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DIVORCIA-SE

Por Natália Piassentini

TESTEMUNHO 
DIVORCIA-SE!

Testemunho pessoal Natália Piassentini

Divorcia-se, esse é o caminho.


Divorcia-se, e vai ser feliz!
Divorcia-se da ideia de desistir
do seu eterno sim!
Venância

A mulher mais incrível que eu já conheci, e que me ensinou o valor da família e foi a
rocha da minha vida, minha ponte para chegar a Deus. Um anjo que eu chamo de vó.

Eunice

Uma mulher tão parecida comigo que às vezes não sei se estou falando dela ou de mim.
Os olhos mais verdes deste mundo são da minha mãe.

Vanderlei

O meu lugar seguro no mundo é alguém. Meu pai.

Bruno

O amor da minha vida a quem dedico todos os meus dias, e a nossa família que é o
nosso pedacinho do céu na terra. 

Giulia, Maria e Stela

Minhas heranças do Senhor. Meu coração pulsando em outro alguém. Minhas filhas.
Sumário

Prefácio
Introdução
O início do fim
Meu casamento acabou, e agora?
Declare sua fé
O tempo
A questão do adultério
Primeiros socorros para um casamento ferido
O recomeço
Seja a mudança que você quer ver na sua casa
Quatro anos depois
Como surgiu este livro
Caro leitor
Prefácio

Há momentos na vida em que é preciso voltar lá no inicio, mas não digo resetar o que
vivemos e começar um novo livro, e sim, dar sentido a algumas coisas sem sentido,
pois, na maioria desses momentos onde tudo parece perdido, sem controle e sem
solução, o que mais precisamos são novas páginas, um novo eu, um novo rumo para o
final feliz.

E embora obstinados pela vontade que temos de desistir, pois dá trabalho consertar
algo aparentemente quebrado - acredite, eu sei-, é preciso se divorciar!

Um divórcio mesmo com essa pessoa que não está dando mais certo. Com esse "eu"
que precisa definitivamente ir embora. Uma mudança de postura, uma ruptura
necessária com crenças e paradigmas. Precisamos nos divorciar de nós mesmos.

No âmbito do matrimônio, por mais que as circunstâncias apontem para um fim,


existem promessas que devem ser lembradas, pois a fé nessas promessas nos levará a
outro estágio, tão ou mais importante que aquele do início, e que com certeza nos
esquecemos, ou a perdemos pelo caminho.

Promessas acima do nosso próprio entendimento, e aceitá-las é acreditar que o


melhor vai acontecer. Independente do que eu quero, do que eu acho que é o certo ou
melhor, o que importa é o que Ele quer para mim.

E quando Ele diz, acredite, a obra que Ele começou, Ele vai cuidar até o fim.

Antes de qualquer decisão, te convido a ler a minha história sobrenatural. A história


que Deus escreveu para mim.

Divorcia-se da ideia de não ler até o fim. Te espero lá!


Introdução

Uma mulher comum, mas que crê num Deus extraordinário.

Casada há 8 anos, e há 13 com o melhor namorado, marido, e no melhor


casamento do mundo.
  
Mas nem sempre foi assim, na verdade, posso afirmar com total certeza que
casamento de verdade, nós vivemos somente agora. Somente depois de uma
separação e um quase divorcio, onde não havia nenhuma possibilidade de volta. 

Mas Deus fez tudo novo de novo, e tudo se fez perfeito. Quero compartilhar
minha história com você, e o que eu fiz para salvar meu casamento destruído.

Espero que meus caminhos, meu andar pelo vale da sombra da morte, te ajude a
reconhecer que por mais que as circunstâncias apontem para o fim, você não
deve jamais desistir do seu eterno SIM.
O início do fim

Há quase dois anos (demorei quase dois anos para escrever este livro, mas explico no
final o motivo), no dia 10 de Abril de 2016, iríamos completar 6 anos de casados, mas
no dia 3 ele saiu de casa disposto ao divórcio. Arrumou as malas, mas esperou eu sair
para fechar a porta e jogar a chave fora. Eu, que até então era a maior interessada
nessa possibilidade, cai de joelhos no chão e um buraco foi aberto no meu peito.

Dias depois, descobri que nunca havia vivido um casamento de verdade, mas sim,
morava junto com alguém que eu gostava, e apesar de ter nascido na igreja, uma
família, criação, educação cristã e conhecer de fato sobre a verdade bíblica, jamais
poderia imaginar que estava realmente fazendo tudo errado.

Mas então era tarde. Por aqui, tudo vazio e tive que enterrar alguém que estava vivo.
E mesmo que eu queira descrever para você a dor que eu senti, nunca poderei chegar
nem perto de um vislumbre se quer de tamanho sofrimento que vivi aqui dentro de
mim. 

Ainda sinto suas fisgadas quando penso, um anzol puxando e puxando sem parar
meu coração, eu lembro, mas essa dor não existe mais, está no fundo do mar, e deu
lugar a um amor incondicional.

Mas vamos voltar lá no princípio, quando tudo começou. Pretendo ser mais simplista
possível, mas sem abandonar alguns detalhes importantes, e já vou logo avisando que
adoro escrever, então, senta e pega um chazinho que tem muita conversa boa para
nós.

Um resumo breve:

Conheci meu marido em 2005. Em 2008 ficamos noivos, com direito a pedido de mão
pro meu pai e bolo. Em 2009 ele veio morar comigo, dividimos o apartamento,
reformamos, e em 2010 nos casamos.

Foi um casamento simples. Um sábado quente no cartório dia 10/04/2010, e um


domingo mágico com um almoço para família e padrinhos. Tudo do jeitinho que a
gente quis. Singelo e com a nossa cara. Flores cor de laranja e roxas, detalhes dos
bem-casados, fotos dos noivos. Tudo parecia perfeito. Afinal, ele era o amor da minha
vida. E o tempo passava mais rápido do que meus pensamentos.

