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Sinopse

Não existe ninguém no mundo que não ame Scarlet. Ela é jovem, linda, e
tem a alma de um anjo... Então é um choque quando o seu amante
prometido se revela o impetuoso e cruel Alfa-Rei.
Temido por todos - e com razão-ele retornou depois de sete anos para
retomar o que é seu. Será que Scarlet poderá fazê-lo abaixar a guarda, ou
vai acabar implorando por piedade?
Classificação etária: 18+
Autor: Não informado no Livro

Livro sem Revisão


E-book Produzido por: Galatea Livros e SBD
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Livro Disponibilizado Gratuitamente! Proibida a Venda


Livro 1
Sumário
1. O Evento
2. Preparativos
3. Novas sensações
4. A Primeira Impressão
5. Mudança
6. Medindo Forças
7. Treinamento
8. Imposição
9. Provocação
10. Processando tudo
11. Contra o tempo
12. Abertura
13. Segredos
14. Sem afundar
15. Entre amigas e companheiros
16. A Marca
17. Notícias
18. Segredos
19. O Chamado
20. Coroação
21. Primeiro Dia
22. Revelação
23. Primeiros Planos
24. Aparências
25. Guerra
26. O Encontro Esperado
27. Sangue
28. Ciladas
29. Desfecho
30. Glória
Capítulo 1
O EVENTO
SCARLET

— Scarlet Rose Wrett, desça neste minuto ou ficará de castigo por um


mês! — Ouvi o grito familiar de minha mãe da escada.
Ops, isso significava que ela já estava me chamando há algum tempo.
Gemendo, desliguei a Netflix e deixei o santuário confortável da minha
cama para descer as escadas.
Deixe-me me apresentar. Meu nome é Scarlet Rose Wrett — como
você já sabe. Eu tenho vinte e um anos. Sim, eu sei que sou velha. Não há
necessidade de esfregar na minha cara.
Minha matilha é chamada de Lua Vermelha.
Meu pai é o Beta aposentado, que é o segundo em comando. Eu
tenho um irmão mais velho chamado Jake. Ele tem vinte e seis anos e sua
companheira. Mana, vinte e cinco. Jake acabou de se tornar o Beta,
assumindo o lugar do meu pai.
O Alfa também se aposentou e deu sua posição a seu filho, David. Ele
tem vinte e sete anos e sua companheira Jenny, vinte e cinco. Também
tenho um irmão mais novo — Matthew. Ele tem apenas oito anos e é
super fofo.
Embora Jake e eu soubéssemos que Matthew foi cento por cento um
acidente, decidimos não contar a ele ainda. Quando ele for mais velho,
no entanto, tirar com a cara dele!
No momento, somos apenas bons irmãos mais velhos. Matthew é
aquele com quem passo a maior parte do tempo, já que Jake está ocupado
com seus deveres.
Ah, e minha melhor amiga, Aria, é claro.
O pai de Aria é o rei Alfa. Bem, o temporário até que o primo de Aria
volte para tomar seu lugar.
Enfim, minha mãe passava a maior parte do tempo procurando
garotos lobisomens para mim. Você já sabe que tenho vinte e um e, se
ainda não tinha adivinhado, então vou te contar. Eu ainda não tinha
encontrado meu companheiro.
A maioria dos lobisomens encontra seu companheiro aos dezoito
anos. Se não o fizer, pode ser porque seu companheiro está morto e,
nesse caso, você permanece sem companheiro.
Muitos lobisomens acasalam com humanos e têm uma vida feliz.
A outra razão possível é que seu companheiro é humano e, nesse
caso, você deve trazê-lo para o nosso mundo lentamente, pois pode ser
um choque para ele.
Minha mãe, no entanto, se recusou a acreditar em qualquer das
possibilidades e atribuiu isso ao fato de que eu não tenho saído o
suficiente para encontrar meu companheiro.
Não saía de casa com frequência. Quer dizer, quem poderia me
culpar? Minha cama era minha verdadeira alma gêmea. Portanto, minha
mãe decidiu encontrar meu companheiro para mim.
Enquanto eu descia as escadas, minha mãe ficou parada na parte
inferior, batendo o pé — algo que ela fazia quando estava realmente com
raiva. Eu engoli em seco. O que eu fiz desta vez?
Comecei a vasculhar meu cérebro por qualquer coisa que tivesse feito
de errado nos últimos dias. Minha mãe não é a melhor pessoa quando
está com raiva. Ela deixa até David com medo, e ele é o Alfa.
Entrei na sala e, assim que minha mãe me viu, ela me arrastou para o
sofá e me sentou.
— Scarlet, você sabe há quanto tempo estou gritando o seu nome? De
que adianta ter sentidos aguçados se você não vai usá-los!
Eu sorri timidamente. — Desculpe, mãe. Estava ocupada.
Mamãe ergueu as sobrancelhas para mim.
— Ocupada? Fazendo o quê? Assistindo Netflix? Basta, você precisa
sair. Vá correr, faça alguma coisa.
— Você não encontra seu companheiro porque fica confinada em seu
quarto o dia todo. Ele poderia estar mais perto do que você pensa. —
Mais perto do que eu penso? Certamente, se fosse esse o caso, eu já o teria
encontrado.
Mas eu nunca diria isso à minha mãe. Ela já estava com raiva de mim
e eu não precisava deixá-la ainda mais brava.
Eu apenas tive que acalmá-la.
Eu respondi: ''Você está certa, mãe. Eu preciso sair mais. A partir de
amanhã, irei para as corridas diárias na minha forma humana. Isso me
dará mais oportunidades de encontrar meu companheiro.
— Eu iria hoje, mas tenho que ir e ajudar Aria. Prometo que amanhã
vou sair e tentar encontrar meu companheiro.
Minha mãe balançou a cabeça lentamente e se levantou. — Ótimo. Eu
sei que você não pode ir hoje; é um grande evento esta noite.
De repente, seus olhos brilharam quando ela disse: — Quem sabe,
talvez esta noite seja sua noite de sorte?
Ela sorriu para mim e beijou minha cabeça. Como sempre.
— Era só isso? — Eu perguntei.
— Havia outra coisa, mas você me deixou louca, então eu esqueci. Se
eu me lembrar, enviarei uma mensagem para você, — minha mãe
respondeu antes de voltar para a sala de estar.
Suspirei, aliviada pelo fim da conversa. Não foi tão ruim quanto eu
pensava. Provavelmente porque ela esqueceu o verdadeiro motivo pelo
qual ela me chamou.
Felizmente, eu tive que sair de casa, então agora ela só poderia me
enviar uma mensagem. O quão brava ela poderia ficar pela mensagem?
A casa estava muito quieta porque Matthew ficará em um
acampamento pelas próximas duas semanas. Eu sentia falta daquele
monstrinho, ele sempre mantinha mamãe e papai em alerta.
Subi as escadas, perdida em meu próprio mundo. Meus olhos se
voltaram para o relógio e eu xinguei. Merda, eu já estava atrasada.
Sempre perdia a noção do tempo quando estava sonhando acordada.
Eu deveria estar ajudando Aria. Afinal, era uma grande noite para ela
e todos os outros.
Sem perder mais um segundo, me vesti rapidamente, corri para fora
de casa sem dizer tchau para mamãe e pulei no meu carro.
Eu saí correndo, me xingando por estar atrasada. Enquanto dirigia,
senti um buraco de solidão dentro de mim. Eu sei que agia como se não
me importasse em não ter um companheiro. Mas isso não era verdade.
Eu queria ser amada. Queria ter meu companheiro me protegendo,
ele me amando incondicionalmente e cuidando de mim.
Ver meu irmão feliz e meus pais felizes sempre fazia o buraco em meu
coração aumentar. Todos eles tinham relacionamentos tão bons e eu
estava com inveja.
Era pedir muito ter meu companheiro? Algo que todo lobisomem
esperava?
Senti uma lágrima escapar e rapidamente a enxuguei. As palavras da
minha mãe ecoaram na minha cabeça. Esta noite poderia realmente ser a
noite? Eu afastei esses pensamentos; eu não queria criar esperanças
desnecessariamente.
Além disso, mamãe estava dizendo isso apenas para me confortar. Eu
não podia deixar esses pensamentos me distraírem mais. Esta noite era
para ser emocionante para Aria, eu não iria deixar minha tristeza
derrubá-la.
Estacionei meu carro na casa de Ana e entrei. Como de costume, fui
saudada pelas criadas e me disseram que Aria estava lá em cima. Eu sorri
e subi as escadas para o quarto de Aria.
Pessoas passavam correndo por mim, carregando várias coisas. Achei
que era para o retorno do rei Alfa. Mas quando olhei para o rosto das
pessoas, vi medo.
Eu tinha ouvido falar do rei Alfa. Seu nome é Dylan e quando ele
tinha apenas treze anos, ocorreu uma tragédia familiar. Os pais de Dylan
foram mortos por renegados.
Os rumores eram que eles foram brutalmente massacrados na frente
do próprio Dylan.
Essa tragédia causou-lhe tanta dor e sofrimento que ele saiu em uma
onda de matança. Foi dito que seu lobo perdeu o controle, e ninguém
nunca tinha visto um lobo tão cruel.
Dylan só matou homens. Ele sempre deixou as mulheres e crianças,
mas matou homens que tinham família e também homens solteiros.
O pai de Ana, Henry, foi quem acabou com a violência de Dylan. Não
foi fácil, mas ele conseguiu acalmar Dylan.
Ele então decidiu que seria melhor se Dylan fosse embora por um
tempo, e porque Henry era tio de Dylan, ele tinha o direito de mandar
Dylan embora. Ninguém sabia para onde ele foi, exceto Henry.
Henry era o irmão mais novo da mãe de Dylan, mas era o pai de
Dylan que tinha sangue real.
Como nenhum membro da família real foi deixado vivo, exceto
Dylan, Henry recebeu a posição temporária de rei Alfa. Dylan também
concordou com isso antes de ser mandado embora.
Aria era prima de Dylan e ela sempre disse que seu pai nunca a
deixaria saber aonde Dylan tinha ido. Calafrios percorreram minha
espinha quando me lembrei dessa história. Isso me fez imaginar como ele
estaria agora.
A maioria das pessoas estava pronta para que o rei legítimo tomasse
seu lugar, mas não era segredo que elas também estavam preocupadas.
Dylan já foi um assassino e ninguém sabia se ele realmente havia
mudado.
Suspirando, andei até a porta de Ana. Quase nunca bato, e este dia
não foi diferente.
Abri a porta do quarto de Aria apenas para encontrá-la sentada no
colo de um garoto, tendo uma sessão de amassos bem acalorada.
E sério? Essa garota. Ela nem me ouviu entrar, então decidi avisá-la da
minha presença.
— Oh, meu Deus! Ecaaaa! — Eu fingi vomitar.
Isso chamou sua atenção e ela rapidamente interrompeu o beijo, com
uma profunda cor carmesim inundando suas bochechas.
Eu fiquei lá e ergui minhas sobrancelhas para ela, exigindo uma
explicação.
Capítulo 2
PREPARATIVOS
SCARLET

Aria deu um pulo, chocada, mas o homem que estava enfiando a


língua em sua garganta parecia chateado por ser interrompido. Como eu
deveria saber que alguém estava aqui?
— Sério? — Ele resmungou.
— Não me venha com sério pra cima de mim, você sabia que eu
estava vindo. — Eu revirei meus olhos.
— Querido, — disse Aria.
Suspirando, ele se levantou. — Eu sei quando não me querem.
Não pude deixar de rir: — Oh, Chris, é de se pensar que depois de
cinco meses você perceberia que está segurando vela neste
relacionamento.
Chris não pôde deixar de sorrir. — Calada. Vejo você esta noite, gata.
Ele beijou Aria na testa antes de me dar um soco de brincadeira no
ombro. Eu o empurrei para o corredor e coloquei minha língua para fora
antes de fechar a porta.
Assim que ele saiu, Ana me arrastou para a cama, mas depois de
testemunhar a cena de amassos, preferi sentar no sofá. Quem sabe o que
mais eles poderiam ter feito naquela cama?
Ana conheceu Chris há cinco meses. Ele era o Beta. Seu pai manteve
essa posição até a tragédia, então fazia sentido que Chris continuasse
quando o rei voltasse.
Chris foi mandado para um campo de treinamento pouco antes de
completar dezoito anos. Os rumores eram de que ele estava com Dylan.
Claro, ele não iria confirmar nem negar.
Quando Chris voltou, uma grande festa foi realizada em sua
homenagem, e foi assim que os dois pombinhos se conheceram.
Ana sempre disse que se Chris tivesse esperado mais alguns meses
antes de partir, ele saberia que os dois eram companheiros.
Acho que ela estava mais preocupada se Chris tinha traído ela
enquanto estava no acampamento, mas eu a tranquilizei. Ele foi treinar,
não transar por aí.
Ana não conseguia parar de sorrir e eu estava muito feliz por ela ter
encontrado alguém.
Isso me lembrou de como eu ainda não tinha encontrado meu
companheiro.
Aquele que me faria corar como Aria fazia, me amar e cuidar de mim,
e eu não seria capaz de parar de sorrir com a menção de seu nome.
Meus olhos lacrimejaram, mas eu afastei as lágrimas, me recusando a
deixá-las escapar. Não era hora de chorar. Aria merecia ser feliz, seu
primo estava voltando e ela tinha seu companheiro.
Lembro-me de quando fui apresentado a Chris pela primeira vez. Ana
disse que eu era sua melhor amiga e Chris realmente nu!
Então, naturalmente, mostrei a ele seu lugar. Crescer com um irmão e
o futuro Alfa me ensinou muito.
Depois de um chute rápido em suas bolas e um severo aviso para não
mexer com Aria, Chris entendeu que eu estava falando sério.
Harry chorou de tanto rir. Ele estava tão orgulhoso de mim naquele
dia. Felizmente, desde então, Chris e eu nos tornamos próximos. Ele me
provoca e eu o provoco.
Nosso amor mútuo por Aria torna mais fácil para nós nos
relacionarmos. Isso e o fato de ele ter um incrível senso de humor.
Fiquei conversando com Ana por cerca de uma hora. Rimos tanto que
até choramos. Mas minhas lágrimas rapidamente ficaram mais tristes. Eu
me sentia tão sozinha sem um companheiro.
Sendo a amiga incrível que é, Aria me confortou e me disse que havia
alguém lá fora para mim e que eu teria o companheiro que merecia.
Limpei-me depois da minha sessão de choro, o que me deixou com
raiva de mim mesma e nós duas saímos. Afinal, eu estava aqui para
ajudar.
Nós duas estávamos descendo as escadas quando uma empregada
correu para Ana.
— Sinto muito, mas precisamos da Srta. Ana para provar o vestido.
Aria gemeu: — Eu esqueci disso.
Rindo, eu respondi: — Vá em frente, e eu vou descer e ajudar.
Aria acenou com a cabeça. — Não vou demorar!
Eu não acreditei nela. Ana era uma garota totalmente feminina. Ela
adorava fazer arranjos para vestidos e fazer o cabelo. Muito perdida em
meus pensamentos enquanto descia as escadas, esbarrei em Harry.
— Eu sinto muito, Harry. Eu não estava prestando atenção, — eu
disse, sorrindo um pouco.
— Não se preocupe, garota. Já que você está aqui para ajudar, é
melhor colocá-la para trabalhar, — Harry piscou.
— Claro, onde você me quer? — Eu respondi.
— Você pode ajudar na decoração. Eu sei que minha filha foi feita
para ajudá-la, mas onde ela está? — Harry perguntou.
— Provando o vestido. — Eu encolhi meus ombros.
— Aquela garota, — Harry murmurou.
Eu ri enquanto Harry se afastava, balançando a cabeça.
Oh, merda, eu tinha trabalho a fazer. Eu andei para o corredor e
suspirei. Seria um longo dia. Comecei a pendurar fitas e faixas com a
ajuda de algumas criadas.
Enquanto as pendurava, ouvi vozes murmurando e prestei atenção.
Eram as criadas. Elas estavam falando sobre o rei Alfa.
Eu ouvi um deles dizendo que o rei Alfa não queria uma companheira
e tinha registrado que rejeitaria sua companheira. Tive pena da pobre
garota que acabaria sendo a companheira desse cara horrível.
Eu nem o conhecia e já o odiava. Pensar nessas palavras me fez sentir
estranha por algum motivo. Era como se minha loba e meu corpo
estivessem protestando.
Suspirando, continuei meu trabalho e fiquei pensando no que ouvi.
Eu odeio pessoas que pensam que podem simplesmente rejeitar seu
companheiro porque não o querem. Eles nunca pensam nas
consequências.
A dor que as pessoas sofrem quando são rejeitadas é inimaginável.
Sempre tive pena dessas pessoas. Então, há pessoas como eu, que não
têm companheiros.
Fiquei com raiva, mas meu lado racional me lembrou que sempre há
dois lados em cada história.
Parte de mim não pôde deixar de sentir pena do rei. Talvez ele não
quisesse uma companheira porque tinha medo dela morrer como sua
mãe o fez.
O trauma pelo qual passou quando jovem deve ter mudado muito
como pensava.
Fazer um julgamento baseado em fofoca não era meu feitio. Acho que
o assunto atingiu um ponto sensível.
Balançando a cabeça para clarear esses pensamentos, continuei
pendurando as faixas. Depois, limpei os pedaços de fita adesiva deixados
no chão. Assim que terminei, sentei-me e fiz uma pequena pausa.
Quando finalmente tive energia para me levantar, admirei meu
trabalho e fiquei feliz com o resultado. As criadas ainda estavam paradas
em um canto, fofocando sem se importar com o mundo.
Eu queria ir lá e dizer alguma coisa, mas decidi não fazer isso. Não
valia o meu tempo e eu tinha coisas mais importantes a fazer de qualquer
maneira.
Meu próximo trabalho foi ajudar o pessoal da cozinha na preparação
dos alimentos. Eu não iria cozinhar, mas fui buscar ingredientes e tudo o
mais que eles precisassem.
Isso levou cerca de uma hora e o pessoal da cozinha ficou muito
grato. Eu disse a eles que estava mais do que feliz em ajudar.
Feito isso, saí da cozinha e, sem pensar, subi para o quarto de Aria
antes de lembrar que ela provavelmente não estava lá porque ainda
estaria provando os vestidos.
Peguei meu celular e vi que ela tinha acabado de me enviar uma
mensagem. Ela me disse que meu vestido estava no quarto dela e eu
poderia me arrumar lá. Aria iria se arrumar no quarto de Chris.
Graças a Deus, decidi deixar meu vestido aqui no início da semana.
Voltei para o quarto de Aria e dei um suspiro de alívio quando nem Ana
nem Chris estavam lá.
Sorrindo para mim mesma, fui para o chuveiro e peguei uma toalha.
Eu tinha que ser rápida porque os convidados começariam a aparecer
logo. Tomei banho em tempo recorde e me certifiquei de me depilar
também.
Eu rapidamente me sequei e coloquei minha calcinha e sutiã. Então
coloquei meu vestido e escovei meu cabelo. Deixei-o cair em ondas
naturais sem secar.
Felizmente para mim, meu cabelo secou rapidamente.
A maquiagem foi o próximo passo. Eu coloquei um pouco de base,
rímel, delineador e sombra para os olhos — certificando-me de que tudo
combinava. Então eu coloquei um pouco de brilho labial e coloquei
saltos.
Um par de brincos simples finalizou o visual e fiquei feliz por ter
chegado a tempo. Eu podia ouvir os convidados chegando.
Eu rapidamente limpei minha bagunça no quarto de Ana, eu não
queria deixar uma bagunça no caso de ela voltar aqui esta noite.
Descendo as escadas, rezei silenciosamente para que nada de ruim
acontecesse. Esta noite era importante para Aria, Henry e eu acho que
para o próprio Dylan.
A última coisa que ele precisava era de drama em sua festa de boas-
vindas.
Mas é claro que as coisas nunca saem de acordo com o planejado, não
é?
Capítulo 3
NOVAS SENSAÇÕES
SCARLET

