comida no
trocador?

— Disse para não comer todos os lanches no caminho —


mamãe o lembra.

— Sou um comedor nervoso — argumenta.

— Desculpe, não trouxe, agora que mencionou, estou com


muita fome.

— Quem não traz lanches numa viagem? — Max estala,


esfregando o estômago.

— Você — murmuro, pegando um dos sanduíches que


comprei na garagem quando meu estômago ronca com a menção
de comida.

— Não compartilhará com seu velho?

— Não — murmuro com a boca cheia de comida.

— Sempre tínhamos lanches nos trocadores — reclama,


cruzando os braços sobre o peito.

— Sim, porque quando se tratava de alimentar os trigêmeos,


era uma colher para eles e duas para você, o que acabou comigo
tendo que alimentá-los novamente. Era mais fácil mantê-lo
mastigando.

— Morrerei de fome. Alguém tem comida?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


253
— Tenho alguns cupcakes e muffins. Deveriam ser esponja,
parecem meio verdes — Charlotte anuncia, parecendo confusa.

— Deixa para lá.

— Cuido disso — Clayton oferece, segurando uma barra de


café da manhã.

— Pare de tentar me seduzir para deixá-lo corromper minha


única filha — rosna, arrancando a barra da mão dele.

Suspira. — Senhor, não estamos namorando.

Bato em seu braço. — Pare de insistir com ele.

— Por quê? O que há de errado com minha filha? — pergunta,


insultado.

— Oh Deus — expiro, pouco antes de engolir metade da


bebida.

— Além do fato que é astuta, argumentativa e sempre belisca


minha comida? — Provoca, ninguém ri. Limpa a garganta. — Hum,
nada.

— Parecem bons traços de se ter — comenta.

— É a coisa mais legal que já disse sobre mim — sorrio.

— Espere, acha que pode ficar com o bolo e comê-lo?

— Não é isso que faz com bolo? — pergunta, esfregando a mão


na perna.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


254
Gemo.

— Por favor, pare, pai.

— Não, não o deixarei pensar que pode conseguir o leite de


graça. Merece mais. Não ouviu, se gosta, ponha um anel.

— Não é assim que a coisas são, pai.

— Ela quer — Clayton afirma e paro, o olhando. Não só parece


sério, também parece, enquanto mantém contato visual com meu
pai. — Mas não estamos namorando.

— Então por que está aqui? — Sua voz fica alta.

O pobre Clayton vira para mim em busca de ajuda, como sou


uma vadia, apenas dou de ombros. Não é como se não o tivesse
avisado.

— Charlotte gentilmente me convidou.

— Está traindo minha filha? — grita e se levantaria, mas


mamãe o puxa. — Rapazes, peguem ele!

— Pai, não somos cachorros — Landon grita de trás.

— Não trapaceei — Clayton entra em pânico, com olhos


arregalados.

Bato em sua coxa, gesticulando para levantar e sair.

— Não me deixe.

Reviro os olhos, empurrando-o para o assento que desocupei.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


255
— Sente.

— Como se fosse me impedir — papai reflete.

Meu estômago embrulha quando tio Myles, o mais calmo de


todos, dirige-se ao corredor em nossa direção, não parecendo nem
um pouco feliz.

Coloca os cotovelos no assento da frente antes de se inclinar


e estender a mão para Clayton.

Depois de dar uma segunda olhada, estende a mão


lentamente para sacudi-lo, estremecendo com o aperto.

— Sou o pai de Charlotte, Myles. Nunca o mencionou antes.

Afasta a mão, flexionando os dedos e a noto, em alguns


lugares, voltar de branca para rosa.

— Poderiam parar de intimidá-lo? — peço resmungando.

— Não se descobrir que dorme com você e com a minha filha.

— Não transamos — Charlotte grita, ganhando gemidos dos


outros. — Ainda sou virgem, embora espere que Scott e eu demos
o próximo passo em breve. Estou pesquisando sobre...

— Ok, entendemos! — praticamente grita.

Observei-o passar de relaxado no início de sua declaração


para tenso. É divertido.

— Tudo certo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


256
Dá um sorriso tímido para Clayton, encolhendo os ombros.

— Desculpe pela mão. Não conheço minha própria força às


vezes.

Sai, chamando a esposa.

— Fale com nossa filha, Kayla.

— Posso... — papai começa.

— Não! — Meus tios gritam.

Sinto o olhar dele na lateral do meu rosto.

— Pai, apenas cuspa.

— Tenho o direito de saber porque está com você. Está com


problemas? Porque ouvi dizer que há um lago nas cabanas onde
podemos jogar o corpo dele.

— Ei — Clayton avisa. — Estou bem aqui.

Torce os lábios num rosnado.

— Há alguma necessidade de continuar me lembrando?

— Pai — chamo num tom de aviso. — Não o tocará.

— Vale para você também — resmunga.

— Não sou uma pessoa ruim — argumenta, virando-se para


mim.

— Hayden, conte a ele!

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


257
— Não diga a minha filha o que fazer.

— Max, troque de lugar — mamãe exige.

— Não, não até descobrirmos o que está tramando.

— Max — avisa Maverick.

Cruza os braços sobre o peito como uma criança repreendida.

— Não me calarei até que falem. Não me faça forçá-lo.

— Já disse que não namoramos — declara Clayton.

— Por que acha que isso é uma coisa boa? — pergunta.

— Hayden — ele implora.

Jogo as mãos antes de deixá-las cair no meu colo.

— Oh meu Deus, é meu chefe. Pronto. Feliz agora?

— Dorme com seu patrão? — Maddox pergunta, antes de rir.

— Oh Deus, não — gemo, não que não tenha desejado ou


imaginado.

— Ei, o que há de errado comigo? — Clayton pergunta,


chateado.

Dou-lhe um olhar seco, levantando a sobrancelha.

— Fala sério agora?

Encolhe os ombros. — Fez parecer que seria desastroso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


258
— Realmente fez — acrescenta papai, inclinando-se.

Fica com aquele sorriso presunçoso quando está certo sobre


algo, e não gosto disso.

— Estou confuso, querida. Por que traria seu chefe?

No corredor, noto que todos espiam em torno de seus assentos


ou por cima deles, ouvindo.

— Porque faremos um artigo sobre onde ir em encontros para


meu podcast — admito, deixando de fora a parte de namoro online.

Clayton afunda de volta em sua cadeira.

— Obrigado, Deus. Não morrerei.

— Seu trabalho são podcasts? — Mamãe pergunta, sorrindo


com entusiasmo. — Estou tão orgulhosa.

— Na verdade, é um de rádio/online e ela é uma de nossas


apresentadoras de melhor classificação.

Informa-os e fico impressionada com quão orgulhoso parece.

— Não dirá que está orgulhoso? — Mamãe vocifera, batendo


no braço de papai.

Ele revira os olhos, recostando-se na cadeira.

— Claro que estou orgulhoso. Mandei flores e um cartão-


presente de quinhentas libras.

— Você sabia? — Mamãe grita.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


259
— Recebi no primeiro dia de trabalho como apresentadora.
Achei que fosse do meu chefe — respondo.

Ele olha para nós e para aqueles que estão sendo


intrometidos.

— Sou seu pai, claro que sabia. Nenhum de vocês?

— Não, pensei que se despia ou trabalhasse como uma


daquelas personagens fantasiosas — minha mãe admite,
encolhendo os ombros.

— Realmente ainda devemos ter essas aulas — a recordo.

Papai sorri para minha mãe e eu me amordaço internamente.

— Realmente deveria.

— Como é que eu não sabia? — Aiden fala quando outros


acenam, indicando que sabiam.

— Só descobri na outra semana — Hope diz da frente.

— Somos seus pais. Não pode esconder nada de nós —


acrescenta papai.

— Realmente? — Charlotte grita, olhando para o pai dela.

— Agora não — Kayla a acalma, puxando Myles para baixo


em seu assento quando começa a ficar vermelho.

— Você e Liam sabiam, Landon? — pergunto, olhando para o


corredor.

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260
O olhar 'duh' que me dá me faz revirar os olhos.

— Sim, claro que sim. Colocamos um aplicativo rastreie-me


no seu telefone quando começou a fugir à noite e a seguimos.

— Além disso, foi uma merda em ser astuta — bufa Liam.

— Idiota — viro.

— Então, não trabalha para o MI510? — Charlotte faz beicinho

— Não.

— Legal.

— Isso significa que você vai parar de planejar meu


assassinato? — Clayton pergunta, cheio de esperança.

— Não. Não confio nas suas intenções em relação à minha


filha.

— Será que vouchers grátis para uma comida chinesa à


vontade ajudariam?

Papai funga e, embora ache que está brincando, escorrega e


lambe os lábios.

— Pode ser.

— Acho que é tudo que posso esperar — relaxa.

10
Inteligência Militar, Seção 5

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


261
Espero mamãe distrair papai com perguntas antes de me
inclinar um pouco para meu chefe, mantendo a voz baixa.

— Não deixe seu comportamento amigável enganá-lo. Pode


não machucá-lo fisicamente, mas desejará que tenha feito quando
terminar de fodê-lo.

— Ficarei bem — garante, seus lábios se contraindo.

Balanço a cabeça com pena.

— Últimas famosas palavras — murmuro, engolindo o resto


da minha bebida.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


262
CAPÍTULO DEZESSEIS
A almofada em que adormeci fica rígida sob mim, tirando-me
do sono. Quando a referida vibra, desperto, mas mantenho os
olhos fechados quando ouço um sussurro.

A última coisa que lembro é voltar para o ônibus depois de


parar para comer. Terminei meu rum e devo ter desmaiado pouco
tempo depois, o que não é surpreendente, já que trabalhei dois
turnos no asilo.

O que não recordo é de me embrulhar em Clayton. Minha


cabeça descansa no peito do homem, meu braço em volta de sua
barriga e minha perna jogada sobre a dele.

— Por favor, pare de olhar como se pensasse em como


esconder meu corpo — implora e sei que conversa com meu pai.

— Gosta da minha filha — afirma, em vez de questionar.

Às vezes me pergunto como sobreviveu aos meus irmãos com


sua franqueza.

— Honestamente?

— Quebraria suas pernas se mentisse quando se trata dela —


promete, parecendo animado com a ideia que poderia acontecer.

Estou prestes a colocar minhas habilidades de atuação à


prova e acordar para intervir antes que meu pai force os dados

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


263
bancários de Clayton, o número de segurança nacional e uma lista
dos relacionamentos anteriores.

— É difícil não gostar. Ela é uma contradição. Nunca conheci


ninguém assim. Não parece ser agressiva e direta para encobrir
quem realmente é; simplesmente é agressiva e direta. É o carinho
e bondade que Hayden esconde dos outros. Põe tudo para fora.
Fazíamos compras uma vez e passamos por um sem-teto. Não
consegui olhar. Dói muito ver alguém necessitado e em seu estado
de abatimento. Não achei que Hayden notasse. Meio que me
impressionou, já que é mulher e tendem a notar tudo.

— Esta história é deprimente e tudo, entretanto, há um ponto


nisso? — repreende, agindo indiferente.

Nunca admitiria que também ajuda, de todas as maneiras que


pode. Minha mãe já foi uma fugitiva que viveu nas ruas. Foi como
o conheceu. Desde então, faz de tudo para retribuir.

— Sim. Minha empresa doa para organizações de sem-teto


mensalmente e já o faz há anos. No entanto, quando passamos por
ali e ouvi esse cara tossir, não pude simplesmente continuar.
Quando verifiquei o dinheiro em minha carteira, estava vazia.
Senti-me mal. Sei que não posso ajudar todos, mas me ocorreu que
não conseguiria ajudá-lo. De qualquer forma, entramos nesta loja
e Hayden empurra algumas roupas para mim e diz que precisa
correr para fora, que deixou cair alguma coisa. Não imaginou que
eu a observasse enquanto caminhava em algumas lojas para dar
algum dinheiro a esse cara, e nunca falou nada quando voltou ou
quando a questionei sobre se encontrou o que procurava. Alguém

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


264
assim é raro. Ela não queria elogios por doar ou reconhecimento.
Só desejava ajudar, sem dar muita importância. Surpreendeu-me.
Então, sim, é difícil não gostar dela.

— Claro que sim. Quem não gosta? É minha filha. Mas não é
esse tipo de 'gostar' que perguntei e sabe disso.

Porque sou filha dele. Pfft, é porque sou incrível.

— Respeitosamente, não é da sua conta. É entre mim e


Hayden.

Oh, essas são palavras de luta.

— Bem, respeitosamente, se machucar minha garota de


alguma forma, será colocado num liquidificador humano ou em
outro país e preso por um crime que não cometeu. Garantirei que
passe anos sendo a cadela de Bubba.

Aw, isso é tão fofo. Sabia que era sua favorita.

— Isso é, hum, muito descritivo — afirma.

— Odeio mal-entendidos — confirma. — Entendeu?

— Não a machucarei.

Ouço papai se mexendo.

— Estou feliz por esclarecermos isso — explica. — Hayden,


pode abrir os olhos agora. É seguro.

— Está acordada? — pergunta, enrijecendo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


265
— Que jeito de desistir de mim, pai.

Amaldiçoo, levantando e esticando a rigidez das costas. Pisco


para afastar a luz fraca.

— Onde está todo mundo?

— Pegando as chaves, porém, pelo que parece, algo aconteceu


— comenta Clayton, olhando pela janela.

Tem razão. Todos se reuniram do lado de fora de um grande


edifício que presumo ser a recepção, embora algumas partes
pareçam uma casa. Parecem discutir, com os dedos apontando e
tudo.

— Realmente deveríamos fazer o check-in — Clayton me


lembra.

Tio Maverick entra no ônibus. — Não há cabanas suficientes.


Mesmo se dividirmos, ainda há duas pessoas que não
acomodaremos.

— Tudo bem — começa. — Reservei minha cabana, então


Hayden pode ficar com o quarto vago.

Papai tropeça em seu caminho pelo corredor, caindo de cara


no chão.

— Porra! — Pragueja, antes de levantar de frente para nós. —


Acho que não.

— Tudo bem com você? — Maverick pergunta, ignorando-o,


que amaldiçoa novamente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


266
— Com não compartilhar com os outros? Porra, sim.

— O quê? Não! Pode dormir com sua mãe. Eu e Clayton


dormiremos juntos e nos conheceremos.

— Não compartilhará a cama dele, pai. Não se anime. Tem um


quarto vago.

— Como se não tentasse dormir comigo — argumenta,


estufando o peito. — Sou carne de primeira.

— Será carne picada se não se calar — resmungo.

— Ouvi Lake dizendo a Teagan que estava ansiosa para sexo


na banheira — meu tio anuncia. — Não achei que deixaria isso
passar.

Torce os lábios em um sorriso e abaixa a cabeça para escondê-


lo.

Engasgo. — Bruto.

Papai, no entanto, se anima.

— Realmente?

— Sim. — Acena.

Dá um passo para sair, então para, girando para nós,


apontando para Clayton e estreitando os olhos.

— Lembre-se do que disse — avisa, antes de apontar para


mim.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


267
— E lembre-se da nossa religião; nada de sexo antes do
casamento.

— Não somos religiosos — lembro secamente.

Joga as mãos para cima antes de abaixá-las.

— Apenas fará o que digo uma vez?

Sai do ônibus, esperando Maverick virar. Eu e Clayton


pegamos nossas malas enquanto rio baixinho.

— Pediria desculpas por seu comportamento, mas continuará


fazendo — encolho os ombros.

Riu, colocando a mão nas minhas costas e me dando um


empurrão suave pelo corredor.

— Tudo bem. Apenas cuida da filha.

O vento uiva quando saio e aperto a jaqueta em torno de mim.

Tiramos as malas do ônibus e começamos a caminhar até os


outros, quando me para no meio do caminho.

— Deixe-me verificar se está tudo bem. Voltarei com as


chaves. — Concordo, pegando sua bolsa, balança a cabeça.

— Deixe-a aqui comigo.

Vejo-o sair antes de pegar a alça da minha mala e caminhar


até os outros.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


268
— Hayden — papai chama e viro para vê-lo se aproximando,
deixando Maverick com uma expressão resignada. Se adivinhasse,
diria que apenas tentou raciocinar com meu pai, o que é difícil para
qualquer um, mesmo mamãe às vezes.

— Pai, não quero ouvi-lo dizer porque sexo é ruim antes do


casamento, que engravidarei e comerei toda sua comida.

— Você faria. Sua mãe escondeu comida de mim quando


estava grávida — faz beicinho. — Contudo, não é sobre isso que
queria conversar.

— E não se trata de roubar seu pedido no posto de gasolina?


— Corro a ponta do sapato ao longo do cascalho.

— Foi você? — grita, parecendo enganado.

Bocejo, esfregando os olhos.

— Pai, o que quer conversar. Estou muito, muito cansada.

— Sim, sim — esfrega a mão no meu braço. — Sei que posso


ser muito. Apenas cuido de você.

— É um pedido de desculpas? Porque foi uma merda.

Franze as sobrancelhas. — Mas, não sinto muito.

— Claro que não — reviro os olhos.

— Apenas tento ser um bom pai.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


269
A culpa e o desespero brilhando de volta para mim fazem
meus ombros caírem.

— É o melhor. Não pediria um melhor. Um mais lúcido, sim,


mas não melhor. Apenas... por favor, vá fácil para ele.

— Não farei essa promessa, porém tentarei.

Suspiro aliviada, sabendo que é o melhor que conseguirei.

— Obrigada.

Olha por cima do ombro para onde Maverick está com Teagan,
Lily e Jaxon, antes de virar para mim, baixando um pouco a voz.

— E sabe que os meninos não são meus favoritos, certo? Você


é.

Rio, sabendo que titio usou isso para fazê-lo se sentir mal.

— Claro que sou.

Seus ombros caem e seu corpo relaxa quando um sorriso bobo


espalha pelo rosto. Puxa-me, beijando minha testa.

— Só tome cuidado. Ele é muito educado.

Reviro os olhos. — Sim, porque me machucará com elogios.

— Estou dizendo, é duvidoso, menina.

— Se fosse um cara assustado, o chamaria de amor-perfeito


que não seria forte suficiente para se encaixar, e se fosse rude, o
chutaria para fora do ônibus no meio do nada.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


270
Bufa. — Dê-me algum crédito. Daria um soco primeiro.

Sorrio. — Verdade.

— Só quero o melhor para você.

— Esquece de uma coisa importante, pai.

— Qual?

— Não namoramos.

— Ainda — resmunga, antes de se endireitar. — Aí vem ele.


Aja normalmente.

— Normalmente? — indago.

— Conversávamos sobre como ficarão em seus quartos e


manterão alguns metros de distância o tempo todo.

Pisco.

— Normal, pai. Muito normal.

— Também achei.

— Tanto faz.

— Falarei sujo com sua mãe — pisca na direção da esposa.

Gemo, batendo na testa.

— Jesus Cristo. Pare de tentar me afastar do sexo pelo resto


da vida.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


271
Ri, me puxando para seus braços. — Amo você, menina.

— Também te amo — afasto-o levemente.

Forma um V com os dedos para indicar que está observando


Clayton.

— Não estrague tudo.

Dá-lhe um aceno afiado, observando-o sair antes de virar para


mim e segurar um molho de chaves.

— Por favor, diga que temos uma banheira de hidromassagem


— imploro.

— Sim e uma vista do lago.

Bato palmas, gritando de excitação, fazendo-o sorrir.

— Vamos nos despedir e descobrir quando nos


encontraremos.

— Mostre o caminho — oferece, pegando minha mala.

Caminhamos até os outros, onde alguns estão de mau


humor.

— O que aconteceu?

— Alguns solteiros precisam dividir uma cabana com casais


— explica Hope.

— Ah — respiro, entendendo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


272
É um dos motivos pelos quais não quis compartilhar. Não há
nada pior que ouvir um parente transando.

— Com quem Lily dormirá?

— Faith e Beau. Maddox está chateado porque queria passar


algum tempo com ela.

— Por isso que encara Jaxon?

Ri. — Não, é porque ele o ofereceu para ficar com Liam e


compartilhar com Aiden e Bailey.

— Oh Deus, nos expulsarão do local.

— Fingirei que não estamos com eles.

— É tão ruim assim? — Clayton pergunta, sua respiração


roçando em minha orelha.

— Na verdade, não — responde Hope, depois parece ficar


pensativa. — A menos que conte da vez que nos expulsaram do
hotel e não havia quartos em nenhum outro lugar, então dormimos
na praia aquela noite.

— Puta merda.

Ele tem esse direito. Não perdoei Liam por uma semana
depois disso. A areia não é sua amiga.

— Onde e quando nos encontraremos de manhã? — pergunto,


querendo sair do frio e ir para a cabana e ver a banheira.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


273
— Às nove. Há um prédio perto da entrada onde servem o café
da manhã — Faith anuncia.

— Não vem para uma bebida? — Charlotte pergunta, olhando


por cima do telefone.

— Não, não voltarei. Vejo-os depois.

Partimos depois de nos despedirmos, seguindo o mapa que foi


entregue a Clayton na recepção.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


274
CAPÍTULO DEZESSETE
Devido à pouca iluminação, não fui capaz de ver muito da
área, porém, ainda enxergo a beleza do que vi. Quem cuida da
apresentação das cabanas, faz com amor. Colocaram dedicação
nos detalhes, para fazer com que cada uma parecesse amada e
cuidada.

Sinto-me péssima sobre por nos deixarem ficar. Algo está


fadado a quebrar. Não quero que o trabalho da pessoa seja
arruinado.

Desde a introdução que Clayton me deu depois que deixamos


os outros, Cabin Lakes é familiar e algumas das cabanas são
alugadas por longo prazo.

Vejo porquê.

Não é apenas o cenário deslumbrante, pelo que vislumbrei,


mas cada cabana é aconchegante e convidativa.

Cada extremidade tem cestos suspensos, prontos para


quando as flores desabrocharem. Debaixo da janela há um
canteiro e um banco de madeira. Em cada lado da porta há duas
lanternas, velas elétricas tremeluzindo, reproduzindo uma chama
real.

Há até um pequeno armário de madeira ao lado da porta para


colocar botas e guarda-chuvas enlameados.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


275
— Como encontrou este lugar? — pergunto enquanto
caminhamos ao longo do caminho.

— Meu avô era amigo deles. Vínhamos durante o inverno, na


maioria dos anos. Quando o lago está congelado ou há neve, é
espetacular.

— Acredito. Este lugar é incrível.

— É realmente. Aquela cabana — aponta para uma casa de


dois andares bem iluminada — é de Lola e Dean. Usaram o terreno
para construir quando a cabana dos pais foi destruída durante a
Tempestade Ellen. Usou partes dela na casa para devolver a ela um
pouco. Foi uma das últimas coisas que deixou deles.

É bonito.

— Por mais que ame este lugar até agora, não acho que viveria
aqui.

Clayton não parece convencido.

— Sério? Por quê? É um dos lugares mais bonitos da


Inglaterra.

— Exatamente. Morar aqui, a menos que tivesse valor


sentimental, tornaria comum. Não veria a beleza como quem visita
pela primeira vez.

— Hein?

Suspiro, parando fora de nossa cabana e viro.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


276
— Por que sai de férias?

— Para fugir, relaxar, explorar.

Concordo. — E para uma mudança de cenário. Quem mora


perto da praia não pagará para ir para outra igual. Não verá a
beleza, nem sentirá o cheiro do sal no ar, nem se deliciará em ser
turista. Não verão as pequenas coisas porque convivem com isso.
Não viveria assim. Adoro aquela sensação de
quando experimentamos algo pela primeira vez, quando provamos
algo ou aquela pressa que temos. Não imagino não ter. Embora —
acrescento, olhando a passarela pavimentada e os postes de luz
movidos ao sol — não imaginaria que houvesse um lugar tão bom
como este na Inglaterra.

Quando não fala nada por um momento, o olho. Suas pupilas


dilatam, os lábios separam enquanto inclina a cabeça para o
lado. Não posso deixar de sentir sua surpresa com minhas
palavras, como se me visse pela primeira vez ou fosse pego de
surpresa pelo fato de eu ser capaz de ser evocativa.

Ninguém nunca me olhou assim.

Normalmente, quando falo, reviram os olhos ou bufam,


pensando que estou brincando.

Abaixo a cabeça, desconfortável com as emoções correndo


pelo meu corpo.

Clayton pigarreia.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


277
— Entendo. Às vezes, as pessoas consideram este mundo
como garantido, certas que será como sempre foi. Não será. Nada
dura para sempre. Admiro sua perspectiva.

Entendi o que quis dizer, ainda...

— Que jeito mórbido. Contudo, entendi.

Ri, empurrando a chave na porta enquanto meu telefone


toca.

— Entraremos para que atenda.

— Obrigada — agradeço, antes de atender.

— Ei, tio Liam, tudo bem?

— Pegue o master — sussurra Clayton, apontando para a


porta à esquerda do pequeno corredor.

Aceno, puxando a maleta pelo corredor e para a sala.

— Está ocupada?

— Não. — Largo a mala na cama, junto com a mochila.

— Consegui detalhes de contato de Joyce. Foi transferida para


Liverpool.

— Conveniente — murmuro, embora feliz por ela estar segura.

— Não é tudo. Depois da última ligação, não conseguia parar


de pensar no extrato desaparecido e no policial que não
conseguimos explicar ter visitado a casa e foi visto no beco. Se

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


278
descobrirmos quem é, saberemos quem alerta a gangue. Não
gostará disso, mas a repórter e talvez o policial de rua têm uma
coisa em comum.

Medo enche meu estômago porque sei onde dará.

— Rob.

— Sei que não é o que quer ouvir, mas sim. Ele deve ser o
vazamento do departamento e meu palpite é que ameaçou Rita
Jones, o que a levou a ter um ataque cardíaco. — Suspira
pesadamente, exausto. — Precisa falar com Beau, colocá-lo a par.

Ando para frente e para trás ao longo do tapete vermelho e


marrom de malha.

— Não acredito nisso.

— Hayden, tudo leva a ele. Pesquisei todos os bancos de dados


para ver quem conectou para acessar os arquivos online e o login
dele aparece com frequência.

— Porque é um dos policiais líderes no caso, Liam. E os


arquivos em papel? Qualquer um poderia colocar as mãos sobre
eles.

— É porque é o oficial chefe que acredito que é nosso cara.


Está numa posição em que é informado do que acontece e tem
meios para alterar as evidências.

Aperto a ponta do nariz, suspirando.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


279
— Comecei a conhecê-lo. Falei com ele longamente sobre este
caso. Está genuinamente chateado com Christina. Quer que o
assassino seja preso e acho que ainda luta para saber se é por
justiça ou vingança — expliquei. — Ouço o quanto este caso cobra
um preço cada vez que algo mais acontece. Outro dia, uma mulher
foi estuprada e espancada. O que vem a seguir? Outro assassinato?
Rob não é o tipo de pessoa que encobre crimes hediondos. Não
acredito até provar.

— Ok, digamos que seja inocente, alguém ainda informa a


gangue. Têm uma dúzia ou mais de policiais arquivados porque
foram os primeiros a chegar à cena. Existem três superiores, que
incluem Rob, Colin Fisher e o chefe, Jamie Walker.

— Então, precisamos quebrar a lista — murmuro.

— Sim, porém é difícil fazer quando não sabemos quem é a


gangue. Não podemos vincular nenhum deles até sabermos por
quem procuramos.

Sento na beirada da cama quando uma ideia se forma na


minha cabeça. Colocando o telefone entre a orelha e ombro, puxo
meu laptop da bolsa e o ligo.

— Falarei com Beau assim que tiver chance, porque tenho


uma ideia. Precisarei de uma semana ou mais para colocá-la junto.

— Hayden, acho que depois de contar, deve parar.

— Não! Tenho um plano. Um bom — digito os nomes no


aplicativo de anotações.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


280
— Não, não. Precisa parar. Não me faça contar ao seu pai.

Inalo profundamente. — Não faria isso!

— Faria. Preciso que leve isso a sério.

— E estou — argumento. — Tenho um plano.

— Não importa.

— Nem sabe o que é — rosno.

— Provavelmente algo que fará seu pai ser preso por me


assassinar.

Bufo.

— Como se fosse pego — me gabo.

— Cristo.

— Ouça primeiro. Se colocar todos os suspeitos em potencial


na mesma sala na estação e anunciar que encontrei uma
testemunha que afirma ter visto quem assassinou Christina, mas
que só falará comigo porque se sente observada, o policial
envolvido entrará em pânico, se preocupará se a testemunha
revelar quem é o cara que comanda essa coisa. Não permitirá
que ninguém descubra o que delata. Posso inventar algumas
besteiras e dizer que me certifiquei de espalhar a notícia que a
encontrarei no local A, quando na verdade, a encontrarei no local
B. Enquanto a polícia vigia o primeiro lugar para que a gangue
apareça, a pessoa envolvida irá para o local B, onde pensa que a
testemunha realmente está. E acho que o policial será essa pessoa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


281
Se inventar alguma história que convença os suspeitos em
potencial a mantê-la em segredo, o policial envolvido saberá que
não pode denunciar à gangue, nem arriscar a serem pegos ou
revelarão sua identidade. Provará que há um policial trabalhando
para eles, não terá escolha a não ser ir ele mesmo.

— Não há uma testemunha — afirma.

— Para uma pessoa inteligente, você pode ser lento. Na


verdade, não encontrarei ninguém. É uma farsa, lembra? Ninguém,
exceto os policiais, saberão o que acontecerá. Portanto, quem quer
que esteja envolvido com as invasões aparecerá na localização B
na esperança de calar essa testemunha. Aposto nisso.

— É ótimo e tudo, como prenderá um policial treinado?

Realmente foi feito para ser o inteligente, mas às vezes


questiono.

— Pareço estúpida? — questiono secamente. — Pedirei a Beau


para vigiar a localização.

— Uau, ok, é realmente um plano bastante sólido. E quanto a


Joyce?

Penso por um momento, antes de tomar uma decisão.

— Acho que é melhor não chamarmos atenção para ela até


descobrirmos com quem lidamos. Poderia colocá-la em perigo. Se
já não estiver.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


282
— Inteligente. Fale com Beau e me mantenha informado. Irei
com ele e instalarei o equipamento de gravação. Se nosso palpite
estiver correto e um ou mais estiverem envolvidos, precisaremos de
mais do que nossa palavra.

Fecho o laptop, sorrindo orgulhosa.

— Irei. Realmente posso conseguir isso. Meu chefe terá que


me dar espaço para uma reportagem.

— Saiu-se bem, garota. E precisamos de um repórter que


relate os fatos, não boatos ou manchetes que sejam apenas por
dinheiro.

— Realmente precisamos.

Ninguém pode mais confiar no que está escrito. Um dia,


haverá algo que o mundo precisará ouvir, ser avisado, porém, o
público apenas passará por outra mentira, outro artigo escrito só
para vender. Puxo-me para o presente.

— Obrigado por toda ajuda, tio Liam.

— A qualquer hora. Fique segura.

— Ficarei. Falo com você logo.

Termino a ligação, largando o telefone na cama, sorrindo.

Pode parecer inapropriado, contudo, há muito tempo sonhei


com esse momento. Trabalhei muito para chegar aqui, mas cada
história que levei para Weston foi rejeitada, porque não era

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


283
interessante suficiente ou não era nova porque outra pessoa
chegou antes de mim. Com isso, terei todos os fatos primeiro.

Porém, não estou aqui para trabalhar. E sim, para ficar


bêbada, relaxar e me divertir.

Pela primeira vez desde que entrei no quarto, dou uma olhada
e estou impressionada. A cama é king size com uma moldura de
madeira escura, ranhuras em espiral na cabeceira. É linda. A
mobília combina com a estrutura da cama, toda em madeira escura
com as mesmas ranhuras padronizadas e pelo toque do trabalho
requintado, é feito de carvalho verdadeiro. Há algumas telas de
paisagem nas paredes e uma que acho que é o lago aqui em Cabin
Lakes.

O cesto na penteadeira com um grande espelho redondo


acima chama minha atenção. Dentro estão chinelos, pacotes
faciais, máscaras para os olhos e outras coisas.

Estou impressionada. Realmente se esforçaram para fazer as


pessoas se sentirem especiais.

O que me faria sentir especial agora está lá fora, e mal posso


esperar para desfrutar da banheira de hidromassagem.

Deslizando a mala pela cama, abro e pego meu roupão e


maiô. Depois de me despir, coloco a roupa de banho antes de
caminhar até o espelho, me examinando.

Amo essa roupa. É um dos meus favoritos. O náilon preto


ajusta perfeitamente ao meu corpo e a área do busto empurra os

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


284
seios juntos. Amarro as tiras entre eles com um nó, o que os faz
parecerem maiores. Viro, olho minha bunda, amando-a.

As laterais recortadas são minhas favoritas, embora sejam


inconvenientes para os banhos de sol. Pareço quente mesmo
assim. Depois de prender meu cabelo num coque e colocar o
roupão, saio para verificar se a banheira está ligada.

Paro cambaleando ao ver Clayton sem camisa.

Puta merda.

Não tem apenas tatuagens de manga completa. Em seu ombro


direito, espalha pelas costas e ao redor das costelas. Tece
perfeitamente sobre as costas musculosas. Não consigo ver a arte
ou a escrita no padrão tribal, porém, quero.

Desesperadamente.

Lambo os lábios quando vira, me dando uma visão completa


de seu peito e abdômen. Vi meu quinhão de abdominais, mas
nunca definidos como o dele. Nem mesmo está tensionado, posso
ver cada gomo, cada depressão. Parece natural, não como alguns
dos que vi que parecem ter esteroides injetados.

Só imagino como seria tê-lo embaixo de mim, passando as


mãos por seu peito e descendo pelo corpo, observando-o ficar
tenso, os músculos salientes.

Aperto as coxas, ainda passando o olhar sobre ele.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


285
Uma garganta limpa e me assusta, levanto a cabeça,
encontrando o olhar firme dele. Contrai os lábios.

— Posso ajudar?

— Hum, sim, realmente pode — digo, meu clitóris pulsando.

— Como? — pergunta, sua voz rouca enquanto se endireita.

Balanço a cabeça, limpando as coisas sujas que quero fazer.

— A banheira está ligada?

— Sim. Vi quando verifiquei tudo.

Sorrio. — Ótimo.

Finalmente olhando para algo diferente de seu corpo


magnífico, noto que trocou de jeans por uma calça de corrida de
algodão cinza.

Puta que pariu, tudo me faz lembrar de sexo, porque agora


me pergunto se usa boxers, e reconhecendo como seria fácil puxá-
los para baixo e foder até que esqueça seu nome.

— Vai a algum lugar?

— Sim, uma corrida. Dean falou que tem uma trilha que está
iluminada perto da entrada.

— Mas está longe — lembro, juntando as sobrancelhas.

Sorri, passando o olhar pelo meu corpo, fazendo-me sentir


nua.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


286
Gostaria.

— Realmente não gosta de exercícios, não é?

Bem, duh, não sou masoquista.

— Nem um pouco. A única vez que corro é se alguém me


persegue ou persigo um de meus parentes.

Puxa um casaco com capuz preto sobre a cabeça, rindo, e


suspiro por dentro, meu queixo caindo ao ver os músculos
flexionando.

— Não demorarei. Tem cerveja na geladeira.

— Tem comida? — Viro brevemente para a área da cozinha.

— Estocada. Tomei a iniciativa de providenciar o estoque de


todas as cabanas para nossa estadia.

Caio contra a lateral do batente, sorrindo com a consideração,


quando um pensamento me ocorre e me endireito.

Paisley.

Landon provavelmente está pirando e pesquisando no Google


a loja mais próxima para ter certeza que ela tem bastante comida.