Em junho descobri que nossa família iria aumentar, (mas antes, volta um pouquinho
em 2003 - ano que nasceu minha primogênita, fruto de um namoro de adolescentes)
e então, éramos quatro.
Minha caçula nasceu em 14 de fevereiro de 2011, e nesta época, além da faculdade
de psicologia, eu trabalhava com meu marido em seu escritório de contabilidade, e
pouco tempo depois do positivo fui afastada, pois o bebê queria nascer antes do
tempo,  e a partir de então, nunca mais voltei para o mercado de trabalho.

Abri mão da minha carreira e fui tratar de ser mãe. Pois os filhos crescem, e eu não
queria perder o melhor da festa. Com o apoio do meu marido claro, fui retomando
aos poucos novos trabalhos, cursos, outras áreas, e hoje tenho três empresas e o
ajudo com as nossas despesas.

Quando conheci meu marido em Julho, ele namorava outra mulher há pouco mais
de 4 anos, e embora tenha achado aquele homem de 1.80 lindo demais, me contive
ao descobrir que ele já tinha compromisso. No mesmo instante, me coloquei no meu
lugar e o ignorei. Mas foi então que ele me notou.

Eu havia acabado de aceitar um emprego no despachante da minha futura sogra, e 


jamais poderia imaginar que ali, com aquele contrato de trabalho, meu destino
estava assinado.

Alguns dias depois, estávamos conversando com frequência, e ele me convidou para
sair. Não pensei duas vezes para negar com um sisudo NÃO, não saio com pessoas
comprometidas, e  completei: se um dia você quiser sair comigo, deverá estar
solteiro.

E sorri, com a possibilidade, mesmo remota (na minha mente).

Era uma sexta-feira quente demais para um gelo desses. Mas nem sofri, fazer algo
contrário a isso jamais havia passado pela minha cabeça. Fui pra casa tranquila.

Na segunda-feira, ele chegou com a notícia de que havia terminado com sua
namorada e estava livre para mim. Não levei muito a sério, mas ele insistiu, e
embasbacada, aceitei um encontro para o dia seguinte.
Meu marido era católico até me conhecer, não frequentava igreja, mal orava, e
aprendeu comigo, aos poucos, o que Deus espera das mães com relação aos filhos. Mas
até chegar esse momento, passamos por alguns perrengues, passamos apertado, mas
graças a Deus, nunca nos faltou nada. Não foi fácil ficar em casa, não foram fáceis os
meses em que não entrava nada de dinheiro para mim. Ele me cobrava, e o fazer
entender que, para mim, criança tem que ser educada pela mãe, e que nenhuma
carreira vale a terceirização de um filho, custou tempo e muita paciência.

Embora eu soubesse disto pelo simples fato da experiência e vivência da minha


família, eu agia instintivamente, sentia que deveria fazer e fazia com o coração.

E ele discutia comigo, o tempo todo, por causa de dinheiro, e eu revidava, ele brigava
e eu não deixava barato, e então vivíamos por anos em algo fatalmente destrutivo.

Apesar dos lindos momentos juntos, não havia o essencial: Deus estava no banco de
trás do nosso carro. Quando deveríamos mesmo era ter dado a direção para Ele, mas
nos fizemos fortes por nossas próprias mãos. E por mais que existisse amor de
verdade entre nós, ele não era suficiente. E realmente não foi.

Em meados de 2014 minha pequena foi para escolinha, e a independência chegou por
aqui. Eu pude sentir essa tal liberdade que me convidava a sempre mais e mais. 

Eu me garantia financeiramente, tinha influência no meu ramo, era conhecida e


amiga de muitos. E quando tudo estava chato por aqui, o mundo lá fora me instigava
a conhecer o que ele oferecia de "bom".

E eu cai na dele. Quis ter uma vida paralela a do meu marido. Ele tinha a dele e eu a
minha. E o tal do ciclo virou insano mesmo. E passamos a ter poucos bons momentos
juntos.

Passamos a esconder coisas, pessoas, senhas, amigos, e um abismo se abriu entre nós.
Já estava tudo perdido, e quanto mais eu sentia raiva dele, mais ele fazia coisas para
me provocar, me afastar, e vice-versa. 

Ninguém queria dar o braço a torcer, ninguém. E por dois anos, passamos a remar em
um barco furado até o seu mais que esperado naufrágio. E não teve outro destino.
Pudera, cavamos nossa própria cova. Mas a culpa era de quem? Dele obvio. "Dela,
obvio", ele exclamava. E enfim, o elástico arrebentou.

Ele saiu de casa decidido: eu quero o divórcio. Era o nosso fim, e por mais que eu
esperasse, e por vezes almejasse isso, encarar ele de frente, foi um daqueles baita soco
no estomago.
Por mais que você imagine o que é uma separação, que veja ao seu redor pessoas
"superando" e vivendo suas vidas, jamais saberá se não passar por uma, e acredite,
não tem discussão, brigas, batalhas homéricas e guerras sem tréguas que supere a
tristeza de um fim. Não tem nada pior que isso. Acredite! 
MEU CASAMENTO ACABOU, E AGORA?

"Eu não te amo mais." - foram as últimas palavras dele.

Hoje eu sei, que de alguma maneira elas não me afetaram, de alguma maneira eu
sabia que não eram palavras dele. Sentia que precisava cuidar de me curar, e que
para isso, era necessário esta dor, esse afastamento.

Era como se ele tivesse sido sequestrado. E eu tentava invocar com muita força
essa ideia, mas na prática a história foi bem pior.

Resumidamente, lágrimas por todos os lados. Eu não fazia outra coisa a não ser
chorar. Escrever sobre isso não é algo que me agrada, mexe demais comigo,
lembrar, sentir de novo, incomoda, arranca pedaço.

Fico paralisada diante da tela do meu computador, tentando lembrar de cada


detalhe enquanto meu corpo tenta se defender bloqueando as lembranças.

Não foi fácil para mim. Eu emagreci 8kg, não sentia fome, não tinha vontade de
nada. Minha única vontade era morrer. Eu tinha certeza que precisava morrer.
Eu urrava de tanta dor, ligava para minhas amigas e familiares dizendo que
preferia a morte a uma vida sem meu marido.

E apenas uma vez disse isso a ele. Liguei para ele chorando umas duas vezes nos
dias seguintes; a primeira foi para falar sobre a ausência dele na vida das meninas,
e a outra sobre minha decisão de morrer. 

