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COMO MORTIFICAR O PECADO QUE MAIS TE ATRAI

* INSISTA ATÉ SE TORNAR QUEM DEUS QUER

* ENCARANDO A CRUZ
SUMÁRIO

CAPÍTULO
1 COMO MORTIFICAR
O PECADO QUE
MAIS TE ATRAI

CAPÍTULO
CAPÍTULO
2 ENCARANDO A 5 INSISTA ATÉ SE
CRUZ TORNAR QUEM
DEUS QUER

CAPÍTULO
CAPÍTULO
3 CADA UM É
6 ABRINDO COVAS

TENTADO PELA SUA


PRÓPRIA COBIÇA
CAPÍTULO CAPÍTULO
4 NÃO JOGUE O JOGO 7 DIANTE DA PORTA
DO DIABO ESTREITA

CAPÍTULO
8 A SIMPLICIDADE DA

Toda lascívia (desejo mau - desejo por
qualquer coisa que não glorifica a Deus) é um
hábito depravado, que continuamente inclina o
coração para o mal. Em Gênesis 6:5,
temos uma descrição de um coração no qual o
pecado não foi mortificado: "era
continuamente mau todo desígnio do
seu coração". Em todo homem não convertido,
há um coração que não foi mortificado e que
está cheio de uma variedade de desejos
ímpios, e cada um desses desejos está
continuamente clamando por satisfação.
Concentrar-nos-emos apenas na mortificação
de um desses desejos. Este desejo (pense no
pecado que mais lhe atrai) é uma disposição
forte, habitual, e profundamente enraizada.
que inclina a vontade e os sentimentos para
certo pecado em particular. Uma das grandes
evidências de tal desejo mau é a tendência
para se pensar nas diversas maneiras de
gratificá-lo (veja Rom. 13:14).
Este hábito pecaminoso (ou seja, a lascívia ou
desejo mau) opera violentamente. "Fazem guerra
contra a alma" (1 Ped. 2:11) e buscam tornar a
pessoa um "prisioneiro da lei do
pecado" (Rom. 7:23). Ora, a primeira coisa que a
mortificação efetua é o enfraquecimento deste
desejo mau, de modo que se torna cada vez menos
violento nos seus esforços para provocar e seduzir
a pecar (veja Tiago 1:14,15). A esta altura, é preciso
que se faça uma advertência. Todos
os desejos maus têm o poder de seduzir e provocar
alguém a pecar, porém parece que não têm, todos
eles, o mesmo poder. Há pelo menos duas razões
pelas quais alguns
desejos maus parecem ser muito mais fortes do
que outros: a) Um desejo mau pode ser mais forte
do que outros na mesma pessoa e também mais
forte do que o desejo numa
outra pessoa. Há muitas maneiras pelas quais este
poder e vida extras são dados, mas especialmente
isso ocorre por meio da tentação. b) A ação violenta
de alguns desejos maus é mais óbvia do que a de
outros. Paulo sublinha uma diferença entre
impureza e todos os outros pecados.
"Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma
pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que
pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo" (1
Cor. 6:18). Isso significa que pecados dessa natureza
são mais facilmente discerníveis do que outros.
Contudo, uma pessoa com um amor desordenado
pelo mundo pode estar debaixo do poder desse
desejo mau (embora esse poder não seja tão
óbvio) tanto quanto outro homem que é cativado
por um desejo mau ou por uma imoralidade sexual.

A primeira coisa, então, que a mortificação efetua é


um enfraquecimento gradual dos atos violentos do
desejo mau, de modo que seu poder para impelir,
despertar, perturbar e
deixar a alma perplexa seja diminuído. Isso é
chamado de crucificar "a carne, com as suas paixões
e concupiscências" (Gál. 5:24). Esta linguagem é
muito gráfica, como se pode
ver na seguinte ilustração: Pense num homem
pregado numa cruz.
A princípio o homem
se esforçará, lutará e clamará com grande
intensidade e poder. Depois de certo tempo, à
medida em que vai perdendo sangue,
seus esforços se tornam fracos e seus gritos baixos
e roucos. Da mesma maneira, quando um homem
se propõe a cumprir seu dever de mortificar o
pecado ( Pelo poder da Graça que
opera nele tanto o querer, quanto o efetuar ), há
uma luta violenta; todavia à medida em que a força
e a energia do desejo mau se esvai, seus esforços e
gritos diminuem.

A mortificação radical e inicial do pecado é descrita


em Romanos, capítulo 6, e especialmente no
versículo 6: "Sabendo isto, que foi crucificado com
ele o nosso velho
homem" - para qual propósito? - "para que o corpo
do pecado seia destruído, e não sirvamos ao pecado
como escravos" Sem esta mortificação inicial e
radical, realizada mediante união com Jesus Cristo,
como descrita em Romanos, capítulo 6, uma
pessoa não pode fazer progresso na mortificação de
um único desejo mau.
Uma pessoa pode dar pauladas no mau fruto de
uma árvore má até ficar esgotada, porém
enquanto a raiz permanecer forte e vigorosa
nenhum grau de espancamento
impedirá que a raiz produza mais frutos maus.
Esta é a tolice que muitas pessoas praticam
quando se dispõem com todo
fervor a quebrar o poder de qualquer pecado em
particular, sem realmente atacar e ferir a raiz do
pecado (como acontece
quando um cristão é unido a Jesus Cristo). Sem
isso, a mente é capturada e fica intoxicada pelo
desejo mau. A bebida afeta o entendimento do
homem (Os.4:11). A tentação
afeta o entendimento da mesma maneira. O deus
deste mundo cega as mentes daqueles que não
crêem no evangelho para que
não vejam a glória de Cristo (2 Cor. 4:4).
De um modo muito semelhante, cada tentação tira a
clareza do entendimento e do
juízo. A tentação exerce seu poder de muitas maneiras,
entretanto consideraremos apenas três daquelas,
aquelas que são as mais comuns: a) A tentação pode
dominar a imaginação e os pensamentos de
tal maneira que a pessoa não pode pensar em outra
coisa Se uma pessoa é tentada, existem várias
considerações que lhe poderiam trazer alívio, porém a
tentação é tão forte que domina sua mente e sua
imaginação. Ela é incapaz de se concentrar nas coisas
que a libertaria. É como uma pessoa dominada por um
problema. Há muitas maneiras de elaborar uma
solução para o problema mas ela está tão preocupada
com o problema que está cega para as possíveis
soluções.

b) A tentação pode usar os desejos e as emoções de


um homem para turvar sua mente, impedindo-o de
pensar claramente
Sempre que uma pessoa permite que seus desejos e
suas emoções controlem o seu entendimento, ela
deixará de pensar
com clareza.
Muitas vezes a tentação cativará de tal maneira
seus desejos e suas emoções, que ela não mais
será capaz de controlar sua razão. Antes de um
homem entrar numa tentação em particular, é
possível perceber que certo curso de ação está
errado. No entanto, quando a tentação chega e
atua nos
seus desejos e nas suas emoções, ele já não
mais pensa claramente. Logo estará pensando
em maneiras de justificar ou desculpar suas
ações pecaminosas. C)
A tentação inflamará os desejos maus do
coração de um homem, de maneira tal que eles
controlarão a sua mente Desejos pecaminosos
são como o fogo. A tentação é o
combustível que o incendiará de modo que fuja
ao seu controle. A razão humana
frequentemente o persuadirá a refrear os seus
desejos pecaminosos, lembrando-o das
consequências do que ele quer fazer. Se o fogo
da tentação agir nos desejos
pecaminosos, a razão não mais terá a
capacidade de se precaver contra eles.
Ninguém conhece a violência e o poder do
desejo pecaminoso até que esse desejo se
defronte com uma tentação adequada
para ele. Até mesmo os melhores homens
ficarão surpresos e assombrados com o
poder de um desejo pecaminoso quando
se depara com uma tentação adequada.
Pense tão-somente como o medo de Pedro
o levou tão depressa a negar o Seu Senhor.
Você ousaria se considerar mais forte que
ele quando
enfrenta um inimigo tão poderoso? Tome
todo cuidado com o poder que a tentação
tem de obscurecer a nossa mente.

( citação do sermão do pregador: John Owen -1616-1683-)


ENCARANDO A
CRUZ

CAPÍTULO 2
Que o Espírito Santo nos ensine a respeito de
Jesus através dessa leitura. ensine-nos nosso
Deus, pelo amor de Jesus o seu filho. Mau
sabe você oque te espera, enquanto você não
estiver disposto a encarar a cruz o canal por
onde flui os recursos divino continuará
entupido. Apenas encare, antes de sair desse
ponto da leitura eu quero que você homem,
você mulher diga: “Eu estou disposto a
encarar a minha cruz e morrer para mim
mesmo”. Que o Espírito Santo venha ferir a
sua consciência hoje queridos de maneira que
você deseje isso mais doque qualquer coisa
no mundo. Sim Jesus, queremos isso mais
doque a própria vida. E tu podes SENHOR nos
usar, Deus quer te usar de maneira
inexplicável. O mundo será abalado através da
sua vida se você decidir encarar a partir de
agora a sua cruz! Não passe por cima dessas
palavras com os mesmos olhos que você
acompanha uma notícia ou qualquer outra
coisa deste mundo. Por favor não vá em
direção ao fim dessa leitura do mesmo jeito.
Pare para contemplar.
Não tenha pressa não se preocupe com em si
segurar em crenças ou ideia que você tem dEle.
Estejam dispostos a contemplar a sua beleza
além de tudo. Você já leu outros livros antes
mais esse tem que ser diferente estamos
falando agora sobre morte. Estamos falando
sobre renúncia e entrega. Essa não é uma
entrega de algo somente é a entrega de (tudo)
absolutamente tudo. Nesse momento estamos
entre a cruz e os nossos ídolos, entre a
santidade e os pecados de estimação. Encare
hoje querido a sua cruz. Amanhã pode ser muito
tarde. Deus escreveu ao seu respeito e essa
escrita fará todo sentido na sua vida logo após a
morte, morte de cruz. O novo nascimento. Uma
nova vida, uma nova criatura, isso não tem a ver
com quantos anos você tem a sua carteirinha de
membro ou não. É uma necessidade para todos
aqueles que veem a Cristo.

