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Sumário
Sumário
Nota da Autora
Sinopse
Playlist
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1
Jason Howell
Capítulo 2
Hope Palmer
Capítulo 3
Jason Howell
Capítulo 4
Hope Palmer
Capítulo 5
Jason Howell
Capítulo 6
Hope Palmer
Capítulo 7
Jason Howell
Capítulo 8
Hope Palmer
Capítulo 9
Jason Howell
Capítulo 10
Hope Palmer
Capítulo 11
Jason Howell
Capítulo 12
Hope Palmer
Capítulo 13
Jason Howell
Capítulo 14
Hope Palmer
Capítulo 15
Jason Howell
Capítulo 16
Hope Palmer
Capítulo 17
Jason Howell
Capítulo 18
Jason Howell
Capítulo 19
Hope Palmer
Capítulo 20
Jason Howell
Epílogo
Jason Howell
Agradecimentos
Antes de Ir
Acho que vai gostar
Prólogo
Capítulo 1
Kate Hamilton
Nota da Autora
Vocês se emocionaram com Luke, Kate e Jason em “Uma Família de
Natal”. Caso você ainda não tenha lido, aconselho que o faça, pois a
história a seguir faz referências a nomes e acontecimentos na noveleta
anterior. Ela pode ser encontrada na Amazon dentro do ebook Coletânea
Safadas.
Agora, em Apenas Me Ame, já se passaram onze anos daquele último
Natal. O jovem Jason está se despedindo de sua casa e se preparando para
entrar para a faculdade. Nossa história começa num jantar de sábado,
onde Jason anuncia sua ida para a UCLA. Luke, se emociona pelo fato de
o filho ter escolhido ir para a mesma universidade que ele cursou. Kate
começa a imaginar em todas as dificuldades que o menino irá enfrentar
sozinho, mas a pequena Emily fica possessa pelo irmão ir pra tão longe.
Alerto para a linguagem adulta utilizada no texto e, por se tratar de um
romance hot, há a descrição detalhada de cenas de amor e sexo,
impróprias para menores de 18 anos. Os acontecimentos descritos aqui
não são baseados em fatos reais e qualquer semelhança, não passa de
mera coincidência. Por se tratar de uma noveleta, ressalto que a passagem
de tempo acontece de forma mais rápida e alguns conflitos e situações
não são apresentados em profundidade, respeitando esse tipo de estrutura
literária.
Já ia me esquecendo... Um último alerta! Preparem seus corações (e
outras partes, inclusive) para Jason! Porque filho de peixe, já nasce
nadando. Podem pegar um café e um copo d’água...
Uma excelente leitura e nos vemos no meu perfil: @autora.cacaumaia
Cacau Maia
Sinopse
A primeira vez que a vi, estava voltando do prédio de Matemática da
UCLA, e achei que era uma menina levando uma surra de uns valentões.
Meu pai me ensinou a defender os menores e os mais fracos, e nunca
permitir violência contra uma mulher... Acho que isso tem alguma coisa a
ver com a história da mamãe antes de eles se conhecerem. Mas não
importa. Não consigo admitir abusos de qualquer espécie com uma
pessoa mais fraca.
Corri pra socorrer a garota. E dei de cara com os olhos azuis mais
lindos que já vi na vida. Um rostinho de boneca. Fiquei sem ação...
Lembrei das palavras do papai contando como ficou a primeira vez que
viu a minha mãe.
Só que a mamãe era doce, suave... Essa menina mais parecia um
filhotinho de leoa. Os cabelos vermelhos bagunçados da briga lembravam
os pelos de uma raposa, bochechas rosadas de raiva e os olhos brilhando
como duas pedras de safira, me tiraram o fôlego. Aqueles lábios carnudos
e vermelhos abriram-se e, quando achei que iria sair um lindo
agradecimento diante de meu ato heroico de salvamento...
A raposinha começou a me xingar, soltando um monte de absurdos,
que conhecia meu tipo e que eu não a enganava. Que ela sentia cheiro de
armação de longe. Que eu era tão riquinho, besta e nojento quanto todo o
resto. Deu um chute na minha canela, virou as costas e saiu batendo o pé,
sacudindo uma bunda que, de criança, não tinha nada!
— Rapaz... Mas o que foi isso? O que te falta em altura, sobra em
atitude, garota! — Gritei pra ela...
Completamente desequilibrada. É linda, mas é meio doida. Gostei
dessa garota. E segui meu caminho, rindo sozinho
Playlist
1-Perfect — Ed Sheeran
2-If You Love Her — Forest Blakk
3-She Will Be Loved — Maroon 5
4-Wonderful Tonight — Eric Clapton
5-How Would You Feel — Ed Sheeran
6-Shallow — Lady Gaga, Bradley Cooper
7-Marry You — Bruno Mars
8-Rest Of My Life — Matt Johnson
9-Heaven — Bryan Adams
10-Just The Way You Are — Bruno Mars
11-Do It For Me — Rosenfeld
12-All To Myself — Dan + Shay
Dedicatória
A você que sabe que nunca é ONDE,
é sempre COM QUEM...
Epígrafe
“Que seu dia seja tão incrível quanto você
Que seu sorriso brilhe mais que qualquer dia nublado”
Autor desconhecido, mas podia ser eu ou você
Prólogo
— Para tudo!! Volta essa história aí, gata. Explica tudo de novo, tintim por
tintim.
— Mas o que você não entendeu, Libby? Eu saí do café, aqueles quatro
animais estavam me esperando lá fora. Começaram a me agarrar, de repente,
apareceu um quinto. Desceu a mão em dois deles, na verdade, acho que
apagou os dois, os outros dois fugiram com os amigos. Eu xinguei ele, e fugi.
— A gente entendeu O QUE você fez Hope... a gente não entendeu POR
QUE você fez isso. — Andrea usa o mesmo tom suave que falava comigo
quando sabia que eu estava sendo doida. Não podia discordar dela agora.
— Como, por quê? Vocês não acham, no mínimo suspeito, Quatro
daqueles trogloditas ricos me cercarem na saída do café e justo nesse
momento, aparecer um quinto e me “salva” de um possível estupro? —
pergunto fazendo aspas com os dedos no ar.
— Bem... Não. O cara pode ser só decente... — Comenta Libby,
desgostosa.
— Ah, Libby. Por favor... Nem você mesma acredita nisso...
— Ô, gatinha... — Andrea passa o braço pelos meus ombros, me
oferecendo um conforto que há muito tempo não recebia.
— Hope... Nós não sabemos nada da sua história. E nem precisamos saber
de nada agora. Mas você é muito nova pra ser assim, amarga.s Fique certa
que estamos aqui e não vamos a lugar nenhum. No momento que você quiser
desabafar ou precisar de ajuda ou conselho, pode contar com qualquer uma
de nós. — Libby vem do outro lado e me abraça também.
— Muito obrigada. Já faz um tempo que não tenho um apoio assim.
— Bom, agora você tem a gente. Mas conta direito sobre esse salvador
meio mequetrefe, aí. Quem é ele?
Sinto minhas bochechas começarem a queimar...
— Não tenho ideia, Libby. Apesar de estudar aqui na UCLA há dois anos,
não convivia dentro do campus. Como meu dormitório era fora, eu evitava de
ficar andando por aqui. Tinha vergonha. No primeiro ano, só vinha, assistia
as aulas e voltava correndo pro Tercero. Ano passado, quando comecei minha
formação principal, fui convidada pra dar monitoria, então ficava mais um
pouco no campus, mas ia embora logo que acabava. Agora, esse grupinho
me perturba já tem um tempo.
— Verdade, você contou. Podemos pesquisar pra você, não é mesmo,
Dea?
— Claro, Libby! Conta pra gente as características desse herói misterioso,
Hope.
E passamos a próxima meia hora comendo pipoca, eu falando do meu
suposto salvador e as meninas ouvindo. Até que me toco que não deveria
estar enchendo o saco delas com essa ladainha sem fim sobre o tal rapaz.
Olho para minhas amigas e noto que elas tentavam segurar um sorrisinho...
— Fala.
— Ué? Falar o quê? — desconversa Libby.
— Eu, eim... Que pessoa mais maluca. — Emenda Andrea.
— Vocês duas são péssimas mentirosas, graças a Deus. Fala, anda.
— Tá bem, tá bem. Nossa, como ela é insistente, né Dea?
— Pois é, Libby... Incrível.
— Ridículas! — Jogo um travesseiro na cara das duas fofoqueiras
deslavadas. Rimos as três.
— Hope, amor. A gente tá percebendo aqui três coisas. — Começa
Andrea.
— A primeira é que você não tem muita experiência com os homens, não
é mesmo?
Pronto. Agora, minha cara já me denunciou para o mundo. Fico
completamente roxa. Acho melhor admitir de uma vez.
— Se com “não ter muita experiência” está incluído nunca nem ter
beijado na boca, então não. Não tenho muita experiência mesmo não.
— Puta que pariu!
— Ai caralho!
— Puta merda!
— Porra, isso é verdade mesmo?
— Mãe de Deus Misericordioso!
Fico olhando uma colocar as duas mãos no rosto e a outra abrir uma boca
tão grande quanto a dentista manda, pra obturar dente molar, e agarrar os
peitos. O que eu disse, meu Deus? Não era pré-requisito pra entrar na
faculdade ter uma vasta experiência com o sexo oposto, até onde eu sei.
— Gente, o que foi? Eu não disse que tenho três peitos. Só disse que tenho
quase 18 anos e ainda não dei beijo na boca. Isso lá é pecado?
— Garota, com o rosto e o corpo que você tem? É sim!
— Eu não tenho nada demais, garotas. Minhas irmãs, sim. Elas vão ser
lindíssimas quando crescer. Mas ainda são muito crianças, só tem nove anos,
mas já fazem até anúncios em revistas e desfiles infantis. O pai delas vive
falando em como elas um dia serão famosas como as irmãs Olsen.
Mostro várias fotos das gêmeas no meu celular. Minhas amigas veem as
fotos caladas, sem fazer nenhum comentário. Estranho. Em geral, depois de
mostrar minhas irmãs, as pessoas começam os elogios imediatamente. Olho
para as duas e percebo que elas estavam meio que conversando com os olhos.
Como nunca fui de fazer amizades, resolvi ficar na minha.
— Suas irmãs são realmente muito bonitas, Hope... — Fala Andrea,
começo a sorrir — Mas...
Travo. Como assim, mas?
— Mas? Como assim, mas?
— Hope, meu doce. Você deve ter passado a vida inteira escutando “como
a fulana e a ciclana são lindas”, não é verdade?
— Adellaide e Margareth. Addy e Meg... Sim, todos sempre falavam da
beleza das duas. Mas, por quê? Se vocês acham que tenho ciúmes das
meninas, não é verdade, eu nunca...
— Não, gatinha! Claro que não.
— Não existe uma única gota de maldade dentro desse seu corpo. Mas
deveria, viu? — Responde Libby.
— Libby, Dea... Eu não estou entendendo aonde vocês querem chegar.
— Claro que não, amor. Claro que não...
— O que estamos querendo dizer pra você, meu doce... É que você é
muito mais bonita que suas irmãs. Porque você tem uma doçura no olhar que
falta nas duas, suas irmãs são lindas sim. Mas são belezas pra se admirar de
longe. A gente percebe uma frieza de aço nessas crianças. Você é amorosa,
simpática, dedicada aos estudos, à família e aos amigos.
— E isso não tem preço. Você brilha por dentro.
— E tudo bem, você não ter inaugurado sua boca com ninguém. Pois que
seja com alguém especial, que faça seu mundo tremer e seu corpo formigar
de vontade. Que seu momento seja tão lindo quanto aqueles que a gente lê
nos livros, com uma pessoa que vá dar valor ao que você estará entregando a
ele.
— Uau...
— Sim, menina! Que o seu momento seja UAU.
— Brindemos a isso! — Batemos nossos copos de papel com refrigerante.
— O Clube das Românticas está aberto!
— UHUUU!
— Saúde!
E assim, começo meu semestre morando dentro da UCLA. Até
participando de um clube, quem diria?
Capítulo 5
— Jason. Abre a porta. Mano, desse jeito você não vai dormir, não vai me
deixar dormir, nem ao pobre coitado que foi designado pro quarto debaixo do
teu, meu camarada... — Jose fala através da porta do meu quarto.
Merda. Achei que estava sendo silencioso.
— Desculpa aí, Jose. Vou tentar ficar quieto. Vai se deitar, cara. Amanhã
começam as aulas em tempo integral.
— Exatamente por isso, meu amigo. Bora! Abre a porta e vamos
conversar. Bota pra fora o que tá te perturbando o juízo a tal ponto de te
impedir de sossegar.