Mas não pedia para ele voltar para casa, apenas dizia que não queria que isso
tivesse acontecido, mas ele dizia cegamente: "já aconteceu, siga sua vida, que eu
vou seguir a minha."

Olhava para casa, tudo que construímos juntos, cada detalhe, e não conseguia
imaginar como ele tinha coragem de abrir mão de tudo. Como se eu já não tivesse
feito a mesma coisa. Um buraco era cavado a cada segundo aqui dentro. Em cada
parede, cada cômodo sua presença era constante. Eu mal dormia, abria os olhos de
hora em hora, e da minha cama olhava para a sala esperando vê-lo. Mas nada.
Apenas lembranças.

No começo ele era frio, mas com sutileza, depois começou a ser rude e agressivo, de
forma que por duas vezes tive que bloquear e não atender suas ligações, pois me
ofendia e fazia muito mal. 
Quando isso aconteceu, nas duas vezes que decidi ignora-lo, ele se manifestou de
uma forma inesperada, incomodado pedia desculpas, e muito vulnerável me pedia
para não fazer isso. Mas peguei minha dignidade e coloquei na minha frente,
chorava dia e noite, mas sozinha, longe dos olhares e conhecimento dele.

Ele se envolveu com outra pessoa. Alguém que apareceu enquanto eu estava
tentando viver minha vida, deixando ele de lado, deixando tudo para depois. Ela se
aproveitou da situação, mas não a julgo por outros olhos a não ser, de que ela foi
usada pelo inimigo. Nós todos fomos, e sucumbimos a ele.

Isso me doía profundamente, não doía tanto quanto a dor do "eu poderia ter feito
mais," mas resolvi deixar isso em segundo plano.

Consequência aceita, não cabia a mim fazer mais nada.

De alguma maneira eu sabia que ele estava cego, fugindo, tentando ser alguém que
ele não era, e que o fato dele ter jogado tudo para o alto, o intimidava a honrar sua
dignidade. Mas tudo que jogamos pro alto, uma hora cai de volta, e eu sabia que ele
não aguentaria segurar quando tudo viesse a tona. De alguma maneira eu sabia.

Eu decidi morrer.

E no dia em que isso aconteceu, peguei meu carro e fui para casa do meu Pai, militar,
tem uma arma por perto. Parece pesado dizer isso agora, as palavras escritas soam
de uma forma muito mais pejorativa do que realmente parece. Mas assim que entrei
na casa do meu pai, no mesmo instante, sem pensar em nada saí pro quintal.
Desprendida de mim mesma.

E contemplando as estrelas, falei com Deus. Minha vida passou inteira como num
filme, e algo me cobria com tranquilidade por trás daquela correnteza de lágrimas.

Alguma coisa me cuidava. Alguém segurava minha mão, mas eu estava tão
necessitada de sentir aquela dor, que nem me dei conta de nada disso naquele
momento.

Eu precisava entender que aquela vontade de morrer era morrer para mim, para as
minhas vontades, para as vontades carnais, do mundo, tão enraizadas em mim. E
quando entendi isso, algo fez sentido, e as coisas começaram a mudar aqui dentro.

E foi então que Deus mandou alguém para me ajudar. 


 E meu coração se aquece ao lembrar dela, uma amiga querida, que ate então não era
tão próxima, mas que veio a mando dEle para me salvar do que todos os outros
amigos insistiam em me falar: você é linda, vai viver sua vida, deixa ele pra la.

 Vai ser feliz.

A Adriana me pegou pela mão e disse: "você quer saber qual o propósito de Deus para
o seu casamento? Deus não quer o divórcio, acredite, você pode mudar isso."
E juntas assistimos ao filme Quarto de Guerra.

Se você ainda não assistiu, recomendo que pare de ler agora, assista e depois volte
para cá. Você precisar assistir esse filme.

Depois de assistir, tive a minha primeira exposição a verdade. Como disse antes,
mesmo nascendo na Igreja, mesmo crescido rodeada de cristãos, bíblia, escola cristã,
eu não sabia o que era a aliança de Deus para com o casamento. Eu não fazia ideia.

Pedi perdão a Deus por ter sido ignorante por tanto tempo. E agradeci, pois mesmo
longe dEle, Ele sempre esteve ali. Nunca me abandonou.

Mas era um dia após o outro. Todo dia eu precisava sentir aquela dor, viver aquela
dor para buscar verdadeiramente a Sua verdade. O que precisava ser feito. Eu
precisava passar pelo vale da sombra da morte.

O que Deus queria de mim?

Eu O buscava, e hoje vejo que o processo todo foi de preparação, ele precisava me
quebrar ao meio para me moldar a sua maneira. E Ele o fez.

Havia dias que estava tudo indo bem. Mas no dia seguinte, aquela dor novamente
incessante, e eu precisava busca-lO outra vez. E assim por diante, sucessivamente,
instintivamente, profundamente.

Um certo dia marquei horário com meu psicanalista - já fazia um tempo que não
aparecia mais nas consultas, tentei fazer terapia por um ano, mas vejo hoje que me
afundei mais ainda procurando o terapeuta errado -, e disse a ele tudo que estava
sentindo e ele confirmou: você esta com um começo de depressão, então vou te
encaminhar para outro especialista te remediar.
Ual, era tudo que eu queria. Tomar remédio para esquecer da dor, da vida. Topei de
cara. Mas saindo de lá, era pouco mais de meio dia, e aquele Sol queimava meu rosto
enquanto minhas lágrimas escorriam e, pela primeira vez pedi Socorro pra Deus.
"Senhor, é isso que o senhor quer de mim?"

Lembrei então que não foi a primeira vez que havia feito essa pergunta.

Dias atrás, antes de tudo acontecer, enquanto pensava que não queria mais estar
casada, não queria cuidar da casa, nem de filho, roupa, comida, estava exausta, não
orava mais e nem frequentava mais os cultos, olhei pro céu e fiz a mesma pergunta. E
Ele respondeu, então.

Neste dia, chegando em casa, após a terapia, deitei na minha cama e pedi pra Ele me
mostrar o que eu precisava fazer. "Senhor, cansei de mim. Não quero mais a vida que
eu tinha antes, me mostra o que eu posso fazer agora, me mostra."