— Se essa expressão preocupada tiver algo a ver com Paisley,


ela está bem. Certifiquei-me que tivessem uma variedade de
alimentos. Mandei um e-mail para Charlotte no caso de alguém ter
alguma alergia e explicou que a prima é diabética.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


287
— Graças a Deus. Não desejaria lidar com meu irmão amanhã
se não fosse o caso — minto. — É super protetor.

— Parece que não é o único.

Reviro os olhos atrás de suas costas quando sai, indo para a


cozinha.

— Antes de ir, sabe onde estão as toalhas?

— Há algumas num armário ao lado das portas de correr que


levam ao pátio. Acho que são para a banheira de hidromassagem
porque há um roupão de toalha.

Passo a mão sobre a lã do meu, aliviada por não o molhar.

— Obrigada.

Me aproximo abrindo o armário e sorrio quando acaricio o


algodão bege e o encontro quente.

Quando viro, ele está pegando o iPod da bolsa no balcão e


uma garrafa de água da geladeira.

Largo meu roupão no chão antes de virar para pegar o que


está no cabide.

O amassado do plástico me faz virar de costas.

— Porra! — Grasna, olhando de boca aberta para meu


corpo. A água escorre da garrafa que apertou.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


288
Aproximo-me, colocando mais balanço nos quadris, e me
pressiono contra ele, observando-o engolir. Inclino em torno dele,
pegando uma maçã da tigela antes de me endireitar, dando uma
mordida na fruta.

— Tenha uma boa corrida — desejo, antes de me afastar,


ouvindo um gemido.

Inclino a cabeça um pouco, sorrindo.

Pode não desejar me querer, mas quer.

Até o final da semana, terei certeza que me anseie tanto que


se arrependerá de se afastar.

Ou pelo menos admita que me quer.

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289
CAPÍTULO DEZOITO
Clayton e eu subimos para o café da manhã. Choveu durante
a noite, mas a promessa de mais está nas nuvens cinzentas
acima. O vento aumenta, agitando fios de cabelo no meu
rosto. Afasto-os.

Assume a liderança quando chegamos à porta, segurando a


maçaneta. No entanto, em vez de abri-la, para, virando
ligeiramente.

— Não me deixe sozinho hoje. Sou homem suficiente para


admitir que me preocupo que seu pai me mate no processo de me
assustar.

Rindo, dou um tapinha em seu ombro.

— Se quiser conquistá-lo, forneça-lhe comida ilimitada ou


jogue em seu próprio jogo. Não respeita nada mais que alguém que
dá tanto quanto recebe.

— Então, está dizendo que se acidentalmente o matar, ainda


gostará de mim?

— Quem disse que gosto de você? — falo lentamente e arqueia


as sobrancelhas em resposta. Reviro os olhos, exalando. — Está o
subestimando. Nunca será capaz de superá-lo.

Dá-me um sorriso maroto, piscando.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


290
— E subestima minha capacidade de conseguir o que quero.

— O que quer? — pergunto.

No entanto, me ignora, abrindo a porta, aromas diferentes


atingem meus sentidos.

— Verá — provoca.

O barulho é ensurdecedor quando entro atrás dele.

— Clayton, o que quer dizer?

— Seus pais estão aqui — anuncia com o canto da boca.

Tem razão. Na verdade, acho que somos os últimos a


chegar. Nosso grupo inteiro se reuniu à esquerda da sala,
ocupando a maioria das mesas.

Caminhamos até mamãe e papai, e me inclino, beijando a


bochecha dela antes de estender a mão para ele, dando-lhe um
abraço de um braço.

— Bom dia — saúdo.

— Bom dia, baby.

— Preciso de comida — papai lamenta, deixando cair a cabeça


sobre a mesa.

A risada sai de mim enquanto nos movemos para a próxima


mesa, onde Jaxon e Lily se abraçam. Vê-los sentados sozinhos é,

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


291
no mínimo, surpreendente. Pensaria que alguém aproveitaria a
chance.

Procuro Maddox na sala enquanto nos sentamos,


encontrando-o emburrado com uma xícara de café, espiando de vez
em quando em nossa direção.

Nunca admitiria, sinto pena dele até certo ponto.

Mesmo assim, estou meio farta dele ser patético. Precisa


acabar.

Coloco meu olhar gelado em Jaxon, esperando que notasse


antes de dizer. — Deveria deixá-lo passar algum tempo com ela.

— O quê? — Clayton pergunta, levantando os olhos do menu.

Ignoro-o, continuando a olhar fixamente para o outro.

Exala, deixando cair a caneca na mesa. — É irritante.

— Você também, botão de ouro. Acho que têm isso em


comum.

— O que está acontecendo? — Lily pergunta, mordendo o lábio


inferior.

Reviro os olhos quando o idiota não responde.

— Maddox. Realmente sente sua falta. Acho que se sente de


lado.

— Hayden — Jaxon rosna.

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292
Coloco a língua para fora, encolhendo os ombros.

— Falou que estava chateado quando saiu antes do jantar na


outra noite.

— Não estava. Realmente queria ir — Jaxon mente.

Lily olha por cima do ombro, o lábio tremendo.

— Também sinto falta de Maddox. Não tive a intenção de ferir


os sentimentos dele.

— Por que não fazem algo amanhã? Temos a manhã livre até
irmos para o Go-Karting.

Aceno para Maddox. Que quase derruba o café no colo de


Liam na pressa de levantar.

— Tudo certo? — Puxa a cadeira da mesa ao lado, aquela em


que Mark estava prestes a sentar e arrasta-a para a nossa.

— Sente-se — Jaxon resmunga, mudando o telefone e a xícara


para deixar espaço.

— Lily queria perguntar uma coisa — declaro.

— Sim, quero. Sei que não passamos muito tempo juntos nos
últimos meses e não é culpa de ninguém, apenas minha.
Realmente sinto muito.

Ele trinca os dentes quando seu olhar cintila para Jaxon.

— Estamos ocupados, não é sua culpa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


293
Relaxa visivelmente, e seu sorriso ilumina o rosto inteiro.

— Gostaria de sair amanhã, antes de irmos para o Karting?

— Só nós? — pergunta, suas sobrancelhas arqueando.

Suga o lábio inferior, piscando para o marido.

— Sairei com Hayden e seu novo namorado — garante,


presunçoso.

— Estamos ocupados — tento manter meu tom suave. — Deve


usar o tempo para conhecer seus sogros.

Lily salta na cadeira, ligando seu braço ao dele.

— É realmente perfeito. Mamãe e papai adorariam também.


Ela sempre diz para ele conhecê-lo melhor. Amanhã, tirarão o
domingo para jogos.

Em vez de ouvi-lo tentar sair do buraco que cavou, me inclino


para trás nas duas pernas da cadeira antes de estender a mão e
dar um tapinha no ombro de Faith.

— Qual o plano para hoje?

Sua cadeira raspa no chão de ladrilhos e me encolho com o


som áspero.

— Reservamos o spa hoje. É uma parte das instalações, está


em outro terreno. O cara na mesa falou que levaria dez minutos
para caminhar até lá — explica antes de respirar. — Trouxe seu
traje de banho, como pedi?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


294
— Sim, porém admito, fiquei preocupada por um minuto que
quisesse que a gente nadasse no lago. Faria, tipo, por você, mas
realmente não queria congelar meus peitos.

Ela ri alegremente.

— Deus, não. Está tranquilo aqui devido à estação fria, então


um dos proprietários falou que poderíamos usar a piscina privativa
que têm para festas particulares. Temos champanhe e lanches
saudáveis esperando quando chegarmos.

— Gostoso — murmuro secamente.

— Cale a boca — ri. — Têm sauna, hidromassagem e


academia. Depois do almoço, temos tratamentos para quem pré-
agendou. Virá um maquiador e cabeleireiro para nos arrumar para
o coquetel e nossa noite fora.

— Não posso ir com os rapazes?

— Estamos nos separando? — Clayton estala.

— Cara, corte o fio — brinca Maddox.

Rolo os olhos antes de cutucar Faith.

— Não, não pode. Até mamãe e Sunday irão. Têm piscina


infantil, disseram que podemos levá-la para participar.

— Tudo bem — fico de mau humor, deixando cair minha


cadeira de quatro.

— O que farei?

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295
Meu chefe pergunta, parecendo nervoso.

— Você veio — lembro-o. — Não me culpe por isso. Porém,


para sua informação, passará o dia todo em karting na lama.

Sua expressão ilumina enquanto sorri.

— Acho que suportaria me separar por isso.

Bufo com a tentativa de ser engraçado. — Aposto.

— É tão fofo — diz Lily. — Também nunca quero me separar


de Jaxon.

Ele olha suavemente, puxando-a em seus braços antes de se


dirigir a Clayton.

— Apenas certifique-se de usar cinto de segurança. Matarão


você. Falo por experiência, companheiro.

Maddox bate os punhos na mesa, fazendo tudo tremer.

— Nós dissemos que sentíamos muito. Não morreu, então


realmente precisa superar.

— Por quase me baterem até a morte? Claro que superei.

Para quando Lily fica tensa, apertando-a mais forte.

— Desculpe, princesa.

— Não estava brincando? — Clayton estala, abrindo buracos


na lateral da minha cabeça.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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Faço uma careta, encolhendo os ombros.

— Qual é o pior que poderia acontecer?

A sensação que me engasgarei com essas palavras mais tarde


me assombra.

Sunday dá uma risada alegre que ecoa pela área


fechada. Suas perninhas chutam impiedosamente na água
enquanto abaixa as mãos, respingando em mim e mamãe.

Quando ficou evidente que a menina não se impressionou


com a piscina que ocupávamos, decidimos levá-la para a infantil,
dando a tia Teagan um tempo a sós com a filha e Bailey. Embora
não seja mãe biológica de Sunday, a ama e cuida dela como se
fosse sua. Não podia se sentar, relaxar e fingir que não estava lá.

No entanto, a garotinha adorou isso aqui, especialmente o


escorregador.

— Realmente fica bonita em seu traje de banho — admito,


rindo quando espirra em mim novamente, dando um sorriso cheio
de dentes.

— Acho que espirrar água na gente se tornou um jogo para


ela, cortaremos o papo furado. Pare de evitar a conversa que sabe
que quero. Conte sobre Clayton.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


297
Evito contato visual e, em vez disso, encontro fascínio em girar
o bebê em sua boia, fazendo-a rir.

— Não há nada.

— Acho difícil de acreditar. É gostoso, você é gostosa e há uma


química séria entre os dois. Observei-o no ônibus. Sabia quando
precisava de algo antes de você. Ninguém está em sintonia com
alguém se não houver algo lá.

Sunday expressa seu descontentamento quando paro de girá-


la, segurando a boia e gritando: — Da, da, da.

Retornando a girar num ritmo lento, viro.

— É tudo que temos em comum, mãe. Não se empolgue. É o


proprietário majoritário de um negócio de sucesso enquanto
trabalho por um pouco mais que o salário-mínimo. Para ele. Veste-
se para impressionar enquanto eu moraria em meu pijama se
pudesse. E o pior, acredita que não gosta de jogos? Nunca jogou
Call of Duty.

Ri sem entusiasmo, um sorriso brincando no canto de seus


lábios.

— Alguém já te avisou que os opostos se atraem? Eu e seu pai


não poderíamos ser mais diferentes quando éramos mais jovens.

— Sim, porém, se encaixam de uma maneira que todas as


arestas se encontram. Aguenta o comportamento ultrajante dele.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


298
— Exatamente, não poderíamos ser mais opostos. Mas
construímos uma vida juntos onde crescemos, onde, como falei,
nos encaixamos. Como seu pai diria, é o bacon do meu ovo, o sal
da minha pimenta.

Meu coração gagueja enquanto desabo.

— Ele não gosta de mim assim.

Minha mãe zomba.

— Não acredito nisso nem por um segundo. Não criei uma


garota estúpida, Hayden. E sim, uma inteligente e forte.

— Obrigada, mãe — murmuro secamente. — Está errada


desta vez. Ele me beijou, depois se arrependeu, e me disse que não
deveria acontecer.

— Gosta dele — afirma sem cautela. — Seguiria em frente se


não gostasse.

Rio com quão certa está.

— Iria, então o vi no trabalho e não consegui evitar. Desejei-o


de novo. Há algo que me atrai.

— Gosta mais que apenas querer fazer travessuras.

— Sim, tem razão — reviro os olhos.

— Sim. Não o permitiria numa viagem de família se não


fizesse.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


299
— Não parou para pensar que se o trouxe é porque não gosto
dele?

Quando continua a me encarar, suspiro, franzindo as


sobrancelhas.

— Tentei pará-lo.

— É filha do seu pai. Se tentasse, não estaria aqui, e sabemos


disso. Trancaria ou o amarraria em algum lugar.

— Se é uma reclamação sobre a época em que papai ficou


trancado no porão, estou ofendida. Alguém colocou o ferrolho e
bloqueou com uma secadora. Só porque não queria que ele fosse
ao baile da escola, não quer dizer que fui eu — minto, sorrindo
interiormente com a memória afetuosa.

Nunca mais voltou lá.

Mamãe luta para esconder a descrença.

— É teimosa, Hayden. Parece seu pai em muitos aspectos, e é


por isso que sei que teimará sobre Clayton. Não use isso contra ele,
ou pelo menos dê uma chance de explicar porque se afastou. É um
homem, então o motivo é provavelmente ridículo.

— É porque é meu chefe.

— Veja, ridículo — aponta.

— Você é incrível, mamãe. Já falei ultimamente?

Rindo, puxa Sunday em sua direção.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


300
— Você também, minha garota.

A porta da piscina abre e Imogen entra, acenando com um


telefone na mão.

— Seu telefone não parou de tocar ou receber mensagens nos


últimos dez minutos. São todas de 'Chefe quente idiota'.

— Que loucura — corro, forçando um sorriso para Sunday,


grata por não escorregar.

— Preciso ir. Diga a Faith que estarei de volta a tempo de


tomar banho e fazer meu cabelo e maquiagem.

— Matarei seu pai — afirma, antes de se inclinar para beijar


a menina.

— Isso mesmo, Sunday, tia Lake matará tio Max.

— Também irei. Não acho que sou uma pessoa zen — anuncia
a outra.

Rio, puxando a mão dela depois de sair da piscina. —


Quebraremos alguma merda.

— É karting na lama, não carros de choque — mamãe grita


atrás de nós.

— Chamarei um táxi enquanto se troca — oferece Imogen.

— Será incrível.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


301
CAPÍTULO DEZENOVE
Imogen caminha ao meu lado enquanto marchamos até a baia
dos buggys, capacetes nas mãos. Alugamos um depois do curso de
segurança mais rápido de todos os tempos. Pessoalmente, acho
que o cara só queria que colocássemos nossa família sob controle
ou que fossem embora.

Suava, gaguejando as palavras e tropeçando em todo lugar


com pressa para nos colocar na pista.

— Por que teve que chover? — reclama, soprando as mãos.

Pego o macacão azul que uso, o par de luvas que encontrei e


entrego a ela.

Um homem de quase trinta anos, vestindo um macacão


laranja, nos vê, com o veneno escorrendo de seus olhos.

Puxo o gorro de malha verde mais para baixo enquanto me


inclino para ela.

— Por que nos olha como se tivéssemos matado a mãe dele?

Joga as mãos para cima quando nos aproximamos.

— Por favor, não diga que enviaram duas fodidas garotas para
resolver esses hooligans11?

11
Refere-se a um comportamento destrutivo e desregrado. Tal comportamento é comumente associado a fãs
de desportos, principalmente adeptos de futebol e desportos universitários.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


302
Dou-lhe um olhar penetrante, meu lábio curvando.

— Sim. Conhece o ditado, 'nunca deixe um homem fazer o


trabalho de uma mulher'.

— Não acho que esteja certo — Imogen interpõe


prestativamente.

— Apenas resolva. Há apenas três de plantão devido à


temporada e o cara que saiu com seu grupo desapareceu. Não
conseguimos alcançá-lo pelo rádio.

Inclino a cabeça para o céu, suspirando antes de olhar para a


outra mulher.

— Papai.

— Max — concorda.

Querendo acabar com isso, estendo a mão, batendo o pé


impacientemente contra o asfalto.

— Chaves.

Lança um olhar furioso enquanto as joga.

— Seu kart é o número nove.

Sai furioso e com um olhar compartilhado de Imogen, sorrio,


girando as chaves em volta do meu dedo.

— Faremos isso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


303
O buggy não parece nada mais que sucata vermelha. Só
espero que não funcione como uma também. Depois de puxar o
capacete sobre a cabeça, sento, ela seguindo ao lado do passageiro.

— É incrível — grita, mas mal ouço através do capacete.

Verifico as correias antes de ligar o motor. Ruge para a vida,


vibrando a ponto de tremer.

— Uau — grito, pressionando o pé no acelerador.

Batemos de volta nos assentos, os pneus cantando enquanto


voamos para fora da pista e na estrada de terra.

Inclina a cabeça para cima, jogando as mãos para o alto e


grita.

Não a culpo. Se não me preocupasse com a possibilidade das


rodas girarem fora de controle, me soltaria. Deve ser a coisa mais
emocionante que já fiz e vindo de uma família dominada por
homens, isso é o que quero dizer.

O cenário passa por nós como um borrão, o vento soprando,


uivando. Rio enquanto a lama respinga dos pneus, cobrindo o
carrinho e nosso macacão.

Nunca estive mais feliz.

Viro o volante para a esquerda quando vejo a placa que o cara


da recepção nos disse que era o começo da trilha que papai e o
resto estavam. Só espero que os alcancemos antes que matem
alguém. Não há como agirem como loucos se estivermos na

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


304
pista. Nenhum deles se arriscaria a nos colocar em perigo. Podem
ser perigosos quando se trata de outros aspectos de suas vidas,
contudo com as mulheres, são cuidadosos, protetores.

Um buraco na trilha de terra nos faz quicar no assento e


quase perco o controle do volante.

Grita algo que não ouço, então me inclino, mantendo meu


olhar na estrada.

Quando ainda não consigo ouvir o que diz, aponta para a


distância. À frente, um kart virou numa vala, arbustos cobrindo a
frente da gaiola. Há outro não muito longe, ainda no caminho.

Merda!

Paramos atrás do carrinho no alto da margem. Em segundos,


tenho minhas alças desfeitas e meu capacete arrancado, deixando-
o cair no assento quando saio.

Chego ao topo, parando e colocando as mãos na cabeça.

— Que porra? — Uma cabeça surge do carro.

— Hayden? Hayden, é você? — Clayton grita.

Expiro, deixando os braços caírem ao lado do corpo enquanto


dou mais um passo na margem, escorregando quando meus pés
atingem o deslizamento de lama.

— Merda — amaldiçoo enquanto quase tombo, me equilibro,


caminhando para o lado do motorista, meu queixo caindo ao vê-lo

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


305
amarrado ao volante. Ele para de tentar afrouxar o nó com os
dentes e levanta a cabeça.

Recuo quando me encara furiosamente, lábios apertados.

Sinto seu temperamento queimando, então quando abre a


boca para gritar comigo, dou um passo à frente, erguendo as mãos
em sinal de rendição.

— Gostaria de aproveitar esta oportunidade para apontar que


você quis vir. Avisei, mais de uma vez, então, realmente, só pode
se culpar por esta situação.

— A maioria das pessoas correria para ajudar a que está presa


e amarrada a um veículo — ressalta, seu tom revestido de
aborrecimento.

Encolho os ombros quando uma ideia me ocorre e pego meu


telefone, distraidamente respondendo.

— Não sou a maioria.

Bufa. — Não brinca. Seu pai precisa ser trancado. E... ei, o
que fará?

Coloco a língua para fora, concentrando-me em obter o ângulo


certo.

— Preciso de provas. Os caras do escritório se divertirão com


isso.

— Puta merda, está ferido? — Imogen pergunta, derrapando


para parar ao meu lado, com olhos arregalados.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


306
Clayton me encara sem expressão.

— Não. Meu orgulho, no entanto, está esmagado entre o para-


choque e o arbusto. Obrigado por ser a única pessoa que se
importa.

— Como me enviou uma mensagem, se está amarrado ao


volante, e por que ninguém o ajudou?

Examino a área. Nem mesmo ouço o som de um motor perto.

— Bem — fala arrastado, uma mordida em seu tom. — Depois


que seu pai me tirou da estrada pela décima vez, tentei pedir ajuda.
O cara na estrada conosco parou. É o kart dele. Max voltou e o
agarrou para que não ajudasse. Tentei ligar e enviar mensagens de
texto para você, porém voltou e tentou impedir também.

Curvo-me para ajudar com os nós, me perguntando como


ficou parado por tempo suficiente para meu pai fazer isso.

Há mais de um.

Seu telefone saindo do macacão chama minha atenção.

— Mas não pegou seu telefone. Está aí.

— Entrei em pânico e soltei sobre meu pai. Sou o parente mais


próximo, e se algo acontecer, me ligarão.

Meus ombros caem com um leve suspiro.

— Não pensei nisso. Ele pegaria se não dissesse. Apenas


brincava — minto, finalmente desfazendo os nós.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


307
Levanto, recuando enquanto se puxa para fora, flexionando
os dedos. — Preciso dar o troco por isso.

— Claro que sim. A maioria das pessoas reage da mesma


forma — Imogen ri.

— Talvez não seja a melhor ideia — sugiro lentamente,


fazendo uma careta.

— Está muito certa — afirma. — Todos são atraídos pelas


travessuras Carter. É como um chamado. No entanto, nunca
termina bem para ninguém que não seja um Carter. Muitos
homens tentaram, meu amigo.

— Não está ajudando — murmuro, contudo não deixo de


concordar quando aponto para ela. — O que me aconselhou? —
Ele mantém o olhar nela por um segundo, absorvendo as palavras,
antes de virar para mim, me dando um olhar.

— Falou que, para fazê-lo se acalmar ou me respeitar, preciso


jogar em seu próprio jogo. Farei isso. Dois podem jogar.

— Não gosta de jogos — lembro-o.

— Este, sim. E acabarei com isso. Não serei seu chefe, o cara
que dirige um negócio de sucesso, ou um filho que não quer
decepcionar o pai moribundo. No momento, sou Clayton Cross e
esquecerei as responsabilidades e serei eu. Me vingarei.

Sai furioso, em direção à pista de terra.

— Então... basicamente, tirará o pau da sua bunda?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


308
— Verá. Mostrarei a ele — olha por cima do ombro. Os pés
dele escorregam e cai no chão.

A risada escorre de mim quando me aproximo, me curvando


para dar um tapinha em suas costas.

— Sim, definitivamente mostrará.

Vira para o lado, me olhando fixamente.

— Hayden?

— Uh — pego meu telefone do bolso.

Grito quando agarra meu pulso, me puxando para baixo ao


lado dele. Sujeira endurece minha boca e engasgo, cuspindo a
textura seca e com gosto ruim. Não fez isso.

— Seu idiota! — Expiro, minhas têmporas latejando. Chego


na minha frente, cavando meus dedos na terra e agarro um monte
de lama.

Estou prestes a lhe mostrar como é a vingança quando o som


de passos espirrando em poças chega até nós.

Inclinamos as cabeças para o topo da margem, onde um rapaz


de vinte e poucos anos para. Curva-se, seu rosto vermelho,
tentando respirar.

— G-graças a Deus está bem. Pegou de surpresa, cara. Perdeu


o rumo, juro. E está com minhas chaves.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


309
Clayton rasteja para frente antes de levantar. Sigo-o, tentando
muito tirar o máximo possível de sujeira do meu rosto, mas parece
que tudo piora.

— Não consigo tirar meu kart. Algo alojou no volante. Tentava


dizer antes que o levasse. É nosso único grupo hoje, então Stevens
virá puxar — explica, enquanto outro kart para atrás do nosso.

Clayton pega o capacete de seu assento antes de me seguir


até o banco para encontrar Jaxon.

Observa o kart enquanto tira o capacete, passando a mão pelo


cabelo despenteado, tornando-o mais bagunçado.

— Porra, cara. Desculpe, não pude parar para ajudar. Maddox


estava na minha bunda.

— Na sua bunda, hein? Gostou? — Provoco, meus lábios se


contraindo.

Aperta as mãos brevemente.

— Lembre-me porque não a matei ainda.

Levanto meu dedo. — Um, porque o enterraria antes mesmo


de me tocar e dois, Lily me ama.

— Temos um problema maior para lidar agora — interrompe


meu chefe, passando por mim.

— Vou trazê-lo de volta. Entra, Jaxon?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


310
— Ei, é nosso — grito quando pula para o assento do
motorista do nosso kart. Corro atrás dele, deslizando para o lado
do passageiro.

Passa-me meu capacete e seguro o de Imogen para ela,


fazendo uma careta quando lembro de nossa situação.

— Pule com Jaxon.

Revira os olhos, pegando o capacete.

— Sempre se divertem.

Não está errada.

Quando os motores ganham vida, arregala os olhos


ligeiramente antes de correr e entrar.

— Espere! Não pode me deixar aqui — grita o cara em serviço,


o rosto pálido.

Minhas costas batem contra o assento quando se afasta,


vento e chuva chicoteando ao nosso redor.

Inclino a cabeça, observando seu poderoso corpo manobrar o


kart com facilidade e prática. Cada curva que tomamos, se move
junto.

Por anos vendo meu tio Malik correr, conheço um corredor


nato quando vejo. Em algum momento, Clayton foi um corredor e
se destacou. São informações que armazenarei para depois.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


311
Cinco minutos mais tarde, estou dando um tapa na mão
dele. Cada vez que atingimos um obstáculo na estrada, colocava o
braço sobre meu peito, me empurrando de volta ao assento.

Uma clareira surge à frente. É a parte mais larga da pista em


que estivemos. Maddox e meu pai lutam para tirar um kart de uma
poça de lama, que é a melhor condição dos dois. O outro com
moldura preta está de lado, meio preso num arbusto.

Pensando que desaceleraria quando chegamos, fico surpresa


quando não faz e, em vez disso, pressiona o pé no chão. Sorrio,
puxando o telefone do bolso e me elogiando por obter uma capa à
prova d'água.

Bati o recorde quando papai levantou a cabeça, sorrindo, mas


quando seu olhar pousou no homem louco ao meu lado, o sorriso
sumiu. Enrijeceu-se, plantando os pés separados, até que percebe
que não parará. Recua, virando para o lado na cintura para nos
evitar.

É tarde demais. Gira a roda no segundo em que os


alcançamos e quebra, fazendo com que sujeira e poça espirrem,
atingindo papai da cabeça aos pés. Olho para trás, ainda
segurando a câmera, enquanto fica ali, imóvel por um momento,
antes que o inferno comece. Seu corpo treme enquanto grita
conosco, socando o ar e chutando o chão.

A risada sai de mim quando Maddox, ainda dobrado no joelho


atrás do kart, vira a cabeça bem a tempo de Jaxon fazer a mesma
manobra, atingindo os dois novamente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


312
Desta vez, papai escorrega, caindo de bunda.

A última coisa que vejo é Jaxon girando, seguindo a pista em


vez de voltar a si como Clayton fez.

Chegamos a uma parada fora do caminho, numa área isolada


escondida por arbustos. Desliza o visor, sorrindo como um idiota
louco, com as bochechas vermelhas.

— Viu o rosto dele? — grita, apertando minha mão.

Levanto a viseira, meu sorriso fazendo minha mandíbula


doer.

— Peguei tudo na câmera — aceno o telefone. — Faremos de


novo e, em seguida, fazer desta faixa nossa cadela.

— Não entendi, contudo faremos de novo. Para ter certeza que


o acertamos.

Dou-lhe um sinal de positivo, inclinando a cabeça para trás e


rindo ruidosamente.

Sai de nosso esconderijo antes de alinhar o carro e ligar o


motor.

Seu pé bate no acelerador, fazendo-nos recuar. Quando os


caras aparecem, luto para respirar com a visão diante de
nós. Lembram-me da vez em que os levamos para patinar no gelo
e lutaram para se segurar.

Papai levanta os olhos ao som do motor, seu queixo


caindo. Empurra Maddox na frente, como um escudo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


313
No entanto, Clayton passa por eles, fazendo a lama espirrar
como uma onda.

Olhando em volta do meu assento, posso testemunhar


Maddox perder o equilíbrio, caindo de cara no chão, papai
tombando sobre ele.

Nós os perdemos de vista quando viramos a esquina e, quando


viro para frente, as rodas giram ao mesmo tempo que o volante
trava.

A cabeça de Clayton vira brevemente em minha direção,


pânico piscando em seus olhos. Seus dedos agarram o volante,
lutando para girá-lo enquanto pisa no freio.

Nota o banco no segundo depois de mim. É mais íngreme que


o que acabamos de deixar e, em vez de um arbusto, estamos indo
direto para uma árvore.

Posso ouvi-lo gritando por causa do barulho, mas não entendo


as palavras enquanto me inclino para ajudar, agarrando o volante
e puxando mais forte que posso. Não adianta, rolaremos aquela
margem e bateremos na árvore. Não há nada que possamos fazer
para impedi-lo.

Estamos a segundos do banco quando Clayton desiste do


volante e me assusta ao virar, seu corpo cobrindo parcialmente o
meu.

Pressiono-me em seu ombro enquanto me agarra, protegendo


minha cabeça. Um grito escapa quando começamos a ganhar

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


314
velocidade, meu estômago revirando enquanto o kart gira colina
abaixo.

Agarro a gaiola de metal com uma das mãos, a outra


segurando-o, para salvar minha vida. Meus dedos doem, junto com
o corpo.

Meu coração bate contra minha caixa torácica, assim como


ressoa em meus ouvidos, quando disparamos para frente antes de
sermos puxados em nossos assentos, quando para de repente.

Lentamente sai de cima de mim enquanto pisco atordoada,


examinando meus arredores.

Batemos na árvore pela extremidade traseira. O banco parece


muito mais íngreme deste ângulo que ao se aproximar.

Recuo quando Clayton pega meu capacete, soltando-o e


deslizando-o da minha cabeça.

— Está bem? — Apressa-se, cheio de culpa enquanto inclina


minha cabeça de um lado para o outro, verificando se há
ferimentos.

Empurro-o suavemente.

— Estou bem, o que aconteceu? — Solto o cinto.

Lendo minha mente, sai, dando a volta para meu lado e me


ajuda.

— Foi minha culpa. Dirigi como um idiota. O volante travou e


o motor desligou. Sinto muito, Hayden.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


315
— Não sinta. Não acho que seja por causa da sua condução.
— declaro honestamente, observando o motor girando enquanto a
chuva o atinge.

Do canto do olho, vejo-o tropeçar para frente. Preparo-me


enquanto me agarra, me puxando para seus braços e
apertando. Alívio escapa de seu controle, seu corpo permanece
tenso, no limite.

— Estou tão feliz por estar bem.

Afasta-se, porém se mantém perto, a angústia brilhando de


volta para mim.

Estico-me, limpando uma mecha de cabelo que sai ao lado de


sua têmpora, antes de encontrar seu olhar. Minha boca seca
enquanto respiro.

— Você me protegeu.

Passa a mão na testa. — Por que parece surpresa?

Meus lábios contraem. — Porque planeja minha morte desde


o primeiro dia.

Dá um passo à frente, sua expressão vazia de qualquer coisa


enquanto segura minha bochecha. Brevemente fecho os olhos, não
querendo que esse momento acabe.

— Sua morte não é o que planejo desde o primeiro dia, Hayden


— admite, sua voz rouca, inclinando-se ainda mais.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


316
— Não me beije, a menos que queira. Este lugar parece ótimo
para esconder seu corpo.

Inclina o queixo para baixo, franzindo a testa.

— Quis dizer isso da primeira vez.

— Sinto um “mas”...

— Sou seu chefe.

Recuo, dando um aceno afiado enquanto engulo o nó na


garganta, embora uma parte de mim queira dar uma joelhada nas
bolas dele.

— Entendo. Não quer ser visto com a 'ajudante', por assim


dizer.

Recua, seu corpo travando.

— De jeito nenhum. Preocupo-me que os outros tornem as


coisas difíceis para você no trabalho se pensarem que a favoreço
porque estamos juntos. — Torce os lábios. — Realmente pensa tão
pouco de mim?

Vira, subindo a colina antes que eu tenha a chance de


responder. Pisco minha confusão quando as palavras finalmente
se estabelecem, meu coração disparado.

— Espera!

— Não. Terminei por hoje, com tudo isso, Hayden.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


317
Correndo atrás dele, pego seu macacão, puxando-o. Suspiro
quando perde o equilíbrio, levando-me com ele enquanto caímos
no chão.

Nós nos separamos e se apoia nas mãos, me olhando


enquanto deito de costas na lama, na colina.

— Para o que foi aquilo?

Inclino-me nos cotovelos.

— Se parasse, não teria que tomar medidas drásticas.

— Deus, como é irritante.

— Não é bom falar sobre Deus assim — digo, o retorno fluindo


facilmente.

— Nem é religiosa — me lembra.

— Saímos do caminho — estalo. — Pareço alguém que se


importa com o que as pessoas pensam?

Junta as sobrancelhas. — Não.

— Não — concordo. — Então, por que acha que me importaria


com o que pensassem no trabalho? Nem precisam saber.

Suas pupilas dilatam enquanto se aproxima, balançando a


cabeça.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


318
— Ainda sou seu chefe, e se não percebeu, discutimos sempre.
Não quero uma discussão de relacionamento arruinando nosso
ambiente de trabalho ou vice-versa.

Uma risada escapa quando a decepção se instala.

— Não achava que tivesse medo de ir atrás do que queria. Não


jogo esses jogos.

Agarra minha nuca, levando minha cabeça em sua direção,


parando quando meus lábios estão a um segundo de distância. O
ar quente se mistura entre nós enquanto meu pulso dispara.

— Não estou e mostrarei quanto.

O toque de seus lábios faz os meus separarem e fecho os


olhos, já antecipando quão bom será.

Sua língua sacode meu lábio superior enquanto o som de um


motor derrapando acima de nós nos separa.

Gemo, caindo de costas e olhando morro acima.

— Puta que pariu.

O cara chamado Stevens, que nos deu as chaves do nosso


kart, se solta do cinto e chega ao topo do morro.

— Está maluca? Instruí para pegar o número nove, não o seis.

— Ei, não fale assim com ela — rebate Clayton.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


319
— Tá escrito nove — grito, levantando sem me preocupar em
limpar a sujeira.

Aponta para o carro, com as narinas dilatadas.

— É uma porra de seis.

Dando uma olhada, o número preso ao topo, numa placa de


metal, diz nove, mas o número borrifado na lateral, diz seis.

Faço uma careta, encolhendo os ombros. — Desculpe?

— Desculpe? Desculpe! Está em conserto por causa de


problemas no motor. Poderia morrer — joga as mãos para cima. —
Nenhum de vocês escuta?

— Oh, não — murmuro enquanto o som da risada maníaca


de papai se entrelaça com o rugido de um motor.

Abro a boca para avisar Stevens, contudo, penso


melhor. Poderia usar isso como uma experiência de aprendizado.
Puxo Clayton para longe do banco.

Tudo acontece muito rápido. Papai acelera na direção de


Stevens e, no minuto em que percebe, reage, recuando. Perde o
equilíbrio, claramente sem perceber quão perto está da colina, e
cai, agitando os braços enquanto tenta se salvar do
constrangimento.

Inclino a cabeça para Clayton.

— É hora de partir.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


320
— Hã?

— Apenas confie em mim. Nada de bom virá a partir deste


momento. É melhor sairmos enquanto podemos.

— Tudo bem — sorri, agarrando minha mão. — Roubaremos


o kart dele e voltaremos para a entrada.

Rindo, aceno.

— Pode me pagar o jantar por salvá-lo.

— Claro que pagarei — murmura.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


321
CAPÍTULO VINTE
Uma brisa fria pega meu cabelo, soprando fios em meu
rosto. Estou feliz que escolhi deixá-lo ondulado com algumas
tranças escondidas por toda a parte.