Essa necessidade é evidente se consultarmos a


autoridade das Escrituras.
Considere o que as Escrituras dizem a respeito
do que o homem é por natureza. A Palavra de
Deus nunca nos lisonjeia. Ela nos diz que ―não
há um justo, nem um sequer. Não há ninguém
que entenda; não há ninguém que busque a
Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se
fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há
nem um só (Romanos 3:10-12). ―Toda cabeça
está enferma e todo coração fraco. Desde a
planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã,
senão feridas, e inchaços, e chagas podres"
(Isaías 1:5,6). ―Enganoso é o coração, mais do
que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto" (Jeremias 17:9). Agora, se esta for a sua
arruinada condição, ―você precisa nascer de
novo", se você quiser entrar no Reino de Deus.
Remendá-lo, fazer uma correção na sua vida,
reformá-lo, nada disso será proveitoso – você
precisa ser nova criatura, nada menos que isso
será suficiente para você. “Nem todas as formas
exteriores na terra, Nem ritos que Deus nos deu,
Nem a vontade do homem, nem sangue, nem o
nascimento, Pode elevar uma alma para o céu.
A vontade soberana de Deus somente Cria-
nos herdeiros da Graça
Nascidos à imagem de Seu Filho,
Uma nova raça peculiar.”
Lembre-se também daquilo que o próprio
Evangelho exige dos homens. Os
homens podem ouvir o Evangelho, pois eles
têm ouvidos, mas eles não podem
compreendê-lo até que o Espírito de Deus
abra suas mentes e corações para recebê-lo.
Até o dia em que acontecer isso aos homens,
assim como foi nos dias de Cristo que, embora
eles terem ouvidos, não ouvem, e embora nós
falamos, eles não percebem, pois como pode
o homem carnal entender as coisas
espirituais? Evangelho, assim como um cavalo
não pode compreender a astronomia – isso é
totalmente além da compreensão do homem
carnal! uma simples metáfora, o homem não-
regenerado, assim como Nicodemos fez
quando o Senhor lhe disse:
Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não
nascer de novo (João 3:3), e perguntou:
―Como ele pode entrar pela segunda vez no
ventre de sua mãe e nascer de novo? Quando
Cristo falou à mulher junto ao poço de Sicar,
sobre a água da vida, ela disse a Ele:
―Senhor, dê-me dessa água, para que eu não
tenha mais sede, nem precise voltar aqui para
tirar água‖ (João 4:15). E, hoje, quando Cristo
diz a respeito do pão da comunhão, ―Tomai
e comei, isto é o meu corpo (Marcos 14:22), a
mente carnal diz que o pão é transformado
em carne, não tendo o discernimento
espiritual para ser capaz de compreender até
mesmo a mais simples metáfora que o
Senhor Jesus Cristo teve o prazer de usar! As
coisas espirituais devem ser discernidas
espiritualmente e, portanto, a mente carnal
não pode discerni-las!

Peça a Deus um novo coração e Ele com a sua


bondade e graça lhe dará.
Se estamos encarando a cruz estamos dizendo:
leve Senhor tudo de mim. Coloque aí onde você
estiver o louvado “tudo entregarei” onde você
estiver pare tudo e ore ao Senhor e jogue terra
sobre essa cova que abrimos. Corteje esse
fúnebre agora, vamos em direção aos nossos
últimos suspiros. Isso não é algo sem utilidade
essa é a hora onde Deus está satisfeito onde o
filho está satisfeito onde o Espírito está
contente. Essa é a hora da Cruz. Deve a ver
consequência deve a ver a morte do eu. Acabe
com esse egoísmo, e a partir desse momento
não falaremos mais só de nós mesmo
falaremos de Cristo e esse crucificado. Que não
reste nada de mim mas tudo de ti. Todos que
lemos essa mensagem morre nessa hora, todos
em direção a sepultara. Para cada morte a
poder glorioso do Espírito Santo que vem sobre
a pessoa. Outra pessoa se levanta para abalar o
mundo por Deus, não mais você mais o Espírito
Santo através de você. Queria eu poder te fazer
entender o seu futuro mais não posso você não
entende o quão glorioso é, esteja convicto disso
queridos. Se estamos em Cristo com Ele
também fomos crucificados e com Ele
certamente viveremos.
Talvez essas palavras ainda não tenham ido
afinco no seu coração de maneira que elas te
tomem e vocês se tornem um, como uma
relação. Certamente a meditação é a chave para
isso! Aprender a meditar será muito mais útil do
que um curso básico de teologia teórica. Muitos
são aqueles que leem 10 capítulos por dia, digo
que seria mais proveitoso ficar em 2 capítulos
remoendo o dia inteiro, pois eles te levarão a
voar grandes voos da revelação divina. A
meditação traz discernimento! Sensatez. Que
hoje você não se aprece em terminar essa
leitura, e sim em sentar ao pé da Cruz e fazer o
cálculo… encarando ela com olhos firmes de
quem entendeu a mensagem da Cruz.

Ou você é um crente de decisão ou você se faz


de desentendido e será pego por aquilo que
você irá nomear de surpresa ao ouvir da boca
de Jesus: “Não vos conheço, tampouco sei de
onde sois. Re-tirai-vos para longe de mim, vós
todos os que viveis a praticais iniquidade.”
(Lucas 13:27) o oposto da Cruz é vida mansa e
tranquila em seus pecados. Ninguém estará no céu
um dia sem antes ter negado a si mesmo aqui. É
óbvio que ninguém pode fazer nada para ser salvo!
Pois não somos salvos por obras, mais o
desenvolvimento da salvação deve ser executado
diariamente, a santidade é o lado visível da salvação.
Se não amamos a santidade oque iríamos fazer no
céu? A música que toca lá é santidade não tem outra
melodia. Louvado seja Deus por esse atributo (santo)
Ele é santo e por isso diz: “Sede santos, porque eu
sou santo.” (1 Pedro 1:15)
CADA UM É TENTADO
PELA SUA PRÓPRIA
COBIÇA

CAPÍTULO 3
"Eu oro para que você comece a entender a
incrivel grandeza de Seu poder para nós que
cremos Nele." Ef. 1:19

A obra de Deus na alma, é uma obra de poder


soberano e onipotente! Veja que grande poder
foi exercido para nos converter das trevas para
a luz, e do poder de Satanás para
Deus; e como foi somente o braço estendido da
Onipotência, que poderia nos libertar do poder
das trevas e nos levar ao eterno reino celestial.
Considere as dificuldades que a graça tem que
superar, na "vivificação" de uma alma morta
para a vida espiritual.
Visualize as profundezas da queda.
Contemple… a morte da alma em delitos e
pecados, a completa alienação da vida de Deus,
as trevas, cegueira e ignorância do
entendimento, a perversidade da vontade.
a dureza da consciência e a depravação das
afeições! Veja na alma.. obstinação, teimosia e
amor próprio; seu orgulho, incredulidade,
infidelidade e justiça própria; seu amor
apaixonado pela sabedoria humana, prática
habitual e longa de iniquidades na prisão ao
pecado.
Considere seus fortes preconceitos contra
tudo o que é piedoso e santo! Contemple a
inimizade desesperada e implacável da
mente carnal contra o próprio Deus - seu
amor firme e profundamente enraizado pelo
mundo, em todas as suas
variadas formas e maneiras - e lembre-se
também de como todas as suas esperanças,
felicidade e perspectivas estavam ligadas às
coisas de tempo e do sentido!

Oh, que complicada massa de dificuldades,


todos esses inimigos formam em sua
combinação firme, como um exército
compacto, bem armado e bem treinado -
contra qualquer poder que procure desalojá-
los de sua posição!
Adicione a isso - todo o poder, malícia e artes
enganosas de Satanás, como o homem forte
armado - guardando o
palácio noite e dia, e não cedendo a ninguém,
exceto ao mais forte do que ele! Considere
também os sacrifícios que muitas vezes devem
ser feitos por quem deve viver piedosamente em
Cristo Jesus... os laços mais ternos, talvez, a serem
rompidos; as perspectivas lucrativas que devem
ser abandonadas; velhos amigos a serem
renunciados; conexões familiares a serem
abandonadas; posição na vida a ser perdida;
vergonha e desprezo de ser vinculado a Cristo e
seu vitupério! Vendo, então, uma alma morta em
pecado, com todas essas
dificuldades e obstáculos em seu complicado
arranjo, não devemos declarar isso como um
poderoso ato de poder que, apesar de todos
esses obstáculos aparentemente invencíveis,
eleva a alma e tira ela de todos esses obstáculos
para uma vida nova e espiritual? Tão pleno e
completamente é esse fruto e efeito do poder
onipotente, e somente do poder onipotente, que
é mencionado na palavra como..
um novo e celestial nascimento;
uma nova criação; uma ressurreição
- todos esses termos implicam a manifestação de
um poder divino, distinto e independente de
qualquer esforço da criatura. Somos salvos
soberanamente. Contemple também o grande
poder de Deus em "manter a vida divina em nossa
alma até o fim. Temos que ver e sentir...
Ou montanhas de dificuldade, que mares de
tentação, que ventos e tempestades de erro,
que assaltos e armadilhas de Satanás,
que inundações de vileza e impiedade por dentro
e por tora, que fortes concupiscências e paixões,
que ocultações e quedas,
que desvios e afastamentos do Deus vivo,
que longos períodos de escuridão, esterilidade e
morte. que oposição da carne ao caminho estreito
e apertado, que hipócritas astutos, amigos
fingidos, falsos professos e
cristãos nominais… - todos se esforçando para
derrubar ou enredar nossos passos! Considere
também que desamparo, incapacidade e
impotência miserável em nós mesmos para tudo o
que é bom; e que
propensão precipitada a tudo o que é mau.
Também temos que refletir sobre o que
fomos e o que ainda somos, uma vez que
professamos temer a Deus - e como,
quando entregues a nós mesmos, não fizemos
nada além de pecar e provocar Deus na Sua
face!

