Você está na página 1de 304

AVISO

A presente tradução foi efetuada por um grupo de fãs da autora, de modo


a proporcionar aos restantes fãs o acesso à obra, incentivando à posterior
aquisição. O objetivo do grupo é selecionar livros sem previsão de
publicação no Brasil, traduzindo-os de fã para fã, e disponibilizando-os aos
leitores fãs da autora, sem qualquer forma de obter lucro, seja ele direto
ou indireto.
Levamos como objetivo sério, o incentivo para os leitores fãs adquirirem as
obras, dando a conhecer os autores que, de outro modo, não poderiam ser
lidos, a não ser no idioma original, impossibilitando o conhecimento de
muitos autores desconhecidos no Brasil.
A fim de preservar os direitos autorais e contratuais de autores e editoras,
este grupo de fãs poderá, sem aviso prévio e quando entender necessário,
suspender o acesso aos livros e retirar o link de disponibilização dos
mesmos, daqueles que forem lançados por editoras brasileiras.
Todo aquele que tiver acesso à presente tradução fica ciente de que o
download se destina exclusivamente ao uso pessoal e privado, abstendo-se
de o divulgar nas redes sociais bem como tornar público o trabalho de
tradução dos grupos, sem que exista uma prévia autorização expressa dos
mesmos.
O leitor e usuário, ao acessar o livro disponibilizado responderá pelo uso
incorreto e ilícito do mesmo, eximindo este grupo de fãs de qualquer
parceria, coautoria ou coparticipação em eventual delito cometido por
aquele que, por ato ou omissão, tentar ou concretamente utilizar a
presente obra literária para obtenção de lucro direto ou indireto, nos
termos do art. 184 do código penal e lei 9.610/1998.

PROIBIDA A VENDA DESTE LIVRO.


É PARA USO GRATUITO.
DE FÃS PARA FÃS
Parceria

Lana

Tyche

Jewell Designs

Abril 2023
IVANOV CRIME FA MILY
Zoe Blake

Savage Vow

Vicious Oath

Betrayed Honor
BETRAYED HONOR
LIVRO TRÊS

SINOPSE

É meu trabalho proteger sua inocência dos homens violentamente


perigosos com os quais seus irmãos trabalham... homens como eu.

Ela era a irmãzinha protegida dos irmãos Ivanov, uma princesa da máfia
russa.

Ela era muito ingênua, muito doce, muito virginal para um monstro como
eu.

Sempre foi meu plano manter distância e vigiá-la das sombras.

Então, uma família mafiosa rival tentou sequestrá-la.

Agora farei tudo ao meu alcance para mantê-la segura, inclusive arriscar a
ira traiçoeira de seus poderosos irmãos.

Ela está em minha posse agora, e eu desafio qualquer um a tentar tirá-la


do meu lado.
Nota da Autora

Aqui está a bela canção russa que ajudou a inspirar este livro.

Dark is The Night1

Composta por Nikita Bogoslovsky

Noite escura, apenas balas estão assobiando na estepe,


Apenas o vento está uivando pelos fios telefônicos, as estrelas estão
piscando fracamente...
Na noite escura, meu amor, eu sei que você não está dormindo,
E, perto do berço de uma criança, você enxuga secretamente uma lágrima.
Como amo as profundezas de seus olhos gentis,
Como quero pressionar meus lábios neles!
Esta noite escura nos separa, meu amor,
E a estepe escura e perturbada veio para ficar entre nós.
Eu tenho fé em você, em você, minha querida.
Essa fé me protegeu das balas nesta noite escura...
Estou feliz, estou calmo na batalha mortal:
Eu sei que você vai me encontrar com amor, não importa o que aconteça.
A morte não é terrível, já a encontramos mais de uma vez na estepe
...
E agora aqui paira sobre mim mais uma vez, Você espera meu retorno,
sentada sem dormir perto de um berço,
E assim eu sei que nada acontecerá comigo!

1
Escura é a noite
(Idioma Original)

Тёмная ночь

Темная ночь только пули свистят по степи

Только ветер гудит в проводах тускло звезды мерцают

В темную ночь ты любимая знаю не спишь

И у детской кроватки тайком ты слезу утираешь

Как я люблю глубину твоих ласковых глаз

Как я хочу к ним прижаться сейчас губами

Темная ночь разделяет любимая нас

И тревожная черная степь пролегла между нами

Верю в тебя в дорогую подругу мою

Эта вера от пули меня темной ночью хранила

Радостно мне я спокоен в смертельном бою

Знаю встретишь с любовью меня что б со мной ни случилось

Смерть не страшна с ней не раз мы встречались в степи

Вот и теперь надо мною она кружится

Ты меня ждешь и у детской кроватки не спишь

И поэтому знаю со мной ничего не случится


CAPÍTULO 1
MIKHAIL

Três anos antes

— O que diabos você pensa que está fazendo?

Quando o tom afiado da minha voz cortou a escuridão fria do


escritório forrado de estantes, Nadia se virou, seus olhos azuis brilhantes
arregalados de choque. Seu braço estava suspenso no ar quando o frasco
prateado em sua mão parou pouco antes de tocar seus lábios.

O suave brilho branco azulado do luar que entrava pelas grandes


janelas iluminou seu rosto pálido. Isso deu a ela uma qualidade etérea,
como se eu tivesse assustado um belo espectro durante suas
assombrações noturnas. Os ruídos abafados de dança e risos soavam a um
mundo de distância, já que estávamos na ala mais distante da casa.

A esta distância, ninguém ouviria seus gritos de socorro.

Logo acima de seu ombro, insolentemente descansando na


cadeira de couro de seu irmão mais velho com os pés sobre a mesa,
estava um homem que não reconheci, mas não saber seu nome não me
impediria de matá-lo.

Ele abriu os braços, palmas para fora. — Relaxa! — A saliva


espumosa caiu em sua gravata de seus lábios enquanto ele pronunciava a
palavra. — Ela pode tomar um gole ou dois. É uma festa. — Ele balançou a
cabeça na direção de Nadia. O homem levou um momento para reorientar
seu olhar bêbado antes de lhe dar uma piscadela exagerada.

Era tudo que eu podia fazer para não agarrá-la em meus braços
e carregá-la fisicamente para fora do escritório.

Como ela ousa se colocar em perigo assim?

Vagando para longe de sua própria festa para tomar uma bebida
com algum homem desconhecido?

Isso não era do feitio dela.

A maioria dos convidados eram babacas em ternos baratos e


mulheres em vestidos justos cheirando a perfume ainda mais barato. Em
outras palavras, a multidão habitual de associados de negócios, dignitários
políticos e chefes do crime que se reúnem em uma festa de Ivanov. Eles
estavam todos aqui para comemorar o aniversário de Nadia. Bem, na
verdade, nenhum deles estava realmente aqui para comemorar seu
aniversário. Poucos poderiam até reconhecê-la entre meninas parecidas
com ela.

Eles estavam aqui por uma razão, e apenas uma: para se


aproximar de seus irmãos.

Cada um atraído pelo poder incontestável que a família exercia.

Cada um vindo com um sorriso falso e a palma da mão aberta,


esperando agradar e encher seus bolsos.

Cada um ignorando a convidada de honra, a aniversariante.


Não é de admirar que ela tenha saído despercebida, mas apenas
porque eu estava ocupado arrastando um bêbado que havia abordado sua
amiga Yelena pelos fundos.

No momento em que voltei, eu sabia que ela tinha ido


embora. Tornou-se um hábito ao longo dos anos sempre procurá-la. Como
chefe de segurança dos Ivanovs, tecnicamente era meu trabalho vigiá-la,
protegê-la.

Meu trabalho e meu próprio inferno particular.

Eu não tinha certeza de qual parte me irritou mais.

Que ela tinha saído sozinha quando a casa estava cheia de


estranhos. Ou que ela tinha saído com outro homem. Meus dedos se
fecharam em um punho ao meu lado.

Se eu não posso tê-la, ninguém pode.

Era uma coisa irracional e egoísta de se pensar, especialmente


porque eu nunca tinha me permitido tocá-la, mas eu não estava pensando
direito naquele momento. Algo apertou em meu peito enquanto eu
controlava um uivo primitivo - minha.

Enquanto ela se mexia sob meu olhar implacável, seus dois


dentes da frente afundaram na carne macia e gorda de seu lábio
inferior. Um adorável tique nervoso dela. Minha língua passou sobre meu
lábio como se eu pudesse sentir a doçura de cereja do brilho labial com
sabor que eu sabia que ela gostava.

Nadia abaixou a cabeça e se virou. Ela se inclinou, esticando o


braço sobre a ampla extensão da escrivaninha de carvalho polido, para
devolver o frasco ao homem. Quando ela fez isso, a borda de babados de
seu vestido floral subiu na parte de trás de suas coxas. Ela tinha a sarda
mais fofa que espreitava por trás de sua bainha, no alto da parte de trás
de sua coxa direita, logo abaixo da curva suave de sua bunda. Resisti à
vontade de inclinar a cabeça para o lado em uma tentativa juvenil de ver
sua calcinha.

Cristo.

Falando em inferno, era exatamente para lá que eu estava


indo. Seus dois irmãos seriam os únicos a me mandar para lá.

Isso era loucura. Se os irmãos dela soubessem o que eu estava


pensando, eles colocariam uma bala na minha cabeça. Meus anos de
lealdade que se danem.

O fato de Nadia finalmente ter completado dezoito anos não


importava. Ela pode ter se tornado legal para tocar, mas isso não a
tornava menos errada. Nadia era a irmãzinha protegida da família Ivanov e
a própria definição de fruto proibido. Eu não culparia Gregor e Damien por
me levarem para um de nossos armazéns fora da rede e me baterem até à
minha morte por sequer olhar para ela desse jeito.

Enquanto ela estava diante de mim, ela mexia com os pingentes


em sua pulseira de prata e divagava, — Mikhail, este é Adam. Adam
Fischer. Ele é o irmão mais velho de Peter. Você conhece o Peter, certo? O
namorado de Samara? Adam se formou vários anos antes de nós.

Fischer.
Ele não era russo. Outro golpe contra ele. Pelo menos agora eu
tinha um nome para sua lápide.

Adam ergueu seu frasco em uma saudação simulada e gritou: —


Na zdorov'ye! — Ele então tomou um longo gole.

Lancei um olhar irritado na direção de Nadia. Ela pelo menos


teve a presença de espírito de parecer envergonhada com o uso incorreto
de um brinde por Adam que a maioria dos americanos achava que os
russos usavam toda vez que tomávamos um gole de álcool.

Adam se inclinou para entregar o frasco de volta para Nadia.

— Tome outro gole, coisa doce.

Coisa doce?

Meu controle estalou. Eu avancei.

Nadia saltou para fora do caminho, um pequeno grito de medo


em seus lábios enquanto levantava os braços.

Passei por ela e bati nos pés de Adam, derrubando-os da


mesa. Meus punhos se torceram no tecido extra de seu blazer de poliéster
mal ajustado, e eu o puxei para fora da cadeira. Mesmo antes de saber
seu nome ou ouvir sua voz, eu sabia que ele não era russo. Um homem
russo jamais desgraçaria seus anfitriões vestindo o mesmo terno
amarrotado que usara no trabalho naquele dia para um evento celebrado
na casa de alguém.

Inclinei-me para perto de raspar em seu ouvido. — YA vyrvu


tebe glaznyye yabloki i zasunu ikh v tvoye degenerativnoye gorlo.
Os lábios finos de Adam se esticaram sobre os pequenos dentes
em um sorriso torto quando ele empurrou seus antebraços para cima,
então contra meus pulsos, quebrando meu aperto. — Afaste-se para que
Natalia e eu possamos nos conhecer melhor. Não se preocupe. — ele
zombou, — eu vou entregá-la a você quando eu terminar.

Uma vez que eu tinha acabado de dizer a ele que ia arrancar


seus globos oculares e enfiá-los em sua garganta degenerada, isso não
aconteceria. Depois de arrastá-lo de trás da mesa, eu me virei e o
empurrei em direção à porta.

— O nome dela é Nadia, seu pedaço de merda, e você vai tocá-


la sobre a porra do meu cadáver.

Enquanto éramos iguais em altura, cada um com mais de um


metro e oitenta de altura, eu tinha pelo menos trinta quilos de músculo
sobre ele, o que me dava uma vantagem. Isso, e o fato de eu ter sido
criado no deserto gelado e implacável da Sibéria e não em algum subúrbio
americano confortável. Embora eu soubesse que Adam não tinha nenhum
poder político e não estava ligado ao empreendimento criminoso dos
Ivanovs, ainda seria ruim se eu o tirasse da festa ensanguentado e
machucado. Contra meu melhor julgamento, eu teria que deixá-lo ir com
um aviso para nunca mais se aproximar de Nadia novamente.

Pelo menos esse era o meu plano até que ele deu um soco em
mim. Então todas as apostas foram canceladas.

Adam pegou uma estatueta de bronze de uma águia de duas


cabeças da estante próxima e abriu o braço, quase me acertando no
queixo.
Dei um passo para trás e sorri. Tirei meu paletó e o joguei sobre
a mesa atrás de mim. Lentamente circulando Adam enquanto ele
continuava a balançar e passar os braços para mim, eu arregacei as
mangas da minha camisa.

A súplica de Nadia veio atrás de mim. — Mikhail, não. É minha


culpa.

Lancei-lhe um olhar por cima do ombro e avisei: — Vou lidar


com você em um minuto.

Desta vez, quando Adam balançou a estatueta de latão, ela


escorregou de sua mão e atravessou a sala. Quase atingiu Nadia no ombro
antes de quebrar a janela atrás dela. Com um vociferado, eu puxei meu
braço direito para fora, prendendo-o sob o queixo com meu punho. Ele
cambaleou para trás. Eu bati nele de novo e de novo. Eu não dava a
mínima se ele estava bêbado. Se ele estava sóbrio o suficiente para dar
um soco, ele estava sóbrio o suficiente para levar um. A última vez que
girei, senti sua bochecha quebrar sob meus dedos. Adam caiu de joelhos,
uivando de dor enquanto segurava o rosto. Um chute rápido no maxilar
silenciou seus gritos.

Quando seu corpo caiu frouxamente no tapete persa, Ilya, um


dos meus homens, apareceu na porta. — O alarme disparou, sinalizando
uma violação.

Abaixando-me, limpei o sangue dos nós dos dedos na camisa de


Adam. Acenando com a cabeça, indiquei a janela. — Janela quebrada. —
Eu me levantei e apontei para Adam. — Senhor Fischer ultrapassou suas
boas-vindas. Por favor, acompanhe-o até a saída.
Ilya pegou Adam sob seus braços e caminhou para trás
enquanto ele arrastava seu corpo inerte em direção à porta. — Considere
feito, chefe.

Enquanto o seguia até ao limiar, instruí: — Ubedites', chto gosti


nichogo ne vidyat. — A última coisa que eu precisava era de uma cena
com os convidados da festa.

Ilya assentiu, então perguntou casualmente: — Devemos matá-


lo? — Houve um suspiro suave atrás de mim.

Ilya se assustou quando ele olhou além de mim, mais fundo no


quarto escuro. — Izvini, chefe. YA yeye tam ne videl.

Claro que ele não tinha visto Nadia. Era uma ocorrência
comum. Como a irmãzinha quieta dos grandes irmãos Ivanov, todos
frequentemente a ignoravam.

Todos menos eu.

Com pouco mais de um metro e meio de altura, Nadia nem


chegava ao meu ombro. Ela era como uma boneca viva. Ela tinha um leve
punhado de sardas sobre a ponte de seu nariz minúsculo, um delicado
arco de cupido na boca e um adorável pacote de cachos loiros
avermelhados. Cada vez que ela mordia o lábio nervosamente, eu queria
fazer coisas sombrias e perigosas com ela.

Sim, todo mundo pode olhar além dela, mas não eu.

Ela era a primeira pessoa que eu procurava quando entrava em


um quarto e a última em que pensava à noite. Toda vez que ela saía de
casa, mesmo que fosse apenas para ir à escola, eu ficava nervoso até que
ela voltasse em segurança para casa, sob meu controle. Os Ivanovs
levavam uma vida perigosa com inimigos implacáveis que podiam atacar a
qualquer momento. Nadia era uma vulnerabilidade, um ponto fraco que
seus inimigos não pensariam em explorar, mas isso nunca
aconteceria. Não no meu turno.

A regra número um na casa dos Ivanov era ninguém falar de


negócios na frente ou ao alcance da voz de Nadia. Era o desejo da família
que ela nunca tivesse conhecimento da extensão de suas atividades
criminosas. No que lhe dizia respeito, seu pai era dono de um bem-
sucedido negócio de importação e exportação que passou para seus
irmãos quando morreu. A intensa segurança que eu e minha equipe
fornecemos foi explicada por a América ser um país perigoso.

Dispensei o pedido de desculpas de Ilya. — Nada, Ilya. Prosto


delay, kak ya govoryu.

Assim que os dois se foram, ela falou, embora sua voz mal
passasse de um sussurro nervoso. — Eu deveria voltar à festa. Minha mãe
vai me procurar.

Com a palma da mão plana, empurrei a porta. Deslizei o pesado


ferrolho de latão que estava preso logo abaixo do topo da porta no lugar.

Virando-me, encarei Nadia. — Você não vai a lugar nenhum.


CAPÍTULO 2
NADIA

Mikhail não estava apenas zangado. Ele estava possesso.

Acendi minha centelha de rebeldia ao ir ao escritório com Adam,


deixando apenas uma leve baforada de fumaça e o cheiro persistente de
enxofre.

Fumaça e enxofre, sinais de alerta da aproximação do Diabo.

A julgar por sua expressão estrondosa e olhos cheios de raiva,


Mikhail se encaixava perfeitamente.

Mais cedo esta noite, eu olhei ao redor da sala para as duas


únicas amigas que eu tinha na minha festa de aniversário. Yelena estava
dançando com meu irmão Damien e parecia muito irritada. Ela geralmente
fazia questão de manter distância dele. Meu irmão a irritava do jeito
errado. Ela disse que era porque ele é de Escorpião e ela é de
Sagitário. Esses dois signos do zodíaco não foram feitos para se dar
bem. Se Yelena acreditava em alguma coisa, era no poder da astrologia.

Samara estava seguindo seu namorado Peter para fora da sala


em direção à ala dos quartos da casa. Uma inesperada pontada de ciúme
me pegou de surpresa. Eu não me ressentia de Samara por seu
namorado. Mesmo que eu não gostasse dele, eu ainda estava feliz por
ela. Eu nunca tive tanta sorte. Entre meus irmãos superprotetores super
assustadores e minha timidez, eu nunca tive um namorado.
Há também minha paixão estúpida e inútil por Mikhail, minha
mente traidora sussurrou.

Só então chamei minha atenção para alguém olhando para mim


a alguns metros de distância. Depois de capturar meu olhar, ele passeou
em minha direção. Ele era o irmão mais velho de Peter, Adam. Ele se
formou alguns anos antes de nós.

Alcançando seu blazer, ele tirou um pequeno frasco


prateado. — Quer um pouco?

Olhando ao redor, eu não podia mais ver Damien ou minha


mãe. Gregor, eu sabia, estava lá fora no pátio fumando um
charuto. Recusei-me a reconhecer que procurei Mikhail também, embora
também não o tenha visto.

Quero dizer, por que não? Eu tinha dezoito anos agora. Eu


estava cansada de sempre ser a boa garota em quem todos podiam
confiar para sentar quietamente em um canto e obedecer todas as suas
regras sem questionar. — Claro.

Virei as costas para os convidados para ficar de frente para a


parede. Agarrando o frasco de metal frio, derrubei o conteúdo em minha
boca. Eu esmaguei meus lábios e tentei conter a tosse forçando seu
caminho para fora dos meus pulmões. Eu não tive sucesso.

Um tapa forte nas minhas costas de Adam forçou uma segunda


tosse áspera. — Devagar, coisa doce.

Dei-lhe um sorriso fraco enquanto limpava uma pequena gota


de líquido do meu queixo com as costas da minha mão.
Ele torceu os ombros e também tomou um longo gole do frasco.

Ele piscou e disse: — Isso é um bom uísque.

Uísque. Então era isso que estava queimando minhas entranhas


como metal derretido na água. Minha experiência com álcool se limitava a
cerveja morna passada atrás das arquibancadas depois de um jogo de
futebol na escola e o ocasional gole de champanhe em uma festa de
família.

Balancei a cabeça e falei com a dor na minha garganta, — Sim,


bom uísque.

Ele fez um gesto com a cabeça. — Esta festa é chata. Vamos


encontrar um lugar tranquilo e nos divertir.

Eu hesitei. Nem meus irmãos nem Mikhail gostariam que eu


saísse sozinha com alguém, mesmo que fosse um convidado da minha
festa. Gregor tinha me ensinado antes do evento começar, como de
costume, que haveria sócios da família aqui e eu deveria me comportar de
acordo. Minha família muitas vezes entretinha por motivos de
negócios. Meu aniversário foi apenas uma desculpa. As regras para
quando eles se divertiam tinham sido marteladas em mim desde que eu
podia andar.

Não falar com ninguém, a menos que eles me apresentem a


eles.

Nada de ouvir conversas que não eram da minha conta.


Nada de sair do espaço principal do evento sozinha ou com
qualquer pessoa, nem mesmo para o meu quarto, sem avisar meus irmãos
ou um membro da equipe de segurança.

Nunca responda a perguntas de ninguém, por mais inocentes


que pareçam.

Dizer que minha família era superprotetora era um


eufemismo. Alguma coisa no negócio de importação e exportação sempre
significava seguranças armados patrulhando a casa. Uma vez que eles
tinham sido uma constante na minha vida desde que eu era uma
garotinha, eu apenas me acostumei com eles. Embora eu ache que o
motivo tenha mais a ver com a ascendência da minha família. Uma vez
russo, sempre russo, não importa se eu realmente nasci na América. Um
russo nunca perdeu totalmente a desconfiança daqueles ao seu redor, ou
do governo. Estava profundamente enraizado em nosso DNA.

Adam agarrou minha mão enquanto colocava a outra mão sobre


seu coração. — Vamos lá, coisa doce. Não quebre meu coração. Vamos lá.

Permitindo-me ser puxada, dei uma olhada rápida por cima do


ombro, mas não vi ninguém nos observando.

Eu deveria saber.

Mesmo quando não estava na sala, Mikhail estava sempre


observando.

Ele era tão intenso e taciturno. Não pude deixar de pensar, ou


talvez fosse apenas uma esperança, que tínhamos uma conexão, que
éramos almas gêmeas.
Eu também fiquei nas bordas externas daqueles ao meu redor,
observando em silêncio, mas raramente falando. Exceto com Mikhail, foi a
dedicação ao seu trabalho como nosso protetor que o manteve no papel
de observador silencioso. Para mim, era timidez e ser a irmãzinha invisível
dos irmãos Ivanov.

Eu não tinha a arrogância dos meus irmãos. Tudo veio tão fácil
para eles. Eles entravam em uma sala e chamavam a atenção de todos
apenas pelo poder de sua presença. Não era o mesmo para mim. Metade
do tempo as pessoas esqueciam que eu estava lá. Eu não era realmente
conhecida por ser eu. Eu era a irmãzinha de Gregor e Damien; essa era
toda a minha identidade.

Havia algo perigosamente reconfortante em permitir que outra


pessoa o defina. Eu realmente não tinha que ser minha própria
pessoa. Não havia pressão para me distinguir como inteligente ou
talentosa ou habilidosa em algo útil. Qual seria o ponto? Não importa o
que eu fizesse, eu sempre seria definida, acima de tudo, como a irmãzinha
dos irmãos Ivanov.

Mikhail tinha sido minha única paixão desde que começou a


trabalhar para meus irmãos há dois anos. Todos os garotos da escola eram
bobos e imaturos comparados a Mikhail. Ninguém poderia chegar perto
de sua presença intensa. Ele era o tipo forte e silencioso por excelência,
como Edward de Crepúsculo sem a estranha vibração de vampiro
brilhante.

Então, como uma colegial boba, eu o admirava de longe,


sabendo que nunca daria em nada. Para começar, ele era quase cinco
anos mais velho que eu. Ele provavelmente só namorava mulheres
sofisticadas. Mulheres que tinham idade suficiente para beber e tinham
seus próprios apartamentos. Eu não era ninguém para ele, apenas parte
de seu trabalho, um corpo quente que esperavam que ele protegesse.

Exceto agora, pela primeira vez, aquele olhar avassalador e


super intenso foi direcionado inteiramente para mim. Depois de me
acostumar a ser ignorada como a irmãzinha invisível dos Ivanov, de
repente me senti muito vista. Isso me fez sentir exposta e vulnerável. E se
ele achasse que eu tinha uma queda por ele? Eu literalmente morreria. Eu
precisava sair desta sala e ficar longe dele.

Dei alguns passos para trás até que a borda afiada da mesa
pressionou contra minhas coxas. Lambi meus lábios secos e tentei engolir
o medo sufocante que ameaçava fechar minha garganta. — Eu sei que
quebrei a regra sobre vagar.

Seus olhos escuros ficaram frios e duros. Suas palavras ferviam


por entre os dentes cerrados, causando um pequeno tique em sua
bochecha direita. — Você está certa pra caralho, você quebrou a regra
sobre vagar.

Eu comecei. Mikhail nunca tinha me xingado antes. Na verdade,


ele nunca tinha levantado a voz para mim. Normalmente ele mal falava
comigo, e mesmo assim, era apenas a mais simples das amenidades
educadas, bom dia e boa noite, esse tipo de coisa. Se eu não pegasse
ocasionalmente seu olhar azul me observando, eu teria imaginado que ele
não sabia que eu estava viva.
Resistindo à vontade de bater o pé, cruzei os braços sobre o
peito e retruquei defensivamente: — Não há necessidade de gritar
comigo.

Mikhail avançou em minha direção.

Com um grito, corri ao redor da mesa, tropeçando nos grossos


saltos de borracha dos meus Doc Martens quando eles se prenderam nas
fibras macias do tapete persa preto e azul royal sob meus pés. Apesar de
agora haver uma grande e sólida mesa de carvalho entre nós, eu ainda
não me sentia segura. Foi difícil processar esse pensamento.

Eu nunca me senti insegura perto de Mikhail antes, muito pelo


contrário, na verdade, mas algo mudou. Eu não conseguia explicar. Era
como se alguém tivesse acionado um interruptor. O ar estalou com a
tensão. Meu pulso disparou e minhas mãos tremiam enquanto a
adrenalina bombeava em minhas veias, como se meu corpo também
sentisse a mudança na atmosfera da sala, a mudança em nossa dinâmica,
o perigo.

Parte do problema era que ele era tão grande. Tudo nele era
descomunal, desde sua altura imponente até os músculos grossos em seus
braços. Ele era como uma estátua de sangue quente de um deus
romano. Além dele, elevando-se sobre minha estrutura muito menor, ele
também tinha a vantagem de autoridade que automaticamente vinha com
o fato de ser mais velho.

Inalando profundamente pelo nariz, ele segurou o punho direito


com a palma esquerda e lenta e metodicamente estalou os dedos. Seu
rosto bonito era todo linhas duras e bordas, de suas maçãs do rosto
afiadas a seus olhos estreitos.

O silêncio tenso na sala se estendeu.

Tudo o que eu podia ouvir era o implacável tique-taque, tique-


taque de um relógio de bronze enfiado entre alguns velhos volumes de
couro em uma prateleira atrás de mim.

Tique-taque.

Combinava com as batidas rápidas do meu coração.

Tique-taque.

Ou o tique-taque de uma bomba-relógio.

Tique-taque.

Virando minha cabeça ligeiramente, meu olhar disparou para a


porta trancada a vários metros de distância. O pesado ferrolho de metal
estava fora do meu alcance. Por que eu não podia ser alta como meus
irmãos? Ainda assim, talvez se eu batesse na porta alguém me ouviria.

Os olhos de Mikhail seguiram meu olhar. — Você nunca vai


conseguir.

— Você não pode simplesmente me manter prisioneira aqui.

— Espere pra ver.

— Isso é uma loucura. Os convidados vão notar que eu fui


embora.

— Não, eles não vão.


A verdade cruel de suas palavras perfurou meu coração. Ele
estava certo. Tanto Gregor quanto Damien pareciam preocupados com
seus próprios problemas esta noite. Minha mãe estava muito ocupada
bancando a anfitriã. Samara estava com o namorado, e Yelena
provavelmente ainda estava dançando. Eu já tinha saído há mais de meia
hora, e ninguém tinha vindo me procurar.

Ninguém exceto Mikhail.

Mikhail circulou em minha direção. Alarmada, eu me movi


também, tentando manter a mesa entre nós. Nosso jogo de gato e rato
terminou com ele de pé entre mim e a porta. Minhas botas esmagaram o
vidro quebrado da janela quando uma brisa gelada contra minhas pernas
nuas enviou um calafrio nas minhas costas. Eu podia apenas pegar o
cheiro de terra escura de fumaça de tabaco entrando na sala do lado de
fora.

Deve ter sido do charuto de Gregor. Eu poderia gritar por


socorro através da abertura no vidro irregular, mas então Gregor saberia
que eu tinha quebrado sua regra sobre vagar durante uma festa, e que eu
tinha deixado alguém entrar em seu escritório particular que então
quebrou sua janela. Ah, e bônus, que eu estava bebendo. Mesmo que
fosse apenas um gole de uísque, eu ficaria de castigo até aos vinte e um
anos, se não mais.

Baixei a cabeça. Minha única opção era tentar argumentar com


Mikhail. — Eu sei que você está bravo comigo por beber quando eu tenho
apenas dezoito anos, mas...
Mikhail colocou as mãos na superfície polida da mesa e se
inclinou. Nos últimos dois anos, eu só o tinha visto de terno ou vestido da
cabeça aos pés de preto com uma camisa térmica preta de manga
comprida e calças cargo pretas. Era a primeira vez que o via sem paletó e
com as mangas da camisa arregaçadas. Seus braços estavam cobertos de
tatuagens coloridas.

Elas eram no estilo tradicional russo Khokhloma, o que fazia


sentido. Uma das poucas coisas que eu sabia sobre Mikhail era que ele era
um órfão da Sibéria. Khokhloma era um estilo de arte popular muito
distinto daquela área da Rússia. Em seu antebraço direito em brilhantes
laranjas, vermelhos e pretos havia um grande urso de pé nas patas
traseiras cercado por intrincados redemoinhos e várias flores. À sua
esquerda estava uma Fênix em ascensão no mesmo esquema de cores em
negrito.

Parecia assustador e sexy como o inferno ao mesmo tempo. Elas


fizeram a pequena tatuagem de coração que eu tinha feito por capricho
no meu quadril no verão passado com Yelena e Samara parecer uma
pequena mancha rosa boba.

O canto de seu lábio superior se ergueu em um vociferado. —


Estou muito além de louco, kroshka.

Kroshka?

Eu devia ter ouvido ele errado. De jeito nenhum o estoico-mal-


sabe-que-estou-viva Mikhail Volkov acabou de me chamar de sua pequena
boneca, um apelido carinhoso comum para a namorada de um homem na
Rússia. Eu não acho que eu já estive sozinha com ele por tanto tempo, e
isso obviamente estava mexendo com a minha cabeça. Enquanto ninguém
estava sentindo minha falta agora, eventualmente eles trariam o bolo de
aniversário e notariam que eu tinha ido embora.

Eu tinha que sair deste lugar. Especialmente antes de deixar


escapar algo estúpido como eu acho que você é gostoso.

Esperançosamente, não chegaria a isso. Esperançosamente, eu


sairia desta sala e Mikhail voltaria a não saber que eu estava viva e
esqueceria tudo isso. Eu só teria que inventar alguma desculpa para a
janela. Isso era bastante fácil.

— Eu prometo que contarei a minha mãe e Gregor tudo sobre


isso - depois da festa. Vou receber minha punição mais tarde.

Ele se levantou em toda a sua altura. — Ah, acho que você vai
receber sua punição agora.

Meus olhos se arregalaram. Como ele ousa pensar que poderia


me punir como se eu não fosse nada mais do que uma criança mal-
comportada? Em um movimento precipitado, saí de trás da segurança da
mesa para confrontá-lo. — Você não é um dos meus irmãos, ou meu
namorado. Você não tem nenhuma autoridade sobre mim.

— O inferno que eu não tenho— ele grunhiu.

— Poshel na khuy, Mikhail! — Eu sabia que estava em apuros no


momento em que disse isso.
CAPÍTULO 3
MIKHAIL

Foda-se? Não havia nenhuma maneira que eu a ouvi


corretamente.

A última coisa que eu precisava neste momento era um


lembrete de que eu não era seu namorado e não tinha autoridade sobre
ela.

Não importa a diferença de quase cinco anos em nossas


idades. Eu nunca poderia ser mais do que empregado de seus irmãos para
ela. Isso não era sobre dinheiro. Eu tinha muito disso. Seus irmãos
pagavam bem e muitas vezes me incluiam em alguns de seus negócios
mais lucrativos. Eu tinha dezenas de milhões de dólares escondidos em
bancos ao redor do mundo.

Isso era algo muito mais importante do que dinheiro. Era sobre
família, sobre ter um nome, uma reputação, uma história. Eu não tinha
nada disso. Eu era um bastardo indesejado deixado nos degraus de
cimento frio de um orfanato nas profundezas da Sibéria. Um ninguém, e
não havia como eles permitirem que Nadia Ekaterina, da poderosa família
da máfia Ivanov, namorasse, muito menos se casasse, com um ninguém.

Mas isso não significava que eu estava bem com minha doce e
inocente Nadia dizendo foda-se para mim.
Meus olhos se estreitaram. Eu exalei uma respiração dura, em
seguida, grunhi: — O que diabos você acabou de dizer para mim?

Suas bochechas ficaram vermelhas. Ela evitou meu olhar e


sussurrou: — Você me ouviu.

Eu pulei.

Um grito curto explodiu de seus lábios quando ela se virou para


correr, mas ela não teve chance.

Eu serpenteei um braço ao redor de sua cintura e a puxei contra


mim, puxando-a para perto, a frente de seu corpo encostada no meu. O
tecido fino de seu vestido floral babydoll estava preso na minha mão na
parte inferior das costas, forçando a bainha já curta ainda mais. Com
minha outra mão espalmei sua bunda. Eu empurrei seus quadris para a
frente, deixando-a sentir o cume duro do meu pau.

Quando inclinei minha cabeça para baixo, meus lábios quase


roçando os dela, perguntei:

— Isso foi um convite?

Eu assisti enquanto seu olhar se deslocava para minha boca. Ela


tinha os mais lindos olhos azuis claros, amendoados. Eles eram da cor do
céu depois de uma tempestade de neve, azul com apenas toques de cinza.

Ela lambeu os lábios.

— Mikhail, eu...

Eu reivindiquei sua boca. Ela tinha gosto de brilho labial de


cereja e uísque. Minha língua mergulhou, não dando trégua à dela. Ela
hesitantemente sacudiu a ponta de sua língua contra a minha. A inocência
de sua resposta foi quase minha ruína. Gemendo, eu pressionei ainda
mais. Moendo minha boca contra a dela até sentir o gosto de cobre do
sangue. Isso só me estimulou.

Dois anos de desejo reprimido ganharam vida e arrebentaram


sua coleira. Eu era um homem possuído. Por muito tempo, eu tinha sido
uma sombra em sua vida, sempre me agarrando às bordas, mas nunca me
permitindo a luz de seu olhar ou sorriso. Forçando-me a sobreviver com o
menor toque acidental de sua mão ou o som de sua risada ou o cheiro de
seu perfume enquanto ela passava. Sabendo que era errado pensar nela,
sonhar com ela. Ela era muito ingênua, muito boa, para o toque de minhas
mãos sujas. Eu sabia que só iria corrompê-la. Eu nunca contei com uma
raiva primitiva ultrapassando todos os pensamentos racionais com a ideia
de outro homem tocá-la. Acho que esperei em vão que ela permanecesse
sempre doce e inocente, abrigada na fortaleza segura que construí ao
redor dela.

Esta noite, ela quebrou as regras de sua família pela primeira


vez. Vislumbrei um futuro dela como adulta, livre para fazer o que
quisesse, não mais sob minha proteção, e cada fibra do meu ser uivava em
protesto.

Eu estava arriscando o fogo do inferno, mas não dava a


mínima. Se ela estava fadada a perder sua inocência, a ser maculada pelos
males do mundo ao seu redor, então eu seria o demônio para fazê-lo.

Ela era minha, e isso era definitivo.

Avançando, eu a bati contra a estante. O impacto fez com que


várias estatuetas e alguns livros caíssem no chão. Eu movi minha mão de
sua bunda para acariciar a pele macia dela coxa antes de colocar sua
perna esquerda sob o joelho e levantá-la bem alto para embalar meu
lado. Mudei minha postura e apertei meus quadris contra seu núcleo. Sua
suavidade mal aliviou a dor pulsante enquanto meu pau se alongava.

Com a mão livre, apalpei seu seio direito através do vestido, mas
não foi suficiente. Com um grunhido, puxei o decote, rasgando o tecido na
frente até que escorregou de seu ombro. Sua pele era tão pálida, era
luminosa. Ela usava apenas um sutiã simples de algodão amarelo pastel,
cuja visão quase me deixou louco, mais do que a peça de lingerie de renda
mais cara de Paris poderia ter feito. Deslizando meus dedos sob a alça, eu
a puxei para baixo. O movimento deixou leves marcas de arranhões
avermelhados na curva de seu ombro e no topo de seu seio. Inclinei-me e
peguei um mamilo rosado perfeito como um homem faminto. Raspei a
carne delicada com os dentes enquanto a puxava mais fundo em minha
boca. Incapaz de resistir, eu mordi, não com força, mas com força
suficiente.

Nadia gritou e tentou se afastar. — Mikhail, espere... — Eu


estava muito perdido em uma névoa de luxúria e raiva para ouvir seus
gritos.

Agarrei o tecido de seu vestido e o puxei de seu ombro


direito. Agarrando seu sutiã, eu o arranquei. Não cedi até que eu expus
seus lindos seios. Eu embalei os dois em minhas mãos. Foi chocante ver a
diferença entre sua pele cremosa e sem defeitos e minhas mãos
bronzeadas e com cicatrizes de luta, a própria personificação da pura
inocência versus pecaminosidade impura.
Eu empurrei meu rosto entre seus seios e inalei o cheiro doce e
delicado de seu perfume, sabendo que minha barba iria raspar sua pele. A
ponta da minha língua saiu para lamber sua pele. Eu precisava saber se ela
tinha um gosto tão doce quanto eu imaginava. Eu puxei seu outro mamilo
em minha boca e impiedosamente o provoquei com a ponta afiada dos
meus dentes.

Suas unhas cravaram em meus ombros enquanto ela implorava:


— Por favor, Mikhail, não tão forte.

Movendo minhas duas mãos para sua cintura fina, chutei suas
pernas mais abertas até que ela ficou desequilibrada. Seu único recurso
era agarrar-se aos meus braços. Eu então lambi a coluna lisa de seu
pescoço. Eu podia sentir a batida rápida de seu coração na minha
língua. Com a ponta, tracei o concha delicada de sua orelha. Eu levantei a
bainha do que restava de seu vestido. A parte de trás dos meus dedos
acariciou o algodão quente de sua calcinha.

Tracei a costura de sua boceta através do tecido com a ponta do


meu dedo. — Você está molhada para mim, kroshka?

Sua cabeça se moveu de um lado para o outro. Seus olhos


estavam bem fechados. — Por favor, eu não... eu não posso... — ela
sussurrou, sua voz sumindo em um gemido ofegante.

Enfiei minha mão dentro de sua calcinha, espalmando-a. Meu


dedo médio empurrou entre seus lábios inferiores, buscando seu calor
úmido. Empurrando para dentro, eu me deleitei com a forma como seu
corpo se apertou ao meu redor. Minha cabeça caiu para trás quando uma
onda de desejo quase doloroso desceu pela minha espinha direto para o
meu eixo. Eu pensei naquele mesmo buraco apertado apertando em volta
do meu pau. Enfiei um segundo dedo.

Nadia ficou na ponta dos pés enquanto sua linda boca rosada se
abriu em um suspiro. — Ai! É… é…

Meus lábios beijaram o canto de sua boca. — Shhh, baby. Seja


uma boa menina e se abra para mim.

Eu a beijei novamente, combinando o impulso da minha língua


com o impulso dos meus dedos. Ela estava lisa e pronta para mim, mas
ainda muito apertada para tomar todos os nove centímetros do meu eixo
grosso.

Forcei um terceiro dedo dentro dela.

Nadia quebrou nosso beijo e gritou. Sua pequena mão desceu


para envolver inutilmente em volta do meu pulso enquanto ela
choramingava: — Pare, está doendo.

Com minha mão livre, quebrei seu aperto. Entrelaçando meus


dedos com os dela, eu levantei seu braço acima de sua cabeça e prendi-o
contra as encadernações de couro dos livros atrás dela. Sua pulseira de
prata tilintava e soava com o movimento.

Eu raspei contra seu pescoço, — É isso, baby. Pegue. Assuma a


dor.

A ponta do meu polegar rodou sobre seu clitóris, aplicando


apenas pressão suficiente para fazer seus quadris se contorcerem,
enquanto eu continuava a empurrar meus três dedos em sua boceta
apertada, abrindo-a, preparando-a. Os músculos do meu abdômen se
contraíram quando a pressão aumentou ao longo do meu eixo. — Baby,
eu não posso esperar mais. Mne nuzhno tebya trakhnut'. — Cristo, foi
verdadeiro. Eu precisava fodê-la como eu precisava da minha próxima
respiração.

Virando-me, passei um braço pela metade da mesa de Gregor,


enviando vários livros, canetas e uma pequena lâmpada ao chão.

Eu a inclinei sobre a mesa. Empurrando minha mão em seus


cachos loiros morangos macios para segurá-la, eu levantei a bainha de seu
vestido, expondo sua calcinha de algodão. Com um rápido giro da minha
mão, eu a arranquei de seu corpo.

Nadia achatou as palmas das mãos na mesa e empurrou o torso


para cima com um grito chocado, mas a pressão da minha mão a forçou a
se deitar novamente. Circulando minha palma sobre sua bunda e quadril,
eu vociferei: — Você foi uma garota má, esta noite?

Algo doente e distorcido surgiu em mim. Eu queria expressar


todas as coisas sujas que eu queria fazer com ela. Eu queria ver aquela
bochecha de anjo dela corar de horror e fascinação com a sexualidade
crua de minhas palavras. Eu queria que ela sentisse a dor do desejo e a
liberação do prazer. Eu queria tudo. Cada pedaço dela. Cada suspiro. Cada
respiro. Cada centímetro de sua pele. Cada aperto de seu corpo. Tudo
agora me pertencia.

Ela tentou me olhar por cima do ombro, mas meu aperto em


seu cabelo impediu. — O quê?

Levantando meu braço, eu trouxe a palma da minha mão para


baixo em sua bunda. O estalo de pele contra pele reverberou pela
sala. Uma marca de mão carmesim brilhante marcava sua pele perfeita. —
Você foi uma garota má?

Nadia gritou: — Oh meu Deus!

Eu a espanquei novamente. — Responda-me.

Ela chorou. — Por favor, não me bata. Isso dói.

Ignorando seus apelos, eu a espanquei duas vezes, uma em cada


bochecha. Ela saltou na ponta dos pés tanto quanto seus desajeitados Doc
Martens permitia. — Ai!

Eu empurrei minha mão entre suas pernas e provoquei seu


clitóris com a ponta do meu dedo. — Eu quero uma resposta, kroshka.

— Sim! Sim! Eu fui ruim.

Eu deslizei um dedo para dentro e o girei, querendo provocar os


nervos sensíveis bem em sua entrada apertada.

Eu puxei seu cabelo, apenas o suficiente para lhe dar uma


picada afiada. — Eu quero ouvir você dizer que você foi uma garota
má. Deixe-me ouvir essas palavras sujas dessa sua boca doce.

Deslizando a ponta da minha mão entre as bochechas de sua


bunda agora quentes, eu provoquei seu pequeno buraco enrugado com a
ponta do meu polegar.

Meu pau esticou contra o fecho da minha calça com o


pensamento de um dia levá-la lá, profundo e duro, até que ela clamou por
misericórdia.
Seu traseiro se apertou enquanto ela tentava mover seus
quadris para longe do meu toque invasivo. — Oh meu Deus! Não... não aí!

— Diz. Diga o que eu quero ouvir, e eu pararei. — eu ordenei.

— Eu fui uma menina má. — ela choramingou. Sua respiração


embaçou a superfície polida da mesa.

Eu empurrei seu vestido para cima, amarrando-o na parte


inferior das costas. Foi então que eu vi: uma pequena tatuagem de
coração rosa, no alto de seu quadril esquerdo.

— Isso é uma porra de uma tatuagem? — Eu vociferei.

Imagens dela expondo seu corpo em algum estúdio de tatuagem


decadente para ser arranhada por algum condenado degenerado
enquanto ele perfurava sua carne com sua agulha repetidamente
passavam pela minha mente. Agora não era a hora, mas cabeças iriam
rolar quando eu descobrisse quem estava guardando ela no dia em que
ela escapuliu para fazer isso.

Sua voz era aguda e tensa quando ela guinchou: — Sim.

Inclinei-me sobre seu corpo de bruços e belisquei sua orelha. —


Parece que você acabou de me dar mais um motivo para punir esse seu
rabo bonitinho.

Sua única resposta foi um gemido baixo e gutural.

Com meu joelho entre suas pernas, empurrei a parte interna de


suas coxas, abrindo-a. Baixei o zíper da minha calça e puxei meu pau
livre. Envolvendo meus dedos ao redor do eixo grosso, eu bombeei meu
punho para cima e para baixo algumas vezes para aliviar a pressão de
montagem. Eu joguei minha cabeça para trás e fechei meus olhos,
tentando controlar o desejo avassalador de bater implacavelmente em
seu corpo flexível, sabendo que se eu empurrasse em sua doce boceta
neste momento, eu poderia rasgá-la em dois.

Respirei fundo com os dentes cerrados e abri os olhos para


encontrar Nadia olhando para mim por cima do ombro. Seus olhos azuis
brilhantes estavam arregalados com lágrimas não derramadas enquanto
seu lábio inferior tremia. Eu segui seu olhar para o meu punho.

Ela estava olhando para o meu pau grande como uma virgem
assustada.

Jesus Cristo.

Uma virgem.

Eu era um monstro.

No calor da minha raiva e desejo, eu tinha esquecido que Nadia


era virgem.

A própria inocência que me atraiu para ela foi a mesma coisa


que eu deliberadamente tirei da minha mente no momento em que
minhas mãos a tocaram. Eu não a tratara melhor do que uma shluha
vokzal'naja, uma prostituta da estação de trem. Empurrando rudemente
seu corpo inexperiente em meu mundo de desejos obscuros e retorcidos
que envolviam súplica e dor como um meio de alcançar maiores
profundidades de prazer. Meu toque imundo manchou sua inocência
gentil.
Levaria apenas um impulso mais profundo dos meus dedos para
confirmar minhas suspeitas, mas não era necessário. Eu sabia no fundo
dos meus ossos que ela estava intocada. Ela estava muito protegida para
não estar. Entre o nome de sua família e a reputação feroz de seus irmãos,
Nadia nunca esteve em um encontro, muito menos teve um namorado.

Mesmo que alguém tivesse conseguido passar por nossa


segurança por tempo suficiente para chegar tão perto dela, não havia
dúvida em minha mente que eu saberia disso. Principalmente porque seus
irmãos confiariam em mim o descarte do corpo de quem ousasse tocar
sua irmãzinha.

A mesma irmãzinha que estava neste momento seminua e


curvada sobre uma mesa, pronta para eu fodê-la por trás.

Trakhni menya, sou um homem morto.


CAPÍTULO 4
NADIA

Mikhail se afastou de mim, seu olhar cheio de horror.

Ele virou as costas para mim, e eu ouvi os cliques de metal


irregular dele fechando as calças.

Empurrei a bainha do meu vestido para baixo enquanto me


endireitava, estremecendo com a leve picada quente que ainda irradiava
pela minha bunda de sua surra erótica. Puxei as alças do meu sutiã e
agarrei os restos do meu vestido enquanto observava seu ritmo agitado,
com medo de falar.

A tensão opressivamente silenciosa mais uma vez encheu a


sala. A bomba-relógio havia retornado.

Tique-taque, tique-taque.

Mikhail passou a mão pelo cabelo enquanto andava a alguns


passos de mim.

Tique-taque, tique-taque.

Eu afundei meus dentes em meu lábio inferior. Pegando meu


reflexo na janela à minha direita, eu rapidamente alisei meu cabelo, que
se tornou uma profusão de cachos rebeldes. O reflexo que olhava para
mim não era nada mais do que um fantasma pálido aquoso com olhos
anormalmente enormes e ansiosos. Embora não houvesse nenhum indício
de cor na minha imagem espelhada, eu podia sentir o calor em minhas
bochechas vermelhas.

Enquanto olhava para minhas botas, quebrei o silêncio. — Eu


sinto muito. Não sei o que fiz de errado.

Mikhail se virou e avançou em minha direção, parando a um


passo de distância. Ele levantou os dois braços como se quisesse me
alcançar, mas então parou. Seus dedos se fecharam em punhos e ele
contraiu o maxilar. — Não. Não faça isso.

Dei um passo em direção a ele, já sentindo falta de seu calor. —


Fazer o quê? Mikhail, não entendo o que aconteceu.

Sem responder, ele se virou e mais uma vez andou de um lado


para o outro.

Tique-taque, tique-taque.

Sem saber mais o que fazer, me abaixei para pegar o abajur do


chão e colocá-lo de volta na mesa. Ajoelhei-me então para recolher os
livros de contabilidade e os papéis soltos que haviam caído. Meus irmãos
seguiam o mesmo hábito peculiar de meu pai de preferir livros contábeis
físicos a um computador ou software de contabilidade. Uma vez me
ofereci para ajudar a ensinar QuickBooks ao meu pai. Achei que poderia
ser uma forma de nos unirmos se eu demonstrasse interesse nos negócios
da família. Ele apenas gritou coisas sem sentido sobre o governo poder
rastrear essas transações e elas serem descobertas no tribunal e me
mandou sair de seu escritório, enquanto resmungava sobre a inutilidade
das filhas.
Acho que era apropriado que Mikhail estivesse me rejeitando no
mesmo escritório que meu pai tinha anos atrás.

Lágrimas correram pelo meu rosto. Sentindo-me tola, eu as


limpei com as costas da minha mão, mas mais continuaram a fluir. Nesse
momento, mãos gigantescas caíram sobre meus ombros. Olhei para cima
para ver Mikhail agachado diante de mim. Ele se moveu tão
silenciosamente que eu me assustei com sua proximidade repentina.

Com seu aperto firme, ele me puxou para os meus pés. Eu tive
que inclinar minha cabeça para trás para olhar em seus olhos. Ele era tão
alto. O topo da minha cabeça mal alcançava seu ombro. Eu sempre gostei
disso nele. Passei incontáveis noites imaginando como seria simplesmente
subir e pressionar minha bochecha em seu peito enquanto seus braços
musculosos me envolviam.