Só agradeço por não chover. Não quero minhas botas de


camurça, que vão até a coxa, sendo arruinadas. Entre minha saia
preta curta e rasgada e as botas, revelo apenas uma pequena parte
da coxa, então o frio ainda não me toca.

Puxo a jaqueta mais apertada em meu corpo, cobrindo minha


camiseta do Guns’n Roses.

Nunca me senti tão bem com minha escolha de roupa. Com


algumas pulseiras e uma gargantilha, parece completo.

O time que Faith contratou era o melhor dos


melhores. Fizeram maravilhas em nós, senhoras. Minha
maquiagem é perfeita. Depois de descrever minha roupa em
detalhes para a maquiadora, aperfeiçoou meu visual desejado,
dando-me uma maquiagem esfumada para os olhos, um brilho em
minhas bochechas e lábios vermelhos rubi. Fiz questão de anotar
tudo que usou, embora não ache que farei com que pareça tão bom
quanto isso. Provavelmente acabarei parecendo um guaxinim.

Há um salto no meu passo quando me encontro com os outros


esperando do lado de fora do Mingles.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


322
Os caras já esperam por nós, e quando os dois últimos táxis
param com o resto do grupo, diria que somos os últimos a chegar.

A tensão deixa meu corpo quando Clayton caminha no meio


da multidão.

Depois de julgar seguro, o deixei com os caras mais cedo para


que voltasse para as meninas. Isso não me impediu de me
preocupar um pouco.

Não que duvidasse dele, especialmente depois de hoje,


contudo conheço minha família. Não importa quão forte seja,
podem e irão quebrá-lo sem usar violência.

Meus lábios abrem num sorriso enquanto levanto a mão,


acenando quando finalmente me vê. Para no meio do caminho,
quase tropeçando, incapaz de desviar o olhar. Examina meu corpo,
começando de baixo e construindo seu caminho para cima, sem
pressa.

Um zumbido baixo e agradável aquece meu sangue com a


avaliação. Depois de mais cedo, meus hormônios estão por toda
parte, e agora, não confio em mim para não pular nele.

Vi um lado diferente dele hoje, e isso só me fez desejá-lo


mais. É como uma fome.

— Nada acontecendo, minha bunda — papai murmura por


cima do meu ombro.

Olho para trás, arqueando a sobrancelha. Antes que diga


mais alguma coisa, mamãe o puxa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


323
— Como foi o resto do seu dia? — pergunto a Clayton
enquanto se aproxima.

Faz um som no fundo da garganta.

— Estou vivo, então é isso.

— Mas? — provoco, sabendo que sempre há um “mas” quando


se trata dele. Dá-me um sorriso torto.

— Conhece-me tão bem.

— Então?

— Estou com fome — geme. — Poderia comer uma vaca agora.

— Não foi com o resto ao restaurante? Foi convidado —


lembro-o, preocupada que não foi.

— Sim, Hayden, fui. Seu pai é o pior quando se trata de


comida. Como ele consegue se manter em forma?

— Alto metabolismo e bons genes — respondo imediatamente,


acostumada a ouvir essa pergunta. — O que fez?

— Além de me deixar com uma cicatriz para o resto da vida?


Não quer saber. É seguro dizer que não teremos permissão para
voltar durante nosso tempo aqui.

Que é o que temia que acontecesse após o incidente desta


manhã.

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324
— Estamos todos aqui — anuncia Charlotte, dando um passo
ao meu lado.

Começamos a nos dirigir para a entrada, quando todos param


de repente, quase me fazendo tropeçar na minha tia Denny.

— Que porra é esse lugar? — Mason rosna, virando e enviando


um olhar acusador para Clayton.

Dou uma espiada em torno dele para a entrada, meu queixo


caindo. Homens e mulheres saem e entram na grande construção,
equipados em couro preto, coleiras e correntes.

— Caralho! — sussurro.

— Em que meteu minha filha, Cross? — papai questiona, seu


tom ficando agudo no final.

Dá um passo para trás quando quase todos formam um grupo


na nossa frente, apontando os olhares raivosos. Levanta as mãos.

— Não me culpe por isso.

— Você reservou — indico. — Por que nos traria aqui?

Suspira pesadamente, as sobrancelhas franzidas.

— Pela última vez, não sou um planejador de festas de


verdade.

— É péssimo nisso — admito.

— Por que fingiu ser um? — Papai acusa.

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325
— Max — mamãe acalma.

— Pergunte a sua filha.

Encolho os ombros travessamente. — O que quer dizer?

— Ei — Faith interrompe suavemente. — Realmente


apreciamos tudo que fez, mas realmente não quero entrar aí. Não
se importa, não é?

— Minhas garotas não pisarão lá também — Mason retruca.

O grande segurança que guarda a porta dá um passo para o


lado do nosso grupo. — Se não entrarão, preciso que se afastem
das portas.

— O que está acontecendo? — Charlotte pergunta, seu olhar


mudando para a porta.

— É noite de BDSM. Farão uma encenação esta semana e


venderão brinquedos sexuais — passa o olhar sobre Charlotte,
lambendo os lábios.

— Realmente? — ela e eu perguntamos, olhando à entrada.

— Não! — Papai grita. — Sobre meu cadáver.

Faz beicinho. — Mas...

— Não, Charlotte — declara Myles, com o rosto vermelho.

O segurança dá outra olhada em nosso grande grupo.

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326
— O Barbra, ao virar da esquina, terá uma noite drag.
Karaokê.

— Sim. — Faith sorri. — Amo drag.

— Amo karaokê — Maddox anuncia, nos fazendo gemer.

Pode adorar, contudo o karaokê não o ama. Um cachorro é


mais afinado que ele.

— É o Barbra — Beau grita, pegando a mão de Faith.

— Tenham uma boa noite — anuncia o segurança, voltando


para a entrada.

Minha parte superior do corpo balança com a batida da


música, meus quadris balançando na cadeira. O Mingles me
interessou por um segundo, entretanto estou feliz que foi aqui que
acabamos.

Homens travestidos são os melhores.

Quando chegamos, tinha uma drag queen chamada Luna


fazendo stand-up. Nem tínhamos sentado e começamos a rir.

Deve ser uma noite normal aqui, porque fotos deles aparecem
nas paredes, junto com anúncios do que mais acontecerá na
semana.

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327
— Uau — uivo quando outra bandeja de doses é colocada em
nossa mesa. Pego a minha, então atiro de volta, o líquido escuro
queimando minha garganta.

— Seu pai e tios tramam alguma coisa — Clayton grita


enquanto se inclina, seu perfume alcançando meus sentidos.

Virando a cabeça para a mesa deles, noto que está certo.

Papai, depois de monopolizar o tempo com uma drag queen


ruiva, questionando-a com porcarias aleatórias, finalmente senta
com Malik, Mason e Myles, não deixando ninguém se sentar ao
lado deles.

Percebi, não há muito tempo, que me olhava, mas até agora,


não vi sua expressão astuta.

No minuto em que me viram observando, desviaram o olhar


tão rapidamente que ficaria surpresa se não tiverem uma lesão no
pescoço.

Tio Malik, no entanto, parece entediado, sua atenção em tia


Harlow.

Suspiro, recostando-me na cadeira.

— Ficará bem. Depois que quase mataram Jaxon,


prometeram que não reagiriam exageradamente novamente.

— Isso realmente não me faz me sentir melhor.

— A seguir, esta noite, temos um gostoso, Clayton Cross —


anuncia Cindy, a diva do palco.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


328
Líquido espirra pela mesa enquanto se engasga com a bebida.

— Realmente? — Maddox murmura, enxugando o álcool de


seu braço.

Vira-se para mim com olhos arregalados.

— Por favor, diga que não ouvi meu nome.

Sorrio, porque isso tenho que ver. — Realmente ouviu.

— Fez isso?

— Não — viro para a mesa onde papai está, rindo com os


outros. — Realmente não pode desistir. Contam com isso. Viva um
pouco.

Afasta-se da mesa e se concentra em mim, seus lábios


puxando num sorriso malicioso. — Então não se importará de fazer
isso comigo.

— Não estou bêbada suficiente — pego uma dose da mesa e


engulo quando me puxa. Chegamos ao palco, onde Cindy nos
cumprimenta.

— Ei, querido. Ei, torta quente — diz lentamente, correndo o


olhar sobre meu homem.

Não posso culpá-la. Hoje à noite, pulou a calça preta e optou


por um jeans azul marinho escuro e uma camisa branca com
listras azuis claras, mangas arregaçadas até os cotovelos. Sapatos
e cinto marrom para combinar.

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329
Parece bom o suficiente para comer e cheira ainda melhor.

— Ei — cumprimento, dando-lhe um pequeno aceno.

— Ainda quer cantar 'It's Raining Men'? — pergunta, sua voz


áspera.

— Deus, não. — Estremeço. — Tem “Islands in the Stream”?

— Dolly Parton? É dona do meu coração, querida — jorra,


pressionando o peito acolchoado em meus braços enquanto me
abraça.

Enrolo uma mecha de seu cabelo em volta do meu dedo,


sorrindo.

— Você é Dolly em tudo.

Pisca, seus cílios longos e brilhantes tremulando.

— Talvez mais tarde possamos cantar 'Jolene' ou, meu


favorito, '9 às 5'.

Afasto-me, sorrindo.

— Com certeza.

Clayton esfrega as mãos em seu jeans antes de pegar o


microfone.

— Por que essa música? — sussurra enquanto caminhamos


para o palco, onde a tela fica, de frente para nós.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


330
— Tem muita introdução — sussurro, sorrindo para a
multidão.

Ri baixinho quando a música começa a tocar.

— Baby when I met... — canta, chocando-me profundamente


quando descubro que é muito bom.

Balanço a cabeça, sorrindo como uma idiota quando nosso


dueto começa.

— You do something to me...

Seus lábios espalharam num largo sorriso, arqueando as


sobrancelhas. Não sou de me gabar, sou muito boa.

Os membros femininos e alguns masculinos do nosso grupo


estão de pé, torcendo e cantando junto conosco.

Balanço para os lados, batendo meu quadril com o dele


quando escorrega.

Uma risada sai de seu peito no meio da música. Olha-me,


envolvendo um braço em mim enquanto continua a cantar.

Estou tão presa em seu sorriso torto que não percebo que
parei. Alegria e felicidade irradiam dele e não consigo me virar.

Assusto-me quando alguém desliza atrás de mim. Tudo me


atinge de uma vez. O som de aplausos, a música leve de introdução
tocando e Cindy parada entre nós.

— Cantando assim, esse casal irá longe — grita ao microfone.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


331
— Não são um casal — grita papai. — Fake news.

A multidão ri e sorrio de sua expressão abatida. Faço uma


reverência antes de ficar de pé, levantando os braços.

— Obrigada por virem. Estou aqui a semana toda.

— Não tão rápido, coisa curta. Precisamos de você para o


próximo jogo — revela Cindy.

— O quê? — Forço uma risada.

— Temos uma festa de despedida de solteiro. A noiva e o noivo


podem subir ao palco? — Declara, antes de examinar a multidão.

— Vocês dois pássaros do amor engolindo os rostos um do


outro... sim, subam. E vocês dois gostosos.

Aiden e Bailey lentamente levantam, relutantemente fazendo


seu caminho para o palco, junto com Beau e Faith e, para meu
horror, mamãe e papai.

— Oh Deus — fico mais perto de Clayton.

Outra drag queen sai de trás da cortina, carregando quatro


balões.

— Por favor, diga que serão jogados para cima e não para o
que acho que servem.

— Anime-se, botão de ouro, faremos isso. Meu pai está com


sua cara de 'ganhei'.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


332
— Sério? Quer fazer isso por causa dele?

— Somos uma família competitiva.

— O primeiro casal a levar o balão da cintura à boca, sem


estourá-lo ou tocá-lo com as mãos, ganhará uma garrafa de
champanhe.

— Prepare-se para perder, minha semente.

— Aposto cinquenta libras que ganho.

— Feito. Prepare os cinquenta. Lucrarei.

Reviro os olhos, mas é a mamãe que me dirige, não papai.

— Precisará do pudim favorito dele para acalmá-lo depois que


perder.

Papai bufa. — Pudim é um eufemismo para sexo.

— Sério — estalo. — Já juntei várias coisas para conversar


com meu terapeuta quando conseguir um. Tem que adicionar algo?

— Ignore-o. Está mentindo.

Zombo porque seu rubor profundo diz de forma diferente.

— Preparem-se — grita Cindy.

Clayton coloca o balão entre nós, antes de colocar levemente


as mãos nas minhas laterais, logo abaixo da área do meu
seio. Limpa a garganta, empurrando-os para longe e os colocando
mais abaixo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


333
Meus dedos se contraem enquanto luto para mantê-los ao
meu lado.

— Firme.

Respira fundo, as pupilas dilatando enquanto pressiono um


pouco mais perto.

— Vai!

É um movimento rápido quando todos começam. Dobrando


os joelhos, empurramos e balançamos nossos quadris e estômago,
tentando mover o balão mais alto, contudo, só conseguimos baixá-
lo.

— Pare de se mover e me deixe fazer o trabalho — estalo.

Congela. — Espero que não seja tão exigente na cama.

— Diz isso como se fosse descobrir — solto, me abaixando e


empurrando o balão para cima com meus seios.

— E-eu só oh Deus, o que está fazendo?

— Cale a boca e fique quieto — ignoro meu seio escovando seu


pau.

— Pare de mandar em mim — ordena rouco.

— É meu lado competitivo, desculpe. — Faço uma careta,


alcançando seu peito.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


334
Abaixo a cabeça, usando meu queixo para levantá-lo, antes
de alcançar meu alvo.

Uma buzina soa quando Cindy anuncia: — Temos um


vencedor.

O balão estoura e nossas bocas se chocam. O calor sobe em


meu peito quando Clayton me agarra pela cintura, me impedindo
de cair.

Pode ser a bebida, adrenalina, ou talvez seja apenas a química


fervendo constantemente entre nós, mas o beijo. Minha língua
sacode seu lábio inferior enquanto minha boca envolve a dele.

Seus dedos cavam em meus lados, e quando estou prestes a


aprofundar o beijo, meus arredores voltam ao lugar ao som da voz
do meu pai.

— Não, não faremos isso — Papai grita.

— Baby, acabou — mamãe explica, diversão em sua voz.

Lentamente, me afasto, piscando para afastar a luxúria que


percorre meu sistema.

— Eu... eu...

— Nem são um casal. Devem ser desclassificados —


argumenta.

— Não me pareceu assim, docinho — murmura Cindy.

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335
Afastando meu olhar de Clayton, viro para os outros, rindo da
expressão azeda de papai.

— É um péssimo perdedor. Pague. — Estendo a mão, batendo


o pé no chão de madeira.

Enfia a mão no bolso de trás, puxando duas notas de vinte e


uma de dez antes de colocá-las na minha mão.

— Isso não acabou.

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336
CAPÍTULO VINTE E UM
Ainda há um pouco de vento quando saímos do Chicken
Palace, no meio da cidade, do outro lado de onde Cabin Lakes está
localizado.

Um grupo de nós que estava com fome deixou os outros


entrarem no táxi. É uma da manhã e a maioria dos pubs ou clubes
estão fechados, os táxis são limitados.

Então, eu, Clayton, papai, Charlotte, Malik, Maddox, Mark e


Hope decidimos pegar algo para comer e caminhar o resto do
caminho.

Felizmente, não temos muito que andar, embora com a forma


como Mark balança, pode levar o dobro do tempo. Participou de
um jogo de shots de roleta com Beau, ganhando uma bebida grátis
no final. O outro estava pior quando o deixamos desmaiado no táxi
com Faith e os outros.

— É tão bom — Clayton murmura com a boca cheia de


comida.

Rio enquanto limpo um pouco de maionese de seu lábio.

— Posso ver.

— Podemos ir à biblioteca agora? — Charlotte fala,


esperançosa.

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337
— Pode fazer o que quiser, princesa — papai diz, cavando em
seu balde tamanho família.

— Talvez amanhã — Malik oferece, olhando para Max


enquanto luta para manter Mark de pé.

— Quero nadar — declaro, virando para Clayton. — Devíamos


totalmente nadar.

— Pode ir para a cama — papai ordena, estreitando os olhos


para mim. — Você nunca me escuta. Charlotte me escuta.

Reviro os olhos. — E não começarei agora.

— Quem pegou minha cama? — Mark gagueja, fechando os


olhos, descansando a cabeça em Malik.

Papai aponta uma coxinha de frango frito para Clayton.

— Corrompeu minha filha.

— Se alguém foi corrompido neste cenário, fui eu. Conhece


sua filha? Ninguém lhe diz o que fazer — responde, mais relaxado
que já o vi.

Sorrio com o elogio.

— Obrigada.

— Oh, olhe para aquela conversa de luta — brinca Maddox,


aproximando-se de papai. — Finge que não conhece sua própria
filha.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


338
Bufa.

— Pfft, como se pudesse me vencer.

— Não sei, Max, acho que está perdendo o controle — o


provoca, sorrindo. — Viu-o em cima dela no palco?

— O quê? — grita, indo para Clayton.

Malik solta Mark, que cai contra um poste de luz, para parar
meu pai, colocando a mão em seu peito.

— Coma a comida.

Dá um passo para trás, pegando outra coxa de frango, seu


olhar ainda em meu homem.

— Acho que devemos fazer um passeio pela natureza —


Charlotte solta. — Procurar ursos.

— Onde está o urso? — Mark balbucia, esfregando o poste da


lâmpada.

— Não temos ursos — lembro-a, antes de virar para Maddox,


estreitando os olhos. — E pare de tentar causar uma briga porque
ainda está de mau humor com o que aconteceu. Ele o vingou por
tirá-lo da estrada, de forma justa. Viva com isso.

— Aww, precisa de uma garota para defendê-lo? — Papai


canta, balançando seu frango no ar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


339
— Realmente fiz bem a vocês. Seus rostos... — Clayton reflete,
rindo abruptamente da imagem que provavelmente pintou em sua
mente.

— Foi hilário. — Observo um carro da polícia parar um pouco


à frente, seguido por dois policiais saindo.

— Olhe para ele rindo de você — sussurra Maddox.

— Pare de tentar provocá-lo, filho. — Malik ordena, batendo-


lhe na cabeça.

— Abuso infantil! — grita, agindo como se meu tio tivesse


dado um golpe na cabeça dele.

Dá um passo para trás e, antes que alguém o alerte, a parte


de trás de suas pernas atinge um pequeno banco e voa, agitando
os braços enquanto tenta manter o equilíbrio.

Recuo quando cai de costas, rolando numa fonte. Água


espirra pela lateral e por Mark, que agora descansa perto da lixeira.

— Não quero um banho — lamenta Mark, golpeando o ar.

Inclino-me para Hope.

— Conseguiu alguma coisa disso na câmera?

— Estou gravando desde que seu pai começou a zoar de novo.

Os policiais param na nossa frente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


340
— Recebemos algumas reclamações sobre um distúrbio.
Estão na área há muito tempo?

— Não, apenas pegamos comida e indo para casa. — Hope


responde, fazendo uma careta quando Malik acidentalmente deixa
Maddox cair de volta na fonte.

— Senhor, precisamos que saia da fonte. — O mais alto dos


dois oficiais ordena.

— Tento tirá-lo de lá. — Levanta, agarrando a mão do outro.

— Precisa prendê-lo. — Papai grita de repente, apontando


para Clayton. — Não aqueles dois desajustados. Ele está tentando
entrar nas calças da minha filha. Ela não tem nem dezoito anos.

— Senhor, por acaso bebeu? — O oficial menor pergunta,


apoiando os pés separados, a mão apoiada no cinto.

— O limite de idade legal é dezesseis, pai. — Aponto antes de


forçar meus olhos a lacrimejarem. — Não acredito que esqueceu
minha idade. Nunca esquece Liam ou Landon, e somos trigêmeos.

Lança um olhar venenoso ao meu companheiro antes de jogar


uma coxa de frango nele.

— Agora veja. Você a fez chorar.

Coloco a mão sobre a boca quando a coxa ricocheteia na ponta


do nariz dele e cai em sua caixa de comida, que a derruba de sua
mão.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


341
Levanta a cabeça, espetando papai com um olhar firme antes
de virar para a polícia.

— É agressão. Gostaria que fosse preso.

Agarro meu estômago, rindo da expressão cabisbaixa de


papai.

— Oh Deus, isso é engraçado.

E sexy. Na verdade, sempre que assume o comando, fico com


calor. A menos que mande em mim.

— Não acredito que me empurrou — Maddox grita,


empurrando Malik para longe.

— Pare com isso — avisa, empurrando-o levemente para trás.

— Porra! — sussurro, dando um passo para trás enquanto


assisto o horror acontecendo na nossa frente.

Bate em Mark, que por sua vez bate no oficial, ambos caindo
no chão.

— Tudo bem, os levaremos — anuncia o oficial menor,


estendendo a mão para papai.

— Não. Isso é o que ele queria. Não vê? — grita, fugindo da


polícia.

— Não acabará bem — murmura Hope.

— Acho que Mark vai vomitar — informa Clayton.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


342
Estremeço quando o policial termina de levantá-lo, apenas
para ser coberto de vômito. Inclina a cabeça para cima, respirando
antes de virar e algemar meu primo.

O cara que persegue papai ao redor da fonte pede ajuda


enquanto o outro tenta deter Maddox.

— O que fiz? — grita.

— Devemos ir — resmungo, dando mais um passo para trás.

— Você os deixará serem presos? — Clayton pergunta, seu


queixo caindo.

Levanto uma sobrancelha.

— Não sobrevivi à minha infância esperando. Acredite em


mim, nos recolherão, e não sei sobre você, porém, não quero passar
a noite em uma cela.

— E não serão presos. Vão mantê-los durante a noite. —


Explica Hope. — Embora Mark terá uma conta da limpeza pela
manhã.

— Significa que podemos ir à biblioteca? — Charlotte sorri de


orelha a orelha.

— Veremos o que há na cabana.

— Ei, não podem nos deixar — Papai grita, lutando para


levantar do chão onde o policial o prendeu, mas sua atenção volta
para a caixa de comida que está perto. Estica a mão livre, pegando
uma coxa de frango.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


343
— Sabia que nos prenderia — Maddox rosna, olhando-o.

— Tchau. Vejo-os de manhã — grito, antes de pegar a mão de


Clayton e correr na direção que leva às cabanas.

— Estou cansada — resmunga Charlotte. — Contudo,


realmente queria caçar ursos. Há tantas terras aqui.

— Não temos ursos — explica Hope, abraçando-a.

— Temos gatos selvagens. Podemos encontrar alguns. —


Boceja, a olhando.

— Vemos vocês amanhã de manhã. — Faço uma careta com


a dor em meus pés por causa de toda a caminhada.

— Boa noite, pessoal — resmungam, alcançando a porta de


sua cabana.

— Meus pés estão me matando — gemo, agarrando o braço de


Clayton.

— Pule nas minhas costas. — Oferece, dando um passo na


minha frente e se abaixando. Quando não me movo, se endireita,
de frente para mim. — O quê?

— Viu minha saia? Mostraria minha bunda para cada Tom,


Dick e Harry. Tenho uma bunda ótima, não significa que quero que
todos vejam.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


344
Rindo, dá um passo à frente, tirando o casaco.

— Pule na frente. Cobrirei sua bunda grande com meu casaco.

Sorrio, colocando meus braços em volta do pescoço dele e me


levantando, antes de envolver minhas pernas em volta de sua
cintura. O frio atinge minha bunda nua enquanto minha saia sobe
até minha cintura. — Sabia que gostava de mim.

Geme, segurando o casaco sobre minha bunda. Limpa a


garganta.

— Preciso me preocupar se seu pai me matará amanhã?

— Ficará muito chateado por fazê-lo ser preso. Malik, por


outro lado, ficará puto. Não se preocupe, enviaremos mensagens
para mamãe e tia Harlow para pegá-los pela manhã.

Desloca-me mais para cima, sua mão deixando cair a jaqueta


um pouco, fazendo com que deslize na minha bunda nua.

— Desculpe — resmunga.

Meu clitóris pulsa enquanto esfrega em seu abdômen. Mordo


o lábio, preocupada que quando descer, veja como estou excitada.

Passo o dedo ao longo de sua têmpora, incapaz de desviar o


olhar.

— Já falei como seus olhos são lindos?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


345
Cada neurônio dispara, cada célula da pele formiga e os
cabelos da minha nuca arrepiam enquanto a eletricidade passa
entre nós.

Abre os lábios enquanto as pálpebras baixam, acumulando-


se com desejo.

— Hayden — sussurra roucamente.

— Clayton — aperto as coxas em torno dele.

— Que se foda! — rosna, marchando para a lateral de um


prédio, para as sombras onde não nos verão.

— Clay...

Seus lábios se unem aos meus, a língua provocando a minha


enquanto me pressiona contra a parede, esquecendo a jaqueta.

Coloca sua mão possessivamente na minha bochecha,


inclinando meu queixo para aprofundar o beijo, antes de se afastar
e beijar ao longo do meu pescoço.

— Não deveria fazer isso — sussurra, apagando um pouco


minha excitação. — Sou seu chefe.

— Ninguém precisa saber. O que acontece aqui pode ficar aqui


— minto parcialmente. Posso ser capaz de dizer as palavras, mas
o significado delas é algo totalmente diferente. Pela primeira vez
desde que comecei a ter intimidade com homens, não tenho certeza
de como separar meus sentimentos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


346
— Assim que sairmos, tem que parar — suspira, salpicando
beijos ao longo do meu pescoço enquanto desabotoo seu cinto,
ignorando a dor da fivela na parte interna da minha coxa.

— Aqui? — pergunta, inalando profundamente.

— Quero. Chame de aperitivo.

Sinto-o alcançar antes de ouvir um farfalhar. Inclina-se para


trás, mantendo-me presa à parede por sua metade inferior
enquanto tira um preservativo da carteira e, em seguida, deixa-a
cair no chão.

— Talvez devêssemos voltar para a cabana antes que alguém


nos ouça ou nos veja — murmuro, embora meu corpo pense de
forma diferente enquanto abro o botão de seu jeans e abro o
zíper. — Ou não.

Não consigo manter meus lábios longe dele, sacudindo minha


língua contra a dele enquanto luta para colocar a camisinha.

Dedos frios deslizam por dentro da minha coxa e na minha


calcinha, entre minhas pernas.

Gemo em sua boca, apertando, prendendo os dedos dentro de


mim. Sinto como estou molhada, ligada.

Incapaz de resistir por mais tempo, mordo seu lábio inferior,


sugando-o.

— Foda-me!

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


347
Numa corrida de movimentos, tira os dedos, movendo as mãos
para minha bunda enquanto chega entre nós, bombeando seu pau
uma, duas vezes, antes de alinhá-lo na minha entrada.

A batida do meu coração ecoa em meus ouvidos enquanto


examino os arredores, me perguntando se alguém nos viu ou pode
nos ouvir.

Desliza com um impulso áspero, cobrindo minha boca com a


dele quando gemo de prazer.

É grande e a sensação me faz fechar os olhos enquanto


espasmos disparam pelo meu corpo.

— Quieta — avisa. — Não quer que ninguém me pegue te


fodendo, quer?

— Agora não me importaria. Faça de novo.

Empurra profundamente, torcendo os quadris de uma forma


que atinge o local, fazendo meu estômago apertar.

Fode-me possessivamente, a mão deslizando por dentro da


minha blusa, alcançando sob meu sutiã para pegar meu mamilo
entre o polegar e o indicador, puxando e torcendo a ponto de sentir
em meu núcleo.

— Mais forte! — Respiro contra seus lábios, agarrando seus


ombros e pescoço com toda minha força enquanto levanto os
quadris, batendo-me de volta contra ele. Meus calcanhares cavam
na bunda, sentindo-o apertar com cada impulso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


348
Meu corpo está aquecido, não mais com frio com o ar noturno
enquanto inclino a cabeça para trás, gemendo.

— Porra, você é linda — murmura, passando a mão do meu


pescoço até a mandíbula, segurando forte enquanto se inclina para
trás, empurrando com mais força.

Minha bunda raspa contra a parede, sem dúvida rompendo a


pele, não me importo. Estou perto. Muito perto.

Chego entre nós, esfregando dois dedos sobre meu clitóris


num movimento giratório, ofegando pesadamente.

Clayton olha para baixo, seus olhos escurecendo enquanto


observa.

— Não durarei se continuar com isso — geme quando aperto


em torno dele. — Porra!

— Mais forte. Estou tão perto.

Agarra meus quadris, me puxando para baixo com tanta força


que grito, incapaz de mascarar o barulho quando meu orgasmo me
atinge. Aperto os olhos, vendo as cores conforme cada terminação
nervosa acende.

— Oh Deus — geme, seus movimentos sacudindo enquanto


persegue a própria liberação, ofegando pesadamente.

Olha para cima, suas bochechas cheias de cor enquanto roça


seus lábios nos meus. — Está pronta para voltar para o principal?

Rio, ainda pesada com luxúria. — E sobremesa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


349
Nunca foi tão bom. Tive rápido e muito rápido, nunca numa
combinação onde explodisse entre nós assim. Pode ter sido as
semanas de tensão acumulada ou o risco de ser pego, mas nunca
senti a paixão explodir assim antes.

E mal posso esperar para descobrir se foi um golpe de sorte.

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350
CAPÍTULO VINTE E DOIS
O alarme toca, o som batendo contra meu crânio enquanto
me tira do sono.

Gemo, batendo a mão no telefone e arrastando-o na minha


frente. Deslizo o dedo pelo botão 'dispensar', desligando-o.

Instantaneamente, as batidas acalmam.

Meu corpo dói em todos os lugares certos,


deliciosamente. Não lembro de uma vez em que acordei com esse
sentimento, a imagem da língua dele passando sobre minha
barriga, coxas e em outros lugares sensíveis, me faz desejar mais.

Depois de outra rodada de sexo fantástico, tiramos uma


garrafa de vodca do congelador e fomos para a banheira de
hidromassagem, não demorou muito até que começássemos de
novo. Não conseguíamos manter nossas mãos longe um do outro,
embora nossos corpos estivessem doloridos e exaustos.

Cada vez que ele ou eu nos movíamos, tudo começava de


novo. Começamos a noite selvagem e terminamos devagar, o fogo
ainda queimava entre nós.

— Acho que significa que é hora de levantar para encontrar


os outros no café da manhã — Clayton murmura, rolando para me
encarar. Seu queixo cai enquanto se move um pouco para trás. —
Puta merda!

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


351
Toco meu rosto em seus olhos arregalados. — O quê? Tenho
algo no meu rosto?

Rindo, se inclina, pressionando um beijo em meus lábios.

— Parece que acabou de fazer o teste para o papel de Batman.

— Não — rolo um pouco para pegar o telefone. Puxo a câmera


frontal e gemo. — Talvez não farei aquele visual esfumaçado de
novo.

Sombra preta e partículas de glitter borram meu rosto. Pareço


um vigilante.

— Ainda está sexy — puxa-me contra seu corpo nu.

Vibro os cílios.

— O que aconteceu com ser uma coisa única por causa do


trabalho?

Encolhe os ombros, franzindo as sobrancelhas.

— Não sei. E quanto ao nosso tempo aqui?

Suspiro, afastando-me ligeiramente.

— Preciso que seja honesto agora. Está usando o trabalho


como desculpa por que tem problemas de compromisso ou por que
não quer nada mais que uma trepada? Ou realmente se preocupa
que me tratem de forma diferente na estação? Porque serei
honesta, te foderia de qualquer maneira. Só não quero ser
enganada. Prefiro estar na mesma página. — Passo a mão sobre o

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


352
cobertor. — Normalmente leio bem as pessoas, mas meio que frita
o meu cérebro.

Observa-me por um momento, sem falar e me afasto, pronta


para sair. Acho que tenho minha resposta.

— Espere — me puxa de volta.

Seus lábios roçam os meus, fazendo com que sinta uma


vibração no meu estômago.

— Por quê?

Inala, seus lábios baixando.

— Meu pai trabalhou com minha mãe, uma vez. Eles se


conheceram no dia em que assumiu a empresa para o pai dele e se
casaram dentro de um ano. Brigaram no trabalho, tendo ideias ou
opiniões diferentes. Isso criou uma cisão entre os dois e quase se
separaram. Papai a amava tanto que desistiria de tudo por ela e
entregaria o negócio para o irmão. Mamãe não queria que fizesse
isso e decidiu encontrar um emprego em outro lugar para salvar o
casamento. Pouco depois, engravidou de mim e decidiu se dedicar
a ser mãe em tempo integral, o que salvou o casamento. Papai me
ensinou a não me envolver com ninguém no trabalho. É sua regra
número um. Já sinto que o decepcionei. — Abaixa a cabeça. — E
realmente não quero ninguém a maltratando por minha causa,
Hayden. Aconteceu com mamãe e papai falou que exigiu muito
dela.

— Então, não é por minha causa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


353
— Deus, não. Te desejo, desde o minuto em que cheguei no
escritório e você usava aquele jeans rasgado que mostrava um
monte de carne e a camiseta do AC/DC.

— Amo aquela blusa.

Ri, passando a mão pela minha cintura.

— Não sou o cara que dá desculpas idiotas às mulheres para


levá-las para a cama. Apenas cuido de você.

— Seu pai... acho que não se sente mais assim. Tive a


impressão que queria que o namorasse. Não é muito sutil quando
se trata de insinuar isso. Porém é seu pai; poderia fazer isso para
me animar.

— Ele adora brincar com as pessoas. Lamento se a machuca,


não posso decepcioná-lo. Já fez o suficiente por mim no passado.
Não sobreviveria sem ele. Não suportaria se morresse, sabendo que
o desapontei.

— Conversaria com ele antes que se preocupasse demais. Não


entenda mal, acho que se estressa sem motivo, e não apenas com
isso, com a estação. Eu te vi com seu pai. Não há nada que faça
que o desaponte. A menos que apoie o Man United12. Posso viver
com esta estadia aqui em Cabin Lakes. Sou uma garota crescida.

Exala, apertando meu quadril.

— Está certa. Sinto muito.

12
Time de futebol, Manchester United Football Club

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


354
— Posso perguntar uma coisa?

— Temos de trinta a quarenta minutos até termos que


encontrar os outros e quer passar o tempo conversando?

Ele passa a mão da minha coxa até a bunda. Meu olhar é


atraído para seus lábios brevemente, antes de voltar para os olhos.

— Oh, podemos fazer isso no chuveiro depois. Queria saber o


que fez antes de assumir os negócios de seu pai, e se foi o que
causou as cicatrizes em sua perna e joelho?

Fica mole, a expressão flácida. Sinto como se abrisse uma


ferida antiga.

— Depois da universidade, tirei um ano de folga para viajar.


No caminho para casa, parei numa pista de corrida não muito
longe daqui. Adorava correr quando criança e competi algumas
vezes. Lá, uma equipe me abordou e perguntou se me interessava
em corridas. Foi o que fiz. Não estava pronto para me comprometer
com a estação, então treinei, horas de trabalho e quase ganhei
todas as corridas amadoras.

— Mas? — pergunto, meu estômago afundando.

Força uma risada.

— Estava há uma corrida de ser inscrito para participar do


Grande Prêmio de Moto. Fiz uma curva quando outro cara, que
também corria para ser escolhido, bateu na minha roda traseira.
Nossas motos giraram, jogando-nos para longe. Desloquei o joelho,
o que causou danos aos nervos. Meu pulso precisou de cirurgia e

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


355
imobilização. Embora ainda pudesse correr depois de meses de
fisioterapia, nunca chegaria a esse nível novamente. A saúde e
segurança me restringiam também. Isso, e doía pilotar por longos
períodos. Decidi terminar o treinamento que precisava para
trabalhar com papai. Fiz coisas nos bastidores há pouco menos de
um ano.

— Sente falta de pilotar, imagino.

Observa-me por um momento, remoendo os pensamentos.