Mamãe me encontrou enquanto eu caminhava para o corredor. Ela


sorriu para mim e disse: — Você está linda como sempre, querida.
— Bem, esses são os seus genes. — Papai disse.
Mesmo depois de anos como companheiros, meus pais sempre
mostraram seu amor um pelo outro. Jake e eu muitas vezes os
provocamos sobre isso. Enquanto Matthew achava isso nojento, Jake e eu
não.
Nós superamos isso há muito tempo, e Jake ter sua própria
companheira significava que ele entendia também. Eu, por outro lado,
ansiava pelo que meus pais tinham.
— Obrigada, pai, — respondi sarcasticamente.
— Oh, querida, você sabe que eu sempre te elogio. Afinal, você é
minha única filha. — Papai me beijou na testa.
— Sim, é por isso que ela acabou assim, — disse Jake brincando.
— Cale a boca, você só está com ciúmes. — Eu coloquei minha língua
paia fora.
— Muito madura, Scar. — Jake revirou os olhos.
— Pare de provocar sua irmã. — Maria bateu no ombro de Jake,
fazendo com que ele fizesse uma carranca e eu sorrisse.
— Você tem todo mundo na palma da mão, não é? — Ele balançou
sua cabeça.
Eu virei meu cabelo e respondi: — Sim.
— Eu juro que sua coisa favorita a fazer é provocar sua irmã. O que
você vai fazer quando ela encontrar seu companheiro? — David suspirou.
— Ei, David! — Eu sorri.
— Scar, linda como sempre. Acho que seu irmão está secretamente
com ciúmes, — David riu.
— Não é nenhum segredo. — Eu pisquei.
— Se todos se cansaram de me provocar, vamos lá. Tenho certeza de
que ver o rei Alfa é mais importante, — Jake resmungou.
Todos nós rimos, mas fomos para um espaço aberto.
Todos conversavam, mas eu me peguei distraída. Minha loba estava
tensa, o que não fazia sentido para mim. Eu tinha me transformado
ontem, então eu sabia que não era porque ela precisava correr.
A última coisa que eu queria fazer era fazer uma cena.
Para distrair minha mente, me concentrei em procurar por Aria.
Harry ficou nervoso na frente e pigarreou. Foi então que avistei Aria na
frente com seu pai e Chris.
Aria estava sorrindo e parecia animada. Ela deve estar feliz em ver seu
primo depois de todos esses anos.
A sala ficou em silêncio e eu fiquei com minha família, olhando ao
redor nervosamente. Eu estava ficando inquieta e não tinha ideia do
motivo. Minha mãe me deu uma cotovelada na lateral do corpo e disse
para eu parar.
Droga, eu estava sendo muito óbvia. Eu olhei para o chão, fingindo
achar fascinante.
Eu me perdi em pensamentos sobre como seria o rei Alfa. Ele seria
ainda violento? Ele tentaria matar alguém? Meus pensamentos pararam
quando Jake ficou ao meu lado. Eu olhei para ele e ele sorriu.
Mane balançou a cabeça para nós dois, mas deu uma cotovelada em
Jake para dizer, 'pare de irritar sua irmã'. Eu posso ter sido infantil, mas
mostrei minha língua para Jake depois que Mane deu uma cotovelada
nele.
Harry começou a falar, então eu rapidamente endireitei meu corpo e
ouvi o que ele estava dizendo. — Agora, sem mais delongas, por favor,
deem as boas-vindas ao seu rei Alfa! — A voz alta de Harry foi projetada
pelo corredor.
As pessoas começaram a aplaudir e gritar, então, sem hesitar, bati
palmas junto com elas.
Tentei dar uma olhada no rei Alfa, mas as pessoas não permitiam.
Mesmo que elas pudessem ver que eu era muito mais baixa do que todos
ali, elas ainda ficavam no meu campo de visão.
Elas nem se moveram quando eu disse com licença. Quão rudes as
pessoas podem ser?
Eu balancei minha cabeça, mas continuei batendo palmas. Então, de
repente, do nada, um cheiro incrível me atingiu. Era um perfume tão
poderoso e viciante, e meu corpo rapidamente reagiu a ele.
Minhas pernas tinham vontade própria, elas queriam descobrir de
onde vinha esse cheiro. Não era apenas meu corpo; minha loba também
estava me impulsionando para frente.
Eu não poderia simplesmente ir embora. O rei não tinha feito seu
discurso ainda e isso seria muito rude. Por mais que eu quisesse saber de
onde vinha aquele cheiro maravilhoso, eu tinha que esperar.
Uma voz alta e clara me trouxe de volta à realidade. — Obrigado por
essa recepção calorosa. Eu estou muito agradecido. Por favor, sentem-se,
comam e aproveitem a noite. Amanhã quero meu conselho aqui às nove
em ponto.
Isso causou arrepios na minha espinha e novamente me encontrei
sorrindo. Meu corpo estava reagindo tão loucamente a esse cheiro,
mesmo quando eu tentei tirar minha mente dele.
Eu imaginei que era a voz do rei Alfa, mas ainda não sabia de onde
vinha esse cheiro. Em segundos, as pessoas se dispersaram para ir falar
com o rei ou entre si.
No entanto, ainda estava tão lotado que eu também não conseguia
mais ver Ana. Ela foi a primeira pessoa que eu quis perguntar sobre isso,
mas como eu poderia, se eu não conseguia nem vê-la?
Depois de cerca de cinco minutos vagando tentando encontrar Aria,
esbarrei em alguém. Eu olhei para cima e vi David.
Ele sorriu e balançou a cabeça para mim antes de retornar à sua
conversa.
Suspirei e fui até o bar tomar um copo de limonada. Todas essas
coisas estranhas estavam me deixando quente e incomodada. Talvez uma
bebida me refresque.
No entanto, encontrei-me com vontade de apenas ir para casa, mas
senti que esse cheiro estava me impedindo de fazê-lo. Era como se eu não
fosse capaz de sair até encontrar a fonte dele.
Isso não era bom, as pessoas poderiam pensar que eu estava louca se
eu continuasse vagando tentando encontrar esse cheiro.
Então, depois de tomar minha limonada em tempo recorde, fui ao
banheiro mais próximo e respirei fundo algumas vezes. Eu precisava sair
do que quer que fosse isso.
Bem quando eu pensei que poderia sair, o cheiro me atingiu
novamente, mas desta vez era muito mais forte. Não pude evitar que
meus pés andassem em direção a ele, mas quando abri a porta, havia
sumido.
O cheiro parecia mais fraco. Eu respirei e caminhei em direção a
Marie e Jenny, tentando agir com naturalidade.
Eles me chamaram e fiquei feliz em me juntar a eles. Meus olhos
ainda estavam procurando por Aria, mas sem sucesso. Depois de alguma
conversa, todos foram instruídos a sentar-se para jantar.
Isso é bom, depois do jantar eu posso sair. Então talvez eu possa tirar uma
folga da minha loba, que parece ter desistido de mim hoje.
Percebi que cada um tinha sua própria mesa. Uma para cada matilha.
Quando me sentei, minha mãe ergueu as sobrancelhas para mim. Era
como se ela soubesse que algo estava me incomodando.
Eu não queria que ela se preocupasse porque ela deveria estar se
divertindo. Então, encolhi os ombros para dizer: — O que foi? Estou bem!
Mamãe não parecia convencida, mas não disse nada, graças a Deus.
Não tive tempo para pensar em nada quando a comida começou a ser
servida. Pratos e pratos de diferentes comidas, de diferentes culinárias,
foram colocados em nossa mesa.
Como qualquer ser humano normal, eu adoro comida! Toda essa
comida na minha frente era como um sonho que se tornou realidade.
Mas esta noite, algo estava diferente. Eu me senti mal olhando para a
comida e isso partiu meu coração.
Mesmo que eu não quisesse, eu escolhi um pequeno prato. Eu
esperava que ninguém que me conhecesse notasse minha falta de apetite.
Era um grande sinal de que algo não estava certo.
Eu me senti desconfortável em meu assento e meu corpo tentou me
fazer caminhar em direção àquele cheiro. Precisei de todo o meu esforço
para contê-lo.
Hoje não era a noite para fazer cena e me envergonhar. Depois que
todos comeram e conversaram, todos nos levantamos e nos misturamos.
Fiquei com minha mãe, que estava conversando com uma senhora
sobre algumas receitas novas que ela encontrou. Não era exatamente o
que eu queria fazer, mas achei que ficar com minha mãe era a opção mais
segura.
De novo, pude sentir o cheiro, mas desta vez era tão forte que meu
corpo formigou de excitação.
As pessoas ficaram conversando e eu vi Ana me chamando. Eu
alegremente fui me juntar a ela. Eu tinha muito para contar a ela.
Quando estava me aproximando, ouvi um grito e me virei rapidamente.
Havia uma mulher deitada no chão com uma poça de sangue ao redor
dela e uma flecha saindo de seu lado. Um bilhete estava anexado a ela.
Bem-vindo de volta, rei Alfa. Aproveite o nosso presente.
Houve suspiros de todos no corredor, incluindo eu. Essa foi a coisa
mais cruel a se fazer, matar uma mulher inocente como um presente.
Eu vi os membros de sua matilha chorando ao redor dela e gritando
para ela acordar. Senti um nó na garganta e meus joelhos fraquejarem.
Quando meus joelhos cederam, dois grandes braços me impediram de
cair.
De repente, fui puxado para o abraço caloroso de alguém e adorei.
Meu corpo formigou de excitação. Meus olhos se fecharam por vontade
própria e eu respirei aquele cheiro inebriante.
O cheiro que estava me deixando louco por toda a maldita noite.
Meus olhos se abriram e, quando olhei para a figura, vi o próprio rei
Alfa, e aquela palavra que sempre quis ouvir saiu direto de sua boca. —
Companheira!
Então, eu fiz o que qualquer outra loba faria se eles estivessem
acasalados com o rei Alfa assassino. Eu corri.
Capítulo 4
A PRIMEIRA IMPRESSÃO
SCARLET

Corri o mais rápido que minhas pernas conseguiram me carregar.