Ele segurou meu rosto. Suas mãos pareciam um pouco calejadas


em comparação com a suavidade das minhas. Seus polegares varreram
minhas bochechas, enxugando as lágrimas. Havia tanta tristeza em seu
olhar. Seus olhos eram do azul safira mais brilhante que eu já tinha visto,
tão diferentes dos meus normais cinzas azulados. Isso fez seu olhar muito
mais intenso e hipnotizante. Prendi a respiração, temendo o que ele
poderia estar prestes a dizer.

— Minha doce kroshka. Minha bonequinha. Eu é que estou


arrependido. O que eu fiz é imperdoável.

Estendendo a mão, envolvi minhas mãos em torno de seus


pulsos. — Não diga isso. Eu queria isso. Eu ainda quero. Quero você!
Seu olhar caiu para o meu peito, e ele xingou baixinho. O decote
rasgado do meu vestido tinha caído em um ombro, expondo a parte
superior do meu seio. Havia o contorno tênue de uma marca de mordida e
várias marcas de arranhão vermelho vivo da cerda em seu queixo.

As pontas dos dedos dele traçaram levemente as marcas. — Eles


deveriam atirar em mim como um cachorro raivoso por fazer isso com
você. Você é pura demais para ser submetida ao toque brutal de alguém
como eu.

Eu podia sentir minha chance de finalmente estar com Mikhail


escorregando por entre meus dedos. — Não. Eu te disse. Eu queria isso.

— Você é muito jovem para saber o que quer.

— Tenho dezoito anos agora!

Mikhail baixou as mãos e deu um passo para trás. —


Exatamente. Cristo, você ainda é praticamente uma criança, e eu estava te
tratando como... como uma... foda. — Ele esfregou os olhos com a mão.

Limpei as lágrimas frescas caindo pelo meu rosto. — Achei que


isso significava que você gostava de mim.

Ele colocou a mão em volta da minha cabeça e me puxou para


perto. Eu coloquei minhas mãos em seu peito. Eu podia sentir a batida
constante de seu coração e queria desesperadamente pressionar minha
bochecha contra ela como nos meus sonhos. O cheiro picante e masculino
de sua loção pós-barba fez cócegas no meu nariz. Eu não pude deixar de
sorrir. Havia algo tão namorada-namorado em estar tão perto de um
homem que eu podia sentir o cheiro fraco de sua loção pós-barba de mais
cedo naquela manhã.

Sua cabeça mergulhou para o lado enquanto ele olhava para


minha boca. Autoconsciente, lambi meus lábios e senti as baixas vibrações
de um vociferado emanando do fundo de seu peito com a ponta dos meus
dedos. — Garotinha, gostar é uma palavra muito mansa para o que eu
sinto por você.

Exultante, eu fiquei na ponta dos pés e levantei meus braços


para envolver minhas mãos em volta de seu pescoço, querendo mais do
que tudo sentir mais uma vez sua boca na minha. Eu só tinha tido um
gostinho de como eram seus beijos e já ansiava por mais. Era tudo o que
eu imaginava que seria. A sensação de seus lábios era como quando uma
montanha-russa parou no topo de uma inclinação acentuada. Naquele
momento, eu estava aterrorizada e emocionada. Meu corpo se prepararia
para o impacto das forças G enquanto meu cérebro tentava reconciliar a
excitação que sentia por me colocar em um perigo tão mortal.

Ele quebrou nosso abraço e deu um passo deliberado para


trás. — Isso nunca pode acontecer de novo, Nadia. Você precisa entender
isso. Você é uma Ivanov. Você está destinada ao melhor.

— Não diga isso. Eu não quero melhor. Quero você. Eu am...

— Pare. — ele rugiu. — Não diga outra palavra.

Tique-taque.

— Isso é sobre meus irmãos? Eu posso falar com eles.


— Você honestamente acha que eu deixaria qualquer um, até
mesmo seus irmãos, ficarem no caminho de algo que eu queria? Não,
querida, isso não é sobre seus irmãos, mas é sobre honra. A honra de sua
família e meu senso de honra esfarrapado. Isso é sobre eu ser muito velho
e muito contaminado para alguém tão inocente e pura como você.

— Isso não é verdade!

Ele agarrou o decote do meu vestido. — Porra, Nadia. Olhe para


o seu vestido. Eu fiz isso com você. Eu rasguei você como um maldito
animal. Cristo, eu teria te levado como um também se não tivéssemos
parado.

Eu envolvi meus braços em meu peito e os apertei com força,


tentando conter os tremores que estavam atormentando meu corpo com
cada palavra fatalista que ele pronunciava. Com outra maldição
murmurada, Mikhail agarrou seu paletó descartado e o colocou sobre
meus ombros.

Ele colocou um dedo sob meu queixo para forçar meu olhar
lacrimoso para o dele. — Isso termina aqui e agora. Eu só lhe traria dor,
kroshka.

— Eu não tenho uma palavra a dizer sobre isso?

— Não, minha decisão é final. No que me diz respeito, isso


nunca aconteceu.

— Eu poderia contar aos meus irmãos.

Foi uma coisa petulante de se dizer, e me arrependi no


momento em que disse isso.
Ele assentiu sabiamente.

— Você poderia.

Nós dois sabíamos que eu não iria. Eu não era tão ingênua
quanto minha família supunha. Eu sabia que algumas coisas que eles
faziam não eram exatamente legais. Era difícil não notar que meus irmãos
eram temidos e respeitados pelas pessoas influentes que frequentemente
vinham à nossa casa. Eu tinha certeza de que eles não machucariam
Mikhail, mas eles definitivamente o demitiriam, e talvez até mesmo o
deportassem de volta para a Rússia, o que significava que eu poderia
nunca mais vê-lo.

Eu não confiava em mim para falar. Mikhail passou o braço em


volta dos meus ombros e gentilmente me guiou até à porta. Girei minha
cabeça para examinar a destruição que deixamos para trás. — E a
bagunça?

— Eu cuidarei disso. Primeiro, deixe-me cuidar de você.

Lágrimas frescas brotaram em meus olhos. Sua voz estava de


volta ao tom distante e profissional que ele sempre usava comigo. Foi-se a
voz grave cheia de paixão e necessidade.

Mikhail me escoltou para o meu quarto e esperou do lado de


fora da minha porta para eu me trocar. Quando saí, ele me examinou da
cabeça aos pés e deu um sorriso de aprovação. Caminhamos pelo longo
corredor escuro sem falar. No final, pude ver flashes de luz quente e ouvir
as risadas e a música dos convidados. Parecia que éramos viajantes
voltando de um planeta distante para a civilização.
Poderia realmente ter passado apenas uma hora? Parecia uma
vida inteira. No espaço de alguns breves minutos, vislumbrei um futuro
com Mikhail e depois o perdi. Tê-lo impiedosamente arrancado do meu
alcance, não por quem eu era, mas por quem minha família era. Não era
justo.

Paramos fora da vista dos convidados.

Tentei implorar com ele mais uma vez. — Por favor, Mikhail,
podemos pelo menos falar sobre isso?

Ele se recusou a sequer olhar para mim. — Não, isso foi um


erro. Seria melhor um que nós dois esquecer. Nunca mais falaremos
disso. Você precisa voltar para sua grande festa antes que sintam sua
falta.

Eu pressionei minha mão no centro do meu peito. Um erro. Aos


olhos dele, eu não passava de um erro. A palavra tinha causado uma
pontada física de dor. Olhei para baixo, genuinamente surpresa por não
ver sangue.

Mikhail se mexeu. Ele colocou uma mão quente no lado do meu


rosto e se inclinou para colocar um beijo casto na minha testa. — S Dnem
rozhden'ya.

Feliz Aniversário? A última coisa que eu estava tendo era um


feliz aniversário.

Fechei os olhos e me inclinei em seu toque enquanto prendia a


respiração.

Por favor.
Por favor, diga.

Apenas diga.

Por favor.

Teria me dado pelo menos um pingo de esperança. Mikhail fez


uma pausa.

Eu esperei.

Com um suspiro resignado, ele se virou e caminhou de volta


pelo corredor escuro, cada passo o afastando mais de mim.

Kroshka. Eu queria desesperadamente que ele dissesse o


apelido. Eu queria ser sua pequena boneca pelo menos mais uma
vez. Fiquei tão feliz quando ele me disse mais cedo. Se eu soubesse que
seria a última vez, eu teria saboreado. Eu a teria apertado contra meu
coração e a teria tocado repetidamente em minha mente.

Eu me virei para vê-lo ir, desejando que ele se virasse,


implorando silenciosamente em minha mente para pelo menos olhar para
trás.

Ele não olhou.

Tique, taque, bum.


CAPÍTULO 5
MIKHAIL

Voltei para a festa a tempo de ver o bolo com suas dezoito velas
acesas sendo trazidos. Os convidados se lançaram em uma versão bêbada
da canção de Gena, o Crocodilo, nossa versão de Feliz Aniversário.

Minha pobre garotinha parecia tudo menos feliz.

O brilho suave das velas deu a seus lindos olhos azul-


acinzentados uma tristeza tempestuosa.

Porra. Eu precisava parar com isso. Pensar assim me mataria, ou


pior. E sim, havia coisas piores do que a morte. Em várias ocasiões ao
longo do meu tempo com os irmãos Ivanov, eu pessoalmente fui o destino
pior do que a morte para muitos homens.

Ela não era minha.

Nunca seria ou poderia ser.

Não estaria traindo apenas seus irmãos, mas ela também. Eu


estaria me aproveitando do que provavelmente era apenas uma paixão de
colegial.

Eu flexionei minha mão antes de fechá-la em um punho. Eu


ainda podia sentir o calor de sua pele contra minha palma. Eu não podia
acreditar que eu tinha levado as coisas tão longe. Não só perdi o controle
com ela, mas também mostrei a ela um lado de mim que nunca quis que
ela visse. O lado animalesco que não queria nada mais do que jogá-la por
cima do meu ombro, arrastá-la de volta para minha caverna e fodê-la sem
sentido por dias. O lado que a queria de joelhos, implorando com os olhos
para eu permitir que ela respirasse enquanto meu pau era empurrado
profundamente em sua garganta. O lado escuro e torcido que queria que
ela chorasse por misericórdia enquanto eu impiedosamente batia em seu
rabo apertado. Minhas preferências sexuais eram muito obscuras, muito
perversas, para uma inocente como ela, e isso seria verdade mesmo se
não houvesse minha lealdade para com seus irmãos ou nossa diferença de
idade a considerar.

Eu devia tudo aos irmãos dela. Em um mundo onde apenas a


família ou conexões de gerações anteriores eram confiáveis, eles se
arriscaram em um sargento do exército arrogante com nada além de uma
garrafa barata de vodka Moskovskaya e meio maço de cigarros falsificados
em seu nome.

Balancei a cabeça.

O meu nome.

Que nome?

Mikhail Volkov?

Não era nada. Não significava nada.

Mikhail Volkov. Era isso. Nenhum nome do meio para sugerir


minha herança, porque eu não tinha nenhuma.

Volkov?

Isso nem era um sobrenome adequado.


Era o nome do orfanato em uma pequena cidade de mineração
de carvão chamada Cheremkhovo na Sibéria, onde minha mãe me
abandonou horas depois do meu nascimento, com o cordão umbilical
ainda pendurado e frio na minha barriga como se nunca tivesse sido
conectado ou até recebeu o calor ou o sangue vital de seu corpo.

Em Cheremkhovo, eu tinha duas opções: pólvora negra ou


chumbo.

Eu morreria de pulmão negro depois de uma vida desolada no


subsolo nas minas, ou poderia me tornar um soldado e arriscar a morte
por uma bala. De qualquer forma, todos os caminhos levavam a um final
confuso para uma vida inútil.

Pelo menos me juntar ao exército me tirou da Sibéria.

Ele me desembarcou na Transnístria com o 14º Exército sob a


bandeira auspiciosa de uma missão de paz. Eu estava sob o comando de
um general corrupto que vendia sistematicamente um arsenal de 42 mil
pistolas, tanques e mísseis terra-ar abandonados pela União Soviética
quase duas décadas após o colapso do regime comunista.

Lá estava eu, deitado de bruços no telhado de algum prédio


comercial abandonado, encharcado pela chuva gelada que caía em lençóis
punitivos, segurando o cano escorregadio de um rifle sniper Lobaev Arms
SVLK-14S esperando por um sinal do general. Ao meu redor não havia
nada além de prédios meio demolidos, cimento rachados e ervas
daninhas. Era o que se passava por um aeroporto na Transnístria. Aqueles
com negócios legítimos geralmente voavam pela Moldávia e depois
alugavam um carro para cruzar a fronteira disputada. Aqueles com menos
interesse em ter seus movimentos rastreados voavam diretamente para o
território em avião particular, aproveitando a antiga base aérea militar
deserta, que foi como os irmãos Ivanov chegaram naquele dia.

Minhas ordens eram simples: matar os dois homens que saíram


do avião com um tiro na cabeça.

Não questionei a ordem.

Por que questionaria?

Uma ordem era uma ordem, mesmo que viesse de um oficial


bastardo desonesto.

Embora raramente me importasse, desta vez eu sabia o nome


dos meus alvos. Eu tinha ouvido o general falando em seu escritório. Os
alvos eram Gregor e Damien Ivanov, dois nomes poderosos no comércio
de armas, que vinham da América. Este seria seu último acordo com o
general. Eles teriam mais de vinte milhões em títulos não rastreáveis, mas
o general deveria receber apenas uma pequena quantia simbólica. Eles
reservaram o resto para seu substituto, um homem que Gregor e Damien
tinham instalado, expulsando o general teimoso e imprevisível.

O imprevisível era ruim para os negócios.

Os Ivanovs não sabiam que o exército havia descoberto seus


planos. Que o general não tinha intenção de se aposentar discretamente
com apenas alguns milhões de dólares para suas dores.

Eu tive uma escolha naquele dia.

Fazer o que o general ordenou e depois me arriscar com o


próximo cara, destinado a ser sempre o grumete atrás da arma, mas não
recebendo nenhum espólio. Ou eliminar o general, arriscando uma corte
marcial e uma sentença de prisão perpétua em alguma prisão russa
esquecida por Deus se os irmãos Ivanov não mostrassem o devido apreço
por meus esforços.

Olhei pela mira do meu rifle quando a porta se abriu e os


degraus foram abaixados do avião particular dos Ivanovs. Ambos os
homens apareceram no topo. Enquanto desciam as escadas, o general
disfarçou seu sinal para mim como uma saudação a eles. Inalei um longo
suspiro e soltei-o lentamente para firmar minha mão. Meu dedo acariciou
o gatilho.

No momento certo, eu atirei. Um disparo.

Direto através do crânio do general.

Em agradecimento, Gregor e Damien me deram os vários


milhões em títulos que tinham planejado dar ao general e me contrataram
na hora.

Eles confiaram em mim seu bem mais precioso – a segurança de


sua família.

Esta noite, eu tinha traído essa confiança.

Isso nunca aconteceria novamente. Eu voltaria a observar Nadia


silenciosamente, mas nunca tocá-la. Ela seguiria em frente e encontraria
um homem digno dela, e eu faria o meu melhor para não matá-lo por
tocar no que, no fundo da minha alma, eu sabia que deveria ser meu.

Pelo menos essa tinha sido minha intenção, e mantive minha


promessa por três anos torturantes.
Então tudo mudou no dia do casamento.
CAPÍTULO 6
NADIA

Três anos depois, dias atuais.

A limusine Phantom desceu a Massachusetts Avenue em direção


à Embassy Row. Quando as altas colunas de pedra calcária branca da
Catedral de São Nicolau ficaram à vista, respirei fundo, me preparando
para o que estava por vir.

Enfiando a mão sob a saia volumosa que enchia todos nós,


apesar do espaçoso interior da limusine, Yelena afofou a crinolina por
baixo. — Eu não deixarei você sair desta limusine com um vestido de noiva
amassado. Lembra do casamento da princesa Di? Aquele lindo vestido foi
um desastre absoluto com todos aqueles vincos.

Ajudei-a a alisar o fino tule sobre o tecido de seda


champanhe. O vestido de alta costura era da coleção de noivas Snow
Crystal de Ziad Nakad. O vestido de baile de linha A estava coberto de
milhares de minúsculos cristais Swarovski e pérolas costuradas em
intrincados padrões de cristal de gelo por toda a saia e corpete. Parecia
algo que a Rainha da Neve, um personagem de conto de fadas russo
favorito da minha infância, usaria. O véu de tule de seda francês
dramaticamente longo era igualmente deslumbrante. Apenas uma mão
delicada e experiente poderia ter costurado tantos cristais em um tecido
tão transparente.
Através das janelas escuras, vislumbramos meus irmãos e
Mikhail, cada um elegantemente vestido com um smoking Ralph Lauren
personalizado, esperando por nós nos degraus da catedral logo abaixo da
enorme torre do sino, onde neste momento cinco sinos estavam tocando
um coro para saudar a chegada da noiva.

O que não podia ser visto eram os franco-atiradores no telhado


e os incontáveis homens patrulhando os terrenos da catedral com armas
sob as jaquetas. Há muito eu tinha parado de acreditar nas mentiras que
minha família me contava sobre seus negócios. Embora Gregor e Damien
não fossem completamente diretos sobre o tipo de negócio que estavam
realmente dentro, eu pelo menos agora sabia que era algo
completamente ilegal.

A notícia não me surpreendeu inteiramente. Acho que no fundo


eu sempre suspeitei, só nunca quis encarar a possibilidade. Isso me
chocou o quão pouco isso me incomodou. Acho que era meu sangue
russo. Na Rússia, havia uma linha muito tênue entre o legal e o ilegal nos
negócios. Fosse o que fosse, minha família certamente não pararia só
porque eu me opus, então realmente não havia sentido em causar um
estardalhaço. Alguns podem chamar isso de atitude passiva e fraca, mas
eu simplesmente chamei isso de fazer parte de uma família. Família era
família. Sangue era sangue, e alguns esqueletos no armário não mudariam
isso.

— Minha cabeça está girando. Eu não deveria ter tomado


aquela última dose de vodca pelo resgate — reclamou Samara. — Eu
mataria por um Cafe Mocha do McD's agora mesmo.
O resgate era uma tradição russa amada, mas caótica, que
aconteceu na casa de Gregor hoje cedo. Todos os convidados dançavam,
cantavam e riam. Eles vestiram as mulheres com véus, fingindo ser a noiva
para tentar enganar o noivo para que levasse a mulher errada para o
altar. Meus irmãos distribuíram presentes de resgate de relógios Cartier
clássicos para todos os homens e pulseiras riviera da Cartier de ouro
branco e diamantes para as mulheres.

Bandejas de biscoitos de merengue zefir rosa, branco e prata


foram distribuídos junto com outros doces como chocolates e pão de
gengibre e muito champanhe. Depois, é claro, havia a vodka e inúmeros
brindes à felicidade futura dos noivos e um casamento espetacular - isto é,
se o noivo conseguisse resgatá-la de sua família e amigos com seus
subornos.

Do lado de fora da janela, Mikhail se mexeu inquieto de um pé


para outro enquanto consultava o relógio. Ele então se inclinou para dizer
algo a Gregor, que assentiu.

— Acho que os homens estão ficando ansiosos, — eu disse.

A maior parte do planejamento deste casamento de inverno de


última hora foi toda a segurança envolvida, que caiu nos ombros de
Mikhail. Dado o negócio único da minha família, qualquer evento de alto
nível que nos tirasse do controle de uma de nossas propriedades nos
colocaria em risco. Eles chamaram reforços de Chicago. Dimitri estava
participando com sua nova noiva, Emma. Ele havia trazido pelo menos
vinte e cinco de seus próprios homens fortemente armados.
Alarmada com todas as intensas medidas de segurança, eu disse
a Gregor que deveríamos cancelar o grande casamento elaborado se
houvesse a chance de problemas e apenas ter algo pequeno e privado em
casa, mas ele recusou terminantemente.

Ele repetiu um provérbio favorito de meu pai. — Berezhonogo


Bog berezhot. — Deus mantém seguros aqueles que se mantêm
seguros. Então aqui estávamos nós, celebrando um solene sacramento
religioso cercado por armas semiautomáticas. Às vezes eu desejava ainda
ser aquela garota ingênua mantida no escuro sobre os segredos de sua
família.

Yelena se inclinou sobre o banco traseiro para olhar pela mesma


janela. — Bom. Depois do que Damien me fez ontem à noite, ele merece
esperar.

Samara estendeu a mão e enfiou um cacho errante no


intrincado coque na base do pescoço. — Eu quero todos os detalhes sujos.

Yelena se inclinou, um brilho conspiratório em seu olhar. —


Então, você sabe como temos aquele enorme chuveiro no quarto principal
com todos os chuveiros diferentes? Bem, ele realmente amarrou várias
tiras de couro em torno das duas mais altas e então...

Yelena parou e olhou para mim. Ela acenou com a mão


desdenhosa na frente de seu rosto. — Quer saber, não
importa. Dificilmente é uma história apropriada para antes de entrarmos
em uma igreja.

Um rubor subiu pelo meu pescoço e bochechas. Eu brinquei


com uma conta de cristal na minha saia. Com Yelena e Samara de volta à
minha vida, o mês passado foi incrível. Passamos incontáveis horas na
minha pequena joalheria pensando em fazer um negócio juntas. Samara
teve essa ideia maravilhosa de alugar um espaço maior em Georgetown,
onde poderíamos criar uma butique para mostrar todos os nossos
talentos. Teria as pinturas dela, os desenhos dos vestidos de Yelena e
minhas joias.

Ver as duas tão felizes com grandes planos me fez sentir como
se minha vida estivesse de alguma forma congelada. Como se eu tivesse
passado esses últimos três anos prendendo a respiração esperando que
algo acontecesse. Pela janela do carro, tive outro vislumbre de Mikhail. Ele
parecia devastadoramente bonito em seu smoking ajustado.

O celular de Yelena tocou. Ela o pegou sem olhar para a tela. —


Olá? — Ela então murmurou para nós duas, é Damien.

Podíamos ver que ele estava em seu celular andando sob a torre
do sino.

Yelena revirou os olhos. — Pare de ser um Escorpião insistente,


estamos chegando. — Ela jogou o telefone de lado e pegou a saia do
casamento, que estava entre os bancos traseiros. — Damien diz que se
não pararmos de tagarelar como colegiais, eles vão marchar aqui e nos
arrastar para fora da limusine.

Samara deu uma risadinha, depois soluçou, a vodka obviamente


tendo um efeito bêbado nela. — Eu não deixaria que Gregor me jogasse
por cima do ombro e me carregasse escada acima e pela soleira da igreja.

Com uma piscadela conspiratória, ela acrescentou: — Ele já fez


isso antes.
Yelena ofegou. — Oh meu Deus, Damien também. Sério, Nadia,
o que há com seus irmãos homens das cavernas?

Eu apenas dei de ombros, sabendo que ela realmente não


queria uma resposta minha. — Nós provavelmente deveríamos ir.

Samara segurou nossas mãos. — Só mais um segundo. É difícil


acreditar que há três anos nós corremos para caramba para evitar esse dia
e ainda assim aqui estamos! O destino pode ser uma vadia inconstante,
mas estou tão feliz que ela nos trouxe de volta. Eu amo vocês meninas.

Apertei a mão dela, então provoquei: — É melhor você não


deixar Gregor ouvir você xingando assim.

Todos nós sabíamos que Gregor odiava quando as mulheres


amaldiçoavam. Ele achava que isso as fazia soar grosseiras e pouco
femininas. Ele podia ser um neandertal antiquado em algumas coisas,
especialmente porque ele mesmo amaldiçoava uma raia azul sempre que
queria.

Samara levantou os dois braços com as palmas para fora.

— O quê? Eu disse caramba, não caral...

Ela foi interrompida quando a porta se abriu violentamente. O


rosto tempestuoso de Gregor apareceu enquanto ele espiava o interior da
limusine. Ele esbravejou: — Eu avisei.

— Não se atreva! —gritou Yelena.

Eu gritei ao mesmo tempo. — Gregor! Você vai arruinar o


vestido de noiva dela!
Ele ignorou nós duas. Alcançando o braço dela, ele a puxou para
fora da limusine e a colocou em seu ombro em um movimento suave.

Samara bateu nas costas dele — Me coloque no chão neste


instante, seu bruto!

Yelena e eu saímos do banco de trás, correndo para levantar o


véu de Samara para que ele não se arrastasse e rasgasse ao longo do
cimento áspero e sujo e da escada de pedra. Yelena chegou primeiro e
rapidamente pegou o tecido fino antes que eles o danificassem, o tempo
todo chamando Damien para controlar seu irmão.

Tentei seguir, mas a pesada saia de veludo azul marinho do meu


vestido de dama de honra me fez tropeçar quando dei os primeiros passos
de pedra. Eu tinha certeza que ia cair de joelhos, rasgando o vestido e
arruinando o intrincado padrão de estrela de gelo na frente, mas uma
mão poderosa no meu cotovelo me salvou de certo constrangimento.

Olhei para cima para ver o intenso olhar azul safira de Mikhail
em mim, então olhei para baixo para onde sua mão quente estava
tocando meu braço nu. Ele instantaneamente o removeu como se
estivesse marcado.

Abaixando a cabeça para que ele não visse as lágrimas nos meus
olhos, sussurrei: — Obrigada.

Ele apenas acenou com a cabeça em resposta, sem dizer


nada. Não que eu esperasse que ele dissesse alguma coisa. Foram três
anos disso. Três anos de silêncios de pedra e olhares desviados. Nós nunca
falamos sobre o que aconteceu no meu aniversário de dezoito anos. Na
verdade, mal havíamos falado sobre nada desde aquela noite. Era como se
uma gigantesca parede de gelo tivesse sido erguida entre nós. Ele sempre
foi dolorosamente educado e nada mais.

Antes de dar mais um passo, lembrei-me da tiara


kokoshnik. Samara não poderia se casar sem a herança de Ivanov. Era uma
tiara de franjas russa tradicional na forma de uma auréola sunburst feita
de diamantes rosa e brancos em um cenário de platina.

Eu me virei para a limusine, coloquei um joelho no banco e, em


seguida, me inclinei para alcançar ao longo do banco de trás o grosso
estojo de couro preto. Saindo da limusine, me inclinei para pegar minha
saia pesada e arrastada na outra mão, querendo evitar outro incidente de
tropeçar. Minha cabeça disparou quando a poucos metros de distância,
Mikhail agarrou um dos guardas do perímetro pelo pescoço.

— Você deu uma boa olhada, idiota? — ele vociferou.

O homem agarrou o aperto de Mikhail enquanto ele implorava:


— Sinto muito, senhor. Não acontecerá de novo.

Uma boa olhada? O que isso deveria significar? Mikhail virou a


cabeça na minha direção. Seu olhar aquecido irradiava raiva. Seguindo
seus olhos, engasguei quando percebi que meus seios estavam
praticamente saindo do decote em V do meu vestido. Devo tê-lo
empurrado para baixo com o joelho quando subi parcialmente no banco
de trás da limusine. Com o estojo de couro da tiara para cobrir, puxei o
vestido de volta no lugar.

Voltando sua atenção para o guarda cobiçoso, ele disse: — Você


está certo que não vai, ou eles nunca vão encontrar seu corpo. — Mikhail
soltou seu aperto e empurrou o homem para longe dele. — Volte para o
seu posto.

Abaixando minha cabeça, eu esperava passar correndo por


Mikhail, não atraindo mais atenção humilhante para mim. Eu não tive
tanta sorte.

Assim que eu estava quase passando por ele, sua voz severa
soou. — Nadia.

Virei a cabeça ligeiramente e olhei para ele com o canto do olho.

Ele torceu o dedo e ordenou: — Venha aqui.

Olhei melancolicamente para Samara, Yelena e os outros que


estavam sob a torre do sino rindo das palhaçadas de Gregor enquanto ele
fingia espancar Samara por mantê-lo esperando. Nenhum deles estava
prestando atenção em mim. Lentamente me virei para encarar Mikhail.

Em apenas alguns passos, ele me empurrou contra a lateral da


limusine. Colocando a palma da mão perto do teto do carro, ele se
inclinou. — Você e eu precisamos conversar um pouco sobre o que
acontecerá hoje.

Eu tive que me forçar a me concentrar no que ele estava


dizendo. Estrelas nublaram meus olhos quando eu esqueci de
respirar. Este foi o mais próximo que estivemos em anos.

Ele sempre evitou ficar sozinho comigo em uma sala e só disse o


menor número de palavras possível quando era inevitável que nos
falássemos. Isso não significava que eu não estava ciente de sua
presença. Ele estava sempre lá, no fundo, observando.
Em três anos, eu só tinha passado do primeiro encontro com um
cara uma vez. Mikhail era pior do que meus irmãos superprotetores em
assustar possíveis namorados. Eu não tinha nenhuma prova direta de que
era ele, mas tinha minhas suspeitas. Assim como eu suspeitava que eles o
envolveram em afugentar o único cara corajoso o suficiente para pedir um
segundo e então terceiro encontro. Na noite do nosso terceiro encontro,
ele nunca chegou. Na verdade, ele literalmente desapareceu da face da
terra, não respondendo a nenhum dos meus textos, ligações ou e-mails.

Eu não queria namorar aqueles outros homens; Eu queria


namorar Mikhail, mas ele deixou claro que isso nunca aconteceria. O
problema era que ele também não queria que eu namorasse mais
ninguém. Nosso relacionamento estava em um impasse estranho, e a
tensão vinha crescendo há anos. Algo tinha que mudar, e logo.

Mikhail olhou para mim, inalando uma respiração lenta e


constante como se estivesse tentando se acalmar. Nos tons suaves e
uniformes que se usaria para uma criança, ele disse: — Você não deve sair
da minha vista hoje. Você me entende?

Espere o quê?

Fiquei tão chocada com sua ordem incomum que nem respondi.

Mikhail colocou um dedo sob meu queixo e levantou meu rosto


para encontrar seu olhar. — Eu precisarei de uma resposta...

Ele fez uma pausa. Estava lá, não dito, pairando entre
nós. Kroshka. Ele quase pronunciou o apelido; Eu tinha certeza
disso. Estava na ponta da língua como se estivesse acostumado a pensar
nisso.
— Estou perfeitamente segura. Estarei com meus irmãos o dia
todo.

— As atenções de seus irmãos estão divididas. A minha não


será. Estou falando sério, Nadia. Há coisas acontecendo hoje que você não
está ciente. Homens perigosos estão aqui. Não quero você fora da minha
vista.

Ele estava sendo ridículo. Estávamos literalmente viajando com


nosso próprio exército particular agora. Suspirei. Isso era bobo. Eu estava
nervosa o suficiente para fazer parte da festa de casamento. Eu odiava
multidões e estar mesmo perto do centro das atenções. A última coisa
que eu precisava era também ser objeto da intensa consideração de
Mikhail o dia todo. Ele estava apenas nervoso porque muitos dos guardas
adicionais não faziam parte do nosso círculo íntimo habitual. Isso e o fato
de que, como chefe de segurança, era seu trabalho nos manter seguros,
embora estivéssemos no ambiente descontrolado de uma igreja
pública. Isso não era nada como as festas rigidamente controladas na casa
de Gregor.

Eu balancei a cabeça. — Você está exagerando. Nada


acontecerá.

— Isso não está em discussão. Saia da linha, e haverá


consequências. Não me teste nisso, Nadia.

Eu abri minha boca para me opor ao seu comando arrogante,


mas naquele momento, Yelena me chamou para trazer a tiara.

Encarando Mikhail, deslizei para fora de seu braço e corri para


me juntar às minhas amigas. Ele não tinha absolutamente nenhum direito
de ditar ordens para mim. Eu não era um de seus guardas subordinados, e
por causa dele, eu nem era sua namorada, então eu não tinha intenção de
obedecê-lo.

Mais tarde, lamentaria profundamente minha pequena rebelião.


CAPÍTULO 7
NADIA

Yelena puxou cuidadosamente o véu de Samara sobre sua tiara


enquanto eu ajustava seu longo vestido de noiva. Todos os convidados já
estavam esperando dentro da catedral, inclusive minha mãe. Não havia
bancos para que todos ficassem de pé durante a cerimônia de duas horas.

Yelena e Damien tomaram seus lugares logo atrás dos


noivos. Fiquei atrás deles.

Gregor se inclinou e deu um beijo na bochecha de Samara


através do véu. — Você está linda, malyshka.

Samara apertou a mão dele enquanto dizia: — Obrigada.

Ele deu-lhe uma piscadela. — Apenas lembre-se, você já é


minha esposa até que a morte nos separe, não importa o que você diga a
este arcebispo hoje.

Revirei os olhos. Tão tipicamente possessivo de Gregor. Yelena


estava certa - meus dois irmãos realmente eram homens das cavernas
quando se tratava das mulheres que amavam.

Sem olhar, pude sentir a presença de Mikhail ao meu lado.

Falando em homens das cavernas arrogantes…

Os dramáticos acordes de abertura da Marcha Nupcial de Felix


Mendelssohn filtravam-se das profundezas da catedral. Que irônico que
esta peça de música tenha sido escrita para Sonhos de uma noite de verão,
de Shakespeare, uma peça cheia de falhas de comunicação e casos de
amor atrasados como resultado de um casamento arranjado
indesejado. Seguimos apenas até à entrada da igreja, onde fomos
recebidos pelo arcebispo, parecendo majestoso em mantos dourados
bordados da cabeça aos pés.

Essa era a parte da cerimônia do casamento, onde Gregor e


Samara trocavam alianças e recebiam a bênção da igreja. O arcebispo
colocou a mão sobre as mãos unidas e recitou solenemente: — O servo de
Deus, Gregor, está noivo da Serva de Deus, Samara, em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo.

Ambos receberam velas emblemáticas da luz que os guiaria


durante o casamento. Eles então nos permitiram entrar na catedral.

Comparado com a brilhante mas fria manhã de fevereiro do lado


de fora, estava quente e sombriamente convidativo por dentro.

Entrar nesta catedral sempre me tirou o fôlego. Eles a


modelaram após a Catedral de São Demétrio de Vladimir, no século XII, de
Vladimir, na Rússia, para que tivesse toda a grandeza solene que
geralmente só era vista nas catedrais europeias. Ícones religiosos nas
paredes brilhavam à luz das velas enquanto os raios suaves de luz
iluminavam toda a pintura folheada a ouro. Os santos vestidos com
mantos de esmeralda, safira e rubis em tons de joias olhavam para baixo
de alturas impressionantes. O ar estava cheio de especiarias como o
incenso queimado com o cheiro almiscarado do olíbano, a doçura da mirra
e apenas uma pitada de sândalo terroso.
O arcebispo conduziu Gregor e Samara ao centro da igreja onde
havia uma pequena plataforma coberta por um lindo tecido de seda rosa
que havia sido bordado com minúsculas flores de camomila, a flor
nacional da Rússia, que simbolizava a realização de todos os seus sonhos e
desejos.

Como era uma superstição de longa data que a primeira pessoa


a pisar no pano seria o chefe da casa, não foi surpresa que Gregor se
aproximasse primeiro e depois estendesse a mão para Samara. Quando
Samara se juntou a ele, Yelena e eu arrumamos a sobreposição de tule
champanhe de cristal Swarovski e o drapeado de seda de seu vestido,
então tomamos nossos lugares atrás dela.

Embora devesse estar mais perto de Gregor, Mikhail


permaneceu ao meu lado. Enquanto o arcebispo entoava a litania de
orações sobre o casal, e eles decretavam seu desejo de se casar com a
congregação, tudo em que eu conseguia pensar era no homem parado
perto de mim. Não ao meu lado, não comigo, mas perto de mim, sempre
por perto e observando, mas nunca uma parte genuína da minha vida.

Um frisson de energia excitada tomou conta dos


convidados. Chegou a hora da coroação. Ao contrário da troca de alianças
em uma cerimônia americana, este era o verdadeiro momento em que se
tornaram marido e mulher aos olhos de Deus. As coroas simbolizavam
como eles seriam o rei e a rainha de seu próprio reino doméstico.

Yelena e Damien deram um passo à frente. Ambos os rostos


estavam calmos e lábios finos. Este era um momento sério, e eles teriam
um papel crucial. Cada um segurava uma das pesadas coroas de estilo
imperial sobre as cabeças de Gregor e Samara. As coroas eram adequadas
para um rei e uma rainha, feitas de ouro ornamentado com incontáveis
diamantes enormes e uma guarnição de pele de arminho.

O arcebispo recitou o Salmo 128. — Bem-aventurados todos os


que temem ao Senhor, que andam em obediência a ele.

Mikhail limpou a garganta com a frase obediência a ele. Minhas


bochechas queimaram quando eu endureci minhas costas, me recusando
a dar a ele a satisfação de até mesmo um olhar sujo.

Yelena e Damien continuaram a segurar as coroas sobre as


cabeças de Gregor e Samara enquanto o arcebispo exclamou: — Os servos
de Deus, Gregor e Samara, são coroados em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.

Enquanto Gregor e Samara bebiam três vezes da taça comum de


vinho, Yelena sussurrou para Damien: — E você queria se casar em algum
quarto lateral da casa de Dimitri, coberto de roupas ensanguentadas,
quando poderíamos ter tudo isso para o nosso casamento também.

Damien balançou a cabeça e então respondeu em um sussurro


áspero: — Eu não recebo nenhum crédito por salvar sua vida naquele dia?

Yelena deu de ombros e lançou-lhe um sorriso atrevido. —


Tecnicamente, fui eu que matei o cara e salvei você.

Ele sorriu de volta. — Apenas espere até eu te levar para casa


esta noite, pequena atrevida.

A troca lúdica fez meu coração doer. Eu queria isso. Eu queria


alguém com quem eu pudesse brincar e trocar sorrisos provocantes cheios
de promessas. Exceto não a parte sobre matar um homem. Eu posso ter
aceitado os negócios da minha família, mas isso não significa que eu
estava pronta para ir com tudo.

O arcebispo guiou Gregor e Samara ao redor da mesa cerimonial


três vezes, seguidos por Yelena e Damien segurando as coroas acima de
suas cabeças, para simbolizar seus primeiros passos de casamento sendo
guiados por Deus. Eu baixei meus olhos e inclinei minha cabeça
ligeiramente para a direita para vislumbrar Mikhail. Fiquei chocada ao vê-
lo olhando diretamente para mim.

Ele foi tão afetado pela cerimônia de casamento de Gregor e


Samara quanto eu? Pelo olhar duro em seus olhos, era difícil dizer. Mikhail
manteve suas emoções sob controle; era impossível saber o que ele
estava pensando ou sentindo.

Gregor e Samara sopraram suas velas enquanto Yelena e


Damien baixavam as coroas e as colocavam de volta em uma mesa
lateral. Todos aplaudiram quando o arcebispo deu seus parabéns. O
organista tocou Winter de Antonio Vivaldi de seu Four Seasons, outra
tradição russa. A estação escolhida sempre correspondia ao mês em que o
casal estava se casando.

Enquanto Gregor e Samara se dirigiam para a frente da igreja, a


multidão avançou. Era a mistura usual de família e amigos, associados de
negócios, elite política e parasitas. Alguns estavam genuinamente felizes
pelo casal, outros não se importavam, e outros ainda tentavam esconder
seu aborrecimento por serem forçados a ficar de pé durante toda a
cerimônia.
Rapidamente o grupo parecia mais uma multidão, enquanto as
pessoas empurravam e disputavam uma posição mais próxima do
casal. Enquanto olhava ao redor, só podia ver o topo da cabeça de Gregor
e a tiara de Samara. Yelena e Damien foram engolidos pela
multidão. Virando-me, perdi completamente de vista Mikhail. Um homem
pisou no meu vestido, me empurrando para trás. Uma mulher arranhou
meu braço com seu broche enquanto tentava passar por mim à
força. Ainda outro homem aproveitou a agonia para agarrar minha
bunda. Antes que eu pudesse gritar, um furioso Mikhail puxou a mão.

O braço poderoso de Mikhail envolveu minha cintura enquanto


ele me levantava do chão, pressionada contra seu lado. Abrindo caminho
entre a multidão, ele me carregou para a nave escura em um canto
isolado da catedral. Sua mão escorregou sobre os ícones russos dourados
antes de puxar uma alavanca escondida. Um painel secreto deslizou para
dentro. Ele agarrou minha mão e atravessou primeiro a porta em arco de
pedra, depois me guiou para a escuridão. O painel deslizou de volta no
lugar. Fomos imediatamente lançados em completa escuridão. O corredor
claramente não utilizado cheirava a umidade e mofo.

— Para onde você está me levando?

— Esta é uma saída mais segura, — ele jogou por cima do


ombro. Eu tropecei levemente em meus calcanhares sobre um
paralelepípedo solto, e ele apertou minha mão.

— Como você sabe sobre essa passagem?

— É meu trabalho saber.


Depois de alguns minutos, chegamos a um beco sem saída. Mais
uma vez, Mikhail deslizou a mão sobre a superfície áspera da parede para
encontrar alguma trava invisível. Uma mola enferrujada cedeu e uma
porta escondida se abriu. Um raio de luz iluminou a escuridão enquanto o
ar fresco e fresco invadia o espaço fechado. Mikhail abriu mais a porta e
me conduziu até à soleira. Quando emergi da escuridão, pisquei algumas
vezes para o brilhante sol de inverno até meus olhos se ajustarem. Parecia
que estávamos na parte de trás da catedral, ocultos pelas grandes árvores
e arbustos que ladeavam as colunas brancas de calcário.

Então uma sombra pairou sobre mim, bloqueando o sol.

Eu peguei minha respiração. Por mais bonito que ele parecesse


em seu smoking, ainda havia algo perigoso e indomável em Mikhail,
especialmente nas raras vezes em que me via sozinha com ele. Ele tinha
essa energia tensa sobre ele. Como se ele estivesse sempre se segurando.

Lutei para manter minha voz no mesmo tom enquanto dizia: —


Os outros vão se perguntar onde...

Ele me agarrou pela cintura e me puxou rudemente contra seu


corpo. Antes que eu pudesse emitir um som, seus lábios reivindicaram os
meus. Eu não tinha esquecido o gosto ou a sensação deles. Cada noite em
meus sonhos, eu revivia nosso encontro fatídico, que parecia uma vida
atrás. Agarrando-me a seus ombros, me rendi ao seu abraço firme. Sua
língua brincava com a minha enquanto ele me devorava, coração e alma.

Um gemido baixo retumbou em seu peito enquanto ele


aprofundava o beijo, me empurrando contra a parede de pedra aquecida
pelo sol da catedral. A pressão quase ameaçadora de seu pênis contra
meu estômago me encorajou. Mudei minha mão até que meus dedos mal
tocassem sua pele quente acima do colarinho engomado de sua
camisa. Eu tive essa noção louca que eu queria lambê-lo lá. Queria provar
o sabor salgado de sua colônia e sentir seu calor contra a ponta da minha
língua.

Ao meu leve toque, Mikhail fortaleceu seu aperto em volta da


minha cintura, me puxando ainda mais para perto. Sua mão então
deslizou para cima, acariciando minha pele, até que seus dedos estavam
enterrados em meus cachos macios, gentilmente puxando minha cabeça
para trás, me abrindo ainda mais para as demandas de seu beijo.

Ficando na ponta dos pés, eu me pressionei contra ele. Não


houve um dia em que eu não ansiasse pelo toque deste homem. Que eu
não tinha vivido para as pequenas migalhas que ele jogou em meu
caminho: um olhar roubado aqui, o toque acidental de sua mão ali, o som
do meu nome em seus lábios, não importa quão casualmente.

Sua outra mão deslizou para dentro do decote em V do meu


vestido para segurar meu seio. Eu gemi, rezando para ele beliscar meus
mamilos e causar aquele leve frisson de dor que só aumentou meu prazer
como da última vez que estivemos juntos.

Ele rudemente se separou do nosso beijo, me empurrando


impiedosamente de volta para o comprimento do braço, então deu alguns
passos para longe, seu rosto desviado.

Eu estava sendo rejeitada. Novamente.

Em vez de quente e suave, a parede de pedra atrás das minhas


costas agora parecia dura e implacável. O ar frio de fevereiro, que
momentos antes era revigorante, agora estava frio e úmido. Cruzando
meus braços sobre meu peito, esfreguei minhas mãos sobre meus ombros
expostos. Mikhail tirou sua jaqueta e a colocou em mim. Isso me lembrou
da última vez que ele colocou sua jaqueta em mim. Ele estava me
rejeitando daquela vez também.

Eu o dei de ombros. — Estou bem.

— Você está com frio.

Mesmo enquanto lutava para conter um tremor, protestei. —


Não, eu não estou. Estou bem.

Ele balançou a jaqueta em volta dos meus ombros e puxou as


lapelas. — Maldição, pare de ser tão teimosa e coloque isso.

Eu tentei quebrar seu aperto. — Eu não quero sua jaqueta. Não


quero nada de você.

— Se você não parar de lutar comigo sobre isso, kroshka, eu vou


te colocar no colo e puni-la como a criança que você está sendo.

Lágrimas brotaram em meus olhos. Furiosa, eu bati nelas com as


costas da minha mão. O movimento fez a jaqueta cair do meu ombro.

Mikhail se aproximou e puxou para cima, mais uma vez olhando


para mim. Eu não me importei. Eu estava me preocupando demais com
ele.

— Não. Você não pode me chamar de kroshka. Você não pode


me dar ordens.
Os olhos de Mikhail se estreitaram com minha explosão
desobediente. Seu maxilar contraiu quando ele deu um passo mais perto,
os braços levantados.

Eu tropecei para trás fora de seu alcance. — Não ouse me tocar!


Nunca mais me toque.

Cansei de ser rejeitada por Mikhail Volkov. Cansei de esperar


por ele. Esperando desesperadamente que um dia ele mudasse de ideia e
nos permitisse ficar juntos. Esperando que ele se importasse mais comigo
do que com sua honra e lealdade para com meus irmãos.

Três anos! Por três anos, eu tenho ansiado por esse homem,
mais se eu contasse o tempo em que eu era apenas uma adolescente
apaixonada. De muitas maneiras, eu ainda era apenas aquela adolescente
apaixonada. Minha vida parou naquele dia no escritório do meu irmão,
como se eu estivesse prendendo a respiração, esperando e desejando o
que nunca poderia ser.

Minhas amigas seguiram em frente. Elas viajaram e tiveram


aventuras. Elas agora estavam apaixonadas. Samara era casada com um
bebê a caminho e à beira de uma próspera carreira artística. Yelena estava
agendando uma viagem a Paris, onde iria estudar para sua carreira dos
sonhos na moda e onde também planejava desenhar seu próprio vestido
de noiva de alta costura para quando ela e Damien se casassem.

E o que eu tinha?

Um pequeno apartamento em cima de uma pequena joalheria,


ambas de propriedade de meus irmãos.
Sem namorado. Nenhuma grande paixão. Nada de aventuras
emocionantes.

Mikhail deu um passo à frente novamente, sua intenção clara


quando ele estendeu a mão para mim. — Garotinha, precisamos
conversar sobre...

Sem tomar a decisão consciente de fazê-lo, meu braço


balançou. Minha palma aberta deu um tapa forte na bochecha dele. A
sinistra rachadura de pele contra pele parecia ecoar ao redor do recinto
isolado. Cobri minha boca com a mão, sufocando um suspiro. Eu não
podia acreditar que tinha acabado de bater em Mikhail. — Oh meu Deus,
Mikhail! Eu não queria... me desculpe... eu só...

Mikhail parou e baixou as mãos. — Não, você está certa. Eu não


deveria ter te beijado. Eu não deveria ter... tocado em você. Eu quebrei
minha promessa para você. Sinto muito, krosh... sinto muito, Nadia. Você
tem minha palavra, isso nunca acontecerá novamente.

Meu coração se partiu.

No fundo eu queria que ele protestasse, gritasse e se


enfurecesse. Eu queria que ele me agarrasse pelos ombros, me puxasse
para perto e proclamasse que eu era sua mulher, e ele me tocaria sempre
que quisesse. Com uma risada interior triste, percebi que queria o que
Samara e Yelena tinham. Eu queria um homem das cavernas possessivo
que desafiasse o mundo me jogando por cima do ombro e me levando
embora. Eu queria alguém que lutasse contra as probabilidades e meus
irmãos poderosos estivessem comigo.

Eu queria que alguém me amasse.


Finalmente percebi que Mikhail não era aquele homem.

Enquanto as lágrimas caíam, tirei sua jaqueta e entreguei a ele.

Desta vez ele não protestou.

Tinha acabado.

Embora, a amarga ironia era, como poderia terminar algo que


nunca tinha realmente começado? Independentemente disso, era hora de
seguir em frente. Era hora de crescer e deixar minha paixão boba de
colegial para trás.

Desta vez foi ele quem me viu ir embora.

Levou cada fibra do meu ser, mas me recusei a olhar para trás.
CAPÍTULO 8
MIKHAIL

Só mais alguns andares... Eu só precisava manter minha merda


em ordem por mais alguns andares.

Eu inalei e tentei acalmar a tempestade crescente dentro de


mim. Concentrei-me nos números iluminados esbranquiçados enquanto
eles mudavam da garagem do porão para pular os vinte andares ímpares
para a cobertura enquanto o elevador privado ganhava velocidade.

Depois de entrar em minha casa, joguei as chaves em um


console lateral de mármore preto. Ignorando a escada curva de pedra
calcária francesa, as molduras de jacarandá esculpidas e detalhes em
prata de lei, fui direto para a cozinha.

A cobertura inteira foi mobiliada com o que há de mais moderno


em um estilo elegante e moderno. Havia as pinturas obrigatórias de telas
brancas salpicadas de cores vivas e o ocasional vaso ou livro de mesa
sobre arte ou fotografia. Tudo estava limpo e em ordem, sem um pingo de
personalidade. Não havia fotos do meu tempo nas forças armadas ou
caixas de sombra de todas as minhas medalhas ou uma bandeira dobrada
de um camarada caído. Nada de livros ou CDs. Nada para dar mesmo a
menor dica sobre a minha vida.

Era vazio, frio e utilitário, assim como a minha vida.


Abrindo a geladeira, peguei uma cerveja Nevskoe Imperial e
rasguei a tampa embrulhada em folha de ouro. Joguei a tampa de metal
na pia e caminhei até à parede de janelas do chão ao teto com vista para a
orla de Georgetown e o Rio Potomac. Era uma vista magnífica, que
raramente apreciava.

Olhando para a escuridão do inverno da manhã, encontrei o rio


escuro ainda com apenas uma ondulação ocasional em sua superfície
vítrea. Pequenas luzes cintilantes se apagam uma a uma, enquanto os
vários bares da faculdade e os pubs ao longo da M Street fecharam
durante a noite. Era aquela estranha hora etérea do dia, não mais à noite,
mas não exatamente ao amanhecer.

Tomei um longo gole de cerveja. A picada fria do lúpulo amargo


combinava com meu humor.