— Tá bem... Mas nem eu mesmo sei dizer o que é.
— O que fica ainda melhor para minha veia fofoqueira.
Tive que rir. Levanto da minha cama pela milionésima vez e abro a porta.
Jose entra munido de uma garrafa de tequila. Olho pra garrafa de olhos
arregalados. A ingestão de bebidas alcoólicas na Califórnia era
expressamente proibida para menores de 21 anos. Não importa se estiver na
rua ou dentro de casa.
— Quantos anos você tem, Jose? Eu acabei de fazer 19, ainda não posso
beber. Nem na minha cidade, Utah... Nem aqui, em LA.
— Eu sei, amigo. Não é pra você. É pra mim. Aqui diz que tenho 22 anos.
— E ele me mostra uma ID. — E, pela sua cara, tenho certeza de que vou
precisar de pelo menos uma dose...
— Meu amigo... Nesse exato momento, EU queria ter 21 anos ou ter uma
ID que dissesse que tenho 21, não importa se verdadeira ou não, e repartir
com você ao menos uma dose dessa bebida.
— Mas, como não vai ser possível, só vai poder repartir comigo a história
e o motivo de tanta angústia. Podemos providenciar depois essa ID pra você.
Fala.
Respiro fundo, de olhos fechados, ainda muito puto.
— Acho que meu caso se inicia com revolta mesmo. Um ódio profundo
com a sordidez do ser humano...
— Ay, Carajo! Acho que vou precisar dessa dose mais cedo do que eu
esperava... Calma aí. — E Jose se serve de uma dose generosa da bebida.
Toma no estilo “shot”. — Dale! Qué pasó?
Começo a contar tudo desde meu café da manhã. Da estranheza que senti
no grupo com a garota, e meu retorno pra pegar minha carteira. Quando
cheguei na cena que presenciei, tive que parar, porque a revolta veio
novamente em ondas incontroláveis.
— La puta Madre! Ay carajo! No me digas que esos bando de cornudos
estaban intentando de violar a la niña?[9]
— Jose. Calma e volta pra o meu idioma. É isso mesmo, mas eu cheguei
a tempo. Apaguei dois e os outros dois fugiram... Jogaram a garota pra cima
de mim, pegaram os cúmplices e fugiram.
— Puta merda, Jason. Que merda de iniciação na UCLA, garoto.
— Achei até bom... Virei um herói do avesso de uma mistura de onça com
raposa.
— Opa, opa, opa! Tem mais história nesse enrosco aí... Fale-me mais
sobre isso... — E ele me lança aquele sorriso do Gato da Alice no País das
Maravilhas... Credo. Que coisa mais estranha.
— Então... A garota é um sonho. Simplesmente maravilhosa. Pequena,
tipo mignon, mas com curvas deliciosas... Lá no café, o cabelo tava preso
num rabo de cavalo enorme. O comprimento passava do meio das costas.
Sabe quando as mulheres passam o rabo de cavalo pelo buraco do boné pra
não ficar atrapalhando? Então, ela tem tanto cabelo que o rabo de cavalo
ocupa todo aquele buraco... Na confusão com os caras, o boné se perdeu. Eu
achei depois. Tá comigo. Vou devolver amanhã. Acho que faz parte do
uniforme dela.
Fico calado uns segundos lembrando daqueles cabelos espalhados pelo
meu peito...
— E tem os olhos... Cara. Meus olhos são azuis, mas eu nunca vi olhos
azuis como os dela. São em um tom diferente de azul, sabe? E eles brilham à
beça. Ela tem aquele rostinho oval, pequenininho... lindo pra caramba. O
nariz é meio arrebitado, cheio de pequenas sardas, como se alguém tivesse
pintado o rosto dela. E a boca... Cara, a boca. Ela tem uma boca cheia, mas
pequena... Não é espalhada como a gente vê por aí. Ela parece uma fada.
Quando paro de falar, percebo que meu amigo tá calado há algum tempo.
Puta merda, será que ele dormiu e eu não percebi? Comecei a me virar para o
Jose já querendo descer a mão nele também, quando percebo que ele tá se
segurando pra não rir.
— Ô palhação, posso saber qual foi a graça? Porque eu tô procurando e
não tô vendo onde ela tá.
— HAHAHAHAHA
Jose desistiu de esconder e caiu numa gargalhada desaforada na minha
cara.
— Ô mexicano escroto! Posso saber de que caralhos você tá rindo tanto?
— Ay carajo! Perdão, meu amiguinho! Mas eu estou rindo aqui porque
você parece não enxergar o tamanho da encrenca que se meteu, guri. Mas eu,
sinceramente tô torcendo por você e sua fada.
— Você entendeu tudo errado, mexicano de araque! Ela me odeia! Saiu
me xingando, dizendo que eu estava armando com aquele bando de babacas
pra sair bonito na foto pra ela. Terminou me chamando de riquinho e me
dando um belo chute na canela, olha só.
E mostrei a canela roxa com o calombo, cortesia da minha fada-onça.
Agora Jose ria de chorar. Tive que sorrir também ao lembrar daquele
corpo pequeno indo embora aboletado na bicicleta.
— E te conto mais: foi embora sem olhar pra trás, montada numa
bicicleta!
— Ay, Dios! Vou passar a frequentar esse café com você, meu amiguinho.
Não posso mais perder as cenas dessa novela. Está melhor do que as que são
produzidas no meu país!
— Ah... Vai se foder, seu idiota! — Tentei segurar a risada, mas não deu.
Depois da pizza, que Jose e Dea não apareceram, fomos para o 7Sins.
Quando chegamos, a Ruivinha estranha um pouco a decoração do lugar, que
era toda montada em cima dos sete pecados capitais: Soberba, Avareza,
Luxúria, Inveja, Gula, Ira e Preguiça. Mike T contratou um grafiteiro para
fazer um mural no fundo do bar espetacular, mostrando cada um dos pecados.
A iluminação da casa fazia o mural ganhar vida, ficava incrível.
Bem à frente do mural, ficava uma pequena pista onde alguns casais se
arriscavam a dançar. As mesas se organizavam ao redor da pista e uma mesa
de sinuca ficava colocada à direita de quem entrava, nos fundos, junto com o
alvo de dardos.
Eu e Hope chegamos e pegamos uma mesa para quatro pessoas, porque
ela acabou de receber uma mensagem de Dea dizendo que, em no máximo
em meia hora, eles estariam chegando. Minha Ruiva era uma super
companhia, inteligente, divertida, engraçada, educada. A noite estava se
mostrando uma delícia. Até que eu volto ao assunto que, desde o dia que a
conheci, estava me perturbando...
— Red, aqueles caras que te perturbaram no Café no primeiro dia,
voltaram?
— Eles vão lá todos os dias, Jason. Esquece isso.
— Mas eles voltaram a te incomodar?
— Jason, fica tranquilo. Eu sei me cuidar. No Café eles não podem fazer
nada comigo, só piadas sem graça. E você me leva e me pega todos os dias.
Eu estou sempre com você, Libby ou com a Dea. Nada vai acontecer.
— Ruiva... Presta atenção. Eu sei que a gente se conhece há muito pouco
tempo... E o que eu vou falar, pode parecer loucura ou exagero. Mas é o que
eu tô sentindo bem aqui dentro do meu peito. Eu venho de uma família
passional. Tudo nós sentimos demais: Amamos demais, sofremos demais...
Cuidamos demais. Tem um monte de coisas que, se eu pudesse, eu mudava
na sua vida. Mas eu não posso, não tenho esse direito. Mas tem uma coisa
aqui que eu vou te pedir, e quero que você me prometa que vai fazer...
A Ruivinha me olha com aquelas bolas azuis incríveis quase sem piscar.
Eu achava mesmo que ela não estava nem respirando. Ela mordia o canto
direito daquela boquinha linda. Um pecado... Mas eu AINDA não podia falar
nada sobre isso.
— Eu preciso que você sempre seja sincera comigo. Se qualquer um deles
tentar algo de novo com você, Red, quero que você me conte. Porque, se isso
acontecer, eles precisam saber que você não está sozinha. Que você não é
uma garota desamparada. Que você tem a mim, ao Jose, a Dea, a Libby e ao
Lucas.
“E eu vou ter o maior prazer em tatuar isso na bunda e na cara de cada
filho da puta que mexer com você, minha Ruiva...”
Parei de falar porque a Ruivinha ficou de pé e me puxou da cadeira. Pra
alguém tão tampinha, ela tinha bastante força nos braços. Olho para baixo,
achando que iria levar outro passa-fora da encrenqueira, mas recebo é um
baita abraço daquela garota. Hope não abraçava só com os braços. Ela
abraçava com as mãos nos meus cabelos e costas, com os peitos nos meus
peitos, com a cabeça no meu pescoço, a respiração em meu ouvido. E foi
assim que ouvi o seu: Obrigada, Jason. O apoio que você está me oferecendo
agora eu recebo com medo. Não por achar que você está me enganando de
alguma maneira, e me perdoe pelo nosso primeiro encontro. Mas para mim,
é difícil confiar, ser cuidada. Geralmente sou eu que cuido... O conceito de
ter alguém cuidando de mim, soa estranho. Mas um estranho gostoso.
As palavras daquela garota batem em mim como porradas de tacos de
basebol. Como alguém deixa de cuidar de uma pessoa? Eu fui cuidado minha
vida inteira! Minha mãe comeu o pão que o Diabo amassou quando eu nasci
pra cuidar de mim, nunca me abandonou nem deixou faltar nada. Quase tive
que causar uma guerra pra poder vir pra LA sozinho e fazer minhas escolhas.
Certas ou erradas... Não importa! Mas que fossem as minhas.
Desde que fomos pro Rancho, tive minha avó Cora, meus pais, tio Paul
para olharem por mim. Até hoje! Se eu fizer uma ligação, pedir ajuda,
imediatamente, qualquer um deles corre em meu auxílio. Até mesmo Oscar,
agora aposentado, se eu chamar, vem da Flórida me socorrer.
— Você não está mais sozinha, Red. Eu vou cuidar de você sempre que
você me permitir. — E retribuo o abraço apertado dela. — Agora, vamos
dançar um pouco?
Minha ruiva, que nunca decepciona, aceita na hora o convite. Chegamos
na pista e somos recebidos com “Fire On Fire” de Sam Smith. Nunca
agradeci tanto ter pais apaixonados na vida. Passei minha infância vendo os
dois dançando colados todas as músicas que eram permitidas aos olhares
infantis. Então, aprendi um ou outro truque. Aproveito estar de mão dada
com minha ruivinha e já a enlaço pela cintura, puxando para meu corpo e
prendendo seu braço por trás, fazendo com que ela automaticamente me
busque com os olhos. Inclino seu corpo pra trás e dou-lhe um beijinho na
ponta do nariz.
Voltamos a ficar de pé e ela sorri, feliz, enquanto eu nos balanço
suavemente ao som da música. Praticamente só nossos quadris e pernas se
movem. Até que algo acende dentro daquela raposa e ela aceita o desafio.
Sobe o braço livre pelo meu braço que deixei solto só com a mão em seu
quadril, até meu pescoço, entrelaçando os dedos pelos cabelos curtos da
minha nuca.
CARALHO! Eu não estava conseguindo controlar o big Jace aqui
embaixo. Essa combinação desses olhos, o carinho e esses quadris mexendo
sensuais com a música estavam a ponto de me deixar em maus lençóis... E
era só a primeira música, porra. Resolvo soltar a tentação pra deixar que
dançasse longe de mim.
Bom... A tentativa era pra afastar a tentação, correto? Errado! Porque acho
que ela não recebeu o memorando. Veja bem, logo em seguida, o DJ coloca
“I Want To” do Rosenfeld... E a garota parece que aprendeu a dançar com
alguma daquelas mulheres do oriente médio, que fazem uns movimentos
incríveis com os quadris. Ela erguia os braços sobre a cabeça, me olhando
nos olhos.
Olho ao redor e acabo vendo nossos amigos já sentados na nossa mesa.
Pareciam estar se divertindo. Faço sinal para aquela feiticeira e ela, sorrindo,
confirma a vontade de voltarmos para junto dos nossos amigos.
— Oi, gente! — Cumprimenta Dea. — Nossa, vocês fazem um casal lindo
lá naquela pista! Hope, eu não sabia que você dançava.
— Imagina, Dea. Eu amava dançar, mas tive que parar por causa dos
estudos das minhas irmãs.
— Como assim, por causa das suas irmãs?
— Segura a onda aí, Herói. Eu precisei dar o exemplo em casa.