— Sim e não. Adorava pilotar, porém nunca foi meu jogo final.
Sabia que não faria isso pelo resto da vida. Assumir o controle dos
negócios é o que sempre desejei.

Balança a cabeça ligeiramente.

— Foi difícil abandonar essa parte da minha vida, porém,


abandonei. Tive a sorte de sobreviver àquele acidente. Poderia ter
sido muito pior.

— E quanto ao outro cara? — pergunto gentilmente.

— Ficou paralisado do pescoço para baixo.

— Puta que pariu.

Sua expressão ilumina, o canto de seus lábios se elevando


ligeiramente.

— Sabe, é a primeira pessoa para quem conto que não reagiu


com um 'sinto muito'.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


356
Empurro a cabeça um pouco para trás, franzindo as
sobrancelhas.

— Por que lamentaria? Não fiz nada. Além disso, se não


acontecesse, não teríamos nos conhecido, e você não teria o melhor
sexo da sua vida na noite passada.

— Melhor sexo da minha vida, hein? — Sorri.

— Não aja como se não fosse — corro o dedo pelo seu peito
magnífico. Fica tenso embaixo de mim.

— Que tal me lembrar no chuveiro? — Rola sobre mim e pula


da cama. Grito quando me puxa, me jogando por cima do ombro.

— Iria de boa vontade — grito através das risadas.

— Cheiro a sexo — murmuro, enquanto nos dirigimos ao café.

Rindo, responde — Posso lavar isso.

— Bem, faria se não pulasse em mim enquanto colocava a


calcinha.

— Não consegui evitar. Parecia gostosa para caralho,


enrolando-as pelas pernas — dá de ombros.

— Sinto falta dos dias em que você era rude e mandão — abro
a porta. — Deus, estou morrendo de fome.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


357
Não estou apenas com fome, estou cansada e sem comida é
como um fumante sem cigarro. Combine os dois e... sou um vulcão
prestes a explodir.

— Ei, pessoal — aceno.

— Mamãe está chateada. Saiu com tia Harlow para buscar os


outros na delegacia — Liam ri. — Não recebeu sua mensagem até
esta manhã.

Não percebi que não estavam aqui até agora. Na verdade,


esqueci completamente das aventuras da noite anterior.

— Ainda não voltaram?

— Não, mas Harlow mandou uma mensagem para avisar que


estavam voltando. O que aconteceu? — pergunta tio Maverick.

Olho para Clayton, que parece em pânico. Não o culpo. É um


cara assustador. Faz questão de intimidar as pessoas. Tio Malik,
muitos subestimam, porque é quieto.

— Pedirei nosso café da manhã.

Medroso!

— Charlotte ou Hope não informaram?

Noto que a primeira está desmaiada, com a cabeça apoiada


no braço sobre a mesa.

— Não.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


358
— Bem, hum, haviam dois policiais, e sabe como papai é. Uma
coisa levou à outra. Tentei impedir, juro — digo.

— E não a prenderam? — Landon pergunta, vendo através da


minha mentira.

Meu sorriso se estende pelo meu rosto enquanto sento.

— Não, partimos.

— Partiu? — Liam questiona, inclinando-se entre Maverick e


Teagan, rindo.

Dou de ombros, mostrando a língua para Sunday, que está


numa cadeira alta.

— Papai faria o mesmo. É como falei, fiz o que podia.

— Sinto-me mal — Faith geme, parecendo ainda mais


desgastada ao cair sobre Beau, que não parece muito melhor.

A porta abre, o vento fazendo com que se choque contra a


parede. Mamãe e Harlow entram correndo.

— Uh, oh — murmuro, abaixando a cabeça.

Papai, Mark, Malik e Maddox ficam para trás num ritmo mais
lento, parecendo que passaram por guerras.

Mamãe senta à mesa vazia ao meu lado, suspirando.

— Não acredito no seu pai.

— O que ele fez, além do óbvio? — Landon pergunta.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


359
— Além de pagar uma conta de comida numa delegacia de
polícia? — rosna, balançando a cabeça. — Acabou com um grupo
de caras sendo processados e o inferno desabou. Parecia que os
que se machucaram não estavam felizes, e quando saíamos, fez
uma de suas acrobacias e mandou prendê-los novamente, depois
causou outra briga.

— Sério? — Maverick morde, olhando para papai, que ainda


fazia seu caminho.

— Aparentemente fica chato no trabalho de mesa, então os fez


jogar batata quente e assistir a vídeos no YouTube enquanto
encontravam uma cela individual para ele. Todos com quem o
colocaram perderam o controle.

— Está bem, filho? — pergunta a Mark quando se joga na


cadeira perto de mamãe.

Levanta a cabeça, os olhos injetados de sangue pousando em


seu pai.

— Sim. Não sei como ou porque fomos presos. Tudo ainda é


um borrão. Colocaram-me numa cela sozinho, então desmaiei
quase imediatamente.

— Conte o resto — papai ordena, sorrindo enquanto senta à


minha direita.

Encara-o.

— Que se foda.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


360
— O que aconteceu? — Tia Teagan pergunta, mordendo o
lábio.

Max ri enquanto rouba o café de Maverick, tomando um gole.

— Acordou nu e não era exatamente um piso quente em que


estávamos, se é que entende. Uma faísca brilhante lá tirou as
roupas dele e acordou com uma policial.

— Era gostosa? — Liam pergunta.

— Era velha — Meu primo rebate, colocando a cabeça na mesa


quando rimos de seu desconforto.

Clayton coloca os pratos na mesa antes de puxar a cadeira ao


meu lado, se sentando. O cheiro do café da manhã completo faz
meu estômago roncar, então não perco tempo pegando meu
garfo. Papai puxa meu prato antes que eu alcance a salsicha,
bloqueando a refeição com o braço. Enterra, enfiando o garfo na
salsicha que eu olhava.

— Papai!

— Deve-me. Não pense que esqueci que deixou seu próprio


pai para ser preso. Depois de tudo que fiz por você. Deixei-a cagar
no meu chapéu favorito.

— Tinha três meses — estalo. — Não acredito que deixará sua


única filha morrer de fome.

— Por que cheira estranho? — Funga meu cabelo.

Empurro-o.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


361
— Chama-se ser limpo, ao contrário de você, que cheira a
cervejaria.

— Pegue o meu. Buscarei outro — Clayton corre, empurrando


a cadeira para trás.

Papai fareja o ar, inclinando a cabeça para cima.

— Alguém falou?

— Max — mamãe repreende.

Bufo.

— Pai, pare de agir como se não fizesse o mesmo. Só fiz o que


me ensinou.

— Ela o tem aí — mamãe repreende. — Tem idade suficiente


para saber melhor.

— Por que me culpam? Malik foi a razão pela qual fomos


presos desta vez. Sou inocente.

— Você foi a causa disso, idiota — Malik declarou.

— E — fala lentamente, virando para mim — eu teria a ideia


genial de gravar. Não é tão inteligente agora, não é, baixinha.

Sorrio depois de engolir um pedaço de bacon.

— Ah, sou um gênio. Hope gravou tudo.

Cadeiras raspam no chão de ladrilhos quando se levantam


para ver a filmagem que salvou no telefone.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


362
— Gente, eu e Faith cancelamos hoje. Reorganizamos para
amanhã. Ninguém está em condições de dirigir.

Todos suspiram aliviados, claramente não querendo ser


jogado num Go-Kart.

Já que papai está ocupado comendo e conversando com


mamãe, me inclino para Clayton, sussurrando: — Quer
experimentar sexo na banheira de hidromassagem?

Sorri contra a caneca.

— Depois de tentarmos sexo na cozinha. Vi um chocolate que


adoraria experimentar — seus olhos aquecem.

Meu pulso dispara com a promessa e aperto as coxas.

— Seria uma pena perdê-lo.

— Sobre o que cochicham? — Papai questiona.

— Nada — gritamos.

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363
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
É nossa última noite e é agridoce. Não quero que nosso tempo
acabe, ou volte para uma realidade onde não durmo ao lado dele.

Só dormi na casa de dois caras antes e foi mais por


conveniência do que realmente desejar estar lá. E com os dois, foi
uma luta cair e continuar dormindo.

Com Clayton, não tinha problema, não que dormíssemos


muito.

Esta noite, no entanto, foi... diferente. Nosso grande grupo se


separou para ter uma noite fria e, embora outros fizessem planos,
decidimos ficar na cabana sozinhos. Surpreendeu-me cozinhando
o jantar, ainda mais quando não fez menção de arrancar minhas
roupas. Em vez disso, sentamos e conversamos sobre tudo e
qualquer coisa.

Parecia que uma linha foi cruzada e o simples 'sem amarras'


saiu pela janela. E embora esteja mais que aberta para ter um
relacionamento com ele, não implorarei.

Não o forçarei ou o manipularei para ter um, como muitas


fazem. Embora seja difícil me manter firme do meu lado da linha,
respeitarei a escolha dele, mesmo que seja estúpida.

Não foi apenas o comportamento que mudou, a intimidade


também.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


364
Mais cedo, me lavava quando se aproximou atrás de mim,
puxando minhas costas contra seu peito enquanto mordiscava
meu pescoço. Senti-me mais perto dele naquele momento que
quando transamos. É por isso que as ações me confundem.

Agora estou na cama, usando meu pijama das Tartarugas


Ninja, fazendo anotações sobre meu relatório, ou tentando, pelo
menos.

Depois de uma noite de sexo incrível, acordei exausta, porém


inspirada. Uma ideia me ocorreu, e ainda estou indecisa sobre a
direção que quero seguir com o artigo.

Pode acontecer de uma ou de ambas maneiras.

Quero escrever um artigo revelando a verdade do que


aconteceu, mas também quero escrever a história inteira, para que
o público tenha mais noção do ocorrido, desde a primeira vez que
viram a gangue. Quando lerem, quero que sintam verdadeiramente
o que cada vítima passou, da primeira à última. E haverá uma
última.

Eu me certificarei disso.

Só preciso que um deles fale, e se houver um policial envolvido


e for ele quem cair na armadilha, cantará como um canário.

Não há como não pleitear um acordo em troca de desistir dos


outros do grupo. Todos os criminosos fazem. Porque o que os
diferenciam dos outros é que desejam se defender.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


365
Quando chegar em casa, obterei algumas citações das
vítimas, saber o lado delas antes de continuar a escrevê-las.

Quando lerem, não desejo que duvidem das evidências, que é


o que a maioria faz agora por causa das 'fake news'
constantemente publicadas.

Quero dizer, como esperam que as pessoas levem a verdade a


sério se continuam a publicar artigos falsos?

A porta range, alertando-me da presença de


Clayton. Rapidamente mudo a tela para Love Loop Live antes de
sorrir.

— Fez chocolate quente — seguro a caneca fumegante. —


Marshmallows!

— Corri para a casa de Dean e Lola para estocar. Sabia quanto


desejava um.

Sim. A máquina de café quebrou esta manhã e foi a


morte. Preciso da substância para me acordar.

— Obrigada.

— Trabalhando? — Senta na beirada da cama ao meu lado,


observando à tela.

Minha atenção volta para os marshmallows espumosos, então


não vê a mentira.

— Gosto de ler postagens, responder algumas se puder. Isso


me dá mais tempo quando entro para revisar nosso segmento.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


366
Minha mente vagueia para Beau. Esperava conversar com ele
antes, porém, esteva ocupado ou me interrompiam, ou meu
adorável pai me observava.

Pode parecer burro para algumas pessoas, mas para quem o


conhece, estamos bem cientes sobre sua inteligência. Saberia que
algo acontecia no minuto que puxasse Beau de lado.

— Está tudo bem? Parece preocupada.

Coloco a caneca de lado antes de encará-lo.

— Sim, hum, preciso sair um minuto. Lembrei que há algo


que preciso falar com Beau.

— Dê-me um minuto e irei com você — sai da cama.

Pulo, incapaz de olhá-lo.

— Tudo bem. Não demorarei.

— Ok — concorda lentamente, sentando na cama e


encostando nos travesseiros. — Antes de fugir, há algo que queria
perguntar.

Paro de pegar o tênis e sento na ponta da cama, dando-lhe


minha atenção.

— Se for sobre a geleia na geladeira, não sabia que guardava


— mordo o lábio.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


367
— O quê? Espere, foi você? Achei que seu pai tivesse comido
ontem quando esteve aqui, embora fosse óbvio que só veio verificar
o quarto.

— Avisei que aconteceria — lembro.

Não acreditou quando falei que não podia deixar as roupas no


meu quarto porque meu pai faria uma visita surpresa em algum
momento. Só pode se culpar.

— Pela sua reação, não era sobre isso que desejava conversar.

— Não, não é. Tenho mais alguns dias antes que precisem de


mim no escritório. Perguntava-me, caso não tenha outros planos,
se me acompanharia à Vila das Borboletas.

— Não é um dos lugares na lista que recebemos do Date


Night?

Forço-me a não franzir a testa. Não sei porque tinha


esperança que me convidasse para sair. Claro que é para
trabalhar.

— É, mas há uma Comic Con no dia seguinte que pensei que


gostaria. O itinerário que Date Night tem não é algo que teremos
que fazer. Só precisarmos disso para terminar este segmento.

Demoro um momento para perceber que fala sério.

Grito, pulando e caindo em cima dele.

Ele cai para trás, rindo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


368
— Você é de verdade?

— Interpreto isso como um sim, quer ir.

— Cara, não fui a uma desde os treze anos e meu pai nos
expulsou por levar o jogo virtual a sério.

Seu sorriso é largo enquanto afasta meu cabelo do rosto.

— Bem, fiz algumas ligações e comprei dois ingressos para


nós.

Não acredito que fez isso. É a coisa mais doce de todas. Nem
sabia que prestava atenção em mim. Na maioria das vezes, parece
que quer me estrangular.

Quando divaguei no trabalho, algumas semanas atrás, sobre


como era injusto não conseguir ingressos, prestou atenção.

— Espere, não é um dia depois do Dia dos Namorados?

— Sim, tudo bem?

— É o único com problemas, não eu — encolho os ombros. —


E não é como se eu tivesse algo mais planejado.

— Obrigado — murmura secamente.

Ainda sorrio como uma idiota, animada.

— Preciso digitar o artigo online na noite anterior, então


funciona perfeitamente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


369
— Mandei minhas anotações para Chrissy sobre o Mingles.
Enviou um e-mail para Date Night para cancelar a avaliação e
recomendou Barbra's.

— Na verdade, é uma ideia muito boa. Escrevi minhas ideias


sobre o site de namoro, desde que Reid tropeçou no sistema, não é
realmente uma revisão precisa.

— É principalmente nos destinos de qualquer maneira. Ela


lidou com a revisão no próprio site, já que é quem insere as
informações e usa o aplicativo. Esperávamos visitar mais destinos
antes do Dia dos Namorados, acho que, em pouco tempo, não
reclamarão.

— Acho que ajuda estar em alguns dos locais da lista, para


dar minha opinião honesta sobre eles. Também fiz outra lista de
locais que recomendo pessoalmente e entreguei a Leana, está
pronto para publicar no Dia dos Namorados.

— O anúncio está em nosso site e tivemos muita interação de


pessoas que pediram alternativas mais baratas ou mais próximas.
Fez-me pensar em pessoas que já estão num relacionamento.
Queria ver como se sente ao dirigir um segmento sobre “como
manter a centelha viva”, talvez recomendar lugares onde possam
ir.

Fico boquiaberta.

— Fico lisonjeada por passar para mim, então não se chateie


quando digo, respeitosamente, é claro, realmente não teve um
relacionamento se acha que aconselhar casais a saírem de férias

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


370
apimentará a vida amorosa deles. Se já tem problemas, isso
acabará com eles. Mudar de casa, casar, batizar ou um recém-
nascido testam o melhor dos relacionamentos. Mas os feriados
trazem um novo nível de estresse. É sabido para separar casais que
pensam que um tempo longe fará bem. A rotina deles é jogada fora
da janela, então tudo que resta é um ao outro. Isso os levará a
cometer um assassinato.

— Certamente não — argumenta.

Encolho os ombros, passando a mão sobre seu peito.

— Nem todos, a maioria dos casais. Minha mãe quase matou


meu pai quando deixou os passaportes em casa. Tinha uma função
e falhou. Estava estressada, preocupada por não ter embalado tudo
que precisávamos.

Torce o nariz. — Realmente não pode usar seu pai como


exemplo. Sua mãe é uma santa.

Suspiro porque está certo. Diariamente quer matá-lo, mas o


ama mais.

— Está certo. Talvez recomendasse férias para aqueles que


são novos num relacionamento e pesquisar maneiras de ajudar a
melhorar aqueles com problemas.

— Então, está bem com isso?

— Por que pergunta? Não se importou o suficiente para


perguntar antes. Na verdade, praticamente exigiu tudo de mim —
lembro, não gostando da sensação de afundamento no meu

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


371
estômago. — Disse que não queria que outras pessoas me
tratassem de maneira diferente, porém, aqui está, fazendo
exatamente isso.

Passa a mão pelo cabelo, fazendo uma careta.

— Não mentirei, depois de acabar com sua história, me senti


mal.

Estremeço interiormente com o engano, olhando para longe.

— Mas...

— Apesar do que pensa, nem sempre sou um idiota. Naquela


noite em que a conheci era o aniversário da morte da minha mãe.
Meu pai recusava qualquer tratamento adicional e Leana tinha
derramado café na minha camisa e caiu de cabeça no meu colo.
Então entrei e fui imediatamente atraído por sua bunda. Quando
descobri que era Hayden, as palavras de papai sobre não namorar
funcionários me atingiram e fiquei com raiva.

Forço-me a não bufar com a memória que a outra fez.

A reação dele faz mais sentido agora que o conheci.

— Oh.

— Sim, oh.

— Em minha defesa, não sabia disso.

— Sei e não é realmente uma desculpa. E certamente não


significa que não serei um idiota no futuro.

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372
— Anotado — sorrio. — Realmente quero beijá-lo agora,
entretanto preciso ver Beau.

Sorri, balançando as sobrancelhas.

— Volte depressa.

Reviro os olhos, levantando. — É insaciável.

Depois de bater na porta da cabana de Faith e Beau, dou um


passo para trás, esfregando as mãos e soprando entre elas.

Ela atende, sorrindo quando me vê.

— Ei, Hayden, veio assistir um filme com a gente?

Quando abre a porta um pouco mais, noto mamãe, minhas


tias e metade dos meus primos. Não sei uma maneira de perguntar
por Beau sem levantar suspeitas.

A não ser que... — Beau está por aí? — sussurro.

Fecha a porta um pouco depois de sair. — Tudo bem?

— Sim, estou bem, Clayton que não. Ele não quer que eu,
hum, fale sobre isso com nenhum dos parentes. Sabe como são os
homens. Falaria com Jaxon sobre isso, mas me irritaria em dois
segundos.

— Oh não, o que aconteceu?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


373
Aponto para a virilha.

— Está, hum, experimentando algo lá embaixo e não se sente


confortável perguntando a Beau ou Jaxon.

— Ah, entendi. — Estremece, sua expressão enrugando em


pena. — Está no convés de trás com papai.

— Obrigada. Darei a volta. Diga aos outros que perguntei a


que horas partiríamos e que os verei pela manhã.

— Ok, espero que Clayton se sinta melhor logo.

Aceno enquanto faço meu caminho ao redor da lateral da


cabana, para os fundos.

Maverick e Beau conversam sobre boxe quando chego ao final


da escada do deck.

Meu tio é o primeiro a me ver.

— Ei, baixinha, procura sua mãe? Está lá dentro.

Discordo, subindo as escadas.

— Não, na verdade estou aqui para ver Beau. Preciso falar


com ele em particular.

Não gosto do olhar escrutinador que envia.

— Por quê? — Cruzo os dedos nas costas, meus lábios


separando enquanto inalo, pronta para responder... — E antes que
pense que me enganará, conheço esse olhar. É o mesmo que seu

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


374
pai tem antes de inventar alguma história maluca ou tentar
escapar da merda.

Afundo na espreguiçadeira, fazendo beicinho.

— O que direi é confidencial, tio Maverick. Não posso deixá-lo


arriscar o que acontecerá porque não poderá manter para si. As
vidas das pessoas estão em jogo.

Endireita-se com a seriedade em minha voz. Não tenho tempo


para brincar. É minha última chance de falar com Beau antes de
voltarmos.

— O que aconteceu, Hayden? — Beau pergunta, também


inclinado para a frente em seu assento, com os antebraços
apoiados nas coxas.

Levanto a sobrancelha para meu tio, esperando que concorde


em não repetir nada.

— Não contarei a ninguém. Se estiver em risco, entretanto,


intervirei.

Não sei como o primeiro reagirá, e até este momento, nem


pensei nisso, nem me lembrei que Rob é seu amigo.

Inalo, me preparando para o pior, contudo, esperando o


melhor enquanto me lanço em tudo que sei e presumo sobre a
gangue e invasões.

Quando termino, está pálido, recostando-se na cadeira.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


375
— E esse plano... estará segura o tempo todo? — Maverick
pergunta, preocupado.

Forço um sorriso.

— Posso ser filha do meu pai, mas não sou estúpida o


suficiente para me colocar em perigo, e nem ele, apesar de todas
as situações em que se encontrou. Criou-me da maneira certa.
Então, uma vez que tiver feito minha parte, terminarei. Caberá a
Beau e a quem estiver limpo lidar com isso.

Desliza para a ponta da cadeira, juntando as mãos.

— Isso é sério, Hayden. Essas alegações, sejam verdadeiras


ou falsas...

— Ei, não as faria a menos que tivesse certeza — meu tio


interrompe, trincando os dentes.

— Pode não ser um deles. Meu instinto raramente erra, e


evidências são evidências. Fazendo dessa forma, ninguém é
diretamente acusado ou informado para que encubram os rastros.
E seu chefe poderia despedi-lo por causa de uma alegação tão
séria.

— Trabalho com Rob desde que comecei em tempo integral. É


dedicado. Não o imagino envolvido.

— Mas apostaria sua vida nisso? De Faith? — pergunto,


levantando uma sobrancelha.

Sua mandíbula endurece.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


376
— Não. Não faria.

— Então concorde. É a única maneira de funcionar.

Faço uma carranca.

Dá-me um aceno curto.

— No entanto, não pode ser no próximo fim de semana. Venha


na segunda seguinte, depois de nossa reunião mensal. Assim,
estaremos todos lá. Em seguida, marque a reunião para sexta da
mesma semana às nove. Sei que Walker trabalha à noite, então não
terá outra escolha a não ser trazer Colin e Rob. Também é minha
noite de folga, então podem me pedir para entrar. Avisarei que
estou fora para uma refeição com a família. Pode usar a desculpa
que ela queria se encontrar perto de um lugar lotado. Temos bares
e boates naquela rua. Liam é um gênio por pensar numa dupla
estratagema.

— Eu planejei isso — solto. — E tudo bem. Avisarei a ele.

Levanto, limpando o pijama da Tartarugas Ninja.

— Preciso lembrar para guardar isso e agir normalmente?

Passa a mão no rosto, ainda atordoado. — Não.

— Oh, e falei a Faith que vim aqui porque Clayton precisava


de ajuda com seu... — Assobio, meu olhar viajando para sua
virilha.

— Ótimo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


377
CAPÍTULO VINTE E
QUATRO
Nossos quatro dias fora chegaram ao fim. Tínhamos nos
despedido de todos depois de descer na estação rodoviária,
agradecendo a Beau e Faith pelos bons momentos.

Antes de partirmos para nossa viagem para Butterfly Village,


paramos na Nightingale Care Home para visitar o pai dele, que,
felizmente, ainda está bem.

Não percebi como Clayton estava ansioso para vê-


lo. Escondeu a preocupação e o estresse facilmente de mim ou tirei
sua mente disso.

No minuto em que entramos no quarto, seus ombros caíram


de alívio e um largo sorriso se espalhou por seu rosto, embora a
preocupação ainda estivesse lá.

No entanto, mesmo com a garantia que estava bem, saiu


quieto e retraído. E está assim desde que deixei ele e seu pai
sozinhos para passar algum tempo de qualidade juntos. Não deixo
de me preocupar por me enganar sobre as intenções do pai dele
quando se tratava de mim e Clayton.

Seu silêncio no carro só piorou as coisas. Há uma chance que


esteja sentado bem ali, procurando maneiras de acabar com

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


378
isso. O que quer que seja. E se o velho desaprovou, não tenho
dúvidas que fará o que for preciso para fazê-lo feliz.

Como dizer não a um homem moribundo?

Não dá.

E não gostaria que fizesse. Se os papéis fossem invertidos...


bem, talvez não invertidos. Nunca realmente ouvi meu pai, porém
se fosse minha mãe, faria exatamente o mesmo.

Desejo expressar minha preocupação, mas não quero parecer


uma daquelas garotas que se agarram e, ainda assim, a parte
feminina dentro de mim que tento afastar não pode deixar de se
agarrar a ele. Quero este homem de uma maneira que nunca quis
outra coisa. Ainda assim, meu lado rebelde quer dizer, 'que se foda,
não precisamos de um homem'.

Estou em guerra comigo.

Respirando fundo, decido ser franca. Não posso ser ninguém


além de mim agora e nunca evito nada.

— Clayton, se quiser cancelar a viagem, estou bem com isso.

Tira os olhos da estrada por um segundo, franzindo as


sobrancelhas.

— Por que acha que desejaria isso?

— Não parece muito feliz. Na verdade, não parece você mesmo.

Aperta os dedos ao redor do volante.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


379
— Sinto muito.

— É seu pai? Porque falei com Amelia e afirmou que ele está
bem, que não houve nenhuma mudança em sua saúde.

— Sei. Não é isso. Parece realmente gostar de lá.

— Então por que está quieto? E não mentirei, está me


deixando desconfortável.

Suspira.

— Não era minha intenção. Sinto muito. — Dá-me outra


olhada rápida antes de continuar. — Quando saiu do quarto, meu
pai me pegou sobre como estávamos juntos. Adivinhou
imediatamente.

— Não aprova — imagino.

— Na verdade, o oposto — explica, com um sorriso no canto


dos lábios. — Acha que será boa para mim.

Sorrio, relaxando um pouco. — Por que arraso, certo?

Ri. — Sim, isso. Aparentemente, estou tenso.

— Agora, normalmente concordaria com você. Pode ficar


tenso. Mas, Clayton, você está sob muita pressão.

— Eu era jovem quando minha mãe morreu, ainda estava na


escola. Quando faleceu, tudo que queria era deixá-la orgulhosa.
Ainda quero. Por isso, fiz questão de passar em todos os exames,
ajudei papai o máximo que pude, depois que a perdemos e ajudei

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


380
minha irmã com os trabalhos escolares. Dediquei minha vida a
alcançar meus objetivos. Nunca tive tempo para fazer uma pausa,
para relaxar. Mesmo quando tirei aquele ano para viajar, nunca
relaxei. Não fazia o que os outros rapazes na minha idade faziam.
A única vez que sentia esse tipo de liberdade era quando corria. Na
pista, era apenas a estrada à minha frente, tudo mais desaparecia.

— Entendo. O que não entendo é sua distância. Sente-se


diferente sobre mim agora que estou potencialmente disponível?
Sei que a maioria dos homens param de achar alguém atraente
quando não há mais segredo ou perseguição.

Ri. — Só um idiota te acharia pouco atraente.

Cerro os dentes por ele evitar minha pergunta mais uma


vez. Não parece ser direto comigo.

— Clayton — mordo.

— Hayden — zomba de mim.

— Encoste o carro — sento-me reta. Quero respostas e, se não


der, vou andando. Não passarei os próximos dois dias com alguém
que parece não me querer por perto.

Estamos no meio do nada, a vinte minutos de Butterfly


Village. Não tenho certeza de como a cidade é chamada, só sei o
nome pelo qual é famosa. Possui um dos melhores jardins de
borboletas da Inglaterra.

— Não pararei.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


381
— Pare o maldito carro, agora, e diga o que está acontecendo
e porque está agindo de forma tão estranha.

— Ok, ok — checa o espelho antes de entrar no acostamento


e dirigir por uma pequena estrada de terra até ficarmos fora de
vista.

— Agora explique — cruzo os braços sobre o peito.

Joga a cabeça para trás no encosto. — Achará que é ridículo.

— Experimente — solto o cinto para sentar e encará-lo.

— Depois de conhecer sua família, realmente soarei como um


boceta.

Bato em seu braço.

— Detesto esse ditado para caralho. Bocetas são muito mais


fortes. Não só sai um bebê do tamanho de um melão, tendem a
levar uma boa 'surra'. Pênis, por outro lado, só precisa do mais leve
toque e age como se levasse uma rodada de balas.

Força uma risada.

— Tem razão. — Observa-me por um momento, antes de


continuar. — Gosto de você, Hayden, mais que apenas o ótimo
sexo.

— Bem, duh, continuo dizendo que sou incrível. Sinto outro


‘mas’.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


382
— As palavras do papai continuam tocando na minha cabeça.
E se as coisas progredirem e no futuro mudarem? Eu mudo. Suas
palavras têm mérito hoje, Hayden. Quando estou com você, me
sinto diferente; livre e relaxado. Faz meu mundo parar, ver uma
vida totalmente nova. Todo seu ser está repleto de vida. Vive isso
ao máximo e não tem arrependimentos. Como saberei que não é
uma perturbação, que o que me atrai agora não desaparecerá?

— Isso é muito 'e se' — digo suavemente, ignorando a agitação


no meu estômago sobre sua descrição de mim.

Sua expressão fica sombria.

— Avisei quando estávamos na cabana que não queria vê-la


se machucar e falei sério.

— Clayton, não pode viver sua vida assim. Bilhões de pessoas


começam um relacionamento sem saber se durará ou acabará.
Essa é a alegria de viver. Fazemos nossas escolhas, conduzimos
nossos caminhos e precisa viver o seu. Não deve se perguntar se
me machucará, se seu pai desaprovará ou se as pessoas falarão no
trabalho. Deveria se perguntar se é isso que realmente quer.

Observo-o por um momento, sem piscar.

— E odeio dizer, pode ser eu que o machuque.

Sorri, soltando o cinto e empurrando o banco para trás,


abrindo espaço. — Venha aqui — bate na coxa. Pulo sobre o freio
de mão e monto suas coxas. — Acho que quer um relacionamento
comigo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


383
É minha vez de sorrir enquanto coloco as mãos em cada lado
de seu pescoço.

— Não diga que esta é a parte em que me pede para ser sua
namorada, porque aviso, o provocarei sem piedade.

Rindo, balança a cabeça, cavando em meus quadris.

— Por que não vemos como as coisas irão antes de lhe passar
um bilhete com um 'assinale sim ou não para ser minha
namorada'?

— Muito crescido de sua parte — provoco, correndo meu nariz


ao longo do dele antes de beijar o canto de sua boca.

— No trabalho, precisamos mantê-lo profissional e silencioso


por um tempo.

Mordo meu lábio inferior, me inclinando para trás. Isso é


pedir muito.

— Nunca sou profissional, por isso posso levantar algumas


questões se começar agora.

— Que tal ser você e eu serei eu? — Beija a ponta do meu


nariz.

— Que tal apenas fazer com você — ofereço, minha voz baixa,
rouca.

— Aqui? — pergunta, suas pupilas dilatando.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


384
Examino nossos arredores, considerando por um momento,
então lembro da bagunça que teria que sentar até chegarmos ao
Travelodge13 e mudo de ideia.

— Vamos nos apressar. Prefiro que tenhamos uma cama.

Pressiona os lábios contra os meus.

— Já que só conseguimos fazer sexo duas vezes na cama,


parece uma boa ideia.

— Vamos então.

Clayton empurra a porta do nosso quarto, jogando a chave e


a bagagem dentro.

Grito de tanto rir enquanto me levanta do chão, trazendo seus


lábios aos meus.

A porta bate, fechando enquanto continua entrando.

Massageio minha língua contra a dele enquanto aprofunda o


beijo. Com um gemido, me deixa cair na cama, fazendo-me saltar
um pouco.

Curva-se sobre mim, agarrando minha nuca, levantando


minha cabeça em sua direção, assumindo o controle.

13
Cadeia de hotéis britânica de quartos baratos e de baixa qualidade.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


385
Gemo em sua boca, alcançando a parte inferior do meu casaco
com capuz, agarrando-o e a minha camisa ao mesmo tempo.

Senta, ajudando-me a levantá-lo pela cabeça antes de tirar a


jaqueta. Assisto extasiada enquanto a tira dos ombros, antes de
desabotoar a camisa, me provocando com vislumbres de seu
abdômen, me contorço embaixo dele, meu peito subindo e
descendo enquanto sai da cama, mantendo o olhar aquecido
apenas em mim.

Percorro meu lábio com a língua, meu olhar é atraído para


sua virilha enquanto abre o zíper do jeans, antes de lentamente
empurrá-lo, deixando-o cair no final da cama.

— Beije-me — imploro.

Suas pupilas dilatam, íris escurecendo enquanto se ajoelha


na cama, curvando-se sobre mim, antes de enfiar a língua em
minha boca.

Rolo os quadris enquanto puxa avidamente minha calça,


empurrando-a pelas coxas. Empurro o resto do caminho,
chutando-a em algum lugar do quarto.

Meu corpo queima de necessidade quando o empurro para o


lado, rolando em cima dele, gemendo ao sentir sua nudez
pressionada contra a minha.

— Minha vez — levanto o sutiã esportivo sobre a cabeça,


ficando apenas de calcinha, me inclino, girando a língua em torno
de seu mamilo antes de lentamente lamber meu caminho para

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


386
baixo, sobre seu abdômen. Grunhi, jogando a cabeça para trás na
cama.

Gemo quando alcanço o 'V', seus músculos contraem


enquanto agarro seu pau, lentamente passando a mão sobre o eixo
pulsante.

Um grito passa pelos meus lábios quando me agarra por baixo


das axilas, me puxando para cima antes de nos rolar, ele por cima.

— Minha vez — murmura, lambendo meu pescoço.

Arqueio as costas, gemendo quando atinge o ponto sensível


no meu pescoço.

— Ficou por cima da última vez — lembro-o, enrijecendo as


coxas em torno dele enquanto nos rolo novamente. Desta vez, a
cama não está lá para nos pegar.

Grito quando caímos, mas Clayton apenas solta um pequeno


gemido antes de me alcançar novamente, agarrando minha nuca e
me puxando, levando meus lábios num beijo ardente.

Esfrego-me nele, fazendo com que a umidade se acumule


entre minhas pernas enquanto pulso de necessidade.

Agarra as laterais da minha calcinha, arrancando-a do meu


corpo.

— Oh Deus — esfrego meu clitóris contra sua dureza.

— Porra!

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


387
Um gemido me escapa quando pressiona o polegar sobre meu
clitóris, esfregando num movimento circular.

— Preservativo — expiro, cavando os dedos em seus bíceps.

— Jeans. Na ponta da cama — murmura, antes de beijar meu


peito. Leva meu mamilo na boca, deixando-o sensível quando
alcança o outro.

Levanto um pouco, batendo cegamente na cama até sentir a


calça. Puxo para baixo, procurando nos bolsos pela carteira e
puxando um preservativo do estoque que encheu esta manhã.

Líquido claro escorre do topo de seu pau enquanto lentamente


rolo a camisinha nele.

Fico de joelhos enquanto agarra seu pênis, bombeando-o


uma, duas vezes, enquanto pressiona o polegar com mais força
contra meu clitóris, me deixando selvagem.

Gemo, achando difícil ficar quieta enquanto me abaixo sobre


ele, minha boceta apertando.

— Oh porra — coloco as mãos em seu peito para me


equilibrar.

É tão bom tê-lo dentro de mim; arrepios disparam pelo meu


estômago.

— Caralho — segura meu quadril com uma das mãos, sua


atenção em seu pau deslizando dentro e fora de mim enquanto me
mexo para cima e para baixo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


388
O tapete queima meus joelhos enquanto me empurro com
mais força, acelerando os movimentos, meu corpo perseguindo o
orgasmo que sei que está perto.