Dando um passo para trás, levantei meu braço e joguei a garrafa


ainda cheia direto na janela. Cacos marrons de vidro caíram em cascata no
chão de carvalho polido enquanto espuma espessa cobria as rachaduras
de estrelas na janela antes de deslizar para baixo para se acumular em
uma poça âmbar aos meus pés.

Eu a perdi hoje.

A mulher em quem eu pensava a cada momento, obcecado por


sua felicidade e segurança. A mulher que eu não conseguia imaginar não
estar na minha vida, mesmo que isso significasse observar de fora para
dentro. A mulher que eu amava.

Ela se foi.
Ela nunca foi realmente minha para perder, mas isso não me
impediu de desencorajar qualquer homem que tentasse sair com
ela. Como um bastardo egoísta, eu me recusei a reivindicá-la como minha,
mas também me recusei a permitir o privilégio de qualquer outra
pessoa. Cheguei a ameaçar matar o único homem que ousou convidá-la
para um terceiro encontro, fazendo-o sair do Distrito e nunca mais entrar
em contato com ela.

Eu a tinha forçado a viver nesse espaço perpétuo de afeto


suspenso. Tratando-a como um bem precioso demais para ser tocado,
vulnerável demais para não ser trancado atrás de muros altos e guardas
armados que eu controlava. Porra, eu até argumentei contra ela ter seu
próprio apartamento e deixar a segurança da casa de seu irmão, sabendo
que isso levaria a mais independência e enfraqueceria meu domínio sobre
ela.

Hoje, quando estávamos naquela catedral, vendo o irmão dela


se casar, algo dentro de mim quebrou. Não pude deixar de pensar que
bela noiva Nadia daria. Eu podia imaginar sua barriga inchada com nosso
filho. Eu estava vendo uma vida que eu sabia que não deveria nem ousar
querer se desenrolar diante dos meus olhos e, Deus me perdoe, eu
queria. Eu a queria.

Incapaz de resistir por mais tempo, eu a peguei para


mim. Segurei-a em meus braços e finalmente reivindiquei aqueles lábios
macios que assombraram meus sonhos. O som de seus gemidos enquanto
ela se agarrava a mim quase me teve rasgando o fecho da minha calça
para libertar meu pau. Eu era um homem possuído, pronto para tentar o
inferno transando com ela contra as paredes sagradas de uma igreja.

Quando me forcei a soltá-la, pude ver algo morrer dentro de


seus olhos azuis brilhantes. Uma faísca desapareceu. Esperança
morreu. Eu tinha feito isso. Eu tinha matado aquela linda luz em seus
olhos.

Então, pelo resto da noite, eu tive que assistir enquanto ela


flertava e dançava com um convidado após o outro no casamento. Eu
sabia o que ela estava fazendo. Ela estava me
provocando. Deliberadamente tentando me machucar como eu a havia
machucado. Tinha funcionado. Fiz tudo que o podia para não sacar minha
arma e atirar em cada um deles entre os olhos por sequer ousar olhar
para ela, muito menos tocá-la.

Foi um alívio quando ela se retirou cedo para seu quarto.

Tínhamos decidido antes do casamento que o plano de


segurança mais seguro seria que a família imediata ficasse na casa de
Gregor pelo resto do fim de semana até que os participantes ainda mais
questionáveis voltassem para seus países. Não seria um grande
sofrimento para a família; Gregor possuía uma casa de doze quartos. Pelo
menos eu sabia que Nadia não ousaria levar seus flertes de vingança
muito longe sob o teto dele. Por enquanto, ela estava segura na cama em
um dos quartos de hóspedes.

Os casamentos eram uma excelente cobertura para fazer


negócios ilícitos. Sempre fora uma tradição de Ivanov conduzir tais
negócios nessas ocasiões, e o próprio casamento de Gregor não seria
exceção. Três dignitários rivais do terceiro mundo chegaram como
convidados, com a intenção de aumentar seus arsenais uns contra os
outros. Foi por causa deles e de outros parceiros de negócios obscuros
que tivemos que reforçar a segurança. Teria sido um insulto não convidá-
los para o casamento do chefe da família criminosa Ivanov, mas isso não
significava que fossem convidados desejados. Quanto mais cedo eles
saíssem, melhor.

Havia também o problema não resolvido com os


Novikoffs. Gregor estava preocupado que eles ainda pudessem tentar
causar problemas, apesar de uma visão confirmada de seu patriarca Egor
em Moscou ontem. Felizmente, o casamento aconteceu sem problemas.

Virei-me para pegar outra cerveja e parei. Algo picou no fundo


da minha mente.

Seguramente na cama em um quarto de hóspedes?

Seria possível depois de uma noite inteira tentando


deliberadamente me atrair dançando com outros homens, ela tinha
acabado de cair na cama como uma boa menina?

Porra.

Eu bati minha palma contra um botão parcialmente obscurecido


que controlava um painel escondido na sala de estar. Uma porta
deslizante escondida atrás do sofá se abriu silenciosamente. Quando
comprei a cobertura, fiz algumas modificações na planta baixa. Fazendo o
trabalho manual eu mesmo, para que não houvesse licenças ou
testemunhas, eu havia selado um dos quartos extras. Agora, a única
maneira de entrar no espaço era por uma pequena porta que eu havia
cortado na parede atrás do sofá. Depois de empurrar os móveis para o
lado, me abaixei e deslizei para dentro.

Dediquei metade da sala a uma pequena seleção de revólveres:


uma SIG Sauer P220, Para 1911 GI Expert, uma M1911 personalizada com
supressor e uma Smith & Wesson 629 com luz de arma. Para maior poder
de fogo, eu tinha uma Glock 17 equipada com um sistema CornerShot e,
claro, uma Heckler & Koch MP5K. Estes eram apenas para acesso
rápido. As coisas reais, como o Browning M2Hb e o lançador de foguetes
Type 69, eu mantive em um contêiner de armazenamento seguro, mas
indescritível, na Virgínia.

A outra metade da sala era dominada por três grandes telas de


computador. Eu os conectei a um 8Pack OrionX. Com um processador
incrivelmente rápido e placa-mãe de última geração, os designers o
construíram para acomodar as altas necessidades gráficas de vídeo dos
jogadores, o que o tornou ideal para o tipo de software de vigilância que
eu usava. Depois que eu digitei o código de treze dígitos, o computador
zumbiu para a vida.

Trabalhando fora de seus protocolos padrão, o computador


imediatamente trouxe meu projeto de vigilância prioritário: codinome
Kroshka.

Enquanto as telas ganhavam vida, examinei os muitos ângulos


de câmera.

Seus irmãos sabiam da minha vigilância. Nadia não. Eu tinha


certeza que ela ficaria mais louca do que o inferno se ela soubesse que
estávamos cuidando dela, mesmo depois que ela deixou a casa de seu
irmão. Ela queria sua independência e ter este pequeno apartamento lhe
deu uma sensação disso. Mas isso não significa que eu parei de protegê-
la. Eu nunca deixaria de protegê-la.

Eu não era um idiota completo sobre isso. Eu tinha câmeras em


toda a joalheria e na área de trabalho dos fundos, na entrada e nas
saídas. Ao lado da rua da frente e área de estacionamento nos
fundos. Todos os pontos quentes de segurança. Todo o resto estava fora
dos limites, incluindo todo o seu apartamento. Embora, mesmo com
aqueles ângulos de câmera limitados, eu ainda tivesse aprendido muito
sobre ela.

Como ela se enrolava como uma gatinha sempre que adormecia


naquele velho sofá de segunda mão ao lado de sua bancada de trabalho
que ela adorava. Como ela enrolava o cabelo quando estava nervosa ou
tentando se concentrar. A maneira como ela torcia o nariz quando uma
peça de joalheria em que estava trabalhando não estava
cooperando. Como ela corava quando um cliente elogiava seus designs.

Ansioso, cliquei no comando para passar pelas várias telas de


segurança.

Tudo parecia quieto.

Seu celular estava conectado na pequena prateleira perto da


caixa registradora.

Isso significava que ela estava em algum lugar na propriedade,


não na casa de seu irmão como deveria estar. A tela do celular estava
escura. Como ela costumava tocar música sempre que estava em casa ou
na joalheria, presumi que a bateria estava descarregada.
Continuei a clicar nas telas de segurança, procurando por ela. Se
eu não colocasse os olhos nela, significava que ela estava em seu
apartamento. De qualquer forma, eu iria até lá e arrastá-la de volta para a
casa de seu irmão.

Finalmente, eu a encontrei.

Ela havia trocado seu vestido de dama de honra por um de seus


vestidos babydoll com um par de Doc Martens rosa brilhante. Ela estava
sozinha, mexendo em algo em sua bancada.

Mudei para a próxima tela, que mostrava o lado de fora de sua


joalheria.

Eu assisti quando um grande SUV sem placas parou. Três


homens vestidos de preto saíram. Dois tinham máscaras de esqui no
rosto, e um deles estava enfiando uma arma na cintura.

Porra.

Ela estava completamente inconsciente do perigo que se


aproximava. Sem acesso ao celular e sem telefone fixo, não tinha como
avisá-la para sair.

Eu estava na garagem e atrás do volante do meu SUV Maserati


Levante em menos de dois minutos. Levaria três minutos excruciantes
para chegar a Nadia. Graças a Deus ela estava a apenas dois quarteirões
de distância em uma pequena rua lateral entre M e Prospect. O
congestionamento de tráfego habitual de Washington seria inexistente a
esta hora da manhã. Eu também sabia que nenhum policial distrital
ousaria me parar. Eles conheciam meu carro e eram bem pagos para fazer
vista grossa.

Eu bati no volante com meu punho.

Porra.

Eu tinha sido um bastardo e um tolo. Maldita seja a honra. O


tempo para ficar em segundo plano e observar Nadia de longe havia
acabado. Eu finalmente iria reivindicá-la como minha.
CAPÍTULO 9
NADIA

Eu tinha feito papel de boba esta noite.

Enrolei a argila de prata entre as palmas das mãos, aquecendo-


a. Alcançando um molde de coração, pressionei a argila na fina estrutura
de metal parecida com um cortador de biscoito. O salto da minha bota
escorregou do apoio para os pés do meu banquinho. Meus pés pareciam
desajeitados e pesados no meu habitual Doc Martens depois de passar o
dia em saltos altos de tiras. No meu humor sentimental, tomei isso como
um sinal de que deveria estar deixando meu antigo eu para trás. Eu usava
vestidos babydoll e Doc Martens desde a adolescência. Talvez fosse hora
de não apenas desistir da minha paixão de colegial, mas também do meu
jeito de colegial.

Minha paixão de colegial.

O champanhe que eu tinha bebido mais cedo azedou quando


meu estômago se revirou.

Eu realmente acreditava que Mikhail era apenas uma paixão


sem sentido?

Importava o que eu acreditava?

Mikhail não ia mudar de ideia sobre nós. Ele havia tomado a


decisão há muito tempo, sem sequer me permitir uma opinião sobre o
assunto.
Eu balancei a cabeça enquanto fechava minha mão em punho e
batia na argila de prata esterlina, empurrando-a no molde com mais força
do que o necessário. Amanhã eu ficaria triste com a morte de minhas
esperanças de um relacionamento com Mikhail, mas esta noite eu ainda
estava com raiva.

Ele me rejeitou... de novo.

E como uma idiota tentei deixá-lo com ciúmes na festa após o


casamento. Dançando com qualquer homem que pedisse, bebendo
champanhe, rindo muito alto a cada comentário ou piada.

Foi uma perda de tempo.

Eu não o peguei olhando em minha direção uma vez. Ele não se


importou.

Peguei uma faca e a ergui sobre o amuleto do coração antes de


fazer marcas de corte profundo. Se eu não estivesse tão magoada agora,
perceberia que Mikhail sempre foi brutalmente honesto. Ele não queria
um relacionamento comigo. Seu trabalho era mais importante do que o
que poderíamos ter juntos. Ficou claro para mim agora. Eu provavelmente
imaginei todos os olhares acalorados e movimentos contidos ao longo dos
anos. Ele provavelmente não deu a mínima para nenhum dos caras que eu
tentei namorar, se é que ele notou. Aquele cara que desapareceu
provavelmente fez isso porque eu o aborreci até à morte com conversas
sobre filmes que eu gostava e fabricação de joias, não por causa de
qualquer coisa que Mikhail fez ou disse.

Estendi a mão para o tijolo aquecido e preparei meu maçarico a


gás. Quando acendi uma chama, pensei novamente em como havia
flertado mal com todos aqueles homens esta noite. Até Yelena percebeu e
me puxou de lado para perguntar se eu estava tendo uma
convulsão. Aparentemente, minhas tentativas de flertar pareciam alguém
com extrema necessidade de atenção médica. Perfeito. Tentei dizer a ela
que finalmente estava abraçando minha leoa interior, uma referência ao
meu signo do zodíaco. Ela apenas balançou a cabeça e disse que as leoas
não riem como hienas usando crack e voltou para a pista de dança onde
Damien estava esperando com um olhar impaciente no rosto.

Chegando à minha direita, girei o botão do interruptor de luz


para diminuir as luzes baixas na minha área de trabalho. Descobri ser mais
fácil monitorar o disparo de chuviscos de prata se não estivesse sob uma
luz brilhante.

Eu estava quebrando uma regra agora. Eu tinha ousado sair da


casa do meu irmão para voltar ao meu próprio apartamento para fazer
algum trabalho. Todos ficariam furiosos. Eu balancei a cabeça com quão
ridículo isso soava. Minha família ficaria brava comigo por sair um pouco
mais cedo de uma festa e voltar para casa. Era assim que minha vida era
sufocada e supervisionada, e eu estava cansada disso.

Essa joalheria deveria me dar uma certa independência dos


interesses comerciais da minha família e dos meus irmãos. Tecnicamente,
meus irmãos eram donos do prédio independente que abrigava minha loja
e meu apartamento, mas isso era apenas por causa de questões fiscais e
bobagens de empresas de fachada. Este negócio era meu em todos os
outros aspectos, e eu estava muito orgulhosa disso.
Ajustei a tocha de gás e direcionei a chama azul quente sobre o
coração em círculos lentos. A argila marrom-acinzentada fumegava como
chamas laranja e vermelhas brilharam. O aglutinante de celulose queimou
lentamente. Eventualmente, o coração aqueceu para um rosa salmão
brilhante. Pegando o pedaço com uma pinça, coloquei-o em um pequeno
prato de água ao lado do meu tijolo de aquecimento. Normalmente, eu
adorava o momento em que uma pequena bola de barro aparentemente
por magia se transformava em um pedaço de metal, mas não esta noite.

Esta noite, eu estava pensando em Mikhail, minha família e


minha vida – em como as coisas precisavam mudar. Agora, antes que
fosse tarde demais. Se eu não fizesse algo drástico para me livrar da
minha família e do domínio de Mikhail sobre mim, eu me encontraria
como uma tia solteirona cuidando de minhas sobrinhas e sobrinhos sem
filhos ou marido ou vida independente própria.

Impulsivamente, peguei meu celular e trouxe meus contatos. O


número de Massimo Agnello mostrado em branco brilhante contra o
fundo escuro da visão. Mordendo meu lábio e culpando o leve zumbido
que eu ainda estava sentindo de todo o champanhe, eu mandei uma
mensagem para ele.

Ocupado? Quer vir?

Porra, isso foi estúpido. E se meu número não estivesse mais no


telefone dele? Fazia mais de um ano desde que ele me convidou para sair,
e eu disse não porque ouvi a voz de Mikhail na outra sala e entrei em
pânico. Ele provavelmente nem tinha mais meu número salvo em seu
telefone. Porra, foi uma loucura no início da manhã. Ele provavelmente
estava dormindo ou pior, com alguém. Isso foi tão estúpido. Eu não queria
me encontrar com Massimo. Não importa o quanto eu tentasse me
convencer de que tinha superado ele, eu ainda queria Mikhail. Eu ainda
amava Mikhail.

Desculpe, esta é a Nadia. Ignore meu texto. Estou um pouco


bêbada e...

A tela ficou preta. Meu telefone morreu.

Ótimo, revirei os olhos enquanto caminhava até ao balcão do


caixa e conectava meu telefone. Como era muito antigo e havia passado
por uma atualização, eu sabia que levaria uma eternidade para carregar,
então nem saberia se Massimo viu meu texto ou sua resposta por pelo
menos vinte minutos.

Voltando à minha bancada, tirei o pingente da água e peguei o


secador de cabelo velho e gasto que mantinha ligado nas
proximidades. Para peças maiores, a prata esterlina precisaria esfriar
durante a noite, mas esse pingente era pequeno o suficiente para usar um
secador de cabelo. Sobre o zumbido alto do secador de cabelo, pensei ter
ouvido um baque surdo. Desligando o secador de cabelo, olhei ao redor,
mas tudo estava quieto na minha loja. Foi então que notei o SUV preto
bastante ostensivo que acabara de estacionar na frente. O baque deve ter
sido a porta do carro.

Meu coração parou.

Será que Gregor ou Damien - ou pior, Mikhail - notaram que eu


menti sobre subir para a cama e realmente vieram me arrastar de volta?
Dei um suspiro de alívio. Eles tinham vários carros, mas eu
conhecia todos eles, e esse SUV em particular não era um
deles. Considerando a hora extremamente tarde - ou cedo, dependendo
da perspectiva -, era razoável pensar que eu tinha escapado com minha
pequena rebelião. Eles provavelmente todos acreditavam que eu estava
segura na cama. Haveria um inferno para pagar amanhã, mas eu me
preocuparia com isso mais tarde.

Sem pensar duas vezes, voltei ao meu trabalho. Deixando o


secador de lado, peguei um pedaço de lixa extra fina e lixei suavemente o
pingente levemente nublado até que tivesse um brilho prateado
brilhante. Com um sobressalto, olhei para o amuleto como se tivesse sido
feito pela mão de outra pessoa em vez da minha. O pequeno coração era
perfeitamente formado e muito bonito, exceto pela linha irregular raivosa
bem no meio.

Eu tinha criado um coração partido.

Minha cabeça virou para o lado quando ouvi mais dois baques
altos. Mais dois homens saíram do SUV. Esses homens tinham máscaras
de esqui escuras cobrindo seus rostos.

Oh Deus!

Levantei-me e comecei a recuar enquanto examinava minha


bancada à procura de uma arma. Peguei uma pequena lâmina que usei
para gravura fina e meu maçarico de butano, mas pensando bem, larguei
o maçarico. Eu não queria incendiar acidentalmente minha própria loja
amada. Peguei um martelo pesado que usava para conseguir a aparência
de metal batido em alguns amuletos.
Olhei para a esquerda, onde meu telefone ainda estava
conectado a vários passos de distância. Onde eu estava perto da bancada,
ainda estava nas sombras, mas se eu ousasse pegar o telefone, seria
visível dentro da loja por causa do brilho branco azulado dos postes de luz
do lado de fora.

Eu ousaria?

Talvez eles não estivessem aqui para mim? Talvez eles


continuassem andando?

Os homens se aproximaram da porta de vidro da minha loja. Um


deles protegeu os olhos e pressionou a testa contra o vidro, olhando para
dentro.

Prendi a respiração quando meu aperto na lâmina de metal


ficou suado.

Eu estava na sombra o suficiente? Eu havia diminuído a luz


sobre minha bancada, mas ainda havia um brilho suave. Talvez ele não
visse nada que valesse a pena roubar e seguisse em frente. Esvaziava
todas as caixas de vidro de qualquer joia no final de cada noite para que
não houvesse nada de valor visível.

Nada de valor, exceto para mim.

Meus irmãos repetidamente usaram a ameaça de meu


sequestro como alavanca para me fazer cumprir suas regras rígidas. Eles
até tentaram me fazer aceitar equipamentos adicionais de segurança e
vigilância em minha loja e apartamento, mas eu recusei, não querendo
viver minha vida sob vigilância constante e precisando desesperadamente
de pelo menos um pouco de independência.

Em retrospectiva, com vinte anos, percebi quão estúpida e


ingênua eu estava sendo. Não era como se eu não soubesse que o
sequestro era uma possibilidade real. Minhas próprias melhores amigas
tinham experimentado isso. No entanto, ainda não parecia possível. Eu
era a irmãzinha invisível dos irmãos Ivanov. Uma ninguém. Quem quereria
me sequestrar?

O homem que espiava lá dentro deu um passo para trás. Dei um


suspiro de alívio.

Graças a Deus. Eles estavam indo embora.

O homem levantou o braço, e foi então que vi o pé-de-cabra.

O som de vidro se quebrando foi abafado pelo meu grito


aterrorizado.
CAPÍTULO 10
MIKHAIL

O tempo desacelerou. Eu podia sentir cada bombeamento de


sangue em minhas veias, cada respiração de oxigênio em meus
pulmões. Cada terminação nervosa foi sensibilizada. Enquanto eu corria
pelas ruas meio vazias de DC, nada escapou ao meu conhecimento. Cada
luz bruxuleante, cada porta escura, cada cliente risonho do bar. Tentei
várias vezes ligar para o celular dela, mas continuava caindo na caixa
postal. Cada fibra do meu ser estava preparada e pronta para uma luta.

Eu não me sentia tão alerta desde meus dias no exército russo,


quando minha vida estava nas mãos de oficiais sádicos e de coração frio
que não davam a mínima se eu saísse de uma missão de atirador morto ou
vivo. Ser dispensável tinha uma maneira de energizar o desejo de uma
pessoa de sobreviver, apenas para que ela pudesse ter a satisfação de
dizer foda-se para a pessoa que a enviou para o inferno, sem se importar
se ela voltasse, mas não desta vez. Desta vez foi o medo gelado que me
estimulou.

Eu tinha visto em primeira mão os tipos de retribuição doentia


que alguns dos animais com os quais fazíamos negócios podiam causar a
uma pessoa. O fato de Nadia ser uma mulher só pioraria as coisas. Não vi
a estrada à minha frente. Os semáforos, os carros ocasionais e as linhas
das ruas escureceram. Em vez disso, eu a vi presa sendo estuprada por
vários homens se revezando. Eu vi uma faca cortando sua linda pele pálida
enquanto sua boca se abria em um grito angustiante. E pior, uma visão de
seu corpo sem vida no chão de sua amada joalheria.

Então, como antes, outras visões passaram pela minha


mente. Eu vi Nadia em um vestido de noiva, depois deitada ao meu lado
na cama, depois segurando nosso filho, depois rindo de algo durante o
café da manhã. Aqueles três minutos excruciantes que levei para chegar
ao apartamento dela me torturaram com os dois futuros, e eu derrotaria o
próprio Diabo para ter certeza de que era o último que prevalecia.

Vendo o SUV ainda estacionado na frente de sua loja mais à


frente, virei rapidamente à direita na rua antes dela, depois à esquerda no
beco. Que esses idiotas pararam na frente me disseram que eles eram ou
descarados ou estúpidos pra caralho. Esse era o problema. Eu poderia
lidar com uma equipe experiente, ou um par de zé ninguém descartáveis
de aluguel. Idiotas eram imprevisíveis e, portanto, mais
perigosos. Arrombar a porta da frente não era uma opção. Era uma boa
maneira de levar um tiro, e então eu seria inútil para salvar Nadia. Seria
melhor entrar pela porta dos fundos. Por mais que eu quisesse chutar a
porta, respirei fundo e usei minha chave, não querendo despertar
ninguém para a minha presença.

Apesar das minhas emoções furiosas agora, eu precisava agir


com inteligência. Não houve tempo para alertar minha equipe ou seus
irmãos. Além disso, eles não chegariam a tempo de qualquer
maneira. Cabia a mim, e apenas a mim, salvá-la, e quando eram três
contra um, o elemento surpresa era meu único trunfo.
Silenciosamente naveguei pelas pilhas de velhas máquinas de
escrever que ela usava para seus designs de joias, que cobriam o espaço
de trabalho dos fundos, enquanto ouvia sons de movimento ou
luta. Primeiro houve o som agudo de vidro se quebrando, então meu
estômago se contorceu quando Nadia gritou de terror.

Correndo para a frente, cheguei bem a tempo de vê-la lutando


contra o aperto de um dos homens. Seu braço estava baixo em torno de
seus braços, prendendo-os. Ele a estava arrastando para trás enquanto ela
lutava para se soltar. A loja estava completamente destruída. Vidros
estilhaçados cobriam o chão quando eles derrubaram várias
vitrines. Minha garota tinha lutado.

O homem que a segurava exclamou para os outros dois: —


Ajudem-me com essa cadela!

Pulei sobre o balcão que nos separava e deslizei meu braço ao


redor de seu pescoço, esmagando sua traqueia. Ele derrubou Nadia. Seu
pequeno corpo caiu no chão. Pressionando a mão na garganta, ela olhou
para mim. Meu maxilar contraiu quando vi seus olhos arregalados e
assustados e os arranhões sangrentos em suas mãos e joelhos.

Eles pagariam por isso.

Com uma torção viciosa de minhas mãos, quebrei o pescoço do


homem. Ele caiu no chão, morto. Estendi a mão para Nadia.

Olhando para trás de mim, ela gritou um aviso. — Mikhail!

Agachando-me, me virei a tempo de o braço oscilante do


segundo homem errar. Depois de dois socos rápidos em seus rins, eu me
levantei e usei meu cotovelo para deslocar o maxilar do homem. Quando
ele se virou para trás do golpe, dei-lhe um soco no estômago e um gancho
final. Ele tirou várias prateleiras de colares enquanto caía contra a parede
antes de cair no chão, imóvel. Agarrando a arma de seu cinto, puxei a
trava de volta em sua Glock, apontei e puxei o gatilho, atirando
diretamente entre os olhos.

Virei-me para Nadia.

Eu não tive sucesso em reprimir minha raiva quando ela se


moveu para trás, se afastando de mim. Ela nunca tinha me visto matar um
homem a sangue frio, e agora ela tinha acabado de me ver fazer isso duas
vezes. Ainda assim, o pensamento dela com medo de mim causou uma
explosão irracional de raiva.

Ela estava olhando para mim como se eu não fosse melhor do


que aqueles monstros que a atacaram.

Ela estava certa. Eu não estava melhor, não realmente. Os


Ivanovs podem ter uma política rígida de nunca ir atrás de mulheres e
crianças para se vingar de um homem, mas isso não significa que eu não
tenha feito meu quinhão de coisas desprezíveis. Eu não poderia ser o
chefe de segurança de uma das famílias criminosas mais perigosas da
Costa Leste e não sujar minhas mãos com sangue. Acho que foi tolice
esperar que ela nunca descobrisse a verdade. O problema era que não
tínhamos tempo para nada disso agora. Ela precisava confiar em mim. Eu
não poderia tê-la hesitando ou se encolhendo com o meu toque.

Agarrei-a pelo braço e vociferei: — Nunca se afaste de mim. Está


me ouvindo, Nadia? Vamos.
Nesse momento, o terceiro homem apareceu. Ele deve ter vindo
de seu apartamento no andar de cima. Ele estupidamente tirou a máscara
de esqui parcialmente do rosto. Eu não o reconheci.

No tempo que levou para correr até aqui, eu tinha passado por
todos os cenários possíveis de quem seria estúpido o suficiente para fazer
o movimento extremamente perigoso de ir atrás de Nadia para chegar aos
Ivanovs, na noite do casamento de Gregor. Havia vários candidatos, desde
um cliente até alguém mais perto de casa, como os Novikoffs. Os Ivanovs
tinham muitos inimigos. De qualquer forma, não importa quem era,
significava uma sentença de morte para eles e qualquer um próximo a
eles. Indo atrás de Nadia? A irmã mais nova deles? E uma mulher? Não,
isso era proibido. Todas as apostas estavam agora canceladas. Eles
cruzaram uma porra de uma linha perigosa. Os Ivanovs e eu instigaríamos
uma retribuição de terra arrasada por esta noite.

O homem virou a cabeça, roçando a orelha no ombro, antes de


esfregar a manga esfarrapada de sua camisa sob o nariz. Ele então
apontou sua Glock para mim. — Olha, Mikhail, eu não quero nenhum
problema. Apenas entregue a garota, tudo bem?

Empurrei Nadia atrás de mim. Agora eu sabia duas coisas sobre


o homem. Um, a julgar por seus maneirismos trêmulos e seu olhar de
olhos escuros e bochechas encovadas, ele tinha um péssimo hábito de
cocaína, e fazia pelo menos algumas horas desde sua última dose. Dois,
ele sabia meu nome. Significava que isso definitivamente não era um
crime aleatório.
Tentei aproximar Nadia da porta da frente. Se eu pudesse
manter o agitadinho aqui distraído, talvez ela pudesse escapar. — Se você
sabe meu nome, então sabe o erro que acabou de cometer ao apontar
uma arma para mim.

Ele cheirou novamente. — Eu não estou procurando


problemas. Eu só quero a garota.

Minha boca se torceu em um sorriso sádico. — Sobre o meu


cadáver.

Ele agarrou a trava da Glock e a puxou de volta, colocando uma


bala na câmara. Ele passou a manga sob o nariz novamente, inalando
ruidosamente. Ele então virou a arma para o lado, como um idiota em um
filme de gângster, antes de dizer: — Que seja, cara. Sua escolha.

Três coisas agora. Ele obviamente não era treinado, ou ele


saberia como segurar uma porra de uma arma, o que significa que sua
mira provavelmente era uma merda mesmo a esta distância. Qualquer um
com metade de um cérebro sabia que segurar uma arma naquele ângulo
enfraquecia seu controle sobre ela, o que aumentava a chance de um
recuo mais forte que afetaria drasticamente a precisão, já que a arma
chutaria para o lado e não para cima.

— Quem te contratou? — Eu perguntei, quase certo de que


aquele lacaio drogado era apenas um soldado de infantaria e
provavelmente não estava a par dos detalhes de quem estava realmente
por trás desse jogo de poder contra os Ivanovs.

Ele esfregou a orelha no ombro novamente. — Eu não sei,


cara. Estou apenas seguindo ordens. Este é apenas um dia de pagamento.
Meus olhos se estreitaram. — Nadia é minha propriedade. Você
tentou pegar o que é meu. Deixe-me mostrar o que acontece quando
alguém tenta roubar de mim.

Eu podia sentir Nadia tensa contra minhas costas. Isso mesmo,


minha propriedade.

Minha.

Ela poderia muito bem saber tudo agora. As coisas haviam


mudado.

Cansei de negar o que sentia por ela.

Ela era minha, e ninguém ia tirar ela de mim.

Alcançando meu braço atrás de mim, coloquei uma mão


tranquilizadora em seu quadril. — Feche os olhos, querida.

Suas mãos se fecharam em minha camisa de smoking enquanto


ela enterrava o rosto nas minhas costas.

Com meu outro braço, eu golpeei, batendo a ponta da minha


palma contra o topo do pulso do assaltante, derrubando a arma de sua
mão. Peguei-a no ar, virei e atirei, acertando-o na garganta. Ele cambaleou
para trás, ambas as mãos tentando conter o fluxo de sangue carmesim
que escorria de sua jugular. Ele então caiu para a frente antes de
escorregar em seu próprio sangue e cair no chão, onde sangraria até à
morte em dois minutos.

Virei-me para abraçar Nadia, protegendo-a, bloqueando sua


visão do moribundo e agradecendo a Deus e tudo o que era sagrado por
ela ainda estar viva. Eu teria perdido a cabeça se tivesse chegado tarde
demais.

Enquanto eu acariciava seus cabelos, sussurrei contra o topo de


sua cabeça: — O que diabos você estava pensando, kroshka? Saindo da
segurança da casa do seu irmão sem contar a ninguém, sem nem me
contar?

Eu deliberadamente tentei suavizar minha voz. Ela já parecia


instável em seus pés e enfrentar toda a força da minha raiva não ajudaria
na situação.

Ela ficou em silêncio.

Ela encolheu os ombros pequenos. Ela parecia tão frágil quanto


um pássaro naquele momento.

Eu abafei sua voz contra o meu peito enquanto ela divagava. —


Eu honestamente não sei. Eu simplesmente não podia suportar estar
naquela casa. Todo mundo estava tão feliz. Eu disse que estava subindo,
mas peguei uma carona de volta para Georgetown com um dos
convidados de partida, um velho amigo do ensino médio. Eu não pensei
que seria um grande negócio. Eu só precisava de espaço. Eu...

Isso explicava. Em nosso mundo, eu tinha que seguir uma linha


tênue quando se tratava de segurança em eventos como um
casamento. Eu tinha que ter segurança suficiente lá como uma
demonstração de força e poder, mas não tanto para os convidados
normais não se sentirem desconfortáveis ou pior, os convidados
criminosos se sentirem insultados pela minha presunção de
violência. Mesmo depois de todos os anos que se passaram, eu ainda
estava surpreso com a facilidade com que o ego de um senhor da guerra
do terceiro mundo se machucava. Assim, a casa de Gregor foi vigiada
durante a festa, mas certamente não a ponto de os convidados que saíam
serem interrogados ou revistados. Ela provavelmente se misturou e um
dos novos guardas extras, que não estava familiarizado com quem ela era,
apenas a deixou passar pelo portão.

Agora não era hora de gritar com ela. Eu não sabia se havia mais
rebatedores contratados esperando do lado de fora. Estendi a mão para
correr as costas da minha mão por sua bochecha macia. Inclinei-me para
olhá-la diretamente nos olhos, querendo ter certeza de que ela me ouviu
e entendeu. — Temos que sair daqui. Você faz exatamente o que eu digo
quando digo, sem fazer perguntas.

Ela assentiu em resposta.

Agarrei-a pela mão e fui para a parte de trás. Inclinando-me,


alcancei sob sua bancada e peguei o rifle Bushmaster AR-15 que eu havia
escondido lá. Ignorei sua exclamação indignada quando ela viu o poder de
fogo que eu havia escondido em sua loja sem que ela soubesse. Se eu
tinha aprendido uma coisa no exército russo, era estar sempre
preparado. Quando nos aproximamos da área dos fundos, o baque pesado
de uma porta de carro batendo estava do outro lado da porta de
saída. Empurrei Nadia contra a parede e levei o dedo aos lábios para
sinalizar que precisava que ela ficasse quieta.

— Provavelmente é Massimo, — ela sussurrou. Quem diabos


era Massimo?
CAPÍTULO 11
MIKHAIL

Com a coronha do rifle apoiada no ombro, ordenei: — Quando


eu der o sinal, abra a porta e fique atrás dela.

Ela assentiu. Sua mão tremia quando ela alcançou a maçaneta,


mas ela respirou fundo e esperou pelo meu sinal. Eu estava tão orgulhoso
da minha garotinha. Ela estava mostrando seu sangue Ivanov. Ela estava
obviamente apavorada, mas ainda era uma lutadora.

No momento em que ela abriu a porta, eu cruzei a soleira e saí


para a luz do amanhecer, arma em punho.

Apesar da hora estranha, o homem estava completamente


vestido com um terno caro e sob medida. Ele tinha a pele morena e
bronzeada de um italiano com cabelos pretos e olhos escuros para
combinar. Ele também parecia completamente inabalável por ter um AR-
15 apontado a centímetros de seu rosto, o que dizia muito.

Houve um clique metálico, e não precisei olhar para baixo para


saber que ele havia apontado uma arma para mim. Não como se eu
precisasse de um motivo para matá-lo, mas ele apenas tornou mais fácil.

— Não, Massimo!

Nadia gritou ao ignorar minha ordem explícita de ficar em


segurança atrás da porta. — Está bem!
Ignorando casualmente o cano da minha arma agora apontado
diretamente para seu peito, Massimo olhou por cima do meu ombro para
Nadia. — Dolcezza, você está bem?

Doçura.

Meu italiano não era ótimo, mas eu tinha quase certeza de que
ele apenas a chamou de doçura ou querida. Meu peito se apertou quando
avaliei o homem que presumia tanta familiaridade com minha
garota. Minha raiva ferveu quando Nadia se apressou em assegurar a ele
que eu não era a ameaça.

Lançando um olhar nervoso em minha direção, ela dispensou


sua preocupação. — Estou bem. Ele está comigo.

Massimo baixou a arma e a colocou de volta dentro de um


coldre escondido sob o paletó. Foi um jogo de poder, e mais um insulto
para mim do que ele realmente tentando difundir a tensão da situação. —
Quando você mandou uma mensagem e disse venha, eu pensei que você
estava sozinha. Eu não sabia que você tinha um amigo visitando. Devo
voltar mais tarde?

Eu o reconheci agora. Massimo Agnello. Sua família havia


esculpido um vasto território ao longo da costa leste e dos estados do
sul. Eles controlavam principalmente os portos, uma proposta
extremamente lucrativa quando havia inúmeras empresas criminosas
tentando contrabandear infinitos tipos de contrabando para os estados,
incluindo os Ivanovs. Ele estava a meu serviço no ano passado como uma
demonstração de boa fé, enquanto os Ivanovs e Agnellos faziam um
acordo. Enviamos um primo de Nadia, e eles mandaram Massimo.
Ele só tinha sido um guarda sob o teto de Gregor por talvez oito
meses. Como diabos ele estabeleceu um relacionamento com Nadia sem
que eu percebesse? Mais importante, Nadia tinha chegado
a este homem? Esta noite? Depois que ela finalmente decidiu se afastar
de mim.

Meu lábio superior se curvou. — Isso não será necessário. Ela


está comigo agora.

O olhar de Massimo vagou sobre Nadia. Ficou claro que ele


notou os joelhos ensanguentados de quando ela caiu no chão em algum
vidro quebrado. Sua voz tinha apenas um toque de sotaque italiano. —
Sim, eu posso ver o bom cuidado que você está tomando com ela.

Baixei o rifle e dei um passo à frente. Foda-se a arma. Eu ia bater


nesse bastardo até à morte com meus punhos.

Nadia colocou uma mão restritiva no meu braço. — Sinto muito,


Massimo. Meus planos mudaram.

Você está certa que eles mudaram.

— Tudo bem, outra hora.

Massimo deu de ombros com um olhar conhecedor em minha


direção. Ainda assim, ele se atreveu a se inclinar e sussurrar para Nadia.

— Tem certeza que está bem?

O homem estava brincando com fogo.

Então Nadia fez a pior coisa que poderia fazer naquele


momento.
Ela se afastou de mim e o tocou.

— Muito obrigada por pergun...

Eu nem tentei conter o som feroz territorial que retumbou do


fundo do meu peito e a parou.

Imediatamente, ela tirou a mão do braço de Massimo. Ela


gaguejou nervosamente enquanto recuava mais uma vez ao meu lado.

— Sim... sim... estou bem.

Tarde demais, garotinha.

Eu já estava pensando em punições.

Envolvendo meu braço ao redor de sua cintura, eu a puxei


possessivamente para perto.

Minha mensagem para Massimo foi clara. Afaste-se, porra.

Eu não sabia se ele ou a família Agnello estavam envolvidos


nessa confusão. Não havia razão para acreditar que estivessem, mas eu
não estava arriscando. Eu não dava a mínima para o relacionamento dele
com Nadia. No que me dizia respeito, acabou.

Ele inclinou a cabeça. Com um sorriso e uma piscadela na


direção de Nadia, ele voltou para o carro e saiu do beco.

Inclinando-me, dei a ela meu único aviso. — Agora você


realmente está com problemas, kroshka.

***
ANTES DE LIDAR COM NADIA, precisava enviar uma mensagem
para Gregor. Eu digitei o número dele no meu telefone. Eu só usava
telefones descartáveis, trocava a cada poucos dias. Todos os números que
eu precisava saber, eu tinha memorizado. Minha ligação foi direto para o
correio de voz, como eu esperava. Gregor provavelmente estava ocupado
no momento. Afinal, ainda era sua noite de núpcias.

— É Mikhail. Alguém acabou de cruzar a porra da linha. Eles


foram atrás de Nadia. Vou levá-la para uma casa segura até confirmar que
a sua está segura. Não podemos confiar em nenhum dos guardas
adicionais, nem mesmo naqueles que Dimitri trouxe. Vamos precisar de
uma equipe de limpeza em sua loja.

Então liguei para Damien e deixei a mesma


mensagem. Finalmente, consegui falar com Ilya. Ele era muito bem pago
para sempre atender o telefone, não importa a hora. Eu confiava nele
para fazer seu trabalho, mas apenas isso. Sem lhe dizer a verdadeira
natureza da situação, instruí-o a executar um protocolo de Alerta
Vermelho na segurança da propriedade e acordar os dois Gregor e
Damien. Eles ouviriam minha mensagem e arranjariam alguém para cuidar
da bagunça que acabei de deixar para trás. Eles entenderiam que minha
prioridade seria proteger sua irmã.

Ignorando a reação assustada de Nadia às minhas mensagens,


peguei o telefone na mão e o esmaguei contra a parede de tijolos mais
próxima, destruindo-o. Cacos de plástico perfuraram minha
palma. Congratulei-me com a pontada calmante da dor.
— Mikhail, escute...

Nadia começou.

— Não fale. — eu avisei com os dentes cerrados.

A lógica, a disciplina e a razão fria e dura, minhas únicas


companheiras constantes durante toda a minha vida, me
abandonaram. Eu sabia que não tinha nenhum motivo real para ficar
bravo com ela por recorrer a outra pessoa em busca de companhia. Eu a
havia negado por anos.

Mas caramba, eu não me importei.

Ela se voltou para outro homem.

Abrindo a porta do passageiro do meu Maserati, procurei


rapidamente nos arredores. O beco estava deserto, sem nenhum outro
sinal de atividade ou distúrbios.

Parei Nadia quando ela estava prestes a entrar, prendendo-a


entre meu corpo e a porta. — Você me desobedeceu.

Ela jogou os braços no ar em frustração. — Quantas vezes eu


tenho que te dizer, você não me possui? Você não tem autoridade sobre
mim! Você me dirá quem diabos eram aqueles homens que tentaram me
matar?

— Não xingue.

Sua boca caiu aberta. Ela piscou várias vezes antes mesmo de
responder. — Você está falando sério? Você está me advertindo
seriamente sobre xingar quando há três cadáveres dentro da minha loja
agora?
— Não é isso que importa. O importante é que você
desobedeceu minha ordem direta. Você sabia que a família ficaria na casa
do seu irmão no fim de semana. Era uma questão de negócios da família.

Eu estava ciente de que ela pelo menos tinha uma ideia


superficial do que realmente era o negócio da família. Ela certamente
agora entendia o motivo de todos os homens armados patrulhando sua
casa desde a infância. Ela conhecia os homens perigosos com os quais
seus irmãos lidavam e o motivo dos meus protocolos de segurança,
especialmente durante o casamento. Inferno, ela não podia esquecer os
perigos que suas duas amigas próximas enfrentaram recentemente depois
de desobedecer a seus irmãos.

— Mikhail...

Eu continuei enquanto me elevava sobre ela, usando minha


altura considerável deliberadamente para intimidá-la. — Uma ordem dada
para sua própria segurança e a segurança de sua família.

Ela cruzou os braços sobre o peito. — Poshel na khuy. Eu não


me importo com suas ordens, e eu realmente não me importo com os
negócios da família. Estou cansada disso arruinando minha vida!

— Foda-se? Lembra o que aconteceu da última vez que você se


atreveu a dizer isso para mim, kroshka? — Eu ameacei enquanto
observava seus lindos olhos azuis se arregalarem em alarme.

Agarrando-a pela nuca, eu a virei e a inclinei sobre o banco de


couro do passageiro dianteiro do carro. A parte de trás de seu vestido
curto subiu até ao topo de suas coxas. Suas pernas finas e pálidas eram
visíveis até seu Doc Martens rosa.
— Mikhail! O que você está fazendo?

Nadia tentou se levantar, mas minha mão em sua nuca impediu


qualquer movimento.

— Te ensinando uma lição.

Usando minha mão livre, levantei a bainha de seu vestido. Olhei


para a curva delicada de sua bunda, que estava coberta por uma calcinha
de seda rosa pálido. Agarrando o tecido, eu o esmaguei na minha mão até
que ele se juntou ao longo da costura de sua bunda, expondo sua pele
cremosa.

Ignorando o grito assustado de Nadia, puxei a calcinha, sabendo


que o tecido ficaria esticado sobre sua boceta e causaria apenas uma leve
pontada de dor entre as bochechas de sua bunda.

— Ai! Pare! Me deixa levantar!

Eu soltei o tecido, confiante de que ficaria preso como uma


tanga entre suas bochechas. Eu trouxe uma palma aberta para baixo em
sua bochecha direita.

Nadia gritou, mas eu sabia que o interior do carro abafaria seus


gritos.

Eu não pude resistir a mover meus quadris para a frente,


esfregando meu pau contra suas curvas suaves expostas, prendendo-a no
banco da frente enquanto eu observava uma perfeita impressão de mão
vermelha. Algo dentro de mim vociferou e rugiu para a vida, uma
necessidade primordial de devorar, reivindicar. Uma fera que apenas tinha
sentido o cheiro de sangue e agora estava no rastro de sua presa.
Levantando minha mão uma segunda vez, eu trouxe minha
palma para baixo na mesma bochecha de novo e de novo.

Suas pequenas pernas chutaram defensivamente enquanto eu


continuava a espancar sua bunda, alternando entre as bochechas
esquerda e direita. Eu também puni o topo de suas coxas e aquele ponto
perfeito logo abaixo da curva de seu traseiro com a sarda fofa.

— Pare! Isso dói! Por favor! Mikhail, por favor! — Ela


resmungou. Suas súplicas só me fizeram puni-la com mais força.

Eu não parei até que seu traseiro brilhasse em um lindo


vermelho brilhante. Soltando meu aperto em seu pescoço e cabelo,
coloquei as duas mãos em sua bunda. Minha pele parecia morena em
comparação com sua mistura de pele branca cremosa e vermelho
cereja. Ela era tão pequena que minhas mãos facilmente atravessavam
sua bunda e quadris. O calor de sua pele castigada aqueceu minhas
palmas. Meu pau já dolorosamente duro se contraiu. Sabendo que agora
não era o momento de me permitir fodê-la finalmente, não pude resistir a
abrir suas bochechas. Movendo o tecido de sua calcinha para o lado, olhei
para seu pequeno botão de rosa perfeito. Com a ponta do meu dedo
indicador direito, acariciei a pele enrugada, satisfeito quando seu corpo
estremeceu em reação quando seus quadris se levantaram, um esforço
inútil para evitar meu toque íntimo.

— Por favor, pare. — ela gemeu.

Finalmente, tendo pena dela, puxei sua calcinha e alisei a seda


enrugada sobre as bochechas de sua bunda. Nadia assobiou no momento
em que o tecido cobriu sua pele avermelhada. Tomando-a pelos ombros,
eu a forcei a se levantar e me encarar.

Suas bochechas macias estavam manchadas de lágrimas. Seus


olhos brilhantes escureceram com dor. Estendendo minhas duas mãos ao
longo de seu queixo, inclinei sua cabeça para trás, forçando-a a encontrar
meus olhos.

— Diga que sente muito, — eu ordenei rispidamente. Eu nunca


tinha gostado da surra, mas havia algo em Nadia que exigia isso. Ela era
tão pequena e vulnerável, praticamente implorando para que algum
homem viesse e assumisse o comando, para dominá-la.

Eu era aquele homem.

Eu era o único a quem ela recorreria de agora em diante. Eu


estava no comando agora. Ela estaria sob meu controle completo,
gostasse ou não.

Seus lábios se estreitaram em uma linha teimosa. — Diga, — eu


vociferei.

Ela fungou e cruzou os braços. — Por quê? Eu não fiz nada


errado. Eu tenho o direito de dormir onde e com quem eu quiser.

— Porque, kroshka, deste momento em diante, você é minha. E


você vai me obedecer ou enfrentar as consequências.

— Mas...

Meu aperto em seu queixo aumentou. — Isso não é


opcional. Agora diga.
Ela mordeu o lábio. Houve uma longa pausa. Assim que eu
estava prestes a dobrá-la de costas sobre o banco da frente e dar-lhe
outro lembrete do que eu quis dizer com consequências, ela capitulou.

— Ok! Prosti, — ela sussurrou.

— Boa garota. Agora vamos sair daqui.


CAPÍTULO 12
NADIA

Eu não conseguia focar. Eu sabia que precisava


desesperadamente pensar em tudo o que tinha acontecido, mas agora
tudo que eu conseguia pensar era que Mikhail tinha me espancado.

Mikhail. Me. Espancou.

Tentando não chamar a atenção para mim mesma, me mexi um


pouco no assento. Olhei para o perfil de Mikhail sob meus cílios, e minhas
bochechas queimaram quando seus lábios se ergueram em um sorriso
malicioso. Maldito seja. Ele sabia que eu estava me contorcendo porque
minha bunda ainda queimava e formigava de seu castigo.

Mikhail. Espancou. A mim.

Claro, ele tinha me espancado alguns anos atrás naquela noite


fatídica, mas não foi nada assim. Então, eram apenas alguns golpes e
pareciam ilícitos e sexy. Desta vez foi uma punição completa.

Nada sobre esta manhã parecia real. Eu assisti pela janela do


passageiro, as várias vitrines e casas voando enquanto cruzávamos
bairros. Não ousei perguntar para onde estávamos indo. Eu já tinha visto
séries policiais e thrillers suficientes para saber que ele provavelmente
estava tentando determinar se alguém estava nos seguindo. Ele era
esperto demais para me levar diretamente para onde quer que fosse essa
casa segura.
Nervosa, torci a bainha do vestido entre as mãos. Os pequenos
buracos de queimadura do maçarico de solda que eu estava usando
anteriormente em um colar de aço inoxidável chamaram minha
atenção. Raspei suas bordas escuras onduladas com a unha.

Mikhail permaneceu em silêncio. O rádio nem estava ligado.

Eu tinha que dizer alguma coisa. Eu deveria dizer a ele que


queria ir direto para meus irmãos. O problema é que não tive coragem de
quebrar o silêncio. Não pela primeira vez, desejei ter a confiança de
Samara ou a ousadia de Yelena. Nenhuma delas teria permitido que um
homem as dobrasse e as espancasse como uma criança travessa!

Mikhail se moveu de repente, invadindo meus pensamentos.

Seu braço esticado na minha frente, roçando meus


seios. Minhas bochechas ficaram mais quentes. Era como se eu fosse
alguma ingênua que nunca tinha sido beijada. Na verdade, isso estava
bem perto da verdade. Eu tinha que admitir que gostava da ideia de que
Mikhail estava obviamente com ciúmes de Massimo. Foi errado eu deixá-
lo pensar que Massimo e eu dormimos juntos, mas ele merecia.

À noite, eu sonhava em ser o tipo de mulher que Mikhail acharia


atraente. Aposto que ele era do tipo sexy femme fatale. Alta e loira. O tipo
de mulher que os homens notavam. Eu a imaginei encostada em um bar,
pegando um cigarro. Claro, ela fumava daquele jeito super sexy, assim
como ele apareceu com uma luz. Ela diria algo legal e confiante que o faria
rir. Eu nunca tinha visto Mikhail rir. Eu nunca tinha visto ele sorrir. A
imagem era brilhante e clara em minha mente, como um rolo de filme que
eu passava várias vezes. Eu nunca seria esse tipo de mulher. Não importa
o quanto eu tentasse.