Essas palavras ainda ecoavam na minha cabeça e meu corpo e loba
estavam me implorando para voltar para ele. Ele iria me rejeitar.
As pessoas diziam que ele não queria uma companheira e eu não seria
capaz de lidar com a dor da rejeição. Doeria muito. Eu estava assustada.
Ele ainda mataria pessoas quando eu fosse sua companheira?
Ele me amaria e cuidaria de mim como eu queria? Ele era mesmo
capaz de amar? Ele poderia me fazer corar e sorrir?
Todas essas perguntas estavam passando pela minha mente, mas
antes que eu pudesse pensar nas respostas, dei de cara com um peito
duro.
Eu sabia que era ele por causa de seu cheiro. Comecei a tremer de
medo; eu mantive meu olhar no chão. Eu não queria fazer contato visual
com ele.
Ele ergueu meu queixo até os olhos e eu não tive escolha a não ser
olhar. Seus olhos eram castanhos escuros e me lembravam chocolate.
Eu me encontrei completamente perdida em seus olhos e ele estava
olhando de volta para mim. Ele quebrou o silêncio primeiro. — Eu não
gosto que minha companheira fuja de mim. — Sua voz causou arrepios
na minha espinha.
— Eu... eu... — Palavras adequadas não queriam sair da minha boca,
então gaguejei.
— Eu te deixo nervosa? — Ele sussurrou em meu ouvido.
Eu zombei, — Não.
Mentira, uma completa mentira. Claro, ele me deixou nervosa. Mas
eu sendo eu, não queria dar a ele a satisfação de saber.
Ele resmungou: — Você é uma péssima mentirosa.
Por alguma razão, havia algo sobre Dylan que me intrigava. Havia
uma sensação de determinação por trás daqueles olhos. Eu não sabia
para quê, mas queria descobrir.
Dylan estava olhando para mim, esperando que eu fizesse um
movimento. Então eu fiz.
Eu recuei até que minhas costas bateram em uma árvore e Dylan
seguiu em frente, com um sorriso perigoso em seu rosto bonito.
— Só para você saber, eu sei exatamente quem você é, Scarlet, — ele
sussurrou em meu ouvido, me fazendo estremecer.
Ele sabia quem eu era? Como? Ana e eu éramos amigas há muitos
anos, mas eu não acho que Dylan saberia algo sobre mim. Afinal, eu era
apenas a melhor amiga de Ana. Talvez Aria tenha contado a ele?
— Sua mente está trabalhando horas extras para descobrir como eu te
conheço, — afirmou Dylan.
— Bem, sim. Estou apenas confusa, — respondi.
— Você e minha prima são melhores amigas. Claro, tenho o dever de
saber quem são os amigos de Ana e se eles são dignos dela. — Ele revirou
os olhos.
Digno? Mas que coragem.
— Que diabos? — Eu disse.
— O quê? — Dylan parecia estar entediado.
— Como você ousa dizer isso sobre mim? — Eu não pude acreditar no
que estava ouvindo.
— Eu direi o que eu gosto sobre quem eu quiser. Você não pode me
parar, então não tente. — O olhar de Dylan perfurou o meu e engoli em
seco.
Sim, ele era meu companheiro e, sim, eu tinha um sentimento
profundo de que ele não me machucaria. Mas naquele momento, eu
estava mais preocupada com meu bem-estar.
Dylan irradiava perigo e isso não era bom.
Ele claramente teve o suficiente do que quer que fosse, então ele
agarrou minha mão. Eu deveria tê-lo impedido, mas não o fiz.
Eu saboreei as faíscas que dispararam por todo o meu braço. Meu
corpo inteiro estava quente e meu lobo se acalmou também!
Talvez eu estivesse sendo egoísta, mas eu queria saber qual era o
problema por trás desse toque de companheiro do qual eu só tinha
ouvido falar. Depois de sentir por mim mesma, eu sabia que iria ansiar
por isso.
Quando estávamos voltando para o corredor, fiquei nervosa. O aperto
de Dylan no meu braço significava que eu não poderia sair, mesmo se
quisesse, mas agora, eu nem queria me mover.
Os formigamentos que senti foram provavelmente a principal razão
pela qual meu corpo se recusou a se mover. Por alguma razão, minha
loba estava tão feliz por finalmente termos encontrado nosso
companheiro.
Depois de tudo, pensei que encontrar meu companheiro seria o
melhor dia da minha vida. Nunca na minha vida pensei que meu
companheiro seria o rei Alfa.
Havia muitas perguntas sem resposta me incomodando. Eu queria
encontrar as respostas antes de me apaixonar por Dylan.
O vínculo de companheiro era uma força forte, e eu sabia que levaria
toda a minha força de vontade para não ser afetada por isso
imediatamente.
Pensei que quando encontrasse meu companheiro, ele me tiraria do
sério e passaríamos o dia inteiro nos conhecendo e talvez até dando
nosso primeiro beijo.
Eu duvidava muito que fosse assim que minha noite com Dylan iria
ser.
Quando entramos no corredor, os olhares das pessoas estavam todos
em nós. Eu me mexi desconfortavelmente e Dylan acenou com a cabeça
para eles, obviamente sentindo meu desconforto.
— Não esperem que eu diga a todos vocês quem é. Acho que é
bastante óbvio, então não fiquem parados olhando. — O tom afiado de
Dylan fez com que todos parassem de olhar e continuassem suas
conversas.
Eu vi os olhares de simpatia, inveja e felicidade de várias pessoas.
Dylan ainda segurava meu braço com força. Os olhares de todos
pareciam sufocantes.
Meus olhos vagaram pelo corredor tentando desesperadamente
encontrar o olhar reconfortante da minha mãe. Havia gente demais e
achei impossível encontrar minha mãe.
Suspirando, tentei me desligar de Dylan para poder procurá-la.
Contudo, Dylan não disse nada enquanto apertava meu braço com
mais força. Isso para mim foi uma mensagem clara para não sair.
Eu parei e esperei. Eu sabia que se tentasse alguma coisa, meu pobre
braço sofreria as consequências.
Todos no corredor estavam conversando, mas eu não perdi os olhares
que recebemos. Dylan apenas ficou lá, não se importando que todos
ainda estivessem olhando.
— Você vai me deixar ir? Eu quero encontrar minha mãe, — eu disse.
O olhar de Dylan agarrou-se ao meu. — Você quer encontrar sua
mãe? — Ele repetiu.
Eu apenas balancei a cabeça, não confiando em minha voz.
— Você está com seu companheiro e quer encontrar sua mãe. Eu acho
que não, — Dylan soltou.
— Bem, não é como se estivéssemos fazendo alguma coisa. Só
estamos aqui parados enquanto as pessoas me olham. — Eu não pude
evitar as palavras que voaram para fora da minha boca.
O olhar de Dylan de repente se voltou para todos na sala, com seu
rosnado fazendo com que olhassem para baixo.
Ele não gostou disso.
Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, meus pés de
repente deixaram o chão quando Dylan me pegou e me jogou por cima
do ombro. Eu fiquei sem ar em choque e isso desencadeou cochichos e
sussurros.
Aposto que foi um espetáculo de se ver, o rei com esta companheira
jogada por cima do ombro como um saco. Eu levantei minha cabeça e
freneticamente olhei ao redor para alguém me ajudar.
Meu olhar finalmente encontrou minha mãe. Ela apenas me enviou
um sorriso simpático, mas não havia nada que ela pudesse fazer.
Eu não tive tempo para pensar sobre nada enquanto Dylan abria
caminho através da multidão. Meus olhos pegaram um vislumbre de
Aria, que estava lá em estado de choque.
Eu teria rido de sua expressão se não estivesse me sentindo tonta e
com raiva ao mesmo tempo.
Dylan começou a subir as escadas, fazendo-me sentir ainda mais
tonta. O fato de Dylan poder ver minha bunda me fez corar. Sua mão me
segurou no lugar e eu me senti gostando disso.
Isso é loucura, como eu poderia desfrutar de algo assim? Por que estou
deixando ele fazer isso comigo?
Muitas vezes pedi a ele que me colocasse no chão e até implorei, mas
ele não me deu ouvidos. Eu queria bater nele, mas não achei que seria
apropriado, pois ele ainda era, meu rei.
Ele chegou a um quarto enorme e me deixou cair na cama.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa para ele, ele saiu da sala e
trancou a porta!
Pulei da cama e bati na porta gritando com ele: — Abra esta porta
agora mesmo! Quem você pensa que é, me trancando em um quarto?
Deixe-me ir agora, isso não é engraçado.
Meus gritos não foram ouvidos por Dylan. Ele já tinha partido; eu
ouvi seus passos se afastando. Ninguém veio em meu socorro. Eles
provavelmente ouviram meus gritos e berros, mas não vieram.
Nem mesmo meus pais, meus irmãos ou minha melhor amiga.
Aposto que Dylan os ameaçou, então eles não tiveram escolha a não ser
me deixar aqui.
Eu gemi de frustração e desisti. Fazia meia hora desde que Dylan me
deixou aqui e depois de todos os meus gritos e berros, minha garganta
doía.
Estava claro que ninguém vira, então deitei na cama, com raiva.
De todos os companheiros, o destino me colocou com o único cara
que nem parece que quer uma companheira, e que saiu em uma matança
quando tinha treze anos. Excelente.
Tudo que eu queria era um companheiro que me amasse e cuidasse
de mim. Em vez disso, consegui um companheiro que me trancou em
um quarto e estava claramente perturbado.
Pensar em tudo isso me deixou com muita raiva. Eu estava nesta sala
há horas e até mesmo minha loba estava ficando irritada também. Urgh,
quem ele pensa que é para me prender assim?
Eu era sua companheira, não sua prisioneira. Os convidados estavam
saindo. Eu pensei que, com certeza, ele me deixaria sair em breve.
Eu não estava ansiosa para passar o resto da minha vida com este rei
Alfa. Minha mente tentou entender por que ele faria algo assim, mas eu
simplesmente não conseguia entender isso.
A única coisa que descobri foi que meu companheiro era louco. Eu
olhei para o relógio. 12: 56.
Todos aqueles gritos e berros, juntamente com o dia longo e
inesperado, me deixaram exausta. Estava claro que Dylan não voltaria
por mim.
Então, em vez de ficar deprimida, entrei no banheiro e lavei minha
maquiagem antes de entrar nas cobertas quentes.
Eu me lembrei de mostrar a Dylan que ele mexeu com a garota errada
antes que o sono me dominasse...
***

Meus olhos se abriram e se ajustaram à luz. Eu me estiquei e me


sentei. Enquanto eu esfregava o sono dos meus olhos, os eventos de
ontem voltaram correndo para mim.
Dylan era meu companheiro, ele me trancou em um quarto e nunca
mais voltou, embora eu gritasse e gritasse. Tirei minhas mãos dos meus
olhos e eu ainda estava neste quarto.
Dylan não estava aqui, não que eu esperasse que ele estivesse.
O que eu deveria fazer agora? Eu ainda estava com o vestido da noite
anterior e não tinha roupas limpas. Meu celular estava com meu pai
porque ele tinha bolsos, então não havia nenhuma comunicação
também.
Suspirando, levantei-me e tentei a sorte com a porta. Ela não se
mexeu.
De jeito nenhum eu ficaria neste quarto por mais um segundo. Por
que ninguém veio me procurar? Dylan os ameaçou?
Mais uma vez, tentei destrancar a porta, mas nada aconteceu. Então,
recorri a outra técnica.
— Deixa-me sair daqui! Alguém, por favor! — Eu gritei enquanto
batia na porta.
— Scarlet? E você? — A voz de Ana correu em direção à porta.
Quase chorei quando a porta se abriu para revelar minha melhor
amiga. Eu nem disse nada, em vez disso, dei-lhe um grande abraço.
— Ei, está tudo bem. Venha, vamos voltar para o meu quarto. — Aria
pegou minha mão e voltamos para o quarto dela.
Eu ignorei os olhares que as pessoas estavam me dando. Eu
provavelmente estava horrível.
Assim que entramos no quarto de Ana, ela trancou a porta.
— Vá tomar banho. Você pode usar algo meu.
Eu balancei a cabeça e corri para o banho.
A água quente forneceu uma saída para toda essa bagunça. Foi
enquanto eu enxaguava o xampu que senti o cheiro. Esse cheiro viciante.
Claro, agora eu sabia a quem pertencia. Mas por que ele estava aqui?
Ele claramente não se importava o suficiente comigo porque ele apenas
me deixou trancada naquele quarto.
Querendo dar a ele um descanso da minha mente, eu rapidamente
terminei o banho. Eu ouvi suas vozes; Ana estava gritando com raiva.
Meus ouvidos captaram automaticamente a conversa enquanto eu
me enxugava.
— Você está louco? Você a deixou lá! — Aria gritou.
— Eu estava voltando. Ela é minha companheira, não sua, — Dylan
afirmou.
— Ela é minha melhor amiga. Eu a encontrei em tal estado, como
você pôde fazer isso com ela? — Aria questionou.
— Minha companheira, meu problema. Não é seu. — Dylan nem deu
uma explicação.
Aria zombou, — Seu problema? Deixe-me dizer uma coisa, Dylan, o
maior erro que você vai cometer é subestimar Scarlet. Não faça isso.
Eu ouvi o rosnado de Dylan antes que uma voz familiar entrasse. —
Chega. Vocês dois. Ana, você precisa se acalmar e, Dylan, você pode ser o
rei agora, mas não vou deixar você tratar Scarlet assim de novo.
Oh, Harry, por que você é tão adorável?
Era hora de fazer minha entrada. Coloquei a legging e a blusa antes de
abrir a porta.
Três pares de olhos se focaram em mim, e eu me encontrei focando
no par exato que eu não deveria ver.
Eu quebrei o contato visual e me virei para Ana. — Ei, obrigada por
me emprestar suas roupas. Acho que vou para casa agora.
Ela nunca conseguiu responder quando fui puxada para um peito
duro.
— O que te faz pensar que vou deixar você ir?
Estreitando meus olhos, eu empurrei Dylan para longe.
— O que te faz pensar que você tem o direito? Depois da noite
passada, você deveria estar de joelhos implorando por perdão.
Os olhos de Dylan ficaram mais escuros. Ele não gostou disso, mas eu
não me importei.
— Vou para casa e ponto final, — declarei.
— Ela está indo para casa pegar suas coisas, Dylan. Ela não tem nada
aqui. — Harry interveio novamente.
Espere, não. Eu vou ficar em casa! Quando eu estava prestes a abrir
minha boca, Harry olhou para mim, me pedindo para entrar no jogo.
Droga, eu não poderia ir contra Harry.
— Bom, ela vai voltar aqui, — disse Dylan. — Ela tem um nome, — eu
rosnei.
— Eu sei. Pegue suas coisas e volte aqui. Caso contrário, vou prendê-
la novamente. — Ele olhou para mim.
Ana engasgou ao fundo enquanto meu sangue ferveu.
— Vá se foder. Você pode ser o rei, mas você não é meu rei. — Passei
por ele e desci as escadas.
Eu não olhei para trás enquanto dirigia de volta para casa, enquanto
as lágrimas caíam, enquanto meu coração se partia, enquanto minha loba
gemia, enquanto eu sentia uma parte de mim morrer...
Capítulo 5
MUDANÇA
SCARLET

Quando voltei para casa, estava em péssimo estado. Lágrimas que não
paravam de cair, meu nariz escorrendo e olheiras.
Tudo sobre mim gritava que eu estava uma bagunça.
Suspirando, saí do carro e abri a porta da minha casa. Estava quieto,
ninguém dizia nada.
— Mãe? — Eu gritei.
Não houve resposta.
Onde eles poderiam ter ido? Certamente, eles estavam me esperando de
volta, não é?
Eu andei pela minha casa, mas não havia ninguém lá. Eu estava
sonhando?
Suspirando, comecei a subir as escadas quando a campainha tocou.
Era mamãe? Ela esqueceu suas chaves?
Corri em direção à porta e abri com um sorriso enorme no rosto.
Um guarda estava lá; sua expressão séria fez meu sorriso desaparecer.
— Senhorita, estou aqui para levá-la de volta ao palácio assim que
terminar de fazer as malas.
— O quê? Quem disse? Eu vou ficar aqui! — Eu balancei minha
cabeça em descrença.
— Receio que não, senhorita. O rei disse que você deve voltar depois
de terminar de fazer as malas. — O guarda não parecia simpático, parecia
sério.
— Sim, bem, ele pode se foder, — eu murmurei baixinho.
— O que disse, senhorita? — Perguntou o guarda.
— Tudo bem. Deixe-me ir fazer as malas. Você fica aqui. — Corri
escada acima, xingando baixinho.
Que coragem a dele! Enviando um guarda para me buscar como se eu
estivesse pensando em voltar para aquele inferno, ele deve pensar que sou
estúpida.
Na minha raiva, liguei para Aria, que atendeu no primeiro toque.
— Não vou voltar com o guarda; diga ao seu primo que ele pode se
foder! — Eu gritei, não deixando Aria sequer dizer 'alô’.
— Por que você mesma não conta a ele? — A voz profunda de Dylan
disse.
Merda. Onde estava Ana? Aposto que esse idiota esperava que eu
tivesse medo dele.
— Ótimo. Tire seu guarda e caia fora. Me deixe em paz! — Eu gritei.
— Você está testando minha paciência, — ele rosnou.
— Bem, você merece, — eu zombei.
— Você vai voltar com aquele guarda, caso contrário, ele vai te
arrastar de volta. — A voz de Dylan parecia perigosa.
— Arrastar-me de volta? Eu não sou sua prisioneira. Suas ações
deixaram claro que você não quer uma companheira. Estou facilitando
sua vida. — Minha voz se elevou.
Um rosnado profundo enviou arrepios na minha espinha.
— Você é minha companheira e você vai voltar. — Dylan não aceitava
não como resposta.
Sorrindo para mim mesma, respondi: — Não vou voltar e realmente
duvido que você queira que seu guarda me toque para me trazer de volta.
— Eu vi a maneira como ele olhou para mim. A menos que você
venha pessoalmente, não vou sair da minha casa.
Eu não esperei ele responder para desligar, com um sorriso de
satisfação no meu rosto. Nenhum companheiro queria que outro
homem tocasse em sua companheira.
Tudo bem, posso ter inventado a história sobre o guarda, mas fiz o
que tinha que fazer.
O guarda de Dylan não me arrastaria de volta e eu poderia ficar em
casa.
Eu desabei na minha cama e suspirei. Minha vida virou de cabeça
para baixo em vinte e quatro horas e eu não tinha ideia do que fazer.
Dylan era meu companheiro, mas o que ele fez comigo ontem não
foram exatamente as ações de alguém que deseja uma companheira. Mas
hoje ele me queria de volta e não aceitava não como resposta.
Qual era o problema dele?
Claro, agora eu tinha um problema muito maior em minhas mãos.
Devo ficar ou sair?
Eu poderia ir e ficar com minha tia, talvez algum tempo tenha sido
me fizesse algum bem. Toda essa situação já estava bagunçando meu
cérebro e minha loba não ajudava em nada.
Ela estava constantemente reclamando, querendo voltar para Dylan.
Eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem ouvi a porta da
frente se abrindo. Não ouvi aqueles passos pesados, mas ouvi a porta do
meu quarto se abrir.
Eu pulei e esfreguei meus olhos. Era isso...?
— Você não guardou nada. — A voz de Dylan encheu meus ouvidos.
Puta merda. Ele estava realmente aqui!
— O que... por que... eu... — Lutei até mesmo para formar uma frase
adequada.
Seus olhos brilharam brevemente com diversão antes de serem
substituídos por seu olhar inexpressivo.
Acho que esse era o look favorito dele.
— O que diabos você está fazendo aqui? — Finalmente encontrei a
capacidade de falar.
Dylan olhou para mim como se eu fosse louca. — Você disse que só
voltaria ao palácio se eu fosse buscá-la. Além disso, eu não queria que
aquele guarda tocasse em você.
Oh, merda. Eu disse isso. Droga, eu deveria apenas ter deixado o
guarda me encarando. Xingando baixinho, eu forcei a cabeça procurando
alguma desculpa, mas não consegui nada.
— Ou você começa a fazer as malas ou eu irei. — A paciência de
Dylan estava se esgotando.
Não havia nenhuma maneira de deixá-lo tocar nas minhas coisas.
Rapidamente, levantei-me e peguei uma mala.
Eu astutamente tentei embalar meus sutiãs e calcinhas entre minhas
roupas. Eu não queria que ele os visse.
— Eu pensei que você não queria uma companheira. Então, por que
você está tão inflexível sobre eu voltar? — Eu questionei.
Dylan não respondeu. Ele apenas olhou para mim com expectativa.
Resmungando baixinho, coloquei roupas e outros itens que queria.
Assim que terminei uma mala, Dylan a tirou de mim e desceu as escadas.
Na quarta e última mala, meu quarto parecia vazio e as lágrimas
ameaçavam cair. Era bobo porque eu estava muito perto de casa e não
estava indo para um lugar desconhecido.
No entanto, uma parte de mim sabia que meu tempo em casa havia
chegado ao fim.
Outro capítulo da minha vida acabou.
— Eu preciso ligar para os meus pais. Não os vi o dia todo, — eu disse.
Dylan acenou com a cabeça e pegou a última mala.
Suspirando, segurei o celular perto do ouvido.
— Scarlet, alô? — A voz da minha mãe veio.
— Oh, mãe, onde você está? — Eu perguntei, tentando conter minhas
lágrimas.
— Querida, estou fora. De propósito. Eu sabia que você voltaria, mas
sabia que, se a visse, não seria capaz de deixá-la ir, — mamãe fungou.
— Eu precisei de você. — Uma lágrima escapou.
— Querida, eu sinto muito. Eu sei que você gostaria que eu te
mantivesse em casa, longe de seu companheiro. Eu estava indo buscá-la
esta manhã, mas seu pai me impediu, — ela admitiu.
— Pai? Por quê? — Fiquei chocado.
— Ele disse que viu algo nos olhos do rei. Algo que o tranquilizou de
que sua filha estaria segura e feliz.
— Não será fácil para você, mas no final valerá a pena. Isso eu posso
prometer a você, — mamãe me disse.
— Eu não quero ir embora. — Eu me sentia como uma criança no
primeiro dia de aula.
— Escute-me. Eu não criei uma loba fraca. Eu criei a loba mais forte
que não deixa ninguém pisar nela.
— Você vai ao palácio e se certifique de que seu companheiro saiba
como você espera ser tratada. Não o deixe pisar em você, mas algo me diz
que ele não o fará. — A conversa de incentivo da mamãe terminou.
— Ok, mãe. Eu vou. — Tentei parecer corajosa, embora não me
sentisse assim.
— Eu te amo, querida, muito. Seu pai também. Lembre-se, você pode
voltar quando quiser. ' Mamãe suspirou.
Nos despedimos e eu enxuguei as lágrimas que caíram. Respirando
fundo, saí do meu quarto e desci as escadas. Dylan estava esperando do
lado de fora, e as palavras de mamãe ecoaram em meu cérebro.
Eu me pergunto o que papai viu em seus olhos?
Não houve tempo para refletir porque Dylan me tirou do meu torpor.
— Esta pronta?
Eu apenas balancei a cabeça e fizemos nosso caminho para o carro.
Ele esperou até que eu estivesse pronta antes de ligar o motor e partir.
Silenciosamente, observei minha casa ficar cada vez menor.
Novamente, algumas lágrimas caíram. Eu não acho que Dylan percebeu,
mas ele me surpreendeu quando seu polegar pegou uma lágrima.
Os choques elétricos encheram meu corpo de calor. Eu me virei para
ele enquanto ele segurava minha lágrima em seu polegar.
— Você não é uma prisioneira. Você está livre para ir para casa, livre
para sair, mas tudo que eu peço é que você fique no palácio. Eu preciso de
você lá.
Seu rosto pode não ter mostrado nenhuma emoção, mas não perdi o
desespero em sua voz.
Dylan estava escondendo algo, e eu estava determinada a descobrir o
que era.
Capítulo 6
MEDINDO FORÇAS
SCARLET