— Dar o exemplo? Tá... E você saiu da dança há quanto tempo? — Um
músculo no meu maxilar pulava de raiva, mas eu mantinha minha voz calma
e controlada pra Ruivinha não ficar puta e descarregar em cima de mim.
— Ah... Já tem uns 3 anos, acho...
— 3 anos?! — Eu repito sem acreditar.
— Sim... Foi na época em que elas disseram que não queriam mais
frequentar a escola. Que já eram lindas e não precisavam estudar. Se não me
engano, na época elas estavam com uns seis anos, aprendendo a escrever.
— Você tá de brincadeira. — Dea estava de boca aberta.
— Não. É verdade... Acho que foi a única vez que Sebastian bateu nas
filhas.
— Esse Sebastian é o que seu? — Pergunto, ainda tentando entender o
funcionamento dessa família.
— Nada. Minha mãe é filha única, mas foi criada com a prima-irmã, ela
era casada com o Sebastian. A tia Beth fugiu de casa uns três meses depois
do parto das gêmeas, deixando o Sebastian, mamãe, eu, o vovô e as gêmeas
recém-nascidas pra trás. Eu tinha nove anos na época, mas lembro que o
Sebastian quase enlouqueceu. Quando as meninas estavam com dois anos,
meu avô teve um AVC e ficou paralítico. A mamãe cuida direto do vovô
agora... Eu fiquei cuidando de casa e das meninas.
Não gostei nem um pouco do silêncio que se seguiu. Mas não sabia o que
fazer ou falar. Olho pra Dea e ela parece tão perdida quanto eu. Olho pro Jose
e ele me faz um sinal com a cabeça como se fosse pra eu cair fora com ela,
pelo menos assumi que era isso.
— Red, vamos deixar essas lembranças ruins pra trás. Você está com a
gente agora. caminhar um pouco?
A Ruivinha sorri daquele jeito que só ela sabe fazer e, levantando, nos
despedimos e vamos para fora do bar, sentir o frescor da noite. Coloco ela no
carro, e começamos a passear pela orla de Los Angeles. Depois de uns 40
minutos, acabamos na frente do Saxon.
— Hoje eu conheci o seu dormitório. Quer conhecer o meu?
— Quero.
Capítulo 8
— Quero.
“É o quê? Eu disse isso mesmo? Ai, meu Deus do Céu. E agora? O que eu
faço? Quer dizer... COMO eu faço? Merda, merda, merda! O cara é rico,
justiça seja feita, o maior gato da paróquia. Deve saber tudo de tudo de
sexo, e você, sua maluca ainda NEM BEIJOU NA BOCA! Ô Deus, desliga o
microfone pro lado de cá, mas vou ter que soltar um belo palavrão. Puta que
pariu, mas eu tô muito fodida! E nem é do jeito gostoso, como leio nos livros
hot que pego escondido da mamãe na conta do Unlimited... Puta que pariu
de novo! Todo livro que li ensina a fazer boquete, a perder virgindade... Até a
dar o cu! Mas nenhum ensina a beijar na boca. Que meeeeerdaaaa! O que
eu faço agora???”
Agora? Ferrou. Vamos ver o que acontece. Que nervoso... mas o Jason
parece ser um cara legal. Sensível. Não vai pular em cima de mim... né? Pelo
menos ele parece ser mais decente que aqueles filhinhos de papai que
aparecem no café. Coragem. Cabeça pra cima. Ele disse que iria me proteger.
Qualquer coisa, eu digo que ela precisa me proteger dele mesmo, ué. Ou de
mim...
— O que foi, Red? Tá tudo bem? Se você preferir, a gente pode ir pra
outro lugar. Falei lá no apartamento, porque é mais calmo. — Ele parecia tão
normal, tão tranquilo. Não tava com cara de quem ia me agarrar ou me forçar
a nada.
— Não foi nada, Jason. Tá tudo bem.
— Tem certeza, Ruivinha? — E faz um carinho na minha mão.
— Tá tudo bem, sim.
— Você sabe que pode falar o que quiser comigo, não sabe? Não precisa
ficar pensando que eu vou me incomodar ou ficar chateado com alguma coisa
que você vá fazer ou falar, Red. Lembra quando eu pedi pra você ser sempre
sincera comigo, Hope? Eu não estava brincando. Eu preciso dessa sua
sinceridade. Em tudo. Se eu falar ou fizer alguma coisa que você não gostar,
me fala. Se alguém fizer isso com você, me fala. Porque se alguém te
machucar, eu vou querer a cabeça dessa pessoa. Se eu te machucar, eu
entrego minha cabeça numa bandeja pra você.
— Nossa... Jason, que exagero. Não fala assim...
— Hope... Eu vou te falar uma coisa séria. Você é uma pessoa bacana.
Não merece ter tantas dificuldades na vida. No que eu puder aliviar seu
caminho, eu vou. Porque você, ruivinha, é especial.
E pela primeira vez na vida, senti as tais borboletas na barriga. Ou então
foi um problema cardíaco, porque me deu uma pontada estranha no peito,
como se fosse uma cãibra, e ele disparou. Fiquei com calor. E com frio. Com
medo. Acho que a Matrix deu pane. O que esse cara estava fazendo comigo?
Por que estava me provocando essas sensações estranhas?.
— E aí? O que fazemos? Confia em mim?
Jason me olha com aqueles olhos claros, limpos, diretos. Relaxo minha
guarda e devolvo o sorriso como meu espírito gostaria de fazer.
— Acho que não estou no meu juízo perfeito, mas confio! Vamos lá,
herói!
Quando descemos do carro na frente do prédio com dois grandes Ss na
entrada, marcando o Saxon Suítes, comecei a perceber dali mesmo as
diferenças. O SS possuía apenas três andares, contra os sete do Hendrick. Já
desde esse detalhe parti para anotar, na mente, as formações distintas. Droga
de mente analítica. Ao menos agora tá servindo pra me distrair.
O Saxon, por ter menos andares e, provavelmente, menos quartos por
andar também, se transformava num ambiente muito mais exclusivo. O
Hendrick Hall promovia mais a interação entre os alunos, pela quantidade de
unidades e até mesmo por permitir a miscelânea de dormitórios femininos e
masculinos no mesmo pavimento. Pelo ar escandalizado do Jason, eu duvido
que isso ocorra por aqui.
— Vem, Ruivinha. Pode entrar. Nós temos acessos individuais.
— Caramba. Vocês não têm toque de recolher durante a semana?
— Não.
— Isso deve ser bom, né?
— Na verdade, é desnecessário. A partir de, mais ou menos, nove e meia,
já estamos todos nos quartos mesmo. Ou fazendo grupos de estudo.
— Que legal. Você já entrou em algum desses grupos?
— Ainda não, eles ainda estão se formando. Vem... Esse é o nosso
apartamento, 23C.
Quando Jason abre a porta, tenho que tomar cuidado pra meu queixo não
cair. Eu estava entrando em um apartamento de verdade! Entrei numa sala,
com um sofá, mesinha de centro e lateral com abajur, Tv presa na parede. Do
outro lado, uma minicozinha, tipo quitinete. Com geladeira, bancada, pia,
cooktop com duas bocas e armário flutuante. Duas portas se mostravam mais
para a direita e uma outra bem à esquerda. Fui primeiro para a da esquerda.
Quando abri, vi que era uma micro lavanderia. Tipo, só o local das duas
máquinas: lavar e secar, com uma prateleira para o sabão e amaciante sobre
ela. Segui em direção a uma das portas e, antes que eu abrisse, uma mão
enorme cobriu a minha.
— Hã... Aqui é o quarto do Jose. O meu é o do lado, se você quiser, posso
te mostrar.
— Talvez depois?
Jason dá aquele sorriso de meia boca que eu detesto.
— Claro, Red. Não se preocupa... Eu sei que você é inexperiente, eu
nunca vou te apressar. As coisas vão seguir o ritmo que você ditar. Fica
tranquila, você sempre vai estar segura comigo. Segundo meu pai, tudo que
lutamos pra conseguir, se torna mais especial e se valoriza ainda mais.
— Obrigada, Jason.
— Vem, Red. Quer ver um filme?
Jason fica admirado quando eu digo que não quero assistir romances. Eu
dou risada, como um homem tão inteligente pode ser ao mesmo tempo tão
inocente? Muito fofo...
— Jason, minha mente é matemática. Não tenho muita paciência para
romances melosos. Se você quer a minha opinião sobre um filme... Tem um
que eu queria muito assistir, mas não tive oportunidade.
— Só falar qual é. Se não tiver disponível, eu compro no Prime.
— Ai, que delícia ser rico. — Falo, só pra irritar.
Mas ele entende e ri, me fazendo cócegas.
— Fala, anda! Qual filme?
— O “Projeto ADAM”.
— Boa. Não vi e nem conheço a sinopse.
— Sério? É o máximo. Um viajante do tempo volta por acidente e acaba
encontrando seu eu mais novo. Juntos, e sendo caçados por forças do futuro,
os dois embarcam em uma missão para consertar a linha temporal e salvar
aqueles que eles amam.
— Bora nesse!
Assistimos o filme por um bom tempo, até Jason me cutucar e perguntar
se eu não queria colocar uma camiseta e short dele, depois de tentar ajeitar
meu vestido pela décima vez. Depois de pensar que era um saco ficar
puxando barra de vestido, resolvi aceitar...
Ele entra no quarto e volta logo depois com uma camiseta preta do Gun’s
e um short de ginástica azul. Ele me dá a mão pra me ajudara ficar de pé e
me fala pra usar o banheiro do quarto dele. OK. Não só eles moravam num
apartamento, como cada um tinha seu banheiro privativo dentro do quarto.
Aff, como era boa essa vida de rico.
Entro no quarto e noto que o dele era impecavelmente arrumado. Ou era
sinal de que tinha empregada, ou de quem teve uma boa educação. Deixo
essa questão no ar, para um possível questionamento futuro. O quarto era
simples e espartano, sem muitos detalhes. Cama de casal, uma mesa de
cabeceira só com o cabo do carregador pendurado, uma cômoda na frente da
cama e uma mesa de estudos na outra parede. Entre a cômoda e a parede, vi a
porta que presumi ser do banheiro.
Era mesmo. O banheiro também era pequeno e funcional. Tudo muito
limpo e arrumado, exceto pela toalha de rosto que estava mexida. Acho
graça, ajeito. Tiro logo o vestido e coloco a camiseta. Ele é tão grande que ela
mais parece um vestido em mim, para no meio das minhas coxas. O short não
teve jeito, ficava caindo, então desisti.
Volto pra sala só com a camiseta e de calcinha, Mas logicamente que não
comento esse fato.
Jason estava me esperando com uma nova porção de pipoca no balde. Não
reclamo, sento ao seu lado e roubo o balde de pipoca pro meu colo. Ele ri e
passa o braço por trás dos meus ombros, me trazendo ainda mais pra perto
dele e aqueles braços de polvo conseguem alcançar o balde.
De repente, eu me sinto sendo erguida no ar e aconchegada num casulo
tão cheiroso, que a única reação que tenho é esfregar meu nariz, tentando
pegar mais daquele perfume. Ouço um gemido baixo, mas não registro de
onde vem.
— Red, por favor, gatinha... Não faz assim. Eu já estou sendo um
verdadeiro santo aqui. Não me provoca...
Olha só! O Jason dos meus sonhos tinha voltado! E dessa vez em versão
2.0 turbinado: ele tava falando comigo. Eu queria mais desse Jason
quentinho, cheiroso, falante e gemedor. Queria ele gemendo de novo pra
mim, mas não sabia como. O cheiro que eu tava sentindo era di.vi.no. Será
que sonho tinha gosto também? Coloco a língua pra fora e lambo aquele
pedaço de quentura que estava tão pertinho do meu nariz, e ouço outro
gemido.
— Red, meu anjinho... Por favor, gatinha. Não faz isso comigo. Eu tô por
um fio aqui, linda... Deixa eu te colocar bem direitinha na cama, pra eu
resolver meu problema, tá amor? Me ajuda, Ruiva?
Eu sinto algo macio e gelado na lateral do meu corpo. Um suspiro,
seguido de um beijo na testa e alguma coisa me cobrindo. Eu demoro alguns
segundos pra fazer o download da situação toda.
PUTAQUEPARIU DE NOVO E DE NOVO!!!
Alguém, por favor, me fala que eu não estava bolinando o pobre do Jason
enquanto ele me colocava na cama dele? Ai, cacete... Alguém nessa vida
pode morrer de vergonha? Isso ao menos é possível? Porque eu acho que
estou tendo um ataque cardíaco. Calma, Hope... Vamos tentar resolver seu
problema: COMO resolver essa merda? Da maneira mais honrosa possível
na atual conjuntura... FUGINDO!