Sem dizer uma palavra, ele pegou a alça do cinto de segurança


no meu ombro direito. Ele puxou a alça sobre o meu corpo antes de
prendê-la na fivela. Ele então voltou sua atenção para a estrada, ainda
sem dizer uma palavra. Deixando-me ainda mais abalada do que
antes. Este homem tinha o poder de me abalar como nenhum
outro. Mesmo o simples gesto de me prender no cinto de segurança fez
meu pulso acelerar.

Vários minutos depois, paramos em uma garagem


subterrânea. Eu tinha acabado de ver a água cinzenta e lamacenta do
Potomac antes de passarmos por duas enormes portas automáticas de
ferro. Pareceu-me que havíamos viajado em um grande círculo e
estávamos de volta a Georgetown, em um dos arranha-céus chiques ao
longo do rio.

Mikhail parou o carro e saiu. Sentindo-me tola por fazer isso,


permaneci onde estava, sabendo instintivamente que não me mexeria até
que me dissessem. Mikhail deu a volta na traseira do carro e abriu minha
porta. Virando-me, tentei desafivelar meu cinto de segurança. Minhas
mãos tremiam tanto que meus dedos pareciam dormentes e inúteis. O
choque estava se instalando.

Depois de um momento, sua grande mão quente se fechou


sobre a minha. Eu segurei minha respiração. Eu podia sentir seu corpo
pressionando contra meu ombro e costas enquanto ele se inclinava para
dentro do carro. Com um movimento do dedo, ele soltou o fecho do
cinto. Evitei seu olhar enquanto saía.

Caminhamos até uma única porta prateada do elevador. Ele


digitou um código longo. Em um momento, a porta se abriu. Entramos e
ele digitou outro código de segurança. A porta se fechou e passamos
correndo por todos os andares inferiores direto para a cobertura.

Ele ainda não tinha dito uma palavra.

Depois de destrancar a porta, ele a abriu, então colocou a mão


na parte inferior das minhas costas e me guiou para dentro. Eu não pude
conter meu suspiro enquanto caminhávamos pelo corredor até à sala
principal. Isso não se parecia em nada com as casas seguras assustadoras
que estavam na televisão. Geralmente eram quartos de motel em ruínas,
ou casas em ruínas com janelas sem tábuas em uma parte ruim da cidade.

Este lugar era lindo. Para onde quer que eu olhasse, havia
mármore caro, móveis elegantes e obras de arte extravagantes. Eu estava
acostumada a viver em uma casa bonita. Primeiro com meus pais, e
depois quando me mudei para o enorme complexo, Gregor chamou de
casa por alguns anos logo após o ensino médio. Claro, isso foi mais uma
punição e uma tentativa de me monitorar depois que Yelena e Samara
fugiram. Acho que não deveria ter ficado surpresa por meus irmãos terem
uma casa segura e luxuosa. Ao contrário de mim com meus Doc Martens,
vestidos vintage babydoll e amor por achados em brechós, eles tinham
gostos caros.

Olhando ao meu redor, eu poderia dizer que definitivamente


não era habitado por ninguém. Não havia fotos ou qualquer coisa pessoal
para dar ao lugar uma sensação caseira. Era frio e formal, como uma casa
de shows com móveis encenados. Também era muito
monocromático. Todos os cremes e tons de bege, sem o menor indício de
cor ou vida.

Mikhail me levou para a cozinha toda de mármore branco. Era


impecável. Eu quase quis girar um dos botões do forno para ver se era real
ou apenas um adereço. Estava muito longe da cozinha do meu
apartamento minúsculo com suas latas de biscoitos amassadas exibidas
em cima dos armários e a tigela de pipoca meio comida ainda na pia.

Ele caminhou até à bancada de mármore e abriu uma gaveta.

Ele puxou um pequeno kit de primeiros socorros.

Apontando para mim, ele disse: — Suba no balcão.

Agarrei a bainha do meu vestido em agitação. — Estou... estou


bem. Sério. — Mikhail se aproximou de mim. Ele era tão alto. O topo da
minha cabeça nem chegava ao ombro dele! Eu mal tinha um metro e
sessenta. Um e sessenta e cinco, se meus Doc Martens contassem. Ele
tinha facilmente mais de um metro e oitenta.

Ele colocou um dedo sob meu queixo, inclinando minha cabeça


para trás. — O que eu te disse sobre me obedecer?

Tentei sem sucesso esconder o gemido suave que escapou dos


meus lábios.

Em resposta, o polegar de Mikhail roçou meu lábio. Ele repetiu


seu comando. Sua voz suave e baixa desta vez. — Suba no balcão, Nadia.
Tentando controlar o tremor em meus membros, dei a volta em
sua forma enorme e dei um passo em direção à bancada da ilha. Enquanto
eu olhava para ele com indecisão, suas mãos envolveram minha
cintura. Ele me girou e então me levantou alto. Tentei esconder meu
estremecimento no momento em que minha bunda ainda macia atingiu a
superfície dura e gelada.

Ele tinha me espancado. Me deu umas palmadas.

Eu ainda estava tentando envolver minha mente em torno disso.

Isso me fez sentir vulnerável e, sei lá... controlada, mas dessa


maneira estranha e excessivamente protetora. Isso tudo era muito
louco. Meus pensamentos foram interrompidos quando Mikhail se sentou
em um banco cromado bem na minha frente.

Eu segurei minha respiração.

Seus olhos azuis escuros capturaram os meus quando ele mais


uma vez colocou suas grandes mãos quentes no topo das minhas
coxas. Lentamente, ele abriu minhas pernas. Eu tentei resistir no início,
mas isso só rendeu uma sobrancelha levantada e ele mudou as mãos para
a parte interna das minhas coxas e aplicando mais força. Eu juntei a
bainha de babados do meu vestido entre minhas coxas. Ele abriu o estojo
de primeiros socorros, levou um pequeno pacote de papel alumínio à boca
e o rasgou com seus fortes dentes brancos.

A ponta da minha língua se moveu para molhar meu lábio


inferior. Foi um gesto nervoso, que imediatamente chamou sua
atenção. Seu foco de navalha deslizou para minha boca. Isso me deixou
nervosa, então minha língua saiu novamente. Sua mão esquerda ainda
estava na minha coxa, e seus dedos apertados. Todo o ar na sala parecia
sair em uma corrida, deixando-me tonta. Depois de um momento tenso,
ele voltou à sua tarefa.

Desembrulhando o cotonete com álcool, ele voltou sua atenção


para o meu joelho arranhado.

— Está tudo bem. — eu disse enquanto tentava puxar uma


parte da bainha do vestido para cobrir meu joelho, mas não conseguia.

Mikhail apenas me deu uma olhada antes de voltar sua atenção


para o meu joelho.

A compressa com álcool estava fria no início. Então eu assobiei


quando doeu. Era bobo, já que era apenas um pequeno arranhão, mas
ainda queimava.

Mikhail se inclinou e franziu os lábios. Seu hálito quente estava


na minha pele. Eu não conseguia respirar. Ele soprou no corte uma
segunda vez, tirando a dor. Foi um gesto tão gentil e carinhoso de um
homem tão grande e taciturno.

— Deixe-me ver suas mãos, — ele ordenou.

Eu sabia que não tinha permissão para dizer


não. Relutantemente, desembaracei meus dedos da minha bainha
amassada e estendi minhas mãos, palmas para cima. Ele agarrou as duas
em suas próprias. Eu me maravilhei com quão grandes e bronzeadas elas
pareciam em comparação com minhas mãos pequenas e
pálidas. Enquanto minha pequena estatura sempre me deixou
constrangida, meus dedos pequenos e ágeis foram uma coisa que me
ajudou a ser uma grande designer de joias.

Mikhail esfregou um cotonete com álcool fresco nas palmas das


minhas mãos. Elas estavam avermelhadas, mas não havia arranhões
abertos, então desta vez apenas parecia frio e úmido, mas não
ardia. Mesmo assim, ele trouxe minhas mãos para perto de sua boca e
soprou nelas. Como um gesto tão simples e inócuo pode parecer tão tabu
e sensual?

Mikhail se levantou. Sua enorme estrutura se elevava sobre


mim. Sem dizer uma palavra, ele agarrou meus quadris e me puxou para a
frente até que minha bunda estivesse na beirada do balcão. Minhas coxas
estavam abertas com meus joelhos em ambos os lados de seus quadris
estreitos. Com um puxão, ele me puxou para a frente novamente, até que
eu pude sentir a pressão forte do zíper de sua calça através do tecido fino
do meu vestido e calcinha.

Eu mantive meus olhos treinados em sua camisa branca de


smoking.

Ele colocou um dedo sob meu queixo e levantou minha


cabeça. — Precisamos conversar sobre o que aconteceu esta noite e
sobre seu amigo, Massimo.

Eu não sabia como responder. Imediatamente minha mente se


perguntou quais seriam as consequências se eu me recusasse a falar com
ele. Eu pensei na sensação de sua mão dura contra minha bunda
enquanto ele me espancava bem ali em campo aberto. Resisti à vontade
de me contorcer, temendo que isso pudesse revelar meus pensamentos.
Sua boca se curvou ligeiramente. Minhas bochechas
queimaram.

Ele tinha lido meus pensamentos, eu tinha certeza disso. Eu


precisava sair daqui. Isso tudo foi demais. Nosso beijo mais cedo. Nossa
luta. Aqueles homens me atacando. Eu quase morrendo. Mikhail matando
meus atacantes. Seu ciúme e minha completa mentira ao sugerir que eu
tinha ou pretendia dormir com Massimo. Ele me batendo. Foi tudo
demais. Especialmente sabendo que metade disso era minha culpa. Se eu
tivesse ficado na casa do meu irmão esta noite. Eu só queria me enrolar
debaixo de um cobertor em algum lugar e fazer o mundo parar de girar.

Tentei sair de entre seus braços. Suas mãos agarraram meus


quadris para me manter no lugar.

Agarrei seus pulsos e tentei remover suas mãos. — Solte. Eu


tenho que ir! Eu tenho que falar com Gregor e Damien. Eles
provavelmente estão preocupados.

— Não, kroshka. Eles não estão. Eles sabem que você está
comigo.

Eu não conseguia respirar. Eu podia sentir meu peito apertar


com pânico. Ele me chamando por seu carinho de estimação para mim só
piorou as coisas. — Não! Você não entende. Eu tenho que ir!

— Nadia.

Eu lutei com ele a sério, minhas pernas chutando para fora. —


Me deixar ir! — Eu gritei enquanto tentava empurrar seu peito.
Mudando seu aperto, Mikhail facilmente levantou meu leve
peso do balcão. Eu não tive escolha a não ser envolver minhas pernas ao
redor de seus quadris enquanto ele girava. Ele deu vários passos para fora
da cozinha até à sala e me jogou de costas no sofá cor de creme.

Seu corpo me seguiu.


CAPÍTULO 13
NADIA

Seu peso pressionado entre minhas coxas, me prendendo.

Minha boca se abriu em choque. Depois de recuperar a


compostura, levantei meus braços para empurrá-lo. Ele facilmente
agarrou meus pulsos finos, prendendo-os em uma mão, e os esticou acima
da minha cabeça.

— Me deixe ir! — eu implorei.

Em desespero, desloquei meus quadris para cima para desalojá-


lo. Isso foi um erro. Eu podia sentir a pressão dura de seu pau rígido.

Eu congelo.

— Exatamente. Então, a menos que você queira que eu rasgue


essa calcinha e te dê a foda que você merece, eu sugiro que você fale. —
ele ameaçou.

Comecei a chorar. — Eu sinto muito. De verdade desta vez. Você


tem razão. Eu não deveria ter mentido sobre onde eu estaria esta noite, e
agora essa bagunça completa é minha culpa.

Mikhail fez um som suave enquanto acariciava meu cabelo com


a mão livre. Ele se inclinou para beijar o canto do meu olho, onde uma
lágrima escapou. Mais uma vez, o gesto gentil me atingiu, vindo de um
homem de aparência tão feroz.
— Não chore, baby. Não é sua culpa. Vou melhorar tudo, você
verá.

Olhei em seus olhos azuis sérios. Suas palavras eram uma


estranha mistura de tabu e calmante.

Mikhail se mexeu, levantando seu corpo de cima de mim, e


instantaneamente senti falta do peso reconfortante. Ele se moveu para se
sentar do outro lado do sofá. Eu balancei minhas pernas livres e me
sentei. Assim que eu estava prestes a me estabelecer na posição, ele
passou os braços em volta da minha cintura e me levantou em seu colo.

— Mikhail - eu protestei.

Ignorando-me, ele empurrou minha cabeça em seu ombro.

Este novo lado de Mikhail era difícil de se acostumar. Com nosso


relacionamento limitado, ele sempre foi estritamente profissional, exceto
pelas duas vezes em que me beijou. Agora ele estava me segurando perto
e beijando minhas lágrimas. O que estava acontecendo?

Ele continuou a acariciar meu cabelo e falar suavemente. —


Farei com que meus homens peguem o que você precisar. Vamos te
mudar de volta para a casa do seu irmão temporariamente. Tudo ficará
bem.

Eu endureci. — Eu não estou me mudando.

— O quê?

Tentei me afastar de seu abraço para encará-lo, mas ele apenas


apertou os braços. — Eu não vou me mudar. Eu amo meu apartamento e
minha loja. Eu não deixarei quaisquer atividades ilegais que meus irmãos
estão envolvidos arruinando isso. Sinto muito pelo que aconteceu esta
noite, mas isso não significa que arrancarei toda a minha vida!

Eu podia sentir seu corpo tenso. Então ele me levantou de seu


colo, levantou-se abruptamente e começou a andar de um lado para o
outro. Eu estava com medo de falar, sem ter certeza do que eu disse que o
havia provocado. Eu assisti em silêncio enquanto ele andava como um
animal enjaulado. Ele passou a mão pelo cabelo escuro. Finalmente, ele
parou para me encarar. Seus olhos pareciam duros. Eu podia ver um
músculo em sua bochecha se contrair enquanto ele apertava e soltava
seus punhos.

— Se eu não tivesse chegado a tempo, eles poderiam ter


matado você – ou pior.

A última coisa que eu queria era brigar com ele sobre isso, mas
eu sabia que se eu cedesse agora não haveria como voltar atrás. Ele era
como meus irmãos. Tanto ele quanto eles passariam por cima de mim, até
que eu me vi vivendo sob o teto do meu irmão até ser uma
solteirona. Balancei a cabeça. — Estou feliz que você chegou a
tempo. Realmente estou. Foi incrível. Se você não tivesse chegado
exatamente quando chegou, eu...

Espere.

Como ele conseguiu chegar lá na hora certa? Como ele sabia


que eu estava lá?

Seus olhos se estreitaram. Ele se moveu rapidamente em minha


direção.
Inclinei-me para longe, pressionando as almofadas do sofá. Ele
colocou as mãos no sofá e se inclinou, suas feições afiadas perto das
minhas. — Não. Eu sei o que você está pensando e não. Eto bylo dlya
vashey zhe zashchity.

— Para minha própria proteção?

Saí de debaixo do braço dele e me levantei. — Você e meus


irmãos estão me espionando?

Ele nem sequer teve a decência de parecer envergonhado.

Ele cruzou os braços sobre o peito. Através da fina camisa


branca do smoking, eu podia ver os salpicos de cor das tatuagens em seus
antebraços. Há muito que abandonara a gravata-borboleta. A camisa
estava aberta no colarinho, expondo uma pequena parte de seu
peito. Havia também algumas manchas de sangue de sua luta anterior. A
maioria das pessoas provavelmente teria se incomodado com
isso. Sabendo que o sangue de outra pessoa estava sobre eles, eles
provavelmente teriam rasgado a camisa no momento em que tiveram a
chance. Não parecia incomodar Mikhail. Pior, isso mal parecia me
incomodar. Era como se, apesar de ser mantida longe dos segredos
obscuros da minha família, eu ainda tivesse absorvido toda a violência em
minha alma.

Ele ergueu uma sobrancelha. — Você honestamente não achou


que seus irmãos deixariam você se mudar para aquele apartamento sem
algumas garantias sobre sua segurança?

Dando as costas para ele, olhei pela janela enorme. O céu estava
em chamas com cores, laranja brilhante, rosa ardente e violeta quando
amanheceu. Vendo os prédios da orla de Georgetown, reconheci
precisamente para onde Mikhail me levara. Estávamos a menos de três
quarteirões da minha loja.

Havia uma grande rachadura de estrela no vidro e longas faixas


nebulosas de líquido seco. Meu olhar varreu para uma estranha pilha de
vidro âmbar quebrado e uma poça do que parecia ser cerveja no
chão. Girando lentamente, olhei ao redor da sala novamente. Minha
reação inicial ao espaço estava correta. Esta não era uma casa segura.

Meus olhos se estreitaram enquanto eu olhava para Mikhail. —


De quem é essa cobertura?

Ele passou a mão pelo cabelo. — O que isso importa?

— É a sua casa, não é? Eu nunca fui realmente


independente. Você esteve por perto o tempo todo. — Andei pela sala de
estar. — Então você tem alguma sala secreta para todos os equipamentos
de vigilância e telas de computador? Foi assim que você soube que eu
estava em perigo?

Seus olhos foram para a parede atrás de mim. Eu não tinha


notado antes, mas o outro sofá estava um pouco torto. Atrás dele havia
um deslizamento de painel apenas parcialmente fechado, como se alguém
estivesse com muita pressa para se certificar de que fechasse
corretamente. Coloquei a mão na boca e me virei para ele com os olhos
arregalados. — Você está brincando comigo? Existe realmente uma sala
de vigilância?

Andei pelo centro da sala, um hábito que obviamente aprendi


com ele. Eu envolvi meus braços firmemente ao redor do meu meio.
— Kroska…

Meu corpo virou. — Não me chame assim! Você não pode me


chamar assim nunca mais!

— Uma porra que não! — ele gritou de volta enquanto dava


alguns passos em minha direção.

Peguei uma das peças inúteis de decoração que ele tinha sobre
o lugar para fazê-lo parecer uma casa normal e não como a sede da
vigilância de segurança que realmente era.

Ele levantou o braço. Apontando um dedo para mim, ele avisou:


— Não se atreva!

Eu joguei.

Ele se abaixou a tempo de bater contra a parede atrás dele. —


Mentiroso! — Eu chorei quando lancei outro míssil, um cilindro de vidro
segurando uma vela apagada.

Ele pulou para mim. Fui à direita e depois à esquerda e corri


para o outro lado da sala, colocando o sofá entre nós.

— Você é um maldito mentiroso! Você esteve mentindo para


mim esse tempo todo!

— Linguagem! — ele rugiu enquanto dava a volta. Mantive-me


fora do alcance do braço, sempre mantendo o comprimento do sofá entre
nós.

Eu atirei de volta, puramente por despeito, a única frase que eu


sabia que iria irritá-lo. — Poshol nahuj!
Abaixando-se, ele usou as duas mãos para empurrar o sofá. Ele
deslizou facilmente pelo chão de bambu escuro e polido, removendo a
barricada entre nós. Ele se elevou a toda a sua altura inacreditavelmente
intimidante. Uma veia pulsava em sua têmpora enquanto seu peito subia
e descia com cada respiração agitada. Eu tinha irritado a besta. Sem o sofá
entre nós, eu estava vulnerável e desprotegida.

— Aparentemente - Mikhail vociferou — minha menina má


precisa de outra lição de mim.

Só me restava uma opção. Eu me virei e corri para a porta da


frente.

Ele estava bem atrás de mim.

Agarrando meu braço, ele me girou e usou a força de seu corpo


para me pressionar contra a parede de janelas. Atrás de mim havia um
panorama de estrelas e as luzes bruxuleantes dos barcos no Potomac,
uma cena pacífica que desmentia a guerra que se formava entre nós.

Ele pressionou as pontas dos dedos em meus braços. — Escute-


me.

Não querendo ouvir suas desculpas e mentiras, eu agarrei seu


aperto, tentando me esquivar.

Ele mudou seu aperto para minha cintura e desceu para


capturar meus lábios em uma tentativa de me subjugar. Virei minha
cabeça para o lado, evitando-o. Não funcionou.

Apertando mais minha cintura, ele me levantou no alto dos


meus pés. Eu estava ancorada contra o vidro por seus quadris, seu pau
duro empurrando contra o meu estômago. Ele me soltou e colocou as
mãos em volta do meu queixo, forçando minha cabeça para a frente. Ele
então tomou posse da minha boca. Quando eu tentei manter meus lábios
fechados, ele pressionou seus polegares na carne macia das minhas
bochechas, forçando minha boca aberta. No começo, eu retribuí o beijo,
depois voltei aos meus sentidos e lutei e mordi seu lábio.

Sua cabeça recuou. Ele passou a língua pelo lábio inferior,


lambendo uma pequena gota de sangue.

Ele não foi dissuadido.

Ele capturou minha boca novamente. Eu podia sentir o gosto


metálico de seu sangue. Seus dedos deslizaram em meus cachos de
morango selvagem, segurando minha cabeça firme para seu ataque
contínuo. Ele pressionou seu corpo mais apertado contra minhas curvas
suaves, recusando-se a ceder até que eu o aceitasse e aceitasse seu
domínio sobre mim.

Ele quebrou o beijo e respirou contra a minha boca. — Você é


minha. Minha pra caralho.

Eu soube o momento em que a luta me deixou quando senti o


roçar de seus dedos na minha bochecha. Engolindo meu gemido
capitulado, ele aprofundou o beijo. Ele entrelaçou seus dedos com os
meus e pressionou minhas mãos contra o vidro de cada lado da minha
cabeça. A superfície fria e dura trouxe a realidade de volta. Eu
desesperadamente queria voltar ao calor e ignorar todo o resto, mas sabia
que não era possível.
Usando cada grama de força que eu possuía, eu me afastei. Ele
passou o polegar pela minha bochecha, sentindo o calor suave do meu
rubor. Eu nunca usava maquiagem, mas neste momento, eu tinha certeza
de que meus lábios inchados pareciam brilhantes com um batom
carmesim manchado de beijo.

— Por quê? — Eu sussurrei, o ardor da traição brilhando em


meus olhos.

Ele respirou fundo e me contou a verdade crua e irregular. —


Tudo o que posso dizer é que, desde o momento em que te conheci, não
havia dúvida em minha mente de que você deveria ser minha e só
minha. Parte disso significava que você era minha para proteger.

— Então você colocou uma câmera de segurança na minha loja?

Seus olhos endureceram quando ele desviou o olhar do meu.

Porra. Era muito pior do que apenas uma única câmera de


segurança. Ele e meus irmãos provavelmente estavam observando e
monitorando cada passo que eu dava desde o momento em que saí da
casa de Gregor, buscando minha suposta independência.

Ele deu um passo para trás e me deixou deslizar de volta para os


meus pés. A partir desta posição, ele se elevou sobre meu corpo esguio. —
Baby, você vai ter que confiar em mim.

— Confiar em você? Eu sinto que nem te conheço mais, se é que


já conheci.

— Eu nunca tive nenhuma câmera em seu apartamento. Apenas


nas entradas e saídas de sua loja.
Eu joguei meus braços no ar. — Ah, bem, isso torna as coisas
melhores.

— Eu não me desculparei ou me sentirei culpado por fazer a


porra do meu trabalho, por querer manter a mulher que eu amo segura.

Eu balancei a cabeça. — Não! Não. Você não pode fazer isso


comigo. Você não pode dizer isso. Você não pode me dar o ombro frio por
três anos e então um dia anunciar que estamos juntos e você me ama
porque você finalmente decidiu que me quer. Não é assim que funciona.

Ele bateu o punho contra a janela. O vidro vibrou com o


impacto, e a explosão de estrelas a alguns metros de distância se alongou.

— Droga, Nadia. Você sabe por que não podíamos ficar


juntos. Foi para o seu próprio bem.

Afastei-me da janela e recuei alguns passos, precisando de


espaço dele. Eu não conseguia pensar direito quando ele estava tão perto
de mim. — Para meu próprio bem. Para minha própria proteção. Você não
é melhor do que meus irmãos. Decidir o que é melhor para mim sem nem
se incomodar em me perguntar!

Ele começou em minha direção. — Eu sou o que é melhor para


você. Eu sempre fui o que é melhor para você. Eu e eu sozinhos.

Pegando o objeto mais próximo que eu poderia colocar minhas


mãos - uma tigela de vidro azul - eu gritei de volta: — Então você deveria
ter colocado um anel em vez de apenas ficar à margem todos esses anos.

Joguei a tigela direto na cabeça dele e mais uma vez corri para a
porta.
Eu não dei dois passos antes que ele me alcançasse. Agarrando-
me por trás, ele puxou meu corpo para perto do seu. Ele se inclinou para
sussurrar em meu ouvido: — Você não vai a lugar nenhum.

Minhas mãos se fecharam em punhos enquanto eu batia meu


pé, tentando pisar em seus dedos e forçá-lo a me soltar. — Solte!

Mikhail se moveu tão rápido que nem tive tempo de me


proteger. Ele me girou em seu abraço. Sua mão direita golpeou,
envolvendo seu punho em um choque de meus cachos bagunçados, então
ele puxou minha cabeça para trás. Sua outra mão foi para a parte inferior
das minhas costas, me empurrando para a frente e contra ele. Minhas
mãos subiram para pressionar de volta contra seu peito. Ele não se
mexeu.

Ele retrucou: — Você precisa entender que, a partir desta noite,


as coisas mudaram. Estamos juntos agora, e eu não deixarei você ir.

Virei a cabeça para o lado. — Nós não estamos juntos. Tudo o


que eu já estive com você é um trabalho de segurança.

— Porra, você tem sido muito mais para mim do que um


trabalho estúpido, Nadia.

Sua boca desceu para capturar a minha.


CAPÍTULO 14
MIKHAIL

Isso não foi um beijo.

Foi um ato de posse.

Eu sabia que ela não me odiava de verdade, e ela tinha todo o


direito de estar com raiva de mim. Eu estava com raiva de mim mesmo. Eu
nunca deveria ter mantido distância nos últimos anos. Tinha sido um erro,
um que eu ia corrigir agora.

Forçando minha língua por seus lábios, eu provei e


reivindiquei. Depois de me virar, eu a pressionei contra a parede e
empurrei meus quadris em sua suavidade. Enfiei minha coxa entre suas
pernas e a levantei bem alto. Ela era tão pequena que eu facilmente a
levantei, forçando-a a me montar. Forçando sua boceta a esfregar contra
o topo da minha perna. Chupei seu lábio inferior em minha boca, raspei a
ponta afiada dos meus dentes contra a plenitude rosa suave. A sensação
de suas pequenas mãos pressionadas contra meu peito quase me deixou
louco. Eu queria sentir seu toque frio contra minha própria pele
aquecida. Eu tinha essa noção louca de que talvez, apenas talvez, ela
tivesse o poder de domar os demônios dentro de mim. Que esse pequeno
pedaço de mulher pode realmente ser meu par.

Nos últimos três anos, mantive minha obsessão sob


controle. Mantive-a amarrada e domada, enquanto me forçava a apenas
observar, mas nunca me permiti tocá-la novamente. Mantendo-a a salvo
das minhas próprias necessidades animais. O conhecimento de que ela
estava em perigo enquanto eu assistia sem saber à distância quase rasgou
meu intestino em pedaços. Minha raiva e medo pareciam dor física, uma
faca quente me cravando. Eu não sabia o que diabos estava acontecendo,
mas eu sabia que terminaria comigo.

Eu iria para o inferno e voltaria para mantê-la segura. Nunca


mais eu a deixaria sair do meu lado.

Meu aperto em seu cabelo aumentou enquanto eu aprofundava


o beijo, moendo meu pau contra sua coxa enquanto a forcei a montar a
minha. Eu deslizei minha mão entre as coxas, sentindo a seda molhada de
sua calcinha. Eu não pude conter um gemido enquanto engoli seu próprio
gemido impotente. Minha menina me queria tanto quanto eu a
queria. Afastei o tecido de sua calcinha e deslizei um único dedo entre sua
boceta escorregadia.

Rolando meus ombros, eu abaixei minha cabeça e descansei


contra sua testa enquanto eu tomava uma respiração profunda e
controlada, forçando meu pulso a desacelerar, intencionalmente
ignorando o pico de dor em meu pau totalmente ereto. Olhei para seu
rosto pequeno e virado para cima. Suas bochechas estavam de um rosa
profundo e seus lábios pareciam machucados e inchados. Houve uma
onda de orgulho possessivo sabendo que eu a tinha marcado como minha.

Mas não foi o suficiente.

Agarrando-a pelo pulso, nem sequer lhe dei a chance de olhar


ao redor. Eu a puxei para o meu quarto. Nadia tentou recuar no momento
em que percebeu para qual quarto eu a havia trazido, mas eu não a
deixei. A cama king-size estava em uma plataforma, dominando o
quarto. Em vez de uma cabeceira, estava encostada a uma parede de
janelas coloridas do chão ao teto com vista para o rio. Eu só a soltei
quando ela estava ao pé da cama. Eu dei um pequeno empurrão em seus
ombros, e ela caiu para trás.

Seus olhos se arregalaram. — O que você pensa que está


fazendo?

Peguei uma de suas pernas na minha mão e a levantei bem


alto. Trabalhei os cadarços de suas botas Doc Marten grossas. Exceto
pelos ocasionais saltos altos quando ela estava usando um vestido de
coquetel, eu nunca a tinha visto usar outra coisa nos pés.

— Ei!

Ela protestou enquanto tentava puxar sua perna do meu


alcance.

Puxando a bota livre, eu a joguei para o lado. Apesar de suas


tentativas de fugir de mim, peguei sua outra perna e fiz um rápido
trabalho com os cadarços também. Deixei-a com um par de meias
amarelas com pirulitos. Com a perna esticada, seu vestido subiu em suas
coxas, e eu vislumbrei sua calcinha rosa. A visão só fez meu pau já duro
mais duro.

Eu assisti enquanto ela se arrastava para o outro lado da


cama. Com a luz do amanhecer vindo das janelas, ela estava emoldurada
na sombra, seu loiro morango selvagem enrolando uma auréola ao redor
dela. Embora eu não pudesse distinguir as características distintas de seu
rosto, eu sabia que seus olhos estavam em mim.

Mantendo meu olhar treinado em sua direção, desabotoei


minha camisa e a puxei dos meus ombros. Quando baixei o zíper da minha
calça, tirei meus sapatos. Empurrando meus polegares no cós da minha
calça e boxer, eu as empurrei para o chão. Eu sabia que era um homem
grande e fisicamente apto. Agarrei meu pau duro. Embora ela estivesse na
sombra, eu podia imaginá-la mordendo o lábio nervosamente.

Ela deveria estar nervosa. — Venha aqui. — eu exigi. Ela ficou


onde estava.

— Regra número um. Nunca me desobedeça.

— Regra número um? Quantas regras vão existir? — ela jogou


de volta atrevidamente.

— Quantos eu quiser. Agora venha aqui.

Depois de um momento de hesitação, ela se moveu lentamente


para o centro da cama, mas não mais. Ela estava de joelhos, seu vestido
de boneca caindo sobre ela em dobras suaves.

— Tire seu vestido.

Seus lindos lábios rosados se abriram em um suspiro.

— Agora, — eu vociferei impacientemente enquanto dava um


aperto forte no meu pau.

Suas mãos voaram para os pequenos botões de pérolas na


frente. Um por um, ela os soltou. Um sutiã de renda azul espiou por entre
seus dedos quando o vestido se abriu. Quando ela desabotoou o vestido
até ao umbigo, ela lentamente o deixou cair de seus ombros.

O gesto era inocentemente sedutor. Ao contrário de outras


mulheres que conheci em minha vida, eu sabia que não havia
artifício. Este não era um movimento praticado para provocar. Eu amei o
fato de que ela estava com uma simples calcinha de seda rosa e um sutiã
azul. Minha garota não era uma femme fatale superficial com lingerie
combinando, praticada na manipulação de um homem. Ela era lindamente
genuína.

— Tire seu sutiã.

— Mikhail, eu nunca...

Minha testa franziu.

— Você está me dizendo que você é virgem?

A ideia agitou meu sangue ainda mais. Eu egoisticamente queria


que fosse verdade. Eu nunca quis pensar nela com outro homem. Ela foi
observada de perto, mas não vinte e quatro horas. Era possível que ela
não fosse virgem, se não provável, mas para eu ouvir sobre qualquer
amante passado neste momento provocariam meu ciúme além dos
limites, especialmente depois de meu encontro com Massimo mais cedo.

Ela hesitou, então respondeu. — Não. É só que eu tive pouca...


bem... não muita prática.

— Pare de falar e tire o sutiã.

Alcançando atrás dela, ela desabotoou o sutiã. Ele caiu em seus


braços, expondo um par perfeito de seios que combinavam com seu corpo
pequeno – pequeno com uma curva suave. Seus mamilos eram da mesma
cor que seus lábios rosados.

— Agora sua calcinha.

Observá-la lentamente tirar suas roupas estava me deixando


louco, mas era uma insanidade que eu queria saborear. Eu quase
estraguei tudo no sofá mais cedo quando deixei meu pau controlar minhas
emoções. Levar esta bela criatura de forma rude e pronta teria sido um
sacrilégio.

Observando enquanto ela se levantava e enrolava o cós de sua


calcinha sobre os quadris e depois descendo pelas pernas, dei alguns
passos até à cômoda mais próxima. Quando ela enrolou as pernas para
cima, tentando cobrir tanto sua boceta quanto os seios, puxei um
brinquedo que comprei pensando apenas nela.

Eu perdi a conta das vezes que me masturbei nesta mesma


cama com o pensamento de usá-lo nela. Era um vibrador macio e roxo em
forma de pau, com cerca de cinco centímetros de largura e dezessete
centímetros de comprimento. Na base havia uma ventosa útil. Seus
grandes olhos azuis me seguiram enquanto eu passava por ela. Depois de
jogar todos os travesseiros fora do caminho, estendi a mão e prendi o
vibrador na grande janela diretamente atrás da cama.

Eu gostava do meu jogo sexual áspero e sujo, e mal podia


esperar para comprar brinquedos para preencher todos os buracos
dela. Ela poderia muito bem saber disso agora desde o início. Embora eu
não estivesse preocupado. Pela maneira como ela respondeu a essa surra
erótica que eu dei a ela enquanto estava debruçada sobre a mesa de seu
irmão há alguns anos, tive a sensação de que minha menina
compartilhava meus mesmos gostos sombrios de dor misturados com
prazer.

Nadia manteve o olhar para a frente. Seu corpo tremeu


levemente. — Rasteje até mim.

O quarto estava silencioso, exceto por sua respiração


ligeiramente irregular.

Nadia se mexeu no quadril e depois de joelhos. Seus seios leves


estavam pressionados entre seus braços enquanto ela hesitava, deslocou
uma perna para a frente, depois a outra. Ela rastejou a curta distância até
à cabeceira da cama.

Ela então inclinou a cabeça para olhar para mim, seus olhos
luminosos com medo e desejo.

Acariciei sua bochecha com as costas da minha mão. — Você


será uma boa menina e fazer tudo o que eu digo, não é?

Sem tirar os olhos de mim, ela assentiu.

Porra. Esta mulher ia ser a minha morte. A própria ideia de fazer


um rosto tão angelical foder um pau me deixou mais forte do que eu
pensava ser possível.

— Eu quero que você abra a boca e chupe a cabeça do vibrador.

Voltando-se para a janela, ela moveu seu corpo para a frente


para que pudesse esticar o pescoço e pegar a ponta bulbosa do vibrador
entre os lábios. Fiquei satisfeito com sua obediência inquestionável.

— Boa garota. Gire sua língua ao redor da ponta.


Eu assisti enquanto ela obedecia.

— Agora eu quero que você lamba todo o pau, deixe-o bem e


molhado.

O silicone roxo brilhante do vibrador brilhou quando a ponta de


sua língua varreu sua superfície levemente irregular.

— Agora eu quero que você tente engolir isso pela sua garganta.

Nadia abriu ainda mais os lábios, mas só colocou cerca de sete


centímetros na boca.

— Eu acho que você está sendo uma garota má de propósito —


eu murmurei em seu ouvido enquanto subia atrás dela na cama,
esfregando meu pau entre suas bochechas. Sua única resposta foi
choramingar.

— Minha garota má precisa de uma surra para fazê-la fazer o


que eu digo?

Sem esperar por sua resposta, eu levantei meu braço direito e


trouxe minha palma plana com força em sua bochecha. Repeti o gesto
várias vezes. Eu não parei até que sua bunda floresceu em um vermelho
brilhante e raivoso.

— Isso dói! — Nadia gritou quando mudei minha posição para


agarrar seu quadril direito e levantar meu braço esquerdo.

— Me obedeça. Empurre esse pau na sua garganta.

Ela lutou para manter o vibrador na boca quando começou a


chorar.
Sua bunda esquerda ficou tensa um momento antes de eu
atacar. Eu continuei a espancá-la até que suas bochechas inferiores
estivessem aquecidas.

— Por favor! Estou tentando! Não posso! Eu não sei como!

Agarrando seu cabelo, eu vociferei: — Abra bem a boca.

Ela era tão pequena que eu podia ver facilmente por cima de
sua cabeça enquanto ela obedecia. Assim que seus lábios se fecharam
sobre a ponta, eu empurrei a parte de trás de sua cabeça.

Nadia engasgou e lutou enquanto o silicone flexível empurrava


ao longo de sua língua para provocar o fundo de sua garganta. Eu aliviei a
pressão, permitindo que ela tomasse uma respiração antes de mais uma
vez empurrar sua cabeça, forçando seu rosto no pênis.

Eu a estava treinando, é claro.

Ela acharia muito mais fácil engolir meu pau de vinte e três
centímetros mais tarde.

Polegada por polegada punitiva, o vibrador empurrou em sua


boca. Eu cedi quando ela tinha engolido pelo menos metade.

— Você é minha garota suja? — Nadia gemeu.

Eu bati na bunda dela.

— Sim! Sim! Eu sou sua garota suja.

— Você quer que eu te force a engolir mais pau?

— Sim. — ela choramingou.


Torcendo minha mão em seu cabelo, eu forcei sua boca no pau
de plástico mais algumas vezes.

Soltando meu aperto, eu disse a ela para continuar chupando


enquanto eu me movia para deitar na cama. Eu me posicionei entre suas
coxas, sua linda boceta a apenas alguns centímetros da minha
boca. Enquanto ela chupava o pau de plástico, eu a provei. Usando meus
polegares, abri os lábios de sua boceta e agitei seu clitóris com minha
língua. Seus quadris saltaram, mas eu a segui com minha boca,
gentilmente raspando o delicado feixe de nervos com meus dentes
enquanto eu empurrava dois dedos em seu buraco gloriosamente
molhado.

Porra. Ela estava apertada.

Eu podia ouvi-la chupar e engasgar enquanto ela continuava a


me agradar chupando o vibrador.

Pulsando meus dedos nela, eu continuei a circular ritmicamente


e sacudir seu clitóris até que eu pudesse sentir seus músculos internos da
coxa começarem a apertar.

Assim que ela começou a atingir a crista, eu desloquei minhas


mãos para a palma de sua bunda, cavando meus dedos em sua pele ainda
quente como punição.

O som de Nadia gritando de prazer quando ela gozou foi o som


mais doce que eu já ouvi na minha vida.

Trocando de posição, me movi para me ajoelhar diretamente


atrás dela. Eu abri as bochechas de sua bunda para que eu pudesse ver
seu pequeno buraco enrugado perfeito. Com meus dedos ainda
escorregadios de sua boceta, eu circulei a pele rosa pálida, revelando
como seu corpo se contorceu e tremeu em resposta.

— Você sabe que eu te machucarei quando eu enfiar meu pau


grande neste pequeno buraco.

Nadia olhou para mim por cima do ombro: — Por favor, eu


nunca...

Eu acariciei suas costas suaves com minha outra mão. — Não se


preocupe, querida. Você vai gostar quando eu fizer doer.

Colocando meu dedo em sua entrada apertada, eu o forcei


profundamente além da segunda junta. Nadia gritou quando seus joelhos
se dobraram sob ela e seus quadris balançaram para a frente.

— De volta à posição — eu ordenei.

Com um gemido, ela empurrou-se de joelhos, — Por favor, dói.

Eu bombeei meu dedo dentro e fora de sua bunda. Eu podia


sentir o anel de músculo apertar e depois esticar.

Com pena dela, eu disse: — Eu não vou foder sua bunda hoje se
você engolir todos os dezessete centímetros desse pau como uma boa
menina.

— Não posso. É muito grande.

— Você vai ter que se acostumar a engolir profundamente um


pau, garotinha, porque eu pretendo forçar todos os meus centímetros em
sua garganta pequena toda chance que eu tiver.
Inclinando-me sobre seu pequeno corpo, coloquei a mão sob
seu queixo, inclinei a cabeça para trás e mordi seu pescoço exposto de
brincadeira. Lambendo a ferida circular vermelha, sussurrei em seu
ouvido: — Quero ouvir você engasgar enquanto luta para me obedecer.

Eu podia sentir a vibração de seu gemido enquanto retumbou


em sua garganta fina.

— O que será, querida? Eu fodo sua bunda ou você força esse


pau na sua garganta?

— Por favor, estou com medo de levar seu pau na minha bunda.

Ela deveria ter. Do jeito que estava, eu ia rasgar sua boceta com
o peso grosso e o comprimento do meu pau. Sua pequena bunda apertada
não tinha chance.

— Então você sabe o que eu quero ouvir.

— Eu engolirei o pau.

— Por quê?

— Porque eu sou sua garota suja.

— Sim, você é. — eu vociferei enquanto dei uma mordida em


seu ombro. Voltando à posição, eu a empurrei para a frente.

— Abra a boca e chupe a ponta.

Quando ela obedeceu ao meu comando, esfreguei a ponta do


meu pau sobre os lábios escorregadios antes de colocá-lo na entrada de
sua boceta apertada.

— Mantenha esse pau na boca.


Sem mais nenhum aviso, empurrei violentamente meus quadris
para a frente. O impacto empurrou seu corpo para a frente, forçando sua
boca mais fundo no pênis falso enquanto eu conduzia meu pau
igualmente fundo em sua boceta incrivelmente apertada.

Nadia gritou de dor.

Eu xinguei e puxei para fora. — Que porra é essa?


CAPÍTULO 15
MIKHAIL

Eu tinha perguntado se ela era virgem.

Ela disse não.

Por que ela diria não? Por que ela mentiria?

Enquanto o bastardo em mim estava exultante que eu era


verdadeiramente seu primeiro e definitivamente seria seu único, eu não
podia negar o fato de que eu tinha tratado a mulher que eu amava, uma
virgem inocente, nada melhor do que uma prostituta com minhas
exigências ásperas.

Esfreguei suas costas enquanto afastei seu cabelo, querendo ver


seu rosto. — Querida, eu sinto muito. Eu nunca teria te pegado tão
duro. Jesus. Por que você não disse algo? Eu teria sido mais gentil. Eu teria
ido devagar.

Seus quadris subiram para esfregar contra meu pau. — Foi por
isso que eu não disse nada, gentil não somos nós, Mikhail. Nunca foi.

Acariciei seu cabelo. — Mas... Cristo... Nadia, eu te


machuquei. Você gritou.

Ela enterrou a cabeça no travesseiro e respondeu.

— Não consigo te ouvir.


Ela levantou a cabeça ligeiramente, suas bochechas vermelhas
brilhantes. Ela sussurrou mais uma vez: — Eu gostei.

Meu pau endureceu novamente enquanto eu corria minha mão


pelas costas dela e sobre sua bunda. — Você gostou? Você gostou da dor?

Ela enterrou a cabeça no travesseiro novamente, mas assentiu.

Eu sorri. Eu sabia que ela era a mulher perfeita para mim. Ainda
assim, o vibrador preso à janela chamou minha atenção. Eu estava
fazendo e dizendo coisas para ela que realmente não eram apropriadas
para uma virgem. Se eu soubesse, eu a teria iniciado no jogo de quarto
mais hardcore mais tarde.

Eu me ajoelhei atrás dela. Deslizando a mão entre suas pernas,


provoquei seu clitóris, trazendo-a de volta à beira novamente. — Você
tem certeza disso? Eu não quero te machucar, mas, baby, não tem como
eu ser gentil agora.

Ela respirou quando seus próprios dedos roçaram os meus


quando ela alcançou meu eixo entre suas pernas, me puxando para mais
perto. — Eu não quero que você seja.

Eu balancei a cabeça. — Como diabos você sabe... como você


sabe... você é apenas uma inocente... eu não entendo como... — Eu não
consegui nem terminar a frase. Nem cinco minutos antes eu tinha visto ela
tentar empurrar um vibrador de dezessete centímetros em sua garganta,
tudo isso enquanto concordava que ela era minha garota suja enquanto
eu espancava sua bunda, e ainda assim ela era virgem.
Nadia me deu uma risada gutural quando sua cabeça inclinou
para trás. Seus cachos loiros avermelhados provocavam a pele cremosa de
seus ombros. — Eu era virgem, Mikhail. Não uma freira. Eu li Cinquenta
Tons, você sabe, e assisti pornografia.

Agarrei seu cabelo e puxei sua cabeça ainda mais para


trás. Inclinando-me, belisquei sua orelha enquanto meus dedos
provocavam sua entrada apertada. — Oh sim? Você gostou? Você sonhou
comigo sendo o único a foder você duro e rápido assim? — Eu empurrei
meu dedo profundamente dentro dela.

— Oh Deus, sim! Sim!

Seu corpo tremeu sob meu toque. Seu orgasmo foi uma das
coisas mais bonitas que eu já testemunhei. Eu me lembraria para sempre
do som de seus gritos de prazer.

Agarrando seus quadris, eu dirigi em seu calor apertado. Nunca


em minha vida eu adiei minha gratificação por uma mulher por tanto
tempo, mas agora a besta estava solta. Eu não poderia parar nem se os
cães do inferno estivessem nos meus calcanhares. Seu calor úmido lutou
para se esticar ao redor do meu pau, e eu corri minha mão pelas costas
dela até que eu pudesse cavar meus dedos em seu cabelo
emaranhado. Eu podia sentir seu corpo se preparando para o que ela
sabia que viria a seguir.

Enquanto eu empurrava para a frente, enterrando meu pau


profundamente dentro de sua boceta, eu empurrei contra a parte de trás
de sua cabeça. Os sons dela engasgando no pênis de silicone enquanto eu
o forçava mais fundo do que nunca em sua garganta estreita só me levou
mais forte.

Acima de sua cabeça, havia uma vista panorâmica do Rio


Potomac e as luzes cintilantes nas janelas de um arranha-céu próximo
enquanto eu finalmente tomava posse dela. A ideia voyeurística de tê-la
exposta ao mundo, mas tecnicamente ainda invisível, só alimentou minha
luxúria.

Suas mãos se fecharam na colcha da cama enquanto ela lutava


para respirar.

Ainda assim, empurrei mais forte, movendo sua cabeça para


cima e para baixo no pênis de plástico enquanto meu pau entrava e saía
de seu corpo.

Porra! A visão de seu pequeno corpo engolindo meu pau


enquanto eu a forcei a foder o pau falso quase me deixou louco. Mudei
minha mão em sua bunda, até que meu polegar pudesse pressionar
contra seu cu. Aplicando uma pressão constante, estalou além de sua
fraca resistência. Desta vez, quando Nadia tentou mover seus quadris para
longe da dor, ela só conseguiu empurrar seu próprio rosto ainda mais para
o vibrador.

Minhas bolas apertaram enquanto eu olhava para seu corpo


vulnerável sendo perfurado em todos os três buracos, sabendo que a
única coisa que ocupava sua mente era uma dor prazerosa.

— Eu vou gozar. Hora de você levar esse último centímetro


goela abaixo.
Nadia tentou balançar a cabeça, mas meu aperto em seu cabelo
impediu. Além disso, eu não aceitaria um não como resposta. Ela não
queria ser tratada como uma virgem frágil, então eu não tinha intenção de
fazê-lo. Eu ia fodê-la com todo o fogo, calor e paixão que sentia por ela.

Pausando minhas estocadas, apliquei uma pressão firme e


implacável na parte de trás de sua cabeça. Eu assisti enquanto seus lábios
se abriam ao redor do pênis grosso. Era apenas grosso o suficiente para
fazê-la lutar, mas não tão grosso que esticava seus lábios finos. Eles ainda
pareciam cheios e rosados enquanto ela fazia o que eu ordenei.

— Quero que seu nariz toque o vidro da janela.

Continuei empurrando. O corpo de Nadia tremeu com o esforço


enquanto a saliva escorria dos cantos de sua boca, encharcando os
lençóis.

Finalmente, a ponta de seu narizinho atrevido tocou a suavidade


fria do vidro.

— Agora mantenha-o no fundo de sua garganta até que eu goze,


— eu ordenei. Seus ombros tremiam com o esforço para me agradar.

Mantendo meu aperto em sua cabeça, eu empurrei


profundamente. Puxando todo o caminho para fora, apenas para bater de
volta. Eu podia sentir meu orgasmo crescendo. A pressão requintada. Eu
sabia que só tinha mais alguns segundos antes de deixá-la ir para que ela
pudesse respirar novamente.

Com um grito, empurrei profundamente, sentindo minhas bolas


baterem contra sua boceta inchada. Gomos grossos revestiam suas
paredes internas enquanto eu rugia minha liberação. Foi o orgasmo mais
completamente perfeito da minha vida.

Com meu pau ainda enterrado dentro dela, eu afrouxei meu


aperto em sua cabeça enquanto envolvia meu braço ao redor de sua
cintura. Gentilmente, eu a puxei de volta até que eu pudesse ouvir seus
gorgolejos desesperados e ofegantes enquanto o longo vibrador deslizou
para fora de sua garganta e passou por seus lábios.

Caí de lado, levando-a comigo.

Deslocando meu braço, coloquei minha mão entre suas pernas,


procurando seu clitóris com a ponta do meu dedo.

— Ainda não terminei com você, kroshka.


CAPÍTULO 16
NADIA

Meus sonhos de estar com ele não eram nada parecidos com a
realidade.

Nos meus sonhos, não só ele era perfeito, mas eu também.

Na realidade, nem tanto.

Depois de outra rodada escaldante de sexo alucinante, Mikhail


se deitou de costas e jogou um braço sobre os olhos. Sua respiração
pesada desacelerou. Eu não sabia se ele tinha adormecido ou não. Seria
compreensível. O homem estava acordado há dois dias seguidos,
supervisionando a segurança do casamento de Gregor e Samara e depois
correndo para me salvar.

Tentei fechar os olhos também. No momento em que o fiz,


dúvidas e inseguranças esmagadoras encheram minha mente já
sobrecarregada e exausta.

Isso era demais – demais.