Quando voltamos para o palácio, Aria estava esperando do lado de


fora. Ver seu rosto me fez sorrir. Ter Aria aqui me ajudaria em tudo o que
estava acontecendo.
Dylan desligou o motor e eu pulei para fora do carro, caminhando até
Aria.
— Venha, vamos acomodá-la em seu novo quarto. — Ela segurou
minha mão e foi embora.
Não perdi o olhar irritado que ela lançou ao primo.
Ana estava em uma missão, parecia. Ela me arrastou para o meu novo
quarto e bateu à porta. Então começou a bater os pés. Quando Aria
andava pesadamente de um lado para o outro, significava que ela estava
com raiva.
— Por que você está zangada? — Eu perguntei.
— Por quê? Porquê? Deixe-me dizer por quê, meu primo, meu próprio
sangue trancou minha melhor amiga em um quarto como uma
prisioneira e depois a arrastou de volta para cá! — Ela gritou.
— Eu não posso acreditar na coragem dele. Como ele ousa te tratar
assim? Você merece muito mais que isso. Juro que se o vir..., — Aria
continuou a gritar.
— Ana. Essa coisa toda é uma fodida, mas que sorte eu tenho de ter
você como amiga? Você, que está tão zangada com a forma como fui
tratada, que lança olhares irritados para o seu primo. — Eu ri um pouco.
— Ele merece, — ela zombou, finalmente parando de andar e se
sentando ao meu lado na cama.
Eu finalmente olhei ao redor da sala e percebi duas coisas. Um, era
enorme! A segunda coisa era que cheirava a Dylan aqui, um cheiro
realmente poderoso.
— Este é o quarto de Dylan? — Eu perguntei.
— Sim. Mais uma coisa da qual ele não abriu mão. Você tem que
dividir o quarto com ele.
Ela revirou os olhos.
— Eu acho que não. Ele está tendo tudo facilmente na mão. Vamos,
deve haver outro quarto. — Eu olhei para Ana, que parecia pensativa.
— Sim, eu conheço o quarto perfeito. Vamos. — Ela me arrastou para
fora do quarto de Dylan e pelo corredor.
— Traga as malas para este quarto, por favor! — Ela gritou.
Esse quarto ficava a algumas portas de Dylan, o que era um alívio.
Ainda era tão grande quanto o outro, mas não cheirava a Dylan. Talvez
agora eu pudesse me concentrar.
Não demorou muito para que as malas chegassem ao meu novo
quarto. Aria decidiu que seria uma boa hora para desfazer as malas. Nós
duas precisávamos de distração.
As próximas horas foram gastas fazendo deste novo quarto o meu
espaço.
Ana encontrou alguns conjuntos de lingerie que ela balançou no ar.
Eu admito, eles eram um pouco exagerados para mim, mas eu os amava.
Rimos até chorar quando encontramos algumas de nossas velhas
fotos e cartas que eu trouxera. Mas descobri que não estava pensando em
Dylan. Aria estava certa, esta era uma distração bem-vinda.
Quando desfizemos todas as malas, nós duas desabamos na minha
cama, exaustas.
— O que faremos agora? '' Ela perguntou.
— Eu não sei. O que você quer fazer? — Eu bocejei.
— Hm... deixe-me pensar, — Aria respondeu.
Infelizmente, ela não conseguiu pensar muito quando uma voz alta
gritou: — Onde diabos ela está?
Oh, não. Ana e eu nos entreolhamos e rapidamente saímos correndo
pela porta.
Dylan estava parado ali, segurando um coitado pelo colarinho. Este
homem estava tão apavorado que não conseguia nem dizer nada.
— Vá, — sussurrou Ana.
— Eu? — Ela estava louca?
— Ele está procurando por você. Vá antes que aquele homem morra.
— Aria me empurrou para frente.
Porra, ela estava certa, mas ver Dylan tão zangado me assustou um
pouco. Meus olhos encontraram o homem, que tremia como uma folha,
e suspirei.
Eu tive que salvá-lo.
Correndo para frente, fiquei entre Dylan e o pobre do rapaz. Assim
que seus olhos escuros encontraram os meus, ele soltou o cara.
Esperei até que o outro homem se afastasse antes de dizer: — O que
você estava fazendo com ele?
— Onde você foi? — Ele rosnou. Eu voltei quando ele se aproximou.
Engoli em seco ao responder: — Para o meu quarto.
Essa resposta não pareceu apaziguar Dylan enquanto ele avançava, e
eu andei ainda mais para trás até que minhas costas bateram em uma
parede.
Ele não disse nada, pois parecia perceber que tínhamos um público
nos assistindo.
— Vá embora.
As pessoas correram de volta enquanto Aria parecia em conflito sobre
o que fazer. Chris sussurrou em seu ouvido e gentilmente a levou
embora.
Eu estava sozinha com um companheiro muito zangado.
Seus braços me prenderam quando Ana saiu.
— Onde você foi? — Ele perguntou novamente.
— Para o meu quarto. — Eu era corajosa ou louca.
— Seu quarto? — Dylan rosnou.
— Você é surdo? Sim, meu quarto. — Ok, eu estava louca.
— Seu quarto é bem aqui. — Dylan apontou para seu quarto.
Eu estreitei meus olhos e empurrei seu peito. — Não, esse é o seu
quarto. Meu quarto fica no final do corredor.
— O que te faz pensar que pode dormir em um quarto diferente do
meu? — Ele sussurrou em meu ouvido.
Agora isso não era justo. Apenas ouvir sua voz fez coisas no meu
corpo. Seu sussurro em meu ouvido enviou faíscas direto para entre
minhas pernas. Merda de corpo traiçoeiro.
Respirando fundo, me endireitei, não perdendo o sorriso no rosto de
Dylan.
Dois podem jogar este jogo.
— Porque eu não sou sua prisioneira, então posso ter meu próprio
quarto e meu próprio espaço, — sussurrei no ouvido de Dylan, roçando
meu nariz em sua mandíbula.
Eu vi a protuberância nas calças de Dylan ficar maior. Pelo menos eu
sabia que ele estava atraído por mim. Aproveitando a situação, saí e corri
para o meu quarto.
Não demorou muito para Dylan abrir a porta.
— Você está brincando com fogo. Scarlet. — Sua voz era profunda,
desta vez não com raiva, mas com luxúria.
Meu Deus, ouvi-lo dizer meu nome fez coisas no meu corpo.
— Talvez eu goste. — Eu encolhi meus ombros.
— Se for demais, você vai se queimar. — Ele se aproximou de mim.
— Não vou ficar no seu quarto. Não até que eu esteja confortável.
Não se esqueça, você me trancou ontem. Não é uma boa primeira
impressão. — Eu olhei para ele.
Ele saiu de seu torpor cheio de luxúria, graças a Deus, porque eu não
acho que teria durado muito mais tempo.
— Você pertence a mim. Vou te dar alguns dias, mas depois disso, não
sei por quanto tempo posso controlar meu lobo. — Dylan respirou
fundo.
Ele estava tentando acalmar seu lobo. Por mim. Parecia que Dylan se
importava mais do que aparentava. Mais uma razão para eu descobrir o
que ele realmente estava escondendo.
Ele saiu antes que eu tivesse a chance de responder.
Harry parou na porta aberta, pronto para bater, mas eu apenas sorri
tristemente.
— Oh, criança. Eu sei que isso não é fácil para você. — Ele entrou e
me abraçou.
— Minha mente e meu corpo estão em guerra um com o outro. Este
vínculo de companheiro está tornando mais difícil para mim permanecer
firme, — eu suspirei.
— Deixe-me te contar algo. O vínculo de companheiro entre o rei e
sua companheira é diferente de qualquer outro. E muito forte, e estou
surpreso que vocês dois tenham durado tanto.
— O lobo de Dylan o estará deixando louco; ele iria querer você ao
lado dele o tempo todo, mas Dylan está tentando lutar contra ele. Por
quê? Para lhe dar espaço.
— Mas logo ele não poderá mais cumprir suas funções e logo você
terá que dividir um quarto com ele. A última coisa que ele quer é seu lobo
assumindo e marcando você antes que você esteja pronta.
— Sim, ele cometeu um grande erro trancando você em um quarto e
posso ser um pouco tendencioso, mas sei que, a longo prazo, vocês dois
precisam um do outro. Pense nisso.
Harry me beijou na testa antes de sair e fechar a porta.
Sentei na minha cama, e meu cérebro parecia explodir com todas as
informações que recebi.
Agora, eu tinha mais perguntas do que respostas. Acho que as coisas
não eram tão simples quanto eu pensava...
Capítulo 7
TREINAMENTO
SCARLET

Devo ter adormecido depois disso, porque a próxima coisa de que me


lembro foi que me disseram que era hora do jantar. Esfregando o sono
dos meus olhos, desci as escadas.
Felizmente, passei tanto tempo aqui que não estava perdida.
Ana estava esperando por mim na mesa e me chamou.
— Ele gritou com você? — Ela sussurrou enquanto enchia seu prato
com comida.
— Claro que sim, — eu sussurrei de volta, passando os vários itens
alimentares para outras pessoas.
— O que você disse? — Ela perguntou.
— Eu disse a ele a verdade. Eu precisava de espaço porque ele não
causou uma boa primeira impressão, — respondi, levando uma garfada
de macarrão à boca.
Ana acenou com a cabeça enquanto mastigava. — Boa. Você tem que
se manter firme. Não o deixe passar por cima de você.
Engoli a comida antes de dizer: — Sim, ele vai aprender que não vou
apenas me submeter a ele como as outras companheiras fariam. Ele tem
que trabalhar para isso.
Nossa conversa foi interrompida quando Dylan caminhou até a
cabeceira da mesa. Seu olhar estava em mim o tempo todo enquanto eu
me sentava longe dele e ao lado de Aria. Eu vi a maneira como ele cerrou
os dentes.
Para alguém que não queria uma companheira, ele com certeza
parecia se importar.
Eu fiz o meu melhor para ignorá-lo enquanto comia essa comida
deliciosa. Era difícil, pois sentia seu olhar em mim o tempo todo.
Eu estava prestes a sair assim que terminei, mas então Dylan
pigarreou. Imediatamente, toda a sala ficou em silêncio enquanto todos
olhavam para ele.
— O treinamento começa amanhã às 8h30 em ponto. Eu não tolero
que as pessoas cheguem atrasadas.
As pessoas assentiram enquanto Ana gemia baixinho.
— Eu odeio treinar.
Tentei não rir de seu rosto taciturno. Nós duas nos levantamos e
fomos embora. Não olhei para Dylan e sabia que isso o deixava com raiva,
mas não me importei.
Ana me disse que ia dormir cedo, então nos despedimos e
caminhamos para os nossos quartos.
Mesmo tendo meu cochilo, encontrei meus olhos fechando.
Rapidamente, tomei banho e me vesti para dormir.
Subindo nas cobertas quentes, eu conectei meu celular e enviei
algumas mensagens à minha família para que eles soubessem que estava
tudo bem.
Certifiquei-me de que um alarme estava definido para 7 e 7: 30 da
manhã, antes de colocá-lo de lado e deixar o sono assumir o controle.
Um cheiro familiar invadiu minhas narinas e eu gemi.
— Shh... durma, — a voz profunda sussurrou em meus ouvidos.
Eu me vi sorrindo e balançando a cabeça. Era como se eu quisesse
agradar quem disse isso.
Embora estivesse quieto, eu ouvi. Uma risada. Ela enviou faíscas por
todo o meu corpo. Meu Deus, que sentimento forte.
Lentamente, voltei ao sono até que a porta se fechou. Eu pulei e
esfreguei meus olhos.
Isso foi um sonho? Não, definitivamente não foi. O cheiro de Dylan
estava forte em meu quarto. Ele estava aqui e foi ele quem me disse para
voltar a dormir. Mas por quê?
Alcançando o meu celular, eu olhei para a hora. 5h08
Gemendo, caí de volta no travesseiro e tentei dormir mais duas horas.
Claro, era difícil quando eu tinha uma pergunta que não saía da cabeça.
Por que Dylan veio aqui?
Quando meu alarme tocou às 7 da manhã, imediatamente apertei o
botão soneca e me apoiei naquela meia hora extra.
Pareceram apenas alguns segundos antes do segundo alarme tocar.
Apertando de novo o modo soneca, eu esfreguei o sono dos meus olhos e
gemi.
Embora eu tenha tido um sono agradável, não consegui voltar a
dormir por muito tempo depois que Dylan foi embora. Minha loba não
se acomodou e minha mente estava hiperativa.
E seguro dizer que eu precisaria de outra soneca após esta sessão de
treinamento. Suspirando, saí das cobertas quentes e fui ao banheiro para
me arrumar.
Eu costumava treinar muito em casa, mas pelo menos era em uma
hora razoável. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto, assim
ficaria fora do meu rosto.
Tirei meu pijama e coloquei meu short e sutiã esportivo. Isso é o que
eu usava em casa, mas algo me disse para adicionar uma camiseta.
Quando eu coloquei meus tênis e mexi no meu celular, era hora de ir.
Enquanto caminhava em direção às vozes, me peguei ficando nervosa.
Eu nunca havia treinado com essas pessoas antes. Como viviam no
palácio, eram os melhores dos melhores.
Seu treinamento era vigoroso e difícil, e precisava ser visto que eles
eram a primeira linha de defesa do palácio.
Lembrei-me de que Harry uma vez me disse que pessoas de diferentes
grupos se inscrevem para fazer parte do palácio, mas mesmo esse
processo era difícil.
Eles tinham que passar por uma série de testes e, mesmo assim,
muitos não conseguiam.
Pensar em tudo isso não foi a melhor ideia, especialmente porque eu
já estava muito nervosa. Muitas pessoas já sabem que sou a companheira
de Dylan. Afastando os pensamentos, andei para fora.
Felizmente, avistei Ana que estava conversando com outro membro
da matilha. Eu rapidamente caminhei em direção a ela, esperando não
ser parada.
— Ei, — eu disse, chamando sua atenção.
— Ei... Espere, o que você está vestindo? — Seus olhos se arregalaram
quando ela viu minha roupa.
Eu olhei para baixo, confusa, antes de responder: — O que eu sempre
visto para treinar! Shorts e top esportivo, embora hoje tenha resolvido
colocar uma camiseta por cima do top. Por quê?
— Hum... Dylan não vai gostar, — disse ela nervosamente.
— É por isso que você está usando leggings e um top? — Eu
perguntei.
Ana acenou com a cabeça. — Tanto Dylan quanto Chris não gostam
quando eu uso shorts. Muita perna aparecendo.
— Bem, ele terá que lidar com isso. Não tenho legging esportiva e não
vou mudar porque ele não gosta. Estou confortável assim. — Eu fiz uma
careta.
Aria parecia insegura. — Tudo bem, estou avisando, porém, ele vai
dizer algo.
Eu apenas rolei meus olhos. Dylan tinha que aprender que eu não me
submeteria a tudo o que ele dissesse.
Nossa conversa foi interrompida quando Dylan e Chris saíram.
Imediatamente, todos se juntaram ao redor. Aria foi para a frente, mas
decidi ficar no meio.
Dessa forma, eu estava escondida atrás das pessoas e não precisava
ficar cara a cara com Dylan tão cedo.
— Eu quero ver o que você pode fazer. Formem pares e pratiquem as
técnicas. Lembrem-se, sua forma humana precisa ser tão forte quanto
sua forma de lobo! — Dylan gritou.
As pessoas concordaram com a cabeça antes de se dispersarem. Aria
se aproximou de mim e agarrou minha mão antes de irmos para o outro
lado.
Olhando em volta, vi que esses caras eram muito melhores do que eu.
Olhei para Ana, que olhou para mim como se confirmasse meus
pensamentos.
Que seja. Eles podem ser melhores do que nós, mas ainda estávamos
bem e treinando, iríamos melhorar. Perguntei a Aria o que ela queria
fazer e ela queria praticar esquiva, então fizemos isso.
Não demorou muito para que ambas estivéssemos bem focadas,
evitando os ataques uma da outra.
Ana se lançou sobre mim e eu rapidamente saí do caminho, mas o
que não percebi é que esbarrei na pessoa que estava tentando evitar.
Seu cheiro viciante invadiu meu nariz e minha loba começou a
enlouquecer. Os cabelos do meu pescoço se arrepiaram quando ele
sussurrou: — Que porra você está vestindo?
Oh, talvez eu devesse ter me trocado...
Capítulo 8
IMPOSIÇÃO
SCARLET