Clayton estende a mão, beijando meu pescoço antes de


morder o topo dos meus seios. Gemo de prazer, arqueando as
costas, fazendo com que meu peito empurre.

Lambe a marca da mordida e todo meu corpo estremece com


a sensação, arrepios estourando por mim.

Movo-me mais forte, nossa pele batendo num frenesi.

As pontas dos meus dedos cavam em seu peito enquanto


clamo meu orgasmo, eletricidade disparando em minhas veias.

Segue, segurando-me mais forte enquanto seu corpo


tenciona, estremecendo com seu orgasmo.

Nosso suor se mistura quando caio contra seu peito, ambos


respirando com dificuldade.

Tiro o cabelo do meu rosto, descansando o queixo em seu


peito, observando-o.

— Não podemos simplesmente passar os próximos dois dias


na cama? — Pressiono um beijo nele.

Passa a mão pelo meu cabelo, sorrindo.

— E arruinar amanhã? Sem chance. É Dia dos Namorados e


tenho algo planejado que espero que goste.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


389
Sorrio, beijando-o mais uma vez antes de colocar a cabeça em
seu ombro, exausta.

— Como dizer não a isso?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


390
CAPÍTULO VINTE E CINCO
A mensagem ainda diz a mesma coisa, não importa quantas
vezes a leia. Meu estômago revira quando vejo mais uma vez.

BEAU: Outra invasão aconteceu ontem à noite. Um homem na


casa dos oitenta foi espancado até a morte. A esposa foi encontrada
amarrada na ponta da cama, forçada a assistir. Não foi confirmado,
porém acham que morreu de ataque cardíaco pouco antes da polícia
chegar. Sei que tinha minhas reservas sobre isso, mas estou dentro.

Meu telefone escorrega da minha mão quando a porta do


nosso quarto abre.

Clayton entra com uma bolsa em uma das mãos enquanto a


outra tira os fones de ouvido. Suor goteja em sua cabeça e pescoço,
encharcando o casaco cinza.

Franze a testa quando olha para cima, me vendo na cama.

— Tudo bem?

Aceno, forçando um sorriso enquanto deslizo o telefone


debaixo da cama. — Sim. Gostou da corrida? — Fungo, sentindo o
aroma de dar água na boca de bacon recém cozido. — Meu Deus,
por favor, diga que seja o que for, é meu.

Ri, sentando ao meu lado enquanto chuta os tênis. Puxa dois


pacotes de papel alumínio e dois copos plásticos com tampa,
colocando-os na mesinha de cabeceira.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


391
— Linguiça, bacon e ovo sarnie — explica, antes de me passar
a bebida. — E este é seu chocolate quente. Não a quero falando
mal de mim o dia todo.

— Realmente me acostumaria com isso — respiro o aroma


antes de colocá-lo ao lado. — Que horas são?

Não dormirmos até as primeiras horas da manhã, e por mais


que queira culpar o sexo maravilhoso, era porque precisávamos
trabalhar um pouco.

— Pouco antes do meio-dia. Deixei você dormir enquanto saía


para correr. Encontrei um lugar ao lado e decidi pegar um pouco
de comida antes de subir.

— Quais os planos para hoje?

— É surpresa. Temos uma meia hora ainda.

Sorrio, levantando as sobrancelhas. — Oh, sim?

— Sim. Então, temos tempo para comer e tomar banho —


beija o canto da minha boca. Meu sorriso é largo enquanto beija
meu queixo. Amo esse lado dele.

— Isso é tudo? — Pega meu sanduíche do meu colo, jogando-


o na mesa de cabeceira.

— Posso pensar numa ou duas coisas que podemos fazer —


murmura.

A risada sai de mim quando balança meu corpo para cima e


sobre ele.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


392
Sim, definitivamente poderia me acostumar com isso.

Levou-me para uma aula de cerâmica. Cerâmica. De todas as


coisas que imaginei, isso não estava na lista. A professora da turma
nos mostrou como usar o equipamento e nos deu um resumo
rápido sobre o que fazer, contudo ainda não tenho ideia. Os filmes
tornam isso mais fácil.

Minha argila gira fora de controle e respinga num amontoado


pelo que parece ser a décima vez.

Sorrio. Meu lado competitivo quer acertar, mas a outra parte


só quer que acabe. Odeio ser ruim em alguma coisa.

A senhora ao meu lado, que me desaprova desde o segundo


em que entrei, me encara.

— Shh, é para ser relaxante.

Perplexa, só a ignoro. Nem mesmo a música de fundo é


relaxante. É realmente irritante, especialmente o barulho áspero
que suponho que seja um piar de pássaros. Em vez disso, parece
um matadouro.

O fato de ser entediante também não ajuda. A única vez que


fico parada é quando jogo videogame.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


393
Embora, receba muito entretenimento do casal na nossa
frente. Não pararam de brigar desde que entramos.

Inclino-me para o lado, feliz por Clayton ter mudado sua


estação para mais perto da minha e sussurro: — Terminarão em
uma semana.

Distraído, a argila dele começa a girar fora de controle e geme


quando seu vaso é destruído. — Hã?

— Eles — sacudo a cabeça em direção ao casal.

Observa-os por um momento antes de negar.

— Não sei. Ele parece apaixonado.

Recuo porque está claro que não tem a menor ideia.

— Não. Ela é a dominante no relacionamento. Ele só apareceu


hoje para mantê-la feliz, pelo que parece, está a dois minutos de ir
embora. Parece miserável.

Contrai os lábios. — Parece que tenta mantê-los juntos.

— Obrigada — late a mulher em questão, virando e me


lançando um olhar furioso.

— A garota tinha razão — acrescenta o cara, desistindo de seu


vaso. Ou, hum... difícil dizer.

Inflo o peito. — É o que faço. Sou boa em ler as pessoas.

— Shiii — a senhora próxima a nós sibila.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


394
Estreito os olhos.

— Não pode ver que eles têm problemas? Tenha coração. É


Dia dos Namorados.

Deixei-a com a boca aberta e voltei para o cara.

— Realmente não deveria deixá-la lhe dizer o que fazer.

— Quem pensa que é? Não sabe o que fala — a outra retruca.

— Hayden — Clayton avisa, diversão em sua voz.

— Na verdade, sei. Embora seja uma pessoa que normalmente


consegue o que quer, nem sempre é tão mandona e controladora.
Pode ser razoável. Acho que ele fez algo que ela não gostou, mesmo
depois de ter falado não. Agora o cara tenta fazer as pazes, embora
não sinta que errou. Ama tanto a mulher que está disposto a aturar
os comentários sarcásticos e os abusos, apenas para fazê-la feliz.

Abre a boca, arregalando os olhos.

— O que quer dizer? Quem é você?

— Hayden — digo. — Então, o que ele fez?

O cara bufa, revirando os olhos.

— Fui para a casa da minha mãe porque estava doente.

— James, sua mãe precisa deixá-lo ir. Era insuportável antes,


quando se tratava de seu filho precioso. Agora que moramos

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


395
juntos, é irritante e simplesmente assustador. Age como sua
namorada, não como mãe.

— Louise — respira bruscamente. — Estava doente. Precisava


de mim.

— Não acredito que começou isso — sussurra Clayton.

Encolho os ombros, sorrindo. — Está entediado agora?

Perde a risada quando nossa professora, Claire, caminha


lentamente até nós, franzindo a testa.

— Este programa só funcionará se relaxar; sinta a argila entre


os dedos, ouça a música em suas veias. Agora, respire fundo, deixe
a música fluir por você.

Que quantidade de besteira.

— Prefiro ouvir o que ela tem a dizer — arqueio a sobrancelha.

Outro casal na sala estremece ainda acenando quando Claire


vira em sua direção. — Também preferimos.

— Este não é esse tipo de aula.

Sorrio largamente com a frustração dela.

— Sente-se, Karen, está prestes a ficar interessante.

— Oh Deus — Clayton murmura.

— É Claire — bufa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


396
— Sabe, está certa. Está ficando interessante. Conte sobre
sua mãe, como liga todas as noites, como nos disse que não
poderíamos nos casar ou ter filhos até que ela estivesse pronta e
saudável. Aquela mulher tem mais problemas que um
hipocondríaco e seu principal sintoma é o sufocamento — confessa
Louise.

Aponto para ela.

— Talvez tenha errado sobre você.

Estalo a língua para James. — Realmente deveria cortar o


cordão.

Bate a mão na pilha de argila.

— Exatamente. Perdeu nosso aniversário porque a velha


estava doente. Sabia que tínhamos planos. E quando falei que ela
estava bem, que o manipulava, não quis ouvir e correu para ajudá-
la.

— É minha mãe. Não pararei de vê-la porque acha que mente.


Sou tudo o que ela tem — grita. — E também não é perfeita. Li
aquelas mensagens de Dean, o cara com quem trabalha.

Sorrio, saltando na cadeira quando viro para Clayton.

— Isso é tão bom.

Rindo, balança a cabeça. — Você é terrível.

Orgulho enche meu peito. — Obrigada.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


397
— Se as visse, saberia que falei não, que não me interesso.
Mas não é tarde para reconsiderar. Quero um homem, não um
menino que ainda precisa da mamãe para lhe dar permissão.

— Gente, realmente acho que devemos relaxar agora — Claire


acalma, levantando as mãos.

— Não — Louise e James gritam.

— Diga como se sente, James — incito. — Coloque para fora.

Acena, seu rosto corado.

— Mudei minha vida inteira por você, troquei de emprego,


casa. Como pode ser tão egoísta?

— Pegou lixo porque sua mãe disse para arrumar um emprego


por perto, que se conseguisse um usando seu diploma, o afastaria
dela. Ganha mais como técnico de informática.

— Reclama de tudo. Não houve um momento em que saímos


em que não reclamou de uma coisa ou outra. Olhe para nós agora.
Foi ideia sua vir aqui hoje e tudo o que fez foi reclamar do cheiro,
da música e do fato de termos pago uma fortuna para ter um monte
de merda.

— Fiz muitos comentários positivos. Se apenas ouvir e


respirar... — Claire argumenta, balançando-se para trás.

— Esta não é uma competição sobre quem é o pior, James. É


sobre você e sua mãe.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


398
— Tecnicamente, começou com sua atitude — lembro-a,
sendo útil.

— Não está ajudando — Clayton resmunga, fingindo que


realmente trabalha na argila.

Bufo. — Acho que ajudei muito, obrigada.

— Sim. Sim, fez — James confirma. — Agora sei como ela


realmente se sente.

— Está brincando? — Louise grita. — Não se atreva a fingir


que é inocente em tudo isso.

Joga as mãos para cima, então as bate nas coxas.

— Está me fazendo escolher entre você e minha mãe.

— Não, não estou. Só peço para deixar o ninho, James. Amo


você, amo, contudo, estou cansada dela ser uma terceira pessoa
em nosso relacionamento. Visite-a, tome sua sopa quando estiver
na verdade doente, mas meu Deus, faça com que pare de ditar os
aspectos da sua vida. Está te segurando, e um dia, quando estiver
morta e enterrada, dará uma olhada e perceberá que não tem
ninguém porque te isolou.

— Minha mãe falou que você faria isso — deixa escapar, com
punhos cerrados. — Até sabia que me trairia, avisou quando contei
sobre você.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


399
— Nunca te traí — joga um punhado de argila nele,
respingando em sua camiseta. — Está se ouvindo ou percebe o que
digo?

— Por favor, dê uma profunda...

— Cale-se! — Gritam com Claire.

— Quer saber, não preciso ouvir isso — Louise vocifera,


tirando o avental. Pega a bolsa, parando na frente dele. —
Terminamos.

— Não vi isso chegando — observo-a sair furiosa.

James fica sentado por um segundo, pasmo. Quando tudo o


atinge, levanta tão rápido que quase tropeça nos próprios pés,
parando na estação ao lado dele.

— Avental — Claire grita.

Faz uma pausa, tirando-o sobre a cabeça antes de continuar


a perseguir a esposa. — Louise! Espere! Sinto muito. Superaremos
isso. Farei qualquer coisa. Por favor.

Olho para a bagunça na minha frente, suspirando.

— Acho que é seguro dizer que não sou uma artista.

— Realmente? — A senhora ao meu lado diz.

— Qual seu problema, ou é sempre tão amigável? — engrosso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


400
— Acabou de terminar um relacionamento e nem piscou. Em
vez disso, comenta sobre seu trabalho — diz rispidamente. — O
que, aliás, é terrível.

Não discuto. É apenas um monte de merda. Porém, quem é


ela para comentar?

— Puxa, acabariam eventualmente. Apenas acelerei. E não


deveria ficar feliz por não ter que ouvi-los discutir mais?

Seu olhar escaldante me faz rir, e quando viro para Clayton,


seus ombros tremem com uma risada silenciosa.

— O quê?

— Sua família estava certa. Causa caos onde vai.

— Realmente causo, não é?

Uma garganta limpa quando Claire fica na frente de nossas


estações. Passa a mão no avental, com o pescoço vermelho.

— Realmente sinto muito, terei que pedir para sair.

— O quê? Por quê? — berro. — Não fiz nada de errado.

— Sugou a paz e a serenidade desta sala.

— Vamos, Hayden — Clayton ordena, lutando para manter o


rosto sério.

— É culpa sua. Ficaria feliz em ficar na cama o dia todo e fazer


sexo. Mas não, programou uma grande surpresa — resmungo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


401
— Por favor saia! — Claire chia, suor escorrendo de sua testa.

— Estamos indo — garanto, pegando meus pertences debaixo


da estação.

Um dos outros casais levanta, o cara virando para nós.

— Ei, desculpe ser rude, poderia recomendar outro lugar para


irmos que não seja tão, hum...

— Estúpido? Chato? — Sorrio com o medo que pisca nos olhos


dele quando Claire vira.

— Sim — responde, os ombros caídos.

— Há um Bonza Bingo aqui. É basicamente uma boate onde


se joga bingo para ganhar prêmios.

— Ooh, amo bingo — a namorada grita.

— E ouvi que há muitos lugares ótimos para comer —


acrescenta Clayton.

— Obrigado, cara — pega as coisas antes de nos seguir para


fora.

— Por favor, diga que tem comida em nossos planos hoje.


Estou morrendo de fome — abro caminho pela saída.

Clayton ri, envolvendo o braço nos meus ombros.

— Sim, nossa reserva é para cinco horas.

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402
— São horas de distância — lamento. — É melhor que a
comida seja boa.

Dá um beijo na minha cabeça. — Fiz algumas pesquisas antes


de vir. A Comic Con não foi a única razão pela qual escolhi aqui.
Há um restaurante perto que oferece diferentes tipos de comida
étnica14 que imaginei que adoraria.

Lambo os lábios com fome, mas não consigo evitar, sinto um


frio na barriga com quão doce suas ações são.

— Essa é a coisa mais legal que alguém já fez por mim.


Podemos ir agora?

Sorri, me puxando para seus braços, pressionando os lábios


quentes contra os meus. — Não, porque agora, tudo que quero
fazer é tê-la nua. Não tem ideia de como era quente ver suas mãos
tentando alisar aquela argila.

Aperto as coxas enquanto envolvo meus braços no pescoço


dele.

— Então, o que está esperando?

14
Comidas específicas de diversas etnia.

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403
CAPÍTULO VINTE E SEIS
Clayton
É difícil manter uma cara séria enquanto carrego Hayden para
fora do restaurante. Achei que conhecia seu tipo de loucura, que
me tornei mais adepto disso na semana passada, mas errei.

— Afirmo, farei isso — grita, me fazendo rir enquanto a deixo


no chão, puxando-a para longe da entrada.

— Hayden — murmuro, não conseguindo manter a diversão


fora da minha voz.

— Dá para acreditar nela? Quem pensa que é, me chamando


de gorda? Era meu bolo. Meu!

— Tinha seis anos — lembro, antes de finalmente deixar tudo


sair, dobrando meus joelhos, rindo ruidosamente.

— Acabou de ameaçar fazer um meme com uma criança de


seis anos porque pegou o último pedaço de bolo.

Rio mais forte, meus lados doendo. Continua me


surpreendendo a cada passo e adoro. Amo que faça isso. Nunca sei
o que sairá daqueles lindos lábios.

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404
— Não gosto do seu tom. — Funga, apoiada numa parede ao
longo da pequena costa pedregosa.

— Você, você... não acredito que fez isso.

— Não deveria me defender? Chutou-me com força para


caralho, Clayton — retruca.

Caio no banco ao meu lado, meu rosto doendo enquanto meus


lados doem.

Como é que ela continua fazendo isso comigo?

— Disse a ela que tinha vegetais.

Rosnando, bate o pé, sentando no banco, cruzando os braços.

— Não acredito que ri disso. Realmente queria aquele maldito


bolo. E quem eram eles para me expulsar. Ela quem deveria ter ido
embora.

— De novo, tinha seis anos — rio quando faz beicinho.

Observa-me por um momento, mordendo o lábio inferior.

— Eu o envergonhei? Não que me importe. A menina mereceu.


Digo, quem faz isso? Quem rouba comida?

— Por que acha que me envergonharia?

Ela encolhe os ombros, desviando o olhar.

— Os outros geralmente ficam desconcertados com meu


comportamento. Pessoalmente, não entendo. Sou quem sou.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


405
Com uma expressão séria, viro para ela, pegando sua mão.

— Também não entendo. Não há nada de errado com quem é.


É meio revigorante.

— Bom. Porque o sexo é muito bom.

— Muito bom, hein — arqueio a sobrancelha.

Funga, cruzando os braços sobre o peito. — Tem espaço para


melhorias.

— É uma mentirosa e sabe disso.

— Há uma sorveteria perto de onde nos hospedamos. Não


fecham antes das oito. Podemos ir.

— Não compensará o bolo, mas é um começo — inclina-se


para mim. — Tive um dia bom. A Comic Con foi incrível.

— Ainda não acredito que fez com que a deixassem


experimentar aquele traje de super-herói.

Desvia o olhar, mordendo o lábio inferior.

— Sim, foi legal.

Gemo. — Hayden, o que fez?

— Não gosto do jeito que acha que fiz algo.

— Sei que fez — declaro.

Erguendo o queixo, solta uma lufada de ar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


406
— O cara não me deixou exatamente. Posso ou não ter
derramado algo sobre o jogo dele. Estava distraído.

Levantando, a puxo do banco, me abaixando para beijá-la.

— Realmente você é uma criança selvagem.

— Nascida e criada — afirma orgulhosa, envolvendo os braços


no meu pescoço.

Abaixando-me, a beijo novamente, puxando seu corpo contra


o meu. Nunca me cansarei de seu gosto. Tem um gosto doce com
um toque de chocolate.

— Pegaremos seu sorvete — me afasto.

Pisca para mim. — Com um brownie?

Rindo, concordo. — Sempre.

Começamos nossa curta caminhada ao Travelodge. Quando


reservei o quarto, certifiquei-me que tudo estava a uma curta
distância, sabendo que Hayden odiaria o exercício.

— Esqueci de perguntar antes porque, roubando o traje e


tudo, o que a casa de saúde queria?

Nightingale telefonou antes sobre o plano de tratamento de


papai, dizendo que precisava de antibióticos para a febre. Fiquei
preocupado, mas minha irmã garantiu que me atualizaria. Mesmo
assim, ainda me sentia culpado por não estar lá, quando liguei
para papai, mordeu minha orelha e falou que sob nenhuma

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


407
circunstância deveria voltar antes de mostrar a Hayden que não
era um idiota pomposo.

— Só queriam me atualizar sobre ele. Está com febre, então


lhe deram antibióticos.

— Por que não falou nada? Devemos voltar.

Paro-a fora da sorveteria e a pego em meus braços, sorrindo.

— Amo que se importe. Ele está bem. Porém, tenho uma


pergunta, o que papai quis dizer quando me disse para agradecê-
la?

Rindo, afunda em mim com um olhar malicioso.

— Posso ou não ter enviado uma foto sua no palco com aquela
drag, Luna, e o vídeo que fiz de você gritando como uma menina
quando o cachorro o perseguia.

— Seu pai colocou bife no meu bolso — lembro-a, ainda não


feliz com isso.

— Porém, não sabia disso.

— Não até que a besta rasgou meu casaco. Pensei que


morreria — rosno. — Como ele fez isso?

Encolhe os ombros, nem um pouco impressionada por roubar


meu casaco despercebidamente e encher o interior com bife. E só
tenho teorias de como sabia que aquele cachorro estaria lá e que
era viciado em bife.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


408
— Papai tem um dom. Nunca sabemos o que fará.

— Acho que sei de onde tirou isso.

— Obrigada — orgulha-se, franzindo a testa quando meu


telefone toca. — É a casa?

Vendo o número do meu assistente, faço uma careta de


desculpas.

— Não, mas preciso atender. É Clarke. — Pego uma nota de


vinte do bolso. — Por que não pega a comida que te dará um coma
açucarado enquanto atendo?

Arranca da minha mão com um sorriso ardente.

— Não precisa pedir duas vezes.

Balanço a cabeça enquanto atendo. — Clarke, tudo bem?

— Sim, só preciso verificar uma coisa. Queria que o contrato


Larkin fosse enviado por fax esta noite?

— Sim — avisto Hayden pela vitrine. Sou pego de surpresa ao


vê-la rindo e brincando com uma senhora mais velha, que tem um
cachorro na bolsa. Acaricia a cabeça do animal, se abaixando e
arrulhando para ele.

— Clayton?

— Sim, hum, desculpe. Vá em frente e envie.

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409
Termino a ligação e, em vez de entrar, continuo a observá-
la. Seu sorriso ilumina o lugar, e enquanto conversa com a mulher
na sua frente, o faz com todo o corpo. Com alma.

Nunca me acostumarei com ela. É forte, teimosa e franca, e é


muito mais. Apesar de seu comportamento às vezes, de sua força
de vontade e das barreiras que ergueu, é uma das pessoas mais
gentis, atenciosas e altruístas que conheço.

Nem mesmo sua briga com crianças de seis anos me afastaria


dela. Amo que fale o que pensa, não se importando com o que os
outros achem. Porque sabe que há mais nela e só se importa em
saber disso. Sei que há mais. Contuso, a deixarei louca se
significar que a terei porque é uma das melhores pessoas para se
estar por perto.

E cada vez que tenho um vislumbre do que está por baixo, a


anseio ainda mais.

Faz um último carinho no cachorro antes de se dirigir a mim,


com o sorvete meio comido.

— Tudo certo?

— Não me trouxe um? — Solto.

Fecha a boca sensualmente em torno da colher, sugando o


doce de menta. — Não. Comprei um para a velha senhora.

Olho por cima do ombro, vendo a mulher sorrindo enquanto


anotam o pedido dela.

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410
— O quê? Por quê?

— Porque não tinha troco suficiente.

Sorrio, a olhando. — Surpreende-me a cada passo.

— Gosto de manter as pessoas em alerta — inclina-se para


me dar uma colher de sorvete.

Sabendo que não divide livremente, pego, a frieza afiada em


meus dentes sensíveis.

Suas pupilas dilatam quando se aproxima, examinando meu


rosto.

— Por que está me olhando como se desejasse me comer e não


este sorvete gostoso? Quero dizer, não divido com ninguém. Então
deveria gostar.

Pego o copo dela, jogando-o na lixeira e, antes que proteste,


pressiono meus lábios nos dela.

Uma maldição viciosa deixa seus lábios antes que deslize a


língua para dentro, massageando contra a dela. Geme, agarrando-
se à minha jaqueta.

Sinto-a estremecer debaixo de mim enquanto se afasta,


respirando pesadamente.

— Não tenho certeza se apreciariam a vista. — Olho para o


lado, percebendo a velha senhora e alguns membros da equipe
olhando pela janela, sorrindo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


411
— Vamos — digo, minha voz rouca, levando-a para o
Travelodge, caminhando para o elevador.

Puxa minha jaqueta, me beijando apaixonadamente enquanto


a empurro contra a lateral.

Abro o zíper de seu casaco antes de espalmar sua cintura,


apertando.

Geme quando as portas abrem. Levanto-a, sorrindo enquanto


envolve as pernas na minha cintura.

— Deus, te quero tanto — tiro o cartão-chave do meu bolso de


trás e abro a porta.

Fechando-a atrás de nós, a levo até o final da cama,


colocando-a de pé. Em segundos, tiramos as roupas um do outro.

Gemo quando dou outra olhada em seu sutiã e calcinha de


renda preta. Seu corpo tonificado faz meu pau estremecer.

Sua mão acaricia sobre meu peito nu e um prazer torturado


passa por mim. Não durarei. Não com ela. Não com as mãos dela
em mim.

Gentilmente a deito de costas, segurando a calcinha e


lentamente a deslizo por suas pernas.

— Tire o sutiã — ordeno.

Geme, estendendo a mão para soltá-lo. Quando seus seios


lindos estão livres, olho-os por um momento.

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412
Seguro sua boceta, esfregando o clitóris. Arqueia, gemendo.

— Por favor — levanta os quadris.

Sorrio, curvando-me e beijando seu osso púbico, lambendo


sobre seu clitóris.

Resiste, batendo as mãos nos lençóis, agarrando-


os. Continuo a torturá-la, sacudindo a ponta da língua,
bombeando um dedo dentro dela.

— Quero-o dentro de mim — rosna, sua respiração ficando


mais rápida.

— Hoje à noite, será devagar.

— O quê? — grita antes que outro gemido escape.

Empurro outro dedo, forçando um sorriso de volta ao som de


seus gemidos.

— Desejo devagar.

— Quero forte.

Insiro outro dedo, bombeando num ritmo bom e constante.

— Terá o que dou. — Continuo com o dentro e fora enquanto


chupo seu clitóris. Resiste, convulsionando debaixo de mim,
gritando durante o orgasmo.

Ajoelho sobre ela, empurrando-a para cima da cama antes de


me acomodar entre suas pernas.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


413
— Clayton — segura meus ombros.

— Tenho você — inclino-me para pegar uma camisinha do


lado.

Rolo, amando a expressão aquecida em seu rosto enquanto


me observa, me inclino, beijando ao longo de seu pescoço,
respirando-a.

— Cheira bem. Muito bom.

— Foda-me — implora.

Meu pau pressiona sua umidade, deslizando pelas dobras


lisas. Capturo seus lábios, exigindo acesso com a língua. Seus
dedos cavam em meus ombros mais forte e rosno, estendendo a
mão e alinhando meu pau em sua entrada antes de empurrar
dentro dela.

— Clayton — grita.

Lentamente, entro e saio, observando enquanto contorce o


rosto de frustração.

— Devagar — lembro-a.

— Pare de me torturar — implora, erguendo os quadris.

Sugo seu mamilo antes de soltá-lo com um pop, levanto,


passando a mão pelo cabelo dela enquanto a olho. Seus lábios
abrem, as pálpebras abaixando numa vibração.

— Você me deixa louco.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


414
— Está me deixando louca — rosna.

Sorrio antes de beijá-la profundamente. Sinto que queimo por


dentro, meu corpo inteiro aquecendo por tê-la.

Seus músculos contraem em torno do meu pau e gemo,


ficando tenso.

É difícil não bater dentro dela com força e rapidez, mas já


fizemos assim. Quero mostrar que significa mais para mim que
uma foda rápida.

Arranha minhas costas e sabe o que faz comigo. Rosno contra


seus lábios, acelerando os movimentos.

— É uma tortura — digo roucamente.

— Idem — traz minha cabeça para baixo para outro beijo.

Meu pau desliza por sua umidade com facilidade, latejando


dentro dela.

Estendo a mão entre nós, esfregando seu clitóris num


movimento circular lento e tortuoso.

— Oh Deus — geme, fechando os olhos.

Quando os abre, pisca, sua respiração difícil. Seguro seu


queixo, travando meu olhar com o dela.

Suas pupilas dilatam, seus lábios separam num sopro suave


de ar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


415
— Clayton.

Estou perto, perto demais e quero ter certeza que goze


primeiro.

— Hayden.

Fecha os olhos enquanto cada músculo de seu corpo contrai,


os quadris arqueando enquanto geme.

Sentindo-a apertar em torno do meu pau, meu corpo treme


durante meu próprio orgasmo. Atiro minha carga no preservativo,
continuando a cavalgar.

Dedilho meu polegar sobre a bochecha dela, suas pálpebras


abrem e um flash de vulnerabilidade passa por ela.

Abro a boca, para dizer o quê, não sei, mas nenhuma palavra
se forma.

— O quê? — pergunta, suas sobrancelhas juntas.

— Nada — minto, antes de levantar para tirar a camisinha.

Voltando, ainda está na mesma posição, parecendo relaxada


e saciada. Um sorriso presunçoso aparece em meus lábios
enquanto fico ao lado dela, puxando-a em meus braços.

— Ok, devagar não é tão ruim — murmura antes de bocejar.

Passo a mão por suas costas, acariciando a pele macia.

— Realmente não é.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


416
— Obrigada por dois dias incríveis.

Chego ao redor, colocando seu seio em minha mão, apertando


o globo macio.

— Ainda não acabou.

Contorce-se, abrindo os lábios como arcos. — Não?

Sorrio, passando a mão por sua barriga, sobre seu osso


púbico.

— Oh não, realmente não.

Ri quando nos rolo para que fique por cima, com o cabelo
solto.

— Acho que devo fazer todo o trabalho neste momento.

Meu sorriso alarga quando seguro seu traseiro, empurrando


a boceta molhada sobre meu pau totalmente duro.

— Sim, acho que deveria.

Abaixa, me beijando e tudo que penso é quão sortudo sou por


tê-la. Com relacionamentos anteriores, fiquei entediado, não
apenas no quarto, em geral. Com Hayden, nenhum dos dois será
um problema.

E não mudaria por nada.

Está sob minha pele da melhor maneira.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


417
CAPÍTULO VINTE E SETE
O céu cinza escurece acima de mim enquanto estou do lado
de fora da delegacia. A chuva é inevitável e o vento forte,
prometendo mais um dia e noite de mau tempo.

Ainda tenho cinco minutos até o momento em que Beau pediu


para entrar. Ele se certificará que passará quando eu chegar.

Meu telefone emite um bipe. Encostada na parede, longe das


escadas que levam até a estação, tiro da minha jaqueta de couro
preta, sorrindo para 'CHEFE QUENTE IDIOTA' aparecendo na
minha tela.

Era meu primeiro dia de volta hoje e, embora ele retornasse


semana passada, ainda passamos quase todas as noites juntos na
minha casa. No entanto, ontem, não o vi porque precisava acordar
cedo hoje.

CHEFE QUENTE IDIOTA: Sei que virá cedo para repassar o que
perdeu, porém, seria errado pedir para vir mais cedo? Peço um
jantar no meu escritório para nós.

O horário no meu telefone diz que são quatro da tarde, então


sua oferta me pouparia de ir para casa por algumas horas e ficar
entediada.

HAYDEN: Parece tentador, contudo, você de terno, no escritório,


porta trancada... comer não é o que passará pela minha cabeça.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


418
Demora alguns minutos antes que responda.

CHEFE QUENTE IDIOTA: Ficar duro enquanto estou no meio de


uma reunião de conferência chata não é tão empolgante quanto faz
parecer.

Rindo, digito minha resposta, meus dedos voando pela tela.

HAYDEN: Gillian está aí embaixo?

Gillian é uma das pesquisadoras da revista natureza e vida


selvagem do primeiro andar. É um departamento diferente da
estação, mas ainda pertence à família Cross.

Há momentos em que cruzamos com ela em nosso andar,


principalmente quando estamos com falta de pessoal. Sua
natureza curiosa assusta outras pessoas no prédio. É como se
soubesse o que pensam ou fazem.

CHEFE QUENTE IDIOTA: Sim! Como sabia? Me assusta. Está


me encarando há cinco minutos com uma expressão de nojo.

CHEFE QUENTE IDIOTA: Por favor, diga que me fará


companhia. Devo sair em cerca de uma hora.

HAYDEN: Levarei comida. Tenho algo a fazer primeiro, então


enviarei uma mensagem quando estiver a caminho.

Quando vejo seu emoji de rosto sorridente, sorrio e coloco o


telefone no bolso.

Preciso fazer isso. Meu estômago dá nós porque me preocupo


em estragar tudo. Há pessoas que confiam em mim, mesmo que

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


419
não saibam. Não posso decepcioná-los. Posso jogar areia nos olhos
de muitos, por alguma razão, aquela suspeita, a dúvida continua
rastejando pela minha espinha, me fazendo pensar que verão
através deste estratagema.

Inalando, endireito a jaqueta antes de dar o primeiro passo


em direção ao grande edifício.

Quando chego às largas portas duplas de carvalho, coloco


minha cara de jogo, inspirando e expirando respirações rápidas
antes de abrir a porta e correr para a recepção, fingindo estar sem
fôlego. Preciso que me levem a sério. Se estou calma e controlada,
tenho medo que me façam esperar. Embora, seja apenas para a
recepcionista. Quando entrar nessa reunião, ficarei obstinada.

— Preciso falar com o policial Rob Howard. É sobre as


invasões.

— Acalme-se, senhorita. Deixe-me anotar seu nome — a


senhora mais velha atrás da mesa pede.

— Por favor, é importante. Realmente preciso vê-lo.

— Hayden? O que faz aqui? — Beau pergunta, repetindo seu


discurso ensaiado. — Tudo bem?

Caio contra o balcão, suspirando. — Beau, realmente preciso


falar com Rob e as pessoas que trabalham nas invasões. Tenho
informações realmente importantes.

— Deixe-a passar, Hayley — ordena gentilmente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


420
— Não é o protocolo. Precisa ser registrada — argumenta.

— É família. Se diz que é importante, realmente é.

— Tudo bem, se perguntarem, direi que a deixou passar —


retruca.

Gesticula para que eu vá até a porta lateral, onde Hayley a


abre.

— Estão todos aqui? — sussurro quando o alcanço, abaixando


a cabeça para que ninguém leia meus lábios.

Coloca a mão nas minhas costas, me guiando por um


corredor.

— Sim.

Empurra a porta do que parece ser uma sala de


conferências. Uma mesa oval fica no meio, rodeada por oito
cadeiras marrons, três das quais são ocupadas por Rob e outras
dois.

O mais velho senta para frente, franzindo a testa para nós.

— Beau, é uma reunião privada.

Rob olha para cima, surpreso ao me ver por um minuto, antes


de arregalar os olhos.

— Por favor, diga que não chegaram até você?

— Você sabia? — grita.

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421
Estremece. — Conhece Hayden, não deixaria isso cair. Eu te
avisei.

— Falaremos sobre isso depois — avisa, antes de virar para


os cavalheiros mais velhos que falaram primeiro. — Esta é Hayden
Carter. Prima da minha noiva. Tem algumas informações
importantes sobre as invasões.

— Sente. Sou o detetive Walker, este é o policial Fisher, e pelo


que vejo, já conhece o policial Howard.

Fisher fica quieto, observando, processando, mas para


alguém na casa dos quarenta anos, provavelmente está
acostumado a fazer isso.

Rob ainda parece doente de preocupação, seus olhos


sombreados pela falta de sono. Se um deles é culpado, não mostra,
o que significa que escondem há mais tempo que as pessoas
imaginam. Alguém que pode ser tão legal e sereno teve prática.

Provavelmente pensam que se safarão.

Beau puxa uma cadeira na ponta da mesa, e a pego, sorrindo


para ele enquanto senta na cadeira ao meu lado.

— Oi — saúdo, dando-lhes um pequeno aceno. Tento não dar


muito show. Rob verá através disso, me conhecendo.

— Que informação tem? — Fisher pergunta, prestando mais


atenção agora.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


422
— Antes de revelar mais alguma coisa, precisarei da
cooperação de vocês.