E assim, ao ler artigo por artigo, neste catálogo


longo e sombrio, ainda assim ter uma doce
persuasão de que a vida de Deus está em
nossa alma - percebemos, cremos, sentimos e
bendizemos a Deus por Sua superação, graça
superabundante, em manter esta vida divina
em nossa alma.
Realmente…. "Onde abundou o pecado,
superabundou a graça !" Rom. 5:20
Ele morreu para que pudesse curar nossas
almas com emplastro de seu próprio sangue,
e nos salvar por tal morte, da qual fomos
mesmo os causadores, por nossos próprios
pecados. E ele não tem o mesmo coração no
céu? "Saulo, Saulo, por que me persegues?",
exclamou o Cabeça no céu, quando o pé era
na terra pisado (Atos 9.4). Sua subida não o
fez esquecer de sua própria carne. Ainda que
esteja liberta da paixão, todavia, não
o está da compaixão para conosco. O leão da
tribo de Judá somente estraçalhará aqueles
que não querem que ele os governe (Lucas
19.14). Ele não mostrará sua força contra
aqueles que se prostram perante si. PARA
NÓS MESMOS 1. O que devemos aprender
disso, senão a chegar "com confiança
ao trono da graça" (Hb 4.16) em todas as
nossas ofensas? Desencorajar-nos-ão nossos
pecados, quando ele lá comparece apenas
pelos pecadores? Tu estás ferido? Tenhas
bom consolo, ele te chama.
Não escondas tuas feridas, exponhas tudo
perante ele e não aceites o conselho de
Satanás. Vá a Cristo, ainda que tremendo,
como a pobre mulher que disse: "Se eu tão-
somente tocar o seu vestido" (Mt9.21).
Seremos curados e receberemos uma
resposta graciosa. Vamos com confiança a
Deus em nossa carne; ele é carne da nossa
carne, e osso do nosso osso por esta razão,
para que possamos ir com segurança a ele.
Nunca temas ir a Deus, visto que temos com
ele um tal Mediador, que não
apenas é nosso amigo, mas nosso irmão e
marido. Bem podia o anjo proclamar do céu:
"Eis aqui vos trago novas de grande alegria"
(Lucas 2.10)

Bem podia o apóstolo nos incitar a regozijar


sempre no Senhor; "outra vez digo, regozijai-
vos" (Fp 4.4). Paulo estava bem informado
sobre as bases nas quais ele assim se portava.
Paz e gozo são dois dos principais frutos do
reino de Cristo.
Que o mundo seja como quiser, se não
pudermos regozijar no mundo, todavia
podemos regozijar no Senhor. Sua presença
faz de qualquer condição passível de
consolo. "Não temais", diz ele
aos discípulos, quando ficaram com medo,
como se tivessem visto um fantasma: "Sou
eu" (Mt 14.27), como se não houvesse causa
alguma para pavor onde estivesse ele
presente. 2. Que isso seja nosso apoio
quando nos sentimos feridos. O modo de
Cristo é, primeiramente, ferir, depois curar.
Nenhuma alma saudável, sà, entrará jamais
no céu. Pense que, quando em tentação,
Cristo foi tentado por mim; conforme
minhas provações
serão minhas graças e consolos. Se Cristo é
tão misericordioso que não me quebra, não
quebrarei a mim mesmo pelo desespero,
nem me renderei ao leão rugidor, Satanás,
para me fazer em pedaços. 3 . Veja a
disposição contrária de Cristo de um lado e
Satanás e seus instrumentos de outro.
Satanás nos ataca quando estamos mais
fracos, como Simeão e Levi contra os
siquemitas, "quando os homens estavam
doridos" (Gn 34.25, ARA), mas Cristo
consertará em nós todas as brechas que
Satanás e o pecado fizeram. Ele restaurará
"os contritos de coração" (Is 61.1).

Como uma mãe se torna mais terna para


com o filho mais enfermo e fraco, assim
também Cristo, misericordiosamente,
inclina-se para o mais enfraquecido. Da
mesma forma, ele põe nas coisas mais
fracas um instinto para que ponham sua
confiança em algo mais forte do que elas
mesmas para se apoiarem. A videira se
escora no olmeiro, e as criaturas mais
fracas, amiúde, têm os mais fortes abrigos.
A consciência da fraqueza da igreja a faz
desejosa de se recostar sobre seu amado, e
a se esconder sob sua asa.
QUEM SÃO OS CANIÇOS FERIDOS? Mas como
saberemos se nós somos os tais que podem
esperar misericórdia? Resposta: (1) Por ferido
aqui não se quer dizer aqueles que são
humilhados apenas pelas cruzes, mas os tais
que,
por elas, são levados a verem o próprio
pecado, o qual fere mais do que tudo. Quando
a consciência está sob a culpa do pecado,
então todo julgamento traz um relato da ira
divina à alma, e todos os problemas menores
entram nessa grande tribulação de
consciência causada pelo pecado. Como todos
os humores corruptos correm às partes mais
enfermas e feridas do corpo, e
como todo credor vai para cima do devedor
sempre que esse é aprisionado, assim,
quando a consciência é uma vez despertada,
todos os pecados de outrora e as cruzes do
presente ajuntam-se para fazer com que a
machucadura fique mais dolorida.
Ora, aquele que está ferido desse jeito não se
contentará com nada senão com a
misericórdia de quem o feriu. Ele feriu, e ele
deve curar (Os 6.1). O Senhor que me feriu
merecidamente por meus pecados deve
restaurar meu coração. (2) De novo, um
homem ferido de verdade julga o pecado
como o maior mal, e o favor divino,
o maior bem. (3) Ele preferiria antes ouvir
sobre a misericórdia a ouvir a respeito de um
reino. (4) Ele tem baixas opiniões a respeito
de si mesmo, e acha não ser digno da terra
onde pisa. (5) Para com os outros, ele não se
sente à vontade para adotar uma atitude de
censura, porém, é cheio de simpatia e
compaixão àqueles que estão debaixo da
mão de Deus. (6) Ele julga que aqueles que
andam nas consolações do Espírito de Deus
são os homens mais felizes do mundo. 7) Ele
treme diante da Palavra de Deus (Is 66.2), e
honra os próprios pés daqueles benditos
instrumentos que lhe trazem a paz
(Rm10.15).
(8) Ele está mais ocupado com os exercícios
íntimos
de um coração quebrantado do que com
formalismo, e, todavia, é cauteloso ao
empregar todos os santificados meios de
trazer consolo. Contudo, como chegaremos a
esse estado mental? Resposta: Em primeiro
lugar, devemos ter o conceito de ferir,
tanto como um estado para o qual Deus nos
traz, como uma obrigação a ser por nós
executada. As duas coisas têm o mesmo
sentido aqui. Devemos nos juntar a Deus em
ferir a nós mesmos. Quando ele nos humilha,
que nos humilhemos a nós próprios, e não
nos ergamos contra, porque, então, ele
redobrará seus golpes.

Que justifiquemos a Cristo em todos os seus


castigos, sabendo que todo seu lidar para
conosco é para nos fazer retornar dentro de
nossos próprios corações. Sua obra em ferir
acompanha a nossa obra em ferir a nós
mesmos. Que lamentemos nossa própria
perversidade, e digamos:
Senhor, que coração tenho eu, que carece
disso tudo, que nada disso possa ser
poupado! Devemos levantar
um cerco contra a dureza de nossos próprios
corações, e dar ao pecado toda a gravidade
que pudermos. Devemos olhar a Cristo,
que foi ferido por nós, olhar a ele, que foi
traspassado pelos nossos próprios pecados.
Mas todas essas instruções não prevalecerão,
a menos que Deus, por seu Espírito, nos
convença profundamente, pondo nossos
pecados diante de nós, e nos conduzindo a
uma paralisação. Então clamaremos por
misericórdia. A convicção gerará a contrição, e
essa leva à humilhação. Por conseguinte, que
seja do desejo de Deus que ele traga uma
clara e forte luz para todos os cantos de
nossas almas, e a acompanhe com um
espírito de poder para deixar nossos corações
abatidos. Não pode ser prescrita uma dada
medida de ferir de nós mesmos, mas deve ela
ser tal que
(1) possamos apreciar Cristo acima de tudo, e
ver que tinha que haver um Salvador; e (2) que
reformemos aquilo que está errado, ainda que
isso seja decepar nossa mão direita, ou
arrancar nosso olho direito. Há uma perigosa
atenuação
da obra de humilhação, alguns alegando isso
como pretexto para seu negligente trato com
seus próprios corações, pois que Cristo
não quebrará o caniço ferido; mas os tais
devem saber que todo terror momentâneo e
toda tristeza passageira não são os que nos
fazem ser caniços feridos; não inclinar a
cabeça "como um junco" (Is 58.5) mas um
trabalhar nossos corações para uma tal
tristeza de modo a tornar o pecado mais
odioso a nós do que a sua punição, até que
ofereçamos uma "santa violência" contra ele.
Mas, ao sermos favoráveis a nós mesmos,
trabalhamos para que Deus nos fira, e
para um contundente arrependimento
posterior.
E perigoso, confesso, em alguns casos, com
alguns espíritos, pressionar
demais e por tempo excessivo esse ferir,
porque eles podem morrer sob a ferida e o
fardo antes que possam se erguer novamente.
Logo, é bom, nas assembléias mistas, misturar
consolo para que toda alma possa ter a sua
devida porção. Porém, se temos isso
por verdade fundamental, que há mais
misericórdia em Cristo do que pecado em nós,
não pode haver perigo algum no trato
completo. É melhor ir ferido para o céu do que
são para o inferno. Portanto, que não tiremos
cedo demais, nem arranquemos o emplastro
antes que a cura seja operada, mas que nos
mantenhamos debaixo dessa obra até o pecado
se tornar o mais amargo, e Cristo, o mais doce,
entre todas as coisas. E, quando a mão de Deus
está sobre nós de qualquer modo, é bom
desviar nosso pecado para outras coisas até a
raiz de tudo, que é o pecado. Que nossa tristeza
corra o mais das vezes naquele canal, para que,
assim como pecado gera tristeza, também essa
possa consumi-lo.
Mas não somos feridos a não ser que
entristeçamo-nos mais pelo pecado do que
pela punição? Resposta: Algumas vezes,
nossa aflição, vinda de causas externas,
pode ficar mais pesada à alma do que a
tristeza pelo descontentamento de Deus,
porque, em tais casos, a angústia opera
sobre o homem todo, tanto externa quanto
internamente, e nada tem para apoiá-la,
senão uma pequena centelha de fé.