E Ele mostrou: YouTube - Consultório de Família, Como Deus Restaura um


Casamento. Abra seu celular ou computador e procure pelo vídeo acima. A voz de
Deus também vai falar com você. Ouça.

E essa foi a primeira resposta que ouvi nitidamente. 

Depois desse vídeo, tudo mudou. Tudo fez sentido. Estava claro demais. E uma força
sobrenatural tomou conta de tudo. Comecei então um intensivo com Deus. Um curso
de como ser uma nova pessoa em Cristo.

Ele me levou por todos os caminhos que eu percorri, tudo que fiz de errado, e
segurando minha mão, me conduzia docemente a cada tropeço, e a cada tombo eu
pude perceber que minhas escolhas eram baseadas somente no meu eu. Eu tive
escolha e escolhi o errado. E Ele, com todo seu infinito amor e paciência, estava ali,
tão perto, o tempo todo e eu não percebi.

E o primeiro passo foi entender que precisava abrir mão de certas coisas, pessoas e
me limpar de tudo que não era Santo, me livrar daquela que eu era, das coisas que ela
fazia, comia, vestia, lia, vivia. Precisava reorganizar minha mente.

Comecei então uma Faxina espiritual.

Organizando a bagunça, primeiro da casa, joguei roupas, objetos, livros que não
deveriam fazer mais parte dessa nova eu. pois eu queria que ela viesse pura, que ela
viesse com muita lucidez e sabedoria. Eu estava disposta. Não por alguém, mas por
mim mesma, e por Deus.
E então eu mudei minha oração, e ao invés de orar pedindo para Deus meu
casamento de volta, eu pedia que fosse feita a vontade dEle e não a minha. Pois eu
não posso desejar nada para mim que não seja da vontade dEle. E a vontade de Deus
é Boa, perfeita e agradável. E sempre será. E se Ele tem os melhores planos, por quê
eu iria querer os meus?

Ele não muda. E suas promessas também não. Então, quando Ele diz: o que Deus uniu
o homem não separa, é uma promessa? Sim!

Mas então por quê vemos tantos casais separados?

Por quê não existe divórcio na bíblia?

Eu precisei aprender sobre o casamento nos mínimos detalhes.

Sabe aquele casal que prega seu testemunho naquele vídeo acima, Como Deus
Restaura um casamento? Os procurei, e encontrei, e comecei a conversar com a
Tatiane, e ela super solícita, me contou sobre uma amiga que também havia passado
pelo mesmo problema. E em outros vídeos conheci a Aline. 

A Aline e o Fábio, viveram, assim como a Tatiane, o milagre da restauração de Deus.


E ambos foram um exemplo de dedicação e fé. Ambas foram essenciais nessa minha
jornada.

"Não desista. Não desista". Era o que elas insistiam em me falar. Em uníssono elas
diziam: "Você precisa buscar a Deus em verdade, de todo seu coração. Você precisa
tirar foco do seu marido e focar em Deus. Você sabe a posição do seu marido, seja
forte e corajosa, Ele é fiel."

Mas eu insistia: ele tem outra, ele me pede o divórcio todo dia. Até advogado ele já
havia contratado. E novamente elas enfatizavam: "creia. Ignore as circunstâncias.
Você precisa crer! Não confie nos pensamentos de derrota, eles não são de Deus.
Renove sua mente. Declare sua vitória. Não assine o divórcio. Seja fortalecida na
Palavra do Senhor!! Essa luta não é sua, é do Senhor dos Exércitos!"

“Ele disse: “Escutem, todos os que vivem em Judá e em Jerusalém e o rei Josafá!
Assim diz o Senhor a vocês; ‘Não tenham medo nem fiquem desanimados por causa
desse exército enorme. Pois a batalha não é de vocês, mas de Deus."
"Vocês não precisarão lutar nessa batalha. Tomem suas posições, permaneçam firmes
e vejam o livramento que o Senhor dará, ó Judá, ó Jerusalém. Não tenham medo nem
desanimem. Saiam para enfrentá-los amanhã, e o Senhor estará com vocês.
“Escutem-me, Judá e povo de Jerusalém! Tenham fé no Senhor, o seu Deus, e vocês
serão sustentados; tenham fé nos profetas do Senhor, e terão a vitória."
2 Crônicas 20:15, 17, 20 NVI

E foi o que eu fiz.

E dia após dia, um relacionamento com Deus começou a nascer. Um Deus gentil,
amigo, próximo e cuidadoso. Sempre que ajoelhava e chorava aos seus pés, (e olha
que era o dia, tarde e noite toda) sentia sua presença. Buscava sua face. Ouvia suas
promessas, músicas, mergulhei de cabeça nessa entrega. Minha vida estava entregue
em suas mãos.

Eu não saia muito de casa, eu não falava com quase ninguém, apenas com poucas
pessoas, afinal, já havia feito a faxina, né?! Queria passar meu tempo com Deus.
Afinal, eu precisava conhecer o meu Deus. Como eu poderia não te-lo conhecido
antes?

E mais uma pessoa que entrou na minha vida, foi a Bianca Toledo com seu
testemunho de morte e ressurreição. Ela me ensinou a ter fé. E se você precisa dela
neste momento, assista ao vídeo dela que também está no Youtube. A todos os vídeos
acima, e abaixo. São completamente importantes nessa jornada.

Deus falava comigo.

E eu percebia que Ele me mostrava dia após dia, o que Ele estava preparando. Ele foi
meu professor, eu não me sentia mais sozinha. Eu chorava de saudade do meu
marido, mas sabia que a vontade dEle era melhor que a minha. E foi então que a
chave virou, e eu passei a confiar verdadeiramente.

Ore pedindo por fé. Peça, e Ele te dará. Sabedoria. Fé. Mansidão. Os frutos do Espírito
Santo. Paciência. Ah! Paciência. Era o que eu menos tinha. Mas até nisso Ele
trabalhou. Em tudo Ele trabalhou.