Eu me viro bem devagar na cama, pra não fazer barulho e dou de cara
com o Jason... No banheiro... No chuveiro... Pelado! Que bunda
ma.ra.vi.lho.sa! Perco a vontade de ir embora... Sabe-se lá quando vou ter
oportunidade de ver outra bunda na minha vida? E... espera... um... pouco! O
que ele tá fazendo???
Socorro, Deus! Ele... Ele tá? Tá... Ele tá sim!
Ele bem que podia virar de frente pra cá né? Ou de lado... Só um
pouquinho... Vai, Jason... Vira! Só um pouquinho... Nem precisa muito. Não
sou tão gulosa assim. Mas já que vi a bunda... Queria pelo menos saber
como é o resto... VIRA, CARALHO!
Hoje Deus estava de bem comigo, porque o Jason resolveu virar de lado.
E eu quase soltei um grito. Gente!!! Aquilo ali não tem jeito de caber dentro
de uma mulher, não... O tamanho da mão do homem é enorme! E juro, por
Deus... ver ele passando a mão naquele bastão de softbol ali dá medo. Pra
cobrir tudo, ele deve precisar das duas mãos juntas.
Meu Pai Amado! Se todo homem for assim, tá decidido! Morro virgem
ou morro partida no meio. Porque se aceito o desafio, é capaz daquele treco
me dividir que nem martelo, se sair correndo de medo, morro virgem.
De repente, ele começa a acelerar os movimentos da mão e inclina o corpo
pra frente, apoiando o braço no ladrilho do box e a cabeça sobre o braço,
como se estivesse no limite das forças. Uma cena bruta, mas linda de ver.
Vejo ele acelerando até que sua mão para perto do corpo e, jogando a cabeça
pra trás, escuto ele chamar meu nome: Hoooope.
Logo depois, ele volta a ficar de costas, mas vejo seu corpo ainda
tremendo... Acho que pela força que ele fez. Começo a perceber as
mudanças que a cena causou em mim, minha respiração estava rápida,
entrecortada, meu coração, disparado, minhas mãos tremiam, eu sentia uma
queimação, no meu ventre, muito estranha. Meus seios estavam pesados, toco
neles e sinto os mamilos arrepiados, sensíveis... Quando me remexo na cama,
percebo minha calcinha molhada.
Caramba... Essa era a sensação que via descrita nos livros. Mas a
realidade é diferente. Será que toda aquela intensidade dos livros realmente
acontece quando eu estiver com alguém? Porque, pela minha análise
comparativa, pelo que li e senti... acho que eu tive um pequeno orgasmo só
em observar o Jason. Que doido.
— Oi, Red. Desculpa. Te acordei? — Jason pergunta, saindo do banheiro,
já vestido com o mesmo short que tinha me dado pra eu usar.
— Não, Jason. Acabei de acordar. Você tomou banho?
— Sim. Sempre tomo banho pra dormir. Eu avisei a Dea que você tinha
apagado aqui e que eu te levava amanhã de manhã, tudo bem? Ou quer que te
leve agora?
— Não, tudo bem. Vamos dormir. Você tá todo gostosinho de banho
tomado. Eu tô sujinha... Se você quiser me emprestar uma cueca sua, posso
tomar banho também. Mas como a gente faz pra dormir?
— Você pode dormir na minha cama, Red. Nós não temos camas extras
aqui. Mas posso fazer uma cama pra mim aqui no quarto, sem problemas.
— Não tem cabimento isso, Jason! A gente divide a cama. Você é grande
sim, mas eu sou pequena. Não ocupo tanto espaço assim...
— Se você não se importar de dividir a cama comigo, então...
— Jason, não seja ridículo. A cama é sua! Prefere que eu tome um banho,
então? Mas vou precisar de mais um empréstimo... — Falei, meio brincando,
meio a sério.
— Pelo amor de Deus, não! Já está difícil te ver deitada na minha cama,
vestida com a minha camiseta favorita, com essa carinha de sono... Você é
um verdadeiro teste para minha sanidade.
— Por quê? — Eu sabia que meus olhos brilhavam e meu rosto estava
corado. Corado de excitação, eu reconheço agora. E estava adorando.
Jason vem caminhando para a cama, só de shorts. E percebo um certo
volume crescendo na frente do short dele. Engulo em seco. A umidade no
meio das minhas pernas aumenta, me dá vontade de esfregar uma perna na
outra... não alivia.
— Tem certeza de que quer saber o porquê, Red?
Só consigo balançar a cabeça, assentindo.
— Porque te ver deitada na minha cama, me dá vontade de ter aí sempre.
De sentir seu corpo. Teu cheiro. Tua pele. De te abraçar... Quero ver teu
sorriso. Quero ouvir você falar meu nome durante o sonho. Quero decorar
todas as suas curvas. Mas sei que tenho que ir devagar. Porque você é
preciosa. Porque quero que dê certo.
Olho pra aquele homem na minha frente. Porque, por mais que tenha
pouca idade, ninguém pode dizer que essas eram palavras ou postura de um
garoto. Olho para o Jason e sinto que podia confiar, pela primeira vez na
minha vida, me deu vontade de confiar. E isso era apavorante. Estendo a
mão para ele, chamando pra deitar comigo, e percebo ele engolindo em seco,
segurando minha mão.
— Vem, Jason. Deita comigo. Eu não quero mais ficar sozinha. Eu preciso
aprender a confiar. E escolho começar com você. Não me decepciona.
— Que bom, Red. Você não vai se arrepender. Nunca.
E, pela primeira vez, desde que eu me entendo por gente, eu me deito com
alguém e me sinto completamente segura.
Capítulo 9
Flores... Sinto cheiro de flores. Sinto mais coisas também. Sinto uma
bunda maravilhosa encostando no big Jace, que já acorda animado. “Calma,
meu camarada. Lembra do que eu falei pra Red ontem? Não me faz passar
por mentiroso. Vamos lá, se controla, amigão. Conto contigo!”
Enquanto estou tentando fazer meu pau se comportar, a Ruivinha resolve
se mexer mais, e acaba se virando pra cima de mim. Por reflexo, viro de
barriga pra cima e acabo com ela toda encaixada em mim. Perna passada
sobre minha coxa e muito, mas muito perto do meu cacete, que nesse
momento, já fazia uma tenda no lençol. Inconscientemente, minha mão
começa a acariciar seu antebraço apoiado na minha barriga e tórax.
E, pasmem senhoras e senhores, a ruivinha ressona e gosta de fazer cafuné
nos meus pelos do peito enquanto dorme. Porraaaa. Isso é teste pra tortura
talibã. Meu pau já começa a pulsar. Olho pra ele e vejo a ponta do lençol já
molhando do pré-gozo. Aí, não, caralho! Na primeira vez que a Ruiva dorme
comigo ela acorda e me vê todo melado? Como eu vou explicar uma merda
dessas?
Mas... A pele dela é tão macia, não consigo deixar de fazer carinho. Eu
tento parar, mas olho pra o braço e vejo a pele dela se arrepiar... Puta merda.
Minha ruiva agora deve estar sonhando. Estou sentindo ela apertar a coxa na
minha perna e a rebolar o quadril de levinho, se esfregando em mim.
Caralho... Eu vou pro inferno. Certeza. Porque eu preciso ver minha
Ruivinha gozando. Será que ela geme gostoso? Será que chama por mim?
Porra, vou explodir aqui, sem precisar nem encostar um dedo no Jace. Mas
será que eu posso ajudar a Ruivinha? Ou vou acordar ela?
A esfregação dos quadris da minha Red se intensifica e ela começa a
gemer. Puta que pariu... Eu não vou aguentar. Se ela não gozar logo, quem
explode sou eu. E no braço dela, merda. Vou ter que fazer alguma coisa. Com
o braço que estava por trás dela, desço pelas costas e vejo que a camisa que
ela dormiu, estava toda embolada na cintura. Sigo minha exploração e chego
naquela bunda deliciosa.
Tenho que parar pra respirar, e me controlar. Porque, que bundinha
gostosa, carnudinha, durinha, cabia certinho na minha mão. Uma mão enche
direitinho cada globo. Que vontade de apertar. De dar um belo tapa. Minha
mão ia pegar tudo. Se colocasse ela de quatro, dava pra ficar espalmando
cada lado da bunda...
Para! Fazer ela gozar. Pra eu poder levantar. E gozar também. No
banheiro. Imaginando como seria... Porra. Para!
Passo a mão pela bunda da Red, escorregando o dedo por baixo da
calcinha dela. Tá dando certo. Isso, amor. Empina a bunda pro meu dedo.
Bem assim. Puta merda. Ela tá encharcada. Isso, gatinha. Deita de barriga pra
cima agora. Ô, Inferno.
Com a Red de barriga pra cima, eu só precisei colocar minha mão sobre
sua bocetinha, sentir o calor dela e fazer uma suave pressão sobre o clitóris
que minha gatinha estremeceu. Gemendo baixinho, solta meu apelido que
apenas minha irmã me chama: Jace... E foi o suficiente para o meu amigão
responder do meio das minhas pernas, num jato de porra que quase me furou
o lençol. Merda. Dane-se.
Olho pra minha ruiva e vejo o sorriso naquele rosto. Valeu a pena a
vergonha que eu provavelmente vou passar. Passo quantas vezes forem
necessárias. Tá tudo bem... Volto a dormir, agora abraçado com minha
ruivinha.
Acordamos juntos uma hora depois. Red foi tomar banho primeiro, eu
entro logo depois. Red estava novamente com uma camiseta minha, dessa
vez dos Chicago Bulls, quando uma batida na porta do quarto e ela vai abrir.
Era Dea com uma muda de roupas pra ela. Jose foi pegá-la logo cedo pra que
a gente pudesse passar o sábado juntos.
Resolvemos passear por Hollywood. Foi muito divertido ver as meninas
em Rodeo Drive, na Calçada da Fama e no Teatro Chinês. As meninas
reclamaram, mas prometi voltar depois pra irmos nos Estúdios da Paramount
e no Dolby Theatre, onde é feita a premiação do Oscar. Fomos jantar num
restaurante muito bacana chamado La Mesa. As meninas ficam encantadas
com tudo.
Foi um dia maravilhoso. Na volta, deixamos as garotas no Hendrick e
quando chegamos em casa, eu e Jose estávamos com uma cara meio murcha.
— E aí, cara? O que tá pegando?
— Pegando? Nada, ué. Por quê? Tá tudo bem com você? — Jose tentou
empurrar pra mim a confissão.
— Tá. Se eu falar, você também fala?
— Não posso confirmar nem negar nada...
— Covarde.
— Confesso.
— Eu tô gostando dela, Jose. De verdade.
Jose fica me olhando por uns segundos, como se estivesse pesando minhas
palavras, ou talvez pesando as próprias palavras pra saber como falar
comigo.
— Aí, Riquinho... Ela é muito diferente.
— Eu tô sabendo.
— As meninas estão muito preocupadas com esse envolvimento de vocês.
— Mas por quê, caralho? Eu não sou bom o suficiente pra Red? O que foi
que eu fiz ou como foi que eu me comportei errado pra ter esse tipo de
preocupação com ela? Com a gente?
— Calma lá, nervosinho. Não tem nada a ver com você. Mas tem tudo a
ver com a Hope.
— Não estou entendendo. Explica.
— Baixa a bola. Não sou seu subordinado. Sou seu amigo e mais velho e
mais experiente que você. Sossega o facho.
— Desculpa... Mas é que falar assim da Red...
— Eu sei. E entendo. Por isso não fiquei puto contigo.
— Então, por que ficar preocupados comigo e com meu relacionamento
dom a Red? Eu tô indo devagar. Com calma.
— Fala pra ouro. Eu vi o lençol sujo de porra.
— Foi um acidente. — Falo, ficando roxo de vergonha. Achei mesmo que
ele tinha visto. — Mas ela me acordou se esfregando em mim, sonhando. Eu
não fiz nada nela. Quer dizer, eu a aliviei enquanto ela dormia. A porra no
lençol era minha. Não consegui segurar.
— Bom assim, é?
— Acredito que melhor... mas como eu disse, não encostei nela. Foi só
sarro mesmo, pra ela acalmar.
— Cara... Você tem noção do quanto a Hope é inocente?
— Sei que ela é inexperiente, claro...
— Não, meu amigo. Ela é totalmente inexperiente. Ela nunca nem beijou
na boca.
Sei que estou fazendo um papel ridículo, porque estou abrindo e fechando
a boca, e não sai nenhum som, simplesmente não sei o que dizer. Ou como
dizer. Até que nasce dentro de mim um gigante. Um cara tão grande, mas tão
grande, que parece que vai fazer tudo que existe em volta desaparecer. E eu
começo a sorrir, com a realização que esse gigante me traz...