Tal fé, devido à violenta impressão causada


pela tristeza, suspende seus exercícios. Isso
é mais sentido em súbitas angústias que
sobrevêm à alma como uma torrente ou
enxurrada de terra, e especialmente em
enfermidades do corpo, o qual, devido à
empatia entre ele e a alma, opera sobre
essa até o ponto de obstar não somente os
atos espirituais, mas ainda os naturais.
Por conseguinte, Tiago deseja que, quando em
aflição, roguemos por nós mesmos, mas, em
caso de enfermidade, que chamemos "os
presbiteros" (Tiago 5.14). Esses podem, como
aquelas pessoas nos Evangelhos, levar a Deus
em suas orações a pessoa enferma que é
incapaz de apresentar seu próprio caso. Nisso,
Deus admite uma tal escusa, pela agudez e
amargura da aflição, como com Davi (S1 6). O
Senhor conhece nossa estrutura; lembra-se de
que somos pó (S1 103.14), que
nossa resistência não é a do aço.

Esse é um ramo de sua fidelidade a nós como


suas criaturas, daí a razão por que é ele
chamado "fiel Criador" (1 Pe 4.19). "Fiel é Deus,
que não vos deixará tentar acima do que podeis"
(1 Co 10.13). Havia certos mandamentos que os
judeus chamavam de as sebes da lei. A fim de
impedir os homens de cometerem crueldade,
Deus ordenou que não deveriam eles pegar a
fêmea com seu filhote,
nem cozer "o cabrito no leite de sua mãe" (Ex
23.19), nem atar "a boca ao boi" (1 Co 9.9).
Deus cuida das bestas, e não de sua
mais nobre criatura? E, por isso, devemos julgar
com caridade as queixas do povo de Deus que
estão assim apertados em tais
casos. Jó era por Deus reputado por homem
paciente, não obstante aquelas apaixonadas
lamentações. A fé que sobrepuja no presente
lançará bases para a próxima vez; e
o pesar pelo pecado, ainda que seja inferior em
violência ao pesar pela miséria, todavia, vai além
dela com constância; como um
arroio, alimentado por uma nascente, continua
correndo, quando um córrego cheio
subitamente para. Para concluir este ponto, e
para nos encorajar a uma obra de ferir
que seja cabal, e à paciência sob o ferir de Deus
para conosco, que saibam todos que ninguém é
mais apropriado ao conforto
do que aqueles que julgam a si mesmos serem
os mais distantes dele. Os homens, no mais das
vezes, não se sentem suficientemente perdidos
para terem um Salvador.
Um santo desespero em nós mesmos é a base da
verdadeira esperança. Em Deus os órfãos acham a
misericórdia (Os 14.3); se
os homens fossem mais órfãos, eles sentiriam mais
afeição paternal de Deus vinda do céu, pois o Deus
que habita nos mais altos céus
também habita com a alma mais humilde (Is 57.15).
As ovelhas de Cristo são ovelhas fracas, e são
carentes de uma coisa ou
outra; portanto, ele se dirige às necessidades de
cada uma delas. Ele busca aquela que estava
perdida, e traz de volta aquela que
se perdeu no caminho, e liga aquela que estava
quebrada, e fortalece a enferma (Ez 34.16). Seu mais
terno cuidado está
sobre a mais fraca. Os cordeiros ele leva no seu
regaço (Is 40.11). Ele diz a Pedro: "Apascenta as
minhas ovelhas" (João 21.15). Ele era o mais familiar
e suave possível às almas atribuladas. Era tão
cuidadoso que Pedro e o restante dos apóstolos não
ficariam
por muito tempo desalentados após sua
ressurreição! "Ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro"
(Marcos 16.7). Cristo sabia que a
culpa da maldade deles em abandoná-lo havia
abatido seus espíritos.
Quão gentilmente ele suportou a
incredulidade de
Tomé e quanto se rebaixou à fraqueza
dele, ao conceder-lhe que lançasse sua
mão no seu lado.
NÃO JOGUE O JOGO
DO DIABO

CAPÍTULO 4
O primeiro artificio de Satanás para atrair a
alma ao pecado é apresentar a isca e
esconder o anzol; apresentar a taça de ouro
e
esconder o veneno; apresentar a doçura, o
prazer e o beneficio que podem fluir sobre a
alma ao ceder ao pecado, e esconder da
alma a ira e a miséria que certamente se
seguirão ao cometer o pecado. Com esta
estratagema ele enganou nossos primeiros
pais: "E a serpente disse à mulher: Você não
morrerá, porque Deus sabe que no dia em
que você comer dela, seus olhos se abrirão, e
vocês serão como deuses, conhecendo o
bem e mal." (Gênesis 3:4-5). Seus olhos se
abrirão e vocês serão como deuses. Aqui está
a isca, o doce, o prazer, o beneficio. Ah, mas
ele esconde o anzol: a vergonha, a maldição e
a perda que certamente se seguiriam.
Há uma abertura dos olhos da mente para
contemplação e alegria, e há uma abertura
dos olhos do corpo para vergonha e confusão.
Ele lhes promete o primeiro, mas esconde o
segundo, e assim Satanás os engana, dando-
lhes uma maçà em troca de um paraíso, como
faz milhares de negócios hoje em nossos dias.

Satanás facilmente nos atrai para mentiras


falsas com suas iscas de ouro, e então nos leva
embora e nos deixa no paraíso dos tolos. Ele
promete honra, prazer e ganho à alma, mas
retribui com o maior desprezo, vergonha e
perda que pode haver. Com uma isca de ouro
ele lutou para pegar Cristo (Mateus 4:8, 9).
Mostra-lhe a beleza e as fascinações de
um mundo encantador, que sem dúvida teria
cativado muitos corações carnais; mas aqui o
fogo do diabo caiu sobre a palha
completamente molhada e, portanto, era
impossível pegar fogo.
Esses objetos tentadores não
conquistaram sua afeição e nem podiam,
nem deslumbraram seus olhos, embora
muitos tenham morrido eternamente da
"ferida do olho", e tenham se apaixonado
para sempre por essa vil prostituta do
mundo, que, expondo seus dois belos
seios de ALUGUEL e DE PRAZER, feriu
suas almas e as
lançou em total perdição. Ela, pelo brilho
de sua pompa e preferência, matou
milhões; como a cobra Anilus, que,
quando não consegue alcançar os
passantes em fuga, os deslumbra e
surpreende com suas belas cores, de
modo que eles não têm poder para
passar até que os tenha picado até a
morte. A adversidade matou mil, mas a
prosperidade
matou dez mil.
Remédio (1). Em primeiro lugar, mantenha-se o
mais longe possível do pecado e de brincar com a
isca de ouro que Satanás lança para
enlaçá-lo; para isso você tem (Romanos 12:9),
'Odeie o que é mau, apegue-se ao que é bom'.
Quando encontramos algo extremamente
ruim e contrário a nós naturalmente, a natureza
odeia e se afasta o máximo possível. A palavra
grega aqui traduzida como "ódio"
é muito significativa; significa odiá-lo como o
próprio inferno, odia-lo com horror. Anselmo
costumava dizer: "Se eu visse a vergonha do
pecado por um lado, e as dores do inferno por
outro, e tivesse que escolher um, eu preferiria ser
lançado no inferno sem pecado, do que ir para o
céu com o pecado". - tão grande era seu ódio e
ojeriza ao pecado. A coisa mais sábia e segura é
manter a maior distância do pecado; não se
aproximar da casa da prostituta, mas fugir de toda
aparência do mal
(Provérbios 5:8, 1 Tessalonicenses 5:22). A melhor
maneira de evitar cair no poço é ficar o mais longe
possível dele; aquele que é tão
audacioso a ponto de tentar dançar à beira do
poço, pode descobrir por experiência lamentável
que é justo para Deus deixar que ele caia no poço.
José fica longe do pecado e não brinca com as iscas
de ouro de Satanás, e se mantém firme. Davi se
aproxima, brinca com a isca, cai e engole a isca e o
anzol. Davi se aproxima da armadilha e é
apanhado nela, quebrando seus ossos, ferindo sua
consciência e perdendo a
comunhão com seu Deus. O pecado é uma praga,
sim, a pior e mais contagiosa praga do mundo; e
ainda assim, ah! quão poucos são aqueles que
tremem diante dele, que mantêm distância dele! (1
Cor. 5:6) - "Não sabeis que um pouco de fermento
leveda toda a massa?" Assim que um único pecado
tomou conta do coração de Adão, TODO pecado
entrou em sua alma e o infestou. Como também o
único pecado de Adão se espalhou por toda a
humanidade! (Romanos 5:12) - "Portanto, assim
como por um homem entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos
pecaram."
Ah, como o pecado do pai contamina o filho, o
do marido a mulher, o do senhor o servo! O
pecado que está no coração de um homem é
capaz de contagiar um mundo inteiro, é de
natureza tão contagiosa e propagadora assim.
Temos a história do romano, que primeiro fez
seu inimigo negar a Deus, e depois o
esfaqueou, assassinando assim corpo e alma,
assim é declarada a malignidade pura do
pecado; e ah! Que o que foi dito sobre este
assunto prevaleça em você, para que você
mantenha distância do pecado. Remédio (2).
Considere que o pecado nada mais é do que
um
doce amargo. Essa aparente doçura no
pecado desaparecerá rapidamente; e em seu
lugar virá a vergonha, a dor, o horror e
o terror duradouros: "O homem saboreou o
sabor da maldade da comida como uma
delícia, deixando-a derreter sob sua língua
Ele a saboreou, segurando-a longamente na
boca.
Mas de repente a comida que ele comeu se torna
azeda dentro dele, um veneno no seu estômago."
(Jó 20:12-14) Os ganhos e prazeres proibidos são
mais agradáveis para os homens vaidosos e
orgulhosos, que contam com a alegria da loucura -
que não
alimentam, mas dilaceram e consomem o ventre e
a alma que os recebe. Muitos comem na terra o que
digerem no inferno. Os
bocados assassinos do pecado enganam quem os
comem. O pomo de Adão era um doce azedo; a
tigela de guisado de Esaú
era um doce azedo; a codorna dos israelitas, um
doce azedo; o mel de Jônatas, um doce azedo; e as
iguarias de Adonias, um
doce amargo. Os homens não devem pensar em
dançar e jantar com o diabo, e depois cear com
Abraão, Isaque e Jacó no reino
dos céus; alimentem-se do veneno das víboras, e
será impossível não deixar que a língua da víbora os
mate. Quando a áspide pica um homem, primeiro
faz cócegas nele de tal maneira que o faz rir, até
que o veneno, pouco a pouco, chega ao coração, e
então o destrói mais do que o deleitou.
A mesma coisa
acontece com o pecado; pode agradá-lo um
pouco no início, mas no final sua alma vai doer
infinitamente; sim, se houvesse o menor
deleite real no pecado, não poderia haver
inferno consumado, onde os homens seriam
mais atormentados com seus pecados.