Sentam mais retos, expressões sérias. Algo me diz que não


tem nada a ver com a gravidade da situação, e sim com o fato de
uma garota entrar e dizer o que fazer. Os únicos que não parecem
tão perturbados são Beau e Rob. O que é um bom sinal para Rob.

— Se pudermos, faremos — Walker praticamente força.

— Acompanho a história, questionando potenciais


testemunhas...

— Pedi para não fazer isso — Rob rebate, franzindo a testa. —


Veja o que aconteceu com Christina.

— Se tiver algo, deixe-a falar. Resolvam suas divergências


depois. Eu, por exemplo, gostaria de ouvir o que tem a dizer. Esses
assaltos precisam acabar — comenta, seus dentes trincado quando
olha para o outro.

Hmm, parece que esses dois não são melhores amigos.

Limpo a garganta quando fica tensa.

— Uma menina me contatou ontem de manhã. Afirma ter


provas sobre os assaltos, embora não falou o quê ou de quem, e
que só conversaria comigo. Sente que é vigiada, e sejam quem
forem essas pessoas, sabem que tem informações que serão
problemas para eles, então não se sente segura para entregar as
evidências ela mesma. Ela me encontrará na sexta-feira às nove da
noite para entregá-las.

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423
— O que os impede de chegar até essa pessoa antes dessa
data? — Walker pergunta, esfregando a mão na barba.

— Escondeu-se e avisou que entrará em contato comigo por


meio de um telefone pré-pago para que não a rastreiem. Hoje de
manhã, soube que irei ao antigo mercado de gado na sexta para
coletar evidências que colocarão um fim a esses crimes.

— Por que vazaria isso? — Beau fala. — Colocou um alvo em


sua cabeça e se colocou em perigo, Hayden.

Sorrio, juntando as mãos sobre a mesa.

— Porque enquanto eu a encontro em outro local na cidade,


podem cercar o mercado de gado e prender quem aparecer.

— Acho que deveria ser um de nós a ir — declara Rob, um


pouco pálido.

É difícil não olhar para Beau, para ver se pensa o mesmo que
eu sobre o comentário. É difícil excluí-lo da lista quando reage
assim, entretanto, pode significar apenas que se preocupa.

— Só encontrará a mim, Rob. Deixou bem claro.

— Não é assim que funciona — argumenta Fisher. — Se tiver


evidências, precisa vir até nós.

Empurro a cadeira para trás, deixando-os ver minha


decepção.

— Então direi para me encontrar em outro lugar e rezar para


que não a machuquem antes disso, porque não a colocarei em

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


424
risco. Muitas pessoas foram feridas por causa dessa gangue.
Precisa ser resolvido.

— Espere — Walker grita, colocando a caneta para baixo. —


Posso espalhar a palavra e ter uma equipe montada.

— Mas aí tem uma chance de serem avisados — Beau reflete,


fingindo pensar. — Devemos manter o mais discreto possível.

— Diz que temos um vazamento? — Walker acusa, seu rosto


ficando vermelho.

— Não, porém, quem aqui pode afirmar honestamente que


alguém não ouviu suas conversas? Basta uma pessoa e estamos
ferrados.

— E se mais de um deles aparecer? — Rob pergunta, sua


atenção em Beau e eu.

— Peça ajuda — ofereço secamente. — Não farei isso se ela for


colocada em risco.

— Como sabemos que não é uma armação para a gangue


pegá-la sozinha? Já mataram antes, Hayden — enfatiza.

— Não sou estúpida. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça


quando ligou. Procurei-a no Facebook. Não está ativa desde que
testemunhou o que quer que viu naquela noite. É real e morre de
medo. É uma boa pessoa, acabou de terminar a faculdade. Não
consigo ver alguém assim envolvido numa gangue que claramente
tenta roubar para ganhar dinheiro. Você pode?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


425
— E como sabemos que o que tem justifica uma prisão ou
mesmo vale a mão de obra e tempo que levará? — Fisher pergunta,
estreitando o olhar em mim. — Poderíamos trabalhar em pistas
reais. Não em alguma história de 'talvez'.

Sento, arqueando a sobrancelha.

— Tem um vídeo de quem presume ser o líder e fotos. Posso


não saber o que ou quem está lá, mas é suficiente para assustar a
garota até a morte. Estava genuinamente petrificada, dizendo que
eu não podia confiar em ninguém, falou que não poderia contar
para a polícia porque sentiu que nem eles poderiam protegê-
la. Queria que levasse isso ao meu chefe.

— É a oportunidade que precisamos, mesmo que não seja


convencional — confessa Walker.

— Não disse mais nada? — Rob pergunta.

— Não, e não questionei. Não arriscaria assustá-la. Droga,


não sabe que estou aqui hoje. Passei a noite inteira pensando no
que fazer. Preocupei-me que não apareceria se soubesse.

— Qual o nome dela? — Fisher pergunta, posicionando a


caneta sobre o papel.

— Olha, fiz isso contra a vontade dela. Não revelarei a


identidade até ter certeza que está segura.

Walker se senta para frente, passando a mão pelo queixo.

— Então por que veio?

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426
— Porque era a coisa certa a fazer, e sei quão duro Rob
trabalha para prender essas pessoas. Sabia que podia confiar nele
e em Beau.

— Nem é preciso dizer, porém, avisei para não procurar por


isso — comenta o primeiro, franzindo a testa.

— Se o ouvisse, não teria essa evidência agora.

— Agradecemos por vir até nós — declara Walker.

— Ainda acho que um de nós deveria ir com você, só por


segurança — enfatiza Rob.

— Ninguém saberá onde estou ou quando nos encontraremos.


Ficarei bem. É na cidade e o lugar pode ficar cheio nos fins de
semana, sabe disso.

— Tenho aquele jantar com Faith e nossos pais na sexta à


noite. Cancelarei novamente.

— Meu Deus, por favor, não. Ela se preocupou com os planos


na semana passada, não a estresse ainda mais.

— Mas...

Dou-lhe um olhar penetrante. — Sem desculpas.

Walker senta.

— Ainda precisaremos de pelo menos dois outros policiais


para cobrir o terreno. Sei que não falou a mais ninguém, entretanto
para cobrir aquele prédio abandonado, precisaremos de mais

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


427
homens. Também podemos ter o local completamente fechado,
então não podem se esconder dentro para nos cegar.

Virando-me para Beau, chupo o lábio inferior.

— O que acha?

Estende a mão para dar um tapinha na minha.

— Acho uma boa ideia. Dessa forma, garantiram que tudo seja
coberto por um policial.

— Se acha que é melhor, acredito que ficará tudo bem.

— Há mais alguma coisa que pode nos dizer? — Walker


pergunta.

Um de vocês é corrupto não parece ser a resposta apropriada,


então respondo: — Não. Isso é tudo.

— Ainda precisaremos falar com a testemunha — Rob explica


suavemente, me fazendo duvidar de sua inocência mais uma vez.

— Assim que souber que estará segura, a trarei aqui.


Explicarei quem é Beau e que estará segura e poderá confiar nele.

— Avisaremos assim que os tivermos sob custódia — promete


Walker.

— Basta manter um de nós atualizado na sexta-feira. Se


alguma coisa parecer fora do lugar, não hesite em ligar — oferece
Fisher.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


428
— Pode me ligar. Posso passar qualquer coisa adiante —
mente Beau. — Esses caras estarão ocupados e precisam de foco.

— Estou bem com isso.

— Então, na sexta às nove, encontrará esta testemunha e


resolveremos tudo do nosso lado.

Suspiro, sorrindo. — Obrigada. Fico feliz que acabe.

— Não, obrigado por vir e não fazer isso sozinha. Fez a coisa
certa — promete Walker.

— A qualquer hora — empurro a cadeira. — Preciso ir.


Trabalho. Obrigada por ouvirem.

— Eu a acompanharei até a saída — oferece Beau, levantando.

Aceno para os outros antes de sair da sala, abrindo a boca


para amaldiçoar quem está fora.

Agarra minha cintura, parando minhas palavras.

— Não diga nada — sussurra com o canto da boca. Chegamos


à porta que dá para fora e força um sorriso para a secretaria. –
Deixe-nos sair, por favor, Hayley.

A porta apita e coloca a mão sobre ela, abrindo-a.

No segundo em que saímos, respiro fundo.

— Foi intenso.

— Sim — concorda, cansado.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


429
— Nem sei o que dizer. Cada um deles fez perguntas que
poderiam envolvê-los de uma forma ou de outra.

— Concordo. Também não consegui lê-los melhor. Essas


perguntas seriam algo que faríamos de qualquer maneira, então
nada realmente se destacou.

— Talvez esteja errada — acrescento, mas não acredito em


minhas palavras. Um deles é culpado. Sinto isso.

Passa a mão pelo cabelo, suspirando.

— Não, acho que não. Tinha minhas dúvidas antes, sabe


disso, depois daquela reunião, senti também. Não consigo explicar.

— Sinto muito. Queria estar errada, se isso ajuda.

— Esta tudo fodido, é certo. Antes de chegar, examinei a linha


do tempo das invasões e não há padrão. O que é incomum, já que
normalmente estão numa área local.

— E as vezes em que pensou que tinha a localização da


gangue?

— O mesmo. Não fazia sentido. Alguém definitivamente


alertava. Algumas das batidas foram planejadas minutos antes de
partirmos, o que significa que ligaram ou enviaram uma mensagem
no caminho.

— Quem estava lá? — pergunto, esperançosa.

— Essa é a coisa, todos. Até eu fui enviado para aquele ataque.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


430
Meus lábios abrem, prontos para perguntar se poderia
acessar os registros telefônicos durante esse tempo, mas um
movimento atrás de Beau chama minha atenção.

Abaixo a cabeça, escondendo meus lábios dele.

— Rob está aqui. — Olho para cima, forçando um sorriso


enquanto se aproxima. — Ei, Rob.

— Tudo bem? — pergunta, suas sobrancelhas franzidas.

— Sim, apenas dizia para parar de se estressar por não estar


lá. Decidiu cancelar com Faith, o que não acho sábio.

Dá um tapa no ombro do companheiro, agarrando-o.

— Pare de se preocupar. Nós a protegeremos. Prometo que


estará segura.

Força um sorriso. — Obrigado, cara.

— Eu os deixarei com isso. Realmente preciso ir. — Informo,


antes de dar a Beau um olhar penetrante. — Falo com você mais
tarde.

Dá-me um aceno curto. — Tchau, Hayden.

— Vejo-a por aí, coisa pequena. E fique segura, certo? Nunca


se sabe o que farão se descobrirem o que tem feito — avisa Rob.

Uma sensação de mau presságio sobe pela minha espinha


enquanto lhe dou um sorriso tenso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


431
— Eles se arrependeriam de tentar. Nós, Carter, não somos
conhecidos por sermos derrubados facilmente.

Dou alguns passos para trás, dando-lhes uma saudação antes


de virar e ir em direção ao meu carro.

Pelo bem de Rob, é melhor ser inocente.

Minha família o destruiria.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


432
CAPÍTULO VINTE E OITO
Meu coração não está no segmento desta noite e demonstra
no trabalho. Na verdade, estou surpresa por terminarmos mais
cedo que o normal, já que são quase nove no meu telefone.

Fiquei distraída a noite toda, esperando receber uma


mensagem de Beau ou Liam. Não ouvi de nenhum deles desde o
início do dia, quando o primeiro ligou avisando o que combinaram.

Minha preocupação provavelmente não tem


fundamento; ainda temos quinze minutos até que o encontro
inicial ocorra. No entanto, esperávamos que alguém aparecesse
mais cedo.

Desejávamos terminar; ele mais que eu, já que alguém que


considera amigo é suspeito.

Está cobrando seu preço.

No entanto, sei que entrará em contato comigo se houver uma


atualização. E ainda assim meu estômago revira com uma
sensação desconfortável, como aconteceu o dia todo.

Não consigo afastar o pressentimento que de alguma forma, o


colocarei em perigo. Reflito, fazendo me sentir mal. Faith nunca me
perdoaria se algo acontecesse. E ela simplesmente está feliz. Não
quero ser a razão pela qual isso seja tirado dela.

— Hayden? — Clayton estala os dedos na minha frente.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


433
Afasto meus pensamentos, saindo do torpor, olhando ao redor
da sala para aqueles que me observam preocupados.

Dou um tapa na mão dele quando continua a estalar os dedos


e o encaro.

— Qual o problema? E por que está estalando os dedos?

Observa-me por um momento, preocupação aparecendo em


sua expressão antes que mascare, apertando as feições.

— Meu escritório, agora! — Sai do estúdio.

Uma vez que saiu, Chrissy dá um passo à frente, desviando o


olhar da porta que Clayton acabou de passar.

— Tudo bem, Hayden?

Bufo, acenando. — Não me assusta.

Leana desliza sua cadeira para mim, fazendo uma careta.

— Acho que se refere ao fato de não ser você mesma. Seu


corpo está aqui, mas você não. Ainda estou chocado que concordou
com o que o namorado de Josie falou. Foi realmente cruel e duro.
Normalmente rasga um cara assim em pedaços.

Pensando bem, não lembro de nenhuma Josie, ou muito da


última ligação. Estava muito distraída com meu telefone e o que
acontecia.

Esfrego o rosto, suspirando cansada.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


434
— Porra, sinto muito. Estou com uma dor de cabeça muito
forte.

— Gostaria que eu fosse conversar com Sr. Cross e explicar?


Pode sair mais cedo — Chrissy oferece, sua voz baixa, suave.

Forço um sorriso. — Não. Obrigada. Ele se sente melhor


quando grita comigo.

A risada delas soa forçada enquanto a preocupação enruga


suas testas.

— Ficarei bem — asseguro, dando um pequeno aceno quando


levanto.

Saio do estúdio, fazendo meu caminho pelo corredor para o


escritório dele, verificando o telefone mais uma vez.

Nada. Novamente.

Não quero me preocupar. Sei que Beau pode cuidar de


si. Porém não consigo evitar.

— Aí está — Anuncia, parando do lado de fora da porta. — O


que há esta noite?

Belisco a ponte do nariz.

— Pergunta como meu chefe ou o cara com quem durmo?

Olha para cima e para baixo no corredor para verificar se a


barra está limpa antes de agarrar meu pulso e me puxar para o

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


435
escritório. Arrasta-me até a mesa, me inclinando contra ela antes
de sentar em sua cadeira.

Mexo minha bunda, sentando e balançando as pernas.

— Agora, por que importaria qual parte te fez a pergunta? E


desde quando sou apenas o cara com quem transa?

— Você que queria manter o profissionalismo no trabalho.


Então, como meu chefe, peço desculpas por estar distraída. Estou
com dor de cabeça.

— Precisa de comida, é por isso que se comporta como uma


vadia?

— Não sou uma vadia e não estou com fome. — E pela


segunda vez na vida, não estou. Meu estômago dá nós.

— Então o que é? — Franze a testa. — Sei que não fiz nada de


errado.

— Estou com dor de cabeça — checo o telefone.

Arranca-o da minha mão.

— Responda.

— Ei — estendo a mão para pegá-lo.

Nega, colocando-o na mesa ao meu lado antes de agarrar


minhas mãos para me impedir de pegá-lo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


436
— Converse comigo. Conte-me o que está acontecendo. Se
deseja terminar o que tem entre nós, é só falar. Sou um menino
crescido.

Franzo a testa.

— Por que desejaria isso? É ótimo na cama.

Gargalha. — É tudo que sou para você?

Meus ombros caem e abaixo a cabeça um pouco.

— Não. É mais que isso. Só estou cansada e com dor de


cabeça. Fico irritada quando estou doente — minto, não pronta
para divulgar sobre a história até saber que há uma.

Seus olhos esquentam enquanto passa as palmas das mãos


nas minhas coxas. — Quer que ajude a melhorar?

Sorrio, examinando o escritório brevemente enquanto todas


as fantasias que tive sobre tê-lo aqui ressurgem.

Decorou desde que assumiu. É tudo cinza e preto com móveis


de carvalho escuro.

Pego sua gravata, puxando-o para mim. Sua cadeira desliza


para frente, trazendo-o para mais perto.

— Não me provoque. Sabe que desejo que me foda na sua


mesa — respiro contra seus lábios.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


437
Sorrindo, levanta, me puxando para a borda, meu núcleo
pressionando contra sua dureza. Minhas coxas apertam enquanto
as envolvo em torno dele.

— Não estou brincando — pressiona um beijo no meu


pescoço.

Inclino a cabeça para o lado, dando mais acesso, antes de


agarrar seu blazer.

— Então não o impedirei.

Sinto-o sorrir contra meu pescoço enquanto me balanço


contra ele. Pega minha jaqueta, tirando-a enquanto puxa minha
camiseta branca lisa do meu jeans rasgado. Gemo, apertando as
coxas em torno dele.

Um telefone vibra do outro lado da mesa, não me afasto, em


vez disso, trago seus lábios nos meus enquanto deslizo parte de
seu blazer.

Sua língua massageia a minha, deixando meu cérebro em


frangalhos. É como se todos os sentimentos assumissem e
transformassem minha mente em mingau. A única coisa melhor
que ele me beijando, é estar dentro de mim.

Cada nervo ergue enquanto agarro o cabelo de sua nuca,


aprofundando o beijo.

Quando a vibração começa novamente, Clayton tenta se


afastar, porém, o puxo, beijando-o mais uma vez.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


438
— Telefone — murmura contra a minha boca, segurando
meus quadris e me balançando contra seu pau duro.

— Ignore e continue o que faz.

Começa a tocar novamente e se afasta ligeiramente, pegando


um telefone da mesa. Perdida em minha própria mente, levo alguns
segundos para perceber que é o meu.

Pegaria, mas se afasta, lendo a mensagem.

Tiro-o dele assim que se distrai, incapaz de olhá-lo enquanto


clico nas mensagens que Beau enviou.

BEAU: Não acho que morderam a isca.

BEAU: Ficaremos um pouco mais.

BEAU: Ninguém está aqui. Talvez essa pista seja outro beco
sem saída. As invasões podem ser apenas relacionadas a gangues.

Olho para o homem e vejo suas narinas dilatarem. As mãos


caem para os lados, em punhos cerrados.

— Clayton? — Tento formar as palavras para explicar.

— Por favor, diga que não é o que penso — range.

— Clayton...

Bate a mão nas costas da cadeira, empurrando-a contra um


arquivo. — Por favor, diga que não é sobre os roubos — rosna, me
nivelando com um olhar carrancudo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


439
— Eu... — paro, sem saber o que falar. Não esperava que se
enfurecesse tanto ou reagisse assim. Sabia que ficaria bravo,
porém, não assim.

Dá um passo para trás, passando a mão pelo cabelo.

— É sim — rosna de desgosto.

Levanto, endireitando a jaqueta e colocando minha camiseta


de volta no jeans.

— Tudo bem. Beau está num local pronto para pegar o policial
que poderia trabalhar com a gangue. Não precisa se preocupar. Fiz
isso. Posso realmente colocar um fim neles.

— O quê? — Gira para me encarar. — Como é tão estúpida,


Hayden?

— O que disse?

Posso lidar com ele chateado, todavia sua raiva é algo que não
tolerarei. Não tem ideia. Está exagerando.

— Falei Hayden, pedi para deixar essa porra de história em


paz. Não registrou nada? Não tinha que meter o nariz nisso. Não é
seu trabalho.

— Bem, que merda. Queria que visse do que sou capaz. Provar
que faria isso e fiz.

— O quê, provar que não segue ordens? Se coloca em perigo?


Por fazer propositalmente algo que sabia que não tinha permissão?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


440
É disso que é capaz? — Respira fundo. — Meu Deus, Hayden,
poderia ter se machucado ou pior. Não vê?

— Não, queria te mostrar que sou mais que uma conselheira.


Fiz tudo! Tudo que seu pai e este trabalho pediram. Conquistei este
cargo. Se sua empresa não patrocinar um novo blog, então farei
sozinha. Tenho certeza que outra pessoa verá meu potencial e me
contratará.

— Esse não é o ponto e sabemos disso. Não se preocupa com


sua segurança? Pessoas morreram. Uma repórter foi assassinada
investigando esta história.

— Estou perfeitamente segura — grito de volta. — Posso fazer


isso.

— E quanto ao Love Loop Live? Considerou o que faria com o


segmento?

— É só com isso que se importa? — Afasto-me da mesa e me


movo ao redor dela, minha respiração difícil.

— Não, e sabe que não.

— Não, não sei. Não me importo mais com nada disso.


Trabalho horas que não sou paga para ter certeza que está tudo
bem, ganhando pouco mais que o salário mínimo, enquanto Tim
no 1º andar trabalha aqui há menos tempo e já tem uma coluna
de esportes. Então, por que deveria ser diferente para mim,
Clayton? Por quê? Gosto deste trabalho, porém, não amo. Seu pai
dizia, toda vez que o procurava com a proposta, que pensaria. E

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


441
adivinha, nunca aconteceu. Não peço nem para fazer um ou outro,
estou feliz em fazer os dois e deixar Nightingale, mas ninguém me
encontrará no meio do caminho.

Minhas unhas cortam minhas palmas enquanto estou ali,


apertando as mãos.

— Não sou meu pai. E ele não é mais seu chefe. Eu sou. E
pedi especificamente para não se colocar em perigo.

— Não depende de você — jogo as mãos para cima. — Fiz a


escolha. Eu. Eu fiz. Poderia fazer uma também. Esperava isso
quando assumiu que atualizaria as coisas.

— Agora me diz como administrar minha empresa? Sou o


chefe aqui, não você.

Balanço a cabeça, dando mais um passo para trás.

— Não, porque esse não é meu lugar, assim como o seu não é
me falar o que fazer — viro para sair.

— Não terminei de conversar com você!

Viro, apertando os olhos em fendas.

— Bem, eu sim. Estou acabada.

— Ainda tem e-mails para ler — lembra, sua voz dura.

— E farei. Simplesmente não preciso ouvi-lo mais. Deixou seu


ponto muito claro.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— Hayden...

— Não, não ouvirei. Tomarei um pouco de ar fresco. Volto para


terminar depois.

— Hayden — respira, com os ombros caídos.

Paro com a mão na maçaneta, abaixando a cabeça. Não


consigo encará-lo. Não sem quebrar.

Talvez estivesse certo sobre relacionamentos que não


funcionam num local de trabalho. Porque agora, é a ele que quero
ir, contar sobre meu dia de merda, mas é a razão pela qual minha
noite foi uma merda.

— Só preciso de cinco minutos — forço minha voz calma,


quando por dentro estou furiosa.

— Não vá. Precisamos conversar — implora, sua voz uma


mistura de raiva e calma.

Abro a porta, dando um passo para fora, paro, olhando por


cima do ombro.

— Clayton?

— Sim?

— Chefe ou não, se gritar comigo de novo, darei uma joelhada


em suas bolas.

Não espero por uma resposta ou outro sermão para responder


ao meu 'chefe'. Terminei.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


443
Desço o corredor em direção ao elevador dos funcionários que
vai até a entrada dos fundos, onde fica o estacionamento.

— Hayden? — Leana grita, me assustando.

Depois de pressionar o botão de chamada do elevador, viro


para encará-la.

— Sim?

Dá um passo cambaleante para trás, seu queixo caindo.

— Uau! Precisa de um álibi? Porque darei um, juro.

— Hã?

Para de se mexer, inclinando a cabeça.

— Parece que acabou de matar alguém.

Forço uma risada.

— Sim — murmuro, vendo a bolsa em sua mão. — É minha?

Pula, olhando para a bolsa antes de entregá-la.

— Sim, deixou no estúdio.

— Obrigada, volto num minuto. Preciso terminar de revisar as


mensagens e e-mails.

— Não vai para casa? Eu e Chrissy faremos isso.

— Não, tudo bem. Há algumas coisas que realmente preciso


terminar de qualquer maneira.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


444
Entro no elevador.

— Vejo-a em cinco minutos.

Enfia as mãos nos bolsos, dando um passo para trás.

Fecho os olhos quando a porta fecha; minha discussão com


Clayton girando em minha cabeça.

Não vê que o que faço é para o bem?

Bailey projetou para mim um site incrível que será lançado


assim que tiver a aprovação dele, já que adicionei a Cross Global
como parceira, que pode ter um link para Love Loop Live.

O título do blog é um trabalho em andamento, por enquanto


é Carter News até que pense em algo melhor.

Coloquei semanas de trabalho para ter certeza que parecia


bom para quando estivesse pronta para revelar, e ele nem mesmo
me deu chance de explicar, muito menos mostrar. Não que tive
oportunidade de contar.

Com raiva, empurro a porta de saída, fazendo-a bater contra


a barra de metal do lado de fora.

A chuva cai em meu rosto quando saio.

— Hayden, te aguardava — diz uma voz familiar, o tom baixo


enquanto sai das sombras, com o uniforme presente.

Meu pulso dispara.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


445
— O que faz aqui? — pergunto, dando um passo para trás.

Seu sorriso é provocador. — Pediu para vir buscá-la.

Sua voz doce e enjoativa não poderia ser mais falsa.

— É você — respiro, sua mentira rolando sobre mim,


causando um arrepio na minha pele.

Viro, pronta para correr de volta para segurança, mas me


agarra, me puxando contra seu peito.

— Eu! — Respira baixo contra meu ouvido.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


446
CAPÍTULO VINTE E NOVE
Clayton
Às vezes preciso de um pouco de orientação e hoje é esse
dia. Hayden é uma mulher complicada. Forte, fogosa e fala o que
pensa, nunca reagiu com raiva antes desta noite.

Estou com raiva de mim por exagerar. Sabia, porém, não


consegui evitar que saísse dos meus lábios. Estava com muito ódio
por se colocar em risco.

Porém, estou mais furioso comigo por fazê-la acreditar que


não vale a pena. Destruí seu sonho. O sonho dela.

E me puno por isso agora. Nunca foi minha intenção.

Não achou que a escutava, mas tudo que fiz foi ouvir. A ideia
dela tinha mérito e acredito que seria boa para a Cross Global.

A única pessoa que pode ajudar com meu dilema é meu pai.

Acabei de contar tudo o que aconteceu entre mim e Hayden,


e sua proposta.

— Então, o que faço, pai?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


447
Solta uma tosse ofegante. — Filho, por que está me contando
tudo isso?

Belisco a ponte do nariz. Achei que seria óbvio para ele.

— Não quero decepcioná-lo ou fazer algo que não aprovaria —


explico.

— O que acha disso? — Parece cansado.

— Acho que a garota que passei a me preocupar saiu furiosa


do escritório porque gritei por colocar a vida dela em risco. A
proposta é boa, brilhante na verdade, e a impediria de correr atrás
de histórias perigosas se fizesse o que quer. Este artigo que quer
escrever, uma repórter já morreu investigando.

Suspiro, caindo para trás na cadeira.

É bom tirar isso do meu peito.

— Só direi uma vez, então ouça, filho. — Limpa a garganta


antes de continuar. — O negócio é seu agora. Não meu. Não precisa
da minha permissão para seguir em frente em outros projetos. Dito
isso, adiei Hayden desde que me procurou com a proposta.
Desejava que você lançasse. Merece ter algo que seja seu, que
ajudasse a construir, então sentir que alcançou a Cross Global.

Aperto a testa, beliscando a pele.

— Jesus, sou um idiota de merda.

— Bem, sim, mas Hayden não é. Em toda minha vida, nunca


conheci ninguém tão complexo quanto ela. Lutou pelo trabalho e

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


448
até ateou fogo no carro do pervertido Barry. Tenho uma gravação
salva no escritório em algum lugar. É uma guardiã. Agora vá contar
as boas novas e me deixe em paz. Não segurarei sua mão para
sempre, filho.

O pensamento torce meu estômago. — Sei, pai. Só quero


deixá-lo orgulhoso.

— Estou. De meus dois filhos. Agora vá, quero terminar de


jogar damas com Linny.

— Linny? Não é aquela senhora que percorre os corredores


nua pelo menos uma vez por dia?

— Está vestida agora, então vá.

— Falo com você amanhã. Boa noite, pai.

— Por favor, faça. Mal posso esperar para ouvir como Hayden
chutou sua bunda.

Rio, encerrando a ligação. Levantando, saio do escritório,


encontrando Chrissy e Leana.

— Ei, viram Hayden?

— Não — responde a primeira. — Na verdade, íamos verificar


se estava com você.

— Sim, desceu de elevador cerca de quinze minutos atrás e


disse que voltaria em cinco, mas não a vimos.

Minhas sobrancelhas juntam quando aceno.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


449
— Obrigado. Darei uma olhada lá fora.

Corro pelo corredor, pressionando o botão do elevador, não


querendo perdê-la se subir as escadas.

Não há nenhuma maneira de Hayden subir as escadas.

Segundos depois, entro, pressionando o botão no andar


térreo.

Tudo que preciso é explicar porque estava bravo, dizer que


sinto muito e depois contar as boas notícias. Pode ser razoável.

Entrando no saguão vazio, grito:

— Hayden? — Não recebo resposta.

Empurro as portas que levam para fora, tremendo quando o


vento frio me atinge, junto com gotas de chuva.

Abaixo a cabeça, avistando a bolsa dela e o telefone


abandonados no chão. Minha respiração engata enquanto corro,
pegando-o do chão.

— Hayden? — Procuro por ela no estacionamento, por


qualquer sinal. — Hayden!

Seu telefone vibra e uma lasca de medo me faz atender.

— Beau, o que está acontecendo? Hayden está com você?

— Clayton? — pergunta, parecendo confuso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


450
— Sim, está com você? — grito, meu estômago apertando
enquanto dou uma olhada atrás das latas.

— Não, não está. Pensei que estava com você.

Corro a mão pelo cabelo, girando num círculo enquanto olho


ao redor.

— Tivemos uma discussão. Saiu para tomar um pouco de ar


fresco cerca de quinze minutos atrás. Vim procurá-la e encontrei o
telefone e bolsa no chão. O que está acontecendo? Tem alguma
coisa a ver com a história em que trabalhava?

— Você sabia? — surpreende-se.

— Foi assim que nossa discussão começou. Onde ela está? —


Imploro, chutando um poste.

— Onde você está? — pergunta numa voz firme.

— Fora do escritório. Estou no estacionamento dos


funcionários, que fica nos fundos do prédio — respiro fundo. —
Eles a levaram, não é?

— Não tenho certeza — diz, mas ouço a mentira. — Estou


indo. Fique aí.

— Deveria chamar a polícia?

— Não! Faça o que fizer, não confie em nenhum oficial agora.


Estou chegando.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— O que devo fazer então? — Rujo, preocupado com a
segurança dela.

— Ligue para o pai dela. Ligarei para Maverick. Diga para


encontrá-lo aí — ordena, antes de encerrar a chamada.

— Senhor Cross, tudo bem?

Viro para encarar Chrissy, forçando um sorriso.

— Poderia pegar meu casaco atrás da porta da minha sala e


dizer à segurança para me encontrar aqui?

— Onde está Hayden? Está tudo bem?

— Por favor! — Imploro. — Explicarei tudo depois. Prometo.

— Ok.

Volto para o estacionamento, puxando o contato do pai dela


no telefone.

Por favor, fique bem. Por favor, Hayden, fique bem.

— Não sei para quem ligar — Beau rosna, andando de um


lado para o outro, o telefone na mão.

— Ligue para qualquer um — grito.

Encara-me.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— E avisar que sabemos? Não. Não a colocarei em risco.

— Então o que faremos?

— Deixe-me pensar — fecha os olhos. Abre-os e me encaram.

— Ligarei para Leon. Era outro policial encarregado do caso


no último minuto.

— O que aconteceu com minha filha? — Max ruge, batendo a


porta do carro. A chuva o encharca enquanto se move em nossa
direção sob o abrigo.

Dá um passo para trás, falando ao telefone, deixando-me lidar


com um pai zangado.

— Um de vocês não está lá, Leon. Quem é? Quem não está?

Maverick e um cara chamado Liam ainda estão na parte de


trás da van, fazendo Deus sabe o que com o equipamento de
computador armazenado lá.

Quando não desacelera ao se aproximar, me preparo, pronto


para o empurrão que me dá.

— Pare — estalo, empurrando-o de volta.

— É culpa sua. Não pense que não sei que não a deixaria fazer
o trabalho que queria. Permitiu ela fazer isso, porra.

— Não, não fiz — rosno. — Descobri esta noite e estou menos


feliz que você agora. É disso que estava com medo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


453
Beau pragueja, encerrando a ligação e se aproxima.

— O que aconteceu? Quem está com minha filha?

— Não sei. Estão muito ocupados tentando deter o grupo de


adolescentes que apareceu. Não dá conta de quem está faltando e
todos os suspeitos não estão em sua linha de visão agora.

— Falou que o mercado de gado era uma manobra. Se


soubessem, por que enviariam pessoas para lá? — pergunto,
esquivando-me ainda mais sob o abrigo quando a chuva cai mais
forte.

— Não dou a mínima para o que foi uma manobra ou o que


não foi. Importo-me que minha filha não esteja aqui agora — Max
ruge, seu rosto empalidecendo enquanto luta para recuperar o
fôlego.

Conta o que aconteceu, o que Hayden descobriu e sobre a


noite em que foi para ele e Maverick. Outra coisa que escondeu de
mim.

Max vira para mim, apontando o prédio.

— Verifique a filmagem do CCTV. Tem que haver algo lá —


declara, com a voz embargada.

Faço uma careta, colocando as mãos nos bolsos.

— As linhas foram cortadas às oito e quinze.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


454
Sua mandíbula aperta enquanto encara o outro, uma
tempestade formando em seus olhos antes que dê um passo à
frente, deixando-o sem fôlego quando o empurra para trás.

— Por que nenhum de vocês a protegeu? Deveria tê-la


observado.

— Max — tento puxá-lo, me empurra, respirando com


dificuldade enquanto seu rosto fica vermelho.

— Não me toque, porra. Como não percebeu que se foi? E por


que está aqui?

— Está se ouvindo?

— Acalme-se — avisa Beau, separando-nos.

— Ele não precisa estar aqui — dispara.

— Sim, necessito — aperto as mãos.

— Calma — O outro pede quando o pai de Hayden dá um


passo ameaçador em minha direção.

— Acalme-se? Acalme-se? É a porra da minha filha e


desapareceu. Tive que mentir para da mãe dela, para que não
ficasse doente de preocupação de novo. Não diga para me acalmar
— ruge, deixando a chuva cair sobre ele.

— Ela não lutou para ser assassinada por algum porco


corrupto. Então saia do meu caminho e fale algo útil — grita, antes
de virar para mim. — E saia da minha cara. Deveria estar segura
aqui.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


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— Sim, deveria. E me culparei pelo resto da vida. Fui a razão
pela qual saiu para pegar ar fresco — aviso com veemência,
deixando-o ver a culpa e a dor que me causou. — Mas,
respeitosamente, não irei a lugar nenhum. Não até que Hayden me
diga o contrário.

— É o chefe dela. Não precisa da porra de um cheque de


pagamento agora.

— Sou mais que isso e sabe. Agora cale a boca e


descobriremos onde ela está.

Bufa. — É muito velho para ela.

— Eu a amo — explodo, me surpreendendo. — E não há nada


que faça que me fará ir embora, então nem tente.

— Max! — Maverick grita, saltando da parte de trás da van


em que ele e Liam trabalham. Queria verificar os vídeos de
vigilância de outros edifícios.

— Você sabia, porra — rosna, seus pés espirrando poças


enquanto corre, atacando o irmão. Dá um soco na mandíbula dele,
levando-o ao chão.

— Max — Beau grita, tentando puxá-lo.

— Acalme-se, porra — pede Maverick, empurrando-o para


longe e levantando.

Segue, rangendo os dentes quando encontra a raiva


implacável dele.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


456
— Sabia, porra.

— Se soubesse que acabaria assim, nunca a deixaria se


envolver — limpa o sangue do lábio. — Te contaria. Juro.

As têmporas de Max pulsam quando deixa cair as mãos para


os lados, cerrando os punhos.