— Quer dizer que a Red é totalmente minha? Nunca ninguém provou
aquela boca? Ninguém desfilou abraçado com ela? Nunca teve ninguém
contando as sardas das costas dela?
Jose deu uma senhora gargalhada.
— Não, meu amigo. Nunca.
— E isso era pra eu ficar apavorado e fugir para as montanhas?
— As meninas acreditavam que sim... porque precisa paciência pra lidar
com ela.
— Meu amigo. O prêmio vale. Acordar com essa garota hoje foi a melhor
experiência que já tive na minha vida, até meu pau ficou feliz. Mesmo que
tenha sido solitário.
— Cara, você é maluco, sabia? — Jose ri da minha cara descaradamente.
Pura inveja, que eu sei.
— É... Acho que sou, sim.
— O que vocês programaram pra amanhã?
— Vamos estudar. Amanhã vamos pra biblioteca do campus.
— Puta merda, vocês nasceram mesmo um para o outro. De tarde, eu,
Lucas e as meninas pegamos vocês dois lá e vamos todos ao cinema, que
acha?
— Desde que não seja romance mela cueca. Minha ruiva não gosta desses
filmes.
— Hahahaha. Você tirou a sorte grande mesmo, Jason.
— Como dizia Sêneca: Sorte é o encontro do preparo com a
oportunidade.
— Tá bem, meu caro filósofo. Tá bem.
E, encerrando o papo, fomos dormir.
Eu sabia que fazer compras de roupa de banho com a Red iria ser difícil,
quase uma tortura. Mas essa garota abusou. Experimentou quatro biquínis e
três maiôs, não saía do provador e nem me respondia. Resolvi ir lá e bater na
porta. Red estava com dificuldades pra amarrar a parte de cima do biquini
escolhido, destrancou a porta achando que era a vendedora. Quando ela
abriu, deu as costas pra mim e ficou de frente para o espelho, e nos
encaramos pelo reflexo. Entrei no provador e fechei a porta.
— Jason, você não pode...
— Eu sei. Mas não resisti. Você tá linda. Você é linda demais.
Vou me aproximando dela bem devagar, até nossos corpos se colarem e
passo meus braços pelo corpo pequeno, puxando para mim. Devagar, acaricio
aquele rosto lindo e abaixo meus lábios, cobrindo os dela, que se aproximam,
convidativos. Passo minha língua suavemente por eles, pedindo passagem, e
sinto o momento da aceitação, da entrega. Minha Red estremece em meus
braços e me permite intensificar nosso beijo.
E foi um beijo mágico, como nenhum outro que dei antes. Senti como se
eu a estivesse beijando com meu corpo todo, beijei minha ruiva com tanto
sentimento, como se esse também fosse meu primeiro beijo. E de certa
forma, foi como eu senti... A emoção do primeiro beijo da Red tocou minha
alma.
— Senhorita, os biquinis ficaram bons? Precisa de ajuda?
Red, ainda envolvida pelo beijo, não conseguia formular pensamentos
coerentes. Sorrio e acaricio seu rosto, fazendo sinal pra fazer silêncio. Pego
os outros que estavam no chão do provador e passo pela fresta da porta.
— Posso devolver esses, então, certo?
— Aham.
— Ok. Já retorno.
Aguardamos a vendedora se afastar.
— Jason Howell. Agora pode sair desse provador.
— Já estou saindo. Mas primeiro preciso dizer que você ficou maravilhosa
nesse biquíni. Mesmo desamarrado.
— Jason! Sai daqui! — Mas minha ruiva não se aguenta e ri. Roubo mais
um selinho e saio do cubículo.
O dia na praia foi maravilhoso. Hope é uma companhia deliciosa, está
sempre de bom humor e topa tudo. Como ela é de Tucson, nunca tinha visto a
praia antes. Passamos uma manhã deliciosa: apresentei o stand up paddle,
snorkeling, ela curtiu até aquela bicicleta sobre boias que estão colocando
agora pra alugar. Paramos para almoçar e logo depois vai a segunda parte da
surpresa. Acho que ela vai surtar... Ou se apavorar. Oremos.
Depois de comermos, uma lancha vem nos buscar pra fazer um passeio
que aluguei. Fomos ver as baleias azuis e golfinhos. Nunca vi uma pessoa
tirar tanta foto na minha vida. Teve uma hora que tive que agarrar a Red pela
cintura, porque a doida queria tirar a foto de uma família de golfinhos que
passaram rente à lancha e quase se joga no mar. A louca.
Voltamos com o sol se despedindo no horizonte. Minha Ruiva estava
numa felicidade que só de olhar para ela, já enchia meu coração de alegria.
Puta merda, não tô nem me reconhecendo. Até hoje, só tinham três mulheres
que me faziam programar passeios, presentes, surpresas, assim com tanto
cuidado e carinho: Vó Cora, mamãe e Emie. E só de pensar o que eu ainda
tinha na caçamba da pick-up, minha barriga dava um aperto.
— Agora, senhorita, podemos começar o nosso luau.
— Um luau? Mesmo?
— Sim, minha princesa dos mares. Hoje você vai receber o pacote
completo com tratamento VIP.
— UAU... Assim você me acostuma mal, Jace.
— Eu adoro quando você me chama de Jace, sabia?
— É mesmo? Por quê?
— Porque só minha família me chama assim. E soa muito bem pra mim,
ouvir você me chamando assim também.
— Eu também gosto muito quando você me chama de Red. Dá uma
sensação gostosa no meu peito. De pertencimento. De proteção.
— É bom que tenha mesmo esse sentimento de pertencimento, Red.
Porque você é minha. E eu vou te proteger. Sempre. Agora, vai arrumando
nosso espaço naquela fogueira ali que já trago tudo.
— Yes, my Captain![14]
— Engraçadinha.
Ainda podia ouvir minha ruivinha rindo nas minhas costas.
Trouxe tudo pra praia. Ema algumas viagens... Cada vez que voltava para
o carro, percebia a Ruiva arregalando o olho pra quantidade de coisas que eu
trazia nos braços e tinha vontade de rir. “Calma, garota... Hoje você vai
ganhar várias surpresas!”
— Acabou de trazer o mundo, Jace?
— Sim, Red. Acabei. Agora, vou montar a tenda e inflar o colchão.
— É o quê? — Ela me olha sem entender.
— Ainda temos alguns minutos de sol. Se você quiser, pode tomar uma
ducha num dos banheiros do píer. Enquanto eu organizo nosso luau aqui na
praia.
— Mas você não vai precisar de ajuda?
— Preciso que você fique mais linda do que já é.
— Mas eu só trouxe o short e a camiseta que vim de manhã, Jace.
— Olha de novo dentro da sacola. E vai se trocar que eu espero.
Percebo o exato momento em que a Red vê o vestido que incluí na compra
hoje de manhã. Eu tinha percebido os olhares que ela tinha lançado para a
peça. Perguntei para a vendedora o tamanho da Red e coloquei junto. Minha
ruiva me olha e lança um beijo de longe.
— Você é impossível, Jason Howell. Já volto. Não demoro. Não vai cantar
nenhuma californiana por aqui.
— Tá brincando? Minha namorada é linda e ciumenta.
E minha Red sai rindo em direção aos banheiros públicos do píer, e eu me
ponho a trabalhar. Monto a tenda e inflo o colchão de ar, colocando-o
embaixo dela. A Red tinha colocado a toalha na areia, enquanto eu acendia a
fogueira. Quando minha ruiva retornou do banheiro, eu já estava colocando a
comida para nosso luau .
— Jace... Nós não podemos beber. Onde você arrumou vinho tinto?
— Calma, linda. Esse é sem álcool. Um Cabernet Sauvignon que sempre
tomamos em casa. Até minha irmã de 10 anos pode tomar esse.
— Então tá bem.
Comemos tranquilos, ou ao menos a Red comeu tranquila. Eu estava
nervoso. Muito nervoso. Porque hoje eu queria mostrar pra ela um pouco
mais sobre um relacionamento. Quero mostrar a ela que podemos sentir
prazer juntos. Mas vou no ritmo que ela me permitir. Nem que eu tenha que
morder o colchão.
Acabamos de comer e ajeito o vinho com os cálices do lado do colchão.
Pego a Red pela mão e delicadamente a sento no colchão comigo, com a
ruiva apoiada no meu peito, e ficamos observando o mar iluminado por uma
linda lua cheia. O cheiro de mar se mistura com o cheiro dos cabelos dela...
Capítulo 12
Que dia! Que sonho!
A noite começa a cair e estamos os dois sobre o colchão admirando o luar
sobre o mar do Pacífico. Nunca imaginei um dia assim, tão perfeito com uma
pessoa. Nunca fui uma pessoa de me abrir pra sentimentos ou acreditar em
promessas, mas aqui na Califórnia, estou começando a pensar se eu não
estava muito presa a muitas responsabilidades que, na verdade, nem eram
minhas. E agora, aqui, me sinto mais livre. Consigo me sentir mais no direito
de fazer escolhas.
E hoje, quero escolher viver experiências. Quero escolher ser feliz. Com o
Jace. Comigo.
Sinto seu carinho em meus braços, e enquanto estou com meu corpo
deitado sobre seu peitoral, tomo uma decisão. Desencosto dele, que se
assusta. Fico de joelhos e me viro de frente para o meu namorado.
Passo uma perna por cada lado daquele corpo forte, me sentando sobre
seus quadris. Coloco uma mão espalmada em cada lado de seu rosto tão
bonito, e olho dentro de seus olhos azuis claros, que me olham interrogativos,
carinhosos. Faço um carinho de nariz com nariz, e digo:
— Jace, eu preciso te dizer uma coisa.
— Fala, amor.
— Eu nunca, mas nunca mesmo, fui tão feliz como tenho sido desde que
te conheci. Nunca me senti tão protegida e respeitada.
— Eu fico muito feliz com isso. E no que depender de mim, você sempre
vai ser respeitada e protegida.
— É mesmo? Que pena...
— Como assim? — Jace até se engasga
— Eu estava aqui, pensando... E eu não queria ser tão respeitada, se fosse
por você, sabe? Porque você me faz pensar em coisas não muito respeitosas...
Jace fica me olhando, de boca aberta e olhar incrédulo.
— Red... O que exatamente você quer dizer com isso, amor? Porque eu
preciso ter certeza absoluta do que você está fal...
— Jason Howell... Eu quero fazer amor com você. Quero que você me
ensine a fazer amor. Quero que você seja o primeiro a me tocar. Quero que
v...
Agora SIM!!!! Jace me ataca com aquela boca deliciosa que me beija até a
alma. Jesus!!! Esse homem consegue arrepiar até os pelinhos da minha
bunda.
— Já entendi, senhora. Mensagem recebida e decodificada com sucesso.
— Enfim. Achei que iria ter que desenhar...
Sou premiada por uma sessão de cócegas. E um beijo se segue descendo
pelo meu pescoço, ombros, enquanto, ao mesmo tempo, Jace vai acariciando
minhas coxas, subindo para minha bunda. Meu corpo começa a se remexer
em seu colo, fazendo uma fricção deliciosa entre nossos quadris. Suas mãos
enormes agarraram os globos do meu bumbum, forçando-me para baixo,
enquanto ela faz o movimento contrário, roçando o pau já duro, contra minha
boceta encharcada.
De repente, sinto um tapa estalar na popa esquerda da minha bunda. Levo
um susto, que me fez parar de rebolar, mas me fez gemer mais alto.
— Amor, acalma esse rebolado senão não vou conseguir parar.
— Mas eu não quero que você pare, Jace.
— Amor, eu não vou fazer amor com você pela primeira vez, a céu aberto,
na praia. Onde qualquer pessoa possa te ver e te ouvir. Teu corpo é para meus
olhos. Teus gemidos são para meus ouvidos. Essa bocetinha é pra ser
degustada sem pressa. E eu não quero ser preso por atentado ao pudor.
Porque estou a ponto de arrancar sua roupa, te deixar nua, cair no meio das
suas pernas e te chupar até ouvir você gritar meu nome.
Meu coração até falha uma batida... Quase disse: Sim, por favor, pra tudo
que ele descreveu. Mas só consegui ficar olhando para esse homem. Que me
quer tanto que se controla. Que está com uma ereção monstruosa, que posso
sentir através do trapo que transformou no que um dia foi minha calcinha...
— Agora, Hope Palmer, eu preciso que você saia do meu colo, com
bastante cuidado e bem devagar. Porque eu vou recolher toda nossa bagunça
aqui. E, se você ainda estiver querendo, eu vou te levar para meu quarto. E lá
vou poder adorar cada pedacinho do seu corpo como você merece.