Remédio (3). Considere solenemente que o


pecado causará a maior e mais triste perda que
nossas almas podem sofrer. Provocará a perda
daquele favor divino que é melhor que a vida, e
a perda daquela alegria indescritível e cheia de
glória, e a perda daquela paz que
excede o entendimento, e a perda daquelas
influências divinas pelas quais a alma é
revigorada, vivificada, elevada, fortalecida e
alegrada, e a perda de muitas misericórdias
externas desejáveis, que a alma poderia ter
desfrutado de outra forma. Remédio (4).
Considere seriamente que o pecado é de
natureza muito enganosa e fascinante.
O pecado vem do maior enganador, é filho
de
sua própria educação maliciosa, é a base de
todo engano no mundo, e é em sua própria
natureza o mais enganoso. "Mas exortai-vos
uns aos outros todos os dias, enquanto se
chama 'hoje', para que nenhum de vós seja
endurecido pelo engano do pecado."
Hebreus.
3:13. Ele beijará a alma e parecerá tentador
para a alma, mas a trairá para sempre - é o
Judas final. Ele sorrirá para nós como Dalila,
para nos entregar nas mãos do diabo, como
ela fez com Sansão nas mãos dos filisteus.

O pecado dá a Satanás um poder sobre nós


e uma vantagem para nos acusar e
reivindicar, como aqueles que usam sua
insígnia; é de uma natureza muito
fascinante; encanta a alma, parecendo estar
no trono, que a alma não pode deixá-lo,
mesmo que pereça eternamente por ele.
O pecado enfeitiça tanto a alma que a faz
chamar o mal de bem e o bem de mal; amargo
de doce e o doce de amargo, luz de escuridão
e escuridão de luz; e uma alma assim
enfeiticada pelo pecado resistirá até a morte,
na ponta de uma espada com Deus; que Deus
golpeie e fira, e corte até o osso, mas a alma
enfeitiçada não se importa, não teme, (A nãos
ser que aja um chamado soberano todo-
poderoso de
Deus ) mas continuará em um curso de
maldade, como você pode ver em Faraó,
Balaão e Judas. Diga à alma enfeitiçada que o
pecado é uma víbora que certamente a matará
quando não for morta, que o pecado muitas
vezes mata secretamente, insensivelmente,
eternamente, mas a alma enfeitiçada não
pode e não deixará de pecar.
Quando os médicos disseram a Teótimo que se
ele não se abstivesse da embriaguez e da
impureza perderia os olhos, seu coração estava
tão enfeitiçado por seus pecados, que ele
respondeu: 'Então adeus, doce luz'; ele preferiu
perder os olhos, em vez de deixar seu pecado.
Assim, um homem enfeitiçado pelo pecado
prefere perder Deus, Cristo, o céu e sua própria
alma, do que se separar de seu pecado. Portanto,
sempre tome cuidado para não brincar ou jogar o
jogo do diabo! Jamais mordisque as iscas
douradas de Satanás!

( Sermão de Thomas Brooks -1608 - 1680-)


CAPÍTULO 5
"Todos estes morreram na fé, sem terem recebido
as promessas: mas vendo-as de longe, e crendo-as
e abraçando-as, confessaram que eram
estrangeiros e peregrinos na terra". Hebreus 11:13

Pela fé, Moisés, por exemplo, tomou uma decisão


crítica. A regeneração sempre leva o homem a
isso. Não é uma coisa periférica na vida, é abraçar
algo tão diferente de toda sociedade a nossa volta,
que a única declaração que explica os novos
desejos,
novas prioridades, novos valores, novas
motivações, novas afeições.. é essa: Eu sou
estrangeiro e peregrino neste mundo, não sou
daqui. Essa declaração transborda do homem
regenerado. Porque ele se sente um estranho
neste mundo ímpio. Este mundo não é mais
seu elemento, não é mais sua casa. Você é um
estranho. Um estranho para seu labor, um
estranho para as suas máximas, um estranho para
suas modas camaleônicas, um estranho para seus
princípios de vida, um estranho para todos os seus
motivos, um estranho para suas concupiscências,
um estranho para todas
as suas inclinações.
Tudo que move este mundo não é mais seu
ambiente nativo. Todas essas coisas juntas
estavam no coração de Moisés que ele se
recusou ser chamado de filho da filha de faraó
(Hb11.24). O coração
dele agora era um estranho no grande Egito. Se a
luta contra o mundo, não flui de dentro, desse
coração que agora é um estranho neste
mundo, a Graça não separou você ( pelo menos
não ainda). Moisés não estava saindo do Egito
levando um coração arrasado por ter
que partir. No seu coração ele já havia partido. É
isso que a graça faz ao separar um homem.
A decisão de Moisés, não foi algo irrefletido,
emocional, passageiro.. Ele olhou, a Bíblia diz,
para "os prazeres do pecado" - e não é que
ele podia suportar ficar sem eles - eles não eram
seu mundo mais. Ele olhou "os prazeres do
pecado", e preferiu ser "maltratado com o
povo de Deus" (Hb 11.25).

Ele era um homem jovem, ele era um príncipe.


Lembre que ele não tomou essa decisão num
vácuo existencial.
Algo aconteceu e toda
visão de vida de Moisés foi alterada, foi alterado
completamente a avaliação dos prazeres e
tesouros mundanos. O ponto central que Hebreus
11.26 nos mostra é que Moisés teve "por maiores
riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros
do Egito..
Hebreus 11:26 - ou seja, o abuso, o sofrimento, e o
estigma de viver para Deus num mundo alienado
de Deus, para ele era uma riqueza maior do que
os palácios do maior Império do mundo até então.
O que aconteceu com Moisés? Quando a Graça
separa você pelo
poder soberano de Deus, embora você esteja no
mundo, sabe que não é dele. Eu quero dizer
claramente que se você estiver em casa
neste mundo, se as coisas do tempo e do sentido
são ainda o teu elemento, se você se sente um
com as máximas do mundo, se teu
cristianismo tenta cristianizar estas coisas, se está
em acordo com os princípios e motivação do
grande mundo estranho a Graça de Deus - A Graça
não atingiu teu coração e a fé descrita neste
capítulo de Hebreus, a fé dos eleitos, ainda não
habita em teu seio.
O que aconteceu com Moisés? Ele firmou um
longo e honesto olhar sobre tudo que ser um
príncipe do Egito, neto do homem que era
adorado como um deus, poderia lhe oferecer.
Não pense nele como um homem ingênuo, que
tomou uma simples atitude passional…… Ele sabia
exatamente o que estava a sua frente, ele sabia
exatamente o que estava deixando para trás. Nós
só podemos palidamente imaginar o que ser neto
de Faraó
envolvia. Riqueza além de nossos sonhos,
ilimitadas oportunidades sexuais em seus haréns,
poder, influência, conforto, autoridade, fama,
respeito, veneração... A Bíblia chama dos
"tesouros do Egito!" - Mas Moisés disse: Não!! É
isso que a Graça soberana faz! Ele escolheu a dor,
o sacrifício, a censura daquele reino... O apelo que
o Egito exercia sobre todos, perdeu o poder sobre
Moisés. Grandes oportunidades de gratificação
sexual, poder, dinheiro, influência, fama.. A Graça
que separa leva um homem como Moisés olhar
para tudo isso e dizer: É brincadeira? Isso é tudo
que o Egito tem para oferecer? Perto do prazer
que eu tenho em Cristo, isso que vocês tem não
tem a menor chance em meu coracão!
Quando a Graça separa um homem ele não tenta
cristianizar o "Egito", não tenta cristianizar o mundo,
ele o deixa. O primeiro
efeito da graça é separar! Foi assim no caso de
Abraão. Ele foi chamado pela graça para deixar a
terra de seus pais. A Graça separa e diz: "Por isso saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não
toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei
para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz
o Senhor Todo-Poderoso".2 Coríntios 6:17-18 Esse
separação só é possível porque a Graça a fez no
coração do homem regenerado. Por isso Moisés
podia olhar o Egito com aquela nova perspectiva.
Separação de coração, separação de princípios,
separação de afetos, separação de espírito... E o que
acontece com o toque da Graça operando a fé dos
eleitos. Você é um estranho neste mundo, e isso se
tornará manifesto por sua vida. O desejo ardente é:
Honrar nosso Redentor,
Glorificar nosso Pai Celestial, e Gratificar a natureza
sagrada que o Espírito Santo por Graça tem
transmitido a nós. A lei de Deus que era objeto de
nosso medo e desprazer, agora
é o nosso objeto de amor! - "Oh! quanto amo a tua
lei! É a minha meditação em todo o dia. Salmos
119:97
Ele é uma nova criação de Deus, e é exatamente
o oposto da natureza carnal com a qual entra
em conflito, "Porquanto a
inclinação da carne é inimizade contra Deus,
pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em
verdade, o pode ser". Romanos 8.7 - O homem
deve ser novamente criado, uma nova criação,
antes que ele possa deliciar-se com a lei de
Deus. Moisés simplesmente fez com seu novo
coração uma avaliação cuidadosa e espiritual do
que o Egito ofereceu contra o que tinha agora
em Deus e chegou a conclusão de todos aqueles
que foram separados pela Graça: Isto é o melhor
que o Egito pode fazer e oferecer? Eu tenho uma
oferta muito, mas muito melhor do que isso. Só
um completo estúpido preferiria os prazeres do
Egito em detrimento de sofrer com o povo de
Deus
agora e desfrutar agora e para sempre da beleza
e alegria infinitas da glória de Deus na face de
Cristo. A Graça de fato o separou!!!
Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo
do que os tesouros do Egito; porque tinha em
vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não
temendo a ira do rei; porque ficou firme, como
vendo o invisível. Hebreus 11:26-27
CAPÍTULO 6
Alguém me perguntou: Você ora pelos mortos? Eu
respondi: Não! Eu prego pra eles.
Leonard Ravenhill

Porque qualquer outra mensagem que não remete


a morte de cruz e ao novo nascimento é
totalmente inútil. Assim era a mensagem que o
apóstolo Paulo anunciou e deixou como
ensinamento: Porque decidi nada saber entre vós,
senão a Jesus Cristo e este crucificado. (1Coríntios
2:2) nosso papel é acompanhar cortejos fúnebre e
do outro lado comemorarmos o novo nascimento.
A mensagem da Cruz é loucura pois não pode ser
compreendida pelo homem natural! Somente o
homem espiritual pode compreender aquilo que é
do alto. A vida é apenas uma jornada - uma
jornada do presente mundo fugaz para o mundo
eterno.
"Durante o dia o Senhor ia adiante deles numa
coluna de nuvem para guiá-los no seu caminho, e
de noite numa coluna de fogo
para os alumiar, para que pudessem viajar de dia e
de noite."
(Êxodo 13:21) Israel precisava de um GUIA em
sua jornada do deserto para
a terra prometida. Eles tinham uma longa
jornada pela frente, que levaria
quarenta anos. Eles tiveram que viajar por um
caminho estranho, no qual nunca haviam pisado
antes.