Esta não era eu. Eu não era essa garota. Garotas como eu não
conseguiam homens como Mikhail. O homem era como um James Bond
escuro e superexcêntrico. Ele provavelmente namorou mulheres que
usavam perfume caro, falavam francês, andavam de lingerie e jogavam
Bacará em cassinos exclusivos de Mônaco. Mulheres sofisticadas que
gostavam de champanhe e caviar. Mulheres que realmente sabiam como
jogar jogos sexuais e não choravam com a ideia de tentar engolir um
brinquedo sexual.

Eu não era uma dessas mulheres. Eu pensei que eu era.

Eu queria ser uma delas para ele e para mim. Mas eu menti.

Eu menti quando disse que poderia aguentar toda a sua


sexualidade brutal.

Eu estava muito, muito acima da minha cabeça com ele.

O sonho de querer estar com Mikhail e a dura realidade de


finalmente estar com ele colidiram na minha cabeça e corpo. E tudo que
eu ficava pensando era, eu era uma fraude. Esta não era eu.

Eu usava vestidos babydoll e Doc Martens. Na maioria das vezes


eu cheirava a oxicorte do meu maçarico de solda de joias, não a
perfume. O único conjunto de lingerie combinando que eu já tive foi dado
a mim por Yelena anos atrás, quando ela o roubou da Victoria's Secret
como um presente para o meu aniversário de dezessete anos. Eu nunca
tinha tirado do papel de seda e da fita embrulhada. O único jogo de cartas
que eu conhecia era o Texas Hold'em, e eu odiava champanhe. Minha
ideia de um encontro perfeito era uma pizza e assistir a algo na Netflix
enquanto me abraçava no meu sofá.

Isso estava tudo errado.

Abri meus olhos e olhei ao redor de seu quarto. Olhe para o


lugar dele. Este deve ser o quarto do Batman. Era tudo elegante e novo —
e muito cinza — as paredes, o cobertor da cama, os aparelhos
eletrônicos. Muito cinza. E quem tinha janelas assim no quarto? Quer
dizer, eu sabia que estávamos mais altos que a maioria dos prédios, mas
mesmo assim!

Pensei no meu pequeno apartamento aconchegante em cima da


minha joalheria. Recusando qualquer dinheiro adicional de meus irmãos
além do que eles estavam gastando para me ajudar a montar meu
negócio, eu passei inúmeros fins de semana indo a mercados de pulgas,
vendas de garagem e brechós para encontrar todas as peças ecléticas que
entulhavam as prateleiras e mesas. Nenhum dos móveis combinava, e eu
gostava assim. Eu acho que parecia a casa que eu nunca tive enquanto
crescia.

Minha casa de infância tinha sido uma fortaleza. Uma vez que
era mais um exemplo para os negócios de meu pai e as ambições sociais
de minha mãe, nunca foi um lar. Nunca poderíamos deixar brinquedos
espalhados ou até mesmo colocar nossas obras de arte na geladeira. Meus
irmãos eram vários anos mais velhos do que eu e meus pais não se
incomodavam, então passei incontáveis horas brincando sozinha no meu
quarto. E mesmo isso não era muito um santuário. Minha mãe tinha
decorado como ela queria, então eles nunca me permitiram colocar meus
próprios brinquedos nas prateleiras ou pôsteres de boy bands nas
paredes.

Eu não tinha nenhuma lembrança feliz, então enchi meu novo


apartamento com as lembranças descartadas dos outros. Fotos antigas de
bisavós que eu gostava de fingir que eram minhas. Latas de biscoitos e
biscoitos dos anos cinquenta, que cobriam os topos da minha cozinha e
armários. Toalhinhas de renda ligeiramente amarelas em todas as
superfícies. E cores… muitas e muitas cores. Eu também adorava flores
frescas. Eu nunca fui ao supermercado sem comprar um monte fresco a
cada semana. Acho que depois de trabalhar com metal frio o dia todo, era
bom subir as escadas para o meu pequeno apartamento quente e ver a
cor e um pouco da natureza.

Olhei para o despertador ao lado de sua cama. Já era


madrugada. Gregor e Damien esperariam uma atualização de Mikhail. Eles
iriam querer respostas sobre a noite passada. Eles não estavam
sozinhos. Eu também, e desta vez eu não iria deixá-los me
desencorajar. Desta vez, eles iriam me contar tudo sobre os negócios da
família, cada detalhe. Eu tinha ganhado o direito de saber.

Com cuidado, tirei uma perna de debaixo das cobertas e a


coloquei no chão. Então eu balancei meus quadris até à borda. Graças a
Deus Mikhail não era do tipo carinhoso. Ele estava deitado do outro lado
da enorme cama com o braço ainda sobre os olhos. Eu tive que reprimir
uma risadinha ao pensar em um homem como Mikhail querendo me
beijar depois do sexo.

Especialmente o sexo tabu descontrolado que tínhamos


acabado de fazer. Puta merda, isso foi intenso.

Foi uma maneira infernal de finalmente perder minha


virgindade irritante e certamente vencer a versão da cultura pop de algum
desastrado desajeitado na traseira do carro usado de algum garoto.

Quer dizer, não é uma grande surpresa. Depois daquela surra


bizarra que ele me deu alguns anos atrás, eu sabia que ele gostava
disso. Mas diabos, eu não acho que parte do que acabamos de fazer
era legal em alguns estados.

A palmada. A conversa suja. Os brinquedos sexuais.

Era tudo saído de um filme sexy. Embora eu sempre tenha


fantasiado sobre essas coisas, nunca pensei que as pessoas realmente as
fizessem na vida real.

Coloquei meu outro pé no chão e levantei lentamente meus


ombros. Eu tinha acabado de empurrar as cobertas dos meus quadris
quando fui puxada para trás. Antes que eu pudesse piscar, eu estava
deitada de costas com um grande macho raivoso montado em
mim. Mikhail agarrou meus pulsos e forçou meus braços sobre minha
cabeça.

— Onde você pensa que está indo?

Então, acho que isso respondeu à minha pergunta sobre se ele


estava dormindo ou não. Eu deveria ter pensado melhor do que pensar
que um ex-soldado como Mikhail simplesmente adormeceria alegremente
ao meu lado como se ele não tivesse nenhuma preocupação no
mundo. Ele provavelmente costumava dormir com os olhos abertos, em
pé, e apenas por alguns minutos de cada vez.

Seria muito grosseiro e abaixo de nós dois eu dizer 'você


conseguiu o que queria'.

— Eu... eu... pensei que tínhamos terminado?

Seus olhos azul-safira pareciam negros na luz que escurecia.

— Terminado?
Eu podia sentir seu pau endurecer quando ele pressionou contra
o meu estômago. — Parece que terminamos? — ele vociferou quando sua
cabeça abaixou.

Ele raspou a ponta de seus dentes ao longo da coluna do meu


pescoço, acalmando a dor com pequenas lambidas. Eu levantei meus
quadris para moer contra os dele.

— É isso, garotinha. Deixe-me entrar. Eu prometo que farei a


dor valer a pena isto.

Eu já estava embaraçosamente molhada quando ele forçou seu


comprimento grosso na minha boceta ainda dolorida.

Deus me ajude, eu gostei da dor, e ele fez valer a pena.

Uma hora depois, eu estava deitada de lado, com Mikhail me


segurando por trás. Conchinha. Quem diria? Eu poderia estar errada sobre
ele?

— Mikhail. Eu sei que você não quer ouvir isso, mas eu


realmente tenho que ir. Meus irmãos vão ficar extremamente
preocupados comigo.

Mikhail me deu um beijo no ombro antes de se levantar da


cama. — Você tem razão. Além disso, quanto mais cedo eu contar a eles
sobre nós, melhor.

— Nós?

— Sim, nós.

Eu torci o lençol entre meus dedos. — Eu não acho que haja


motivo para se apressar em contar aos meus irmãos.
Nada havia mudado em três anos. De jeito nenhum eles ficariam
bem comigo estando com Mikhail. Eles deixaram claro que não era nada
bom para eles, embora nunca tivessem me dado uma razão sólida.

Mikhail cruzou a cama para o meu lado. De pé diante de mim,


ele usou o dedo para levantar o meu olhar. Não era necessário. Não havia
maneira que eu ia olhar para a frente. Com minha baixa estatura e sua
altura, seu pau lentamente endurecendo estava bem na minha
boca. Minhas bochechas queimaram.

— Baby, o que eu tenho que fazer para que você entenda?

— Entender o quê?

— Você é minha. Não há retorno. É um negócio feito. Você não


vai sair do meu lado, o que significa que seus irmãos precisam saber.

— Você age como se me ama... você age como se gostasse de


mim ou algo assim, — gaguejei. Eu estava agindo como uma colegial
manca novamente. Corando por causa de um menino. Medo até de usar a
palavra amor.

Mikhail alisou os cachos do meu rosto. — Minha adorável,


kroshka. Estamos bem além de gostar.

— Eu não sou como as mulheres que você está acostumado. Sou


dolorosamente tímida e apesar da minha criação, não sou nem um pouco
sofisticada. Eu odeio música clássica e lagosta. Não suporto me arrumar
para festas. Gosto de ficar em casa para assistir filmes e comer pizza e ir a
mercados de pulgas. Não falo francês, sutiãs são irritantes e nem sei jogar
Bacará!
Mikhail riu. Isso me surpreendeu. Ele parecia uma pessoa
diferente quando ria. Os cantos de seus olhos se enrugaram quando sua
linda boca se abriu em um largo sorriso. Eu estava tão acostumada a ver
seus lábios finos em uma linha severa enquanto ele mantinha suas
emoções e feições sob controle, foi uma transformação surpreendente.

— Também não tenho a menor ideia de como jogar Bacará, e


apoio totalmente sua posição se você quiser desistir de usar sutiãs.

— Mas…

Mikhail colocou as mãos em meus ombros e me puxou para


cima. Segurando a parte de trás da minha cabeça, ele me pressionou
contra seu peito enquanto me segurava perto. Com nossos corpos ainda
quentes da cama, foi incrivelmente reconfortante. Eu só queria afundar na
força e promessa de seus braços.

— Eu acho que uma das coisas mais adoráveis sobre você é que
você não tem absolutamente nenhuma ideia de quão incrivelmente sexy e
intrigante você é para mim.

Tentei me afastar de seu abraço para olhar seu rosto, mas ele
me segurou firme.

— Eu? Seriamente?

Ainda era muito difícil para mim acreditar. Tinha que haver uma
pegadinha.

Outro sapato estava prestes a cair.

— Agora não é hora de discutir isso. Temos que levá-la de volta


ao Gregor, onde posso mantê-la segura. Então lidaremos com a questão
de nós com seus irmãos. Agora entre e tome um banho. Temos que sair
em meia hora, — ele comandou com um leve tapa na minha bunda.

O tempo todo no chuveiro, eu girava a série louca dos eventos


deste dia na minha cabeça. Dos homens que tentaram me matar, para
saber sobre a vigilância do meu irmão sobre minha vida, para Mikhail e eu
finalmente fazendo sexo. Foi uma confusão completa emaranhada. Mais
do que nunca, mal podia esperar para pedir conselhos a Samara e
Yelena. Elas saberiam o que fazer, eu tinha certeza disso. Elas
definitivamente não deixariam um homem simplesmente invadir e
assumir o controle de suas vidas como eu estava fazendo com Mikhail
agora. O problema era que eu não via saída. O maior problema era que eu
não tinha certeza se queria uma.

Eu nunca quis estar com um cara que era loucamente rico, como
minha família. Eu ansiava por normalidade. Eu queria estar com um cara
comum que gostasse de ir ao cinema e aproveitar os cupons do
restaurante GrubHub. Acho que sempre presumi que Mikhail ganhava um
salário modesto, o que sempre me atraiu. Não é como se eu não estivesse
acostumada com grandes casas e riquezas. Eu simplesmente nunca me
senti confortável com isso.

Não havia como negar que o dinheiro para morar em um lugar


como aquele provavelmente não vinha legalmente. Quando aprendi sobre
os aspectos mais desagradáveis do chamado negócio de importação e
exportação da minha família, acho que empurrei para o fundo da minha
mente o que esses detalhes significavam sobre Mikhail e sua posição
dentro dos negócios da família. Era tão ingênuo da minha parte pensar
que a segurança para meus irmãos era apenas o trabalho diário de Mikhail
e que ele não tinha nada a ver com seu estilo de vida criminoso.

Eu me dei uma sacudida mental. Eu tinha o suficiente no meu


prato lidando com quem tinha acabado de tentar me matar e essa
mudança dramática no meu relacionamento com Mikhail sem me
preocupar muito com o futuro. Afinal, fazer sexo não mudou nada. Eu não
tinha certeza se iria perdoá-lo por toda a vigilância e interferência
arrogante na minha vida. Podemos não ter futuro.

Havia uma sacola cheia de roupas novas sobre a cama quando


saí do banho.

Mikhail entrou no quarto. Seu cabelo estava molhado, e ele


estava vestido com um uniforme preto com uma camisa térmica preta de
manga comprida. Devia haver um segundo quarto em algum lugar. Claro,
devia ter. Este lugar era provavelmente uma daquelas coberturas que
ocupavam metade do andar do prédio. Era um contraste gritante com
meu pequeno apartamento de um quarto de 90 metros quadrados.

— Isso é para mim?

Mikhail assentiu. — É incrível o que você pode obter hoje em


dia. Eu preciso que você esteja vestindo algo mais apropriado do que um
vestido babydoll para o caso de termos mais problemas.

Olhei para a bolsa, depois de volta para ele. Ajustando minha


toalha, timidamente desviei meu olhar.

Mikhail riu. — Eu te darei um pouco de privacidade para se


vestir.
Soltei a respiração que estava segurando. Foi bobagem, na
verdade, dado o que tínhamos acabado de fazer na cama dele, duas, três
vezes se você contar a vez que ele... não, eu não poderia começar a
pensar sobre tudo isso de novo.

Alcançando a bolsa, tirei um par de calças cargo pretas e uma


gola alta preta. Sentindo-me bastante desobediente, coloquei os dois sem
colocar minha calcinha e sutiã de volta. Eles se encaixaram
perfeitamente. Voltei para o banheiro e me vi no espelho.

Eu meio que parecia fodona.

Eu nunca tinha me vestido toda de preto antes. Sempre achei


que Samara e Yelena pareciam tão ferozes quando faziam isso. Como se
elas pudessem enfrentar qualquer coisa que surgisse em seu
caminho. Pena que eu realmente não usava maquiagem. Pela primeira
vez, eu estava um pouco curiosa sobre como eu ficaria com um batom
vermelho brilhante. Afofei meus cachos ainda úmidos e continuei a olhar
para o meu reflexo. Eu não conseguia encontrar um secador de cabelo, o
que significava que meu cabelo iria secar em uma profusão de cachos
loiros avermelhados ondulados. Normalmente eu o domava em um coque
bagunçado, mas eu estava feliz por não ter uma scrunchie em mim. Eu
gostei da ideia do meu cabelo parecer selvagem e provocador. Combinava
com minha roupa, me dando uma estranha onda de confiança.

Talvez isso não fosse tanto sobre Mikhail e o que ele gostava.

Será que ele estava vendo algo em mim que eu só agora estava
reconhecendo?
Foi divertido. Quando nos conhecemos, Yelena me informou
que meu signo do zodíaco era Leão e que, de acordo com meu signo, eu
deveria ser dramática e ousada.

Sempre a incomodou eu ser exatamente o oposto. Ela


costumava me dizer para abraçar meu leão interior. Eu disse a ela que os
signos estavam errados.

Ela sempre dizia que os signos nunca estavam errados.

Talvez ela estivesse certa.

Eu mal podia esperar para ver Yelena e contar a ela.

Rugido!
CAPÍTULO 17
NADIA

Mikhail estava na mesa da sala de jantar preparando seu


equipamento quando saí do quarto. O cheiro familiar de óleo de arma
encheu a sala enquanto ele remontava uma arma.

Olhei para a arma. — Isso é um Mossberg 500?

Mikhail hesitou. — Sim. — ele finalmente respondeu.

Em uma tentativa idiota de distração e para aliviar a tensão na


sala, peguei a caixa de munição que ele tinha sobre a mesa. — Barreira
Máxima Brenneke Penetrando balas de espingarda calibre 12 — eu disse
enquanto lia o pacote. Minha risada tinha um tom agudo e metálico que
mostrava meu nervosismo, enquanto eu brincava: — Você está
planejando atirar através de uma parede de cimento?

— Um tijolo, na verdade.

— Seriamente?

Mikhail assentiu. — Eu suspeito que podem ter sido alguns


parasitas contratados dos Novikoffs que atacaram você. Se eu estiver
certo, seus filhos realizam eventos noturnos na casa de seu pai quando ele
está fora da cidade. De acordo com minhas informações, eles se sentam
de costas para a parede e bebem a vodka do pai e fumam seus charutos
caros. Se precisarmos enviar uma mensagem a eles e ao pai, quero estar
preparado.
Fiquei estranhamente satisfeita por ele ter compartilhado essa
informação comigo. Eu estava meio esperando que ele simplesmente me
ignorasse. — Você usará um Range-R?

Mikhail largou a arma que estava segurando e voltou toda sua


atenção para mim. — É claro.

Um Range-R era um detector de movimento sofisticado que


podia ler o menor movimento através de qualquer tipo de parede. Se um
cara estivesse respirando dentro de um armário dentro de uma casa, o
Range-R pegava. Ao contrário dos filmes, os detectores de calor não
funcionavam através das paredes.

Continuei: — Você terá que chegar a cem metros.

A testa de Mikhail franziu enquanto ele continuava a me


examinar. Ele respondeu com cuidado: — Esse é o plano.

Eu balancei a cabeça. — Esta é a munição errada. Você tem


alguma Magnum Curta das Forças Especiais?

Mikhail recostou-se na cadeira. Ele jogou um braço sobre as


costas e olhou para mim, um sorriso confuso no rosto. — O que esta
acontecendo aqui?

Joguei meu cabelo sobre meu ombro e alisei minha gola alta
preta, abraçando minha nova personalidade foda. Inclinando meu queixo
no ar, perguntei: — Por quê? Você está impressionado?

Ele assentiu. — Sim... e um pouco confuso.

Não era um grande mistério. Quando eu era uma garotinha,


praticamente a única vez que eu passava com meus irmãos muito mais
velhos era quando eles se sentavam ao redor da mesa da cozinha
limpando suas armas. Eles costumavam falar sobre velocidade, calibre,
trajetória, espingarda de cano e coisas do gênero. Eu sentava lá e ouvia
enquanto os observava desmontar cada arma, limpá-la e montá-la
novamente. Às vezes, eles até me deixavam polir os canos dos rifles. Claro,
fui ingênua o suficiente para acreditar quando disseram que estavam
usando as armas para caça e tiro ao alvo. Eu não percebi que eles
significavam seres humanos.

Dei de ombros. — Aprendi com meus irmãos.

Mikhail virou uma das balas de espingarda entre os dedos


enquanto considerava o que eu disse. Depois de um momento de pausa,
ele respondeu: — Você está errada. Estes têm uma potência de mil com
uma velocidade de quinhetos direto do cano.

— Exatamente. Ele fará um imenso buraco na parede, mas


perderá muito de seu impulso para a frente ao fazê-lo. Os magnums
curtos das Forças Especiais são um pouco menores, com apenas uma
velocidade de 450 fora do cano, mas criarão um buraco menor,
permitindo um golpe mais preciso.

As sobrancelhas de Mikhail se ergueram. — Na verdade, você


está certa. Vou mudar para as magnums curtas.

Senti uma onda de orgulho.

Mikhail se moveu para ficar diante de mim. Ele segurou meu


queixo e se inclinou para mordiscar meu lábio inferior. — Você tem
alguma ideia de quão sexy você está agora? Se tivéssemos tempo, eu
jogaria você nesta mesa, abriria suas pernas e faria uma refeição com
você.

Oh. Meu. Deus.

Foi demais. Depois de me acostumar com sua intensidade fria e


distante ao longo dos anos, eu não conseguia lidar com esse novo e
agressivamente possessivo Mikhail. Rindo nervosamente, dei um passo
para trás, quebrando seu abraço. — Pena que há um bando de idiotas
homicidas atrás de mim, e possivelmente minha família, agora.

Ele deu de ombros como se eu tivesse acabado de dizer que


pena que o sol não estava brilhando. Seu comportamento casual em
relação à ameaça contra minha família só poderia significar que não era
uma ocorrência incomum. Era um pensamento arrepiante.

Ele esfregou a parte de trás de seus dedos na minha


bochecha. — No momento em que eu colocar uma bala na cabeça de cada
um deles, vou te carregar de volta para minha cama e não deixar você sair
por uma semana.

Que romântico, exatamente o que toda garota sonha em ouvir o


namorado dizer.

Em todas as vezes que imaginei Mikhail e eu finalmente ficando


juntos, nunca foi assim. Nunca sobre uma mesa de armas, conversando
casualmente sobre assassinato. Imaginei jantares um pouco estranhos
com meus irmãos, com eles provocando Mikhail sobre namorar sua
irmãzinha, e preguiçosas manhãs de sábado passeando pelo Eastern
Market tomando cafés. Era realmente chocante como eu tinha sido
deliberadamente obtusa ao longo dos anos sobre meus irmãos e
Mikhail. Os sinais estavam todos lá. Eu só não queria vê-los.

Depois da noite passada, não tive escolha a não ser aceitar que
não era apenas a irmã mais nova dos irmãos Ivanov. Eu era um membro
da poderosa família da máfia Ivanov. E, aparentemente, agora a namorada
de um de seus principais executores. O problema era que eu não tinha
certeza se queria ser. Como eu pude ter entendido isso tão errado? É
como se todo esse tempo eu estivesse pensando em Mikhail como se ele
fosse Kevin Costner de O Guarda-Costas, todo silencioso, forte e taciturno,
mas secretamente doce e protetor. Agora me pergunto se ele é mais
como Mark Wahlberg de Fear, todo intenso e possessivo e talvez um
pouco homicida.

Talvez eu não estivesse sendo justa com ele. Foram doze horas
bastante extremas entre o casamento, o arrombamento na minha loja, ele
assassinando três pessoas, nós finalmente fazendo sexo. Tecnicamente,
não apenas sexo, mais como alucinante, completamente retorcido,
orgástico louco, espancar-me de novo, bater nos lençois e mais
sexo. Talvez eu precisasse esperar até que as coisas se
acalmassem? Talvez ele estivesse apenas em algum tipo de alerta máximo,
modo soldado extremo após o ataque, e ele voltará a ser o Mikhail forte,
silencioso e docemente protetor que eu construí em minha imaginação.

Sem saber o que fazer com as mãos, mexi na mira de um


atirador de elite de um M16A4. — Podemos passar pela minha loja a
caminho do Gregor? Preciso pegar algumas coisas.
Mikhail acariciou meu cabelo, então deu um aperto rápido na
minha nuca. — Desculpe, querida, não. Você não pode voltar para lá.

— Mas eu preciso da minha bolsa, meu celular, roupas para


vestir. Quanto tempo até que eu possa voltar?

— Quando eu digo que você não pode voltar, quero dizer,


nunca. Eles comprometeram o espaço.

— Nunca? Eu não concordei com isso. Eu lhe disse que não tinha
intenção de me mudar ou fechar minha loja.

— Você percebe que há três cadáveres deitados lá agora?

— Então? Podemos nos livrar dos corpos e apenas limpar o


sangue. — Livrar-se dos corpos e limpar o sangue? Quem sou eu?

Eu realmente acabei de dizer isso? Que horror pensar como era


fácil ser vítima de toda essa mentalidade de família mafiosa. Se era assim
que eu estava depois de apenas algumas horas aceitando a realidade
verdadeira e brutal do que meus irmãos e Mikhail fizeram para ganhar
dinheiro, como eu estaria daqui a um ano? Dois anos? Dez? Uma vida
inteira? Uma imagem caricatural minha ostentando um forte sotaque de
Nova York bebendo vinho tinto enquanto eu conversava com Yelena e
Samara sobre uma nova solução de lavanderia que eu tinha encontrado
para tirar o sangue das camisas de Mikhail passou pela minha mente. E se
tivéssemos filhos? Nossos filhos seguiriam os passos de seu pai?

Balançando a cabeça, tentei me concentrar no homem super


alto e bravo na minha frente. — Deixei claro que não permitiria que os
eventos da noite passada atrapalhassem minha carreira ou minha vida.
— E eu disse que não era negociável. Você terminou lá. Meus
homens vão embalar tudo o que você precisar do seu apartamento. Vou
me certificar disso, depois de cuidar das... coisas.

Cruzei os braços sobre o peito. — Eu não quero você ou seus


homens mexendo nas minhas coisas. Por que não posso simplesmente ir
com você e fazer as malas enquanto você está cuidando das coisas?

Coisas como assassinato, caos e eliminação de cadáveres.

Só coisas de namorado.

Ele com raiva começou a enfiar suas armas em uma grande


mochila preta. — Para começar, porque você ainda está em perigo, e eu
não deixarei você voltar para lá. É por isso. E em segundo lugar, porque eu
disse isso.

Minha boca se abriu quando levantei meus braços, palmas para


fora. — Você realmente não disse apenas porque eu disse isso, como se eu
fosse uma criança a ser ordenada, né?

Mikhail segurou meu queixo em sua mão. — Aja como uma


criança, seja tratada como uma. Talvez eu precise virar você sobre meu
joelho e lembrá-la de quem está no comando agora?

Eu apertei minha parte interna das coxas. Era tão tabu, tão
errado, mas caramba se a ideia não fez meu estômago revirar. Como isso
era possível? Eu estava além de chateada com ele. Eu ainda estava
dolorida da foda intensa que ele tinha acabado de me dar. Não importa o
fato de que também era minha primeira vez, embora a última coisa que
eu estava sentindo agora fosse virginal.
Que tipo de magia negra ele tinha sobre mim para que eu
pudesse me sentir quente apenas com a ideia de sua mão na minha
bunda? Uma parte doente e retorcida de mim queria empurrá-lo ainda
mais. Uma visão de sexo quente e raivoso com Mikhail surgiu em minha
mente. O tipo de sexo que me faria gritar de prazer e dor enquanto eu
clamava por misericórdia, mas não recebia nenhuma. Meu peito apertou
enquanto minhas bochechas coravam. Era difícil respirar enquanto eu
imaginava aqueles fortes braços tatuados me segurando enquanto eu
lutava e arranhava para ser libertada. Se eu o deixasse louco o suficiente,
ele seguiria com sua ameaça de tomar minha bunda, minha fantasia tabu
final? O pensamento me aterrorizou e me emocionou.

Eu ousaria?

Respirando fundo, eu disse a única coisa que eu sabia que iria


deixá-lo completamente irritado. — Poshel na khuy, Mikhail!

O tempo parou.

Suas mãos se fecharam em punhos ao seu lado enquanto seus


olhos se estreitavam. Lentamente, como se uma montanha enorme e
aterrorizante de repente tivesse ganhado vida, ele deu dois passos
medidos em minha direção.

Meu coração parou. Porra. Isso foi um erro. Oh meu Deus! O


que eu tinha feito?

Eu levantei uma mão apaziguadora. — Espere, eu...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, ele se lançou.


CAPÍTULO 18
MIKHAIL

Eu a carreguei lutando por cima do meu ombro até ao quarto,


onde a joguei no centro da cama, antes de voltar significativamente para
trancar a porta.

— Não temos tempo para isso, Mikhail! Você disse que meus
irmãos estavam esperando por nós.

— Eles vão esperar, — eu disse enquanto desafivelava meu


cinto.

— Olha, eu não deveria ter dito isso. Eu só estava tentando te


deixar bravo.

— Você conseguiu.

— Você não pode estar falando sério sobre isso.

— Parece que não estou falando sério?

Nadia se arrastou para o outro lado da cama e desceu. —


Olha. Eu sinto muito! Ok! Eu não deveria ter dito isso. Foi além de
estúpido, e me arrependi no momento em que fiz isso.

— Embora seja bom ouvir isso, não mudará sua punição.

— Punição?

— Você me ouviu.

— Isso é uma loucura!


Tirando meu cinto, dobrei o couro grosso entre minhas mãos
enquanto me aproximava dela.

— Você sabe o que é insano? Você se recusa a me obedecer


quando eu só tenho sua segurança em mente.

A boca fofa de Nadia se abriu em protesto, e depois fechou


rapidamente.

— Eu percebo que as coisas estão realmente fodidas


agora. Querida, eu entendo mais do que você sabe. Mas isso não te dá o
direito de correr por aí agindo como uma pirralha petulante se colocando
em perigo.

Eu realmente entendi. Uma pessoa que não viveu o meu tipo de


vida e não vivenciou a tragédia. Eu sabia a dor e a ansiedade que ela devia
estar sentindo sobre o que aconteceu na noite passada. O problema era
que essas mesmas coisas pareciam torná-la imprudente. Eu já tinha visto
isso acontecer antes. A ideia de que a vida era incerta, então por que dar a
mínima. Quer ela própria reconhecesse ou não, eu a conhecia bem o
suficiente para saber que essa atitude descuidada em relação à sua
segurança iria matá-la. E isso era inaceitável.

Minha garotinha era muito importante para mim, especialmente


agora que eu finalmente decidi reivindicá-la como minha. Eu não tinha ido
a extremos para mantê-la segura à distância apenas para perdê-la quando
ela estava diretamente sob minha proteção. Foda-se, não. O que ela
precisava era de uma liberação extrema. Alguém para exorcizar seus
demônios. Não havia nada como uma boa foda dura para acalmar a alma.
Eu assisti enquanto ela andava do outro lado da cama. Seus
cachos selvagens flutuavam sobre seus ombros e desciam por suas
costas. Logo esses mesmos cachos estariam enrolados em meu punho. Ela
gesticulou descontroladamente enquanto tentava se livrar da punição que
nós dois sabíamos que ela secretamente desejava. Secretamente
necessária.

— Você colocou câmeras de segurança!

Boa tentativa.

Ela não me faria sentir culpado por mantê-la segura.

— Sim. Eu estive cuidando de você. Sim. Eu sei que foi errado,


mas kroshka, eu fiz isso pelas razões certas, e te mostrarei cada uma
dessas razões todos os dias pelo resto de nossas vidas assim que você
estiver segura.

Eu podia ver sua determinação derretendo. Seus lindos olhos


estavam escurecendo para um profundo cinza azulado como o céu antes
de uma tempestade. Com cuidado para não levantar suspeitas, me
aproximei alguns passos, tratando-a como um animal selvagem que
precisava ser domesticado. Eu agora a tinha encurralada entre a cama e a
parede do quarto distante. Sua única fuga seria através de mim.

— Mas agora, você e eu vamos esclarecer algumas coisas antes


de sairmos deste quarto.

— Eu disse que estava arrependida. Admito que foi estúpida


tentar e insistir em voltar para o meu apartamento agora.
— Sim, foi. Você não pode continuar lutando comigo, baby. É
muito perigoso. Quando digo que preciso de sua obediência completa,
sem perguntas, estou falando sério.

Observei enquanto ela nervosamente brincava com a bainha de


sua blusa, mantendo a cabeça baixa, recusando-se a encontrar meu olhar.

Depois de um longo momento, ela sussurrou: — Desculpe.

Ouvi-la submissamente se desculpar comigo enviou um frisson


de luxúria crua direto para o meu pau.

Era hora de mostrar a ela o quanto ela iria se arrepender. — De


joelhos, — eu vociferei.

— Por favor. Eu estou assustada. Eu sei que você está com


raiva...

— Você deveria estar com medo, kroshka. Teper'vstan'na koleni.

Ainda assim, Nadia hesitou. Sem aviso, eu coloquei o cinto em


volta do pescoço dela e usei para puxá-la para mim. Abaixando-me,
encontrei seu rosto virado para cima. Nossos lábios estavam separados
por apenas uma respiração. — Eu disse para ficar de joelhos.

Soltando a fera dentro de mim, soltei o cinto, agarrei seu cabelo


e a empurrei de joelhos.

Mantendo meu aperto em seu cabelo, eu lentamente abri meu


jeans. Seu lábio inferior tremeu. Eu sabia que ela estava se lembrando
mais cedo quando eu a fiz engolir aquele pau de silicone.

Lembrando como ela lutou para aceitar seu comprimento goela


abaixo.
Lembrando meu aviso de que meu pau era mais longo e grosso.

Eu puxei meu pau livre. Agarrando-o, corri minha mão para cima
e para baixo em seu comprimento. Nadia tentou puxar para trás, mas eu
me recusei a soltar meu aperto em seu cabelo.

— Abra sua boca.

Nadia gritou: — Por favor. Eu não posso fazer isso.

— Você fará o que eu digo. Agora abra a boca.

Seus lábios rosados mal se abriram. Eu não me importei. Isso só


daria o prazer adicional de forçar meu pau para dentro. Aproximando-me,
coloquei um pé em cada lado de seus joelhos. Eu queria que ela se
sentisse enjaulada. Como se ela não tivesse escolha, porque ela não
tinha. Coloquei a cabeça do meu pau em punho contra seu lábio
inferior. Eu podia sentir sua respiração ofegante sobre a ponta sensível
momentos antes de eu empurrar. A primeira coisa que senti foi o leve
arranhão de seus dentes inferiores. A sugestão de dor mal temperou
minha resposta. Eu empurrei mais. Sua língua se moveu ao longo do cume
inferior do meu pau enquanto ela tentava se ajustar à sensação de ter
minha carne dura enchendo sua boca.

Suas pequenas mãos subiram para pressionar contra minhas


coxas. Eu poderia dizer a ela para abaixá-los, mas gostei da ideia dela
tentando em vão empurrar de volta. Eu tinha a posição de
alavancagem. Não havia nada que ela pudesse fazer para me impedir de
foder sua boca.

Com esse pensamento, eu empurrei.


Nadia engasgou. Sua boca fechou. Eu podia sentir a pressão de
seus dentes. Eu puxei seu cabelo, puxando sua cabeça para trás. Eu
empurrei novamente. Desta vez eu podia realmente sentir seu grito
assustado quando meu pau pressionou contra a parte de trás de sua
garganta. Suas unhas cravaram em minhas coxas. Eu me recusei a ceder.

Puxando um pouco para trás, para permitir que ela respirasse


ofegante, eu avisei: — Você vai engolir cada centímetro, garotinha.

Usando as duas mãos para segurar sua cabeça firme, forcei meu
pau por seus lábios novamente. Eu assisti enquanto seus lábios se
esticavam sobre a base espessa do meu pau enquanto eu empurrava mais
fundo. Ela tinha tomado apenas cerca de metade. Eu ainda tinha que
empurrar em sua garganta.

A sala se encheu com os sons da minha própria respiração


pesada e seus gemidos. Pulsei meus quadris para a frente e para trás,
pressionando suavemente a parte de trás de sua garganta, esgotando seu
reflexo de vômito. Quando ela estava pronta, eu empurrei para a
frente. Empurrando além de sua resistência, eu podia sentir o aperto de
sua garganta enquanto meu pau deslizou profundamente. Com meu
aperto em sua cabeça, inclinei a cabeça para trás para criar uma coluna
lisa. Eu dei um último impulso. Seu queixo roçou minhas bolas. Fiquei
enterrado no fundo de sua garganta por um momento antes de ceder e
me libertar. Nadia desabou para a frente, sua cabeça descansando contra
meu quadril enquanto ela tossia e tentava desesperadamente sugar o
ar. Eu puxei seu cabelo para movê-la de volta para a posição.

— Abra bem para mim.


Nadia obedeceu.

Desta vez, não hesitei. Eu dirigi meu pau direto em sua garganta,
sentindo seu reflexo de vômito apertar em torno do meu eixo enquanto
eu me movia para dentro e para fora. Minhas bolas apertaram. Eu tive que
me soltar. Eu não estava pronto para gozar ainda.

Eu ainda tinha planos para ela.

Levantando-a pelos cabelos, joguei-a de bruços na cama. Antes


que ela pudesse gritar, eu tinha puxado suas calças cargo até aos
joelhos. Seu traseiro pálido estava em plena exibição. Eu tive um flash de
arrependimento que não havia nenhuma marca em sua carne dos meus
castigos anteriores. Eu queria ver minha marca nela. Um indício de
hematoma. O contorno mais simples de uma impressão de mão em um
vermelho brilhante para combinar com aquela linda tatuagem de coração
dela. Algo para reivindicá-la como minha. Eu teria que remediar essa
situação em breve.

Eu a observei agarrar as cobertas enquanto eu abria as


bochechas de sua bunda. Lambendo meu polegar, eu o pressionei contra
seu botão de rosa apertado.

— Não! Não! Por favor! Eu prometo que vou me comportar.

— Eu te avisei, querida. Hora de aceitar sua punição.

Eu espalmei sua boceta. Pressionando meus dois dedos do meio


entre suas dobras, senti sua excitação escorregadia. Ela podia chorar e
protestar o quanto quisesse, mas nós dois sabíamos que ela gostava do
meu jeito rude. Ela gostava dos meus castigos. Havia algo inebriante em
corromper os inocentes. Minha pequena Nadia era tão doce e ingênua,
apesar de sua família perigosa.

Foi uma maravilha, realmente. Algumas das pessoas mais


perigosas do mundo a cercaram durante toda a sua vida, e ainda assim ela
manteve sua doce inocência fresca até agora. Ainda assim, desde o
momento em que a conheci, senti que havia algo mais, algo escondido nas
profundezas. Tão profundo que talvez ela nem estivesse ciente disso. O
desejo de sentir algo. Realmente sentir. Até o osso. A vida tinha um jeito
de deixar uma pessoa entorpecida, forçando-a a esconder a dor atrás de
uma fachada doce. Eventualmente, eles paravam de sentir
completamente. Eu sabia que queria ser o homem para fazê-la sentir.

— Fique na ponta dos pés, — eu ordenei, minha voz rouca com


desejo mal controlado.

No momento em que seus quadris se moveram, eu a perfurei


com meus dois dedos, sabendo que isso causaria uma dor aguda inicial
dentro de sua boceta apertada. Nadia gemeu em resposta e apertou os
quadris contra a beirada da cama.

Eu empurrei meus dedos para dentro e para fora de seu


pequeno corpo apertado, violentamente fodendo-a com a minha
mão. Nadia gritou enquanto seus quadris saltavam para cima e para
baixo. Eu adicionei um terceiro dedo. Seu corpo se
apertou. Implacavelmente, eu os empurrei em sua boceta, forçando seu
corpo a aceitá-los. Nadia se contorceu sob meu toque áspero. Incapaz de
resistir à atração de sua pele pálida por mais tempo, dei um tapa em sua
bunda com minha mão livre e saboreei a visão da minha marca de mão
vermelha em sua bochecha. Eu a espanquei novamente
repetidamente. Nadia gritou em resposta. Sua liberação agarrou meus
dedos. Eu amei como minha menina ficou molhada com o meu toque.

Depois de enfiar meus dedos dentro dela mais algumas vezes,


eu lentamente os retirei e tracei um caminho para seu cu. Sua carne
brilhava enquanto eu circulava sua entrada trêmula com seu próprio calor
úmido. Incapaz de esperar mais um momento, me aproximei. Nadia ainda
estava perdida no poder de sua própria libertação, então ela não reagiu a
princípio. Então ela sentiu a pressão do meu pau. Ela deu um
pulo. Colocando minha mão entre suas omoplatas, eu a forcei de volta
para baixo.

— Você não pode. Você é muito grande — ela gemeu.

Eu ignorei seus apelos. Agarrando meu eixo, pressionei a cabeça


contra sua entrada enrugada, observando enquanto isso obrigava seu
corpo relutante a se submeter.

— Ai! Ai! Isso dói!

A pele rosa pálida embranqueceu quando eu empurrei para a


frente. A cabeça do meu pau desapareceu em seu corpo. Seu delicado
anel de músculo então se fechou ao redor do eixo ligeiramente mais
fino. Meu pau ainda estava molhado de sua boca enquanto eu movia
meus quadris para a frente. Eu tive que segurar seus quadris para baixo
enquanto Nadia se contorcia e gemia. Deslocando minhas mãos, coloquei
uma em cada bochecha e a abri bem, aumentando sua humilhação. Ela
estava nua e vulnerável a mim. Eu me movi lentamente, dando a seu
corpo uma quantidade limitada de tempo para se ajustar à dolorosa
intrusão do meu pau, sabendo que uma vez que eu estivesse totalmente
sentado em sua bunda, eu empurraria, e uma vez que começasse, eu não
pararia, não importava quão alto ela gritasse.

Eu sabia que vinte e sete centímetros era muito para esperar


dela, especialmente sabendo que ela era uma virgem anal, mas eu não me
importei. Nunca ficaria mais fácil, então ela poderia aprender a aceitar
meu comprimento total desde o início, já que eu planejava foder sua
bunda apertada a cada chance que eu tivesse.

Observar seu corpo submeter-se e aceitar meu pau enviou uma


onda de fogo possessivo profundamente em meu peito. Eu nunca deixaria
essa mulher ir. Nunca.

Assim que minhas bolas roçaram a parte de baixo de suas


nádegas, eu parei.

— Onde está meu pau?

As cobertas da cama e suas próprias lágrimas abafaram sua


resposta.

Eu bati em sua outra bunda. — Onde está meu pau?

— Na minha bunda.

— Por quê?

— Porque eu fui uma menina má. — ela choramingou. — Eu


prometo que serei boa. Por favor, apenas tire. Por favor!

— Não baby. Você quer me agradar, não é?

Ela respirou. — Sim, — ela choramingou.


— Bem, eu quero foder sua bunda até você gritar.

Nadia soluçou. — Eu estou assustada. Dói demais. Por favor, não


posso.

Sabendo que ela precisava sentir mais uma conexão comigo, eu


cuidadosamente me afastei. Seu suspiro de alívio duraria pouco.

Tomando seus quadris, eu a virei de costas e levantei suas


pernas, até que elas descansassem sobre meus ombros. Seus olhos
estavam brilhantes com lágrimas enquanto escorriam por suas bochechas
coradas. Ela estava linda.

Deslizei meu pau entre os lábios de sua boceta, roçando seu


clitóris ainda sensível enquanto molhava meu meu comprimento. Então,
segurando seus joelhos, eu abri suas pernas e me aproximei. Ela sabia
minhas intenções no momento em que sentiu a pressão do meu pau em
seu cu agora dolorido.

— Não! Achei que você tinha acabado! — Suas mãos desceram


para cobrir sua boceta e tentar bloquear meu pau.

— Nem perto, kroshka. Agora mova suas mãos antes que eu te


amarre.

Relutantemente, seus braços caíram inutilmente para os


lados. Seu pequeno buraco estava agora ligeiramente frouxo. Eu
facilmente coloquei a cabeça. Seus punhos agarraram as cobertas.

— Espere, baby. Agora é quando a verdadeira dor começa. — Eu


empurrei profundamente.
A cabeça de Nadia se inclinou para trás quando ela soltou um
uivo profundo.

Eu empurrei novamente. Logo eu estava perdido no êxtase de


seu corpo enquanto o forçava a me dar prazer através de sua dor.

Soltando suas pernas, eu me inclinei sobre ela enquanto


empurrava. Eu empurrei sua gola alta para cima, até que seus seios
estivessem expostos, então acariciei seu mamilo com a minha língua. Eu
chupei profundamente, gentilmente usando meus dentes para morder a
carne delicada antes de passar para o outro mamilo.

— Oh Deus! Isso dói! Por favor venha! Por favor, goze! — ela
implorou enquanto sua cabeça batia de um lado para o outro.

Alcançando entre nossos corpos unidos, mergulhei meus dedos


em sua boceta. Eu podia sentir a pressão do meu pau através da parede
fina entre sua boceta e bunda. Estendi meu braço sobre seu corpo.

— Abra a boca. — eu ordenei rudemente. Ela obedeceu.

Eu pressionei os três dedos em sua boca. — Chupe-os. Prove sua


própria excitação. Prove o quanto você gosta da dor. — Enquanto sua
língua varria entre meus dedos, lambendo seu próprio gozo, continuei a
empurrar profundamente, punindo-a com meu pau. Seu corpo ficou tenso
enquanto suas pernas se fechavam mais apertadas ao redor dos meus
quadris, moendo seu núcleo contra mim. Seu orgasmo estimulou o meu.

Minhas bolas apertaram quando eu empurrei meus dedos mais


fundo. Querendo ouvi-la engasgar como se ela estivesse chupando meu
pau assim como aceitando isso em sua bunda. Mais tarde, eu teria que lhe
dar uma mordaça de vibrador. O pensamento de seus lindos olhos
olhando para mim por cima de uma mordaça de couro preto com um pau
de silicone enfiado profundamente em sua garganta trouxe minha
liberação rugindo à superfície.

Jogando minha cabeça para trás, eu gemi profunda e


completamente enquanto derramava minha semente em sua
bunda. Minha respiração pesada, esperei até que meu pau se amolecesse
um pouco antes de me soltar. Nadia imediatamente tentou abaixar as
pernas e se encolher.

— Não. — eu ordenei.

Agarrei seus tornozelos e estiquei suas pernas para cima. Eu


queria ver seu cu maltratado, agora rosa escuro em torno de sua entrada
frouxa. Meu gozo grosso escorria lentamente.

Mergulhando meus dedos entre as dobras de sua boceta, eu


vociferei. — Vamos ver se consigo fazer você gozar mais uma vez.

A única resposta de Nadia foi um gemido submisso.


CAPÍTULO 19
MIKHAIL

Nós pudemos ouvir os gritos do lado de fora na porta.

Gregor abriu a porta da frente e nos conduziu para dentro. Os


gritos e berros ficaram mais altos, só que desta vez também podíamos
ouvir batidas. Inclinei a cabeça para o lado e escutei. Estava vindo do
andar de cima.

Gregor fez um gesto com a cabeça. — Trancamos as meninas


em um quarto no andar de cima até que todas as instalações fossem
verificadas como seguras. Elas não estão... felizes com isso.

Ele então deu uma olhada em Nadia e em mim. Levantando uma


sobrancelha, ele perguntou: — Você se perdeu?

Eu merecia isso. Em circunstâncias normais, depois de uma


brecha de segurança tão significativa, minha bunda teria corrido direto
para cá para proteger as instalações, em vez de confiar em meus homens
para fazê-lo. Eu não estava preocupado. Gregor e Damien eram mais que
capazes de proteger a si mesmos e a suas mulheres. O fato era que essas
não eram circunstâncias normais. Tudo mudou no momento em que
aquele SUV preto dirigiu até à joalheria de Nadia, porque eu sabia no meu
íntimo o que estava prestes a acontecer. Nunca mais eu negaria meus
sentimentos por ela. Deste ponto em diante, ela era minha e ninguém,
nem mesmo seus irmãos, iriam tirá-la de mim. Assim que tivéssemos essa
bagunça arrumada, eu ia ter uma conversa com Gregor e Damien dizendo
a eles exatamente isso.

Eu os amava como se fossem realmente meus irmãos, e sempre


serei grato a eles por terem dado uma chance a mim. Foi uma honra
trabalhar ao lado deles. Minha lealdade a eles era tão firme como sempre
foi. Eu só esperava que eles não vissem meu amor por sua irmã como uma
traição. Eles tinham me avisado de vez em quando ao longo dos anos de
quão impossível era um casamento entre nós. E até aontem, eu tinha
respeitado a decisão deles, mas nada mais.

Nadia seria minha esposa assim que eu conseguisse.

O próprio Diabo não me impediria, nem os irmãos Ivanov.

Minha resposta foi evasiva, por enquanto. — Eu tive que cuidar


de algumas coisas primeiro.

O olhar de Gregor mudou entre mim e Nadia. Ele não era um


homem estúpido. Em nosso negócio, os instintos sempre foram confiáveis,
e eu tinha certeza pelo conjunto de seu maxilar e pelo estreitamento de
seus olhos que ele podia sentir que algo estava diferente entre Nadia e eu.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Damien entrou na


entrada da cozinha. Ele ergueu o queixo para mim e repetiu a mesma
pergunta de seu irmão. — Se perdeu?

Ignorando a piada, eu disse: — Eu tenho uma atualização.

Damien assentiu. Então ele se agachou e agarrou Nadia pela


cintura e a abraçou forte enquanto a girava. Seus olhos azuis se
arregalaram de surpresa antes que ela envolvesse os braços em volta do
pescoço dele e o abraçasse de volta. Ele a colocou de volta no chão e a
puxou para perto, dando um beijo no topo de sua cabeça. — Nunca nos
assuste assim de novo, ok, irmãzinha?

Os olhos de Nadia se encheram de lágrimas quando ela


fungou. Ela enterrou a cabeça no peito dele e assentiu.

Uma pontada afiada de ciúme me perfurou. Foi ridículo. O


homem era seu irmão. Ainda assim, agora que eu finalmente decidi
reivindicá-la como minha, descobri que não queria que ninguém a tocasse
ou a abraçasse, além de mim.

Gregor a puxou para seu lado e bagunçou seus cachos já


emaranhados. Suas próximas palavras desmentiram suas ações ternas. —
Você me desobedecer assim de novo, e haverá consequências, você
entende?

Minha mão se fechou em um punho. A única coisa pior do que


ver outro homem abraçar minha garota foi ouvir um exigindo sua
obediência. Ela seguiria minhas regras de agora em diante, não as
deles. Algo que eu deixaria muito claro para eles assim que tratássemos
dos negócios de hoje.

Deixando Nadia de lado, o olhar de Gregor deslizou para o meu


punho. Com um esforço, eu destravei meus dedos.

— A mãe está aqui? — perguntou Nadia. Eu podia ver a tensão


em seus ombros enquanto ela se preparava para a resposta. A mãe de
Nadia não era uma pessoa ruim - apenas não se envolvia na vida de seus
filhos.
Gregor esfregou os olhos. — Não, graças a Deus. Ela já tinha
uma semana de spa no Arizona planejada para que ela pudesse se
recuperar de todo o planejamento do casamento que
ela não fez. Enviamos um carro para a casa dela e a levamos cedo no avião
particular.

Todos os três irmãos visivelmente relaxados. Eu também. Se


havia uma coisa que sua mãe adorava, eram fofocas provocadas pelo
drama. Era a última coisa que alguém precisava agora.

Os gritos e as batidas, que haviam diminuído um pouco,


recomeçaram a sério.

Nadia enxugou as lágrimas em seu rosto com as costas da


mão. — Você realmente tem Yelena e Samara trancadas em um quarto?

Gregor e Damien trocaram um olhar.

Sua boca se abriu. — Vocês dois estão loucos?

Virando-se para Gregor, ela disse, — Samara ficará brava como


uma galinha molhada com você. — Então virando-se para Damien, ela
avisou: — e Yelena vai atirar em você até à morte.

Damien tirou algo do bolso e abriu a palma da mão, exibindo


seis balas calibre 38. — Já pensei nisso. Tirei as balas da arma dela.

Nadia balançou a cabeça enquanto colocava os punhos nos


quadris. — Vocês dois são impossíveis. Elas estão certas, vocês são
homens das cavernas neandertais sem esperança. Ela então lançou um
olhar significativo por cima do ombro para mim.

Eu sorri de volta para ela.


Culpado da acusação.

Damien gesticulou para o andar de cima. — Que tal você ser


uma irmã maravilhosa e fazer uma interferência para mim quando eu as
deixar sairem?