— Não, deveria ter contado de qualquer maneira. Assistiu o


que passei naquele hospital quando quase perdemos Landon. Viu
o que fez comigo. Como pensa que ficaria bem? Por que, Mav? Por
quê? — Olha o irmão. — Se perder minha filha, nunca o perdoarei.
Acabou.

Cambaleia para trás, parecendo totalmente ferido, como se


levasse uma facada no estômago.

— Max, não havia como dissuadi-la. Tentei — Beau explica


suavemente, preparando-se.

O queixo do homem cai para o pescoço, seus ombros


também.

— Não posso perdê-la. Não posso. Não podemos. Matará


minha esposa. Apenas agora, se recupera do susto de Landon —
sussurra.

— Sinto muito — Maverick diz, seus olhos lacrimejantes em


seu irmão. — Lamento profundamente.

— Papai? — Liam e Landon correm até nós através da chuva.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


457
Assusta-se, limpando a chuva do rosto antes de olhar os
filhos.

— O que fazem aqui?

Compartilham um olhar antes de virar para o pai.

— Não temos certeza. Sentimos que precisávamos chegar a


Hayden. Tentamos ligar, não atendeu, então ligamos para mamãe,
sabendo que a vê na maioria das sextas depois do trabalho e
contou que você foi ver o carro dela, mas que ela não acreditou.

— Mentiu, não foi? — Liam pergunta ao pai, parecendo


perturbado. — Algo aconteceu com nossa irmã.

O irmão lhe lança um olhar penetrante.

— Não, não aconteceu. Não seja idiota.

Balança a cabeça, seus olhos caindo.

— Sim, aconteceu. É o mesmo sentimento que Hayden e eu


tivemos quando você estava no hospital. Apenas sabíamos.

— É uma lutadora — lembro-os, odiando o pavor em suas


expressões. É como se já a tivessem perdido.

— Por que está aqui? — Late, me olhando com nojo.

O telefone de Max toca e viramos para ele, observando


enquanto junta as sobrancelhas, olhando o objeto.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


458
— Olá? Hayden? Onde está? Está ferida? — Corre, movendo-
se sob o abrigo enquanto coloca o telefone no alto-falante.

Beau vai para a parte de trás da van, enquanto Landon, Liam


e Maverick entram sob o abrigo, lotando o telefone.

— Hayden, onde está? — O primeiro pergunta, porém, Max dá


um tapa no peito.

— Cale a boca, deixe-a falar.

Geme e, ao fundo, parece que a chuva bate numa lata. — Pai,


realmente preciso de um favor. Fui sequestrada e preciso que me
pegue.

— Sei que foi sequestrada. Sou seu pai. Diga algo que não sei
— late, mas o alívio derrama sobre sua expressão ao som da voz
dela.

— No porta-malas de um carro — dispara de volta. — Não


acredito que tenta ser o sabe tudo agora.

— De quem é o telefone que usa? — Maverick pergunta,


olhando para Max hesitantemente.

Geme. — Por favor, diga que a família inteira não está aí.

— Hayden — Max rosna.

— Tudo bem, tudo bem. Não sei de quem é. Havia três ou


quatro deles. Tirei de um bolso quando lutavam para me colocar
no porta-malas. Os fodidos me nocautearam.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


459
— Está bem? — pergunto, aproximando-me.

— Isso não está acontecendo — geme.

— Claro que roubou. Não criei uma garota estúpida. Perca a


atitude, Hayden. Estou tão chateado agora — avisa.

— Pai, não me faça me arrepender de memorizar seu número


em caso de emergência. É uma emergência, e se alguém pode me
tirar disso, é você. Não preciso que se perca agora. Prometeu que
sempre estaria lá — diz, com a voz um pouco trêmula. — E não
quero que ataque todos ao seu redor porque está com medo e sendo
a rainha do drama.

Bufa, revirando os olhos.

— Sou o único que está se mantendo firme. Tem alguma ideia


de quem a levou e para onde?

— Não, eu... merda, estão diminuindo a velocidade —


sussurra.

— Pai, precisa dizer a Beau que é...

— Pegarei isso, sua vadia — uma voz profunda vibra no


telefone.

— Hayden — Max grita, com olhos arregalados.

Ela grita enquanto uma luta é ouvida ao telefone.

— Chutarei suas bolas com tanta força que as cuspirá — faz


todos nós estremecermos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


460
É preciso tudo para não proteger minhas próprias bolas.

— Sempre vai para as bolas — Liam diz, seu rosto um pouco


verde.

— Olá? Hayden? Juro por Deus, se tocar minha filha, o


caçarei — Max ruge, logo antes da linha cair. — Porra!

Jogaria o telefone, mas pensa melhor, gritando para o céu.

Junto os dedos, colocando-os no topo da minha cabeça,


minha respiração presa quando dou um passo para trás.

— Peguei ela. Localizei o telefone e rastreei o GPS — Liam,


amigo da família, anuncia, correndo para nós. — Vamos.

Enquanto nos dirigimos para os carros, jogo as chaves do meu


para Beau. — Você dirige.

— Conectei o sinal ao seu telefone — Liam grita, abrindo o


lado do passageiro do carro de Max.

— Irei com vocês — Landon fala para nós.

Beau faz uma pausa antes de entrar no carro, olhando o


telefone.

— Aquele filho da puta.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


461
CAPÍTULO TRINTA
Minhas mãos deslizam pela lama e saem enquanto braços
fortes me jogam com força no chão. Um pedaço de pau corta minha
bochecha enquanto me esforço para me controlar.

Minha cabeça ainda lateja por ter algo grande e pesado


golpeado na parte de trás do meu crânio.

Balanço a perna, atingindo o mais alto dos quatro na canela


quando me agarra.

— Levante-a, Low — ordena uma voz sombria enquanto se


afasta da parte de trás do carro.

O idiota me levanta pelas axilas, me segurando firmemente no


lugar quando luto para me libertar.

— Como pôde fazer isso? — rosno para Fisher, piscando as


gotas de chuva dos meus olhos. — É um policial.

Sorri, se aproximando.

— Era realmente muito simples, e o tornaram muito, muito


fácil.

Não reconheço o homem me encarando. Não há nenhuma


semelhança com o cara que conheci na segunda-feira naquela sala
de conferências. Nenhuma mesmo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


462
A maneira como está, certo e arrogante, sem remorso ou culpa
por suas ações ou envolvimento. Sua expressão é dura, em
contraste com a preocupação que usava numa máscara perfeita
naquela sala. Tudo mentira. Tudo.

Até mesmo os olhos são ódio puro, as orbes segurando nada


além de escuridão. Assustador.

E quando uma tocha de luz brilha sobre ele, revelando quão


escuro é, tudo se encaixa.

Não é apenas um policial corrupto vazando informações. É o


cérebro por trás da operação, até o último roubo.

Sinto-me estúpida por perder isso, por não pensar antes. No


entanto, tudo faz sentido agora; cada detalhe que não li. Cada casa
roubada tinha algo que valia a pena. Sabiam exatamente em que
casa bater. Tudo por causa do homem parado diante de mim. Era
ele.

— É você. Tudo é você — grito, quando a realidade do que fez


me atinge. Aquelas pobres almas, homens e mulheres
assustados. — Por que fez isso?

Sou puxada para trás contra um peito duro e meus ombros


afundam, mas uma raiva assassina fermenta dentro de mim.

— Ah, gostaria de saber se sabia do meu envolvimento. Foi


engraçado assistir e ajudar os policiais tentarem pegar um homem
que não existe.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


463
Cuspo em seu rosto, lutando para sair do controle que Low
tinha sobre mim.

Range os dentes, sua expressão fervendo de fúria enquanto


dá um passo à frente, me dando um tapa no rosto.

A chuva acalma a picada que a marca da mão deixou.

— Por quê? Por que fez isso?

Limpa o cuspe do nariz e bochecha antes de dar um passo


ameaçador em minha direção. Endireito as costas, pressionando
os lábios, pronta para o que quer que faça.

— Passei anos da minha vida sendo abusado por aqueles que


jurei proteger. Fui cuspido, espancado e lidei com os vilões, mas a
maioria escapou de qualquer maneira — rebate.

— E não vê a ironia?

Ignora-me, continuando com o discurso retórico.

— As pessoas para quem arrisquei minha vida para ajudar?


Não ligaram. Não recebi um agradecimento. Pais? Ensinam os
filhos a ter medo de nós, o que por sua vez, os colocou contra mim,
contra nós. Os homens com quem ou para quem trabalhei?
Desculpas patéticas. E fiz tudo por alguns centavos. Perdi tudo por
causa desse maldito emprego. Tudo! Minha casa quando nosso
salário foi reduzido ou nossas horas foram reduzidas. Minha
esposa foi embora quando comecei a beber para ajudar a enfrentar
o dia difícil. Foi por isso que fiz, Hayden. Quero o que me é devido.
Já faz muito tempo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


464
— Tudo que ouço é blá, blá, blá...

Meu olhar vai para o menino que não tem mais de 12 anos,
tremendo e com olhos arregalados. — Usa crianças para fazer o
trabalho sujo.

Seu olhar também pousa no menino, um sorriso sinistro


puxando seus lábios. — Querem o dinheiro que forneço. O que
mais desejariam? E comigo no comando, os mantém longe de
problemas.

Está delirando?

— Pode se ouvir? — Tento puxar meus braços livres. Meu


olhar vai para o outro cara da minha idade, que está coberto de
tatuagens de aranha. — E está feliz por ser usado por um cara
velho que tem um acesso de raiva porque sua pobre vida não foi
como...

Meus pulmões queimam enquanto respiro, o ar sai do meu


peito do soco de Fisher no meu estômago.

— Cale a boca, vadia tagarela — dá um passo para trás.

Meu cabelo encharcado gruda no meu rosto enquanto levanto


a cabeça para nivelá-lo com ódio.

— Vá para o inferno.

O cara tatuado ri, abaixando um pouco a cabeça para


encontrar meu olhar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


465
— Estamos aqui porque queremos. Nenhum filho da puta
mexe com a gente. Expulsamos três gangues e temos membros
implorando para se juntar.

— E temos bolsos de dinheiro, não é, Kyle? — Low acrescenta,


rosnando no meu ouvido quando empurro meu ombro nele.

— O mesmo acontece com metade da população que levanta


sua bunda todas as manhãs e tem um emprego de verdade — atiro.

O aperto do idiota sobre mim aumenta.

— Por favor, diga que acabarei com ela.

— Agora, Low, sabe que é a noite de iniciação do seu irmão.


JJ deve ser o único a fazer. E já que já testemunhou demais,
conhece a regra se não o fizer — lembra Fisher, lançando ao garoto
um olhar que promete vingança se não obedecer.

Minha cabeça gira para o menino, que dá um passo para trás,


com olhos esbugalhados de medo.

— É apenas um menino — curvo meu lábio em desgosto.

— E esta noite, se tornará um homem — explica.

Minha mente vai instantaneamente para todos os roubos que


resultaram em estupro e meu estômago afunda.

Fecho os olhos, respirando fundo. Morrerei antes de deixar


isso acontecer comigo. Minha mãe contou sobre tia Kayla e o
trauma que viveu quando adolescente. Perguntei-me por que era

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


466
cautelosa com outros homens além do meu pai e tios. Viveu o
inferno e ele permaneceu com ela.

Não posso fazer isso. Se destruirá um pedaço da minha alma,


não há como não cair lutando.

— É apenas um menino, seu bastardo doente — grito,


chutando Low.

Os lábios de Fisher contraem.

— Deveria ter ouvido Rob quando mandou não meter o nariz.

— Todos saberão que foi você. Nada que faça comigo me fará
ficar quieta — advirto.

Observo todos os detalhes de Kyle e JJ.

Avança, agarrando meu queixo com um aperto doloroso.

— Nunca saberão que estive aqui. Eu me certifiquei disso.


Estarão muito ocupados tentando deter o grupo que enviei como
uma distração para que escapasse e voltasse facilmente.

Não tenho certeza se sabe sobre nosso plano.

— Beau saberá.

Força uma risada, seus olhos endurecendo. — Acha que não


sabia que apresentavam um show na segunda passada? No minuto
em que falou sobre testemunha, sabia que suspeitava de um
policial sujo. Fiz questão de me livrar de todas as testemunhas —
late.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


467
— A velha senhora.

Sorri. — Para ser honesto, não a tocamos. Depois que a


ameacei, fiz questão que os meninos a deixassem ver que a
observavam. Foi sorte ela ter um ataque cardíaco.

— É por isso que veio para meu trabalho — digo.

— Sim. Fez um bom show. Porém, sou melhor. Deixe-me


adivinhar, Beau espera no outro local alguém aparecer?

— Sim, para que saiba que é você quando sair daqui. Alguém
já percebeu que não está lá.

— Ah, veja, fiz questão de revelar a localização de Rob no


mercado de gado para meus amigos. Também terá dificuldade em
explicar seu paradeiro.

— Seu idiota — pavor enche meu estômago. — Beau ainda


saberá que é você. Não é estúpido. Descobrirá.

— Talvez sim, talvez não. Acidentes acontecem o tempo todo


em nossa linha de trabalho — balança as sobrancelhas.

— E eu? — pergunto com uma mordida afiada.

Junta as sobrancelhas.

— Morrerá. Não se preocupará depois desta noite — diz, sua


voz vazia de qualquer tipo de emoção. Vira para Kyle. —
Precisamos queimar o carro.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


468
Acena, caminhando até a parte de trás do veículo. Puxa uma
lata de gasolina e o molha.

— E eu? — Low questiona, me segurando mais forte.

Estremeço.

Dando um passo para trás, Fisher puxa uma faca do cinto,


um brilho maligno em seus olhos. As mãos de JJ tremem enquanto
as levanta lentamente, pegando o objeto.

Afagando o cabelo do menino, abaixa para encontrar seu


olhar.

— Deixará eu e seu irmão orgulhosos esta noite?

— Sim, senhor — sussurra.

— Ótimo. Faça-a sofrer.

— Realmente se arrependerá disso — cerro os dentes.

— O que, sem 'não faça isso', 'por favor me ajude'? — Zomba.

Estreito os olhos, encarando-o.

— Não. Não preciso, porque gritará depois. Se não te matar,


meu pai ou irmãos farão.

Ri, me dispensando e vira para Kyle.

— Pegue o outro tanque. Temos um trabalho a fazer.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


469
— Vamos, mano, faremos isso — Low late, me arrastando
mais para dentro da floresta, longe da fumaça do petróleo.

— E não pense que também não se arrependerá — falo, antes


de gritar quando meu cabelo é puxado para trás.

As árvores nos cobrem de escuridão e levo um momento para


me acostumar.

JJ puxa uma lanterna do bolso, ligando-a na nossa frente


enquanto o cheiro de fumaça enche o ar da noite. Joga-me no chão
e deslizo, arranhando os joelhos e as mãos. Cavo meus dedos no
chão, agarrando terra e pedras antes de me ajoelhar, pronta para
fugir. Meus olhos reviram quando o idiota dá um chute sólido no
meu estômago.

— Acho que não — avisa, virando-me de costas, seus olhos


azuis estreitando em mim.

— Low — sussurra JJ, brilhando a luz sobre mim.

— Faça — esmaga minha mão no chão.

Grito, piscando para passar a dor enquanto jogo a sujeira


nele. Chuta-me de novo, batendo meus dentes.

— Estou com medo — o menino murmura.

— Não tem que fazer isso, JJ — declaro.

— Precisa — Low late. — Faça. Sabe o que acontecerá se não


obedecer.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


470
Cai de joelhos ao meu lado, lábios tremendo enquanto
lágrimas caem pelo seu rosto.

Cada vez que me movo, Low pressiona mais a bota, fazendo


com que a dor intensifique.

— Tenho uma família — olho para o garoto. — Sou uma


trigêmea, a única garota.

— Cale a boca — grita.

— Minha mãe, ela... me ama. Sempre quis uma filha depois


de estar com meu pai por tanto tempo. Ficou surpresa quando
descobriu que tinha dois meninos também.

— Faça — ordena, dando um tapa na cabeça do irmão.

Um soluço sai de sua garganta enquanto me olha e tento uma


última vez, forçando lágrimas aos meus olhos.

— Estou grávida de nove semanas. Por favor, não mate meu


bebê também — minto, sem ter vergonha.

— Low — sussurra, olhando para o irmão impotente.

Chuta-me mais uma vez.

— É mentira, irmão. Não seja um covarde de merda e me


envergonhe agora.

Joga a lanterna no chão, levando a palma da mão à órbita do


olho e esfregando em círculos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


471
— Me matarão se não fizer. Eles já mataram antes. Não quero
morrer — sussurra entrecortado.

Meu coração aperta com a declaração e o medo em sua voz.

— Faça — ordeno, minha voz firme. — Faça.

Sua mão treme enquanto levanta a faca, pairando acima do


meu estômago.

— Sinto muito — soluça.

— Eu também — sussurro, antes de me mover rapidamente.

Arranco a faca dele com a mão livre.

Viro, cravando a faca na perna de Low, minha mão


esquentando enquanto sangue jorra entre meus dedos. Sua
expressão está desenhada em agonia, a boca aberta em choque
quando puxo a faca. Trago meus joelhos no peito e chuto. JJ, que
está sentado na ponta dos pés em estado de choque, leva minha
bota no rosto.

— Sua vadia de merda — ruge, agarrando meu cabelo e


puxando.

Grito, e numa reação repentina, mergulho a faca em sua outra


perna, acima do joelho. Caio, arrastando os pés para trás para sair
do seu caminho.

— Porra — sussurro ao ver sangue.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


472
Balança ao colocar um pé à frente, antes de cair no chão,
uivando.

Sempre achei que teria estômago para me defender, sabendo


que seria para o bem maior. Quer dizer, a vida sem mim seria uma
merda. No entanto, esfaquear alguém não é tudo que parece ser.

— Low? — Kyle grita e o ouço se movendo pela floresta.

Rastejando, pego a lanterna, segurando-a com força quando


escorrega da minha mão. Desligo, ficando de pé e cambaleando.

Conforme passos se aproximam, começo a correr, tropeçando


e batendo nos galhos. Balanço para a esquerda, me esquivando
ainda mais na escuridão. Meus pés prendem em alguma coisa e
tropeço, caindo, minha mão dolorida aterrissando numa pilha de
espinhos.

— Merda — sussurro.

Levanto, mas quando ouço um movimento próximo, deito,


prendendo a respiração. Ao lado, vejo um pequeno flash de luz de
um telefone.

— Fisher, precisa voltar. Ela se foi. Estou procurando. — Para


no meio do caminho, olhando ao redor. — Ela o esfaqueou. Não.
Está nocauteado.

Dá mais um passo para longe e começo a relaxar, ficando


lentamente de joelhos. Galhos estalam, ecoando pela floresta, e
faço uma careta, prendendo a respiração. Porra!

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


473
Há um riacho perto, ouço. Só preciso chegar lá e seguir rio
abaixo, onde encontrarei ajuda.

Lentamente, inclino a cabeça para o lado, na direção de Kyle,


esperando que não me ouça.

Minha esperança dura pouco quando o vejo girar em minha


direção, ligando a lanterna do telefone.

Brilha em minha direção e o ouço xingar, se movendo.

— Droga — suspiro, ficando de pé e corro, o imbecil me


perseguindo.

Se não me matar, correrei, porra.

Ou o matarei por me fazer correr.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


474
CAPÍTULO TRINTA E UM
Meus pulmões queimam enquanto empurro as pernas com
mais força, evitando árvores e arbustos. Não há um caminho claro,
nenhum guia ou trilha a seguir. E quanto mais fundo entro, mais
grossos ficam os arbustos, ferrões e ervas daninhas.

A chuva também não é minha amiga. Deixa o chão


encharcado e minhas roupas pesadas. A única coisa boa é o alívio
que sinto, derramando sobre meu corpo aquecido.

Desacelero antes de parar completamente, descansando


contra uma árvore enquanto abaixo a cabeça, ofegante.

Olhando por cima do ombro, examino a área, procurando por


Kyle. Não o vejo, não significa que não esteja lá. É rápido, rápido
demais. Só escapei ziguezagueando pela floresta, esperando que
por acaso me perdesse. E me perdeu. Sei que não demorará muito
até que me alcance novamente.

Sempre fazem.

Deslizando as costas contra a árvore, caio de bunda,


descansando. Fecho os olhos, respirando fundo e expirando.

Não fui feita para isso. Avisei meus pais quando se recusaram
a escrever uma carta para desculpar minha ausência da Educação
Física que o exercício seria minha morte.

Aposto que se arrependem de me chamar de dramática agora.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


475
Nunca senti uma dor intensa como agora nas pernas. Minhas
coxas gritam para parar, colocá-las fora de sua miséria. Tenho
certeza que tenho cãibras na vagina. Estou toda machucada.

Instintivamente, coloco a mão na lateral da cabeça, um chiado


saindo dos meus lábios com a onda de dor.

Quando a afasto, está coberta de sangue. Não é a única coisa


sangrando. Devo estar totalmente coberta com isso, e não acho que
tudo seja meu. Minha porra de camisa favorita não está apenas
suja, mas respingada de sangue de Low.

Nunca sairá dessa merda. E não é época de comprar uma


nova.

Pulo quando barulho de galhos quebrando ecoa pelo


ar. Arregalo os olhos quando um ponto de luz brilha ao longe. É
Kyle, ainda com a lanterna do telefone.

Terminei. Cansei de correr.

O mais silenciosamente que posso, rastejo ao redor da árvore,


esquivando-me da vista quando sua figura fica mais sólida. Está
perto, o riacho também. O barulho da água corrente é minha única
esperança. Só preciso chegar lá e encontrarei o caminho de volta
para uma cidade. De jeito nenhum morrerei na floresta porque me
perdi, porra. Não é assim que minha história terminará.

— Onde está? — Kyle ruge e, por um segundo, acho que fala


comigo, então continua. — Não cairei nisso por você. Sim? Então,

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


476
onde está? Ok. — Faz uma pausa e o vejo deixar o telefone cair de
lado, inclinando a cabeça para trás. — Porra!

Minhas palmas ardem enquanto tateio cegamente o chão em


busca de uma arma, com cuidado para não fazer barulho.

Não fugirei. Minhas roupas encharcadas pesam, tornando


mais difícil me mover. Ele nem parece estar sem fôlego, enquanto
meu coração faz hora extra, lutando para pegar uma respiração.
Preciso lutar.

E por mais que meu pai me dará merda por me colocar em


risco, também me ensinou a lutar ou fugir. E agora, é lutar. Tudo
que tenho a fazer é feri-lo suficiente para atrasá-lo.

Se não chovesse, subiria numa árvore e me esconderia até que


papai chegasse, porém não arriscarei meu pescoço por essa bunda
empinada.

Gemo internamente com minhas escolhas de arma. Tudo que


tenho ao meu redor que poderia usar são gravetos, galhos, pedras
e um monte de hera.

Coloco o máximo de pedras que posso nos bolsos, o que não


são muitas, já que hoje, de todos os dias, decidi usar a porra do
jeans mais justo que tinha.

Não poderiam ter me sequestrado com um pijama Simba com


capuz?

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


477
Quero comemorar quando meus dedos envolvem um galho
grosso, pesado, mas não tão grande que não consigo levantá-lo. É
o tamanho perfeito.

Lentamente, fico em pé, usando a árvore como apoio, antes de


descansar as costas contra a casca, ouvindo os sons das botas dele
se aproximando.

— Que as chances estejam a meu favor, filho da puta —


sussurro, quase inaudível.

É a luz dele que brilha primeiro, perto de onde estou, tão


devagar que levanto o galho por cima do ombro.

Seus passos se aproximam e prendo a respiração, meu


coração disparando. Segundos depois, seu pé aparece, esmagando
as folhas e gravetos e balanço o galho com toda força que reúno,
mirando em seu rosto.

Um grito passa pelos meus lábios quando saio do esconderijo


e vejo que só bati em seu peito.

Olha para cima, seus olhos duros.

— Quão alto é? — Balanço o galho novamente.

Vê chegando desta vez, pegando-o com uma das mãos,


enquanto a outra estala, agarrando meu pescoço como um torno.

— Sua puta idiota — rosna, jogando o galho fora.

— Não consigo respirar — meus dedos dos pés tentam


encontrar apoio no chão.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


478
Não é assim que vi isso acontecendo. Nem um único pedaço.

— Quebrarei a porra do seu pescoço. Era meu primo que


esfaqueou esta noite.

— V-você diz i-isso como se me importasse — gaguejo, lutando


por outra respiração.

Lanço um olhar venenoso quando o aperto


aumenta. Erguendo os braços, bato as mãos com toda a força que
posso sobre as orelhas dele, atordoando-o.

Uiva e, quando afrouxa o aperto, uso a distração a meu favor,


chutando-o nas bolas.

Resmungo de dor enquanto caio de bunda no chão frio e


úmido.

— Sua escória de merda — cai de joelhos.

— Não diga que não avisei — respiro com dificuldade.

Uso as pontas dos pés para empurrar para trás, torcendo meu
corpo para o lado para tentar me forçar a subir. Sinto-me fraca,
minhas pernas parecem gelatina.

Continua sufocando atrás de mim, porém, ainda consegue


agarrar meu tornozelo com força, me arrastando em sua
direção. Agarro o chão, me forçando a seguir em frente, sem
sucesso.

Gritando, pego as pedras no bolso, arremessando-as uma


após a outra enquanto chuto.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


479
Estou cansada. Meu corpo inteiro está. No entanto, é tudo que
posso fazer. A adrenalina bombeando pelo meu corpo não me dá
escolha a não ser chutar, mesmo que cada movimento pareça bater
numa rocha.

Frustração flui através de mim quando continua a me


dominar, rastejando sobre meu corpo como se tivesse todo direito
dado por Deus. Meus quadris giram de um lado para o outro
enquanto monta na parte inferior das minhas pernas, me
impedindo de usá-las.

— Sai de cima de mim, seu imbecil — dou um tapa nele sem


direção. Bato em qualquer lugar que alcanço, sem parar.

— Não é nada pessoal — me soca no estômago.

— Oh, é pessoal para caralho. E não tem ideia do que acabou


de chover sobre você — sento por tempo suficiente para agarrar
seu rosto, cavando minhas unhas na pele.

Espasmos o balançam enquanto enterro meus polegares em


suas órbitas, usando pressão suficiente para causar dor, mas não
o suficiente para que tenha que lidar com a gosma ocular e sangue
em meu polegar pelo resto da vida.

Um grito de gelar o sangue sai da garganta dele enquanto se


afasta, caindo de lado. — Arrancarei as entranhas de seu corpo
com minhas mãos — ruge tão alto que ecoa através das árvores.

Chuto o resto do caminho antes de rolar sobre minhas mãos


e joelhos e ficar de pé com as pernas trêmulas.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


480
Curvo-me, o olhando enrolado em posição fetal e zombo.

— Deveria ter feito sua lição de casa antes de vir atrás de mim,
então significaria realmente trabalhar. — Abaixo para pegar seu
telefone esquecido.

Corro para a escuridão, puxando a lanterna do bolso quando


me afasto para ligá-la.

Parando por um momento, rapidamente disco o número de


papai antes de continuar a correr paralelamente ao riacho.

— Não é um bom momento — papai fala em saudação.

— Pai, sou eu de novo — ofego. — Está perto?

— Está morrendo? Por que soa como se estivesse? —


pergunta, seu tom ficando alto.

— O quê? — Liam grita.

— Estou correndo — resmungo. — É por isso.

— Não mandei me ouvir? — regozija-se.

— Pai, o que aconteceu? — grita.

— Mandei ficar em forma — termina.

— Está brincando comigo agora, pai? E não há nada de errado


com meu corpo. É um corpo quente para caralho e não sinto a
necessidade de torturá-lo.

— Só digo. Que seja uma lição.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


481
— Não pedi para ser sequestrada — mergulho sob um galho.

— Bem, parece que está morrendo. Como se libertou? Está


livre, certo?

Sorrio, passando por uma pedra.

— Esfaqueei um na perna, duas vezes, nocauteei outro e


apenas arranquei os olhos de mais um.

— Estou orgulhoso, menina. Por favor, diga que foi esse tal de
Fisher que esfaqueou.

— Esfaqueou um cara? — Liam grita, parecendo mais perto


do telefone. — Por que só ela se diverte?

— Não, não era. Não sei onde está, pai. E não demorará muito
até que Kyle venha atrás de mim novamente.

O filho da puta é alto.

— Onde está?

O aviso de bateria fraca soa em meu ouvido e gemo.

— Pai, a bateria morrerá a qualquer segundo. Vou rio abaixo...

Sua mão bate na minha traqueia, me derrubando e me


jogando no chão. Inalo profundamente, olhando para as árvores e
o céu noturno, atordoado.

— Hayden? Hayden? — Ouço papai gritar do telefone ao meu


lado no chão.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


482
Minha mão repousa na minha garganta enquanto suspiro por
ar, lutando para me concentrar na figura que surge acima de mim.

Quando Fisher entra em foco, batendo o pé no telefone, olho-


o feio, cerrando os dentes.

— Está brincando comigo?

Raiva pura irradia dele enquanto me encara com


aborrecimento.

— Tem causado mais problemas que vale a pena. Acho que


acabarei com você sozinho.

O chute ao meu lado me faz rolar. É como se lâminas afiadas


penetrassem meus pulmões.

Assopro folhas e sujeira para fora da minha boca antes de


inclinar a cabeça para o lado e estreitar os olhos nele.

— Nunca deveria ter enviado um homem para fazer o trabalho


de uma mulher.

— Isso não é o...

— Kung fu, filho da puta. — Chuto o mais forte que posso,


mirando na virilha dele. Acerto o alvo perfeitamente.

Um grito escapa dos meus lábios com a dor subindo pela


minha perna. Não espero que se recupere ou pegue o
telefone. Empurro, trêmula dando um passo, depois outro, antes
de empurrar para uma corrida, meu corpo inteiro parecendo
gelatina.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


483
Sei que não o manterá abatido por muito tempo. Homens
como ele sempre encontram um caminho de volta.

Meu pai virá.

Sempre vem.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


484
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
Clayton
O céu escuro troveja acima de nós, o relâmpago iluminando o
topo das árvores. A chuva cai forte, tornando difícil enxergar além
dos faróis.

Se não é um mau presságio, não sei o que é.

Folhas e galhos caídos se espalham pela estrada e pelo carro


enquanto o vento os empurra para fora da floresta.

É uma loucura, e Hayden, meu curinga, que passei a conhecer


e amar, está lá fora, e só Deus sabe o que aconteceu com ela.

Imagens, nenhuma boa, passam por minha mente.

Preciso chegar até minha garota. Não saber se está bem me


mata e, pela primeira vez na vida, sinto uma raiva dentro de mim
que nunca senti.

Posso ser um cara tenso quando se trata de trabalho,


contudo, nunca fico com raiva. Não sou um daqueles que fica feliz
em bater em outro cara. Agora, é tudo em que penso. Quero colocar
minhas mãos em volta do pescoço do idiota que é responsável por
tudo isso.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


485
Pode ser agressiva, mas é pequena. Pode levar muito, não
apenas pelo seu corpo, também como pessoa. Até o mais forte pode
quebrar.

Uma mensagem de Walker aparece no telefone de Beau.

Inclino-me, repetindo a mensagem para Beau, que dirige.

— Encontraram Rob. Foi amarrado não muito longe do


mercado de gado. Aparentemente, planejavam voltar para
desamarrá-lo assim que conseguissem a autorização de Fisher.
Acho que as crianças falaram.

— Porra! — Recosta-se no assento. Agarra o volante, os nós


dos dedos ficando brancos. — Era para que não tivesse um álibi
sobre seu paradeiro. Fisher garantiu que todas as evidências
apontassem para Rob.

Seu telefone toca, interrompendo o resto do que diria. Passo


meu dedo para atender quando vejo que é Max.

— Você a tem? — Inclino-me em meu assento.

— Estamos aqui. Há um carro queimado não muito longe de


onde estava o último sinal de telefone. Liam ligou para o chefe dele
trazer outros aqui. Estão a caminho.

— E quanto a Hayden? — Bato o pé implacavelmente no


tapete do carro. — Está bem?

— Não fale nesse tom comigo, calça chique. Irei encontrá-la.


É minha filha. E assim que conseguiu um telefone, ligou. Vai rio

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


486
abaixo, em qualquer direção que seja — explica, parecendo sem
fôlego.

— Pare o carro! — Solto o cinto.

Beau hesita. — Estamos quase lá.

— O que é que o menino bonito chora agora? Hayden odeia


maricas, sabe — Max interrompe.

— Desce o rio — grito, estressado porque nenhum deles


parece estar tão nervoso quanto eu sobre isso. Hayden está em
perigo.

— Pare o carro agora, Beau. Entrarei na floresta por aqui.


Teremos mais chance de encontrá-la.

— Merda! Está certo. Encoste — Landon late.

Para no acostamento da estrada.

— Rápido, continuarei e encontrarei Liam e os outros.

Saltamos para a chuva torrencial e corremos pela estrada,


subindo pela parede feita de pedras, galhos e arame.

Meus dedos escorregam na rocha e perco o


equilíbrio. Segurando por uma das mãos, luto para manter o
controle até que dedos envolve meu pulso, me puxando para cima.
— Obrigado.

Grunhe, não parecendo impressionado.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


487
— Realmente deveria começar a malhar. Hayden está sempre
se metendo em situações malucas.

— Malho! — Levanto do chão e corro, segurando o telefone


com a lanterna acesa.

— E advertindo — enxuga a chuva do rosto. — Você a


machucou e se sobreviver ao que fará, eu e Liam iremos atrás de
você.

— Entendi — assobio, antes de murmurar: — Alto e claro.

Depois de correr por uns bons cinco minutos sob chuva forte,
paramos.

— Podemos estar na direção errada — fala antes de colocar as


mãos em volta da boca e gritar: — Hayden!

— Shhhh — seguro o dedo indicador para cima. — Ouça!

O som de água jorrando ecoa no ar, informando que estamos


perto. Com as inundações recentes, o riacho que estava lá
provavelmente era profundo suficiente para nadar e, sem dúvida,
flui rápido demais para que Hayden possa cruzá-lo.

Meu olhar trava com Landon quando o vento carrega o som


de um grito torturado. Corremos em direção ao som, nossos pés
pegando terra enquanto voamos por entre as árvores.

O barulho do riacho fica mais alto, água fluindo furiosamente


rio abaixo quando disparamos por uma pequena clareira.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


488
À frente, minha menina aparece, e um sorriso surge no canto
dos meus lábios. Tanto alívio derrama através de mim que
desacelero um pouco, absorvendo o momento, feliz por estar bem.

Está muito bem.

Não me permiti deixar todo medo entrar. Tranquei numa caixa


e fechei, sabendo que se deixasse, não seria capaz de pensar
direito.

Meu sorriso cai no segundo em que um homem aparece, se


aproximando dela. Meu coração fica preso na garganta quando
balança, parecendo fraca e cansada.

— Irei pegá-lo por isso — ela grita, arranhando o rosto dele


quando a agarra.

— Hayden! — grito, engolindo o medo.

Sua resposta é abafada pelo trovão ribombando no céu, o som


ricocheteando nas árvores. Esforço-me mais, mantendo a linha de
Landon enquanto corremos para pegá-la.

Quando o cara, que presumo ser Fisher, a agarra pelo pescoço


e começa a andar para trás, então está à beira da água turbulenta,
terror suga o ar de meus pulmões.

— Não, não, não — repito quando percebo que não a


alcançaremos a tempo. — Hayden!

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


489
Assim que estamos a metros de distância, Max vem correndo
por entre as árvores, usando a distração de eu chamá-la para
derrubar Fisher.

Meu coração estremece de alívio, até que meu olhar pousa de


volta nela. Seus olhos arregalam quando percebe que cairá, os
braços balançando no ar.