— Eu te ajudo a juntar tudo!
Almoçar com toda a família não é para os fracos. Era preciso ter ouvidos
fortes para suportar os decibéis proferidos por todos. E, principalmente,
precisava estar pronto para ser bombardeado com perguntas e comentários
dos mais inocentes aos mais escandalosos (esses partidos da boca da minha
avó, claro). Até agora, Jose tem se saído bem.
— Jace, meu bem. Preciso que você faça um favor para mim. — Vó Cora
usou “aquele” tom de voz doce que significa que não aceita recusas.
— Claro, Vó. O que você precisa?
— Preciso que você vá no aeroporto pegar uma pessoa que está chegando
para minha festa hoje.
— Mas vó... Não posso mandar o motoris...
— Jason Howell! Estou pedindo pra você pegar uma pessoa querida que
está vindo especialmente me dar parabéns pelo meu Jubileu de Platina?
— Vovó... Quem comemorou o Jubileu de Platina foi a Rainha Elizabeth
II da Inglaterra. Foram 70 anos de reinado. Você está fazendo 70 anos de
vida... — Emie fala do outro lado da mesa, revirando os olhos.
— Emile Rose! Não me corrija! Eu tenho 70 anos de reinado sobre a
Família Howell. E Jace, vá buscar minha amiga! O voo dela está previsto
para chegar às 15:20. Você já pode sair, meu bem.
A mesa ainda estava rindo sobre o comentário sobre o “reinado” da vovó e
das reclamações da Emie dizendo que ela não foi a garota má do exorcismo
de Emily Rose. Quando ia me virar pra chamar Jose pra ir comigo, mais uma
vez, vovó parece que estava prevendo meus movimentos.
— Jose, meu bem. Você quer conhecer o Rancho? O Paul pode te levar
pra dar uma volta pelas instalações agora enquanto o Jace está fora.
— Eu gostaria muito, Vó Cora.
— Perfeito, querido. Faça acontecer, Paul.
— Sim, Cora.
— Bom, então vou indo! — Eu me despeço de todos, e vou pegar a tal
amiga da vovó. Esqueço de perguntar o nome da velhinha... quando chegar
no desembarque, mando mensagem perguntando.
Chego em cima da hora pra pegar a velha. Quando estava quase entrando
no estacionamento, recebo uma mensagem da vovó dizendo que sua amiga já
tinha pousado. E que estava me aguardando numa mesinha do Starbucks, em
frente do grande banco-escultura do corredor da entrada principal. Bom...
facilitou muito minha vida.
Estaciono e vou para o local indicado. Quando chego no Starbucks,
começo a procurar uma velhinha. Encontro uma cabeleira vermelha que me
deu até uma pontada de dor no peito, esfreguei o local reconhecendo o
sentimento: saudades. Mas continuo procurando a amiga da vovó. A ruiva se
levanta e vira pra mim. A pontada de saudade virou um coice de choque.
Porque na minha frente, me encarando, com lágrimas nos olhos, estava a
minha ruiva.
PUTA QUE PARIU...
— Hope?
— Oi, Jason... Desculpa aparecer assim, de surpresa. Pelo visto sua avó
não falou que eu vinha, né?
— Não... Não falou mesmo. Ela me mandou vir buscar uma amiga...
Achei que estava vindo pegar uma velhinha.
— Sua avó é incrível. Ela me ligou no sábado e tivemos uma conversa
interessante. Então ela me convidou para vir para o aniversário dela. Mas eu
só aceitei se conversasse primeiro com você.
— Agora você quer conversar comigo? Eu me tornei merecedor de ouvir
algum segredo ou problema que se você quebrar, conserta sozinha?
Vi a Red se encolher. Também senti a pancada. Mas ainda estava ferido.
Doeu pra caralho ter recebido a porrada dela sem ter feito nada pra merecer.
Mas essa mulher sempre surpreende. Em vez de se esconder, essa ruiva é
corajosa. E creio que chegou pra enfrentar seus demônios internos e arrancar
o esparadrapo.
— É... Eu mereci esse comentário, Jace. Mas tem algumas coisas que você
precisa saber antes de me condenar aos confins do inferno. Não estou aqui
pra você me perdoar, mas pra me ouvir, pra gente conversar. Podemos?
— Eu vou te ouvir, Hope. Mas depois você também vai me ouvir. Porque
tudo tem que ser em duas vias. Respeito que se dá, deve ser recebido,
compreensão dada deve ser recebida na mesma medida, gentileza oferecida
merece retorno.
— Certo, Jace. E eu sinto muito pelas minhas palavras e comportamento
terem te ferido... Isso é um fato. Não pode ser modificado, mas pode ser
perdoado. E vou tentar te explicar o que gerou meu comportamento.
— Estou ouvindo.
— Minha história de vida não é muito normal no que diz respeito às
demonstrações de carinho e amor, desde a mais tenra idade. A única pessoa
dentro da minha casa que demonstrava ter algum carinho por mim era meu
avô. Mas nunca recebi nenhuma demonstração por parte da minha mãe,
sempre parecia ser uma obrigação pra ela cuidar de mim.
— Fui saber o que era beijo de boa noite, em histórias na escola. A última
festa de aniversário que tive na vida, fora a festa surpresa que você organizou
pra mim, eu devia ter cinco anos, porque na foto eu ainda tinha todos os
dentes da frente... Mas podia ser de quatro anos, porque não tinha vela sobre
o bolo da foto. Inúmeras vezes, praticamente esqueciam meu aniversário. Em
geral, minha mãe lembrava só a noite, no jantar ou quando eu estava lavando
a louça... Mas era só parabéns mesmo.
“Eu não conto minha data de aniversário pra ninguém pra não me frustrar,
pra não ficar esperançosa de que alguém vá se lembrar de mim. E descobrir
que não sou importante. Então aprendi a não esperar SER importante. Porque
assim não machuca. Mas no dia do meu aniversário, nem a porcaria da minha
mãe tinha me mandado uma mensagem...
E, pela primeira vez na vida, eu estava sentindo e presenciando o que era
ser feliz... Ter amigos. E fiquei muito mais aborrecida com tudo, comigo,
com a vida que eu tive, com Deus.
Eu nunca poderia imaginar que você estava organizando uma festa pra
mim. Isso nunca me passaria pela cabeça. Porque eu NUNCA tive uma. Isso
era tão estranho pra mim quanto se você me chamasse pra pegar o foguete do
Elon Musk pra visitar a estação espacial. Eu sei que nada do que eu falei
agora é desculpa dos absurdos que eu escrevi pra você. Mas eu preciso que
você saiba que eu não estava querendo agredir você... Acho que o alvo era a
mim mesma, minha história miserável e a minha dificuldade em lidar com
minha solidão no passado.”
Caralho. Que bagagem foda a Red carrega... Mas como ela mesma disse,
não é desculpa.
— Porra, Ruiva. Entendi tudo o que você falou. Entendi mesmo. E eu fico
puto pra caralho por tudo isso que você passou. Toda criança tem o direito de
ser amada. Ser protegida. Se sentir segura. Eu entendo. Mesmo. Só que tem
uma coisa... Eu não sou saco de pancada. Nem servir de sparing pra qualquer
merda que te acontecer na vida. Você tem um problema? Uma merda isso...
mas todo mundo tem problema, Red. A gente conversa sobre ele. Alivia a
pressão. Eu tento ajudar. Você chora.
Mas levar porrada sem saber o porquê? Ah não... Não foi assim que eu fui
criado. Não é assim que eu quero viver. Eu sinto sua falta pra cacete. Mas eu
quero alguém na minha vida que dê valor ao amor que eu tenho a oferecer.
Alguém que vai dividir comigo aquela história da “na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença”...
O que eu peço parece muito, mas na verdade é pouco. Eu só quero alguém
que apenas me ame de verdade e me e permita amar por inteiro. Porque pra
mim é tudo ou nada...”
Agora, minha ruiva chora abertamente.
— Jace... Pra mim é tudo. Com você é tudo. Sempre.
— Você tá pronta pra me amar? Sem medos? Vai me permitir te amar por
inteiro?
— Eu sempre te amei.
Jace não esperou nem mais um segundo. Depois de tanto tempo, senti seus
braços me enlaçarem a cintura e em segundos sua boca cobria a minha, num
beijo que unia saudade, desespero, paixão, fome, tesão. Nossas línguas
dançavam juntas numa tentativa de buscar mais e mais contato. Suas mãos
corriam pelas minhas costas até meus cabelos, enroscando os dedos nos fios
próximos à minha nuca, me mantendo cativa. Mas não havia desejo de fuga.
Quando a necessidade de ar nos forçou a nos afastar, Jace colou a testa na
minha, ficando uns segundos de olhos fechados, só respirando, pesadamente.
Quando me olha, aqueles olhos azuis tão lindos, que tanta saudade senti,
estão sérios.
— Nunca mais me empurra pra longe de você, Red.
— Nunca mais...
Capítulo 18
Voltando ao Rancho dos Howell - Thanksgiving
— O que aconteceu com o Assassino? Procurei por ele nos
estacionamentos do campus...
— Você procurou por nós?
— Todos os dias...
— Minha mãe pediu pro motorista levar o carro do meu pai e trazer o
assassino pra cá no dia seguinte do seu aniversário. Ela disse que tinha
certeza de que eu não ia me livrar “daquela máquina horrorosa”. Então ela
tomou as providências pra que eu ficasse com o carro mais seguro dos que a
gente tem aqui na garagem. — Conto, rindo.
— Mas esse não é tão pequenininho quanto o outro? Mas esse carrinho
bagunça o cabelo da gente. Quando a gente chegar, vou estar assustadora...
Olho bem na cara da Red pra ver se ela estava falando sério. Caralho... Eu
amo a ingenuidade dessa mulher. Ela estava dentro do carro mais caro dos
Estados Unidos. O Bentley do meu pai deve estar custando, brincando, mais
de US $ 220 mil, o meu Porsche devia estar na casa de metade desse valor. E
ela reclamando do conversível porque bagunçou o cabelo dela e prefere o
Assassino por causa da cor. Eu amo essa mulher! Quase paro o carro no
acostamento pra roubar um beijo.
— Você é a coisa mais linda que já vi. Morro de saudades dos seus
cabelos bagunçados no meu travesseiro quando acordo de manhã.
Minha ruiva, que me fazia um carinho suave na perna, aperta minha coxa
e vejo roçar as pernas, tentando se aliviar. Porra. Jace, olhos pra frente! Não
vá causar um acidente, caralho. Calma, garoto. Hoje à noite nós vamos matar
as saudades da nossa ruivinha. Ai cacete! Não trouxe camisinhas!!! Preciso
parar numa farmácia urgentemente e...
— Eu trouxe, Jace.
— Oi?
— Você tava fazendo aquela coisa de resmungar e murmurar que faz
quando fica nervoso. Falou de camisinhas. Eu trouxe... Achei que você tava
pensando que não tinha em casa.
Porra. Aí é foda de resistir, Deus! Encosto o carro numa guinada. Red dá
até um gritinho de susto. Puxo o freio do carro e aperto o botão de
fechamento da capota do carro. Minha Ruiva fica olhando o teto do carro
fechar de olhos arregalados. Acho graça.
— Que foi, Red? Não tem botão pra fechar vidro? Por que não teria pra
fechar o teto?
— Sei lá? Por que o teto é um PEDAÇO do carro?
Tive que rir da carinha linda que ela fez. Solto o cinto dela e puxo minha
ruiva pra cima do meu colo, que imediatamente me aceita, passando uma
perna por cada lado do meu corpo encostando nossos quadris. Porra, que
saudade dessa bunda!
Minhas mãos vão quase que imediatamente para aquela maravilha da
natureza. Que começo a massagear e fazer com que minha gatinha iniciasse
um rebolado delicioso sobre meu cacete que já estava louco pra pular fora do
meu jeans. Puta que pariu! A Ruiva começa a se esfregar inteira no meu
corpo, começo a perder o controle das minhas ações. Minhas mãos
passeavam pelas costas, bunda, seios. Red gemia descontrolada em meu
ouvido, me fazendo rosnar de vontade de rasgar toda a roupa me não estava
me permitindo entrar naquela bocetinha apertada que eu tinha certeza estar
pingando de vontade.
— Jace... Por favor...
— O que você quer, Gostosa? Quer que te tome aqui na estrada? Quer
gozar gostoso pra mim?
— Por favor, Jace. Me faz gozar. Faz tanto tempo... Eu preciso de você.
— Caralho, Ruiva. Essa bocetinha é toda minha. Teu prazer é meu. Teu
gozo é meu. Quero sentir você me apertando de novo, amor.