Em uma das minhas crises de choro, pensei e orei em silêncio: "Senhor, eu escolho a
ti, mas olha como eu sou fraca, não tenho forças, eu não consigo." E dormi sobre a
minha bíblia aberta ao lado da cama. E acordei com um trovão sobrenatural e uma
voz que dizia: João 15:16.
Abri os olhos e corri para la: "Não foi você que me escolheu, eu escolhi você!"

"Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu
nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda."
João 15:16

Não pense que aceitei logo de cara essa situação. Tive medo e fiquei espantada. "como
era possível?"Mas acredite, hoje eu sei que ouvi a Sua voz.

E suas manifestações não pararam por aí não. Em meio a lapidação da minha alma,
minha decisão já estava tomada, mas a dor era latente demais e me fazia devagar por
buscar respostas. Procurei o pastor da Igreja, mas não ouvi o que queria ouvir, pelo
contrário, ele foi realista e disse que agora não poderíamos fazer mais nada a não ser
orar e confiar. Procurei então o pastor que fez meu casamento e Batismo, e ele disse
que iria orar por nós, também. E só. Eu precisava de mais!

E mais uma vez Deus me disse:

"Você tem a mim, confie."

Mas eu sou um ser humano difícil viu?! E de novo, procurei então uma Pastora de
outra igreja. Indicação de uma conhecida que soube do que havia ocorrido e quis me
ajudar, dizendo que a Pastora salvou o casamento dela.

Ual, aquilo me empolgou. Preciso falar com ela. Marquei um horário e confiante eu
fui. Primeira conversa e ela foi categórica em dizer que Deus havia mostrado a ela
que meu Casamento não era o foco, mas sim, minha filha mais velha e meu trabalho,
e que era pra eu voltar na semana seguinte.

Que decepção, pensei que ela iria orar por mim, colocar meu nome no grupo de
oração e Deus iria nos ouvir, enfim...

Tola que fui. E de novo, Deus mais uma vez me mostrou que Ele fala com a gente sim,
e na segunda conversa com ela, recebi a mensagem de que se eu não assinasse o
divórcio, meu marido não voltaria para casa.

P.S: Esqueci de dizer que ele me pedia incansavelmente para eu assinar os papéis,
mas eu fugia e me esquivava? Sim! Mais do que minha memória consegue se lembrar.
Depois da conversa com a pastora, cheguei em casa desolada, perguntando a Deus se
era isso mesmo, e liguei a televisão - aliás a TV, suas novelas e programas peculiares,
que só pregam traição, morte e adultério, entrou na lista da Faxina, então passei a
assistir apenas a TV Novo tempo e os filmes e séries bíblicas -, estava passando um
programa do Pastor Ivan Saraiva falando o seguinte:

"satanás se reveste de anjo de luz para nós seduzir e iludir, usa pessoas para nos
destruir, nós não devemos confiar em homens."

Tá vendo como Deus está online?!

Tudo isso foi aprendizado. Tudo isso eu precisei passar para conhecê-lO, para crer e
confiar.

E um certo dia, me lembro de já estar mais calma, cantando no Coral da Igreja, mas
ainda com a dor da saudade e Deus me moldando, me lembro de orar em silêncio e
pedir a Deus que enviasse alguém pra me acalmar. Alguém pra falar comigo e eu
saberia que Ele que mandara.

Deus responde a minha oração. Mais uma vez.

Acordei no dia seguinte com a mensagem de um colega de trabalho, que estava


passando por algo semelhante a mim, e que havíamos trocado algumas mensagens
sobre o assunto, que me escreveu:

"Deus me incomodou pra falar com você, eu não sei porque, só sei que Ele está
cuidando da sua família."

Mais uma vez eu caí de joelhos. Já não me restava dúvidas de que Ele estava
trabalhando. Quase um desenho a próprio punho, Deus estava aqui.

Ás vezes a gente precisa que as pessoas desenhe, no caso Deus, pois em meio a tanta
coisa, não enxergamos a verdade, somos tomados por medos e inseguranças, mas
quando se está de mãos dadas com o Pai, você pode se jogar, de olhos fechados.

Confia!
Declare sua fé

Eu venho de uma infância com pais separados, pais ausentes, e criação pelos avós,
que foram os melhores pais do mundo, uma referência que me orgulha, pois eu não
poderia ter tido melhores educadores. Me criaram com pouco dinheiro, mas
sempre com um amor transbordante, e o principal, uma fé inabalável em Deus.

Se hoje eu sou quem sou, foi graças a eles, que viveram a vida baseada nessa fé. E
essas palavras nunca fizeram tanto sentido quanto agora: "ensina a criança no
caminho que se deve andar, e ela jamais se desviará dele." Pode até se desviar viu,
mas ela volta, elas sempre voltam.

A minha separação parecia inevitável. Estávamos seguindo os mesmos passos dos


nossos pais. Meus marido também tem pais separados, e se isso era tão comum,
estávamos fazendo o certo. Será mesmo?

Foi quando recebi a intimação do meu marido: "você precisa assinar os papeis, eu
quero o divórcio, Agora."

Cada vez que ouvia isso meu mundo desabava. Lembrar disso cutuca com estilete
amolado essa cicatriz. Minhas mãos suam e meu estomago dói. Mas repito,  por
mais que eu tente descrever, jamais conseguirei traduzir essa dor nessas palavras.

E foi então que a querida Aline, mais uma vez, me disse: "você precisa declarar que
Deus irá restaurar seu casamento."

"Você aprendeu tanta coisa até aqui, mudou e aceitou essa mudança em você. O
principal já aconteceu em você, a sua cura, a sua restauração, agora é preciso
declarar isso, ser firme e enfrentar de frente."

Declare sua fé.

A intimação aconteceu cara a cara, nós conversamos dentro do nosso carro, em


uma sexta-feira final de tarde. "Eu quero o divórcio."

E pela primeira vez, eu disse que não. "Se você quiser, procure o litigioso, pois eu
não vou assinar algo que não quero." E nossa conversa foi um tanto quanto rasa,
mas eu falei de Deus, eu falei do que havia aprendido, e mostrei essa nova mulher
que eu estava me tornando.
Aliás, ele, minhas filhas, e todos precisavam enxergar Jesus em mim, eu tive que
aprender, e mudar mesmo, de dentro para fora, e refletia isso em minhas atitudes.
Eu não caia mais nas provocações dele, eu era solícita e sempre educada. Eu não
discutia, por mais que, as vezes, isso era tudo que eu mais queria fazer, mas deixei
Deus me guiar.