Nadia recuou um passo enquanto acenava com as mãos para


ele. — De jeito nenhum. Você se meteu nessa confusão. Você sai sozinho.

Damien suspirou. — Aqui eu pensei porque você estava vestida


como uma durona e tudo...

Ele deixou suas palavras sumir.

Todos nós observamos a reação de Nadia. Seus ombros caíram


para trás enquanto ela projetava o queixo. Alisando a gola preta que eu
dei a ela sobre seu abdômen, ela perguntou: — Você acha que eu pareço
uma fodona?

— É uma boa aparência em você, irmãzinha.

Nadia cedeu. — Ok, eu vou com você, mas se Yelena quiser te


der uma joelhada nas bolas, eu não ficarei no caminho dela.

Damien colocou a mão sobre os ombros dela e a guiou até à


escada. — Concordo.

Todos nós compartilhamos um olhar sobre sua cabeça.

Ele não tinha intenção de deixar as meninas saírem. Ele ia, no


entanto, trancar Nadia lá com elas.

Enquanto eu os observava subir as escadas, Gregor me deu um


tapinha no ombro. — Parece que você precisa de uma bebida.
Não era nem meio-dia, mas, novamente, era apenas vodka. —
Inferno, sim, eu poderia.

Nós dois seguimos pelo longo e estreito corredor até seu


escritório. Ao cruzarmos a soleira, Gregor foi até ao aparador para nos
servir uma bebida. Meu olhar se desviou, como sempre fazia quando eu
estava nesta sala, para sua mesa. Eu nunca via livros de contabilidade e
canetas. Eu via uma loira morango de boca esperta inclinada sobre ela
com sua bunda à mostra enquanto ela lindamente confessava ser uma
garota má enquanto eu a espancava.

Eu limpei minha garganta enquanto eu queria meu pau


endurecido para baixo. Aceitando o copo de Gregor, esvaziei metade do
conteúdo antes de falar. — Meus homens pegaram alguém na rua que eu
acho que está envolvido. Eles estão esperando no armazém com
ele. Tenho quase certeza de que isso é obra dos Novikoffs. Em breve
teremos a confirmação.

Gregor foi até às janelas e olhou para fora enquanto tomava um


gole. Ele então se virou para mim. — Concordo. Tem todas as marcas de
sua maneira desleixada e meia-boca de fazer as coisas. Eles também são
fãs de contratar idiotas locais para fazer seu trabalho sujo. Ainda…

Balancei a cabeça. — Eu sei o que você vai dizer. Tínhamos olhos


e ouvidos em Egor esse tempo todo. Se este foi o Novikoffs, não foi
sancionado por ele.

Gregor pousou o copo. — Eu o paguei. Eu resolvi tudo. Você


acha que os filhos dele seriam imprudentes o suficiente para começar
uma nova guerra sem a permissão do pai?
Dei de ombros. — Você quer dizer Dumb and Dumber2? Em uma
palavra, sim.

Os filhos de Egor, Leonid e Lenin, compartilhavam o mesmo


meio cérebro. Eles eram garotos ricos tão mimados e estereotipados que
eles eram uns chatos redundantes. Se não estivessem bêbados, estavam
chapados. Se eles não tinham bolas no fundo de uma prostituta, eles
tinham as bolas no fundo de alguma bagunça estúpida de sua própria
criação. A única vez que eles paravam de falar sobre os negócios
confidenciais de sua família era quando eles estavam desmaiados. Eu
definitivamente podia ver aqueles dois egos inchados montando um plano
meio armado para vir atrás dos Ivanovs.

Damien entrou pela porta. — Está feito. Não posso dizer que
você terá uma noite de lua de mel depois disso, Gregor.

Agora que todos as três estavam trancadas no quarto, eu só


podia imaginar que retribuição infernal elas estavam planejando.

Ele piscou. — Está bem. É ainda mais divertido quando ela está
brava comigo.

Eu pensava o mesmo sobre Nadia, mas como ela era a irmã mais
nova dos dois homens, sabiamente mantive minha boca fechada.

— Para o armazém? — Eu perguntei enquanto pegava a mochila


preta que tinha deixado cair no tapete.

2
Burro e Mais Burro
Damien jogou por cima do ombro enquanto todos saímos, — Eu
tenho uma ideia melhor. Ligue para Ilya e diga a ele para levar o homem à
joalheria. Poderia muito bem matar dois coelhos com uma cajadada só.

Eu concordei e peguei meu telefone para entrar em contato


com Ilya, mas algo distraiu minha mente. Eu sabia o que tínhamos
planejado para sua joalheria. Era uma possibilidade muito arriscada que
um detetive de polícia que não estivesse em nossa folha de pagamento
descobrisse o que realmente havia acontecido e começasse a fazer
perguntas desnecessárias e perigosas. Se eu destruísse completamente a
cena do crime, as evidências contariam uma história muito mais
obscura. Seria arquivado como um roubo malfeito por alguns viciados em
drogas que se voltaram uns contra os outros. Caso encerrado. Muito do
nosso poder veio de simplesmente controlar a narrativa. Era
absolutamente necessário, mas, ao mesmo tempo, sabia que devastaria
Nadia. Eu só teria que lidar com as consequências mais tarde. Minha
prioridade era mantê-la segura, e para fazer isso eu tinha que enviar uma
mensagem clara de que ir atrás da minha mulher significava uma morte
lenta e dolorosa para todos os envolvidos.

Nós dirigimos um dos Range Rovers mais velhos até à loja


dela. Agora que era início da tarde, as pessoas estariam por perto. Não
havia sentido em chamar a atenção para nós mesmos entrando em algum
carro luxuoso e chamativo. Assim como na noite passada, estacionamos
no beco e entramos pela porta dos fundos. Três corpos estavam
empilhados no chão ao lado de sua bancada, mas atrás do balcão, fora da
vista de qualquer um que podesse ter tentado espiar além das cortinas
fechadas nas vitrines da loja. Empilhados no centro da loja havia duas
latas de gás de plástico vermelho e várias lonas. As prateleiras que antes
brilhavam com joias de prata em vitrines de cristal e musgo tinham
desaparecido. Eles tinham limpado tudo.

Ficou claro que a equipe de limpeza havia começado seu


trabalho. Ilya e o resto dos meus homens ainda não tinham chegado do
armazém.

Damien chutou a pilha de corpos até que eles rolaram um do


outro e ficaram esparramados no chão. Nem ele nem Gregor
reconheceram o filho da puta nervoso que eu atirei por último. Gregor
tirou as máscaras de esqui dos dois restantes.

Damien chutou a bota do homem mais próximo a ele. — Esse


idiota definitivamente fez um trabalho para Dumb and Dumber. Merda de
baixo nível. Sacudir traficantes de esquina, esse tipo de coisa.

Gregor pegou seu telefone e tirou uma foto em close de cada


rosto enquanto Ilya e dois de meus homens irrompiam pela porta dos
fundos arrastando outro homem pelos braços, um capuz preto sobre a
cabeça. Eles o empurraram pelos ombros para sentar no centro do sofá de
segunda mão de Nadia.

Ilya me jogou a chave das algemas do nosso prisioneiro. — Nós


tiramos todas as coisas dela do apartamento e todas as joias daqui. Uma
equipe está levando para a casa de Gregor.

Balancei a cabeça. — Não deixe nenhuma das garotas vê-


las. Esconda tudo em um dos prédios externos.
Ilya disse que faria a ligação agora, antes de sair com os outros
homens. Esperariam do lado de fora por mais instruções. Não deixamos
ninguém ver mais do que eles absolutamente precisavam ver.

Inclinei-me e tirei as algemas do homem. No momento em que


o fiz, ele arrancou o capô e olhou para nós. Sem dizer uma palavra, ele
moveu seu corpo volumoso para a frente e cuspiu no chão aos nossos pés.

Gregor ergueu uma sobrancelha. — Encantador.

O homem zombou. — Foda-se.

Fiz um gesto em sua direção geral. — Cavalheiro, este homem


bem falado é Gary Glogowski, mas ele prefere seu apelido de rua, Bruiser.

Damien soltou uma gargalhada. — Com um nome como Gary


Glogowski, eu também. Jesus Cristo, homem, seus pais odiavam você
mesmo no útero?

O homem se pôs de pé. Bruiser era quase tão alto quanto


Damien, mas ao contrário de Damien, seu corpo inchado era mais gordo
que músculo. — Foda-se.

Eu atirei a ponta da minha bota pesada em sua rótula esquerda,


desequilibrando Bruiser e enviando-o esparramado de volta para o
sofá. — Sente sua bunda.

Gregor se inclinou para pegar a arma que o agitadinho usou


para me ameaçar, então se levantou. Sem olhar para cima, ele deslizou o
desbloqueio de volta e colocou uma bala. Ele disse com uma calma
mortal: — Bruiser, eu precisarei que você organize as poucas células
cerebrais que você pode ter e tente juntar mais de duas palavras, porque
eu preciso de respostas.

Damien colocou o punho direito na palma da mão esquerda e


estalou os dedos. — Alguém foi atrás da nossa irmãzinha ontem à noite, e
agora alguém tem que pagar.

Bruiser inclinou a cabeça para o lado e esfregou a parte inferior


de seu queixo com os nós dos dedos. — Vocês, senhoras, estão prestes a
descobrir por que me chamam de Bruiser.

Coloquei minha palma sobre meu coração. — Ah, a primeira


frase do bebê.

Damien enxugou uma lágrima falsa. — Eles crescem tão rápido.

Gregor revirou os olhos.

Quando Bruiser ficou de pé pela segunda vez, Gregor apontou a


arma e disparou.

Bruiser gritou e agarrou sua coxa antes de cair para trás. — Eu


vou te matar por isso. Eu matarei toda a sua família. Eu matarei todo
mundo que você...

Eu balancei minha mão no ar. — Sim, Sim,


Sim. Entendemos. Você vai matar todos que amamos. Estamos realmente
com medo. Agora comece a falar.

Espuma branca se formou no canto de seus lábios grossos


quando Bruiser zombou: — Foda-se.

Peguei a arma de Gregor. Era importante que usássemos o


mesmo que esses idiotas trouxeram para a cena e não o nosso, então se
houvesse uma investigação, a cena do crime faria sentido e nada nos
levaria de volta. — Acho que voltamos a isso.

Sem dizer outra palavra, disparei um tiro na outra coxa de


Bruiser. Ele gritou de dor. Ele pressionou as mãos no topo de ambas as
coxas, e sangue espesso se acumulou sobre seus dedos para encharcar
suas calças e o tecido de margarida desbotado no sofá. Imagens de Nadia
dormindo naquelas mesmas almofadas fizeram meu estômago revirar
com bílis amarga. Pode aborrecê-la quando ela souber o que tínhamos
feito com sua loja, mas não havia nenhuma fodida maneira que eu
poderia deixá-la voltar. Eu nunca poderia dizer a ela o que aconteceu aqui
hoje. Também não havia nenhuma chance no inferno de que eu a deixaria
inconscientemente, inocentemente se enrolar naquele sofá novamente,
não importa quão limpo a equipe de limpeza o deixasse.

Eu me agachei, balançando a arma entre os joelhos. — Aqui está


a coisa, Gary. Posso te chamar de Gary? Vou continuar a te encher de
buracos até falar. De qualquer forma, você está morrendo hoje. É apenas
uma questão de quão dolorosa você quer que sua jornada para o inferno
seja.

Os lábios gordos de Bruiser franziram quando ele inalou o ar


pelo nariz. Eu levantei a arma novamente.

Bruiser desabafou: — Foram aqueles dois idiotas russos.

Gregor levantou o telefone e apertou o registro. — Você vai ter


que ser mais específico, Gary. Conhecemos muitos idiotas russos.

Bruiser fez uma careta enquanto agarrava suas coxas. — Lenin e


Leon Novakiss.
— Você quer dizer Lenin e Leonid Novikoff? — perguntou
Damien. Uma vez que Bruiser começou a falar, não havia como calá-lo.

— Sim, aqueles dois. Eles me pediram para organizar o


sequestro da cadela, algo estúpido sobre a honra da família. Devíamos
levá-la a uma casa de crack e enchê-la de suco. O plano era filmá-la sendo
fodida por um monte de caras pelo tempo que ela demorasse para
morrer, e depois colocar na internet. Eu esperei na casa de crack —
Bruiser gesticulou com a cabeça para os três corpos deitados no chão
perto do sofá — mas esses filhos da puta nunca apareceram.

Meu corpo inteiro começou a suar frio. Entregando a arma a


Gregor, dei alguns passos para trás, me virei e vomitei a bile que estava
agitando meu estômago. Porra. Só de pensar isso quase acontecendo com
minha doce garotinha me deixou doente de medo e
desgosto. Normalmente, eu teria alegremente espancado o homem até à
morte, mas eu nem queria tocá-lo depois de ouvir algo tão vil. Limpando
minha boca com as costas da minha mão, fui até às latas de gasolina e
peguei uma. Voltei para onde Bruiser estava sentado sangrando e
lentamente desenrosquei a tampa.

Seus olhos se arregalaram. — Você disse que se eu falasse, você


me mataria rapidamente.

Derramei a gasolina na cabeça dele. Bruiser uivou de agonia


quando o produto químico nocivo atingiu seus ferimentos de bala abertos.

Esvaziei a lata sobre seu corpo e no sofá, depois a joguei de


lado. — Eu disse que você tinha uma escolha sobre quão dolorosa seria
sua jornada para o inferno. Eu não disse nada sobre minha escolha sobre
quão doloroso seria para você.

Damien derramou gasolina ao redor da loja enquanto Gregor


abriu caminho direto pela porta dos fundos. Bruiser rolou para fora do
sofá e caiu com um baque no estômago. Implorando por misericórdia, ele
se apoiou nos antebraços e tentou puxar seu corpo considerável em
direção à porta, arrastando as pernas inúteis atrás dele.

Ignorando seus apelos, saímos pela porta. Abrindo o porta-


malas do Range Rover, peguei minha mochila e tirei uma garrafa plástica
de água e uma camiseta. Eu derramei a água sobre todas as nossas mãos e
sequei as minhas antes de jogar a camisa para Damien.

Ele o segurou antes de enxugar as mãos. — Um Nappoliano, boa


escolha.

Dei de ombros enquanto pegava a caixa fina dourada e preta de


cigarros Sobranie e isqueiro enfiada em um bolso lateral. — Você não é o
único que gosta de ficar bem.

Abrindo a caixa, ofereci um cigarro a cada um. Depois de


segurar a chama acesa para cada um de nós usar, joguei o isqueiro para
Gregor. Ele se virou e voltou para o prédio. Quando ele abriu a porta, eu
podia apenas distinguir a forma de Bruiser enquanto ele ainda estava
desesperadamente arrastando seu corpo em direção à saída.

Sacudindo a tampa do isqueiro, Gregor jogou a chama aberta no


prédio e fechou a porta. Eu mesmo teria gostado da honra, mas como
irmão mais velho de Nadia e chefe da família Ivanov, por direito, coube a
ele.
Ele voltou e se inclinou contra o carro com Damien e
eu. Ouvimos os gritos agonizantes de Bruiser enquanto a fumaça preta
rastejava pela abertura estreita ao redor da porta.

Dei uma última tragada no meu cigarro e o joguei na sujeira do


beco. — Senhores, hora de caçar.
CAPÍTULO 20
NADIA

Olhei para a porta fechada.

Damien me trancou e, o que é pior, tenho certeza que Mikhail


sabia que ia fazer isso. No momento em que ele abriu a porta, houve um
empurrão entre minhas omoplatas. Eu caí nos braços de Yelena. Antes
que qualquer uma de nós pudesse reagir, a porta se fechou e ouvimos o
clique sinistro da fechadura deslizando no lugar.

Samara, que estava sentada na cama vestida com sua roupa


habitual de uma camiseta manchada de tinta, jeans escuros de punhos
largos e uma bandana em volta do cabelo, colocou o copo de um
McDonald's marrom na boca e disse, — Bem-vinda a casa, mana!

Yelena se jogou na cama ao lado dela antes de pegar um grande


copo de isopor, que eu tinha certeza que continha um Café Mocha,
conhecendo as duas. — Por pelo menos uma hora, eles nos atraíram aqui
com a promessa de um McMuffin de ovo do McDonald's.

Puxando uma das pequenas cadeiras estofadas para mais perto


da cama, sentei-me e espiei dentro da bolsa marrom levemente
amassada. Dentro havia um terceiro McMuffin intocado.

— Aquele rato bastardo.

Eu me maravilhei enquanto pegava o sanduíche de café da


manhã embrulhado em amarelo. Mikhail sabia o que meus irmãos
planejaram antes mesmo de me trazer aqui. É por isso que ele disse que
iríamos tomar café da manhã na casa de Gregor quando eu disse que
deveríamos passar por um drive-thru a caminho.

Yelena se inclinou para trás e pegou um terceiro Café Mocha do


porta-copos na mesa de cabeceira. — Está frio, mas ainda bebível.

Balancei a cabeça enquanto o pegava. — Ele sabia que eles iam


me trancar aqui também.

Samara pegou seu hash brown, colocando outro pedaço na


boca. — Nós íamos avisá-la, mas os homens das cavernas levaram nossos
telefones, — ela disse usando seu apelido coletivo, e bastante apropriado,
para Gregor e Damien.

Dei de ombros. — Não teria ajudado. Meu telefone está morto e


ainda conectado na loja.

Yelena e Samara trocaram um olhar preocupado.

Yelena brincou com a aba de plástico em seu copo de mocha. —


Você quer falar sobre o que aconteceu?

Achei que nunca iriam perguntar. Eu queria ser solidária com


elas sendo trancadas em um quarto por minha causa a manhã toda, mas
eu estava morrendo de vontade de contar a eles sobre Mikhail e tudo o
que aconteceu esta manhã. Eu precisava desesperadamente de seus
conselhos.

Assentindo, eu disse: — Deus, sim.

Ambos gritaram e se aproximaram da beirada da cama


enquanto se endireitavam.
Antes que eu pudesse começar, Yelena gesticulou para minha
roupa. — Adorando a coisa chique de Tomb Raider que você tem aqui. Eu
nunca pensei que você desistiria desses seus vestidos de boneca. Embora,
vejo que você ainda tem os Doc Martens rosa, mas com essa roupa eles
funcionam.

Ajustei a minha gola alta. — Obrigada. Mikhail conseguiu para


mim.

Samara se inclinou. — E exatamente por que você precisa de


roupas novas?

Yelena pegou o pedaço de queijo laranja do McMuffin na minha


mão. — Conte-nos tudo.

— Ok, mas você tem que prometer não contar aos meus
irmãos. Eles surtariam.

Yelena passou o polegar e o indicador pelos lábios. — Nossos


lábios estão selados. Agora derrame.

Comecei com como Mikhail me beijou atrás da catedral logo


após o casamento.

A boca de Samara se abriu. — Só assim, depois de todos esses


anos, ele finalmente te beijou?

Eu nervosamente torci meus dedos. — Não exatamente. Há algo


que eu nunca tive tempo de dizer a vocês duas.

Então voltei atrás e contei a elas sobre a noite da minha festa de


dezoito anos.
Yelena gritou. Agarrando um dos travesseiros da cama, ela o
jogou na minha cabeça. — Por que você não nos contou?

Abracei o travesseiro contra meu estômago. — Foi logo antes de


vocês duas fugirem. O que eu deveria dizer?

Olhando diretamente para Samara, continuei: — Desculpe, meu


grande e super assustador irmão mais velho está forçando você a se casar
com ele, mas deixe-me contar sobre como Mikhail me espancou e me
chamou de garota suja?

— Sim! — ambos gritaram em uníssono.

Yelena balançou a cabeça. — Então por todos esses anos ele não
tocou em você ou fez um movimento ou qualquer coisa até ontem?

Tirei a tampa do meu mocha e girei os últimos goles para


capturar toda a calda de chocolate. — Não. Era como se ele mal soubesse
que eu estava viva.

Samara riu. — Tenho a sensação de que ele sabe que você está
viva agora.

Já que ambas tinham compartilhado todos os detalhes bizarros


de seus relacionamentos com meus irmãos, apesar dos meus inúmeros
protestos de 'Eca, é do o meu irmão que você está falando', eu sabia que
não precisava esconder nada com elas.

Foi difícil contar a elas sobre a parte em que fui atacada. Para
começar, eu queria esquecer completamente. Isso não era o mais
saudável. Inúmeros artigos de revistas e programas da Oprah me diziam
para lidar com meus traumas e sentimentos, mas foi minha escolha não
fazê-lo. Abriria uma caixa de Pandora. Uma vez que eu seguisse esse
caminho, não seria apenas sobre o ataque. Seria sobre por que fui
atacada, o que levaria de volta à minha família e ao legado familiar de
violência e dinheiro sujo e a conexão de Mikhail com isso. Essa não era
uma tampa que eu queria abrir agora.

Além de eu relatar como fui agarrada por trás e lutei por dois
segundos antes de Mikhail irromper pela porta como Bruce Willis em Die
Hard, embora semelhante ao que aconteceu com Samara, dificilmente
comparado à experiência aterrorizante pela qual Yelena passou
recentemente. E a última coisa que eu queria era fazer qualquer uma
delas reviver seu próprio trauma agora. Poderíamos guardar isso para
outra hora com muitos e muitos martinis.

Em vez disso, concentrei-me no que aconteceu depois, e na


versão completa e de cair o queixo de Mikhail sobre como ele me tratou.

Yelena bateu palmas quando cheguei à parte sobre o


vibrador. — Oh meu Deus, você é uma garota suja. Eu não posso acreditar
que você engoliu isso.

— Sério, Nadia, bela maneira de quebrar estereótipos sobre


virgens tímidas. — Samara entrou na conversa.

— Como se qualquer uma de vocês fosse alguém para falar. —


eu protestei. Samara e Yelena trocaram um olhar e riram. Yelena
perguntou: — Quando é o aniversário dele?

— Não sei. Duvido que ele saiba também. Eles o deixaram em


um orfanato na Sibéria. Eu não acho que eles mantiveram registros
substanciais.
Yelena pensou por um momento, então disse: — Aposto que ele
nasceu em abril ou maio. Ele soa como um touro. É um signo de terra. Eles
são extremamente teimosos, como touros, mas leais a uma falha.

Isso soou como Mikhail.

Ela continuou: — Sabe, quando Touro e Leão ficam juntos, é


uma combinação extremamente sexual. Ambos são signos intensos que
canalizam raiva e brigas em sexo altamente carregado e super pervertido.

Agora essa parte realmente soou como Mikhail e eu.

Joguei o travesseiro que estava segurando para ela. — Você


adicionou a parte super excêntrica.

Ela deu de ombros. — Ainda é verdade.

Eu esmigalhei o papel encerado amarelo em minha mão em


uma pequena bola. — Talvez isso não importe…

Contei a elas sobre as câmeras de vigilância e como, depois de


finalmente ter permissão para sair da casa de Gregor, pensei que era
independente, mas realmente nunca fui.

Samara estendeu a mão e acariciou meu braço. — Nós nunca


realmente pedimos desculpas pelo que você sofreu por causa da nossa
fuga.

Peguei sua mão e apertei. — Não, não diga isso. Realmente foi o
melhor. Quando Gregor exigiu que eu me mudasse para cá, foi por raiva
no início, mas isso mudou rapidamente. Ele sabia que eu odiava morar
com minha mãe e todos os seus comentários indiretos constantes sobre
como eu me vestia e que perda de tempo era seguir uma carreira em
design de joias. Foi Gregor quem me encorajou a fazer aulas de joalheria.

Samara sorriu. — Ele parece ser um urso pardo aterrorizante,


mas ele tem seus momentos de ursinho de pelúcia.

— Ele também insistiu que eu fizesse aulas de negócios para


estar pronta quando quisesse abrir minha própria butique.

— Isso soa como ele, também. Ele quer que eu faça o


mesmo. Ele quer que eu faça mais aulas de arte, mas está insistindo nas
aulas de negócios também.

Yelena entrou na conversa. — Damien me apoia tanto no


lançamento de uma carreira na moda, estou com um pouco de medo se
eu fizesse alguma aula, ele insistiria em ir comigo. Eu posso vê-lo agora
gritando com meu professor por me dar uma nota baixa por uma gola
recortada que coloquei em um vestido.

Pensei em Mikhail. Eu gostaria de ter certeza de que ele me


apoiaria tanto quanto meus irmãos apoiaram elas. Até agora, eu estava
em um relacionamento com ele há menos de doze horas, e tudo que eu
tinha visto era sua atitude arrogante de 'minhas regras ou nada'. Ele
também repetidamente ignorou minhas preocupações sobre minha loja
como se fossem secundárias às suas próprias preocupações sobre minha
segurança. Por um lado, eu entendia, mas, por outro, estava enviando
enormes bandeiras vermelhas. Expressei minhas preocupações para
Samara e Yelena.
Nós três ficamos quietas por um momento. Finalmente, Yelena
falou. — Acho que só há uma solução para saber a verdade. Nadia, acho
que já passou da hora de você fugir de casa.

Minha boca caiu aberta. — O quê?

Samara pulou da cama e me agarrou pelos ombros, me


levantando. — É o plano perfeito! Você precisa fugir.

Olhei de uma para a outra. — Vocês duas são loucas.

— Funcionou para nós. — Yelena ofereceu.

— Como? — protestei. — Vocês duas acabaram com os mesmos


homens de quem estavam fugindo!

Samara colocou a mão sobre a barriga. Ela não estava


aparecendo ainda. Era muito cedo. — Às vezes você precisa experimentar
o que você só pensa que quer, para reconhecer o que você realmente
quer.

Yelena me deu um abraço rápido. — Estamos dizendo isso


porque amamos você. Você precisa sair. Veja como seria o mundo sem
seus irmãos ou Mikhail nele.

— Mesmo que eu quisesse, eles nunca me dariam permissão


para entrar em um avião e ir a algum lugar completamente sozinha. Eles
pirariam com a segurança.

Samara piscou. — Quem disse que você está pedindo


permissão?

A ideia enviou um arrepio de medo e excitação pela minha


espinha. Eu tinha vinte e um pelo amor de Deus, por que não deveria
viajar e ver o mundo? Eu tinha dinheiro para fazer isso. Eu tinha herdado
dinheiro do meu pai quando ele morreu. Não era nada comparado às
dezenas de milhões de dólares que meus irmãos e aparentemente Mikhail
tinham, mas ainda eram alguns milhões. A única razão pela qual eu não
era dona do prédio onde tinha meu apartamento e loja era porque eles
queriam proteger o nome Ivanov comprando-o através de uma empresa
de fachada. Eu raramente gastava meu dinheiro porque não precisava. Eu
gostava dos meus móveis de segunda mão, vestidos de bonecas prontos e
noites assistindo filmes. Ainda assim, talvez fosse hora de fazer algo
ousado e imprudente por conta própria.

Talvez fosse hora de fugir de casa.

No mínimo, isso me daria espaço e tempo longe de Mikhail. Eu


precisava pensar nele e em nós. Se eu ficasse aqui, nunca teria um
momento para pensar direito na presença dele. Ele era muito intenso,
muito sexy e avassalador. Eu me submeteria para sempre alegremente à
sua vontade.

Yelena colocou as mãos nos quadris. — Bem, se você fugirá,


primeiro precisamos sair desta sala.

— Eu não fugirei neste segundo.

— Eu sei. Só quero mostrar a eles que não nos trancaram


aqui. Samara, puxe as cobertas da cama e pegue esse lençol. — Yelena
marchou até à janela e jogou o caixilho.

Eu a segui e olhei para fora. Logo abaixo havia uma pequena


varanda. Ela apontou para ele. — O lençol me levará até à
varanda. Quando eu estiver lá, você desamarra e joga para mim. Vou
então amarrá-lo novamente na sacada e descer o resto do caminho até ao
chão.

Samara se aproximou de nós com a ponta do lençol. — Está


ancorado na cabeceira da cama, — disse ela antes de jogá-lo pela janela.

Yelena tirou o roupão de seda estampada que estava vestindo,


então ela estava apenas em seu pijama de seda combinando. Ela se
inclinou e jogou a perna direita sobre o peitoril. Samara agarrou o lençol,
apoiou o pé esquerdo na parede e apertou mais.

Eu assisti as duas com admiração. — Por que tenho a sensação


de que esta não é a primeira vez que vocês estão fazendo isso?

Ambos riram. Yelena apontou para Samara. — A primeira vez


em Los Angeles foi culpa dela.

Samara respondeu: — Sim, mas a segunda e a terceira vez no


México foram todas por sua conta.

Uma pontada de ciúme perfurou meu peito. Eu invejei o vínculo


que elas agora tinham de sua aventura compartilhada. Elas estavam
certas. O único lugar para onde viajei foi para a Rússia, e sempre com a
família e sob forte guarda. Talvez fosse hora de eu ver um pouco do
mundo por conta própria. Talvez já tivesse passado da hora de eu ter
minhas próprias aventuras.

Yelena desceu lentamente até à sacada e então acenou de


volta. Ajudei Samara a desamarrar o lençol. Nós jogamos para ela. Em
apenas alguns minutos, Yelena estava correndo para o outro lado da casa,
mantendo-se perto do perímetro. Foi apenas alguns minutos depois que
ouvimos uma conversa abafada do outro lado da porta. Nós duas pulamos
para trás quando a porta chacoalhou, então houve o som de algo
deslizando contra ela seguido por um baque surdo.

A porta se abriu, com uma Yelena radiante do outro lado.

Tivemos que passar por cima do guarda quando saímos.

Yelena balançou a cabeça. — O pobre Carl discordou do nosso


plano. Ele ficará bem. Ele vai acordar em algumas horas com um galo na
cabeça e um ego machucado.

Samara endireitou os ombros. — Senhoras, devemos ir para a


cozinha para um pouco de chocolate quente e planejamento adicional
da Operação Fly the Coop3?

Isso estava acontecendo. Eu ia fugir. Um calafrio repentino caiu


sobre minha excitação febril.

O que Mikhail faria quando percebesse que eu tinha ido


embora?

3
Operação Fuga da Gaiola
CAPÍTULO 21
MIKHAIL

Estacionamos nosso veículo uma rua adiante para não chamar a


atenção na rua tranquila que estávamos mirando, principalmente porque
ainda era de manhã. Não queríamos esperar pela cobertura da
escuridão. À noite, as pessoas em nossa linha de trabalho tendiam a ficar
mais atentas. Nem tanto durante o dia. Ninguém esperava um ataque em
plena luz do dia, e era exatamente por isso que estávamos fazendo isso
agora. Além disso, ainda tínhamos o elemento surpresa. A notícia ainda
não teria chegado a Dumb and Dumber sobre o fracasso completo de sua
gangue e nossa resposta.

Éramos apenas nós três. Isso seria rápido e mortalmente


eficiente. Fizemos uma varredura de perímetro primeiro. A casa de
Novikoff ficava em alguma propriedade cerca de vinte minutos fora de DC.

O bairro era uma estranha mistura de pitorescas casas térreas


construídas nos anos 50 e novas e enormes mansões espremidas em cada
centímetro quadrado de pequenos terrenos de meio acre. Aconteceu
muito. A vovó morreu e os netos dela arrumaram a casa dela para uma
música só para descarregá-la. Algum idiota com dinheiro entra e
compra. A primeira coisa que ele faz é derrubá-la e construir alguma
monstruosidade detestável que lança uma sombra sobre as casas ao
redor.

Egor Novikoff era um desses idiotas.


Fizemos nosso caminho em direção à mansão
detestável. Tomando posição nos arbustos da casinha ao lado,
observamos sinais de atividade. Vários homens patrulhavam o perímetro
da casa, seus olhos aguçados examinando o espaço logo acima do nosso
esconderijo.

Acenando com a mão, Gregor sussurrou: — Esse é o nosso alvo.

Concentrei-me em uma parede de tijolos que media cerca de


quatro metros e meio. De cada lado havia duas janelas com cortinas. Eu
podia ver através do linho branco a leve impressão de estantes e uma
escrivaninha. O escritório de Egor.

Eu tirei o Range-R. Colocando minha mão em concha para


proteger a tela brilhante, tentei fazer uma leitura.

— Estamos muito longe, — eu sussurrei.

Normalmente, o Range-R precisava estar próximo ao alvo para


obter uma leitura precisa. Idealmente, seria pressionado contra a parede
da sala que precisava ser digitalizada. Eu esperava que nossa posição de
atirador, a apenas cem metros de distância, fosse suficiente. Não havia
como me aproximar, fazer uma leitura e depois voltar à posição para tirar
a foto sem atrair a atenção dos guardas. Eles suspeitariam imediatamente
de um homem à espreita perto da casa, mas talvez não de dois homens
voltando para casa bêbados para suas esposas.

Fiz um gesto para Gregor e Damien. — Eu tenho uma


ideia. Quem tem um frasco neles?
Tanto Gregor quanto Damien tiraram frascos prateados
surrados. Peguei o de Damien, abri, e derramei um pouco sobre a camisa
e o paletó de Gregor.

— Que porra é essa, — eles objetaram praticamente em


uníssono.

Gregor reclamou em um sussurro áspero: — Este era um belo


terno.

Damien fez uma careta. — Aquele era o uísque Macallan Rare,


com mais de vinte anos. Por que você não pegou o frasco de Gregor?

— Porque o dele tem uma vodka decente, não a bebida que


você gosta de beber.

Damien balançou a cabeça. — Vocês dois são pagãos sem


apreço pelas coisas boas.

Gregor afrouxou a gravata. — Vamos fazer isso.

Momentos depois, arrastando as palavras, Gregor cruzou o


gramado, apoiado no ombro de Damien. Ele gritou: — Querida! Não fique
brava. Me deixar entrar.

— Abra, Debbie, ele não quis dizer isso. — lamentou Damien em


uma voz cantante.

Vários guardas vieram correndo, armas em punho.

— Docinho, é você? — Gregor perguntou com um olhar vazio


intencional em seu rosto.

— Que porra é essa? — perguntou um guarda.


— Um par de idiotas bêbados. — respondeu outro.

Enquanto os guardas circulavam ao redor de Gregor, ele agarrou


seu estômago e curvou seus ombros. — Acho que vou vomitar!

Os guardas imediatamente deram vários passos para trás,


dando-lhe um amplo espaço.

Com as pernas instáveis, ele cambaleou em direção aos


arbustos, encostado na parede de tijolos da casa. Ele vomitou várias
vezes.

Os guardas estavam tão ocupados virando a cabeça em


desgosto que não viram o pequeno dispositivo portátil que ele pressionou
contra a parede.

Dando uma última mordaça gutural para efeito, ele se


endireitou.

— Eu me sinto melhor agora.

Olhando em volta, Gregor lamentou: — Esta não é a casa da


minha docinho.

Damien deu um tapa nas costas dele. — Vamos, amigão. Você


pode dormir na minha casa.

Sem poupar outro olhar aos guardas, eles se afastaram,


certificando-se de balançar enquanto andavam. Eles passaram direto pelo
meu esconderijo e fizeram parecer que estavam entrando na casa ao lado.

Eu me agachei e espiei ao virar da esquina. Os guardas se


dispersaram. Meu plano tinha o benefício adicional de os guardas agora
estarem relutantes em patrulhar aquele lado da casa por causa do vômito
imaginário nos arbustos. Permanecendo de joelhos, rastejei de volta para
a posição.

Concentrei-me no Range-R através do meu escopo para obter


uma leitura. Mostrava o contorno de duas figuras sentadas pressionadas
contra a parede. Leonid e Lenin. Nossos relatórios de inteligência
confirmaram repetidamente que os irmãos passavam uma quantidade
considerável de tempo sozinhos no escritório de seu pai sempre que ele
estava fora da cidade. Houve especulações de que eles estavam tentando
abrir um cofre que ele mantinha lá. Eu tinha certeza de que eram os dois,
independentemente do que estivessem fazendo. Ninguém mais em sua
organização teria a chave daquele escritório enquanto Egor estivesse fora
da cidade.

Eu teria que eliminá-los com dois tiros sucessivos rápidos


através da parede de tijolos. Meu Mossberger 500 foi equipado com um
supressor FPSRussia Salvo-12, mas, infelizmente, mal abafaria o
som. Mantive meu corpo imóvel, sabendo que o menor movimento
chamaria a atenção para nossa posição, e alinhei o tiro. Eu não podia usar
uma mira a laser, então tive que fazer isso por instinto. Prendi a
respiração enquanto me preparava para o impacto e o barulho alto.

Disparei dois tiros, vendo cacos de tijolos explodirem da parede


em uma nuvem de poeira e barulho. Meu olhar mudou para o Range-
R. Ambas as figuras caíram para a frente. Eu não precisava confirmar a
morte. Aquelas duas balas eram por Nadia, e eu nunca tive tanta certeza
de um tiro na minha vida. Aqueles bastardos estavam mortos.
Saímos do nosso esconderijo. Estávamos fora de alcance quando
ouvimos o grito de alarme e o som de várias Glocks disparando ao mesmo
tempo. Assim que estávamos no carro, Gregor enviou uma mensagem
criptografada para Egor Novikoff. Ele enviou o vídeo de Bruiser
confessando seu envolvimento na tentativa de sequestro de Nadia com
um texto de acompanhamento, deixando-o corajosamente saber que
tínhamos matado seus dois únicos filhos e sugerindo que ele não voltasse
aos Estados Unidos.

Depois de vários minutos, ele recebeu uma resposta de uma


palavra de Egor.

Entendido.

Damien recostou-se em seu assento. — Egor é um homem


velho. Ele sabia que seus filhos eram idiotas inúteis. Não havia como ele
passar o negócio para eles.

Agarrei o volante. A adrenalina ainda corria quente em minhas


veias. — Precisaremos nos preocupar com qualquer retaliação?

Gregor balançou a cabeça. — Não. Desta vez, realmente


acabou. Ninguém naquela organização, obviamente o pai deles, acha que
esses dois valem a pena uma guerra conosco.

Damien esfregou o queixo. — Eu não sei sobre isso. Eles tinham


uma irmã.

Eu naveguei pelo tráfego DC. Isso era um problema para outro


dia. Agora, eu queria voltar e verificar Nadia e descobrir como diabos eu ia
dizer a ela que queimei seu sonho.
CAPÍTULO 22
MIKHAIL

Quando voltamos para a casa de Gregor, encontramos as


meninas na cozinha, mas Nadia estava desaparecida.

— Onde está Nadia?

Eu exigi duramente antes que alguém pudesse dizer qualquer


coisa.

Percebi meu erro, quando Gregor e Damien trocaram um olhar


duro. Eu havia neutralizado o perigo e as instalações estavam novamente
seguras. Não havia mais ameaça, pelo menos não mais do que o
habitual. Eu não tinha motivos para exigir saber o paradeiro de sua
irmãzinha.

Yelena quebrou a tensão. — Ela decidiu tirar uma soneca.


Aparentemente, ela não dormiu muito na noite passada.

Ignorando sua piada escondida, abri a geladeira e peguei uma


garrafa de água. Eu não estava realmente com sede, mas precisava
quebrar o intenso escrutínio de Gregor. Ele estava observando minhas
reações à Nadia desde que voltamos de sua loja mais cedo. Eu tinha
certeza de que ele suspeitava da mudança em nosso relacionamento. Eu
diria a ele em breve. Eu só queria ver Nadia primeiro.
Damien caminhou até Yelena e deu um puxão brincalhão em
seus cachos loiros. Com um suspiro resignado, ele perguntou: — Pela
janela?

Ela ergueu o queixo e sorriu. — Você não pensou seriamente


que trancar a porta do quarto e colocar um guarda bobo do outro lado
funcionaria?

— Funcionou no começo.

Ela acenou com a mão em despedida. — Isso é só porque


queríamos terminar nosso Café Mochas enquanto ainda estavam quentes.

Ele se inclinou e deu um beijo em seus lábios, antes de sussurrar


em voz alta contra eles: — Da próxima vez, amarrarei você na cama.

Ela zombou. — Com cordas?

Ele mordeu o lábio inferior dela. — Não, correntes.

Gregor envolveu seus braços ao redor da cintura de Samara. Ele


acariciou seu pescoço. — Isso não é uma má ideia.

Samara ofegou. — É melhor não haver uma próxima vez,


marido. Você tem sorte que eu não segui Yelena por aquela janela e
continuei correndo.

— Você tenta correr, e eu vou te caçar, esposa. — ele vociferou


de volta. — e haverá consequências quando eu te encontrar.

Afastando-me das brincadeiras íntimas entre os casais,


murmurei: — Vou subir e tomar um banho. Não posso deixar eu ou meu
carro cheirando a gasolina se os policiais vierem fazer perguntas.
Além disso, contar a Nadia que incendiei sua joalheria e seu
apartamento amados seria bastante difícil sem realmente cheirar como a
prova. Quando me virei para sair, Samara me alcançou. — Ela está na suíte
azul.

Minha testa franziu. Esse era o meu quarto habitual. Não era
incomum eu ficar aqui, especialmente depois de um evento ou se
houvesse uma situação. Eu tinha ficado na semana passada quando
aquele senhor da guerra do Afeganistão esteve em várias reuniões
noturnas com Gregor e Damien sobre um carregamento perdido de
mísseis terra-ar que uma facção rival havia confiscado. Eu geralmente
mantinha uma muda de roupa e alguns itens pessoais no quarto. Nadia
sempre ficava na suíte amarela sempre que visitava Gregor. Tinha sido o
quarto dela alguns anos atrás, quando ela foi morar com ele depois que as
meninas fugiram. Samara sabia disso.

Ao meu olhar confuso, ela apenas deu de ombros e voltou para


o lado de Gregor.

Subi as escadas e caminhei pelo corredor acarpetado. Coloquei


minha mão na maçaneta da suíte azul e respirei fundo antes de girá-la
lentamente. Abri a porta e entrei no quarto mal iluminado, fechando a
porta atrás de mim. A pesada cortina de cetim azul aguado estava bem
fechada; apenas uma lasca de luz dourada do sol iluminava o quarto quase
totalmente escura. Depois que meus olhos se ajustaram à pouca luz,
avistei um pequeno pacote enrolado na cama.

O punho apertado no meu peito afrouxou, e eu respirei fundo


pela primeira vez desde que saí do lado dela. Não havia razão para
suspeitar, mas eu estava meio desconfiado que Samara e Yelena
mentiram sobre Nadia adormecida. Parte de mim entrou em pânico por
ela ter escapado me desafiando. Aproximando-me da cama com pés
silenciosos, olhei para sua forma adormecida. Ela estava do lado direito
com a mão direita enrolada ao lado do queixo. Ela havia tirado suas botas
pesadas e meias. Seus dedos bonitos tinham um esmalte verde brilhante
sobre eles. Seus lábios estavam ligeiramente abertos e havia um leve
indício de um rubor quente em sua bochecha. Seu cabelo loiro
avermelhado assumiu um tom mais avermelhado na luz suave, o que deu
à sua pele um brilho de marfim.

Ela era tão linda. Ainda me surpreendia quão pouco ela estava
ciente de seu próprio apelo. Ela era um pacote encantador de
contradições. Doce, mas com uma boca atrevida. Inocente e tímida, mas
aventureira e ousada como o inferno na cama. Afastei um cacho de seu
ombro e sorri enquanto lembrava de hoje mais cedo. Nunca em um
milhão de anos eu teria imaginado que minha doce kroshka tinha a
tendência de jogar coisas quando estava com raiva. Ela era tão adorável
quando estava brava. Seus olhos se iluminaram e suas pequenas mãos se
fecharam em lindos punhos minúsculos. Eu não pude deixar de pensar
que ela se parecia com a Sininho. Eu meio que esperava que uma chuva de
pó dourado aparecesse ao redor de sua cabeça enquanto ela batia os pés.

Com cuidado para não perturbar a cama, inclinei-me e puxei a


colcha, levantando-a sobre sua forma adormecida. Não querendo acordá-
la, rastejei pelo quarto até ao banheiro anexo. Tenho certeza que se eles
soubessem que eu tinha decidido tomar banho na mesma suíte onde ela
estava dormindo, isso causaria um rebuliço com seus irmãos, mas eu não
dava a mínima. Eles saberiam em breve que eu não desistiria dela sem
lutar.

Abrindo as portas duplas de vidro, alcancei o ladrilho de


mármore preto e girei a maçaneta prateada. Água escaldante caía do
chuveiro retangular extragrande que se estendia por todo o comprimento
da câmara envidraçada. Tirei minha camisa e abri o zíper da minha calça
cargo enquanto tirava minhas botas frouxamente amarradas antes de
entrar no chuveiro já fumegante.

Descansando as palmas das mãos contra o azulejo frio, deixei a


água escorrer pelas minhas costas, tentando apagar a tensão das últimas
vinte e quatro horas. Ainda levaria algum tempo para meu corpo saber
que o perigo havia passado. O sangue ainda pulsava alto e rápido em
minhas veias. Era sempre assim depois de uma morte, mas especialmente
depois desta. Nunca em minha vida me arrependi de ter tirado uma vida
menos do que as que tirei hoje. Eles chegaram perto demais de machucar
Nadia, e eu estava feliz que eles pagaram por isso com suas vidas. Meu
único arrependimento foi não poder olhar Leonid e Lenin nos olhos
enquanto os matava a tiros.

Quando peguei o sabonete líquido, a porta do banheiro se


abriu. Nadia estava na soleira. Ela invadiu, agarrando a maçaneta de prata
lisa de uma das portas de vidro do chuveiro antes de abri-la. — Como você
pôde?

Apanhado desprevenido, não respondi a princípio.

— Como você pôde? — ela repetiu. Seus olhos azuis claros se


encheram de lágrimas.
Porra.

Ela gesticulou atrás dela.

— Acordei e desci. Eles não sabiam que eu estava no


corredor. Eu os ouvi falando sobre incendiar minha loja.

Escovando a água dos meus olhos, eu disse: — Baby, eu posso


explicar.

Seu lindo rosto enrugou. — Não! Não! Não! Como você


pôde? Como você pôde?

Ela se lançou para mim, batendo com os punhos no meu peito


nu.

— Adorava aquela loja. Você não tinha o direito!

Dei um passo para trás, segurando meus braços para cima,


permitindo que ela me batesse. Eu merecia. Não adiantava explicar as
razões pelas quais tivemos que queimá-la. Ela não deveria ser
compreensiva sobre a situação. Ela tinha todo o direito de estar com
raiva. Eu sabia o quanto ela trabalhou duro para tornar a loja um
sucesso. As longas horas passadas em sua bancada trabalhando em peças
de joalheria personalizadas. Os inúmeros festivais e feiras de rua que ela
frequentava formaram uma base de fãs. Ela mesma havia pintado e
decorado a área principal, recusando a ajuda de qualquer um. Tinha sido
seu sonho, seu próprio pequeno pedaço de independência, uma maneira
de se estabelecer fora das sombras de seus irmãos, e eu a queimei até o
pó.
Ela me seguiu até ao chuveiro, ainda me golpeando com os
punhos. A água quente encharcava seu cabelo e roupas, mas em sua raiva,
ela não parecia notar ou se importar. Em um esforço para acalmá-la, eu
segurei seu rosto. — Por favor, kroshka, me escute.

Ela balançou a cabeça, se livrando do meu aperto. Eu tentei


novamente, envolvendo minhas mãos ao redor de seu pescoço e me
aproximando. Suas unhas arranharam meus antebraços. Dei um passo à
frente novamente, pressionando-a contra os azulejos. Com as pontas dos
meus polegares, pressionei seu queixo, forçando sua cabeça para trás.

Seus lábios tremeram. — Te odeio.

Meus olhos se estreitaram. Eu estava desesperadamente


tentando ser um bom homem, tentando entender sua dor, mas cada
instinto primitivo em meu corpo uivou para a vida ao ouvir aquelas
palavras de sua linda boca. Ela poderia estar com raiva de mim. Ela
poderia me bater. Ela podia até jogar coisas na minha cabeça, mas eu não
suportava ouvi-la dizer que me odiava. Isso era algo que eu simplesmente
não toleraria.

Forçando minha coxa entre suas pernas, eu a prendi na parede


do chuveiro. Eu levantei seus braços acima de sua cabeça, então
entrelacei meus dedos com os dela. Eu silenciei seu grito de protesto com
minha boca. Minha língua varreu para reivindicar a dela. Fazia apenas
algumas horas desde que a beijei pela última vez, e já ansiava e sentia
falta do sabor dela. Deste ponto em diante, beijá-la seria a própria
substância da minha vida, uma necessidade tão grande quanto comida ou
ar. Ela lutou, mas eu segurei firme. Eu empurrei o topo da minha coxa
contra sua boceta, engolindo seu gemido relutante.

A água escaldante batia nas minhas costas, encharcando nós


dois. Impaciente com a sensação de sua gola rulê encharcada em vez de
sua pele quente e molhada, eu quebrei o beijo. Retrocedendo, agarrei a
bainha de sua blusa e a puxei sobre sua cabeça. Ela não se preocupou em
colocar o sutiã de volta. Seus seios fartos estavam à mostra. Com um grito,
ela abaixou os braços e tentou se cobrir. Peguei um punhado de seu
cabelo e puxei sua cabeça para trás, preparando-a para outro
beijo. Enquanto minha boca descia, afastei seus braços, espalmando um
seio perfeito. Eu rolei um mamilo rosa entre meus dedos enquanto
beliscava e mordia seu lábio inferior.

Ainda assim, ela tentou lutar comigo, virando a cabeça em todas


as oportunidades, negando-me.

— Abra para mim, baby. — eu respirei contra sua boca.

— Não posso. Você arruinou tudo, — ela gemeu.

Ajoelhando-me diante dela, envolvi meus braços ao redor de


seus quadris e beijei a pele macia e molhada de sua barriga. — Kroshka,
acredite em mim, eu passarei o resto da minha vida fazendo isso para
você. Você tem minha palavra.

Quase contra sua vontade, suas mãos hesitantemente


agarraram meus ombros.

Alcançando entre nós, desabotoei sua calça cargo e abaixei o


zíper. Eu sabia que ela não tinha colocado um sutiã, mas fiquei feliz em ver
que minha garota travessa ousou perder a calcinha também. Eu abaixei a
calça por seus pés descalços e joguei o tecido encharcado de
lado. Colocando minhas mãos no topo de suas coxas, eu abri ainda mais
suas pernas. Seus pés deslizaram ao longo do azulejo liso para me
obedecer. Abri seus lábios inferiores e me inclinei para passar a ponta da
minha língua sobre seu clitóris inchado.

Os dedos de Nadia cravaram em meus ombros. — Oh Deus.

Eu agitei seu clitóris novamente, então o girei ao redor e ao


redor, sentindo seu corpo responder ao meu toque. Alcançando uma mão
entre suas pernas, empurrei um dedo para dentro, depois um segundo,
abrindo-a. Tive o cuidado de ir devagar, sabendo que ela ainda estaria
dolorida de antes, mas também sabendo que minha garota suja gostava
de um pico de dor com seu prazer. Foi uma das coisas que fez dela a
combinação perfeita para mim.

Eu não percebi que tinha dito essas palavras em voz alta até que
seu corpo enrijeceu. Suas mãos empurraram meus ombros. — Não. Nós
não combinamos. Você não é nada como eu pensei que seria.