Eu lentamente me virei para encarar meu companheiro com raiva.


Sua carranca me disse tudo que eu precisava saber.
Isso poderia ter acontecido de duas maneiras. Ou eu poderia me
trocar para evitar qualquer discussão ou eu poderia dizer a Dylan para se
foder, porque ele não consegue decidir o que vestir.
Se eu fosse uma companheira submissa, teria optado pela primeira
opção, mas não era.
— Roupas, — respondi.
Dylan cerrou os dentes. — Eu posso ver isso, mas quais roupas?
— As roupas que normalmente visto para treinar. — Dei de ombros.
Seus olhos brilharam de raiva. — Você não consegue ver o número de
homens olhando para suas pernas?
— Por que eles iriam querer olhar minhas pernas? — Eu perguntei,
confusa.
— Eles estão olhando para você toda. — Eu poderia dizer que Dylan
estava ficando frustrado.
— Bem, eu não posso me esconder e treinar ao mesmo tempo, — eu
ri.
Dylan abriu a boca para responder, mas seus olhos encontraram algo
que ele não gostou.
— Parem de olhar! — Ele gritou.
Imediatamente, me virei para ver um homem rapidamente desviando
o olhar. Puta merda, ele estava realmente olhando para mim? Eu pensei que
Dylan estava apenas sendo extremamente possessivo.
Talvez eu não devesse ter sido tão atrevida. Tarde demais agora.
— Você vê? — Ele balançou sua cabeça.
— Bem, eu não gosto de treinar em mais nada. Não é confortável,
além disso, você não pode controlar o que eu visto. — Eu coloquei
minhas mãos em meus quadris.
Claramente, isso foi um grande erro, pois os olhos de Dylan se
concentraram em meu peito.
Tossindo alto, chamei sua atenção. — Olhos aqui em cima.
— Eu não quero nenhum macho não acasalado olhando para você, —
ele rosnou.
— Isso vai ser um problema, considerando que a maioria desses caras
não são ainda, — respondi.
Os olhos de Dylan brilharam de raiva, e eu poderia dizer que ele
estava tendo dificuldade em controlar seu lobo.
— Pare de ser atrevida, — ele retrucou.
— Pare de ser tão superprotetora retruquei.
Novamente, seus olhos focaram em algo atrás dele, e ele passou as
mãos pelos cabelos em frustração.
Quando seu olhar encontrou o caminho de volta para mim, eles se
concentraram em meus lábios. De repente, senti que deveria estar
correndo. Para bem longe.
Mas é claro, minhas pernas não se moviam. Era como se meu corpo
quisesse ver o que Dylan faria enquanto minha mente gritava para eu
correr.
Ele se aproximou de mim e me puxou para mais perto. Minhas mãos
se estenderam para me firmar e pousaram em seu peito.
— O que você está fazendo? 1' Eu sibilei, tentando sair de seu
controle.
— Algo que eu deveria ter feito antes, — Dylan respondeu.
Eu não consegui dizer mais nada quando os lábios quentes de Dylan
desceram sobre os meus. Meu corpo inteiro reagiu, faíscas dispararam
pela minha espinha e uma sensação de calor me encheu.
Dylan sabia beijar muito bem. Talvez fosse o vínculo de companheiro,
mas não esperei muito para responder.
Minhas mãos envolveram o pescoço de Dylan, fazendo com que
nosso beijo se aprofundasse. Ele gemeu na minha boca, e eu juro que
quase entrei em combustão naquele momento.
Nós paramos o beijo e eu descansei minha testa na dele. Dylan
empurrou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha antes de
sussurrar: — Você vai treinar comigo.
Em meu torpor de desejo, eu apenas balancei a cabeça. Meu corpo
inteiro ainda estava em chamas depois daquele beijo, e eu não conseguia
nem pronunciar as palavras.
Dylan sorriu e disse: — Você vai ficar no meu quarto.
Novamente, eu apenas balancei a cabeça.
— Você vai dormir comigo todas as noites.
Outro aceno de cabeça.
— Você vai dormir nua.
Uh, espere um segundo.
Eu balancei minha cabeça. — O quê? Não!
Dylan sorriu, com um sorriso verdadeiro! — Eu sabia que isso iria
longe demais. Pelo menos eu tenho a maneira perfeita de calar sua boca.
— Eu... eu... — As palavras não podiam sair enquanto eu olhava para
Dylan.
— Treinamento encerrado! Se eu vir algum de vocês pervertidos
olhando para nós novamente, é melhor vocês estarem prontos para
muita corrida! — Dylan gritou.
Porra! Estávamos treinando. Dylan me beijou na frente de todos. Oh,
meu Deus.
Tentei escapar, mas Dylan não me deixou ir. Eu não conseguia nem
olhar para Aria porque estava muito envergonhada.
— Você tinha que me beijar na frente de todos? — Eu revirei meus
olhos.
— Sim, para que esses homens saibam que você já tem dono, —
respondeu Dylan.
— Isso foi muito embaraçoso, e eu não estou comprometida. Você
não quer uma companheira. — Eu finalmente saí dos braços de Dylan.
— Não se engane, Scarlet. Você é minha companheira, e de mais
ninguém. — Dylan olhou para mim.
— Que seja, — eu zombei.
— Amanhã treino às 11 horas só comigo. Vou pedir aos criados que
levem suas coisas para o meu quarto. — Dylan começou a se afastar.
— Não! Não vou entrar em seu quarto ainda. Dê-me pelo menos uma
semana, — tentei negociar.
— Ótimo. Uma semana. — Ele continuou a se afastar, me deixando
lá.
Eu não iria me mudar para o quarto dele em uma semana, mas ele
não precisava saber disso. Percebendo que estava sozinha no campo,
xinguei-o mentalmente.
Esse beijo bagunçou minha cabeça. Corri de volta para o meu quarto
e pulei direto no chuveiro.
Dylan era confuso. Um minuto, ele me tranca em um quarto e no
próximo ele está me beijando com tanta fome como se fosse tudo o que
ele quisesse. Eu simplesmente não conseguia entender isso.
Quando saí do chuveiro e me vesti, ouvi uma batida à minha porta.
Eu sabia que não era Dylan ou Ana, então quem era?
Abri a porta e vi uma criada parada ali com uma bandeja.
— A Srta. Ana mandou seu almoço, — afirmou ela, entregando-me
uma bandeja.
— Oh, obrigada. — Eu sorri antes de fechar minha porta.
Almoço? Eu poderia simplesmente ter buscado.
Abaixando a bandeja, peguei meu celular para ver uma mensagem de
Aria.

Aria: Espero que você tenha almoçado.

Scarlet: Sim, por que você enviou?

Aria: Dylan não queria você aqui embaixo.


Scarlet: Por que não?

Aria: Algumas pessoas estão sendo desagradáveis. Ele está muito


bravo.

Scarlet: Eu não deveria descer?

Aria: Não! Fique aí. Por favor, Scarlet, ouça desta vez.

Scarlet: Ok, eu vou.

Eu coloquei meu celular no bolso. Ana parecia preocupada, então eu


tive que ouvi-la.
No entanto, uma parte de mim não entendia por que eu não poderia
estar lá embaixo. Certamente se Dylan estava com raiva, ele precisaria de
sua companheira para acalmá-lo.
Aria deixou claro que eu não deveria cair e não poderia desafiá-la.
Suspirando, eu comi meu almoço ou o que pude enquanto meus
pensamentos oscilavam para Dylan. Que tipo de companheira eu era se
não pude nem mesmo ajudar a acalmar minha companheira?
Capítulo 9
PROVOCAÇÃO
SCARLET

Fiel à minha palavra, fiquei lá em cima, mas deixe-me dizer, não foi
fácil. Muitas vezes eu me levantei e abri a porta, mas a fechei novamente.
Eu me senti como um fracasso de companheira, mas a mensagem de
Ana me impediu de pensar isso. Algo sério tinha que estar acontecendo e
eu confiava em Ana.
Andei de um lado para o outro no meu quarto pelo que pareceram
horas. Deitei na cama, até tomei banho, mas não ouvi nada. Devo enviar
uma mensagem de texto para Aria? E se ela estivesse realmente ocupada?
Oh, cara, eu odiava isso. Eu só queria saber o que estava acontecendo.
Eventualmente, ouvi passos se aproximando e pulei da cama. Sem
pensar, abri a porta e disse: — Finalmente, você sabe há quanto tempo
estou esperando por você?
Mas é claro, não era minha melhor amiga parada ali, era meu
companheiro. Meu companheiro, que tinha um olhar tão zangado em
seu rosto bonito, que parecia que iria despedaçar qualquer um que
entrasse em seu caminho.
Simplesmente maravilhoso.
Meus olhos encontraram os dele com raiva e eu congelei. — Oh... eu...
hum... — De repente, eu não conseguia falar.
O que me surpreendeu não foi o fato de eu não conseguir dizer nada,
o que parecia acontecer regularmente agora, mas o fato de que a raiva de
Dylan havia desaparecido. Ele olhou para mim com diversão em seus
olhos. Diversão!
Fico feliz em ver que ele me acha engraçada.
— Você não estava me esperando? — Dylan parecia estar gostando do
meu desconforto.
— Não... eu pensei que você fosse Ana, — eu consegui dizer.
— Como você pode ver, eu não sou ela, mas sou alguém muito
melhor. — Ele se aproximou de mim.
O beijo se repetiu em minha mente e eu me senti ficando quente.
Meu corpo ansiava por outro toque, outro beijo do homem que deveria
ser meu tudo.
Por mais que eu tentasse parar esse sentimento, eu estava impotente
para a força que era o vínculo de companheiro.
Dylan podia sentir o que estava acontecendo, a turbulência interna
era clara para ver. Agora seus olhos estavam cheios de fome e luxúria.
Oh, não. Isso não estava indo bem para mim.
— Alguém parece estar ficando excitada. Eu me pergunto quem, —
Dylan sussurrou em meu ouvido, enviando choques até meus dedos dos
pés.
Recusei-me a responder. Em vez disso, me virei e tentei fechar a porta
na cara dele. Não foi uma boa ideia.
A mão de Dylan impediu a porta de fechar e ele entrou no meu
quarto enquanto resmungava.
— Alguém tem sido uma garota má.
Senti minha calcinha ficar cada vez mais molhada a cada segundo.
Meu corpo inteiro parecia estar reagindo a cada movimento e a cada
palavra que Dylan fazia ou dizia.
Observei enquanto ele fechava a porta, girava a fechadura e vinha em
minha direção como se eu fosse sua presa.
— Eu posso sentir o cheiro do seu desejo, — ele rosnou, respirando
fundo o meu cheiro e me fazendo tremer.
— Eu me pergunto, você está molhada? — Ele sussurrou enquanto
sua mão viajava mais e mais.
Percebendo o que estava acontecendo, parei sua mão quando ela se
aproximou da minha calcinha muito molhada.
— Não, não estou. Nem tente olhar. — Eu olhei para ele.
— É mesmo? Eu não acredito em você. — O sorriso malicioso de
Dylan estava de volta.
— Olhe. Estou com tesão porque não faço sexo há algumas semanas.
Eu anseio por sexo, não você, — eu deixei escapar.
Mentiras. Todas mentiras horrendas. Eu não tinha feito sexo algumas
semanas atrás. Eu só queria tirar Dylan de cima de mim, mas a julgar
pelo olhar escuro e perigoso em seus olhos, eu diria que meu plano
fracassou. Parte dele, ao menos.
— E mesmo? Você deseja sexo? Quantos homens tiveram seus paus
dentro de você? Quantos te fizeram gozar? — Dylan puxou meu cabelo
com força para que eu ficasse de frente para ele, e não havia chance de
escapar.
— Quantos homens viram o que está por baixo da sua calcinha? —
Ele perguntou.
Claro, eu só fiquei lá como uma idiota porque tinha caído em sua
armadilha. Uma armadilha que eu mesmo estava adorando.
— Vou apagar qualquer pensamento de qualquer homem dentro de
você porque o único homem cujo pau estará dentro de você é o meu.
— Os únicos dedos que vão fazer você gozar são os meus e a única
língua para te lamber é a minha. Entendeu? — Dylan puxou meu lábio
inferior.
Não gosto de sexo violento, mas ao ouvir essas palavras de Dylan,
senti minha calcinha inundar. Ele parecia tão sexy que eu estava disposta
a deixá-lo fazer o que quisesse com meu corpo.
Eu só queria senti-lo dentro de mim.
Havia apenas um pequeno problema com isso. Eu era virgem e Dylan
não tinha ideia porque eu disse a ele que fiz sexo pela última vez há
algumas semanas.
Como eu disse, meu plano saiu totalmente pela culatra.
— Eu estava mentindo. Não houve nenhum outro cara, — eu soltei
em meu estado de nervosismo.
Dylan pareceu surpreso por um momento antes de repetir: —
Nenhum cara?
Eu concordei. — Nenhum cara. Nunca.
Ele me olhou confuso. — Por que você mentiu?
— Hum... porque você estava chegando perto da minha calcinha. —
Tentei desviar o olhar, mas não tive sucesso.
— Então, você está dizendo que se eu colocar minha mão em sua
calcinha, ela vai ficar molhada? — Seu sorriso estava de volta.
— Não. Eu não disse isso, — eu zombei.
Desta vez eu estava indefesa quando os dedos de Dylan percorriam
meu corpo e sob o meu jeans antes de parar na minha calcinha
extremamente molhada.
Dylan gemeu, — Você está encharcada apenas por eu dizer algumas
coisas.
Senti minhas bochechas corarem, mas estava presa. Eu não conseguia
dizer nada, olhei para Dylan enquanto seus dedos lentamente passavam
pela minha calcinha.
— Porra. Tão molhado e só para mim. — Dylan mordeu minha
orelha.
Minhas pernas de repente pareciam geleia, eu nunca senti tanto
prazer na minha vida.
Assim que os dedos de Dylan separaram minhas dobras, uma voz me
tirou da minha névoa cheia de desejo.
— Scar? Você está aí? — A voz de Ana se aproximou.
Foi como se um feitiço tivesse sido quebrado. Dylan rapidamente
puxou seus dedos e se afastou de mim. Seus olhos cheios de luxúria
foram agora substituídos por apatia. O Dylan que me provocava muito
desapareceu.
— Não se atreva a dizer nada a ninguém. — Sua voz parecia perigosa.
Revirei os olhos, — Eu não sei por que eu esperava nada diferente de
mim. Por favor, você não está me fazendo nenhum favor ao ficar.
Eu destranquei a porta e fiz sinal para fora. Dylan deu alguns passos
em minha direção, mas eu recuei. — A porta está ali. — Eu apontei.
Dylan parecia querer dizer algo, mas decidiu contra isso. Eu o
observei sair antes de desabar na minha cama.
Não demorou muito para que Ana entrasse.
— Ei, isso foi...? — Ela parou.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas e Aria suspirou, — O que meu
primo idiota fez desta vez?
Capítulo 10
PROCESSANDO TUDO
SCARLET