Eu era outra mulher.

Correr atrás dele era definitivamente uma coisa que eu não fazia, pelo contrário,
me escondia para ele não me ver. Quando ele buscava minha filha mais nova para
passar o final de semana com ele, eu arrumava a mala dela com todo carinho do
mundo, colocava as suas roupas todas organizadas, limpas e cheirosas, laço de
cabelo, sapatos, tudo minuciosamente com carinho.

Ele também me pedia algumas das suas roupas, cobertores, que estavam aqui, pois
ele não entrava mais na nossa casa, mas ainda haviam muitas coisas dele, e eu
sempre atendia prontamente. Não me humilhando, jamais, mas com a vontade de
ser e viver o que Deu queria de mim. Eu sabia que por mais que as circunstâncias
fossem as piores, ele veria essa mudança em mim. E ela era verdadeira.

Na segunda-feira, recebi um email do advogado, a essa altura, eu sentia a dor, mas


não me entregava a ela. Eu precisa ser firme. E fui.

Respondi o email:

"Caro Sr. advogado, Deus irá restaurar minha família, portanto, não haverá
divórcio."

E ele respondeu o email, com a mesma mensagem.

E eu também.

"Caro Sr. advogado, Deus irá restaurar minha família, portanto, não haverá
divórcio."

Isso nos dá força. Fazer isso me encheu de coragem e disposição. E depois disso,
tudo começou lindamente a melhorar.
O tempo

Começamos a trocar e-mails frequentemente. Emails reveladores. Ele também estava


sofrendo. E então que numa tentativa de ajudá-lo, passei para ele todos esses vídeos,
algumas palavras de conforto, mas sempre neutra. E sentia que Deus me usava
através das minhas palavras.

Ele começou a amolecer. A venda de seus olhos começou a cair. E Deus começou a
agir no coração dele. Deus não invade o coração de ninguém, mas quando você ora
intercessoriamente por alguém, Deus age na vida desta pessoa. Principalmente se
esse alguém é seu cônjuge.

Você deve estar se perguntando, quanto tempo isso durou, quanto tempo?

Foram dois meses, e alguns dias, do dia em que ele saiu de casa até o dia que ele
voltou. Dois longos meses de muita, mas muita oração mesmo, e hoje percebo como
Deus trabalhou rápido, afinal, quando nos colocamos em suas mãos, rapidamente, a
obra que Ele começa, Ele termina.

Por volta de 40 dias depois da separação, começamos a nos falar todos os dias por
email. A gente falava sobre a vida, sobre as coisas que estavam acontecendo, sobre o
passado, de como fomos egoístas. Não eram emails de reconciliação não, mas de dois
amigos que estavam machucados, mas que ainda se gostavam, afinal, onze anos
juntos, não se enterram tão facilmente assim.

As atitudes dele também já eram outras, e eu percebia a mudança começando nele


também.

Numa segunda-feira pela manhã, abri meu email e como sempre, havia uma
mensagem dele lá, dizendo que logo após minha declaração de que não assinaria os
papéis do divórcio, ele sentiu muita raiva e quis dar início ao litigioso, mas não
conseguiu, não teve forças, foi desarmado - palavras dele.

Estava confuso, infeliz. A vida lá fora o tinha pego de surpresa, e quando se deparou
com a verdade, enxergou a falsa felicidade que o mundo oferece, mas não cumpre.

Pois a verdadeira felicidade só encontramos em Cristo. Somente Ele preenche nossas


vidas, todos os nossos vazios são do tamanho Dele, o resto é ilusão. E ele estava bem
longe dos caminhos dEle.

E chegando próximo ao dia dos namorados ele disse para nossa filha que queria
voltar para casa.
A questão do adultério

Não é difícil pra você imaginar o que eu senti quando soube que ele estava com
outra pessoa. Mas, acredite, eu estava tão centrada no meu objetivo, eu tinha tanta
certeza de que isso seria passageiro que não fazia diferença pra mim. Afinal, eu o
conhecia muito bem.

Muitas amigas me disseram que jamais teriam essa força de aceitar o marido de
volta depois de uma traição. Sim! Nós estávamos casados ainda, mesmo com a
separação de corpos, mas aos olhos de Deus é adultério.

Questionei então a atitude dele. Mas também questionei as minhas atitudes,


aquelas que poderiam ter sido uma fenda na armadura. O que eu fiz, ou deixei de
fazer, que contribuiu com isso tudo?

Quando os dois brigam, os dois perdem.

Eu já falei sobre essa força sobrenatural que me dominava, não era sobrenatural,
era Cristo, pois nenhum mérito vem de nós, somente Ele pode fazer algo de bom,
nós, pecadores, somos reduzidos ao pó, sem Ele nada somos. E eu tive essa força.
Eu tinha a Ele. Minha força vinha dEle. Era a vontade dEle

Falei com Deus, e mais uma vez Ele me respondeu. 

Sobre o perdão.

E foi então que a Laura Morena cantou pra mim, ouça: Laura Morena - O fundo
do mar.

"Quem é Deus semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade, e que te esqueces da


transgressão do resto da tua herança? Ele não retém para sempre a sua ira, porque
se deleita na misericórdia." Miquéias 7:18

Se esse Deus, me perdoa, dia após dia, pega os meus pecados e joga no fundo do
oceano, por que eu não posso perdoar alguém que erra como eu?

Meu marido chorou me pedindo perdão, se sentia envergonhado, desmoralizado,


arrependido e dizia que não merecia ser perdoado. As vendas que o cegavam
haviam caído. Elas sempre caem. Não há mal que dure para sempre.

E nós sabemos do que o inimigo é capaz. Usa pessoas para nos desviar do nosso
caminho, e foi exatamente isso que aconteceu.
Eu sabia que aquilo não significava nada pra ele. Por isso, não se iluda com as
circunstâncias. Eu não via nada com relação a vida dele, e pedia para que ninguém
falasse nada, caso soubesse, visse algo sobre eles. Foi a melhor coisa que fiz. É a
melhor coisa que fazemos por nós.