Ela tentou deslizar ao longo da parede molhada para longe de


mim, mas meu aperto em seu quadril a impediu.

Levantei-me em toda a minha altura, elevando-me sobre ela.

— Bem, então, você vai ter que se acostumar comigo, baby,


porque eu não deixarei você ir.

Eu vociferei com mais ferocidade do que eu pretendia.


Eu sabia que soava como o neandertal arrogante que ela me
acusou de ser, mas não me importei. Eu não podia deixar sua raiva
impedir nosso futuro, não quando finalmente a tive em meus braços
depois de todos esses anos.

Seus olhos se estreitaram. — Você está dizendo que eu não


tenho escolha no assunto?

Coloquei a palma da mão no azulejo sobre sua cabeça e me


inclinei, chegando a uma respiração de seus lábios. — É exatamente isso
que estou dizendo.

Sua mão voou para me dar um tapa. Ela era muito lenta.

Agarrei seu pulso e a girei até que sua frente pressionou contra
o mármore.

— Deixe-me ir, — ela gritou.

Inclinando minha cabeça para o lado, eu afundei meus dentes


na carne macia de seu pescoço, antes de lamber o leve contorno vermelho
da minha marca de mordida. — Nunca.

Eu chutei seus pés, abrindo suas pernas. Apalpando sua boceta


por trás, pressionei as pontas dos meus dois dedos médios contra seu
clitóris. A leve pressão só diminuiria seu prazer crescente. Para realmente
aliviar a dor, ela precisa sentir a pressão do meu pau grosso dentro
dela. Para provocar ainda mais seu corpo, passei a ponta do meu polegar
sobre seu pequeno buraco enrugado.

Ela assobiou enquanto seu corpo enrijecia.


Se eu fosse um verdadeiro bastardo, eu pegaria aquele
sabonete líquido, colocaria um pouco entre as rachaduras de suas
bochechas fofas e foderia sua bunda até que ela gritasse por
misericórdia. Com o último resquício de civilidade que possuía, me
contive. Embora eu possa fazer sua boceta doer de outra pancada
implacável tão cedo depois de tirar sua virgindade, ainda seria um tipo de
dor prazerosa e deliciosa. Não seria assim se eu tomasse sua bunda de
novo tão cedo. Ela era muito pequena. Eu poderia machucá-la,
especialmente no humor de foda de ódio que eu estava agora.

Agarrando meu pau, eu bombeei minha mão várias vezes,


deliberadamente roçando meus dedos contra a parte inferior das costas
dela. Seus braços varreram a parede de azulejos, os dedos abertos.

Abaixando meus joelhos ligeiramente para alavancar, pressionei


a cabeça do meu pau em sua entrada. O cume do meu pau estalou dentro
de seu buraco apertado. Com minhas mãos em volta de seus quadris, eu
as puxei para fora até que sua bunda roçou meu abdômen inferior e suas
costas arquearam. O movimento empurrou meu pau em seu outro
centímetro.

Envolvi meu braço ao redor de sua barriga e mergulhei minhas


mãos entre suas pernas. Encontrando seu clitóris, eu o apertei com força
entre meu dedo e polegar enquanto minha outra mão pressionava entre
suas omoplatas, forçando-a a uma posição submissa e vulnerável. — Eu
quero ver essa sua boceta apertada engolir cada centímetro do meu pau.

Nadia jogou a cabeça para trás e gemeu.


Inclinei-me sobre ela, nossos dois corpos escorregadios da água
batendo em nós. — Você é minha, Nadia, e certificarei de que você sinta e
nunca esqueça.

Com isso, eu empurrei profundamente.

Seus joelhos fraquejaram, mas eu a segurei de pé. Suas paredes


apertadas apertaram meu pau enquanto eu penetrava nela
repetidamente, batendo em seu corpo minúsculo, liberando toda a minha
raiva, medo e amor.

— Oh Deus! Oh Deus! Mikhail! — ela gemeu enquanto seu


corpo empurrava para a frente com cada uma das minhas estocadas.

Levantando minha mão livre, eu trouxe minha palma para baixo


em sua bunda. Sua pele molhada deu um tapa satisfatório no momento
em que fiz contato. Aumentada pelo calor do chuveiro, sua bochecha
imediatamente brilhou em um vermelho cereja brilhante. Eu a espanquei
de novo e de novo, combinando cada golpe com uma pulsação dos meus
quadris enquanto eu empurrava profundamente em seu núcleo.

Eu era um homem possuído. Precisando que ela não apenas


ouvisse minhas palavras, mas sentisse a posse do meu corpo para saber
que ela agora era só minha.

Seus dedos se curvaram contra os azulejos enquanto seu corpo


ficava tenso. Suas costas arquearam, e seus lábios se abriram em um grito
silencioso. Eu podia sentir os espasmos de seu orgasmo ondulando no
meu pau. Uma vez que ela alcançou sua liberação, eu empurrei nela com
abandono, precisando que ela sentisse cada centímetro de espessura
enquanto as ondas de prazer atingiam a crista e então caíam sobre seu
corpo. Minhas bolas apertaram. A pressão era quase
dolorosa. Finalmente, minha cabeça caiu para trás quando soltei um
rugido de conclusão, liberando profundamente em seu corpo, rezando
egoisticamente para que minha semente tomasse conta.

Puxando livre, eu a girei ao redor e a apertei para mim. Eu a


envolvi em meus braços e pressionei sua cabeça no meu peito. Ainda
respirando com dificuldade, eu arfei contra o topo de sua cabeça.

— Retire o que disse.

Suas mãos deslizaram pelos meus lados para envolver minhas


costas, mas ela permaneceu em silêncio.

Eu a agarrei com mais força e repeti: — Ritire o que disse.

Ela ergueu o olhar e me encarou por um momento. — Eu não


odeio você. Eu nunca poderia te odiar.

— E?

— E... eu sou sua, Mikhail.

Baixei a cabeça e reivindiquei sua boca, querendo provar a doce


verdade de suas palavras. Afastando impiedosamente as dúvidas amargas
que tentavam me avisar que ela estava mentindo.
CAPÍTULO 23
MIKHAIL

Com Nadia toda nua na cama dormindo profundamente, fui à


procura de seus irmãos. Era hora de chegarmos a um
entendimento. Agora que o perigo havia passado, eu queria trazer Nadia
de volta para minha cobertura. Eu a queria na minha cama esta noite e
todas as noites a partir de agora.

Enquanto eu descia as escadas, a casa estava quieta.

Depois de procurar na cozinha e na sala, encontrei Gregor em


seu escritório. Ele estava de pé sobre sua mesa com as palmas das mãos
na superfície, estudando um grande mapa com uma pilha de arquivos ao
lado. Ele estava tão absorto que não olhou para cima imediatamente. Na
estante, havia um pequeno relógio de latão cujo tique-taque implacável e
solene preenchia o silêncio.

Ainda sem olhar para cima, ele fez sinal para que eu me
aproximasse. — Mikhail, estou feliz por você estar aqui. Eu quero que
você olhe para isso.

Aproximei-me da mesa e olhei para baixo. Era um mapa


detalhado das ruas de Caracas, Venezuela.

Gregor se endireitou e pegou uma pasta em cima de uma


pilha. — Um de nossos amigos da CIA entrou em contato e nos pediu para
eliminar um inseto.
Abri a pasta. O homem era basicamente um típico político
corrupto que não estava acima de usar violência até contra mulheres e
crianças para garantir sua fortuna. Balancei a cabeça. — É difícil tirar esses
idiotas. Eles têm muita segurança para um ataque próximo, e meu
espanhol está enferrujado na melhor das hipóteses.

Gregor pegou a pasta de volta de mim. —


Concordo. Aparentemente, ele fará um discurso no próximo mês. — Ele
apontou para a Plaza Bolívar. — De uma arquibancada, aqui.

Eu levantei uma sobrancelha. — Um assassinato público?

Olhei para o mapa. Batendo um dedo sobre o local, eu disse: —


Aqui. A Catedral de Caracas. É sua melhor aposta para um ninho de
atirador com o ponto de vista mais alto.

Gregor assentiu com a cabeça enquanto se dirigia ao aparador


onde a governanta havia colocado um elaborado samovar Lomonosov de
prata de lei e esmalte azul-cobalto, que eu sem dúvida pertencia à família
há gerações. Levantando a alça dourada de um podstakannik, ele soltou o
bico de samovar e serviu chá preto quente no copo, acrescentou dois
torrões de açúcar e me entregou. O aroma distinto da fogueira, exclusivo
do chá tradicional da caravana russa, flutuava pela sala. Ele então
levantou uma pequena bandeja de biscoitos, doces e bolos de limão, mas
eu acenei para ele.

Ele consertou seu próprio copo e voltou para a mesa. — Estou


pensando que você poderia usar o Barrett M82.

Dei de ombros. Era um rifle sniper decente, mas o Lobaev SVL


seria melhor. Eu disse isso a ele. — Esse tiro tem que ter pelo menos mil e
duzentos metros se eles colocarem o palco voltado para o norte, que é o
local mais provável. O Lobaev SVL é mais preciso a essa distância.

— Sim, mas não temos trinta caixotes de Lobaev SVLs que


estamos tentando vender para um senhor da guerra na região do Sahel.

Eu concordei.

— Bom ponto. Explodir a cabeça de um cara a mais de mil


metros de distância seria uma apresentação de vendas eficaz das
capacidades do Barrett M82.

Gregor tomou um gole de seu chá, então disse: — Bom. Eu te


darei cinquenta por cento, já que você vai lidar com a apresentação de
vendas para este. Você também receberá o corte usual de setenta e cinco
por cento da taxa de sombra da CIA.

Balancei a cabeça.

— Basta que eles enviem o dinheiro para a conta normal, e eu


transferirei sua parte.

Depois de uma pausa, perguntei: — Onde estão todos?

Gregor voltou para o aparador e pegou um pequeno biscoito de


açúcar, provavelmente um que sobrou do resgate do casamento. Era
difícil acreditar que a comemoração foi apenas ontem. Parecia uma vida
atrás, tanta coisa havia mudado e acontecido.

Gregor voltou para a mesa. — Damien levou Yelena de volta


para a casa deles, mas ele voltará para rever nossos planos para a
Venezuela. Samara está na cama... descansando.
Conhecendo Gregor, tenho certeza que ela
precisava descansar. Ele continuou: — E eu suponho que Nadia ainda está
lá em cima cochilando.

A sala ficou em silêncio.

Tique-taque, tique-taque.

Respirando fundo, eu disse: — Sobre Nadia...

Damien entrou na sala, anunciando: — Aquela mulher será a


minha morte.

Ele foi até ao samovar e pegou um copo, soltando o bico para


enchê-lo com chá quente. Quando o vidro esquentou, ele imediatamente
teve que apertar sua mão, então ele pegou um podstakannik e o deixou
cair no suporte de metal ornamentado. Jogando quatro cubos de açúcar
docemente entorpecentes em seu chá, ele se juntou a nós na mesa. — Ela
escalou aquela maldita janela em seu maldito pijama.

Eu ofereci: — Da próxima vez, tranque-a em um quarto com


roupas.

Gregor fez uma careta. — O objetivo é trancá-la em um quarto


de hóspedes sem acesso a roupas era evitar uma fuga.

Damien balançou a cabeça enquanto dava uma mordida em um


biscoito de kefir. — Direto pela porra da janela. Porra, eu amo essa
mulher.

Gregor bateu no mapa. — Mikhail está bem com o plano.

Damien colocou seu chá de lado. — Você terá que usar o Barrett
M82 e não o Lobaev SVL. Você está bem com isso também?
Balancei a cabeça. — Já discutimos isso. Faz sentido. Eu farei
funcionar.

Mais uma vez, a sala ficou em silêncio.

Damien e Gregor trocaram um olhar.

Eu empurrei meus ombros para trás enquanto me endireitava,


sentindo a tensão crescente na sala.

Gregor limpou a garganta. — Precisamos falar sobre Nadia.

Mudando meu olhar entre os dois, dei um passo para trás


quando Damien se levantou de seu assento e cruzou os braços sobre o
peito.

Tique-taque, tique-taque.

Gregor deu a volta por trás de sua mesa e cruzou em direção à


estante de livros da extrema direita onde, por acaso eu sabia, atrás de
uma capa falsa de romances de Tolstoi encadernados em couro havia um
cofre de parede com uma pistola Para 1911 GI Expert carregada ao lado.

Do outro lado da mesa, eu relaxei casualmente para trás para


me apoiar em outra estante. Debaixo de alguns velhos pentes de armas na
prateleira atrás de mim, eu tinha uma pistola CZ P-10 F, disparada por um
atacante, escondida. Era uma arma simples com uma armação de
polímero, o que a tornava ideal para ocultação e mortes próximas.

Gregor havia escondido sua arma atrás dos livros, porque buscar
uma arma em uma gaveta da escrivaninha era um movimento óbvio que
clientes e inimigos, geralmente um e o mesmo, facilmente esperariam e
estariam atentos. Eu tinha uma arma escondida nesta sala porque era
meu trabalho estar sempre preparado.

Tique-taque, tique-taque.

Eu pesei minhas palavras cuidadosamente. — Sim, já passou da


hora de falarmos sobre Nadia.

Damien soltou um longo suspiro. — Depois do que aconteceu


ontem à noite, acho que todos concordamos que ela precisa se
casar. Quanto antes melhor. Vai tirar o alvo das costas dela. A alternativa
é forçá-la a voltar a morar com Gregor, onde ela pode ser vigiada e
protegida 24 horas por dia, e acho que todos sabemos como esse plano
seria recebido.

A mão de Gregor deslizou ao longo das encadernações de


couro. Houve um clique suave quando a trava que mantinha a frente falsa
no lugar foi liberada. — Como dissemos antes, precisará ser alguém
adequado. Não podemos permitir que qualquer pessoa se case com
membros da família Ivanov. — Ele baixou as amarras, expondo o cofre e a
arma.

Meus dedos deslizaram ao longo da superfície brilhante da


revista superior. — Concordo.

Porra.

Eles sabiam.

Eles pelo menos sabiam alguma coisa, provavelmente não todos


os detalhes, mas sabiam que algo havia acontecido entre mim e
Nadia. Eles sabiam que a situação havia mudado. Se eles desaprovassem e
tentassem desafiar minha reivindicação sobre sua irmã, então eu
enfrentava uma escolha impossível. Isso não podia estar
acontecendo. Gregor e Damien não eram apenas meus empregadores,
eles eram meus amigos mais próximos. Eu não queria derramamento de
sangue. Que tipo de futuro Nadia e eu teríamos se construíssemos nosso
casamento com o sangue de sua família? O nome Ivanov não pertencia
apenas a seus irmãos. Eles tinham uma família extensa em Chicago, Rússia
e Londres, todos no jogo da máfia. Eles iriam nos caçar. Nenhum lugar
seria seguro. Ela estaria em constante perigo, mais do que agora. Agora,
ela era apenas o alvo ocasional de um oportunista. Se eu matasse seus
irmãos e nós fugíssimos, ela seria procurada por todos os membros de sua
família. Eles a caçariam e fariam dela um exemplo, com sangue ou sem
sangue.

E isso era apenas se eu pudesse convencê-la a vir comigo. Eu


amava Nadia com cada respiração do meu corpo e apesar de seus
protestos anteriores, eu sabia que ela me amava, mas isso mudaria se eu
matasse seus irmãos. Eu seria para sempre um monstro em seus olhos. Eu
destruiria ela e nós.

Eu não poderia fazer isso.

Eu a amava demais.

Eu a amava o suficiente para deixá-la ir. Eu a amava o suficiente


para morrer por ela.

Eu puxei minha mão para longe da minha arma escondida. Se


Gregor pegasse a dele e me matasse por traí-lo indo atrás de sua irmã,
que assim seja. Eu não me defenderia. Eu não poderia fazer isso com
Nadia.

A mão de Gregor se moveu para a arma.

Sua mão se moveu para o cofre de parede onde ele digitou um


código de sete dígitos. A porta do cofre se abriu. Ele estendeu a mão para
dentro e se virou para mim. Em sua mão estava uma pequena caixa de
veludo vermelho.

Meu corpo inteiro se preparou, sem saber o que estava


acontecendo ou o que aconteceria a seguir.

Tique-taque, tique-taque.

Gregor jogou a caixa de veludo para mim. Eu o peguei e abri a


tampa. Dentro havia um anel vintage de diamante e esmeralda Art Deco,
semelhante ao estilo que inspirou os designs de joias de Nadia.

Ele caminhou até Damien e lhe deu um tapinha no


ombro. Ambos viraram a cabeça e sorriram para mim. Gregor apontou
para o anel. — Você não precisa, mas achamos que você deveria usar o
anel de noivado da bisavó dela quando a pedir em casamento. Ela sempre
amou.

O quê?

Ambos atravessaram a sala e me deram um tapa nas costas ao


mesmo tempo. Inclinei-me um pouco para a frente com o impacto
enquanto tentava forçar minha mente a alcançá-la.

Damien riu. — Olha esse rosto! Ele pensou que você ia colocar
uma bala nele.
Gregor deu um tapinha nas minhas costas uma segunda vez. —
Acostume-se a isso em estado de choque, chute no estômago, meu
amigo. Com base na minha experiência, isso resume o casamento.

Minha testa franziu. — Não entendo. Você deixou claro por anos
que não era possível. Minha falta de família, de um nome próprio. A honra
Ivanov.

Gregor empurrou o samovar de chá para o lado e pegou três


copos enquanto Damien abria a tampa de uma garrafa de Stoli Elit
Vodka. Ele serviu três doses generosas e as distribuiu.

Olhei para a caixa de anel de veludo na minha mão esquerda


enquanto segurava o copo de vodka na minha mão direita. Nada parecia
real neste momento.

Damien brincou com meu copo. — Estávamos errados em


pensar isso, meu amigo. A vida, e mais importante, o amor, nos mostrou
quão errado. Você ama nossa irmã. Isso é tudo o que importa e tudo o
que deveria ter importado.

Gregor ergueu o copo. — Za nashu druzhbu! — À nossa


amizade!

Todos nós bebemos.

Damien serviu outra rodada, embora tenha balançado a


cabeça. — Eu realmente não sei como vocês dois bebem essa porcaria
sem gosto.

Ele ergueu o copo e brindou: — Vyp'yem za lyubov'! — Vamos


beber ao amor!
Gregor colocou a mão no meu ombro. Seu sorriso
desapareceu. — Embora, eu não tenha que te dizer. Se você a machucar
ou deixar nossa irmã infeliz...

Ele passou por mim e tirou minha arma de seu esconderijo sob a
pilha de revistas. — Nós vamos matar você.

Eu deveria ter pensado melhor do que pensar que tinha


superado Gregor.

Eu cuspi de volta metade da minha vodka. — Não se


preocupe. Se isso acontecer, tenho certeza de que ela será a única a puxar
o gatilho.

Damien deu de ombros. — Ela é uma Ivanov. Para nossa


irmãzinha!

Eu levantei meu copo. — E minha futura esposa.

Gregor aconselhou: — É melhor você se casar com ela logo


antes que alguém tenha alguma ideia estúpida.

Eu sorri. — Confie em mim, já perdi tempo suficiente no que diz


respeito a Nadia. Não tenho intenção de esperar mais. Se eu conseguir,
nos casaremos antes do final da semana.

Naquele momento de celebração, nunca ocorreu a nenhum de


nós que Nadia poderia não concordar com nossos planos imediatos para
seu futuro casamento.
CAPÍTULO 24
NADIA

O braço de Mikhail envolveu minha cintura por trás. Ele se


deitou ao meu lado, totalmente vestido em cima das
cobertas. Aconcheguei-me em seu abraço. Minha cabeça doía de tentar
descobrir todas as minhas emoções misturadas, mas naquele momento,
tudo que eu queria era sentir sua força e calor e acreditar que tudo ficaria
bem.

Ele beijou suavemente o topo da minha cabeça. — Eu prometo,


kroshka, consertarei isso.

Meu lábio inferior tremeu enquanto meus olhos se encheram de


lágrimas. Eu não queria que ele soubesse que eu estava chorando, mas
não pude conter minha inspiração trêmula.

Com uma maldição murmurada sob sua respiração, ele me virou


para encará-lo. Colocando um braço sob minha cabeça, ele me puxou para
perto, até que minha orelha estava pressionada contra seu coração. Eu
inalei seu perfume de colônia de sândalo. Ele também cheirava levemente
ao meu chá favorito, como uma fogueira ao ar livre em uma noite de
inverno, o que era estranhamente reconfortante. Sua mão embalou minha
cabeça enquanto ele me segurou em seu abraço.

— Por favor, baby, não chore. Vou fazer melhorar. Confie em


mim.
Seu apelo só me fez chorar mais. Eu sabia que era apenas uma
loja. Poderíamos reconstruí-lo. Samara, Yelena e eu já estávamos
conversando sobre fazer uma galeria boutique e uma loja juntas de
qualquer maneira, então eu provavelmente teria trocado de local nos
próximos meses. Ainda assim, era a minha loja. Era algo que eu tinha
realizado por conta própria e que me orgulhava muito, e agora se foi. Eu
deveria estar, e estava, feliz que todos que eu amava estavam seguros e
confiavam que não era uma decisão que Mikhail tomou de ânimo leve. Eu
sabia no fundo do meu coração que ele e meus irmãos tinham suas
razões. Eu sabia que nenhum deles teria sido tão cruel e insensível a ponto
de arruinar meus sonhos se não fosse absolutamente necessário proteger
a mim e à família, mas ainda doía.

Esfregando círculos suaves nas minhas costas, ele cantou para


mim em um suave tom de barítono. — Kak ya lyublyu glubinu tvoikh
laskovykh glaz, Kak ya khochu k nim prizhat'sya khot' raz
gubami! Tomnaya noch' razdelyayet, lyubimaya, nas, I trevozhnaya,
chornaya step' prolegla mezhdu nami.

Era a agridoce canção de amor russa, Dark is the Night. Eu nunca


o tinha ouvido cantar antes. O efeito foi lindamente triste e hipnotizante.

Ele repetiu a letra em inglês. — Como amo as profundezas de


seus olhos gentis, Como quero pressionar meus lábios neles! Esta noite
escura nos separa, meu amor, E a estepe escura e conturbada veio ficar
entre nós.

Eu levantei meu rosto para o dele, e ele me beijou. Não era um


daqueles de alma abrasadora, que esquece seu próprio nome, beijos
possessivos. Foi gentil, quase hesitante. Seus lábios procuraram os
meus. Ele lambeu meu lábio inferior antes de passar a ponta da língua ao
longo da borda afiada dos meus dentes. Sua língua entrou.

Eu gemi e abri minha boca ainda mais enquanto torci meus


punhos no tecido de sua camisa.

Era todo o incentivo que ele precisava. Ele se inclinou para o


beijo, assumindo um controle mais firme. Ele deslocou a mão para o meu
queixo, empurrando para baixo com os polegares para abrir ainda mais a
minha boca e aprofundar o beijo. O cume duro de seu pênis alongado
pressionado contra a parte superior da minha coxa através das
cobertas. Ele empurrou os cobertores para baixo para expor meu
peito. Quebrando nosso beijo, ele fechou os lábios ao redor do meu
mamilo enquanto sua mão quente acariciava minhas costas para agarrar
minha cintura, me segurando no lugar. Ele puxou a carne delicada,
raspando-a levemente com os dentes. Eu gemi enquanto agarrei o cabelo
em sua nuca.

— Bozhe, ty mne nuzhen, detka, — ele murmurou contra minha


pele.

Eu precisava dele também. Eu nem conseguia me lembrar do


tempo antes dele estar na minha vida. Eu confiei e acreditei em sua
presença poderosa, sempre lá, sempre me vigiando e protegendo. Ele era
meu próprio arcanjo sombrio. Ainda assim, esse novo nível insanamente
intenso para o nosso relacionamento era terrivelmente esmagador. Ele
me pegou em uma tempestade, girando e girando. A atmosfera calma do
olho pode me acalmar, mas eu ainda estava ciente do caos perigoso que
ele trouxe, girando ao meu redor, ameaçando destruir tudo.

Sua mão varreu meu quadril, deslizando sob meu joelho. Ele
puxou minha perna para cima para que ele pudesse pressionar meu
núcleo.

— Oh Deus! — Eu respirei quando minha cabeça caiu para trás.

Isso era insano. Nós já tínhamos feito sexo várias vezes, e ainda
assim eu ansiava por mais. Quanto mais ele me tocava, mais eu precisava
dele para me foder. Eu nem me reconheci. Eu não sabia que eu poderia
ser uma libertina tão imprudente. Eu estava finalmente vivendo de acordo
com meu signo do zodíaco de fogo de espírito livre e abraçando meu lado
apaixonado, e isso me assustou como o inferno.

Ele se inclinou para trás. — Vamos sair daqui.

Pisquei, ainda presa em sua névoa sensual. — O quê?

Ele lambeu meu lábio inferior. — Eu preciso de você de volta na


minha cama, sob meu teto. Aqui não.

Puxei os cobertores para cobrir meus seios. — Eu não posso


simplesmente ir embora. Eles vão se perguntar para onde eu fui.

— Eles acham que você está aqui cochilando. Vamos.

— E se eles perceberem que eu fui embora? Eles vão perguntar


onde estou.

— E eu direi a eles que você está comigo.

A Leoa em mim sussurrou, Faça isso. Por que não?


Minha cabeça se virou para olhar para a entrada do
banheiro. Minhas bochechas queimaram com a memória do meu ataque
em minha dor e ele me fodendo sem sentido no chuveiro menos de uma
hora antes. — Minhas roupas estão todas molhadas.

— Vou verificar a suíte amarela — ele ofereceu. — Talvez você


tenha deixado algo para trás lá.

Ele voltou alguns minutos depois. — Só encontrei isso. — Ele


ergueu uma saia curta azul cobalto com um pequeno padrão de margarida
rosa. — Espere. — Ele caminhou até um dos grandes armários que
também funcionavam como roupeiros e o abriu. Ele puxou uma camiseta
branca com decote em V. — Aqui. Braços para cima.

Ajoelhei-me na cama, deixando o cobertor deslizar até meus


quadris, e obedeci. Ele puxou a camiseta pelos meus braços e sobre a
minha cabeça. Colocando uma mão ao redor da minha nuca, ele soltou
meu tumulto de cachos e os afofou sobre meus ombros e pelas minhas
costas.

Ele deu um passo para trás e inclinou a cabeça enquanto seu


olhar vagava sobre mim.

Corei com seu escrutínio.

Eu estava vestindo a camiseta dele.

Era uma coisa tão namorada-namorado de se fazer.

Este foi precisamente o tipo de coisa que pensei quando me


permiti sonhar em estar com Mikhail.

— É um pouco grande, — ele apontou.


Eu ri. Isso foi um eufemismo. O que provavelmente era uma
camiseta nele era um vestido que chegava praticamente aos meus
joelhos.

Ele puxou o tecido em volta da minha cintura e deu um nó. Ele


sorriu. — Muito melhor.

Olhei para baixo e ofeguei. Agora estava esticado sobre meus


seios, fazendo-os parecer muito maiores do que realmente eram, e
mostrando meus mamilos rosados através do tecido branco fino. Eu cobri
meu peito com meus antebraços. — Eu não posso usar isso!

— Apenas fique feliz por eu estar deixando você colocar a saia.


— ele vociferou com um olhar sugestivo entre minhas pernas.

Olhei para baixo e imediatamente mergulhei debaixo das


cobertas e me enrolei de lado. Eu estava tão encantada em vê-lo amarrar
o tecido em volta da minha cintura, eu não percebi que, com ele
amontoado, expôs minha boceta e bunda.

Mikhail golpeou minha bunda através das cobertas. — Vamos. A


casa está quieta. Agora é a hora de fazer nossa fuga.

Estendi a mão e puxei a saia sobre as cobertas e debaixo do


cobertor comigo. Eu me contorci nele, ignorando a expressão confusa de
Mikhail.

— Você sabe que eu praticamente lambi cada centímetro do seu


corpo até agora?

— Isso não significa que estou acostumada a... a... seja lá o


que... isso é, — eu exclamei com um aceno de minha mão entre nós dois.
Completamente vestida, finalmente saí de debaixo dos
cobertores.

Mikhail agarrou minha Doc Martens rosa e se ajoelhou aos meus


pés.

— Eu posso fazer isso. — eu objetei.

Ele piscou. — Eu sei, mas eu quero fazer isso.

Ele agarrou uma perna logo abaixo do meu joelho e passou a


mão pela minha panturrilha para levantar meu pé. Ele empurrou uma
bota, deixando-a descansar entre as pernas enquanto a amarrava
frouxamente. Ele então fez o mesmo com a minha outra perna. Correndo
suas grandes mãos quentes sobre minha pele, me dando arrepios com
cada toque. Como esse homem teve o poder de transformar uma coisa
tão mundana como colocar um par de botas em algo perverso? Quando
ele terminou de amarrar a segunda bota, ele acariciou o topo das minhas
coxas, empurrando as mãos sob a bainha da minha saia. Eu segurei minha
respiração. A ponta de um dedo acariciou minha boceta.

Ele se inclinou para perto. — Adoro o fato de saber que minha


garota safada não está usando calcinha.

Oh. Meu. Deus.

Ele segurou minha mão e me puxou para cima. — Vamos para


casa.

Casa?

Ele disse casa?


Talvez fosse apenas uma figura de linguagem. Eu tinha o
suficiente no meu prato sem analisar demais cada pequena palavra ou
frase que saia da boca do homem, eu me avisei.

Ele segurou minha mão enquanto caminhávamos pelo


corredor. Tentei puxá-lo de volta quando chegamos às escadas, caso
encontrássemos alguém no nível inferior, mas ele apenas apertou
mais. Uma emoção excitada e ilícita vibrou no meu estômago. Estávamos
brincando com fogo. Se meus irmãos nos vissem, haveria um inferno a
pagar. Era como se eu fosse uma adolescente fugindo com meu namorado
bad boy.

Quando chegamos à entrada, Mikhail me deu um beijo rápido


na testa. — Vou trazer o carro.

Quando ele saiu, girei minha cabeça da esquerda para a direita


para ter certeza de que não estávamos sendo observados. A casa parecia
bem silenciosa. Yelena e Damien voltaram para sua casa, e Samara
provavelmente estava em seu estúdio de pintura na outra ala para
aproveitar a luz do sol da tarde. Olhei para o corredor escuro à
direita. Mordi meu lábio inferior em indecisão. Se Samara estava em seu
estúdio, isso significava que Gregor poderia estar sozinho em seu
escritório. Seria mais fácil falar com meus irmãos sobre Mikhail, um de
cada vez, em vez de tentar enfrentar os dois ao mesmo tempo.

Espiando pela janela lateral ao lado da porta da frente, ainda


não vi Mikhail. Ele deve ter sido chamado por alguém indo para o
carro. Depois de respirar fundo, desci pelo corredor sombreado. De um
lado estavam os sorrisos de desaprovação e lábios finos de meus
ancestrais, comemorados em marrons e pretos sombrios cercados por
molduras douradas ornamentadas. Do outro havia uma longa tapeçaria
em preto e dourado representando uma caça ao veado tradicional. Gregor
era muitas coisas, mas sutil não era um deles. Qualquer um que se
aproximasse de seu escritório, ou como eu geralmente pensava, de seu
covil, sabia exatamente no que estava se metendo. O peso do poderoso
nome Ivanov de um lado, um aviso não tão sutil de suas proezas de caça
do outro.

Meu coração batia tão alto no peito que tive que me esforçar
para ouvir se havia algum ruído vindo do escritório. Parando fora de vista,
inclinei minha cabeça e escutei. Nada. Isso era tão bobo. Gregor era meu
irmão. Eu o amava e ele me amava. Não havia razão para estar
nervosa. Claro, ele e Damien desencorajaram ativamente qualquer
esperança de um relacionamento entre mim e Mikhail por anos, mas não
havia nenhuma razão para acreditar que eles ainda seriam contra agora
que eu tinha vinte e um anos e era capaz de tomar minhas próprias
decisões.

Meu coração estava batendo tão rápido que estava me


deixando tonta. Eu balancei minhas mãos em um esforço para liberar a
tensão em meus dedos. Eu me virei e passei pela soleira. Levou um
momento para o meu olhar focar no espaço atrás de sua mesa e perceber
que a sala estava vazia. Soltei a respiração que estava segurando em um
bufo.

Pensando bem, isso foi o melhor. Eu deveria esperar até ter uma
ideia melhor do que estava acontecendo entre Mikhail e eu antes de falar
com meus irmãos. Não era como se estivéssemos com pressa para o altar
ou algo assim. Fazia apenas doze horas desde que ele me beijou pela
primeira vez em três anos, pelo amor de Deus. Eu poderia agitar um
monte de merda, e tudo poderia ser por nada. Mikhail poderia mudar de
ideia sobre nós... ou eu poderia. Isso tudo ainda era muito novo e
louco. Isso pode ter sido apenas o choque da minha experiência de quase
morte na noite passada. Ou despertou emoções depois de ver Samara e
Gregor se casarem. Esse tipo de coisa acontecia em casamentos o tempo
todo. As pessoas ficavam emocionadas e sentimentais ao ver um casal
apaixonado e queriam isso para si. Parecia mais profundo, mas o que eu
realmente sabia sobre namorados e amor?

Mikhail e eu precisávamos de tempo para apenas desacelerar as


coisas – bem devagar. Talvez se divertir um pouco namorando em segredo
por um tempo, antes de tomarmos qualquer decisão importante. Isso me
daria tempo para conhecer o verdadeiro ele, não essa imagem dele que
construí em minha mente ao longo dos anos.

Voltei para a entrada para ver Mikhail saindo do lado do


motorista do carro. Saí para cumprimentá-lo e sorri quando percebi que
ele só tinha saído para poder abrir a porta do passageiro para mim. Ele
voltou atrás do volante e desceu o carro pela longa entrada
arborizada. Peguei o cinto de segurança, mas parei e cruzei as mãos no
colo, esperando que talvez ele fizesse o movimento novamente. Um
minuto depois, antes de sairmos para a movimentada rua do bairro,
Mikhail se inclinou e agarrou a alça do meu cinto de segurança e me
prendeu.
Deslizei meus lábios sobre meus dentes para reprimir meu
sorriso. Nossa! Afivelar o cinto de segurança para mim era uma coisa tão
fofa e sexy, namorada-namorado para ele fazer. Eu me inclinei para trás
em meu assento e observei as casas passarem enquanto eu imaginava
todas as coisas divertidas de namoro que iríamos fazer nos próximos
meses. Acho que definitivamente poderia me acostumar a chamar Mikhail
de meu namorado.
CAPÍTULO 25
NADIA

Pisquei várias vezes, certa de que não o tinha ouvido direito. —


O que você quer dizer com nos casaremos?

Era assustador a rapidez com que as coisas deram errado.

Tudo começou quando, depois de estacionar em sua garagem


de cobertura, Mikhail puxou uma mala e uma bolsa de aparência familiar
do porta-malas.

Peguei a bolsa de couro preta e olhei para dentro. Meu celular


com o carregador ainda conectado estava bem em cima. Debaixo dela
estava minha carteira e agora as chaves inúteis do apartamento e da
loja. Apontei para a pequena bolsa preta de mão. — Essa é a minha mala?

Mikhail assentiu. — Eu só peguei alguns itens das


caixas. Voltaremos em alguns dias para pegar o resto de suas coisas.

Um, o que?

Quando discutimos sobre eu passar a noite automaticamente


aqui? Muito menos me mudar?

Ele agarrou minha mão e me levou para o elevador. Depois de


digitar o código de segurança, as portas se fecharam e isso nos levou ao
último andar. Observei os pequenos números se iluminarem e os usei
como minha versão de contar até dez.
Quando estávamos dentro de sua cobertura, Mikhail pegou
minha mala e caminhou em direção ao quarto.

Jogando minha bolsa no balcão da cozinha, tentei impedi-lo. —


Você pode deixar isso na frente... por enquanto.

Ele levantou uma sobrancelha e olhou para a entrada perto da


porta onde eu apontei. Então, sem dizer uma palavra, ele se virou e
continuou até ao quarto.

Andei de um lado para o outro na sala de estar até ouvi-lo na


cozinha.

Ele estava ligeiramente inclinado para tirar os itens da


geladeira. Ele tinha mudado para um par de calças de treino pretas de
aparência sedosa e uma camiseta justa. Porra, o homem tinha a maior
bunda. Era tudo duro e curvo com aquele buraco oco na lateral de cada
bochecha. A camiseta mostrava todas as tatuagens incrivelmente
coloridas em seus antebraços e ombros.

Engoli. Seria muito difícil se concentrar.

Ele colocou alguns ovos, um tomate e um pequeno recipiente de


queijo feta no balcão. — Com fome? Eu não sou um grande cozinheiro,
mas posso fazer uma omelete sensacional — ele disse com uma piscadela.

Droga. Ele estava sendo todo namorado fofo e sexy agora.

Talvez eu estivesse analisando demais isso?

Mudando o saleiro de cristal e o pimenteiro entre minhas mãos,


reuni minha coragem e tentei manter minha voz casual. — O que você
quis dizer quando disse 'pegue o resto das suas coisas'?
Ele olhou por cima do ombro para mim enquanto colocava uma
frigideira no fogão e girava o botão para fogo médio-alto. — Você sabe,
suas roupas e outras coisas. Suas coisas. Vou tirar a mobília do quarto de
hóspedes e montar uma oficina para você lá. Acho que isso deve funcionar
até que eu possa encontrar um novo espaço para sua loja.

Agarrei o saleiro com tanta força que pequenos crescentes


vermelhos se formaram nas palmas das minhas unhas. —
Até você me encontrar um espaço?

Ele continuou como se nem tivesse me ouvido. — Claro,


podemos querer esperar até encontrarmos uma casa. Não queremos que
sua loja fique muito longe de nossa casa.

Ele quebrou vários ovos em uma tigela e os chicoteou com um


garfo.

O que está acontecendo?

Limpei minha garganta. — Uma casa?

Ele caminhou os poucos passos até onde eu estava no final da


bancada de mármore da cozinha e me deu um beijo rápido na testa. —
Claro, kroshka, não podemos ficar aqui na cobertura. Você não quer criar
nossos filhos em um lugar sem quintal para brincar, não é?

Filhos?

Esfreguei minhas têmporas. — Estou perdendo alguma coisa


aqui? Estamos juntos há doze horas e lutamos por metade desse tempo, e
de alguma forma você já nos tem com uma casa e dois vírgula cinco filhos.
Mikhail parou de cortar o tomate e olhou para mim. Seus olhos
azuis se transformaram em duro cobalto. Ainda segurando a faca, ele deu
um passo em minha direção. Eu instintivamente recuei, olhando para a
lâmina de prata brilhante. Estava coberto de pequenos pedaços de
vermelho que meu cérebro sabia que eram apenas tomate, mas meu
coração saltou como se fosse sangue. Seus olhos se estreitaram com o
meu movimento.

Sem dizer uma palavra, ele estendeu a mão para desligar o


fogão. Meu peito apertou. Isso provavelmente não era um bom sinal. Ele
então lentamente largou a faca. Colocando o punho direito na palma da
mão esquerda, ele estalou os dedos e me estudou por um momento,
inalando profundamente como se quisesse se acalmar. Finalmente, ele
disse: — Você percebe que até se casar, você continuará vulnerável a
esses tipos de ataques? Que prendê-la seria essencialmente uma tomada
de poder perigosa e oportunista contra seus irmãos?

Incrédula, eu perguntei: — Então eu deveria me casar com o


primeiro cara que entra pela porta porque os negócios dos meus irmãos
exigem isso?

Ele deu um soco na ilha. O gesto chocante fez meu coração


pular na minha garganta. — Não, não o primeiro homem. Eu. Nós nos
casaremos e isso é tudo o que há para isso.

— O que você quer dizer com nos casaremos? Eu nem contei


aos meus irmãos sobre nós ainda.

— Eu contei.
Seu olhar fixou-se no meu, desafiando-me a objetar. Minha
boca caiu aberta.

— Você o quê?

Eu estava tendo dificuldade em acompanhar o trabalho de rolo


compressor que ele estava fazendo na minha vida. Primeiro, ele estava
assumindo minhas operações comerciais, depois falando sobre
casamento, uma casa e filhos. Era como se ele e meus irmãos tivessem
planejado o resto da minha vida e estivessem apenas esperando que eu
fosse uma boa menina e seguisse em frente. Independentemente de
como eu possa ter me sentido sobre Mikhail – e eu realmente não tive a
oportunidade de descobrir isso – isso não era certo. Se eu permitisse que
isso acontecesse, poderia esquecer qualquer independência. Eles
resolveriam minha vida antes que eu tivesse a chance de realmente vivê-
la, antes que eu tivesse a chance de cometer meus próprios erros e
minhas próprias decisões.

— Seus irmãos e eu já discutimos isso. Isto é para sua própria


proteção. Está tudo resolvido.

— Eto bylo dlya vashey zhe zashchity! Sempre para minha


própria proteção.

Mikhail começou a me atacar, mas eu girei fora de seu alcance,


mantendo a ilha entre nós. Ele deu mais alguns passos, e eu fiz o
mesmo. Um grunhido baixo e feroz saiu do fundo de seu peito. Eu estava
brincando com fogo e sabia disso, mas caramba, ele não podia
simplesmente invadir minha vida pessoal e começar a me dar ordens.

— Você vai me obedecer nisso, kroshka.


— Você não pode simplesmente mandar alguém se casar com
você.

— O inferno que eu não posso!

Ele pulou, mas eu fui rápida demais. Eu circulei ao redor da ilha


novamente, sempre mantendo o grande bloco de mármore entre nós.

— Será que ocorreu a você ou a meus irmãos me perguntar


como eu me sentia sobre esse seu plano?

A julgar por sua expressão fechada e encapuzada, a resposta era


não.

Cruzei os braços sobre o peito. — Eu não farei isso.

— Da, vy budete. — ele disparou de volta.

— Não, não vou. — insisti, — e você não pode me obrigar.

A sobrancelha de Mikhail se ergueu. Seus lábios se torceram em


um sorriso sem alegria.

— Me veja.

— Quer saber, Mikhail...

Ele levantou o braço e apontou um dedo para mim. — Estou


avisando, garotinha, não se atreva a dizer isso.

Fiz uma pausa, mas não pensei melhor. — Poshel na khuy!

Colocando a palma da mão na superfície da ilha, Mikhail


balançou as pernas para o alto e saltou sobre ela.

Tentei correr, mas ele agarrou um punhado do meu cabelo e me


puxou para trás até que eu estivesse rente ao seu peito. Eu podia sentir a
ameaça de seu pau duro pressionado contra minha bunda. Sua mão
envolveu minha garganta, forçando minha cabeça para trás em seu ombro
enquanto as pontas de seus dedos pressionavam sob meu queixo.

Ele pegou o lóbulo da minha orelha entre os dentes e mordeu


antes de respirar no meu ouvido: — Você está fazendo isso de propósito,
garotinha?

Sua mão desceu entre minhas pernas e segurou minha boceta


através do tecido fino da minha saia.

— Você acha que porque eu sei que essa boceta está dolorida,
eu não vou puni-la até que você não possa andar por uma semana?

Oh. Meu. Deus.

Havia algo seriamente errado comigo que uma coisa tão fodida
como essa ameaça realmente deixaria meus mamilos duros e minhas
coxas apertadas. Não havia como negar que eu o estava provocando
deliberadamente. Picando a fera. Eu não conseguia me ajudar. Houve essa
adrenalina vertiginosa no momento em que sua sobrancelha baixou e sua
boca se apertou. Seu corpo ficaria tenso logo antes de ele entrar em
movimento.

Isso deve ser o que as pessoas chamam de emoção da caçada.

Eu ainda estava chateada por ele conspirar com meus irmãos


sobre o meu futuro, mas havia maneiras melhores de lidar com a situação
do que gritar 'foda-se' e praticamente desafiando-o a me foder até ao
esquecimento.
Mikhail me girou e me curvou sobre a ilha da cozinha. O
mármore frio deixou meus mamilos ainda mais duros. Sua mão em volta
da minha garganta apertou, não o suficiente para cortar meu ar, mas
apenas o suficiente para ser uma ameaça erótica sombria. Sua outra mão
subiu pela parte de trás da minha coxa, sob a bainha da minha saia. Ele
levantou o tecido, expondo meu quadril e bunda nus.

Ele esfregou a palma da mão em círculos sobre uma


bochecha. — Eu não apenas cuidei de você nestes últimos anos. Eu
também observei você. Eu sei a sensação de seus olhos em
mim. Reconheço o desejo e a necessidade em suas profundezas porque
espelharam o meu.

Ele bateu na minha bunda. Minha boca se abriu em um suspiro


chocado quando meu corpo ficou tenso. O movimento do meu queixo
aumentou seu aperto na minha garganta. Eu vergonhosamente fiquei na
ponta dos pés e esfreguei minha bunda contra seu pau.

Ele bateu na minha bunda novamente. Ele se inclinou para


raspar no meu ouvido, — Eu sei o quanto você deseja isso. Eu sei que você
deseja meu toque - deseja cada abraço brutal. Você pode negar o quanto
quiser, garotinha, mas gosta de ser dominada por mim. Você luta comigo
só para que eu quebre você.

Chocada com a honestidade crua de suas palavras, lutei para me


libertar, mas ele apertou meu quadril. Minha respiração veio em suspiros
rápidos enquanto eu tentava desacelerar meu coração batendo, e ainda
negava. — Não. Não é verdade.
Ele encostou seus quadris contra minha bunda antes de
pressionar o cume duro de seu pau entre minhas bochechas. — Você está
mentindo. Você deitou na cama incontáveis noites imaginando como seria
estar presa sob meu peso, lutando contra meu aperto em seus pulsos
enquanto eu enfiava meu pau profundamente em sua boceta apertada,
engolindo seus gritos com minha boca.

— Oh Deus. — eu choraminguei enquanto eu pressionava


minhas coxas juntas, tentando aliviar a dor dolorosa que suas palavras
perversas estavam causando.

Ainda assim, ele me atormentou, sua voz profunda áspera e


baixa. — Eu sei porque eu sonhei com isso também. Toda maldita noite
nos últimos três anos, eu agarrei meu pau e acariciei, imaginando você se
contorcendo embaixo de mim. Seus lindos lábios ainda inchados de lutar
para levar meu longo eixo em sua garganta. Seu cabelo comprido se
espalhando sobre meu travesseiro. Meus quadris entre suas coxas
enquanto eu dirijo em seu doce calor repetidamente até você gritar de
prazer dolorido pelo ataque.

Deslizei uma mão entre minhas pernas e esfreguei meus dedos


através da excitação escorregadia, usando a ponta para provocar meu
clitóris, precisando desesperadamente tirar a borda do meu orgasmo
crescente. Porra, este homem tinha um poder sobre mim se ele pudesse
me fazer gozar apenas com o poder de suas palavras.

Seus dentes afundaram no lóbulo da minha orelha quando a


palma de sua mão mais uma vez atingiu minha bunda. A pontada aguda
de dor me fez gritar. Eu podia sentir a vibração de seu sussurro nas minhas
costas. — Diga. Diga que você é minha garota suja.

Eu apertei meus olhos bem fechados. — Por favor, não me


obrigue, — eu sussurrei passando por seu aperto na minha garganta.

Ele apertou os dedos. Fiquei na ponta dos pés quando minha


mão agarrou a borda da ilha de mármore. Ele espancou minha coxa e a
curva logo abaixo da minha bunda. Agulhas quentes irradiavam da minha
bunda até minha espinha.

Ele repetiu seu comando sombrio enquanto seus dedos


empurravam os meus de lado. — Não me teste nisso. Eu quero que você
diga. Diga que você é minha garota suja, e você vai me obedecer. — Ele
enfiou dois dedos na minha boceta ainda inchada e dolorida.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto quando me submeti a


ele. Pior, como eu me encontrei querendo me submeter a ele, precisando.

A ponta de seu polegar acariciou meu buraco escuro. Sua


ameaça era clara. — Não torne sua punição pior do que precisa ser,
kroshka. — Ele passou a ponta da língua ao longo da borda do meu
queixo. Era impossível não imaginar aquela mesma língua lambendo e
provocando meu clitóris até eu gritar em submissão.

Minha língua saiu para molhar meus lábios. Finalmente, cedi à


força feroz de seu poder e força sobre mim. — Eu sou sua... sua... garota
suja.

Ele empurrou um terceiro dedo dentro de mim enquanto


pressionou o polegar mais fundo na minha bunda, passando pela
junta. Minha boceta queimava enquanto suas paredes já torturadas se
esticavam para acomodar seus dedos, e eu sabia que a dor seria muito
pior quando ele forçasse seu pau grosso dentro de mim. Eu gemi com o
pensamento dele implacavelmente dirigindo em meu corpo curvado
enquanto ele agarrava minha garganta cada vez mais forte, cortando meu
ar, segurando o poder da vida e da morte sobre mim, exigindo que eu
gozasse em seu comando.

Ele deslocou a mão da minha garganta para o meu


cabelo. Agarrando-o, ele puxou minha cabeça para trás. — Não é bom o
suficiente, kroshka. Diga-me o que eu quero ouvir.

Meu cérebro gritou para não dizer isso, mas meu corpo me
implorou para pronunciar as palavras que ele queria ouvir. Naquele
momento, eu teria feito qualquer coisa para parar seu tormento sexual. —
Eu vou te obedecer.

Usando seu aperto no cabelo na minha nuca, ele me puxou para


cima e ao redor direto em seus braços. Sua boca reivindicou a minha
enquanto suas mãos enormes envolveram minha cintura e me levantaram
para me colocar na beirada da bancada da ilha. Eu assobiei quando a pele
aquecida da minha bunda de sua surra atingiu a superfície fria de
mármore. Abrindo minhas coxas, ele se colocou entre elas, agarrando
meus tornozelos e envolvendo minhas pernas ao redor de seu
torso. Houve uma onda de decepção quando percebi que a ilha era muito
alta para eu sentir a pressão de seu pau entre minhas pernas.
Suas mãos agarraram meu queixo enquanto ele se afastava e
olhava profundamente nos meus olhos. — Isso é para o seu próprio bem,
baby. Você precisa confiar em mim. Eu sei o que é melhor para você.

A ponta de seu polegar enxugou a lágrima fresca que caiu pela


minha bochecha. Ele continuou: — Eu não estaria fazendo isso se não
acreditasse no fundo da minha alma que estávamos destinados a ficar
juntos. Eu sei disso, kroshka, assim como sei a certeza da minha próxima
respiração. Comigo, você estará protegida e não terá falta de nada.

Ele abaixou a cabeça, mas assim que seus lábios tocaram os


meus, seu celular tocou. Olhando para a tela, ele amaldiçoou e
respondeu. Ele gritou ordens em russo rápido. Ele desligou o telefone e
passou a mão frustrado pelo cabelo. — Tenho que sair, mas voltarei em
algumas horas.