— Sim, Jace! Sim!
Alguém lá em cima estava torcendo por nós dois, porque fez minha delícia
vir pra cá de vestido, mesmo com a temperatura mais amena... Eu espalmo
minhas mãos naquelas coxas roliças e vou subindo devagar e ao mesmo
tempo, mordiscando sua orelha, lambendo e chupando seu pescoço,
provocando gemidos cada vez mais altos da minha mulher. Eu sabia que ela
estava por muito pouco. Ergo a barra do vestido dela, enquanto ao mesmo
tempo soltava mordidas pelo ombro e colo, procurando chegar nos bicos
intumescidos daqueles seios deliciosos.
Quando meus dedos encontram o elástico de sua calcinha, Red estremece
por inteiro, como se tivesse levado um choque elétrico e solta um gemido
desesperado. Passo a ponta do indicador pela abertura de seus grandes lábios,
procurando e brincando com seu clitóris.
— Jace, me deixa gozar... Me faz gozar, Jace!
Agarro sua calcinha pelas laterais e, num forte tranco, arrebento a fraca
costura, destruindo o pobre indumentário. Minha Red solta um gemido
profundo. Olha pra baixo, mordendo o canto da boca.
— Era nova, Jace. E eu gostava dela. Foi a primeira vez que usei... — Fala
fazendo biquinho.
— Não entendo nem o porquê você trouxe calcinhas pra cá... Não vai
precisar usar...
— Jace!
— Red!
E enfio meu dedo de uma vez no canal quente e encharcado, que me
recebe como ao filho pródigo. A boceta dela me sugava num desespero tal
que parecia não querer me soltar nunca mais. Introduzo o segundo dedo,
virando a mão pra cima e apoiando o dedão sobre o grelinho que já se
mostrava duro, desesperado pra gozar. E começo a foder minha mulher com
os dedos, inclinando-os , buscando seu ponto G, ao mesmo tempo que lhe
massageava o clitóris.
Red girava os quadris e gemia, ensandecida nos meus braços. Meu pau
quase explodiu só de ver esse quadro maravilhoso que era presenciar minha
mulher tendo prazer. Porra. Hope gozando era algo pra entrar para os canais
das cenas mais eróticas do planeta. Mas só para meus olhos. Preciso do seu
sabor.
Vendo que ela ainda estava nos tremores do pós-gozo, coloco a Ruiva em
seu lugar de volta no banco do carro e, me soltando, caio de boca naquele
néctar maravilhoso que era o orgasmo da Ruiva. Quantas saudades do sabor
dessa mulher. Lambo e chupo até ela estar totalmente limpa, e me puxando
os cabelos, por estar muito sensível. Linda!
— Vamos, amor. Estão esperando por nós na Casa Grande.
— Mas e você?
Ela me pergunta, apontando para a ereção gigantesca que eu estava
portando nesse momento. Vejo seus olhos brilharem de excitação. Red já
vem com uma mão na direção do botão da minha calça, enquanto a outra me
massageia por cima do tecido. Porra, que saudades dessa mulher. Muito
rapidamente, a Ruiva já está com aquela mão pequena e macia por dentro da
minha cueca, numa punheta deliciosa.
— Jace?
— Hã? — Não sei se consigo dar respostas coerentes nesse momento.
— Você fica lindo na minha mão, te dando prazer... Assim tá bom, amor?
— Mais rápido, Ruiva. Mais forte...
— Goza pra mim, amor.
— Ruiva, eu... Ahhh.
Ela coloca a mão sobre a cabeça do meu pau, como ensinei, pra diminuir a
lambança, porque sou um lançador de porra à distância, segundo minha
ruiva. Mas agora estamos com um problema técnico. Como iremos nos
limpar? Olho para os lados e miro o porta-luvas... Será?
— Red, dá uma olhada no porta-luvas e vê se tem desses lencinhos
umedecidos...
— Achei!
”Porra, eu agora realmente não preciso dessa imagem dos meus pais
trepando dentro desse carro e a Dona Kate ser tão prevenida a ponto de
deixar estocado esses lencinhos aqui! Mas... Tá bom, vai! Não posso negar
que eles são bem úteis agora! Valeu, mãe...”
Depois de limpos, pego os lencinhos e jogo embaixo do banco do
motorista mesmo. Quando chegar no Rancho, acho uma lata de lixo e jogo
todos fora. Olho para a Hope e ela está sorrindo.
— O que foi?
— Já tinha ouvido falar de sexo de reconciliação, mas nunca achei que iria
experimentar.
— Red... Isso não foi sexo de reconciliação. Foi só amostra. Sexo de
reconciliação você vai ver mais tarde. Sem roupas e com mais espaço,
privacidade e tempo.
— Promete?
— Pode apostar nisso.
FIM... será?
Agradecimentos
Chegou o momento de agradecer!
Primeiro, gostaria de agradecer a quatro mulheres maravilhosas:
minhas Safadas do coração, que acreditaram em mim, me incentivaram e
não me deixaram parar até a Cacau Maia se tornar realidade... Obrigada,
Emile, Viviane, Aline e Layane (fiz de propósito e não coloquei em
ordem alfabética, mas não quero reclamação de nenhuma, dizendo que
tenho preferências, viu!).
Depois, quero agradecer a todas as meninas dos nossos grupos de
WhatsApp, que nos acompanham, apoiam, surtam e imploram por mais
histórias... mesmo quando acabamos de entregar uma. Nossa vida seria
mais calma, mas muito sem graça sem vocês, meus amores! Obrigada,
Enolinhas, PutiAnnes, Lolalovers, Safadas, Kengas, etc...
E preciso agradecer às minhas betas! Aos momentos de surtos, de
gargalhadas, alguns puxões de orelhas e muita, mas muita parceria...
Brigada, Emi, Lay e Vivi. Muitas cenas ficaram ótimas por causa da ajuda
de vocês. E obrigada, Enola, por apimentar alguns momentos de humor
vividos por esses dois personagens!
Preciso agradecer a Deus pelo dom da escrita. Sempre fui uma pessoa
apaixonada por livros. E só recentemente me aventurei nesse maravilhoso
e louco mundo da imaginação. Juntamente, quero agradecer a minha
família que sempre me apoiou em todas as decisões que tomei na vida,
das mais seguras às mais loucas: minha mãe, meu irmão, minha cunhada-
irmã e meus três filhos. Obrigada, meus amores. Amo cada um de vocês.
E, por último, mas não menos importante... Aliás, acho que o
agradecimento mais importante: quero agradecer a você, leitor. Pois nós,
autores escrevemos para vocês! Espero que a história do Jason e da Hope
tenha te agradado e levado sorrisos e leveza a seu coração. Se você ficou
curioso sobre a Família Howell, Dê uma olhada na história do Luke e da
Kate em “Uma Família de Natal”.
Antes de Ir
Antes de fechar o livro, não esquece de deixar sua classificação em
estrelas na Amazon e deixar sua avaliação escrita. Seus comentários, além
de ajudar outros leitores na decisão de ler ou não o livro, nos auxiliam a
entender a impressão do leitor sobre nossa escrita. A avaliação escrita é
muito importante para nós, autores independentes. Pois só assim
poderemos disputar um lugar no mercado editorial, coisa que não é fácil...
acreditem.
Se você curtiu ler essa história tanto quanto eu me diverti escrevendo,
fico muito feliz! Caso você não tenha gostado muito, eu entendo, é
impossível agradar a todos... Mas se tiver algum ponto que queira
conversar ou debater comigo, tiver sugestões, recomendações, te convido
a conhecer mais sobre a Cacau Maia!
Quer ficar por dentro das novidades?
Acesse:
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Conheça Minhas Publicações
Acho que vai gostar
Ficou curiosa sobre a Família Howell?
Deixei aqui uma pequena degustação da história dos pais do Jason,
Luke e Kate. Como se conheceram e como surgiu a história desse casal
tão apaixonado. A história deles começa num Natal. No primeiro Natal
onde Jason descobriu que sonhar é possível e a magia está ao alcance de
suas mãos, basta acreditar.
Luke, CEO de uma das maiores empresas de tecnologia da informação
dos estados Unidos, se tornou um homem frio, solitário, vazio. Ele toma
uma decisão inusitada. Dá férias coletivas na empresa e vai para o
Rancho da família, onde guarda lembranças maravilhosas de sua época de
criança.
Kate é uma mãe solteira, batalhadora, que sempre fez tudo pelo
pequeno Jason. Um dia, uma hóspede lhe dá uma informação
privilegiada: Um Rancho no interior do país estaria contratando. Ela
agarra a oportunidade com unhas e dentes, até que sai a confirmação e a
vaga de arrumadeira no Rancho fica sendo sua.
Jason é o menino, filho de Kate, que mais se encantou com a nova
casa. Nesse Natal, ele escreveu sua primeira cartinha para o Papai Noel...
nela só havia três pedidos. Dois ele já conseguiu... Qual seria o terceiro?
Não percam a história completa de Uma História de Natal. Você pode
encontrá-la na Amazon.
Um beijo e até a próxima!
Cacau Maia
Por
Cacau Maia
Prólogo
Querido diário,
Hoje começa uma nova etapa na minha vida. Uma nova página. Um
novo capítulo. Não! Um novo livro! Isso... Cheio de páginas em branco.
Deixei pra trás, toda aquela tortura, aquela cobrança, toda a dor, todo o
sofrimento. Agora somos só eu, minhas coisas, meu filho e minha gata.
Coloquei tudo dentro do carro e partimos, sem olhar pra trás.
Saímos de Phoenix, no Arizona, onde eu trabalhava num daqueles
resorts com spa moderníssimos e que atendia a alta sociedade, o
Sanctuary Mountain Resort&Spa. Nome chique para esconder um antro
de podridão. Trabalhei lá... ou melhor, cumpri minha pena lá por
incontáveis cinco anos e nove meses, ou melhor 69 meses, ou 2.098 dias.
Mas me deixa contar essa história direito...
Meu nome é Katherine Louise Hamilton. Tenho 25 anos. Oito anos
atrás, eu estava saindo da escola, fui “casada” por breves seis meses com
um cara chamado Bryan Costello. Homem lindo, alto, forte e na mesma
medida um belo de um filho da puta! O cara veio em cima de mim com
tudo, me chamando de princesa, maravilhosa, dizendo que eu era tudo
que ele queria numa mulher...
A iludida aqui acreditou no bonitão... Tinha brigado com meu pai, saí
de casa, para ir morar com ele. Deixei de ser empregada do meu pai, me
tornei do Bryan, com o grande bônus de um sexo ruim com duração de
exatos 3 minutos... Mas que acabou resultando na única coisa boa desses
seis meses: meu filho Jason! E ele é só meu mesmo, porque no momento
que soube da minha gravidez, o bonitão Costello me colocou na rua.
Coloquei o rabo entre as pernas e voltei pra casa...
Ou tentei. Porque minha vida, que já não era fácil, virou um inferno.
Meu pai me culpava de todos os infortúnios do planeta Terra. Acho que,
se houvesse um terremoto no Japão, provavelmente foi porque eu
derrubei um papel na sala. Eu engolia sapos, rãs, pererecas, matava um
leão por dia e ficava quieta. Aguentava tudo calada...
Quando Jason fez seis meses eu já não suportava mais. Porque uma
coisa é implicar comigo, outra coisa é gritar com um bebê porque ele está
chorando porque os dentes estão incomodando... Peguei meu filho, nossos
poucos pertences e partimos. Sem rumo, sem destino, mas com coragem e
disposição para melhorar.
Durante os primeiros dias, não vou negar que foi muito difícil. Mas
resistimos. Eu e Jason ficamos em um cantinho num hostel[21]. Um dia, vi
um anúncio sobre o resort, dizia necessitar de pessoas com e sem
experiência para trabalhar no hotel e spa. Apliquei e fui chamada! Pensei
que tinha tirado a sorte grande... Ledo engano. Quando chegamos, eu
fiquei como camareira durante os dias. Deixava o Jason sempre com o
pessoal da cozinha, num cercadinho. Como ele era muito bonzinho, deu
tudo certo.
O primeiro ano correu tudo bem... Mas no segundo ano, Jason
começou a andar e começou a ficar difícil. Ele é um menino muito ativo,
feliz, anseia por ajudar e mantê-lo preso foi um ato que me corroía a
alma. Um dia, ele foi pego correndo pelos jardins. E daí, as coisas
complicaram. Fui obrigada a colocá-lo na creche... E me cobravam pelo
serviço. Como o Resort era de alto luxo, meu salário nunca alcançava os
gastos que tínhamos entre acomodação, alimentação, creche...