Numerosos inimigos se esforçariam para


obstruir seu progresso. Muitos perigos se
alinhavam no caminho E eles tinham corações
maus e enganosos! Companheiros cristãos - não
é assim conosco? Vamos viajar para um país que
o Senhor nosso Deus nos falou
A jornada é longa e difícil. Leva cerca de vinte,
quarenta, sessenta ou setenta anos para viajar
da terra para o céu. É um caminho estranho. Um
caminho que ninguém conhece
- um caminho que nunca trilhamos antes. Um
caminho que por natureza nunca poderíamos
encontrar e do qual tendemos a nos desviar.
Estamos cercados por inúmeros inimigos,
visíveis e invisíveis: O MUNDO franzindo a
testa como um perseguidor determinado,
ou bajulando como um enganador básico -
é nosso inimigo. Agora, uma hora por seus
escárnios, sarcasmos ou espada - e então,
em outro momento, por suas vaidades
douradas, iscas agradáveis à carne e
adulações - ele se esforça para nos desviar
dos caminhos retos do Senhor. SATANÁS e
seus anfitriões - astutos, ardilosos, cruéis,
unidos, perseverantes e determinados - se
propuseram a nos aterrorizar e nos
expulsar, ou nos desviar do caminho, E o
pior de tudo, em nossa própria natureza,
temos um
inimigo determinado que é... sempre
presente,
sempre vigilante, sempre poderoso.
Sim, a CARNE cobiça contra o Espírito.
Encontramos uma lei em nossos membros
guerreando contra a lei de nossas mentes.
O mundo, a carne e o diabo combinam-se para opor-
se ao nosso progresso, nos atrapalhar em nossa
marcha, e, se possível, para nos destruir no deserto!
Então, há tantos perigos: as imponentes rochas da
presunção, os pântanos da dúvida e do medo, as
armadilhas do erro, as ravinas do pecado voluntário,
as serpentes ardentes da tentação, os escorpiões da
luxúria indulgente,
a luz do sol - e a sombra; as areias áridas - e os vales
verdejantes; as rochas de granito - e os riachos
fluindo - todos eles têm perigos escondidos neles!
Não podemos ser confiáveis sozinhos, em nós
mesmos, por um momento
sequer - se quisermos estar seguros. Pior de tudo,
há nossos corações duvidosos e enganosos! Com..
uma viagem tão longa,
um caminho tão estranho. tantos inimigos,
tantos perigos e corações tão incrédulos -
podemos alcançar a terra prometida? Nós podemos?
Não se formos entregues a nós mesmos! Não se
liderados apenas por Moisés. Devemos ter um guia.
que conhece bem a estrada; que pode conquistar
nossos muitos inimigos; que pode nos conduzir com
segurança através de todos os nossos perigos, que
pode suportar nossos corações e vidas teimosos!
Precisamos de um guia... cuja sabedoria é
perfeita, cujo poder é todo-poderoso,
cujo cuidado é constante, cuja paciência é
imutável, cuja misericórdia dura para sempre!
Deus providenciou exatamente o que os israelitas
precisavam no deserto - um guia para guiá-los de
dia e de noite. Ele foi adiante deles - apontando a
estrada, limpando-a de dificuldades
intransponíveis e conduzindo-os por ela. Isto é
exatamente o que nosso bom e gracioso Deus faz
por nós! Ele está realmente presente conosco -
embora invisível para nós. Ele nunca está longe
de qualquer um de nós. Ele marca o nosso
caminho, remove todos os obstáculos reais do
nosso caminho e nos conduz passo a passo no
caminho para a terra prometida! Naturalmente
não conhecemos o caminho certo; a nós
mesmos, escolheríamos o atalho, o caminho
suave e a estrada bem frequentada. Mas Ele nos
conduz em ziguezague, por uma estrada áspera e
irregular - onde há poucos companheiros de
viagem. A escolha dele
é a melhor. A maneira que Ele aponta é a única
correta.
E para nos humilhar, nos testar e mostrar o que está
em nossos corações. É onde podemos andar pela fé -
e não pela vista. É para nos ensinar nossa
necessidade dele mesmo - e para nos levar a nos
apegar a Ele. "Pois este Deus é o nosso Deus para
todo o sempre; Ele será nosso guia até a morte",
através da morte e além dela! "Eu o instruirei e o
ensinarei no caminho que você deve seguir! Eu o
guiarei com meus olhos!" Salmo 32:8
DIANTE DA
PORTA ESTREITA

CAPÍTULO 7
"Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, tome a sua cruz, e siga-me" - (Mateus
16:24). Antes de desenvolver o tema deste
verso, comentemos os seus termos. "Se
alguém": o dever imposto é para todos os que
desejam se unir aos seguidores de Cristo e
alistar sob a Sua bandeira. "Se alguém quer".
o grego é muito enfático, significando não
somente o consentimento da vontade, mas o
pleno propósito de coração, uma resolução
determinada. "Vir após mim": como um servo
sujeito ao seu Mestre, um estudante ao seu
Professor, um soldado ao seu Capitão.
"Negue": o grego significa "negar totalmente".
Negar a si mesmo: sua natureza pecaminosa e
corrompida. "E tome": não passivamente
sofra ou suporte, mas assuma
voluntariamente, adote ativamente.
"Sua cruz": que é desprezada pelo mundo,
odiada pela carne, mas que é a marca
distintiva de um cristão verdadeiro. "E siga-
me". viva
como Cristo viveu - vivendo em Cristo e pelo
seu poder -por sua graça soberana, viva para
a glória de Deus. O contexto imediato é mais
solene e impressionante. O Senhor Jesus
tinha acabado de anunciar aos Seus
apóstolos, pela primeira vez, a aproximação
de Sua morte de humilhação (v.21). Pedro se
assustou, e disse, "Tem compaixão de Ti,
Senhor" (v. 22). Isto expressou a política da
mente carnal. O caminho do mundo é a
procura para si mesmo e a defesa de si
mesmo. "Tenha compaixão de ti" é a soma
de sua filosofia, do humanismo, do homem
natural. Mas a doutrina de Cristo não é "salva
a ti mesmo", mas sacrifica a ti mesmo. Cristo
discerniu no conselho de Pedro uma tentação
de Satanás (v.23), e imediatamente a rejeitou.
Então, voltando-se para Pedro, disse: Não
somente "deve" o Cristo subir à Jerusalém e
morrer, mas todo aquele que desejar ser um
seguidor dEle, deve tomar sua cruz (v. 24). O
"deve" é tão imperativo num caso como no outro.
Mediatoriamente, a cruz de Cristo
permanece sozinha; mas experiencialmente, ela é
compartilhada por todos que entram na vida. O
que é um "cristão? Alguém que sustenta
membresia em alguma igreja terrena? Não.
Alguém que crê num credo ortodoxo? Não.
Alguém que adota um certo modo de conduta?
Não. O que, então,
é um cristão? Ele é alguém que renunciou a si
mesmo e recebeu a Cristo Jesus como Senhor
(Colossenses 2:6). Ele é alguém que toma o jugo
de Cristo sobre si e aprende dEle que é "manso e
humilde de coração" Ele é alguém que foi
"chamado à comunhão de seu Filho Jesus Cristo,
nosso Senhor" (1 Coríntios 1:9): comunhão em
Sua obediência e sofrimento agora, em Sua
recompensa e glória no futuro sem fim. Não há
tal coisa como pertencer a Cristo e viver para
agradar a si mesmo.
Não cometa engano neste ponto, "E qualquer que
não tomar a sua cruz e não vier após mim não
pode ser meu discípulo" (Lucas 14:27),
disse Cristo. E novamente Ele declarou, "Mas
aquele (ao invés de negar a si mesmo) que me
negar diante dos homens (não "para" os
homens: é conduta, o caminhar, que está aqui em
vista), também eu o negarei diante de meu Pai, que
está nos céus" (Mateus 10:33).