— Tudo que eu quero é um companheiro. Alguém para cuidar de


mim e me amar. Por que eu tive Dylan? Ele não quer uma companheira
uma hora, mas se recusa a me deixar na outra, provavelmente por razões
egoístas.
Eu simplesmente não consigo entender isso. Hoje, eu tolamente
acreditei que estávamos tendo um momento, mas eu deveria ter pensado
melhor. — Eu enxuguei minhas lágrimas.
Aria suspirou e fez-me sentar na minha cama.
— Meu primo é uma pessoa que eu simplesmente não consigo
entender. Por ele fazer isso com você, me irrita muito, porque você é
minha melhor amiga.
— Mas cada vez que eu tenho que enfrentá-lo, meu pai e Chris
sempre me param. Eles sempre dizem a mesma coisa também, que Dylan
está passando por mais do que eu sei.
— Não há desculpa para ser um idiota, — eu murmurei.
— Não, não há. Eu não vou ter minha melhor amiga chorando pro
causa do meu primo idiota, — Aria concordou.
— Não tem nada que você pode fazer e está tudo bem, — Eu funguei.
— Sim, tem. Vou mandar você para casa, — respondeu Ana.
— Casa? Mas... mas..., — eu gaguejei.
— Eu não vou deixar você ficar aqui se o meu primo vai tratá-la como
lixo. — Ana balançou a cabeça.
— Mas e Dylan? Ele vai ficar bravo, realmente bravo, — eu disse.
— Então nós inventamos algo. Tipo, sua mãe está doente e você
precisa estar lá do lado dela. — Aria ergueu as sobrancelhas.
— Mentir? Eu não acho que posso mentir, e Dylan provavelmente
seria capaz de notar. — Eu olhei para Aria, assustada.
— Você vai ter que ser boa. É a única maneira de te afastar de Dylan,
— disse Aria.
— Levá-la longe de Dylan? Eu te ouvi direito, prima? — A voz de
Dylan nos fez pular de susto.
Porra. Eu pensei que ele tivesse caído fora e não voltado aqui, mas eu
estava errada. Eu olhei para Ana para dizer a ela para não dizer nada
estúpido, mas ela não daria ouvidos.
Em vez disso, ela deu um pulo e encarou seu primo, igualando sua
raiva.
— Você me ouviu direito, primo. Eu não acho que você sabe como
você é sortudo de ter Scarlet como uma companheira, e eu não vou
deixar você tirar proveito dela, — Ana respondeu.
— O que eu faço com Scarlet é problema meu, não seu. Ela é minha
companheira e meu problema. — Dylan olhou para mim uma vez antes
que seu olhar zangado voltasse para Ana.
Aria revirou os olhos. — Antes de ser sua companheira, ela era minha
melhor amiga, e é melhor você se lembrar disso. Você sabe o quê, Dylan,
Scarlet não é um problema, você é.
Dylan rosnou e eu me levantei, pronta para me jogar entre eles se as
coisas piorassem. Esses dois primos de cabeça quente eram mais
parecidos do que pensavam.
— Não rosne para mim. — Aria olhou para Dylan.
Dylan abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido por Harry.
— O que está acontecendo aqui? Parem com isso. Vocês dois. — Ele
ficou entre os dois primos.
— Pai, você não sabe como Dylan continua fazendo Scarlet chorar. —
Ana tentou contornar seu pai.
Os olhos de Harry encontraram os meus, mostrando sua tristeza.
Senti o olhar de Dylan queimando minha pele, mas me recusei a olhar
para ele.
— Já basta. Ana, você sabe que não deve interferir entre dois
companheiros. A menos que Scarlet peça especificamente, você não deve
se envolver. Dylan, você vem para o escritório. Precisamos ter uma
conversa séria, — Harry soltou.
Aria murmurou baixinho, mas ouviu o pai dela. Harry saiu do meu
quarto e Dylan seguiu de perto. Seu olhar encontrou o meu, mas eu
desviei o olhar.
Ana entrou em colapso na minha cama, ainda chateado por ter sido
interrompida e eu decidi que ela precisava de seu companheiro.
— Vá até o Chris. Não consigo ver você sentada aqui toda zangada. Vá
e se acalme. Vou ficar bem, tenho muitos programas na Netflix para pôr
em dia. — Eu arrastei Ana para fora do meu quarto.
— Não, eu deveria estar aqui com você, — protestou Aria.
— Não. Eu preciso de algum tempo sozinha e você precisa se acalmar.
A raiva que você está irradiando está fazendo todo mundo ficar longe do
meu quarto, — Eu ri.
Aria parecia que não queria me deixar, mas ela foi embora de
qualquer maneira. Assim que ela se foi, me escondi sob minhas cobertas
e deixei as lágrimas caírem.
Eu estava tentando muito não chorar, para não mostrar que as
palavras de Dylan haviam me machucado, mas era como se alguém
estivesse me apunhalando no coração.
Assim que não tive mais lágrimas, levantei-me da cama e limpei o
rosto. Meu nariz escorrendo e olhos vermelhos inchados eram grandes
sinais de que eu tinha chorado muito. Felizmente, ninguém mais veio ao
meu quarto.
Claro, isso nunca acontecia. O som da minha porta abrindo me fez
ofegar e fechei a porta do banheiro.
— Scarlet, desça para comer, — disse a voz inconfundível de Dylan.
Mesmo agora, mesmo depois de chorar por Deus sabe quanto tempo,
ouvir sua voz me fez sentir muito melhor.
— Não estou com fome, almocei tarde hoje, — consegui responder.
Não houve resposta por um bom minuto, o que me fez acreditar que
Dylan tinha ido embora. Quando estava prestes a abrir a porta do
banheiro, ouvi-o falar.
— O almoço foi horas atrás. Você precisa comer.
— Eu realmente não estou com fome. Por favor, me deixe em paz, —
eu respondi, esperando que ele me escutasse.
Mais uma vez, outro silêncio antes de ouvi-lo suspirar, — tudo bem.
Seja como for, você é uma mulher adulta, então faça o que quiser.
Desta vez, eu o ouvi sair e fechar minha porta. Finalmente.
Abri a porta do banheiro e dei um suspiro de alívio. Ele se foi.
Eu disse a verdade a ele, não estava com fome, mas não tinha certeza
se era o nervosismo de ver Dylan novamente que fez meu apetite
desaparecer.
Sentando na cama, decidi assistir Modern Family. Eu precisava de algo
para me animar, não me deprimir ainda mais.
Eu n tanto com os episódios que eu esqueci de ficar chateada, isso me
fez sentir muito melhor. Meus olhos se fecharam e eu deixei a escuridão
me consumir...
***

Eu não sabia há quanto tempo estava dormindo, mas fui acordada por
uma mão movendo o cabelo atrás da minha orelha.
— Sinto muito, — uma voz profunda sussurrou em meu ouvido.
Antes que eu pudesse me parar, eu agarrei a mão, pegando-o de
surpresa.
Dylan olhou para mim em estado de choque, mas eu não iria deixá-lo
ir. Minha loba precisava dele, e eu não tinha dúvidas de que seu lobo
precisava de mim também.
— Fique, — eu sussurrei.
Dylan parecia dividido, como se tudo o que ele quisesse fosse ficar,
mas algo o estava segurando.
— Por favor. — Eu tentei de novo.
Dylan suspirou e assentiu. Ele tirou os sapatos e as meias. Quando
suas mãos alcançaram sua blusa, eu engasguei.
— O que você está fazendo?
Ele se virou para mim e sorriu. — Bem, eu durmo sem camisa. Algum
problema?
Não confiando em minha voz, eu apenas balancei minha cabeça,
fazendo Dylan rir.
Não consegui tirar meu olhar dele enquanto ele tirava a camisa. Puta
merda. Eu sabia que ele era gostoso, mas vê-lo sem camisa no meu
quarto estava afetando meu corpo.
Dylan gemeu: — Não me provoque.
— Eu... eu... como é? — Eu engoli em seco.
Dylan não perdeu mais tempo para ficar na minha cama. Esperei o
constrangimento, mas ele nunca veio. Parecia natural, normal.
Dylan me puxou em direção a ele, com minha cabeça descansando
em seu peito. Seus braços apertados em torno de mim enquanto ele
respirava o meu cheiro. Como eu disse, ele precisava disso mais do que
eu.
Eu deixei meus olhos fecharem ao som de seus batimentos cardíacos,
com um sorriso enorme no meu rosto...
Série
Capítulo 11
CONTRA O TEMPO
SCARLET

Quando abri os olhos, me senti revigorada, como se tivesse tido a


melhor noite de sono de todas. Meu corpo se sentiu rejuvenescido e eu
tinha mais energia.
Alonguei meu corpo, me sentei e olhei ao redor do meu quarto.
Estava vazio como esperado, mas cheirado a Dylan.
Puta merda! Dylan estava aqui. Ele dormiu no meu quarto, na minha
cama comigo toda a noite. Virei a cabeça para o lado vazio da cama e
senti o seu cheiro no travesseiro.
Claro, os arrepios agradáveis voltaram, e eu suspirei. Então, toda a
razão pela qual eu me sentia assim era Dylan.
Conhecendo ele e suas mudanças de humor, eu não teria uma chance
como esta de novo e ele provavelmente diria que nunca aconteceu.
Balançando a cabeça, saí da cama e fui para o banho. Meu estômago
roncava constantemente, considerando que eu decidi pular o jantar
ontem.
Depois de me vestir para o dia, desci as escadas para tomar o café da
manhã muito necessário.
O café da manhã foi monótono. Dylan não estava em lugar nenhum,
então pude comer direito. Aria me enviou uma mensagem dizendo que
ela estaria por perto para discutir algo importante.
Enquanto eu voltava para o meu quarto, notei muitas criadas
correndo para limpar. Haveria outro evento para acontecer? Talvez seja
sobre isso que Ana queria falar comigo.
Aria já estava sentada na minha cama quando entrei no meu quarto.
— Ei, eu estava esperando por você. — Ela revirou os olhos.
— Desculpa! Você deveria ter ligado, — eu ri.
— Nah, está tudo bem. Eu preciso te contar uma coisa. — Aria parecia
um pouco nervosa.
— Vá em frente. — Sentei na minha cama.
— Tivemos uma reunião esta manhã. Foi decidido que a cerimônia de
coroação acontecerá no próximo fim de semana, — Aria suspirou.
A cerimônia de coroação. A cerimônia em que Dylan é oficialmente
coroado rei e sua companheira — eu — é coroada rainha. Havia um
pequeno problema nisso.
Era preciso se acasalar antes que esta cerimônia pudesse acontecer.
Ou seja, Dylan e eu precisávamos transar, o que, por razões óbvias, não
aconteceu.
— Você está brincando, não é? — Eu perguntei.
Ana balançou a cabeça, — Não. O conselho quer que aconteça no
próximo fim de semana porque eles acham que as pessoas precisam
disso. Até papai concordou. — Aria olhou para mim com simpatia.
Eu pulei. — Não tem como isso acontecer, Aria. Você sabe o que deve
ocorrer antes e nós dois sabemos que não está acontecendo. Seu primo
não é exatamente o melhor companheiro do mundo.
— Eu sei. Tentei convencer meu pai, mas ele concordou. Dylan
apenas ficou sentado lá; ele não conseguia nem discutir. Sinto muito,
Scar, — Ana respondeu.
— Por quê? Por que isso tem que acontecer comigo? Eu me recuso a
transar com um companheiro que nem mesmo me quer como sua
companheira. Com alguém que me trata como se eu fosse lixo! — Eu
soltei.
— Eu concordo com você, mas minhas mãos estão amarradas, — Aria
suspirou.
— Scarlet. — A voz profunda causou arrepios na minha espinha.
Minha cabeça virou para ver Dylan parado na porta.
— O quê? — Eu disse.
f
— E hora de você se mudar para o meu quarto, — afirmou Dylan.
Eu zombei, — Como se fosse acontecer. A última coisa que vou fazer
é entrar no seu quarto. Por que você não disse nada? Esta cerimônia não
pode acontecer.
Dylan estreitou os olhos. — Por que não pode?
— Você está brincando comigo? Você não quer uma companheira e
você sabe o que tem que acontecer antes da cerimônia. Não somos
companheiros exatamente normais, somos? — Eu balancei minha
cabeça.
— É por isso que você precisa se mudar para o meu quarto, —
respondeu Dylan.
— O quê? Eu preciso ir para o seu quarto para que possamos transar?
— Minha raiva estava levando o melhor de mim.
— Sim. Não seja desobediente agora. — Dylan entrou no meu quarto.
— Eu não vou transar com você. Você realmente acredita, depois de
tudo que me disse, que eu concordaria com isso tão facilmente? — Eu o
empurrei.
Os olhos de Dylan escureceram. — Eu sei que você está atraída por
mim. Senti o cheiro do seu desejo.
— Isso é tudo, Dylan. Desejo. Eu não agiria só com isso, — eu menti.
Eu totalmente faria.
Dylan abriu a boca, mas foi interrompido por Harry entrando. —
Chega, crianças.
Eu amava Harry, mas agora ele estava na minha lista negra. Ele nem
mesmo tentou impedir isso.
— Eu sei que você está chateado comigo, Scarlet, mas isso precisava
acontecer, — explicou Harry.
— Sim, mas não tão cedo, — eu murmurei.
— Estou saindo, garota. — Ele sorriu tristemente.
Meus olhos se arregalaram em choque, — saindo? Por quê?
Harry deu um tapinha nas costas de Dylan. — Eu era rei apenas
porque estava esperando meu sobrinho voltar. Agora ele está de volta, eu
posso viver minha vida.
— Quero viajar e agora é a hora perfeita. Ana e Dylan têm seus
companheiros.
— Mas... mas..., gaguejei.
— Antes de ir, quero ver meu sobrinho sendo coroado rei. Também
quero ver a garota que considero minha segunda filha, sendo coroada
rainha.
Ele sorriu. — Eu sei que você pode pensar que isso é repentino, mas...
— Harry parou.
— Faltam oito dias! Você não acha que é um pouco cedo? — Suspirei.
Harry olhou para mim e sorriu.
— Eu não, mas você claramente acha. Tudo bem, que tal isso? E se
fizermos a cerimônia em três semanas? Vou dizer ao conselho que vocês
dois querem mais tempo juntos, então na próxima semana é muito cedo.
Dei um suspiro de alívio. — Seria perfeito.
Harry sorriu. — Ótimo, eu vou agora, eles estão todos lá ainda, então
não deve demorar muito. Aria, você vem comigo.
Ana deu um pulo e me abraçou antes de seguir seu pai. Agora éramos
apenas eu e Dylan.
— Ser acasalado comigo é tão repulsivo assim? — Ele perguntou.
Eu me virei para olhar para ele e suspirei, — Não é isso, mas é apenas
muito cedo. Dylan, ontem foi a primeira vez que alguém dormiu na
mesma cama que eu. A primeira vez que tivemos um momento.
— Como podemos ter a cerimônia de coroação no próximo fim de
semana, quando nem mesmo dividimos a cama?
Dylan suspirou, — Acho que você está certa.
— Você não quer pelo menos me conhecer um pouco melhor? Essa
cerimônia nos une para o resto da vida. Eu não posso escapar de você e
você não pode escapar de mim, — eu disse.
Dylan olhou para mim com tristeza. — Eu sei, era isso que eu queria.
Assim que a cerimônia terminar, terei você para o resto da vida.
Nenhuma palavra saiu da minha boca quando ele saiu do meu quarto.
Me deixou ali parada com mais perguntas do que respostas. Me deixou
me sentindo culpada.
O que estava acontecendo? Eu Fiquei lá por pelo menos cinco
minutos antes de suspirar. Eu não queria sair deste quarto, mas isso iria
acontecer.
Comecei a tediosa tarefa de arrumar meu quarto. As roupas estavam
prontas, a maquiagem toda embalada. O lugar agora parecia vazio.
Quando eu estava quase indo para o quarto de Dylan, Harry entrou.
— Scarlet, eu conversei com o conselho e..., — ele parou.
— O que você está fazendo? — Ele perguntou.
— Estou mudando para o quarto de Dylan, — eu murmurei.
Seus olhos brilharam. — Ótimo! Eu queria te dizer uma coisa. Meu
sobrinho trabalha duro, mas precisa de você. Se ele a empurrar, empurre
com mais força. Não a deixe afundar. Você é o seu bote salva-vidas.
E pela segunda vez naquele dia, fiquei parada lá, chocada...
Capítulo 12
ABERTURA
SCARLET