— Meus irmãos estão bem? Samara? Yelena?

Ele acariciou minha bochecha com as costas de seus dedos. —


Sim, baby. Eles estão bem. Este é um assunto diferente que requer meu...
toque especial.

Máfia. Ilegal. Perigoso. Criminoso. Assassinato.

As palavras tropeçaram em meu cérebro como tiros rápidos.

Ele me levantou da ilha e manteve as mãos na minha cintura até


que minhas pernas bambas se endireitassem. Dando-me um beijo na
testa, ele pegou as chaves do carro e o telefone e me aconselhou a comer
alguma coisa e descansar antes de correr pelo corredor, batendo a porta
da frente em seu rastro.
No momento em que a porta se fechou, eu tropecei, então me
encostei na fria superfície de metal da porta de aço inoxidável da
geladeira. Lentamente, minhas pernas cederam e deslizei pela superfície
lisa até me sentar no chão. Coloquei meu rosto em minhas mãos e
comecei a chorar.

Quando eu estava exausta, rastejei em minhas mãos e joelhos


alguns metros até que eu pudesse alcançar a alça da minha
bolsa. Puxando-o do balcão para o chão, peguei meu celular. Disquei o
primeiro número em meus contatos.

— Você está bem?

Comecei a chorar novamente.

— Aguenta. Estou indo te pegar.

Eu suspirei. — Pegue meu passaporte.


CAPÍTULO 26
MIKHAIL

— Onde ela está?

Depois de vasculhar a casa de Gregor, finalmente encontrei as


parceiras de crime de Nadia, Samara e Yelena, no estúdio de pintura de
Samara.

Samara se virou na minha explosão, pincel erguido. Yelena nem


se deu ao trabalho de se afastar de sua tarefa de pendurar uma das telas
empilhadas contra a parede.

Yelena chamou por cima do ombro. — Onde está quem,


Mikhail?

Eu cerrei meus punhos, lembrando-me que estas eram as


mulheres de Gregor e Damien e as melhores amigas de Nadia.

— Você sabe muito bem quem. Ela não está na minha casa e
nem aqui. Ela não tem para onde ir, então onde ela está?

Samara largou o pincel, pegou uma toalha branca manchada e


enxugou as mãos. — Isso talvez seja porque você incendiou o
apartamento e a joalheria dela?

Passei a mão no rosto e soltei um suspiro profundo. Eu merecia


isso. — Por favor, meninas. Estou preocupado com ela. Não nos
separamos bem – havia coisas ditas – e coisas não ditas.
Eu nunca deveria tê-la deixado. Eu deveria ter ignorado aquele
maldito telefonema e ficado exatamente onde eu pertencia, entre suas
coxas, beijando-a. Arrependimento torceu no fundo do meu peito. Eu a
destruí com minhas exigências e verdades duras e depois a deixei para
juntar os pedaços. Eu era um maldito monstro. Eu sabia melhor. Eu sabia
que ela estava apenas testando meus novos limites. Eu deveria ter
mantido minha raiva e luxúria controladas. Agora que eu finalmente me
permiti reivindicá-la como minha, eu tinha esse medo esmagador de que
alguém ou alguma coisa a levasse para longe de mim. Isso me levou a
empurrá-la muito forte, muito rápido, muito cedo - literalmente.

Eu levei o que ela estava dizendo ao pé da letra porque era o


que eu queria ouvir, mas eu sabia melhor. Eu sabia que não deveria
acreditar nela quando ela disse que estava confortável com o nível de
sexo violento que eu gostava. Ela era uma maldita virgem, e eu transei
com ela como uma prostituta – várias vezes. Matando anos de raiva e
desejo reprimidos em seu corpo minúsculo, sem se importar com quão
esmagador tudo isso deve ter sido para ela.

E então eu tive que ir e exigir que ela se casasse comigo.

Não era como eu pretendia que fosse. Tinha sido meu plano
propor em um jantar romântico, com flores e champanhe e tudo o que
seu pequeno coração provavelmente desejava de uma proposta de
casamento. Minha doce menina merecia isso. Mas então ela começou a
lutar comigo e algo primitivo e indomável cresceu em meu peito, um
medo profundo e sombrio de que ela pudesse sair – que ela pudesse me
deixar.
Então eu reagi da única maneira que sabia, do jeito que eles me
condicionaram desde o nascimento a reagir - violentamente. Eu vi
vermelho. Minha única necessidade era fazê-la entender que não, não era
uma opção, que nunca seria uma opção onde estávamos
preocupados. Esses dias acabaram. Os dias de negar o que sentíamos um
pelo outro tinham acabado. Quanto mais ela lutava, mais
desesperadamente eu cravava minhas presas nela.

Yelena entrou na conversa. — As coisas foram ditas, todos os


seus planos para levá-la a uma vida e um relacionamento para o qual ela
não estava pronta?

Samara continuou. — Uma das coisas que não foi dita foi um
pedido de casamento romântico?

Foda-se, isso deve ser um inferno. Estou no inferno.

Olhei por cima do ombro, praticamente implorando em minha


mente para Gregor ou Damien ou ambos entrarem por aquela porta e me
salvarem de suas mulheres.

Yelena se aproximou de mim. — O que tem no seu casaco? —


Ela afastou algumas pétalas de flores perdidas que se agarravam ao
material de lã.

Mudei meu olhar. — Houve... um incidente.

Isso estava colocando as coisas suavemente. Eu tinha voltado


para casa com flores e aquela máquina profissional de perfuração de
pérolas e contas que eu sabia que ela estava querendo. Aquela com a
mandíbula giratória de cento e oitenta graus e poste de retenção de
água. Eu sabia que era o sonho dela se ramificar em pérolas com seus
designs de joias. Eu tinha ouvido ela dizendo isso para algum idiota na
festa de casamento. O homem estava na presença da mulher mais incrível
do mundo, e ele nem se deu ao trabalho de prestar atenção no que ela
estava dizendo, mas eu estava ouvindo.

Tudo o que fiz nos últimos anos foi assistir e ouvir de longe, e
ainda assim, quando finalmente a tive em meus braços, parei de ouvi-
la. Quando percebi que ela não estava em casa, descontei minha raiva no
buquê colorido em minha mão. Não foi um dos meus melhores
momentos.

Samara cruzou os braços sobre o peito. — Você sabe que não a


merece?

Eu respondi sem hesitar. — Eu sei disso, mas sou o único


homem que realmente a vê.

Yelena bufou.

Eu levantei os dois braços, palmas para cima. — Entendo. Eu


fodi tudo. Eu finalmente a tive em meus braços, e a empurrei para
longe. Você tem que entender. Nunca haverá - nunca - um homem na face
desta terra que a ame mais profunda e completamente do que eu. —
Balancei a cabeça em direção a Samara. — Até seu casamento, eu teria
me contentado em passar meus dias me torturando, protegendo-a,
sempre à margem, apenas para estar perto dela. Mas algo estalou dentro
de mim. E não foram apenas aqueles bastardos que a atacaram. Estava
observando você e Gregor, e percebendo que eu não só queria isso para
mim e Nadia, mas também estava disposta a lutar contra o céu e o inferno
para tê-la. Eu a amo e não consigo imaginar minha vida sem ela.

Houve uma longa pausa.

A tensão na sala parecia aumentar e esticar. Mudei de um pé


para o outro. Então Samara colocou a mão sobre o coração e exclamou: —
Oh meu Deus!

Yelena soltou um longo miado, — Awwwww.

Ambas se aproximaram e me abraçaram em grupo. Joguei


minha cabeça para trás e gemi.

Sim. Isso é definitivamente um inferno.

— É por isso que os homens nunca desnudam suas almas — eu


resmunguei.

Ambos recuaram. Então Yelena deu um tapa no meu braço. —


Você se incomodou em dizer a ela alguma coisa disso?

— Ou você era um típico homem das cavernas neandertal, todo


aperto e sem conversa? — perguntou Samara.

Eu respondi baixinho.

Yelena segurou sua orelha. — O que é que foi isso? Eu não


consegui te ouvir?

Ergui os olhos para o teto e rezei por paciência. Com os dentes


cerrados, respondi: — Eu era o típico homem das cavernas neandertal.
Lançando meu olhar ao redor, olhei para uma porta fechada do
armário do outro lado da sala. — Senhoras, vocês podem me dizer onde
estão escondendo Nadia? Eu realmente preciso falar com ela.

Eles trocaram um olhar.

Samara torceu as mãos. — Não podemos.

— Nós prometemos.

Yelena deu de ombros.

Com um suspiro frustrado, marchei até ao armário e puxei a


maçaneta. Estava trancada, mas percebi que era uma daquelas fechaduras
simples que podiam ser abertas por dentro. — Desbloqueie isso.

— Ela não está aí.

— Eu não discutirei com você, Samara. Destranque a maldita


porta, — eu exigi antes de virar e bater meu punho contra ela. — Nadia,
saia daí. Nós precisamos conversar.

Yelena balançou a cabeça. — Ele é totalmente um Touro.

— Mikhail, ela não está aí, — queixou-se Samara.

Elas estavam mentindo. Claro, ela estava ali. Era o único lugar
lógico para ela estar. Eu já tinha vasculhado a maior parte da casa. Fazia
sentido que ela estivesse por perto com suas amigas. Ela provavelmente
correu para lá no momento em que ouviu minha aproximação sem que eu
percebesse. Bati na porta novamente. — Nadia, estou te dando até à
contagem de dois.
Eu esperei. Olhando para a maçaneta, desejando que ela
girasse. Nada.

— Um. Dois. — eu chamei.

Era uma porta simples de compensado com uma moldura de


madeira. Demorou pouco esforço da minha parte para arrancá-lo de suas
dobradiças.

Samara e Yelena trocaram outro olhar e disseram em uníssono:


— Homem das cavernas neandertal.

O interior escuro estava vazio. Empurrei para o lado algumas das


telas empilhadas por precaução, mas ela não estava ali. Eu me virei para
elas, punhos cerrados. Minha paciência estava no fim.

Dando alguns passos na direção delas, avisei: — Vocês estão


prestes a ver o homem das cavernas neandertal que posso ser se vocês
duas não começarem a falar.

O queixo de Yelena se projetou. — Você está desperdiçando seu


fôlego. Não diremos nada.

Eu inalei pelo nariz enquanto tentava e não conseguia controlar


meu temperamento crescente. Agarrando meu antebraço, lentamente
empurrei a manga do moletom preto que estava usando. Então eu
empurrei o segundo. Eu assisti como a garganta fina de Samara se
contraiu enquanto ela engolia. Os olhos de Yelena foram para a
porta. Infelizmente para elas, eu estava bloqueando sua saída.
Coloquei meu punho direito na palma da mão esquerda. — Eu
não queria fazer isso, mas as senhoras não me deixaram escolha. Apenas
lembrem-se de que vocês pediram isso.

Enfiei a mão no bolso e tirei meu telefone. Olhei diretamente


para Samara. — Estou ligando para o seu marido. — então desviei meu
olhar e apontei com meu telefone para Yelena — e seu noivo, e estou
dizendo a eles o que vocês fizeram.

— Não! — elas choraram em uníssono enquanto atravessavam a


sala e cada uma me agarrou pelo braço. Yelena tentou arrancar o telefone
da minha mão, mas eu o segurei bem alto sobre suas cabeças.

Elas se revezavam pulando contra meu peito, tentando alcançá-


lo.

— Que porra está acontecendo aqui? — veio a voz retumbante


de Gregor.

Ele agarrou Samara pelo cós de sua calça jeans, virando-a para
encará-lo. Sua sobrancelha baixou enquanto ele exigia uma resposta dela.

O olhar de Damien era igualmente estrondoso quando ele


atravessou a sala e agarrou Yelena pela cintura. Ele a puxou de volta
contra seu peito.

— O que diabos você pensa que está fazendo tocando outro


homem?

Yelena se opôs. — Eu não estava tocando nele. Estávamos


apenas tentando pegar o telefone dele.
Gregor colocou um dedo dobrado sob o queixo de Samara e
levantou seu olhar para encontrar o dele. Sua voz era baixa e controlada,
o que todos na sala sabiam que significava que ele estava chateado. —
Posso perguntar por que você queria o telefone dele?

Samara mordeu o lábio e olhou para Yelena.

— Não olhe para ela, — ordenou Gregor, — responda-me,


malyshka.

— Nós não queríamos que ele ligasse para vocês.

Gregor olhou para mim. Eu respondi sua pergunta silenciosa. —


Nadia está desaparecida.

— O quê? — Damien rugiu. Ele virou Yelena para encará-lo. Ele


passou o braço em volta da cintura dela e colocou a mão em seu
queixo. — O que você sabe?

— Nada, — ela protestou.

—O. Que. Você. Sabe ? — ele repetiu.

Yelena bufou. — Eu sei que ela não está aqui.

Damien pegou a fivela do cinto. — Oh, meu anjo padshiy, você


sabe muito mais do que isso, e você me dirá.

— Ela fugiu. — ofereceu Samara apressadamente.

Minha testa franziu. — O quê?

Ela deu de ombros. — Ela fugiu de casa. Nós chamamos isso


de... Operação... — sua voz sumiu quando Damien deu vários passos para
a frente, prendendo-a contra a parede.
Ele colocou a mão sobre a cabeça dela e se inclinou. — Termine
sua frase.

Yelena balançou a cabeça, os olhos arregalados. — Eu não


quero.

Ele acariciou a ponta do dedo por sua bochecha. — Ah, mas eu


insisto.

Yelena tossiu nervosamente. Ela baixou o olhar e sussurrou: —


Operação... Fly the Coop.

Afastei-me alguns passos enquanto esfregava meu maxilar e


tentava acalmar a raiva que crescia no fundo do meu peito. Eu voltei. —
Você está me dizendo que a ajudou a fugir? Ela está lá fora, Deus sabe
onde, sozinha menos de um dia depois que alguém tentou matá-la?

Samara bateu o pé, o que teria sido muito mais eficaz se ela não
estivesse usando sapatilhas de balé finas. — É tudo culpa sua. Todos vocês
três. Se vocês não a tivessem tratado como uma propriedade a ser
comprada e vendida, isso não teria acontecido.

Gregor deu a Samara um olhar duro, que tenho certeza que


prometia punir consequências mais tarde.

— Ela não pode ter ido longe. Vamos verificar os rastreadores


GPS nos carros e nas câmeras de segurança. Também podemos rastrear o
telefone dela.

Yelena fez uma careta. — O telefone dela provavelmente está


desligado agora.

Damien exalou duramente. — E por que seria isso?


Yelena e Samara trocaram um olhar. Então Samara falou. —
Porque ela está em um avião para Londres.

Gregor pegou seu telefone. — Vou ligar para o hangar e


preparar o avião.

Damien se moveu em direção à porta. — Vou pegar o carro.

— Parem. — eu chamei.

Todos na sala se viraram para olhar para mim.

— Isso é entre Nadia e eu. Eu serei o único – o único – indo atrás


dela.

Gregor parecia que ia objetar, mas então assentiu


lentamente. — Pegue o avião.

Damien assentiu também, então se virou para encarar


Yelena. — Isso é o melhor. Nós teremos nossas mãos cheias aqui.

Tive a sensação de que, depois dessa façanha, nem Samara nem


Yelena conseguiriam ficar sentadas por uma semana. Nadia estaria em
boa companhia. Quando eu colocasse minhas mãos na minha garotinha,
eu ia amarrá-la na minha cama e mostrar a ela exatamente quem estava
no comando. Logo depois que eu a segurasse em meus braços e dissesse a
ela o quanto eu a amava e precisava dela.

As meninas não tinham outros detalhes além de Nadia estar


desembarcando em Heathrow. Elas deliberadamente disseram a ela para
não divulgar seus planos, então não importa quão severamente elas
fossem punidas, elas não poderiam trair sua confiança. Eu tinha que
admirar a lealdade delas uma com a outra. Nadia mostrou o mesmo nível
de lealdade a elas quando concorreram pela primeira vez.

Quando me virei para sair, Samara me chamou: — Estamos


dizendo a você onde ela está porque sabemos que você fará a coisa
certa. Nadia só acha que quer esse tipo de aventura. Ela precisa saber que
não é tudo o que parece ser, mas você precisa dar a ela o espaço para
aprender isso por si mesma. Caso contrário, você pode nunca saber se ela
está com você pelos motivos certos.

Gregor sorriu e puxou-a para perto e beijou sua testa, e então


vociferou: — Eu ainda estou punindo essa sua bunda fofa.

Samara corou e escondeu o rosto contra o peito dele.

Gregor a abraçou e acariciou seu cabelo. Olhando por cima da


cabeça dela, ele me disse: — Vá trazer nossa irmãzinha para casa.

Balancei a cabeça. — Vou trazer minha kroshka para casa.


CAPÍTULO 27
MIKHAIL

Ela estava linda hoje.

Observei Nadia sair do trem da linha vitoriana na estação de


Warren Street. Ela parou por um momento diante de um mural vermelho
carmesim de um intrincado labirinto que pretendia ser uma brincadeira
com a palavra warren. Ela então seguiu a pressão da multidão pelas
escadas rolantes.

Ela estava usando seu novo par de Doc Martens. Eram as botas
pretas de oito buracos originais e icônicas de 1460 com rosas vermelhas
brilhantes costuradas no couro. Do lado de fora, eu a observei pelas
vitrines da loja enquanto ela aplaudia de alegria depois de entrar na loja
na Oxford Street ontem. Ela combinou com um vestido babydoll preto
com mangas compridas de balão e uma bainha fofa e com babados. Eu a
tinha visto comprar o vestido alguns dias atrás no Soho em uma pequena
butique na Carnaby Street.

Infelizmente, outro homem a estava observando também. Eu o


agarrei pelo colarinho assim que ele se lançou para ela. Nadia se virou
com a comoção e quase nos avistou, mas a essa altura eu já tinha
arrastado o criminoso para um pequeno espaço entre dois prédios de
tijolos. Foi por pouco, provavelmente não mais do que um metro e meio
de largura, mas eu ainda o chutei e o deixei ensanguentado e machucado
no lodo e no escoamento de uma sarjeta próxima.
Ninguém ia arruinar a Operação Fly the Coop fuga de casa da
minha menina. Se isso era o que ela precisava, eu daria a ela – dentro do
razoável.

Nós dois estávamos em Londres há duas semanas, mas não


juntos.

Dia após dia, eu a vigiava e protegia à distância. Eu não estava


preocupado que ela me visse. Eu tinha anos de prática observando-a de
perto sem seu conhecimento. Eu tive uma pequena faísca de culpa uma
vez novamente pisando em sua independência, vigiando-a sem seu
conhecimento, mas apenas uma pequena faísca. Minha necessidade de
mantê-la segura superava em muito qualquer sentimento de
arrependimento ou culpa. Eu estava disposto a trabalhar com muitas de
suas preocupações sobre nossa vida futura juntos, mas fazer tudo ao meu
alcance para protegê-la dos perigos conhecidos e desconhecidos do
mundo não era um deles.

Com o benefício de um avião particular, eu realmente consegui


vencê-la até à cidade. Eu estava lá esperando do lado de fora de Heathrow
enquanto ela chamava um táxi preto. Eu a segui até ao Savoy Hotel. Ela
não estava ciente disso, mas eu já havia reservado o quarto ao lado do
dela. Se ela estava tentando ficar fora do radar, minha menina era
realmente terrível nisso. Ela manteve seu telefone original, o que tornava
cada movimento embaraçosamente fácil de rastrear. Ela usou seu cartão
de crédito para reservar o quarto de hotel antes mesmo de chegar. Sério,
a única coisa que ela não estava fazendo era postar selfies de si mesma
online.
Nos primeiros dias, ela fez as coisas turísticas habituais: uma
visita ao Palácio de Buckingham, visitando as joias da coroa na Torre de
Londres, tirando uma foto de si mesma com a estátua de cera do príncipe
William no Madame Tussauds. Foi fácil se misturar à multidão de turistas
em cada local e ainda ficar à vista de sua figura fofa enquanto ela tirava
fotos e consultava seu guia. Ela quase me pegou na casa de Sherlock
Holmes. Eles configuraram o museu como uma tradicional casa georgiana
com escadas estreitas, corredores apertados e pequenas salas cheias de
todos os tipos de decoração e objetos. Fui pego atrás de uma família de
Wisconsin e fiquei preso nas escadas. Eu só fui salvo saltando sobre o
corrimão e me esgueirando atrás da única escora dos funcionários, um
movimento que me fez ser expulso imediatamente.

Depois disso, foi um desfile de museus e parques a cada dia. Ela


nunca conversou ou se envolveu com ninguém, o que me deixou aliviado
e triste. Enquanto algumas pessoas se contentam em viajar sozinhas, eu
tinha a sensação de que Nadia não era uma delas. Nem todo mundo
gostava desse nível de solidão, especialmente em uma cidade
movimentada e enérgica como Londres. Cada vez que ela se sentava
sozinha em um café ou pub, eu observava enquanto ela lentamente comia
sua refeição enquanto observava silenciosamente a conversa exaltada dos
turistas e moradores. Uma ou duas vezes, eu poderia jurar que a peguei
suspirando. Em mais de uma ocasião, eu peguei um vislumbre de tristeza
em seus olhos.

Nesses momentos, tive que me conter para não ir até ela, mas
Samara estava certa. Eu precisava dar espaço e tempo a Nadia, embora
cada segundo que passava onde ela não estava em meus braços estava
me matando. Aparentemente, depois de três anos observando-a de longe,
minha paciência realmente se esgotou.

Ainda bem que ela estava cansada de sua pequena aventura. Os


sinais estavam lá. Além disso, eu a conhecia melhor do que a mim
mesmo. Ela havia parado de ir às atrações turísticas. Ela deixava seu
quarto de hotel cada vez mais tarde todas as manhãs e passava longas
tardes em diferentes cafés pela cidade.

Em vez de museus, ela agora andava para cima e para baixo no


Hatton Garden, o centro do comércio de diamantes e joias de Londres. Ela
parava em todas as vitrines de guirlandas de flores pretas brilhantes e
frescas e espiava lá dentro: Smith and Green, Berganza, Pasha of London,
Webley London. Ocasionalmente, ela entrava e pedia para ver algumas
peças. Os balconistas tiravam peça após peça das vitrines, sem entender
que seu amor pelas joias era o amor de uma artesã, não de um
comprador.

A única vez que ela comprou, ela praticamente me deu um


ataque cardíaco. Ela entrou rapidamente em Presman Mastermelt, um
comerciante de sucata preciosa, e comprou uma pequena fortuna em
platina e paládio, e depois voltou para as perigosas e movimentadas ruas
de Londres como se não estivesse carregando quase dez libras de platina
no valor de uns cem mil dólares. Eu quase tive que desistir da minha
vigilância ali mesmo. Graças a Deus ela pelo menos pegou um táxi preto
direto para o Savoy. Eu então tive que providenciar para o gerente geral
bater em sua porta e informá-la sorrateiramente do cofre seguro do hotel
que estava disponível para os objetos de valor de todos os hóspedes.
Hoje, ela passou pelas lojas e restaurantes coloridos na Warren
Street para parar em frente a um café com acabamento pintado de fúcsia
brilhante. Esperei do lado de fora até poder vê-la pedir algo e encontrar
uma mesa nos fundos. Ela abriu seu livro, The Great Pearl Heist, sobre o
roubo de um colar de pérolas de um famoso joalheiro londrino ao longo
do Hatton Garden no início do século XIX, e logo ficou absorta. Eu me
perguntei se ela tinha chegado à parte em que eles trocou os cubos de
açúcar pelas pérolas. Eu balancei a cabeça. Se Gregor e Damien
descobrissem que eu comprei o mesmo livro que Nadia estava lendo para
me sentir perto dela, eu nunca ouviria o fim disso.

Entrando com um pequeno grupo de amigos, fingi mancar e me


sentei em uma mesa de canto escura. O mancar me permitiu pedir algo de
um membro da equipe sem ficar no balcão onde eu poderia ser
notado. Levantando o jornal que trouxera do hotel, observei-a de longe.

O café que ela escolheu para hoje chamava-se Coffee, Cakes &
Kisses. Ela estava sentada sozinha em uma das mesas com uma xícara
branca cheia de chocolate quente espumoso e guarnecida com três
marshmallows rosa na lateral. Os proprietários haviam coberto uma
parede em particular com pedaços de papel. Observei enquanto Nadia
pedia e recebia um dos papéis. Depois de procurar uma caneta em sua
bolsa, ela escreveu algo no papel. Um minuto ou dois depois, ela enxugou
uma lágrima do rosto. Pegando um pequeno alfinete, ela prendeu o papel
na parede atrás dela e se levantou para sair. Eu me abaixei atrás do meu
jornal e esperei até que ela saísse pela porta. Caminhando até à parede,
peguei o pedaço de papel e dobrei ao meio quando saí. De olho nela
alguns quarteirões à frente, abri o jornal. Tinha três perguntas impressas
em tinta fúcsia.

Qual é o seu café favorito? Eu costumo beber mochas, mas


gosto de chocolate quente com marshmallows extras se estou triste.

Qual é o seu bolo favorito? Chocolate com cobertura de


buttercream de baunilha.

Qual é o seu beijo favorito? Quando Mikhail envolve o braço em


volta da minha cintura e me puxa para perto e me chama de kroshka antes
de me beijar.

Sorri enquanto dobrava o papel e o colocava no bolso interno


por segurança. Finalmente chegou a hora de sair das sombras.
CAPÍTULO 28
NADIA

Onde diabos estava Mikhail?

Isso estava ficando ridículo. Eu estava carregando meu


telefone. Usei meu cartão de crédito para reservar o hotel – em meu
próprio nome. Estou andando por essa maldita cidade visitando todos os
principais locais turísticos há duas semanas. Eu até caminhei para cima e
para baixo no Hatton Garden inúmeras vezes, apenas no caso de ele
pensar em me procurar lá, entre as joalherias. Eu estava fazendo tudo,
menos postar selfies online.

O que uma garota tinha que fazer para ser sequestrada pelo
homem que ela ama?

Fugir de casa era uma merda. Senti falta de Mikhail. O tempo


fora me mostrou que nós dois exageramos. Mikhail definitivamente
entrou no modo de homem das cavernas alfa hiperprotetor, mas eu
também não era exatamente inocente. Não havia dúvida de que eu estava
pressionando seus botões e provocando-o deliberadamente. Eu não tinha
outra explicação além de testar os limites do nosso novo
relacionamento. A verdade é que, se eu não tivesse sido tão sensível sobre
ele e meus irmãos tentando governar minha vida e tirar minha
independência, eu teria notado o quanto ele estava tentando compensar
o incêndio da minha loja e o quanto ele me apoiou.
E eu diria tudo isso a ele se ele se incomodasse em aparecer para
me arrastar de volta para sua caverna.

Eu realmente não podia ser culpada por querer o que Samara e


Yelena tinham. O que poderia ser mais romântico ou uma melhor
afirmação do amor eterno de Mikhail por mim do que ele me perseguir
por meio mundo e me arrastar para casa? Era possível que ele estivesse
sendo todo iluminado me dando espaço e respeitando meus
desejos. Esperando que eu voltasse para ele quando estivesse pronta, o
que realmente deveria ser uma boa coisa. A maioria das mulheres mataria
por um homem sensível às suas necessidades. A maioria das mulheres,
mas não eu. Me chame de feminista ruim, mas eu queria o homem das
cavernas. Eu queria que Mikhail me jogasse por cima do ombro, me desse
um tapa na bunda e anunciasse que eu era dele e só dele. O problema era
que eu também queria que ele me desse a independência que eu
desejava. Que bagunça. Pelo menos havia uma coisa que eu tinha certeza.

Não importava o que acontecesse, todas as escolhas levavam de


volta a Mikhail.

Ele foi minha primeira paixão, meu primeiro amor, e eu queria


desesperadamente que ele fosse meu único amor.

Com um suspiro, subi os degraus escorregadios e encharcados


de chuva da Igreja St. Martin-in-the-Fields, perto de Trafalgar Square. Eu
estava participando de seu evento noturno de longa data, Baroque by
Candlelight. O programa desta noite incluiria Haydn e Mozart. Eu não
poderia dizer que eles eram meus compositores favoritos, verdade seja
dita, eu poderia pegar ou largar a música clássica, mas isso me lembrou de
casa. Quando outros adolescentes tocavam rock em seus quartos, Damien
costumava tocar música clássica em seu aparelho de som. Ele era super
estranho assim.

Entrei no interior silencioso da pequena e antiga igreja. Havia


uma igreja neste terreno desde o Domesday medieval, daí o nome, St.
Martin-in-the-Fields. A cidade de Londres literalmente se erguia em torno
de seu campanário, onde antes não havia nada além de terras
agrícolas. Os seis candelabros maciços sobre os bancos altos e manchados
de escuridão estavam abaixados e iluminados por velas. Havia também
velas de luz de chá ao longo da parte superior das costas de cada
banco. Na frente, o altar creme e dourado estava em chamas com vários
candelabros acesos. O leve aroma de incenso e mirra de séculos de
adoração permeava o ar. Quatro músicos vestidos de preto estavam
sentados em cadeiras finas de madeira dispostas em semicírculo em
frente ao altar, afinando seus instrumentos de corda. Selecionei um banco
na parte de trás à direita.

Enquanto deslizava pelo assento liso e envernizado, era como se


o mundo desaparecesse. Com as costas altas de um banco atrás e na
minha frente, eu estava em meu próprio casulo particular. Tirando o
casaco, coloquei o telefone no silencioso e me acomodei. Fechei os olhos
e esperei os acordes iniciais do Concerto para violoncelo nº 2 de Haydn, a
primeira composição do programa desta noite.

Em vez da abertura leve e arejada do violino, típica da música de


câmara da época, os tons graves escuros e sombrios do violoncelo encheu
o ar. Eu escutei por um momento. A música era estranhamente familiar.
Alguém no banco ao meu lado cantarolou junto. Eu poderia
dizer pelo barítono profundo que era um homem, mas por causa da altura
do banco eu não podia vê-lo. Os violinos começaram e eu finalmente
reconheci a música. Era a canção de amor russa, Dark is the Night. A
música que Mikhail cantou para me confortar.

O homem atrás de mim cantou, suave e baixo, apenas para


meus ouvidos.

Eu tenho fé em você, em você, minha querida.

Essa fé me protegeu das balas nesta noite escura...

Estou feliz; Estou calmo em batalha mortal.

Eu me ajoelhei e espiei por cima do banco. Mikhail estava


sentado ali, incrivelmente bonito, com um suéter de tricô cor de carvão e
jeans escuros.

Quando me viu, sorriu e levantou a voz para cantar. — Znayu,


vstretish's lyubov'yu menya, chto b so mnoy ni sluchilos'. — Eu sei que
você vai me encontrar com amor, não importa o que aconteça.

Com um grito, subi por cima do banco. Ele me pegou em seus


braços. Minhas coxas escarranchadas em seus quadris enquanto eu
envolvi meus braços ao redor de seu pescoço. — Você veio para mim.

Ele empurrou um cacho atrás da minha orelha, antes de correr


os dedos pela minha bochecha. — Sempre, kroshka.

Eu fiz beicinho. — Você demorou bastante. Você se


perdeu? Teve algo melhor para fazer?
A ponta de seu polegar acariciou meu lábio inferior. — Melhor
do que perseguir minha garota pelo Oceano Atlântico apenas para passar
duas semanas observando sua vitrine? Não, nada me vem à mente.

Meus olhos se arregalaram. — Você esteve aqui o tempo todo?

Ele colocou a mão em volta do meu pescoço e me puxou para


perto. Nossos lábios estavam separados por apenas uma respiração. Eu
podia sentir a batida forte e constante de seu coração sob minha palma
direita enquanto o cheiro de sândalo de sua colônia me cercava. Ele
realmente tinha o cheiro de namorado perfeito.

Ele raspou contra meus lábios. — Quando você vai aprender,


kroshka? Desde o momento em que te conheci, nunca saí do seu
lado. Você foi minha para cuidar, proteger e amar desde o início.

Ele reivindicou meus lábios em um beijo de roubar almas. Porra,


esse homem poderia beijar. Não foi apenas um encontro de lábios. Foi
consumindo tudo. Sua mão no meu pescoço, me segurando perto. Seu
braço musculoso em volta da minha cintura. O gosto dele. A sensação de
seus lábios contra os meus. A forma como seu peito vibrava com
vociferados baixos e possessivos enquanto sua língua girava em torno da
minha, mas mais especialmente a pressão dura de seu pênis.

Eu me afastei, mas apenas ligeiramente, sussurrando sem fôlego


perto de seus lábios abertos: — Isso significa que você me ama?

Ele moveu seus quadris para moer seu pau contra a parte
interna da minha coxa. — O que isso lhe diz?

— Isso me diz que você quer fo...


Ele me beijou novamente. — Silêncio, sua garota suja,
proferindo tais palavrões em uma casa de Deus, — ele brincou com
choque fingido.

Eu balancei meus quadris em seu colo, satisfeita quando ele


mordeu o lábio inferior, fechou os olhos e gemeu. — Vamos sair daqui. Já
faz duas semanas— ele empurrou a mão sob a bainha da minha saia para
acariciar minha boceta através da seda fina da minha calcinha, — e estou
faminto.

Minhas bochechas queimaram com a implicação impertinente


de suas palavras. — Espere. Estamos indo embora?

— Sim, eu quero te levar de volta ao hotel. Agora.

Olhei por cima do ombro para o altar suavemente iluminado por


velas. Tecnicamente, esta não era uma Igreja Ortodoxa Russa, mas ainda
era uma igreja. — Eu pensei... bem... eu pensei que você ia...

Mikhail me deu um sorriso confuso. — Você pensou o quê?

Suspirei. Então ele não me deixaria sair fácil. Eu merecia por ter
fugido. Traçando um dos redemoinhos de tricô em seu suéter, eu
divaguei, — Eu pensei que íamos nos casar. Quero dizer, você disse que
queria se casar o mais rápido possível e que me amava, e aqui estamos em
uma igreja, e você obviamente planejou isso porque essa música não
estava no programa.

Ele balançou sua cabeça. — Não.


— Você quer dizer que Gregor e Damien e Samara e Yelena não
estão escondidos em algum lugar esperando você dar o sinal para
começar a cerimônia de casamento?

— Não.

— Nós não nos casaremos?

— Não.

Sentei-me e encontrei seu olhar. — Você nem vai propor?

— Não.

Meu peito apertou com o pensamento. Eu tinha arruinado


tudo? Eu tinha afugentado o único homem que eu já amei com essa
façanha tola? Por que eu deixei Samara e Yelena me convencerem de que
essa seria uma grande aventura que provaria seu amor por mim? — Pare
de dizer não! Você não quer mais se casar comigo? — Eu me preparei para
sua resposta.

— Mais do que a própria vida.

— Então por quê?

Ele encolheu os ombros. — Eu pensei que seria divertido


namorar primeiro. Você sabe, fazer coisas apropriadas de namorada-
namorado, como ir ao cinema e jantar fora.

— Então não nos casaremos hoje?

— Hoje não, kroshka.

— Mas nós vamos um dia?


Ele assentiu. — Quando estiver pronta. Até lá, prometo, não se
falará mais em cercas brancas e bebês.

Dei de ombros. — Bem, pode haver alguma conversa.

Colocando-me ao seu lado no banco, ele se levantou e se


inclinou sobre o banco da frente para pegar minha jaqueta e minha
bolsa. Quando me levantei, ele colocou minha jaqueta em mim e fechou o
zíper. Era uma coisa tão namorada-namorado de se fazer. Ele então se
inclinou para me varrer em seus braços. Depois de me dar um beijo forte
na boca, ele disse: — Sim, mas por enquanto, a última coisa que quero
fazer com você é conversar.

Envolvi meus braços ao redor de seu pescoço enquanto


descansei minha cabeça em seu ombro. Ele realmente era um homem das
cavernas neandertal, e eu não gostaria que fosse de outra maneira.
EPÍLOGO
NADIA

— ÓH! Diz aqui que o Le Guayaba Verde tem um prato chamado


pulpo de Juan Griego. É polvo servido com alcaparras, passas e pesto. Isso
soa diferente! Devemos tentar. Eu realmente quero ir aqui. Parece
perfeito!

— Baby,— disse Mikhail.

— Oh! Diz que temos que provar algo chamado arepa. É feito de
milho e recheado com carne e abacate. É como o prato nacional da
Venezuela, então temos que experimentar.

— Kroska.

— Eu também prometi a Yelena que pegaria uma clutch de


assinatura Carolina Herrera. Aparentemente, ela é uma estilista famosa da
Venezuela que desenhou para Jacqueline Kennedy.

— Garotinha, — disse Mikhail enquanto colocava a mão sobre o


livro de viagem que eu estava lendo diferentes descrições de restaurantes.

Eu estava além de animada. Depois de um mês implorando,


bajulando, brigando e fazendo beicinho, Mikhail finalmente concordou em
me levar com ele em sua viagem de negócios para meus irmãos.

As últimas semanas tinham sido incríveis. Quando voltamos de


Londres, Mikhail me levou de volta para sua cobertura, e fiquei chocada
ao vê-la completamente vazia. Toda a decoração e móveis falsos bege
chatos foram removidos. Ele então me entregou uma impressão de todas
as vendas de garagem na área para aquele fim de semana. Nós a
enchemos com móveis de segunda mão, fotos antigas de pessoas que não
conhecíamos e latas de biscoito amassadas. Foi maravilhoso. Também
transformamos um quarto em uma oficina para nós dois. Dia após dia,
sentamos lado a lado enquanto eu trabalhava nas joias que planejava
mostrar em minha nova loja com Samara e Yelena, e ele limpava e
trabalhava customizando suas armas. Continuei a surpreendê-lo com meu
conhecimento de armas, e descobri que tinha um talento especial para
personalizá-las.

Tínhamos chegado à Venezuela de avião particular nas primeiras


horas da manhã. Nós nos deitamos em uma pequena casa de estuque em
um bairro residencial antes de entrar na cidade ao anoitecer. Nós dois
estávamos vestidos casualmente como turistas.

— Você sabe que devemos ser turistas— eu resmunguei.

— Isso não significa que realmente somos turistas— Mikhail


disparou de volta enquanto dava um dos meus rabos de cavalo um puxão
brincalhão.

— Vamos. Não há nada dizendo que não podemos jantar


depois!

Eu respondi com um beicinho.

Eu estava aprendendo rapidamente que Mikhail era


particularmente suscetível ao meu beicinho, especialmente quando eu
franzi meus lábios em um pequeno movimento. Eu nunca tinha me
considerado um flerte. Verdade seja dita, eu estava terrivelmente
desajeitada com isso, mas por algum motivo, veio naturalmente com
Mikhail. Eu gostava de ver seus olhos escurecerem sempre que ele olhava
para minha boca ou quando eu dizia algo deliberadamente atrevido para
provocá-lo a me espancar.

Havia apenas algo sobre como ele vociferava minha garota


suja que realmente fazia isso por mim. Eu realmente amei como ele me
fez implorar por seu pau sempre que ele tomava minha bunda. Eu nunca
teria pensado que me submeter a Mikhail realmente me faria sentir mais
confiante e segura, mas aconteceu. Ele me fez sentir bonita e
desejada. Não havia mais como se esconder atrás daquelas prateleiras
empoeiradas na minha antiga oficina de conserto de aspiradores. Com
Mikhail ao meu lado, eu queria experimentar o mundo. Eu tinha
finalmente chegado ao meu próprio.

Minhas bochechas coraram quando pensei na encenação que


ele começou mais cedo no avião.

— Diga-me que garota má você é. — disse ele contra o meu


pescoço enquanto raspava os dentes ao longo da pele delicada logo
abaixo do meu pescoço.

— Eu... eu...

Estendendo a mão, ele beliscou meu mamilo esquerdo até que


eu gritei. — Diga-me.

— Eu sou uma garota má.

— E onde eu coloco meu pau para punir minha garota má?

— Oh Deus!
— Me diga, querida. Onde colocarei meu pau para puni-la por
ser uma garota tão má? — ele exigiu enquanto esfregava o topo de sua
coxa contra minha boceta.

Eu hesitei, e ele beliscou meu mamilo com mais força. Eu não


tive escolha a não ser me submeter alegremente.

— Na minha bunda! Você vai colocar na minha bunda!

— Isso mesmo, garotinha. E desta vez não demorarei. Talvez eu


precise enfiar meu punho enorme no seu cuzinho.

— Não! Por favor, isso... oh Deus... isso machucaria demais.

— Sim, machucaria. Certamente seria um castigo que faria você


não esquecer. Não seria, querida?

— Sim. — eu choraminguei.

Ele mordeu minha orelha. — Devo forçar seu pequeno buraco


enrugado a ficar boquiaberto com este punho?

— Não!

Ele mordeu minha orelha com mais força. — Resposta


errada. Tente novamente.

Com um pequeno soluço, cedi. — Sim, o que você quiser.

— Lembre-se disso de agora em diante. O que eu quiser. Este


pequeno corpo é meu agora. Sempre que eu quiser. E minha palavra
agora é lei. Você entende?
Ele então me fodeu até que eu lhe desse minha alma. Eu não iria
mais fugir da vida. De agora em diante, eu queria perigo e
aventura. Rugido!

Mesmo com o sol poente, ainda estava quente na Plaza


Bolívar. Entramos na frescura da Catedral de Caracas. Era uma catedral
românica de pedra branca do século XVI.

Movendo-se devagar para não chamar a atenção, dirigimo-nos à


nave à direita da entrada. Nas sombras, havia uma porta de madeira
trancada apenas com uma simples fechadura de maçaneta.

— Grampo?

Eu puxei o grampo de trás da minha orelha. Um grosso cacho


loiro morango caiu para a frente. Mikhail sorriu enquanto o colocava atrás
da minha orelha. Dando um beijo rápido na ponta do meu nariz, ele se
inclinou para fazer o trabalho rápido da fechadura básica.

Para uma igreja tão bonita, as escadas que levam à torre do sino
eram feias e de aparência industrial. No patamar, a escada de metal
terminou abruptamente e desajeitadamente e foi substituída por um
conjunto de escadas de madeira que pareciam datadas do século
XVI. Mikhail pisou cuidadosamente no degrau mais estreito e testou seu
peso.

— Parece sólido, mas eu vou primeiro.

Ele subiu os poucos degraus e ergueu os braços sobre a cabeça


para empurrar o alçapão do chão que levava ao topo da torre. Depois de
subir, ele fez sinal para que eu o seguisse. Apesar de estar aberto em
todos os quatro lados, o ar parecia rançoso e velho. Colocando o alçapão
no lugar, Mikhail se agachou e olhou para a boca larga do enorme sino de
ferro fundido. Ele estendeu a mão, e houve um som alto de rasgo antes
que ele puxasse um pacote preso ao sino com fita adesiva. Colocando-o
no chão de madeira empoeirado, ele abriu a faca da bota e cortou o resto
da fita. Depois de desenrolar o cobertor, um Barrett M82 apareceu. Era
um rifle sniper decente que era bastante popular no Exército.

— Então, esse cara é um político sujo que está roubando nossos


carregamentos de armas para usar as armas contra seu próprio povo para
mantê-los oprimidos e assustados?

— Sim, — disse Mikhail enquanto verificava os cartuchos de


fogo central.50 BMG no carregador destacável de dez tiros. — É por isso
que ele tem que morrer hoje.

Olhei para a Plaza Bolívar. Era uma praça aberta no centro de


Caracas. Era popular para grandes comícios políticos. Do outro lado da
praça, havia uma plataforma com um pódio ladeado por dois alto-falantes
maciços. Eles haviam decorado a encenação com festões nas cores da
bandeira venezuelana, azul, amarelo e vermelho. Houve muitas
dificuldades econômicas que, como inevitavelmente acontece, levaram a
uma grande agitação.

O homem programado para fazer um discurso em cerca de meia


hora era perigosamente conservador e muito antiamericano. A CIA o
queria morto, o que significava que eles realmente deviam um favor aos
meus irmãos e Mikhail por fazer isso acontecer. Essa foi provavelmente
uma das maiores surpresas que aprendi depois que finalmente comecei a
fazer perguntas sobre os negócios da minha família. Com qual frequência
Gregor e Damien concordaram em ajudar diferentes governos a eliminar
encrenqueiros de má reputação. Por uma taxa, é claro, fora dos livros.

Esse tipo de arranjo também ajudou a vender seu


produto. Aparentemente, eles tinham vários clientes interessados em um
carregamento de Barrett M82s que eles tinham acabado de
adquirir. Deixar saber que era a arma que havia cuidado de um certo
político venezuelano aumentaria seu valor e iniciaria uma guerra de
lances.

No avião vindo para cá, perguntei a Mikhail: — Como eles


escondem o dinheiro?

— No que diz respeito ao Congresso, sou um subcontratado sob


um contrato de entrega indefinida que está projetando um cadarço mais
forte para botas militares regulamentadas.

— Sério?

Mikhail deu de ombros. — Há mais de US$ 130 bilhões por ano


gastos com esses tipos de contratos. Eu diria que uns fortes vinte por
cento deles vão pagar operações secretas da CIA como assassinatos
políticos.

Agora estávamos escondidos na torre do sino, esperando a


cobertura da escuridão. A praça estava lentamente se enchendo de
pessoas que vinham ouvir o político falar. Alguns carregavam
placas. Outros apenas perambulavam em grupos. Outros ainda pareciam
turistas curiosos sobre a multidão.
Voltei-me para Mikhail. — Você está atirando através de um
veículo blindado quando o alvo chega?

Mikhail balançou a cabeça. — Não. Vou eliminá-lo enquanto ele


sobe ao pódio. Um tiro limpo.

Eu balancei a cabeça. — Tem certeza que um Lobaev SVL não


teria sido uma escolha melhor? É um rifle sniper de longo alcance muito
mais preciso. Poderíamos ter encaixado uma mira telescópica Nightforce
5.5 22X50 NXS loucamente legal.

— Sim, mas então a oposição da Venezuela assumiria que os


russos estavam por trás do ataque e isso daria início a um conjunto
totalmente diferente de questões que os EUA não querem, pelo menos
não ainda. E seus irmãos têm caixas de Barretts para vender, não Lobaev
SVLs.

— Ainda assim, o Barrett é melhor para atirar em equipamentos


militares e veículos blindados. Nem um acerto entre os olhos a 1200
metros de distância!

Mikhail se levantou e me agarrou pela cintura. Colocando a mão


atrás da minha cabeça, ele me puxou para um beijo. Como de costume,
ele assumiu o comando, varrendo sua língua para brincar com a minha,
suavemente mordendo meu lábio inferior antes de mergulhar para outro
gosto. No momento em que ele terminou, isso me deixou sem fôlego e
tonta.

Acariciando seus dedos na minha bochecha, ele disse: — Eu amo


quando você fala sobre armas e munição comigo. É sexy pra caralho.
Corei em resposta. Nos últimos meses, foi divertido
compartilhar um espaço de trabalho. Mikhail mostrou interesse em meus
designs de joias e até me ajudou na modelagem e soldagem de algumas
peças. Em troca, ele estava ensinando mais sobre as diferentes armas que
minha família vendia.

Mikhail voltou a preparar a arma assim que meu telefone


tocou. Uma foto de Samara de seu casamento apareceu na tela.

— Olá!

— Ei Nadia, não estou interrompendo, estou?

— Não, Mikhail está apenas montando o rifle agora.

— Bom. Eu só queria ter certeza de que você voltaria a tempo


da inauguração da galeria.

— É claro!

Samara estava fazendo uma pequena exibição de seu trabalho


em uma galeria de luxo em Georgetown como forma de criar buzz para
nossa nova boutique, Runaway Gallery & Designs. Yelena contratou
modelos que iriam passear pela exposição de arte usando seus designs de
moda e minhas joias. Ia ser muito divertido.

— Gregor é um desastre. Ele está muito nervoso por mim. Ele


está ameaçando comprar e fechar qualquer publicação que diga algo
negativo. Eu acho adorável. Damien, é claro, não vai parar de provocá-lo
por isso.

Mikhail me deu o sinal de que estava pronto. — Eu tenho que ir.


— Que legal! Sua primeira viagem de negócios. Diga a Mikhail
que eu disse oi!

— Eu vou.

Coloquei meu casaco no chão e me ajoelhei ao lado de


Mikhail. Ele estava olhando através da luneta. Sem virar a cabeça, ele
disse: — Kroshka, você pode pegar o medidor de velocidade da minha
bolsa e me dar os vetores de vento cruzado?

Eu puxei o pequeno dispositivo portátil de sua bolsa e


liguei. Segurando a pequena porção em forma de leque, li as leituras para
Mikhail.

— Obrigado, baby.

Eu o observei enquanto ele ajustava a mira e fazia outros


pequenos ajustes. Para o atirador médio, este seria um tiro difícil. Não
para Mikhail. Era uma das razões pelas quais ele era o melhor.

Mas não o único motivo. — Case comigo. — eu soltei.

Mikhail se afastou do rifle e me encarou por um momento. Eu


podia sentir o calor subindo pelo meu pescoço e sobre minhas
bochechas. — Quero dizer... bem... se você quiser... quero dizer... eu... —
eu gaguejei, chocado pela minha proposta impulsiva. — Você disse
quando eu estivesse pronta.

Tanto para viver perigosamente e agarrar a vida pelos chifres!

Quer dizer, eu sabia que ele queria se casar comigo e me amava,


e eu certamente o amava.

Talvez ele tivesse mudado de ideia?


Oh Deus, e se ele tivesse mudado de ideia? Eu tinha acabado de
arruinar a melhor coisa da minha vida?

Eu tinha acabado de assustar o homem que amo depois de fazê-


lo esperar três anos?

Oh Deus!

Com uma risada divertida, Mikhail se inclinou e me beijou.

— Isso é um sim? — Eu perguntei timidamente.

— Não.

O quê?

Meu coração caiu.

Mordi o lábio quando me virei, não querendo que ele me visse


chorar.

Rapidamente havia um poderoso par de braços envolvendo


meus ombros por trás. Mikhail sussurrou em meu ouvido: — Os caras
nunca me deixariam viver se descobrissem que você me pediu em
casamento. Você só vai ter que ser paciente e esperar que eu pergunte
novamente.

Eu levantei uma sobrancelha.

— Novamente?

Eu disse, provocando-o por sua exigência de me casar com ele


da última vez, o que decididamente não era muito parecido com uma
proposta.

Ele beijou meu nariz.


— Só por isso, farei você esperar um pouco mais.

Virei minha cabeça para acariciar minha bochecha contra a


dele. — Quanto tempo mais?

— Se você for uma boa menina...

Ele fez uma pausa e me deu uma piscadela, sabendo que eu


estava esperando alfinetes e agulhas para ele continuar... — ...mais tarde
em Guayaba Verde, sobre um prato de polvo Juan Griego com
champanhe.

Bati palmas de emoção.

— Mas primeiro temos que matar esse cara, então verifique


essas leituras e depois deixe-me voltar ao trabalho. — disse ele em uma
voz provocantemente firme.

Ainda faltavam algumas horas para o jantar, mas valia a pena


esperar.

FIM

Você também pode gostar