A bíblia é clara sobre o adultério, caso ocorra, você esta liberado para o divórcio.
Eu poderia ter assinado, eu poderia ter ficado com raiva, mas eu estava cercada da
palavra de Deus. E entendi que não era essa a vontade dEle.

Eu errei também! Por muito tempo! Nós dois erramos, e estávamos colhendo as
consequências. Mas se eu buscava um casamento restaurado, era preciso entender
e aceitar. Perdoar e seguir em frente. Me libertar e nunca mais lembrar.

E foi o que eu fiz!

Perdoe. Se perdoe!
Primeiros socorros para um casamento ferido

Antes de prosseguir, é preciso ler este livro com apenas 27 páginas para entender
o que acontece no âmbito espiritual dos casamentos. Me ajudou muito. Vai te
ajudar também.

Você pode encontrar esse livro em formato de PDF no Google mesmo, basta
digitar o título. Ou me pede por e-mail que te mando.

Recomendo.
O Recomeço

Me orgulho em dizer que cheguei até aqui, e me sinto completa por saber que
andei de mãos dadas com Cristo. Pois sem Ele, nada disso seria possível. Eu O
conheci de verdade. Ele está perto. Deus está sempre perto. Eu tive uma
experiência real com Ele. Isso era entre eu e Ele, eu precisava disso. Minha família
precisava. Ele me moldou, o sofrimento me transformou, me fez melhor para
receber o casamento, a família que Ele havia preparado pra mim.

No dia 12 de junho, dia dos namorados, meu marido entrou pela porta de casa com
seu coração em paz. Passamos horas, madrugada à dentro, conversando.
Percebemos que não havia mais tempo para nossas distâncias. Queríamos o "nós"
de volta. Nos abraçamos, e nos entregamos à vontade de Deus.

Neste dia, os anjos fizeram uma festa no céu. E dentro do meu estomago também!
rs

A felicidade transbordava e o passado ficou para trás.

Mas estávamos cientes de que tínhamos muito trabalho pela frente. E agora, com
o principal elemento em nossas vidas, Deus no centro, Deus no controle. E hoje
vivemos a restauração do nosso casamento. Um casamento abençoado, uma
família sob as asas do Pai. Pois eu e minha casa servimos ao Senhor. Não temos
mais os olhos em nada deste mundo, pois tudo aqui é passageiro, nossos olhos
estão focados naquilo que é eterno, estão focados nos céus.

Não vou mentir pra você e dizer que é tudo perfeito, que vivemos em um mar de
rosas, não. Nós ainda somos seres humanos, nos chateamos, discutimos, mas hoje
somos guiados pelo amor, pela paciência, submissão, pelo respeito, e não tem um
dia se quer que não nos ajoelhamos juntos e oramos pela nossa família.

"Nenhuma oração feita com fé, é em vão."

Hoje, minha oração é para que estas palavras encontre você.

E que você também tenha esse encontro com Ele.

Que você jamais desista do seu eterno Sim!

Com amor, Ná!


Seja a mudança que você quer ver na sua casa

A mudança nunca vai acontecer no outro. Entenda isso.

Antes de tudo, é preciso entender que as famílias estão sob ataque, e nós estamos
nos ocupando com tudo a nossa volta, e tirando os olhos do nosso foco, estamos
colocando outros tesouros em primeiro lugar em nossos corações, e deixando
nosso papel de lado, não é este o plano de Deus.

Você precisa entender que Deus ama as famílias, e se Ele criou algo tão perfeito,
que Ele tanto ama, como um pedaço do céu na terra, sempre existirá satanás para
tentar destruir, pois ele veio pra matar, roubar e destruir, e nós estamos
permitindo ele fazer tudo isso dentro da nossa própria casa.

Vivemos em uma guerra espiritual, e essa guerra não é nossa, quando aceitamos
que nosso cônjuge não é nosso inimigo, entendemos que não podemos estar
distraídas diante desses ataques. Precisamos ser sábias, precisamos enxergar
nossos verdadeiros inimigos. Onde estão os seus? No trabalho, que tira todo seu
tempo com sua família? No uso demasiado da tecnologia? O que está tirando você
do plano de Deus para o seu matrimônio?

Não me canso de assistir aos vídeos da Helena Tannure, ela aborda a questão da
mulher sábia com tanta clareza e discernimento que inspira. Assista! Ela foi
essencial na construção dessa nova Natália, claro que de mãos dadas com Jesus,
nos fortalecemos e eu fui a mudança na minha casa, e todo o resto se
reorganizou.

Enquanto você olhar o divórcio como uma porta, ele estará sempre te olhando a
espreita!

Não quero ser leviana e dizer que isso se aplica em todas realidades, pois não se
aplica (apesar de não *existir divórcio na bíblia), muitos relacionamentos estão
doentes, pois neles existem pessoas doentes. E Deus não criou a gente para
sermos infelizes, não! Muito pelo contrário, mas o que estou dizendo é que hoje
em dia, muitos casais estão se separando por causa da pasta de dente, por que um
aperta em cima e outro aperta embaixo!

Uma analogia simplória, mas que faz todo sentido quando o assunto é
matrimônio nos dias atuais. Acabou o amor? Não! Acabou o seu interesse, a sua
disposição! Por quê o amor, é sua decisão de fazer ao outro o que você gostaria
que ele fizesse a você! O amor não depende das circunstâncias!
Você não se casa para ser feliz, você casa pra fazer seu cônjuge feliz! Se os dois
entrarem no casamento com esse propósito, não tem como dar errado!

Tire os olhos das circunstâncias, confie nas promessas. Pois quando um dos dois
ora pedindo: "Deus, restaura." A Resposta será sempre SIM.

Não Desista!
Quatro anos depois

É dia 13 de abril de 2020. Três dias depois do nosso aniversário de 10 anos de


casados, e eu preciso te contar como a nossa família, surpreendentemente,
cresceu. Nossa linda Stela chegou em dezembro de 2019, depois da certeza de que
nós não teríamos mais filhos, Deus mais uma vez mudou o rumo da nossa
história.