A vida cristà começa com um ato de auto-renúncia,


e é continuada pela auto-mortificação (Romanos
8:13). A primeira pergunta de Saulo de Tarso,
quando Cristo o apreendeu, foi, "Senhor, que
queres que eu
faça?". A vida cristà é comparada com uma
"corrida", e o corredor é chamado para "deixar
todo embaraço e o pecado que tão de perto nos
assedia" (Hebreus 12:1), cujo "pecado" é o amor por
si mesmo,
o desejo e a determinação de ter o nosso "próprio
caminho" (Isaías 53:6).
O grande alvo, fim e tarefa posta diante do
Cristão é seguir a Cristo - seguir o exemplo que
Ele nos deixou (1 Pedro 2:21), e Ele "não agradou
a si mesmo" (Romanos 15:3). E há dificuldades
no
caminho, obstáculos na estrada, dos quais o
principal é o ego. Portanto, este deve ser
"negado". Este é o primeiro passo para
se "seguir" a Cristo. O que significa para um
homem "negar a si mesmo" totalmente?
Primeiro, isto significa o completo repudiar de
sua própria bondade. Significa cessar de
descansar sobre quaisquer obras nossas, para
nos recomendar a Deus. Significa uma aceitação
sem reservas do veredicto de Deus que "todas as
nossas justiças [nossas melhores performances],
são como trapo da imundícia" (Isaías 64:6). Foi
neste ponto que Israel falhou: "Porquanto, não
conhecendo a
justiça de Deus e procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de
Deus (Romanos 10:3). Agora, contraste
com a declaração de Paulo: "E seja achado nEle,
não tendo justiça própria" (Filipenses 3:9).
Para um homem "negar a si mesmo"
totalmente, deverá renunciar completamente
sua própria sabedoria. Ninguém pode entrar
no reino dos céus, a menos que tenha se
tornado "como criança" (Mateus 18:3). "Ai dos
que são sábios a seus próprios olhos e
prudentes em seu próprio conceito!" (Isaías
5:21). "Dizendo-se sábios, tornaram-se
loucos" (Romanos 1:22). Quando o Espírito
Santo aplica o Evangelho em poder numa
alma, é para "destruir os conselhos e toda
altivez que se levanta contra o conhecimento
de Deus, e levando cativo todo entendimento
à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5). Um
moto sábio para todo cristão adotar é "não te
estribes no teu próprio entendimento"
(Provérbios 3:5). Para um homem "negar a si
mesmo" totalmente, deverá renunciar
completamente sua própria força. É "não
confiar na carne" (Filipenses 3:3). É o coração
se curvando à declaração positiva de Cristo:
"Sem mim, nada podeis fazer" (João 15:5).
Este é o ponto no
qual Pedro falhou: (Mateus 26:33). "A soberba
precede a ruína, e a altivez do espírito precede a
queda" (Provérbios 16:18). Quão necessário é,
então, que prestemos atenção à 1 Coríntios 10:12:
"Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não
caia"! O segredo da força espiritual reside em
reconhecer nossa fraqueza pessoal: (veja Isaías
40:29; 2 Crônicas 12:9). Então, "fortifiquemo-nos
na graça que há em Cristo Jesus" (2 Timóteo 2:1).

Para um homem "negar a si mesmo" totalmente,


deverá renunciar completamente sua própria
vontade. A linguagem do não-salvo é, "Não
queremos que este Homem reine sobre nós"
(Lucas 19:14). A atitude do cristão é, "Para mim, o
viver é Cristo" (Filipenses 1:21)
- honrá-Lo, agradá-Lo, servi-Lo. Renunciar sua
própria vontade significa atender à exortação de
Filipenses 2:5, "Que haja em vós
o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus", o qual é definido nos versos que
imediatamente seguem como de abnegação.
É o reconhecimento prático de que "não sois de
vós mesmos, porque fostes comprados por
bom preço" (1 Coríntios 6:19,20). É dizer com
Cristo, "Não seja, porém, o que eu quero, mas o
que tu queres" (Marcos 14:36). Para um homem
"negar a si mesmo" totalmente, deverá
renunciar completamente suas luxúrias ou
desejos carnais. "O ego do homem
é um feixe de ídolos" (Thomas Manton,
Puritano), e estes ídolos devem ser repudiados.
Os não-cristãos são "amantes de si mesmos" (2
Timóteo 3:1); mas aquele que foi regenerado
pelo Espírito diz com Jó, "Eis que sou vil" (40:4),
"Eu me abomino" (42:6). Dos não-cristãos está
escrito, "todos buscam o que é seu e não o que
é de Cristo Jesus" (Filipenses 2:21); mas dos
santos de Deus está registrado, "eles não
amaram a sua vida até à morte" (Apocalipse
12:11). A graça de Deus está "ensinando-nos
que, renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas, vivamos neste
presente século sóbria, justa e piamente" (Tito
2:12).
Esta negação do ego que Cristo requer de todos
os Seus seguidores deve ser universal. Não há
nenhuma reserva, nenhuma exceção feita:
"Nada disponhais para a carne no tocante às
suas concupiscências" (Romanos 13:14). Deve
ser constante, não ocasional: "Se alguém quer
vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia
tome a sua cruz e siga-me" (Lucas 9:23). Deve
ser espontânea, não forçada, realizada com
satisfação, não relutantemente: "Tudo quanto
fizerdes, fazei-o
de todo o coração, como para o Senhor e não
para homens" (Colossenses 3:23). O, quão
impiamente o padrão que Deus colocou
diante de nós tem sido rebaixado! Como isso
condena a vida acomo dada, agradável à carne
e mundana de tantos que professam (mas, de
maneira và) que eles são "cristãos"!

"E tome a sua cruz". Isto se refere não à cruz


como um objeto de fé, mas como uma
experiência na alma.
Os beneficios legais do Calvário são recebidos
através do crer, quando a culpa do pecado é
cancelada, mas as virtudes experimentais da
Cruz de Cristo são somente desfrutadas à
medida que somos, de um modo prático,
"conformados com a Sua morte" (Filipenses
3:10). É somente à medida que realmente
aplicamos a cruz às nossas vidas diárias,
regulamos nossa conduta pelos seus
princípios, que ela se torna
eficaz sobre o poder do pecado que habita
em nós. Não pode haver ressurreição onde
não há morte, e não pode haver andar prático
"em novidade de vida" até que "carreguemos
no corpo o morrer do Senhor Jesus" (2
Coríntios 4:10). A "cruz" é o sinal, a evidência,
do discipulado cristão. É sua "cruz", e não o
seu
credo, que distingue um verdadeiro seguidor
de Cristo do mundano religioso.
A SIMPLICIDADE
DA FÉ

CAPÍTULO 8
Um explicação do príncipe dos pregadores.

A FÉ PARECE A MUITOS uma coisa difícil. A


verdade é que, só é difícil porque é fácil.
Naamã achou difícil se lavar no Jordão; mas
se fosse algo grande, ele teria feito
imediatamente com alegria. As pessoas
pensam que a salvação deve ser o resultado
de um ato ou sentimento, muito misteriosos,
e muito difíceis; mas os pensamentos de
Deus não são os nossos pensamentos, nem
os Seus caminhos como os nossos. A fim de
que o mais fraco e o mais ignorante possam
ser salvos, ele fez o caminho da salvação tão
fácil quanto o A, B, C. Não há nada nele que
confunda ninguém; somente que, como todo
mundo espera ser confundido por ele, muitos
ficam aturdidos quando descobrem-no
grandemente simples. O fato é que nós não
cremos quando Deus é sério quando diz;
agimos como se não pudesse ser verdade.
Eu ouvi falar de um professor de escola dominical
que realizou um experimento que não penso que
eu mesmo tentaria com as crianças, pois parece
ser bem cara. De fato, eu acredito que o
resultado no meu caso seria muito diferente
daquele que agora descrevo. Esse professor
havia tentado ilustrar o que era fé, e, como não
conseguia colocar nas mentes dos meninos, ele
pegou seu relógio, e disse, “agora, eu vou lhe dar
esse relógio, João. Você o aceita?” João começou a
pensar o que o professor quereria dizer, e não se
apossou do tesouro, nem deu resposta alguma.
O professor falou ao próximo menino, “Henrique,
aqui está o relógio. Você o aceita?” O garoto, com
uma modéstia bem própria, respondeu, “Não,
obrigado, senhor”. O professor tentou a vários
meninos com o mesmo resultado; até que um
mais novo, que não era tão sábio nem tão
pensativo quanto os outros, mas muito mais
crédulo, disse com a maior naturalidade,
“Obrigado, senhor”, e pôs o relógio em seu bolso.
Então os outros alunos despertaram para um
fato instigante: seu colega recebeu um relógio
que eles recusaram.
Um dos garotos rapidamente perguntou ao
professor, “ele pode ficar com ele?”, “Claro que sim”,
disse o professor, “eu ofereci a ele, e ele aceitou. Eu
não daria algo e depois pegaria de volta; isso seria
tolice. Eu pus o relógio diante de vocês, e eu disse
que daria a vocês, mas nenhum de vocês o recebeu”.
“Oh”, disse o garoto, “se eu soubesse que você falava
sério, eu o teria recebido”. Claro que ele teria. Ele
achou que era apenas uma representação, e nada
mais. Todos os outros garotos estavam num triste
estado de mente pensando que eles haviam perdido
o relógio. Cada um clamou, “professor, que não
achei que era sério, mas eu pensei” - Nenhum pegou
o presente, mas todos pensaram. Cada um tinha sua
teoria, exceto o menino de mente simples que
acreditou no que lhe foi dito, e recebeu o relógio. Eu
gostaria de ser sempre uma criança simples para
acreditar literalmente no que o Senhor diz, e receber
o que Ele põe diante de mim,

descansando contente que Ele não está brincando


comigo, e que eu não posso estar errado ao aceitar
o que Ele põe diante de mim no evangelho.
Seríamos felizes se confiássemos, e não
levantássemos nenhum tipo de questão. Mas,
veja! Pegaremos-nos pensando e duvidando.
Quando o Senhor apresenta Seu Filho querido
diante e um pecador, aquele pecador deveria
recebê-lo sem nenhuma hesitação. Se você o
receber, você o terá; e ninguém poderá tirá-lo de
você. Estenda sua mão, homem, e o receba de
uma vez! Quando questionadores aceitam a Bíblia
como literal e verdadeira, e vêm que Jesus é
realmente dado a todo aquele que confia nele,
todas as dificuldades para entender o caminho da
salvação desaparecem como a geada da manhã
ao nascer do sol.

Charles Spurgeon conhecido como o príncipe dos


pregadores recebeu duas questionadoras certa
vez em seu gabinete. Elas ouviram o evangelho
por apenas um curto período de tempo, mas
ficaram muito impressionadas por ele. Elas
expressaram seu arrependimento de que em
breve se mudariam para bem longe, mas
apresentaram sua gratidão pelo fato de poderem
ter ouvido o homem de Deus.
Ele ficou animado pelos seus “muito obrigados”

gentis, mas ficou ansioso também de que um


trabalho mais eficiente deveria lhes ser feito, e por
isso perguntou a elas, “vocês de fato creram no
Senhor Jesus Cristo? Vocês estão salvas?”. Uma
delas respondeu, “eu tenho me esforçado por
acreditar”. Veja oque essa mulher disse. Eu já ouvi
esse depoimento várias vezes, mas nunca o
deixarei passar por mim sem ser desafiado. “Não”,
ele disse, “Isso não é assim. Você já disse alguma
vez a seu pai que você tentou crer nele?”. Depois
de um tempo sobre o assunto, elas admitiram que
tal linguagem seria ofensiva ao pai delas. Então ele
apresentou o evangelho todo a elas na linguagem
mais simples que conseguiu, e ele lhes pediram
que cressem em Jesus, que é mais digno de fé que
o melhor dos pais.