— Não! — Grito, sem saber quão longe essa queda vai.

— Hayden — Landon ruge.

Sem pensar, a seguimos, pulando da borda e na


água. Agulhas frias e geladas me apunhalam por toda parte
quando chego à superfície, ofegante.

— Porra — amaldiçoo, sentindo meus músculos apertarem.

Ando na água, procurando quando não consigo vê-la. Sabe


nadar. Sei que pode. No entanto, está longe de ser encontrada.

— Onde está? — pergunto a um Landon pálido, que subiu


para respirar.

Está prestes a mergulhar de novo quando algo chama sua


atenção.

— Lá! — Aponta um pouco mais adiante no riacho.

Respiro fundo quando a vejo, de bruços, imóvel e de alguma


forma presa numa árvore caída.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


490
A água bate nas minhas costas enquanto congelo. Não posso
perdê-la. Acabei de pegá-la.

— Não — Landon engasga antes de nadar.

Empurro para frente, chutando meus pés com gosto, nadando


até ela. Viro-a enquanto o irmão trabalha para libertá-la.

— Por favor, Deus, não — tiro a chuva dos meus olhos.

Descanso sua cabeça no meu ombro e um gemido escapa dos


meus lábios quando vejo um lado de seu rosto manchado de
sangue. Não é nem mesmo seu único ferimento.

Hematomas se formam no pescoço, delineando claramente a


mão que deve ter enrolado em sua garganta num aperto como um
torno, contudo, veio se chocando contra as árvores, a exaustão
rasgando-a a cada passo, e ainda assim se manteve firme quando
aquele filho da puta a alcançou.

Suas palmas estão em carne viva, mas a sujeira e o sangue


estão incrustados sob suas unhas, evidência que arranhou
alguém. Vejo que lutou e bem.

— Não podemos correr o risco de tentar voltar rio acima para


os outros. A corrente é muito forte — explica, ajudando-me a
manter a cabeça dela acima da água quando começa a subir.

— Pode subir aí? — Sacudo a cabeça em direção à parede de


rocha, lama e raízes de arbustos e árvores.

— Landon — Liam grita, derrapando até parar acima de nós.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


491
Cubro Hayden, protegendo-a das pedras e sujeira que caem
sobre nós.

Inclinando-me para trás, limpo o cabelo de seu rosto, dando-


lhe uma pequena sacudida.

— Acorde. Por favor, acorde.

— Não dorme, porra — Landon rebate, puxando uma hera


enrolada em alguns galhos.

— Puta merda! — Beau pragueja, parando ao lado de Liam.

— Ajude-a — tusso quando um jato de água espirra sobre nós


e em meu rosto.

— Liam, deite-se de bruços e incline-se sobre a borda.


Segurarei suas pernas para que se estique. Pegue Landon primeiro
— ordena.

— Não, pegue Hayden. Não sei se respira — argumento,


beijando sua têmpora.

— Oh Deus — Liam geme, a olhando de sua posição em seu


estômago. Parece pálido, com o queixo trêmulo.

— Precisamos de ajuda para levantá-la. Está inconsciente —


Beau rebate, agarrando os tornozelos de Liam.

Agarro uma carga de hera e galhos, mantendo-nos próximos


ao lado enquanto o outro sobe com a ajuda do irmão. Não estou
disposto a arriscar que a água nos leve para longe. Parece que está

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


492
com raiva, nos punindo à medida que rasga seu caminho rio
abaixo.

— Segure-a — Liam se estica, seu rosto vermelho.

Coloco-a sobre minha cabeça tanto quanto posso. — Você a


pegou?

— Sim — ofega, arrastando-a com a ajuda de Landon. Deixo


cair meu queixo no peito, inspirando e expirando
profundamente. Está segura.

Não a perderei.

— Vamos lá, cara — grita, estendendo a mão para mim.

Agarro seu pulso enquanto agarra o meu.

— Obrigado.

— Não fique tão surpreso — murmura, me levantando. — Não


quero que ela me esfole vivo porque o deixei nadar com os peixes. E
tem uma queda por dar joelhadas nas bolas de caras quando a
irritam.

Caio de estômago quando chego ao topo, meu coração


parando ao ver Landon fazendo compressões.

— Vamos, Hayden — empurra as mãos para baixo em seu


peito.

— Não, não, não — assobio, rastejando, passando minha mão


por seu cabelo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


493
Seu corpo é muito pequeno para a força que usa. Com cada
sacudida, meu coração dá um salto.

— Não — Max resmunga, balançando ao lado do homem


responsável por tudo isso, seu olhar quebrado na filha.

Fisher ri antes de cuspir sangue no chão.

— Peguei a vadia.

Meus calcanhares se afastam do chão, prontos para rasgar o


ser humano insensível, o som animalesco que sai do peito de Max,
me impede.

Nunca vi uma raiva assim. Hayden me avisou que ele ficaria


bravo quando um deles se machucasse, mas nada me prepararia
para a visão diante de mim. Seu rosto se transforma em algo que
não reconheço quando vira para o criminoso, com os dentes
trincados.

Dá uma cabeçada nele, gritando: — Eu te despedaçarei.

Hayden estremece embaixo de mim e a olho, meu coração


disparado antes do som mais bonito já ouvi.

Levanta a cabeça, tossindo enquanto água escorre de sua


boca.

— Graças a Deus. Graças a Deus — respiro, meus ombros


tremendo enquanto um som de gemido baixo sai da minha
garganta. — Obrigado.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


494
Salpico beijos por todo o rosto dela, meus olhos enchendo de
lágrimas enquanto Landon cai de bunda ao lado, os joelhos
encostados em seu peito.

— Max, ele está inconsciente — diz o Liam mais velho,


caminhando até nós.

— Pensei ter dito para ficar com os outros — Beau rosna,


juntando as sobrancelhas.

— A polícia está com eles. Chamaram o serviço social para ver


o menino. Acontece que o irmão está com a custódia. Está abalado.

— A ambulância está aqui?

— Não, já liguei. Disse para nos encontrarem na estrada, caso


Hayden estivesse machucada. Ela está bem? — pergunta, se
aproximando, sua expressão tensa enquanto a olha.

— Ela morreu — Liam, o irmão dela, coaxa. — Todos precisam


parar de morrer, porra.

— Devíamos colocá-la na estrada. Não chegarão aqui —


explica.

Corro as mãos sobre seus cabelos, lágrimas escorrendo dos


meus olhos.

— Hayden, estou aqui. Estou aqui. Está tudo bem — garanto.

Max escorrega ao meu lado, passando suavemente a mão na


bochecha dela.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


495
— Está tudo bem. Ela está bem — a observa.

— Pare de ser maricas — murmura, sua voz rouca enquanto


aperta minha mão.

— Disse que ela não gosta de maricas — me lembra,


enxugando as lágrimas do rosto.

— Pai — sussurra com voz rouca.

— Tudo bem. Podemos endurecê-lo se decidir mantê-lo.

— Não irei a lugar nenhum — rosno, o olhando.

Arqueia as sobrancelhas, contraindo os lábios em diversão.

— Se quisesse que fosse, partiria. A única razão pela qual não


fiz é porque ela pode guardar rancor. E por mais brava que fique
comigo, sentirá mais minha falta. Ninguém deveria ser privado de
minha companhia — diz, sua atenção voltando para Hayden.
Alguns segundos silenciosos se passam antes que acrescente —
Ama a mim mais que o ama.

Ela faz um barulho no fundo de sua garganta.

— Faça-o parar — resmunga.

Levantando delicadamente a mão machucada dela na sua,


pressiona um beijo no topo.

— Precisa parar de fazer isso comigo. Por que não pode


engravidar como garotas normais? — Beija sua testa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


496
— Papai...

— Sim, bebê?

— Quando conseguir um pouco de energia, lembre-me de lhe


dar um tapa?

Encosta a testa na dela, sorrindo largamente.

— Essa é minha garota.

Alguém se aproximando atrai minha atenção e olho para


cima, com os lábios abertos quando Maverick sai das sombras,
arrastando um cara inconsciente pela mão.

— Encontrei este tentando escapar — anuncia, antes de


respirar fundo ao ver sua sobrinha, seus olhos enchendo de dor.

Ajudo Hayden quando tenta sentar, deixando-a descansar


contra meu peito.

— Então o venceu? — Beau pergunta, arqueando uma


sobrancelha. — Minha papelada durará semanas.

Dá de ombros, soltando o pulso do cara. Bate no chão.

— Irritou-me indo atrás dela.

Olha para Max, sua expressão abatida.

— E precisava mostrar a alguém o quanto sentia.

Max olha para a filha, cujos dentes começam a bater. Tira o


casaco, envolvendo-o nos ombros dela.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


497
— Vamos levá-la para a ambulância — anuncia. — E
Maverick?

— Sim?

— Sinto muito. Só estava... estava...

— Confie em mim, entendo.

— Buscarei Fisher — declara Beau.

— Não, não vai, porra — resmunga. — Por mais que adorasse


tirar minha filha daqui, quero ter certeza que aquele filho da puta
não vai a lugar nenhum.

— As mãos dele estão amarradas — ele o lembra. — E está


algemado.

— É hera? — Landon pergunta, apertando os olhos.

Estufa o peito, assentindo.

— O filho da puta não pensará em mexer comigo ou com os


meus de novo.

— Voltarei para pegar o carro e os encontrarei na estrada —


Liam avisa.

Virando para o Liam mais jovem, que ainda parece perdido,


convida: — Quer vir?

— Não deixarei Hayden — fala, em voz baixa.

Pego-a e a embalo e seus olhos abrem.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


498
— Eba — comemora fracamente. — Não tenho que andar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


499
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
Hayden
As luzes azuis piscando da ambulância fazem minha cabeça
girar. Empurro a mão do paramédico quando brilha a luz nos meus
olhos novamente.

— Deixe-me examiná-la — levanta a mão novamente.

— Tire isso da minha cara — estalo.

— Senhorita, por favor...

— Estou bem — olho por cima do ombro. — Como ele está


amarrado à árvore?

Chegamos à estrada na mesma hora que os paramédicos. Em


vez de me deitar na maca, optei por sentar na porta, querendo
avaliar o que estava à minha volta. Ainda luto para relaxar, meu
corpo em alerta máximo.

— Ignore — sussurra Clayton, envolvendo o cobertor de papel


alumínio mais apertado em torno de mim.

— Por que papai tem um pedaço de pau?

O paramédico, trêmulo, olha.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


500
— Pensei que tinham tirado dele — sussurra.

Balança a cabeça.

— Diria que seu pai protege o filhote, mas não vigia Fisher
para protegê-lo. Está garantindo que nenhum outro policial
corrupto o deixe livre ou o confunda com um cara bom.

— Era apenas ele — descanso a cabeça em seu ombro. — É o


único policial envolvido, o responsável. Foi tudo ele.

— Tudo bem — esfrega a mão no meu braço.

— Não, não está. As pessoas perderam a vida ou sofrem de


TEPT15 por causa das escolhas do idiota. Tudo por raiva e
ganância.

— Esta noite poderia ter terminado de forma diferente —


sussurra quando o paramédico sobe na parte de trás da
ambulância, resmungando sobre pegar um sedativo para papai.

Inclino a cabeça, estreitando os olhos.

— Agora não é hora de dizer que avisei. Estou cansada e não


darei uma resposta adequada.

— Não direi — assegura, com a íris escurecendo. — Senti


tanto medo. Tanto medo de perdê-la. Saí para pedir desculpas e
contar as boas notícias, e tinha partido. Sou um monte de coisas,

15
Transtorno de estresse pós-traumático.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


501
Hayden. Posso ser difícil e mal-humorado, mas uma coisa que
nunca me considerei é ser romântico.

Respira fundo enquanto meu coração bate contra a caixa


torácica, esperando que continue.

— Eu te amo. Sei que é muito cedo e que é uma loucura,


porém é assim que me sinto. Louco. Desde que a conheço, fui
planejador de festas, sem-teto, estranho, caso de caridade, stripper
e Deus sabe o que mais — faz uma careta.

— Entro em pânico quando sou colocada em apuros assim. E


com toda justiça, não pude evitar que a vizinha do meu primo
acreditasse em mim sobre você ser um stripper. Você é gostoso.

Beija-me, me calando enquanto a risada brilha em seus olhos


por um momento.

— Deixe-me terminar — exaspera-se.

Revirar os olhos envia uma onda de tontura através de mim,


então os fecho brevemente, respirando fundo.

— Apresentou-me como um monte de coisas, nunca como seu


namorado.

Pisco.

— É aqui que me passa o bilhete?

Geme.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


502
— Hayden, tento dizer que quero ficar com você. Sem
segredos. Sem me esconder. Sem esperas. Eu te amo e quero que
fiquemos juntos.

— Desculpe, realmente queria o bilhete — faço beicinho.

— Então darei um. Se o tivesse agora, qual seria a resposta?

Dou um sorriso estúpido.

— Totalmente assinalaria sim.

— Você é um pé no saco.

Inclino-me, pressionando meus lábios nos dele, suspirando


com o calor. Nunca quis admitir, mas também o amo. Não foi medo
que me quebrasse o que me impediu, porque sabia no fundo do
coração que o faria sofrer ainda mais. Meu medo era amar alguém
que não me amasse ou não me amaria por ser como sou.

Mas Clayton me viu no meu pior estado doido e no meu


melhor, e ainda me ama. Nunca me rebaixou por ser quem sou.

É o que mamãe é para papai.

Não tentou me mudar, cavalgou junto comigo.

E valia a pena manter alguém que sobrevivesse quatro dias


com minha família.

— Também te amo. Talvez. Mais ou menos.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


503
Ri contra meus lábios, pressionando um beijo antes de se
afastar.

— Levarei o 'te amo'.

— Agora, quais eram essas boas notícias?

— É sobre o trabalho — recosta-se um pouco.

— Se me despedirá, faça amanhã — fecho os olhos com a dor


passando por mim.

— Não. Não a despedirei — murmura.

— Sempre discutem? — Liam interrompe, levantando a


cabeça dos joelhos. — Porque estou exausto só de ouvir.

— Por que não foi com tio Liam? — questiono.

Arqueia uma sobrancelha, me dando um olhar de 'fala sério'.

— Não a deixaremos.

— Estou bem — gemo, embora saiba que é inútil. E se fosse


um deles, também não partiria.

— Sim? Espere até se olhar no espelho. Não está bem.

Aperto a mão de Clayton.

— Conte sobre meu trabalho.

— Confessarei uma coisa primeiro. Nunca desaprovei sua


proposta. Na verdade, queria me chutar por não fazer isso sozinho.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


504
— Realmente?

— Sim — dá-me um pequeno sorriso. — Sabe que sempre me


chama de idiota?

— Esse é o nome de 'Chefe quente idiota' no telefone dela —


declara Liam, ganhando um gemido de Landon.

— Pode calar a boca e deixá-lo falar. E conversaremos sobre


você bisbilhotando mais tarde. — Estreito os olhos para ele.

Engole audivelmente, olhando para o irmão, que balança a


cabeça.

— Totalmente chutará seu traseiro. E esfaqueou alguém


agora. Terá estômago para isso.

Lamento. — Não sou uma assassina em série.

Liam sorri. — Foi foda.

— De qualquer forma — interrompe Clayton, olhando-o. — Já


disse o que sentia por meu pai e como não queria decepcioná-lo.
Pensei que porque falou não, não aprovaria.

— Aprova? — Gemo com a dor aguda em minhas costelas


quando me movo.

Envolve o lençol ao meu redor mais forte.

— Sim. Esperava que eu aprovasse. Fui lhe dar os parabéns


e pedir desculpas por gritar.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


505
— Gritou com ela, porra? — Landon rosna.

— Sinto muito — declara, abaixando a cabeça.

— Não sou de vidro — digo. — Demorará mais que ficar


chateado para me machucar.

— A polícia está aqui por Fisher.

Meu irmão anuncia, levantando.

Forço-me a sair da ambulância e Clayton tenta me pegar.

— Não, preciso ir até ele.

— Precisa descansar — enfatiza. — Ainda não deixou o


paramédico terminar de examiná-la.

— Porque estou bem.

— Não, não está — os três gritam.

— Por que tem pedras no bolso? — Clayton murmura.

— Por que sente a bunda dela? — Liam grita.

— Precisei improvisar. Por favor, há algo que realmente


preciso dizer ao idiota.

— Tudo bem — Deixa-me encostar nele enquanto me arrasto


até onde papai cerca o cara.

— Hayden — avisa, me impedindo de alcançá-lo.

— Só preciso dizer uma coisa.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


506
Fecha os olhos, suspirando antes de se inclinar.

— Só não bata nele. A polícia desaprova — olha o policial


tentando libertar Fisher, antes de recuar, balançando o galho até
descansar em seus ombros.

Dou-lhe um breve aceno e se afasta. Aproximo-me, me


abaixando, um largo sorriso no rosto.

Vê-lo machucado e sangrando me dá uma sensação de bem-


estar.

— Que porra quer?

— Morro de vontade de falar algo.

— O quê? — rosna, recuando.

Sorrio mais largo, deixando-o ver quão presunçosa sou.

— Peguei vocês!

Luta contra as amarras, gritando.

— Sua puta de merda. Você se arrependerá. Se arrependerá


para caralho.

Rio, o gesto queimando meus pulmões, porém faço mesmo


assim, mostrando que não ganhou.

— Não. Falei que se arrependeria. Avisei. Agora nunca mais


terá a chance de machucar outra pessoa.

— Sou inocente — levanta a cabeça.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


507
— E eu sou um anjo — estalo.

Papai se abaixa, com as mãos apoiadas entre as coxas. Sorri,


acariciando a cabeça do idiota, fazendo-o lutar mais.

— Não deveria foder com um Carter.

— Porque agora ficará todo fodido — Landon grita. — Na


prisão.

— Quem é você? — pergunta gritando comigo, com o rosto


vermelho.

— Alguém com quem realmente não deveria mexer —


respondo, mexendo os dedos quando os outros dois policiais o
colocam de pé.

— Tchau, filho da puta.

Cambaleio para trás quando Rob aparece do nada, atacando


Fisher.

— Como pôde fazer isso? — Dá um soco nele.

Papai estremece. — Isso deve doer.

— Papai?

— Sim, bebê.

— Ligou para mamãe? — Minha visão turva um pouco.

Fica tenso, respirando fundo.

A NEXT GENERATION CARTER BROTHER NOVEL LIVRO 3 - LANDON


508
— Ela me matará, porra.

— Por que não veio até mim? — Rob late, vindo em nossa
direção.

— Ei — Landon empurra-o um pouco para trás.

Faço uma careta.

— Não poderia. Sabe que não. Nunca acreditei que fosse você.
Colocaria outra vida nisto? Não! Beau também não achou que fosse
você.

— Deveria vir para mim — me examina da cabeça aos pés,


culpa brilhando em seus olhos.

— Faria o mesmo — sussurro.

— Acabou tudo. Temos todos — informa.

A realidade me atinge como um trem e balanço em meus pés.

— Acabou? Realmente...

— Hayden! — É rugido em meus ouvidos antes que meu


mundo se torne negro.

Acordo com o som brutal dos gritos da minha mãe. Abro os


olhos, observando enquanto dá um tapa no peito de papai uma e
outra vez, com lágrimas escorrendo.

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— Como foi sem me contar, Max? É minha filha.

— Sinto muito. Sinto muito, porra — diz.

— Ei — sussurra Maverick, puxando minha atenção para


longe dos meus pais.

Olho ao redor, surpresa por apenas encontrá-lo aqui.

— Onde estou? — Coaxo, minha garganta seca.

— Estamos no hospital. Desmaiou. Está tudo bem e pode ir


para casa assim que as duas horas de observação terminarem.

— Os outros?

— Na sala de espera, porém Clayton e seus irmãos foram


buscar uma bebida quente.

— Está tudo bem? — sussurro quando seu rosto cai.

— Max está com raiva de mim. Me culpa e tem todo direito.


Escondi dele como vingança por fazer meu filho ir preso.

— Não sabia que isso aconteceria. Não é sua culpa — aperto


a mão dele.

Força um sorriso, a tristeza está lá, brilhante e aberta para


todos.

— Já passei pelo inferno e voltei com meus irmãos. Nossa


infância não foi como a sua até que fomos morar com nosso avô.
Fiz tudo que podia para garantir que tivessem tudo que

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precisassem para prosperar, sobreviver, viver. Falhei em protegê-
los durante um tempo em que realmente precisavam de mim e
venho trabalhando muito para compensar isso. Mas o decepcionei.
Quase perdeu Landon, e esta noite, quase te perdeu. Falhei. De
novo. De uma forma que nunca me perdoará.

— Irá. Ele te ama.

Os olhos dele embaçam.

— Quando tiver filhos, entenderá. Você os amará mais do que


qualquer coisa. E por mais que lamento minha escolha, estou
orgulhoso de como lutou esta noite. Só... por favor, não faça isso
de novo. Precisamos que fique bem.

Assusto-me com a voz estrondosa de papai.

— É claro que não fará de novo.

Sorrio. — Sim, papai disse que posso engravidar.

Engasga-se, ofegando quando me olha.

— Foi um momento estressante. Não quis falar isso.

Encolho os ombros. — Já foi. Agora não pode voltar atrás.

Meu tio levanta, inclinando-se para beijar minha testa


enquanto mamãe corre para meu outro lado.

— Darei espaço a eles e aguardarei na sala de espera.

— Sinto muito, Mav — papai engasga, os olhos vidrados.

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Para na frente dele.

— Estava certo. Deveria ter contado.

— Não, eu, hum... — Encara mamãe, engolindo em seco.

— Exagerei. Mais ou menos. Quer dizer, é minha filha. Tinha


o direito de ficar bravo.

Para-o, puxando-o para um abraço. — Perdoe-me.

— Cara, sou um homem casado — força uma risada quando


o irmão fica vermelho com todos assistindo.

— Também te amo, idiota.

— Querida, precisa parar de fazer essas coisas. Não é bom


para minha saúde — mamãe enfatiza, beijando o lado bom da
minha cabeça.

— Sinto muito, mãe.

— Não pediu desculpas para mim — papai resmunga.

— Deixe-a em paz, Max. Não vê que está ferida?

— Ver? A porra do hospital inteiro viu.

— Pai — estremeço com o latejar na cabeça.

Mamãe chora e balanço a cabeça. — Mãe, estou bem.

— Não posso continuar passando por isso. Nunca viverei sem


você. Sem nenhum dos meus filhos.

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— E quanto a mim? — Ele tenta.

— Mãe? — grito, sorrindo.

— Não posso. Não os perderei. Qualquer um — geme,


segurando minha mão.

— E eu, certo? — Papai pergunta, sua voz ficando um pouco


mais alta. Parece totalmente abatido.

— Estou bem, mãe. Prometo. E não é algo que pretendo


passar de novo. Correr na chuva, numa floresta escura como breu,
não é tão fácil quanto parece. Filmes mentem. Tenho uma visão
totalmente nova sobre filmes de terror agora. Entendo porque esses
filhos da puta morrem ou são encontrados — desabafo, minhas
pernas doloridas lembrando o inferno que passei. — Correr! Correr
os mata.

— Oh, baby — chora.

— E estou com fome. Muita — recosto-me no travesseiro. —


Não comi a noite toda.

Olha para fora da sala, procurando por alguém.

— Deixe-me perguntar a um médico se pode comer.

Levanta, se inclinando para me beijar.

— Te amo.

— Também te amo, mãe.

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Papai apoia os cotovelos na cama.

— Referia-se a mim também, certo?

Rio de sua expressão abatida. — Também te amo.

— Sei que sim. Garota, escute, não faça essa merda de novo.
É pequena e poderosa, não invencível. Esta noite poderia ter dado
muito errado, e me chame de egoísta, porém, prefiro que morra
velha, na cama, e não por algo que não seja sua luta.

— Pai, não quis dizer isso — lembro-o, dando-lhe um olhar


penetrante. Sempre nos disse para lutarmos por aquilo em que
acreditávamos, mesmo que fosse para salvar a vida de formigas.

— Não. Sim. Não. — Balança a cabeça, gemendo. — O que fez


foi corajoso, sim, mas, foi perigoso. Poderia vir a qualquer um de
nós para ter ajuda.

— Sei — sussurro, flashes passando pela minha cabeça da


faca que JJ segurava.

— Estou chateado por não vir até mim, porém entendo a


necessidade de fazer sozinha. Estou tão feliz por estar bem. Se
alguma coisa acontecesse com você, nunca me perdoaria.

— Sinto muito.

— É um momento ruim? — Clayton pergunta, passando pela


cortina.

— Sim — papai responde.

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Sorrio. — Não.

Dirige-se para o espaço onde mamãe estava, colocando uma


bebida no armário ao lado da cama.

Papai se abaixa, beijando minha cabeça.

— Vou ver porque sua mãe está demorando tanto.

— Conseguirá comida, não é?

Sorri.

— Queimei as calorias diárias te perseguindo pela floresta. O


que espera? Sou um homem em crescimento.

Rio.

— Você não conta calorias.

— Não preciso. Apenas sei — vira para sair.

— Espere — grito. — Esfaqueei um cara. Serei presa?

Meu pai franze a testa, caminhando de volta para mim e


agarrando minha mão.

— Não. Foi legítima defesa. E mesmo que não fosse, aqueles


filhos da puta têm o suficiente em mãos para condenar um policial
sujo. — Suspirando, aperta minha mão. — E se fosse eu, o
esfaquearia no peito. Meio que deixou a bola cair lá.

— Realmente? — Clayton murmura secamente.

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— A polícia está aqui?

— Estavam. Fariam algumas perguntas, mas Beau os fez


voltar mais tarde para um depoimento completo.

Aceno, tossindo.

— Obrigado por me salvar.

— Prometi que sempre estaria lá, não prometi?

Sorrio. — Realmente prometeu.

Olha para Clayton. — Se a machucar...

— E sobreviver ao que fizer comigo, virá atrás de mim. Sei —


termina. — Ouvi muito esta noite.

Concorda. — Não estrague tudo, então — avisa, antes de me


olhar. — Tem certeza sobre ele?

Sorrio, sabendo que isso vem do seu lado sensato.

— Tenho, pai. Agora vá buscar um pouco de comida.

— Toda sua família tem tendências violentas? — Clayton


pergunta quando papai vai embora.

— Sim. Avisei, somos loucos.

— Como se sente?

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— Dolorida, porém, bem. Assim que minha tia aparecer com
minhas roupas, irei para casa. Quero colocar meu pijama do
Capitão América e dormir. Na minha cama.

— Sim, sobre isso... ficarei com você. Sua mãe está lá fora,
mandando seus irmãos arrumarem seu antigo quarto na casa dela.

Gemo, fechando os olhos.

— Ela não está.

Ri, levantando o cobertor mais alto no meu peito.

— Está. E não quero entrar no livro ruim dela exigindo que


seja o único a ficar com você.

— Covarde — provoco.

Suas sobrancelhas vão até a linha do cabelo.

— Não. Inteligente. Assisti seu pai amarrar um homem a uma


árvore usando hera e corda da parte de trás do carro de Liam.
Nunca o subestimarei novamente.

— Ainda não acredito que veio atrás de mim — admito, me


sentindo sonolenta.

— Sempre irei atrás de você — ele pressiona seus lábios nos


meus. — Tenho algo para você.

— Por favor, diga que é bolo de chocolate com granulado.

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Rindo, nega antes de enfiar a mão no bolso de trás e tirar um
pedaço de papel e uma caneta.

— Preciso que responda.

Pego o bilhete e a caneta, riso saindo de meus lábios.

QUER SER MINHA NAMORADA?

ASSINALE SIM

ASSINALE NÃO

— Não sei — franzo a testa para o papel. — Parece um grande


compromisso.

— Hayden — inclina-se um pouco.

A risada sai de mim enquanto marco a caixa 'sim'.

— É sim. Sempre sim.

E seria. Se aprendi alguma coisa esta noite, é que a vida é


muito curta. Tenho que agarrar-me a ela enquanto posso e desejo
fazer isso com Clayton ao meu lado, pelo tempo que me quiser.

Este capítulo de nossas vidas terminou, contudo, para nós,


como casal, é apenas o começo.

E mal posso esperar para descobrir o que nossa próxima


aventura trará.

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EPÍLOGO
Maddox
Madison entra na cozinha, servindo-se da comida em meus
armários. Puxa o saco de Doritos antes de encostar no balcão.

— Realmente precisa nos deixar fazer algo sobre seus


vizinhos.

Resmungo, amarrando os tênis.

— Acha que não tentei? Nada os perturba. O conselho não


fará nada. Realmente não quero tomar medidas drásticas, mas do
jeito que estão, precisarei.

— Já deixou a água deles azul?

Sorrindo para minha irmã gentil, porém desonesta, aceno.

— Sim. E invadi alguns meses atrás e certifiquei-me de


entupir todos os ralos com lixo, esperando que o cheiro os
expulsasse.

Pega uma meia suja do lado, jogando-a no chão.

— Realmente precisa contratar alguém para limpar este lugar


pelo menos uma vez por semana.

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— Lily ajudava, porém agora aquele babaca monopoliza o
tempo dela.

— É marido dela — sorri.

— E sou o melhor amigo.

A música na porta ao lado fica mais alta e gemo, minha cabeça


latejando. Foi assim a noite toda e a maior parte da manhã.

— Por que não cortamos a eletricidade deles?

— Irei esta noite se não desmaiarem de bêbados. Embora me


preocupe que a companhia elétrica tenha alguém vigiando o lugar.

Rindo, se afasta do balcão, pegando a jaqueta.

— Quantas vezes já fez isso?

Sorrio. — Muitas. É divertido vê-los perder o controle.

— Que tal sair por aí com papai e dar uma palavrinha?

— Porque andei por aí com Landon e aquela palavrinha se


transformou numa briga de rua. Tivemos sorte de um dos vizinhos
testemunhar, enquanto tentavam colocar a culpa em nós.

— Espere, não foi quando suspeitou que um deles roubou


suas ferramentas?

— Falei que foi um deles.

— Aguenta isso por quase um ano. Parece arrasado, Maddox.

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— Bem, o tempo deles acabou porque cansei de esperar que o
conselho encontre um lugar para onde ainda não foram removidos.

Caminhamos pelo corredor e paro perto da porta, pegando as


chaves do gancho que mamãe comprou quando terminei de
arrumar a casa.

— Tio Max precisa de uma válvula de escape. Deveria colocá-


lo sobre eles — diz enquanto espera que feche a porta.

A risada sai de mim.

— Ainda liga para Hayden a cada cinco minutos para se


certificar que está no controle de natalidade?

— Sim — Ri. — Ela está com medo.

Hoje vamos a uma festa que Clayton dará em comemoração


ao novo trabalho e sucesso de Hayden.

Já passaram duas semanas desde que foi sequestrada e,


nesse tempo, sua vida mudou. As pessoas leram a história, e agora
é tudo sobre a qual falam.

O filho do vizinho que, não faz muito tempo, fez dezoito anos,
derrapa com o carro na calçada, passa por cima da minha calçada
e entra na dele. Estaciona descuidadamente sobre a calçada, que
está cheio de pedras e sujeira reviradas.

— Tem idade suficiente para dirigir?

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— Sim, não acho que o pequeno bastardo tenha carteira, e
tenho quase certeza que o carro foi roubado. Nenhum deles
funciona.

— Ei, tem um problema, cara? — O idiota grita, vendo por


cima do capô de seu carro.

— Olho para ele — sorrio.

Olha para trás como o idiota que é antes de voltar para nós,
seu olhar correndo sobre Madison.

— Quer vir à festa?

— Contigo? — Chia.

Mostra os dentes tortos e amarelos quando sorri.

— Posso mostrar um bom tempo.

— Contigo? — repete.

— Ei, é burra?

— Se fosse com você, sim. Sim, seria — balança os dedos


enquanto ri. — Ande devagar.

— Kayne, onde está minha cerveja?

Uma mulher grita da porta da frente, uma lata de cerveja na


mão. Está na casa dos quarenta e usa uma blusa preta curta com
uma legging que brilham em sua barriga rechonchuda.

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Esquecendo-nos, o idiota pega uma sacola do banco de trás
antes de correr até a mãe.

Madison sibila entre os dentes.

— Família amável.

— Vamos, não queremos perder a diversão quando Clayton e


Hayden compartilharem a notícia que morarão juntos.

— Anunciarão? — pergunta, confusa quando chegamos ao


meu carro.

— Não, eu farei. É para o bem deles.

Não ouço sua resposta quando paro perto do lado do


passageiro da minha caminhonete. Um carro entra na garagem do
outro lado da estrada, uma casa que meu tio comprou, mas que
ficou vazia até agora. Terminou os reparos um mês atrás, e fiquei
surpreso quando não vendeu.

Cabelo preto é a primeira coisa que noto, antes que uma


mulher com um corpo estrondoso saia, de costas para nós
enquanto observa à casa.

Veste calça azul marinho e uma blusa de enfermeira azul, a


calça ajustada em sua bunda redonda.

— Foda-me!

Madison me cutuca.

— Não tem chance.

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Olho-a.

— Claro que sim. Sou um maldito partido. Não há ninguém


que não coloque na cama.

— Não irá.

— Observe-me. Vou até lá, imploro para olhar minhas feridas,


e estará nua em minutos.

Um bufo de desgosto e diversão vem dela.

— Preocupa-me às vezes. Nem mesmo tem um ferimento.

Pisco, sorrindo.

— Não precisarei de um depois de ativar o feitiço.

— Está sem sorte. Seu charme não funcionará com ela.

Recuo, meu orgulho ferido.

— Por que precisa ser tão negativa? Claro que me desejará.

— Está grávida — sorri.

Minha cabeça gira. Está perto do porta-malas do carro,


esfregando a mão na parte inferior das costas. Abaixo meu olhar
para a barriga perfeitamente redonda, meus ombros cedendo em
derrota.

— Puta que pariu.

Dando-me um tapa no ombro, ri.

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— É chato ser você.

Ela é linda, deslumbrante, e se não virasse, nunca imaginaria


que estava grávida.

No entanto, está e tenho duas regras. Não mexer com


mulheres grávidas ou comprometidas. Não me importo com
crianças, mas me assustam. Sunday me assusta e sou o tio favorito
dela.

Não só isso.

Já ouvi tantas mulheres trazerem homens para dentro e fora


da vida de seus filhos. As crianças se apegam e então bum!
Separam-se e fica confusa, perguntando-se para onde foi a pessoa
que amavam e admiravam. Nunca faria isso com uma criança. Não
quero ser esse homem.

Sinto-me assim desde que uma jovem, talvez nove ou dez


anos, apareceu no trabalho, procurando um funcionário meu. Seu
apelo quebrado para que a visse foi difícil de testemunhar.

Ele não foi desagradável, também não foi legal quando disse
que precisava ir para casa, que ele e a mãe dela não eram mais um
casal depois de cinco anos juntos.

Então, sim, é por isso que fico longe de grávidas ou mães


solteiras.

Estremeço quando os olhos verde-floresta da mulher se


voltam para mim. Seu sorriso cai por um segundo, antes que se
recomponha, levantando o braço para acenar.

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— Sim, não tem chance. Mesmo se fosse solteira.

Levanto o queixo para a mulher antes de empurrar Madison


para a caminhonete.

— Conhece-me, não faço nada além de uma noite de qualquer


maneira.

— É bonita — comenta.

Está errada. Não é bonita. É deslumbrante.

Não importa. Nunca brinco com mulheres que têm filhos.

— Quer parar no drive-thru? — Mudo de assunto enquanto


desço meu caminho.

— Sim, estou morrendo de fome. Hope enviou uma mensagem


dizendo que Max e os trigêmeos já estão comendo.

Forço um sorriso para a mulher parada, ainda nos


observando, seu rico cabelo preto esvoaçando ao redor dela.

Sim, quem está com ela é um filho da puta sortudo.

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