Harry me ajudou a mover todos os meus pertences para o quarto de


Dylan, beijou-me na testa antes de me dizer que a cerimônia de
acasalamento seria em três semanas e então foi embora.
Meu cérebro estava lutando para absorver todas essas informações de
uma vez. Todos os meus pertences estavam espalhados pelo quarto de
Dylan e percebi que não tinha ideia de onde colocá-los.
Por alguma razão, parecia errado vasculhar as coisas de Dylan e abrir
espaço para as minhas. Eu me perguntei se deveria esperar por ele, mas
não tinha ideia de quanto tempo ele demoraria.
Talvez eu pudesse guardar minhas coisas do banheiro, pelo menos.
Limpei algum espaço em seu banheiro para meus itens.
Sim, como menina, tenho muitas coisas no banheiro, mas nada posso
fazer a respeito. Então decidi guardar meus sapatos.
Abri o guarda-roupa e fiquei chocada ao vê-lo vazio. Então, abri o
guarda-roupa em frente a ele e estava cheio de coisas de Dylan.
Ele esvaziou um para mim?
Também não era um daqueles guarda-roupas pequenos. Este era um
closet enorme com uma cômoda dentro dele também. Eles também
estavam vazios.
— Finalmente, você está usando o armário. — A voz de Dylan me fez
pular onde estava.
— Quando você chegou aqui? — Eu suspirei.
Dylan apenas deu de ombros antes de dizer: — O que te fez mudar de
ideia?
— Bem, eu acabei de decidir que precisávamos passar mais tempo
juntos. Além disso, essa cerimônia está chegando então..., — eu parei.
— Então, você acabou de se mudar para cá para transar comigo, —
brincou Dylan, sorrindo.
— O quê? Não, não coloque palavras na minha boca? ' eu zombei.
— Hmm... você tem certeza? Eu não acho que você será capaz de
resistir a mim. — Ele ergueu as sobrancelhas.
— Oh, por favor, não seja tão arrogante. — Eu revirei meus olhos.
— Veremos sobre isso. Você precisa de ajuda para desfazer as malas?
— Ele perguntou.
— Eu... uh... claro, — consegui dizer.
Para minha surpresa, Dylan me ajudou a desfazer as malas e tivemos
uma conversa normal. Sem ninguém gritar um com o outro. Foi bom.
Dylan não tinha uma carranca no rosto, mas um pequeno sorriso que
fez minha loba enlouquecer. O que Dylan estava escondendo que o
tornava tão rude?
Tinha que haver alguma coisa, porque se ele realmente não queria
uma companheira, então ele não teria passado por este problema com
tudo.
As palavras de Harry ecoaram em minha mente, e eu soube então que
teria que quebrar as paredes de Dylan. Harry não era burro e eu confiava
nele, ele me disse para não decepcionar Dylan e eu não o faria.
— Tudo pronto, com fome? — A voz de Dylan me tirou de meus
pensamentos.
— Hmm... oh, sim, morrendo de fome. — Eu sorri.
— Venha, vamos comer. — Dylan agarrou minha mão e saímos da
sala.
Não fiquei tensa, não disse nada. Eu apenas deixei-me estar no
momento, aquele onde faíscas cresciam no meu corpo assim que nossas
mãos tocavam. Minha loba se deleitou com o toque de nosso
companheiro.
Eu tinha que concordar, era uma sensação incrível.
Dylan se sentou à mesa e me colocou bem ao lado dele. Aria e Chris o
seguiram logo depois, e eu juro que ficaram em estado de choque. Chris
teve que fechar sua boca antes que eles se sentassem.
Ana continuou olhando, com seus olhos me dizendo que íamos
conversar em breve.
A comida foi trazida e o nível de ruído aumentou. Eu vi o rosto de
Dylan, agora com uma carranca. Suspirando, coloquei minha mão em
seu colo e sua cabeça girou para a minha.
— Você não quer comer? — Eu perguntei.
Dylan olhou para mim por um momento antes de acenar com a
cabeça. — Eu não me saio bem em situações barulhentas, — ele
sussurrou em meu ouvido.
O que...
Ele disse algo para mim, pela primeira vez. Eu via como deve ser
difícil para ele e como ele deve estar se sentindo desconfortável.
— Vamos embora. Podemos levar a comida até lá em cima, — eu
disse, puxando-o para cima e levando-o embora.
Senti o olhar de Ana quando saímos, mas estava mais focada no fato
de que estava segurando a mão de Dylan e ele estava de boa vontade me
deixando levá-lo embora.
Passei por uma empregada e pedi a ela que mandasse comida para o
quarto de Dylan. Ela sorriu educadamente e disse que logo estaria lá.
Assim que voltamos para o quarto, Dylan me puxou para ele.
— Ninguém jamais fez algo assim para mim, — ele sussurrou, me
fazendo sorrir.
— Isso é porque você só tem uma companheira. — Eu pisquei.
— Obrigado, Scarlet, — respondeu ele.
— Você não tem que me agradecer, Dylan. Eu deveria estar
agradecendo porque você se abriu para mim. Agora, eu sei do que você
não gosta. — Eu sorri.
Dylan olhou para mim pensativo antes de dizer: — Nesse caso, eu
deveria saber algo sobre você, caso precise para o futuro também.
O futuro. Ele estava falando sobre o futuro, quer seja um dia ou um
ano, eu não me importava. Este era mais progresso do que eu jamais
tinha imaginado.
— Sobre mim? Eu... hum, bem... eu odeio treinar? — Eu disse.
Dylan deu uma risadinha. Droga, isso parecia tão sexy.
— Eu não vou deixar você sair da formação. Você precisa treinar para
que você possa ser mais forte.
Suspirei, — ok, tudo bem. Eu odeio quando todo mundo só olha para
você, isso me deixa muito desconfortável.
Dylan parecia sério, como se estivesse anotando isso.
— Bom saber.
Nossa conversa foi interrompida por uma batida à porta. Dylan abriu
e pegou nossa comida; nós dois nos sentamos à mesa e comemos em
silêncio.
Eu olhei para cima e vi Dylan olhando diretamente para mim.
— Tem algo no meu rosto? — Eu ri nervosamente.
— Nada que não deveria estar nele, — respondeu Dylan.
— Oh. Por que você está olhando para mim, então? — Eu perguntei,
brincando com meus dedos.
— Porque eu não consigo tirar da minha cabeça o quão linda você é,
— ele respondeu.
Felizmente, eu tinha acabado de engolir a comida, caso contrário, eu
teria cuspido tudo.
— Linda? — Eu repeti.
— Sim. Qualquer homem pode ver isso, Scarlet, — disse Dylan.
— Eu... uh... obrigado, Dylan, — eu consegui dizer. — Não precisa me
agradecer. Estou apenas dizendo a verdade. Além disso, você é minha
companheira, posso olhar para você quando quiser. — Dylan piscou.
— Isso significa que eu posso olhar para você sempre que quiser,
então? — Eu questionei.
Dylan se inclinou para frente, fazendo-me engasgar. — Eu quero que
você me olhe o tempo todo. Eu quero sentir o seu olhar em mim, — ele
sussurrou.
Porra. Este é realmente meu companheiro?
Capítulo 13
SEGREDOS
SCARLET

Meu cérebro estava lutando para aceitar que este era meu
companheiro. Aquele que me jogou por cima do ombro como se eu não
fosse nada. Aquele que me trancou em um quarto na primeira vez que
nos encontramos.
Esse cara não era nada parecido com aquele outro cara. Dylan olhou
para mim como se eu fosse o seu ar. Ele precisava de mim, mas
simplesmente não queria admitir.
— Eu posso? — Eu questionei.
— Pode, — respondeu Dylan.
Engoli em seco antes de Dylan dizer: — Sentir minha companheira
olhando para mim vai me acalmar em qualquer situação.
Dylan estava me dizendo isso para uma referência futura? Caso ele
precisasse se acalmar? Resolvi me lembrar do que ele me disse, só para
garantir.
— Funciona nos dois sentidos. Isso me faz sentir querida por você, —
eu admiti.
— Querida? Eu anseio por sua atenção a cada segundo de cada dia, —
Dylan deixou escapar.
Meus olhos se arregalaram em choque com sua admissão antes de
responder: — Se for esse o caso, por que você é assim comigo? Por que
não somos como companheiros normais?
— Normal é superestimado, — Dylan murmurou.
— Você não vai me dizer o motivo, não é? — Suspirei.
— Às vezes, é melhor manter essas coisas em segredo. Eu nunca vou
me perdoar se eu arrastar você para uma confusão, — Dylan respondeu.
— Mas essa não é minha escolha? — Eu perguntei.
— Scarlet, você pode não entender meu raciocínio ou pode não
concordar com isso, mas faço o que faço para mantê-la segura. Essa é
minha principal prioridade, — Dylan
suspirou.
De repente tudo fez sentido. Dylan me afastou deliberadamente, ele
foi rude comigo intencionalmente. Algo ou alguém o estava ameaçando e
a melhor maneira de chegar até ele era por mim.
Se ele me quisesse segura, ele teria que provar para a pessoa que ele
não tinha fraquezas.
Mas quem foi? Quem estava ameaçando Dylan? Eles tinham que ser
uma grande ameaça, com muitas conexões, para ele levar isso tão a sério.
Talvez fosse alguém de uma matilha de renegados, embora eles não
fossem tão comuns como costumavam ser. A maioria dos renegados
formava suas próprias matilhas, então não eram mais consideradas
renegados.
Não me incomodei em responder a Dylan, apenas balancei a cabeça.
— Você está com raiva? — Ele perguntou.
— Não. Na verdade, estou satisfeita e feliz. Tivemos uma conversa
que não envolveu gritos ou berros e que ajudou a nos conhecer. Para
mim, isso é incrível, — respondi.
Dylan acenou com a cabeça lentamente. — Eu sei tudo sobre você.
Eu zombei, — Isso é dos seus arquivos ou da verificação de
antecedentes que você pediu sobre mim. Mas esses papéis não têm tudo.
Finalmente aprendi algumas coisas interessantes sobre meu
companheiro, então, para mim, isso é uma vitória.
Dylan acenou com a cabeça. — Eu nunca pensei sobre isso dessa
forma. Acho que você está certa.
— Eu estou sempre certa. — Eu pisquei, fazendo Dylan rir.
Depois de nossa conversa, comemos o resto de nossa comida em
silêncio. Eu peguei o olhar de Dylan em mim mais de uma vez e me vi
querendo olhar para ele também. Quero dizer, ele era muito bonito!
Assim que terminamos e limpamos, ambos nos preparamos para
dormir. Eu não sabia se devíamos dormir juntos ou separados.
— Você está assustada? — A voz de Dylan me tirou de meus
pensamentos.
— Assustada? Com o quê? — Eu perguntei.
— Com o fato de dormir na mesma cama? — Ele perguntou.
Eu zombei, — Não, nós dormimos na mesma cama antes. Eu só não
queria tornar isso estranho.
Dylan sorriu, — Bem, você não vai. Mal posso esperar para ter você
dormindo na minha cama. Isso significa que posso simplesmente
estender a mão e puxar você para mim sempre que eu quiser.
Decidi não dizer nada sobre isso. Caso contrário, eu teria feito papel
de idiota. Em vez disso, revirei os olhos e fui para a cama. Dylan fez o
mesmo e me puxou para ele.
Quando meus olhos se fecharam, ele sussurrou: — Não me deixe
afogar.
***

Gemendo, eu estiquei meus músculos, ciente de que estava sozinha


nessa cama enorme. Dylan partiu há pouco, deixando-me com uma
sensação de frio.
A noite toda ele me abraçou forte e, honestamente, adorei. Saber que
ele precisava de mim também era bom.
— Hora de acordar, melhor amiga, — disse Ana de fora.
Rindo, respondi: — Já estou acordada. — Ela não perdeu tempo e foi
entrando.
— Bom, você não sabe o quão desesperada eu estava para falar com
você ontem à noite depois daquela cena do jantar. Meu primo estúpido
garantiu que ninguém a perturbasse, então eu tive que esperar a noite
toda para falar com você.
Sentei-me e ri: — Você está bem? Ter que esperar a noite toda, que
dor!
Ana revirou os olhos. — Claro que você não entenderia. Mas eu
preciso de respostas, ora vocês todos ficam tipo, 'eu gostaria de ter um
companheiro melhor', ora vocês dois estão de mãos dadas e olhando um
para o outro como se não houvesse mais ninguém na sala.
Ana desabou na cama com um suspiro dramático, fazendo-me rir
mais.
Eu me levantei da cama e escovei meus dentes enquanto Aria
tagarelava sobre Chris não a deixar vir aqui muito cedo esta manhã e
como ninguém entendia como ela se sentia.
Eu apenas ouvia enquanto me deixava um pouco mais apresentável
antes de voltar e sentar na cama.
Achei que provavelmente deveria tirar minha melhor amiga de seu
sofrimento.
— Tudo bem, o que você quer saber? — Eu perguntei.
— Finalmente! Conte-me todos os detalhes. O que aconteceu entre
você e meu primo idiota? — Aria questionou.
— Nada. Dylan me ajudou a desfazer as malas e conversamos. Tive
uma conversa normal, foi legal. Então ele me disse no jantar que não
gostava de barulhos altos, então fomos embora.
Tudo o que fizemos foi conversar, mas não posso te dizer o quão bom
foi. Não estávamos gritando, nem discutindo. Parecia normal, — eu
respondi.
Aria olhou para mim por um momento antes de sorrir. — Uau, você
realmente é boa para ele, Scarlet. Ele precisa de você mais do que ele
jamais vai deixar transparecer.
— Sim, algumas pessoas disseram a mesma coisa para mim, — eu
disse.
— Escute-as. Posso ver que você fará dele uma pessoa diferente, e ele
precisa disso.
Ele precisa de alguém que o proteja e você é isso, — ela respondeu.
— O que aconteceu com me mandar para casa? Fingir que estou
doente? — Eu provoquei.
— Isso era eu sendo infantil. Esta sou eu sendo a adulta que deveria
ser. Meu primo é um idiota, mas ele é meu primo idiota. Eu sei que ter
você aqui o ajuda muito.
— Você dar a ele o apoio de que ele precisa significa que ele confiará
em você mais do que em qualquer outra pessoa. Talvez ele finalmente lhe
conte sobre os segredos que esconde de todos.
— Acho que ele acredita que ninguém sabe, mas sabemos porque nos
importamos com ele. Esses segredos estão enterrando meu primo vivo,
— Aria suspirou.
— Eu acho que você está certa. Algo está acontecendo e vou descobrir
o que é, — respondi.
Antes que pudéssemos dizer qualquer coisa, a porta se abriu para
revelar Chris. Ele olhou para mim com urgência em seus olhos.
— Scarlet, você precisa descer. Agora.
Eu ia perguntar a ele o que aconteceu, mas um rosnado alto fez tudo
vibrar na sala. Eu tive minha resposta.
O ar ficou repentinamente carregado e tenso. Aria e Chris trocaram
olhares tensos enquanto eu praguejava baixinho.
Porra. Parece que eu seria jogada aos problemas de um Alfa mais cedo
do que pensava.
Capítulo 14
SEM AFUNDAR
SCARLET