Uma delas respondeu, “eu não consigo perceber


isto; não consigo perceber que estou salva”. Então
Spurgeon disse, “Deus dá testemunho de Seu Filho,
que todo aquele que confia no Filho está salva.
Você o fará mentiroso agora, ou crerá na Sua
palavra?”.
Enquanto ele falava, uma delas ficou como que
atônita, e surpreendeu a nós quando começou
a chorar, “Oh senhor, eu vejo claramente; Eu
estou salva! Oh, Jesus me abençoou; Ele me
mostrou o caminho, e Ele me salvou! Eu vejo
tudo”. A estimada irmã que trouxe essas duas
jovens para o homem de Deus ajoelhou-se
com elas, enquanto que, em seus corações,
louvavam e engrandeciam o Senhor, por mais
uma alma que Ele trouxe à luz. Uma das duas
irmãs, no entanto, não podia ver o evangelho
como a outra, por mais que ele estivesse
seguro de que ela iria ser convencida depois de
algum tempo. Não parece estranho que,
ambas ouvindo as mesmas palavras, uma veio
à luz, e outra permaneceu na escuridão?

A mudança que há no coração quando o


entendimento agarra o evangelho é
normalmente refletido na face, e lá brilha
como a luz do céu.
Tal alma recentemente iluminada geralmente
clama, “Porque, senhor, é tão claro; como
nunca havia percebido antes? Agora eu
entendo tudo que leio na Bíblia, mas não
podia fazê-lo antes. Tudo aconteceu em um
minuto, e agora eu vejo aquilo que eu nunca
entendia antes”. O fato é que a verdade era
sempre clara, mas eles estavam procurando
por sinais e sabedoria, e com isso não viam o
que estava junto a eles. O velho homem
frequentemente procura seus espetáculos
quando eles estão na sua testa; e observa-se
comumente que falhamos de ver o que está
logo diante de nós. Cristo Jesus está diante de
nossos rostos, e precisamos apenas olhar
para Ele, e viver; mas nós causamos toda sorte
de embaraço disso, e criamos um labirinto
daquilo que é simples e fácil de entender.

O pequeno incidente com essas duas irmãs


me fez lembrar de um caso que aconteceu
comigo.
Uma amiga muito querida veio a mim no
sábado de manhã depois do serviço, para me
cumprimentar, “por causa”, disse ela, “eu
completei 50 anos no mesmo dia que você. Eu
me pareço com você nisto; mas eu sou o
oposto de você nas coisas excelentes”. Eu
coloquei, “Então você deve ser uma ótima
mulher; pois em muitas coisas eu

desejo ser o oposto do que eu sou”. “Não,


não”, disse ela, “não quis dizer nada disso: eu
não estou totalmente endireitada”. “O quê!”,
gritei eu, “você não é uma crente em Jesus?”
“Bem”, ela disse, com muita emoção, “Eu, eu
vou tentar ser”. Eu segurei suas mãos, e disse,
“minha querida alma, não me diga que você
vai tentar crer no meu Senhor Jesus! Eu não
aguento ouvir isto de você. Significa ceticismo
cego. O que Ele fez que lhe permite falar d‟Ele
desse jeito? Você me diria que tentaria
acreditar em mim? Eu sei que você não me
trataria de forma tão rude.
Você me crê um homem confiável, e com isso
você crê em mim de uma vez; e certamente,
você não poderia fazer menos com meu
Senhor Jesus?” Então com lágrimas ela
exclamou, “Spurgeon, ore por mim!” A isto
respondi, “Não creio poder fazer nada disso.
O que poderia pedir ao Senhor Jesus que
fizesse por alguém que não confiaria n‟Ele?
Eu não vejo motivo de oração. Se você crer
n‟Ele, você será salva; se você não crer n‟Ele,
não posso pedir a Ele que invente uma nova
forma pra agradar sua incredulidade”. Então
ela disse de novo, “Eu tentarei crer”; mas eu
lhe disse seriamente que não aceitaria
nenhuma de suas tentativas; pois a
mensagem do Senhor não menciona “tente”,
mas disse, “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás
salvo”. Eu coloquei para ela a grande verdade,
que “aquele que Nele crê terá a vida eterna”;
e seu terrível oposto – “Aquele que não crê no
Filho já está condenado, porque não creu no
nome do único Filho de Deus”.
Eu lhe insisti que depositasse toda sua fé
naquele ora crucificado, mas agora elevado
Senhor, e o Espírito Santo ali e naquela hora a
habilitou a crer. Ela muito ternamente disse,
“Sim, Spurgeon, eu estava buscando meus
sentimentos, e isso foi um erro! Agora em
confio minha alma a Jesus, e estou salva”. Ela
achou paz imediata pela fé. Não há outro
caminho.

Deus se agradou de fazer as necessidades da


vida assuntos muito simples. Temos de comer;
e mesmo um homem cego consegue achar sua
própria boca. Temos de
beber; e mesmo o menor bebê
sabe como fazê-lo sem
instrução. Veja crianças no orfanato, e
quando estão correndo no
tempo quente, os meninos vão
lá naturalmente. Não temos
aulas de “beber na fonte”.
Muitos garotos pobres vão
ao orfanato, mas nenhum tão ignorante a ponto
de não saber beber. Agora a fé é, nas
questões espirituais, o que
comer e beber são entre as
coisas temporais. Pela boca da
fé recebemos as bênçãos da
graça na nossa natureza
espiritual, e elas são nossas. Oh
você que precisa crer, mas
pensa que não pode, você não
vê que, assim como alguém
pode beber sem ter forças, e
como alguém pode comer sem ter forças, e
recebe forças por comer, assim devemos receber
a Jesus sem esforço, e ao recebê-lo recebemos
poder para todo o esforço posterior a que formos
chamados?
Fé é um assunto tão simples que, toda vez que eu
tento explicar, eu fico temeroso que talvez não
consiga revelar sua simplicidade. Quando Thomas
Scott publicou suas notas sobre “O Progresso do
Peregrino”, ele perguntou a uma das suas
paroquianas o que ela entendia do livro. “Ah sim,
senhor”, disse ela, “Eu entendo o Sr. Bunyan muito
bem, e eu espero que um dia, pela graça divina,
eu
possa entender suas explicações”. Não deveria
eu me sentir morto se meu leitor soubesse o que
é fé, e então ficar confuso pela minha
explicação? Eu vou tentar, no entanto, e orar ao
Senhor que a torne clara.
Contaram-me que em uma estrada de um monte
havia uma disputa dos direito sobre um
caminho. O dono queria preservar sua
supremacia, e ao mesmo tempo não queria ser
inconveniente ao público: daí a solução que
provocou o incidente a seguir. Vendo uma doce
jovem do

campo parada no portão, um turista foi até ela, e


ofereceu a ela uma moeda para que lhe fosse
permitido passar. “Não, não”, disse a criança, “Eu
não estou aqui para receber nada de você, mas
você deve dizer, „Por favor, me deixe passar‟, e
então você entrará e será bem- vindo”. A
permissão era para ser pedida; e poderia ser
obtida pelo pedir. Igualmente, a via eterna é
gratuita; e pode ser recebida, sim, pode ser
imediatamente recebida, ao confiar na palavra
Daquele que não pode mentir.
Confie em Cristo, e por essa confiança você
agarra a

salvação e a vida eterna. Não filosofe. Não


sente, e incomode o seu pobre cérebro.
Apenas creia em Jesus como você creria em
seu pai. Confie Nele assim como você confia
seu dinheiro a um banqueiro, ou a sua saúde a
um médico.
A fé não lhe parecerá mais uma dificuldade
para você; nem deve ser, pois é simples.
Fé é confiança, confiar totalmente na pessoa,
trabalho, mérito, e poder do Filho de Deus.
Alguns pensam que este confiar é uma coisa
romântica, mas e fato é a coisa mais simples
que pode haver. Para alguns de nós, verdades
que antes eram difíceis de acreditar agora são
fatos que acharíamos difícil duvidar. Se algum
de nossos grandes antepassados se levantasse
dos mortos, e visse as coisas como são hoje,
quanta confiança ele teria de exercer! Ele diria
pela manhã, “Onde estão a pedra e o aço? Eu
quero fazer luz”, e lhe daríamos uma pequena
caixa com pequenos pedaços de madeira
dentro, e lhe diríamos para raspar uma delas
no lado da caixa.
Ele teria de confiar muito antes de acreditar que
assim fogo poderia ser produzido. A seguir
diríamos a ele, “Agora que você tem fogo, gire
aquela torneira, e acenda o gás”. Ele não vê
nada. Como poderia existir luz através de um
vapor invisível? E ainda assim isso acontece.
“Venha conosco, vovô. Sente naquela cadeira.
Olhe para aquela caixa diante de você. Você terá
assim uma reprodução de si mesmo”. “Não,
criança”, ele diria, “isso é ridículo. O sol fazer
uma figura minha? Eu não posso crer nisso”.
“Sim, e você irá andar a cinquenta milhas por
hora em cavalos” Ele não o creria até que o
colocássemos em um trem. “Meu caro senhor,
você pode falar com seu filho em Nova Iorque, e
ele lhe responderá em poucos minutos”. Não
assustaríamos o velho cavalheiro? Isso não lhe
exigiria toda a sua fé? Ainda assim essas coisas
são cridas por nós sem esforço algum, pois a
experiência nos fez familiarizados com elas. Fé é
necessária em grande quantidade a vocês que
são estranhos às coisas espirituais; vocês se
sentem perdidos quando falamos sobre elas.
Mas oh, quão simples são a nós que temos a
vida nova, e temos comunhão com as realidades
espirituais!
Nós temos nosso Pai com quem falamos, e Ele nos
ouve, e um bendito Salvador que ouve os desejos do
nosso coração, e nos ajuda nas lutas contra o pecado.
Está tudo claro ao que entende. Que seja agora claro
para você.

(Trecho do sermão do ministro C. H Spurgeon)


Que a sua jornada
seja diferente
depois dessa
leitura. 🎯

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