Comecei a dobrar meu trabalho no resort. De dia, trabalhava de
arrumadeira, de noite, trabalhada no spa. Aprendi a fazer massagens,
tratar de cabelos, cortes, pele, hidratação... Tudo que eu podia, tentava
aprender e fazer. Na maioria das vezes, Jason já ia comigo porque já
estava maiorzinho e era o príncipe tanto das funcionárias quanto das
clientes. Com tantas “mães” a tomar conta e educar, Jason acabou por se
tornar um menino muito calmo, sempre disposto a ajudar às tias e
madames do spa.
Então ficamos... Eu e Jason. Até eu conseguir pagar a dívida. Toda
semana eu ia no escritório da contabilidade e olhava meus débitos... Com
o passar dos anos, vi a conta ir diminuindo, diminuindo... até que, por
fim, zerou. Agradeci aos Céus. Trabalhei lá mais seis meses pra fazer um
pezinho de meia e então, pedi demissão.
Soube através de uma das hóspedes do resort, uma moça muito bonita
chamada Madison Clarke, que era amiga do dono de um rancho que
funcionava como hotel, estava expandindo e precisando de novos
funcionários com experiência. Bom... Experiência não me faltava depois
de tantos anos trabalhando no resort como camareira e no spa como
massagista. Resolvi aplicar e mandar a ficha de inscrição. Alguns dias
depois, recebi um e-mail com a confirmação da vaga de camareira, a data
de apresentação e endereço oficial do Rancho, que ficava em Utah.
Fiz uma pesquisa rápida no mapa e vi que, pela I-15 N eu levaria cerca
de 10 horas e meia até Salt Lake City. Até Park City, que são uns 50Km
distantes, acrescentei mais uns 15 minutos. Eu iria continuar a trabalhar
como arrumadeira, só que dessa vez num rancho, mas não me importava
muito. Era um lugar onde meu filho iria poder crescer livre.
Não foi uma viagem fácil... Quase 12 horas de direção, mas valeu a
pena! A fazenda se localiza em Deer Valley, é imensa, possui um lindo
lago e rios, está nos pés da cadeia montanhosa Wasatch. A casa principal
possui 16 quartos, 4 salas, 1 sala de cinema, 1 salão de jogos, refeitório e
cozinha. Como tenho o Jason, a governanta me permitiu ficar em um
quarto na casa principal. Sinto que nossa sorte começou a mudar! Bear
Creek Ranch foi um sinal divino!
Esse vai ser um ano em que terei muito a agradecer no Dia de Ação de
Graças! E, com certeza, teremos um Natal como meu filho nunca
sonhou...
Um abraço,
Kate
Março-2022
Capítulo 1
Olho para os lados e custo acreditar na cena que meus olhos enviam
para meu cérebro: um mundo branco me dá bom dia. Começo a sorrir ao
imaginar a alegria de Jason quando vir a neve pela primeira vez. Ainda
sorrindo, dou meia-volta ao ouvir a Madame Cora me chamando.
Recolho os pratos e copos deixados nas mesas da varanda pelos hóspedes
na noite anterior e retorno para dentro da casa.
— Bom dia, Madame Cora! A senhora chamou?
— Se for como da última vez, ele fica na suíte azul e o Bob fica na
colada a dele.
— OK. Esse Bob tem quantos anos? É um amigo?
— Ele deve estar com uns quatro anos agora... E ele trata o Bob como
um filho!
— Certo! Pode ficar tranquila, Madame Cora.
— Então tá bem... — meu herói. Seis anos... quase sete já. Meu menino
estava todo feliz porque aqui ele estava indo para a escola. Já se achava
um rapazinho.
Continuei a arrumar os quartos, dando pequenas tarefas para Jason.
Ajeitar os travesseiros, Arrumar as cadeiras nos lugares, colocar as
toalhas sobre as camas... Ele cumpria as tarefas sem uma única
reclamação. Quando chegamos à suíte azul, que era a maior do Rancho e
sempre permanecia fechada, meu filho estranhou a gente entrar para
fazer a limpeza.
— Mamãe... Esse quarto não é o quarto do Patrão? O tio Paul me disse
que nesse a gente não pode entrar. —E ele colocou as mãos na cintura e
franziu a testa, em clara condenação.
— Amor, a Madame Cora mesma me mandou limpar esse e o do lado.
Parece que o Patrão está vindo pra cá nesse Natal, e ele sempre fica nesse
quarto. Exatamente por isso que eu preciso entrar, limpar e arejar o
quanto, entendeu? — Falei pra ele, com calma.
— Sabe pra quem é o quarto do lado? Pra o filho do Patrão. A Madame
Cora disse que ele tem quatro anos. O nome dele é Bob...
Meu filho me olhou com os olhos arregalados e boca aberta. Fiquei
assustada...
—O que foi, meu amor?
— Mãe... O Papai Noel leu minha cartinha! Eu não acredito! Ele vai
trazer meu segundo pedido de Natal... Eu pedi um irmão ou um
amiguinho. O filho do Patrão pode ser meu amiguinho, não pode,
mamãe? Eu posso ser como o irmão mais velho dele. — Jason falava com
os olhos brilhantes e as mãozinhas unidas. Eu me emocionei com os
pedidos do meu pequeno.
— Claro que ele pode ser seu amiguinho, meu amor. Você é um ótimo
menino e pode tomar conta do menor. Mas vamos ver se eles realmente
vêm para o Rancho, não é mesmo?
— É... Mas tenho quase certeza de que eles vêm. Porque, olha só: eu
pedi pro Papai Noel neve, tá tudo branco, eu pedi um irmãozinho ou um
amiguinho, o Patrão tá vindo com o filho... Só falta um! Mas esse é mais
difícil. Mas confio no Papai Noel.
Tive que rir da convicção no coração do meu filho. Que Deus o
conserve nessa pureza por muitos e muitos anos ainda... Voltamos para a
arrumação para depois rolar, fazer anjos na neve, guerras de bolas de
neve. Afinal, viemos de um lugar onde neve era um acontecimento raro.
Eu também estava louca pra brincar com ele lá fora, admito!
E assim, os dias foram passando, o mês de dezembro foi acabando e
nada do patrão chegar. Vi as esperanças irem se apagando do olhar de
cada membro do staff do Rancho. O único que continuava certo da
chegada dele era o Jason. Madame Cora já brincava conosco, chamando
meu menino de “pequeno oráculo”. Ele ria muito...
Quando chegamos na segunda quinzena de dezembro, o Rancho já
tinha fechado a agenda para Natal e Reveillón. Esse seria um ano em que
iríamos passar fechados para o público, pois iríamos fazer algumas
benfeitorias na casa grande e nos alojamentos: telhados, janelas e lareiras
iriam passar por um verdadeiro pente-fino. Alguns quartos seriam
renovados e o patrão iria instalar aquecimento central no salão de
convivência dos empregados. Isso agradou a todos, porque a previsão era
de um inverno rigoroso a partir de Janeiro.
As melhorias iriam ser iniciadas pela área dos empregados, o que eu
achei muito bacana da parte dele... Se preocupar primeiro com os
funcionários e depois com os quartos dos hóspedes. Foi muito bonito ver
a alegria das pessoas se reunindo, de noite, no salão quentinho, depois de
um dia de trabalho. Até nosso salão estava decorado para o Natal.
Mesmo essa não sendo uma festividade muito comemorada na cidade de
onde venho, eu e Jason curtimos muito decorar a árvore, fazer biscoitos
de gengibre com as meninas da cozinha.
Madame Cora e Sr Paul adoraram explicar para ele as histórias de
Natal, do Papai Noel. Sr Paul quem explicou para meu pequeno o porquê
de escrever a tal cartinha para o Papai Noel. Colocou-a na caixa do
correio e Jason ficou muito impressionado quando ela “desapareceu” no
outro dia. Gostaria de saber quais foram os pedidos de Natal dele...
Mesmo com todas as benfeitorias feitas no alojamento dos
funcionários, Madame Cora continuava insistindo que eu e Jason
ficássemos com ela na Casa Grande. A temperatura já havia baixado
bastante, resolvi terminar a noite de comemorações da nova sala
comunitária com Jason, pois vi que ele já tinha dificuldades de manter os
olhos abertos. Fiz sinal para Madame, mostrando que iria me retirar, ela
se ergueu para me acompanhar, como de costume.
— Madame... Não tem necessidade! Pode ficar com seus amigos. Eu e
Jason podemos ir para o casarão sozinhos.
— Não, minha filha. Está muito escuro. Você vai carregando nosso
pequeno ajudante nos braços. A neve está alta e você não tem costume de
caminhar sobre neve ou gelo. Sem discussões... Ou eu ou Paul vai te
acompanhar. Aliás, deveríamos mesmo pedir que ele venha junto. Jason
já está bem grandinho pra você levá-lo no colo.
— Está bem, Madame Cora. Sim, senhora... Mas não se preocupe em
chamar Sr Paul, eu mesma levo o Jason. Estou acostumada.
— Já te falei um milhão de vezes pra me chamar de Tia Cora quando
estivermos sozinhas, não?
— Sim, senhora!
Como de costume, demos risada, com o que já virou piada nossa. Pois
ela sabe que eu nunca vou chamá-la pelo nome e ela sempre vai me
mandar chamar pelo nome ou de tia. Um embate que sempre sairá
empatado.
Já no quarto...
— Mamãe... Em qual estrela você acha que o Papai Noel mora?
— Não sei, meu anjo. Mas por que a pergunta?
— Bom, filho... Você tem que acreditar que o Papai Noel vai achar que
você foi um bom menino e merecedor desse pedido tão difícil. Se não
vier esse ano, na próxima cartinha, faz um pedido mais fácil pro Papai
Noel trazer pra você. Lembra que ele é velhinho, né?
— Nossa, mamãe. Eu não tinha pensado nisso! Mas meu pedido não é
grande nem pesado... só é difícil mesmo. Se ele não puder, não vou ficar
triste.
— Você é um menino muito bonzinho. Boa noite, meu anjo.
[1]
As Universidades americanas oferecem habitações (dormitórios) dentro e fora do campus. São
feitos contratos anuais onde os alunos optam por quartos individuais, duplos ou coletivos.
[2]
“Oi, amigo! Muito prazer!” Em espanhol.
[3]
“Perdão, Jose. Você não fala meu idioma? Como faz com as aulas?” Em espanhol
[4]
É o equivalente ao Ensino Médio americano, mas compreende do 9 ◦ do Fundamental II ao
Terceiro Ano.
[5]
Expressão em latim utilizada para indicar alguém que não é bem-vindo.
[6]
Esse seria um sanduíche que juntava peito de frango, bacon, queijo suíço, cebola caramelizada,
jalapeños, alface e mostarda com mel.
[7]
Uppercut é um soco utilizado em várias artes marciais (boxe, kickboxing e muay thai). Esse golpe
é lançado no plano vertical, de baixo para cima, junto ao tórax do adversário em direção ao seu
queixo.
[8]
É um dos golpes mais aspirados pelos lutadores de Muay Thai, o Low Kick é o chamado “chute
baixo”.
[9]
“ Puta que pariu! Ai, caralho! Não me diga que esse bando de cornos estava tentando violentar a
garota?” – Tradução do espanhol.
[10]
É um tipo de escola particular que funciona como um internato, ou seja, o aluno fica hospedado
no campus da escola durante todo o ano letivo, só voltando para casa durante as férias.
[11]
Jason chama Hope de Red (vermelho em inglês) como uma alusão à cor de seu cabelo.
[12]
É a faixa preta em Kickboxing, nível de instrutor.
[13]
O Aquário do Pacífico (tradução do inglês) é um aquário público, situado em 5 acres em
Rainbow Harbor, Long Island.
[14]
“Sim, meu Capitão” – Traduzido do inglês.
[15]
É a refeição em que se mistura o café da manhã e o almoço, geralmente servido no final da
manhã e início da tarde.
[16]
“Babaca!” – Traduzido do espanhol.
[17]
“Sim... Eu te entendo. Mas queria poder dizer alguma coisa pra te ajudar, Guri.” – Traduzido do
espanhol.
[18]
Alumni é um termo em latim e significa “ex-alunos”. Normalmente essa palavra é usada para se
referir aos graduados ou bacharéis em determinado curso de ensino superior da universidade.
[19]
Segurança de Sistemas, Informações e Pessoas
[20]
Rhett Butler, personagem de “...E O Vento Levou”, interpretado por Clarck Gable, foi inspirado
em um banqueiro de Charleston (EUA).
[21]
Um Hostel é como um albergue, onde se paga apenas por sua cama e o restante do espaço
é compartilhado com outras pessoas desconhecidas.