Sim! Estávamos satisfeitos com a Giulia e a Maria, não queríamos mais um bebê,


estávamos felizes e contentes com a nossa vida de quatro pessoas, mas no fundo
do meu coração era como se eu sentisse que faltava alguém.

Dia 26 de fevereiro do ano passado fomos até a TV novo Tempo contar o


testemunho deste livro, local daquele primeiro vídeo que eu mencionei acima,
onde foi gravado "Como Deus restaura um casamento", e que ajudou a restaurar
o nosso.

Incrível, né? Fomos contar nossa história ao vivo para que milhares de pessoas,
assim como nós, tivessem a chance de um casamento transformado pelo Senhor,
no mesmo lugar. Eu fiquei embasbacada em testemunhar como Deus faz
infinitamente mais do que pensamos ou pedimos.

Mas aquilo me deixou extremamente nervosa, para mim, era como se o próprio
Deus estivesse lá e eu precisasse alcançar essas pessoas para Ele. Como se fosse
meu dever fazer isso, e não Ele.

O testemunho está salvo no Youtube, você pode procurar por Consultório de


família - Divorcia-se. São duas partes.

Sai de lá ainda nervosa, pensando que poderia ter feito mais, queria que tivesse
sido perfeito, mas minha insegurança me falava a contrário. Este trabalho, esse
ministério é tão sério para mim, que as vezes, esqueço quem realmente o dirige.

Após a gravação, ainda continuava nervosa. Cheguei em casa, minha filha mais
nova ainda esperava no portão a perua para escola, decidi ficar ali com ela, e
segundos depois, entrei em pânico, senti algo quente escorrendo pelas minhas
pernas.

Olhei para baixo e muito sangue havia sujado todo meu sapato e o chão onde eu
pisava. Era muito sangue, muito mesmo. Fiquei sem reação, enquanto meu
marido buscava nosso carro na garagem para evitar que eu descesse as ruas do
condomínio a pé até o nosso apartamento com um rio vermelho entre as pernas.
Entrei no carro, subi até em casa, tirei a roupa, lavei, e mesmo sem entender o que
poderia ter acontecido, não imaginava o que estava por vir.

E uma dor fortíssima começou na minha barriga. Como uma cólica mesmo, só que
muito mais forte do que eu conhecia.

Era o dia certo do mês para a menstruação, no entanto, isso nunca havia
acontecido antes. Mesmo porque, eu usava o método contraceptivo DIU, e já
experimentava oito anos de dores mensais com ele, mas nada comparado ao que
estava vivendo naquele momento.

Dias depois consegui um encaixe com minha médica que confirmou que o DIU
havia saído do lugar e seria preciso arrancá-lo do meu útero. Não havia nenhum
outro dano, não havia bebê, mas havia a possibilidade de engravidar naquela
situação.

Meu DIU tinha duração de 10 anos, ou seja, ainda haviam dois anos, o que dava
certinho nos meus 36 anos, e coincidia com a ideia de não termos mesmo mais
filhos.

Fiquei meio confusa, era muita coisa para processar, não sabia como reagir a tudo
que estava acontecendo, mas em meio a tantos pensamentos e sentimentos, ouvi
uma voz dizendo baixinho: "você vai ter mais um filho."

E no mês seguinte eu estava grávida da Stela.

Mesmo quando acreditamos escolher nossos caminhos, vem Deus e nos mostra
que os planos dEle são sempre melhores que os nossos.

Stela é fruto de um casamento abençoado, a cereja do bolo das nossas vidas. Sua
vida, já no meu ventre, foi dedicada a Deus, e ela, assim como a Giulia e a Maria,
são criadas por Ele, e para Ele. Tenho certeza, e oro para que Deus tenha os
melhores planos para elas também. Eu sei que Ele tem.

Como casal e pais de três meninas? Somos uma família que encontrou um
pedacinho do céu na terra, e vivem os planos de Deus em todos os detalhes.

Continuamos o nosso ministério e já alcançamos, através dele, muitas famílias,


para honra e glória de Deus.

Acompanhe nossas publicações lá no instagram do @divorciase

Te vejo lá!

Com amor, Naty, Bruno, Giulia, Maria e Stela.


Como surgiu este livro

Conforme prometido, preciso te contar que somente um ano e pouco após a


restauração do meu casamento, Deus me convocou a escrever sobre ele. Trabalho
como produtora de conteúdo digital e escrever é minha máscara de oxigênio. Eu
sabia que precisava escrever sobre, eu queria, mas em todas as tentativas, nada
saia dos meus dedos.

Um belo dia, eu sentei em frente ao meu computador logo pela manhã, e quando
foi a noite deste mesmo dia eu havia terminado este livro.

No dia seguinte, ao ler suas páginas, era como se eu estivesse lendo o livro de
alguém, não eram minhas palavras e não era a minha forma de escrever.

Foi então que eu tive a certeza de que mesmo assinando meu nome nestas
páginas, Deus quem as escreveu para alcançar você. Ele está falando com você,
Ele está perto, quer ser seu Pai, seu amigo.

E eu não sei se você é cristã ou cristão, se tem alguma religião, mas eu preciso te
dizer que o casamento é algo que requer profunda e verdadeira intimidade com
Cristo. Sem Ele como base no seu casamento, você pode até fazer dar certo por um
tempo, mas não haverá a felicidade total e a paz que excede todo entendimento.

Experimente essa vida de santidade com Cristo, e me conta depois se existe algo
que vale mais a pena do que a presença dEle na sua vida.

Nos vemos por ai, um grande abraço.


Caro leitor

Assino este livro como meu testemunho, mas o mérito não é meu. É dEle. Eu
sabia que precisava escrever, desde quando estava vivendo tudo isso, mas só
pude fazê-lo quando Ele me inspirou, portanto, creio que esta obra é dEle, por
Ele e para Ele.

Este conteúdo faz parte de um blog no qual existem vários outros posts sobre a
autora. Dicas anti-divórcio, Como se livrar de um mau casamento, Como lidar
com as crises, livros e muito mais. Para ler, acesse:
www.divorciase.blogspot.com

Para entrar em contato: nataliapiassentini@hotmail.com

www.divorciase.blogspot.com

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