Enquanto eu estava sendo arrastada escada abaixo, não pude deixar


de ficar nervosa.
— Tem certeza de que é uma boa ideia? — Eu questionei Chris.
— Scarlet, você é a única pessoa neste mundo que Dylan vai ouvir.
Que seu lobo escutará, — Chris respondeu.
Em vez de me sentir orgulhosa, senti uma enorme pressão. Foi ontem
que Dylan e eu tivemos uma conversa profunda. E se ele esqueceu tudo
isso?
Paramos do lado de fora do escritório de Dylan, onde os guardas
esperavam. Olhei para a varanda e vi pessoas olhando para cima
nervosamente ou fugindo. Parece que a raiva de Dylan assustou muitas
pessoas. Eu inclusa.
— Scarlet, acalme-o e faça com que ele pare essa loucura. Não
podemos lidar com isso agora, — disse Chris.
Ele não esperou pela minha resposta quando abriu a porta do
escritório e me empurrou para dentro. Eu ouvi o clique da fechadura
enquanto eu xingava meu destino baixinho.
Ok, está tudo bem, Scarlet. E apenas seu companheiro.
Todo o escritório foi destruído, o que quer que tenha acontecido não
era bom. Eu evitei os cacos de vidro antes de tentar acalmar meu
companheiro zangado.
Dylan estava de costas para mim e sua respiração pesada era clara pela
maneira como seus ombros se moviam. Ele ficou mais alto; punhos
cerrados ao seu lado.
— Dylan? — Eu gritei, rezando para que ele ouvisse.
Sua cabeça girou e eu engasguei. Seus olhos agora estavam pretos,
sem nenhuma emoção. Não conseguia acreditar que era a mesma pessoa
que vi horas atrás.
— Saia. — Sua voz profunda causou arrepios na minha espinha.
Eu deveria ter ouvido seu aviso, mas algo em mim decidiu contra isso.
Em vez disso, ouvi o conselho que o próprio Dylan me deu ontem. Eu
encarei ele, não recuando.
''Dylan, você precisa se acalmar, — eu disse, aproximando-me.
Ele rosnou e deu um passo para trás, tentando se afastar de mim. Ele
estava com medo de me machucar?
— Vá embora, Scarlet, — disse ele novamente.
Ok, ele estava com medo de me machucar.
Eu tinha que provar a ele que confiava nele e sabia que ele não me
machucaria.
Então, dei mais um passo à frente.
— Dylan, por favor. Eu preciso de você aqui comigo, — eu implorei.
Algum progresso, seus olhos ficaram mais claros, mas seu corpo ainda
estava tenso.
— O que quer que tenha acontecido, vamos superar isso juntos. Você
me pediu para não deixar você se afogar e eu não vou, — eu disse.
Mais progresso! Seus olhos mudaram lentamente de volta; seus
punhos não estavam mais cerrados.
Dei mais um passo à frente e coloquei minha mão em sua mesa, sem
olhar. Um pedaço de vidro perfurou minha pele, fazendo-me gritar: —
Ai!
Isso pareceu funcionar, o corpo de Dylan relaxou e seus olhos
voltaram à cor normal enquanto ele corria em minha direção.
— Scarlet. Onde você se machucou? Oh, Deus, está sangrando muito.
— Seus olhos mostraram dor.
Dor por mim. Porque eu me machuquei.
— Está tudo bem, foi só um pequeno corte. Eu deveria ter olhado
antes de colocar minha mão na sua mesa, — eu respondi.
Dylan balançou a cabeça. — Eu não deveria ter deixado você entrar.
— Não comece com isso pra cima de mim. Eu não podia deixar você
ter outro ataque, eu precisava de você aqui comigo, — eu expliquei.
Dylan olhou para mim com uma expressão ilegível no rosto antes de
suspirar: — Vamos enfaixar isso e limpar este lugar.
— Sim, parece que uma bomba explodiu aqui, — brinquei, tentando
desarmar a atmosfera tensa.
Dylan apenas balançou a cabeça.
Saímos do escritório e os guardas relaxaram. Chris e Aria correram
em nossa direção com expressões de alívio.
— Chris, peça a alguém para limpar meu escritório. Scarlet se
machucou, então vou fazer um curativo, — disse Dylan a Chris.
Chris acenou com a cabeça e começou a latir ordens. Ana olhou para
mim com um brilho nos olhos quando Dylan me levou embora.
— Traga um kit de primeiros socorros para o meu quarto! — Dylan
gritou da varanda.
Dylan me fez sentar em nossa cama e ele andou em círculos enquanto
esperava pelo kit de primeiros socorros. O corte quase não doía mais,
mas deixei Dylan cuidar de mim, principalmente porque me fazia sentir
amada.
Isso me mostrou que Dylan se importava comigo.
Uma criada assustada bateu à porta. Dylan murmurou um
agradecimento antes de pegar o kit de primeiros socorros dela.
Ele parecia aflito enquanto colocava um antisséptico no meu corte,
fazendo-me sorrir. Observei enquanto ele enfaixava minha mão com
cuidado e guardava o kit de primeiros socorros.
— Você vai me dizer o que aconteceu? — Eu perguntei.
Dylan olhou pela janela. — Recebi más notícias.
— Deve ter sido muito ruim para você destruir seu próprio escritório,
— respondi.
— E era. Mas não quero dizer o que foi. Ainda, — ele acrescentou.
Ok, isso não foi um 'não’ direto.
— Quando você pode me dizer? — Eu questionei.
— Depois da nossa cerimônia. Sei que você tem muitas perguntas e
sei que estou pedindo muito a você, mas, por favor, confie em mim. —
Dylan se virou para mim.
Se ele tivesse me perguntado isso há dois dias, eu teria zombado, mas
conhecer Dylan nas últimas vinte e quatro horas me fez apenas acenar a
cabeça.
Dylan deu um suspiro de alívio. — Eu prometo que vou te contar
tudo depois da cerimônia. Você vai ter que me tolerar, eu nunca tive que
compartilhar minha vida com ninguém.
Eu sorri. — Nem eu. Vamos aprender juntos, ok?
Dylan me envolveu em um abraço, causando arrepios na minha
espinha. Suas mãos rodearam minha cintura com força enquanto ele
enterrava a cabeça no meu pescoço, respirando meu cheiro.
Uau, eu poderia ter ficado assim por horas.
— Tem certeza de que está bem? — Eu perguntei.
— Sabe, há anos eu não cuido de ninguém. É uma sensação agradável.
— Dylan brincou com meu cabelo.
— Isso também, — eu ri.
— Você gosta quando eu brinco com seu cabelo? — Dylan perguntou.
Eu apenas cantarolei minha resposta, fazendo Dylan rir.
— Quer saber de outra coisa que gostaria? — Ele sussurrou em meu
ouvido.
Eu olhei para ele, confusa.
— O quê?
Ele parou de me abraçar e sorriu. Só isso fez minhas pernas
tremerem. Esse sorriso afetou meu corpo.
— Quero mostrar a você o que é o verdadeiro prazer, — respondeu
Dylan.
Meu cérebro lento não compreendeu exatamente o que ele quis dizer
até que seus olhos viajaram para baixo. Eu suspirei.
— Você... eu... você não pode dizer coisas assim, — gaguejei.
— Por que não? Você é minha companheira e eu quero dar prazer a
você. Nada de errado com isso. — Dylan encolheu os ombros.
— Sim, mas..., — eu parei, vendo a fome em seus olhos.
— Você não quer isso? — Ele perguntou, me puxando para mais
perto.
Uh, oh. Acho que acordei a besta...
Capítulo 15
ENTRE AMIGAS E COMPANHEIROS
SCARLET

Meu cérebro estava nebuloso. Eu não conseguia nem pensar direito


porque o único pensamento em minha mente era Dylan me mostrando o
que era o verdadeiro prazer. Essa era uma imagem que eu não conseguia
tirar da minha cabeça.
— Eu sei que você quer saber. Seus olhos estão me dizendo tudo que
preciso saber, — Dylan sussurrou em meu ouvido, causando arrepios na
minha espinha.
Eu estava tão perto de desistir. Meu corpo implorava por isso. Dylan
podia ver isso e quem era eu para recusar uma oferta tão boa de qualquer
maneira?
Parecia que meu corpo não conseguiria o que queria, pelo menos
hoje. Uma batida forte à porta me tirou dos meus pensamentos cheios de
desejo.
Dylan praguejou baixinho enquanto eu balancei minha cabeça para
clarear os pensamentos e fui abrir a porta. Não fiquei surpreso ao ver Ana
parada ali com um sorriso no rosto.
Ela sabia o que havia interrompido?
Provavelmente sim, a julgar pela expressão em seu rosto.
— Chris perguntou por você, primo, — ela disse Dylan.
Dylan olhou para ela resmungando, — empaca foda — baixinho.
Ele se virou para mim e sussurrou: — Não vou fazer você esperar
muito.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me beijou na testa e
saiu, não sem lançar outro olhar furioso para Aria.
Aria não pareceu se importar quando bateu à porta e se sentou na
cadeira, olhando para mim com um sorriso animado.
Perdi algo?
— Por que você está sorrindo assim? — Eu perguntei, sentando na
cama.
Aria riu antes de responder: — Vamos, Scar, você sabe por quê!
11 Uh... porque você nos interrompeu? — Eu perguntei.
— Não! Isso foi apenas um bônus! É pelo que você fez por Dylan,
boba, — Ana respondeu.
— Você quer dizer acalmá-lo? — Eu perguntei.
— Finalmente, ela entendeu! Sim, você está acalmando Dylan, —
disse Ana.
— Por que isso é tão importante? Achei que todos os companheiros
podiam se acalmar. — Eu ainda estava confusa.
Ana suspirou, — Sim, mas Dylan é diferente. Ele tem tanto escondido
que não tínhamos certeza. Mas tudo o que você está fazendo está
funcionando claramente.
— Meu primo está mudando, para melhor. Claro, é exatamente por
isso que eu tive que provocá-lo um pouco.
— Eu não sei o que estou fazendo honestamente. Estou tentando
tanto não deixá-lo desconfortável, então ele me afasta, — respondi com
sinceridade.
— Você está apenas sendo adorável. Ninguém pode ficar longe de
você por muito tempo. Você é tão perfeito para Dylan, não posso
acreditar que nunca vi isso antes, — Ana nu.
— Então, há uma razão para você ter vindo aqui? — Eu revirei meus
olhos.
— Sim, porque Chris precisava falar com Dylan e eu estava entediada.
— Aria piscou.
— Hmm... claro. Como você se sente sobre a partida do seu pai? — Eu
perguntei.
O sorriso de Ana sumiu um pouco quando ela respondeu: —
Honestamente, estou triste. Eu não quero que ele vá, mas ao mesmo
tempo, é o que ele precisa.
— Papai nunca foi feito para fazer isso e depois que mamãe morreu,
ele simplesmente não foi o mesmo, embora ela não fosse sua
companheira.
— Viajar pelo mundo é exatamente o que ele precisa, e ele pode
finalmente conhecer sua companheira. Papai está sozinho há muito
tempo, ele precisa disso.
Não era segredo que a mãe de Aria não era a companheira de Harry.
Os dois se conheceram em uma festa, e foi puramente um acidente que a
mãe de Ana tenha engravidado.
Harry cuidou da mãe de Ana e a tratou como uma princesa. Ana disse
que ele amava a mãe dela à sua maneira. Quando Ana nasceu, ambos os
pais estavam perdidamente apaixonados.
A mãe de Aria faleceu quando Ana tinha seis anos, ela foi esquiar com
amigos, mas tropeçou e bateu com a cabeça. O golpe foi fatal e ela
morreu duas horas depois que Ana e Harry chegaram ao hospital.
Foi a primeira viagem dela para longe de Ana e a culpa quase enterrou
Harry vivo, mas ele teve que assumir o controle e criar Aria sozinho.
Eu concordei com Ana, já era hora de Harry tirar um tempo para si
mesmo e talvez encontrar sua companheira. Embora eu soubesse que ele
havia desistido dessa ideia há muito tempo.
— Você tem razão. Seu pai precisa disso, — eu concordei.
Aria acenou com a cabeça; eu sabia que ela estava triste, mas também
sabia que ela queria que seu pai saísse sozinho. Como ela disse, Harry
nunca foi feito para ser rei, ele nem mesmo nasceu na família real.
— Eu não quero ficar triste. Vim aqui para me divertir. — Ana fez um
beicinho.
— Está bem, está bem. O que você queria
fazer? — Eu perguntei.
— Ela pode voltar para seu companheiro e ter toda a diversão que ela
quiser lá, — a voz de Dylan interrompeu.
Meu olhar encontrou Dylan, parado ali com os braços cruzados.
Parece que a conversa não demorou tanto quanto Ana esperava.
— Eu queria passar um tempo com minha melhor amiga. — Aria
mostrou a língua.
— Bem, eu queria passar um tempo com minha companheira, —
Dylan respondeu.
— A melhor amiga ganha do companheiro. — Aria revirou os olhos.
— Oh, sério? Você acha que Scarlet prefere ficar com você depois que
você nos interrompeu hoje? Acho que ela quer continuar de onde
paramos. — Dylan sorriu.
Uh, oh, meu corpo reagiu às suas palavras e Dylan sabia disso. Faíscas
dispararam direto para dentro de mim, novamente. Os olhos de Dylan
escureceram e eu sabia que tinha de fazer algo rapidamente.
De jeito nenhum eu deixaria esses dois discutirem com quem eu
queria passar o tempo, porque eu sabia que a resposta era Dylan, e a
última coisa que eu queria fazer era chatear minha melhor amiga.
Além disso, não gostei de explicar a Ana por que Dylan a expulsou.
Não quero ser provocada pelo resto da minha vida.
Felizmente, Chris veio ao resgate. Ele apareceu atrás de Dylan e olhou
para sua companheira.
— Ana, venha. Eu quero sair com você esta noite.
Ana olhou para seu primo. — Isso não significa que você venceu.
— Apenas vá para o seu companheiro, Aria, e me deixe com a minha.
Acho que mereço isso, certo? — Perguntou Dylan.
Ana olhou para mim e depois para Dylan antes de suspirar, — acho
que sim. Mas não a canse muito.
Dylan apenas sorriu. — Não prometo nada.
Chris balançou a cabeça se divertindo enquanto levava Aria embora, e
minhas bochechas ficavam vermelhas.
Dylan realmente me cansaria tanto? Claro que sim.
Dylan fechou a porta e olhou para mim.
— Você acha que seremos interrompidos de novo hoje?
Eu ri. — Conhecendo nossa sorte? Sim.
Dylan fez uma careta e abriu a porta. Merda, eu o irritei?
Minha pergunta foi respondida quando o ouvi gritar: — Ninguém
está permitido neste andar!
Ele voltou e bateu à porta. Seus olhos brilhavam de malícia.
— O que você acha? Seremos interrompidos agora?
O que eu achava? Achei que ia ser devorado e ia gostar. Muito.
Capítulo 16
A MARCA
SCARLET

O olhar predatório de Dylan nunca deixou o meu enquanto ele


caminhava em minha direção. Meu coração estava tão rápido que minha
loba estava pulando de excitação. Antes que pudesse me conter, deixei
escapar: — Não quero transar só por causa desta cerimônia.
Isso parou Dylan. Seus olhos agora estavam confusos. Muito bem,
Scarlet, eu me amaldiçoei. Meus nervos me venceram.
— O que você disse? — Perguntou Dylan.
— Eu... Bem, eu queria dizer que só porque esta cerimônia está
chegando, não significa que temos que transar agora. — Eu olhei para o
chão.
Dylan caminhou em minha direção e colocou o dedo sob meu queixo
para levantar minha cabeça.
— Você acha que eu só queria transar com você por causa da
cerimônia de coroação? — Ele perguntou.
— Não sei, — admiti.
Dylan suspirou, — Talvez isso seja parcialmente minha culpa. Você
não sabe o quão inquieto você me deixou. Quantas vezes sonhei em ter
você debaixo de mim, em adorar o seu corpo.
É claro que sua experiência foi muito ruim ou inexistente, você sabe o
que eu estou esperando.
Só para deixarmos claro, hoje nunca foi sobre transar. Hoje sempre
foi sobre adorar esse seu corpo incrível, e é isso que pretendo fazer.
Engoli em seco quando a luxúria voltou aos olhos de Dylan e o ar
ficou pesado de desejo. Eu não posso mentir, essa declaração de suas
faíscas disparam direto para entre minhas pernas.
Eu queria que ele adorasse meu corpo. Nesse ponto, eu diria sim a
qualquer coisa que ele quisesse fazer.
Ousadamente, olhei nos olhos dele e disse: — Me devore.
Isso era tudo que Dylan precisava. Ele me levantou e minhas pernas
automaticamente envolveram seu torso. Dylan gentilmente me deitou na
cama e me beijou apaixonadamente.
Ele deixou beijinhos dos meus lábios ao meu pescoço. Eu respondi
rapidamente, gemendo arqueando minhas costas.
— É aqui que vou marcar você, — ele sussurrou contra a minha pele.
Meu cérebro estava tão nublado de desejo que nem mesmo respondi.
Puxei Dylan para outro beijo em vez disso. Ele riu e pressionou seus
lábios com mais força contra os meus.
Seus lábios deixaram os meus e percorreram meu corpo, chegando
mais perto de uma área onde ninguém mais havia estado.
Era como se ele pudesse sentir minha hesitação. Ele olhou para mim e
disse: — Respire, Scarlet. Eu não vou te machucar. — Soltei um suspiro
que não sabia que estava segurando antes de Dylan continuar. Seus
dedos roçaram meu jeans, me fazendo estremecer.
Não demorou muito para que meu jeans fosse rasgado e minha
calcinha fosse a única coisa me cobrindo.
Dylan gemeu: — Posso ver como você está molhada, Scarlet.
Novamente, nenhuma palavra saiu da minha boca. Em vez disso,
pressionei a mão de Dylan contra minha umidez e gemi.
— Alguém está impaciente, —disse Dylan, sorrindo e arrancando
minha calcinha.
Sua boca estava perigosamente perto da parte minha parte mais
íntima, e eu me encontrei me contorcendo, tentando fazer isso
acontecer.
— Minha atrevidinha impaciente. Eu acho que devo dar a você o que
você quer, — Dylan brincou antes de colocar sua boca entre minhas
pernas.
— Porra! — Eu gritei quando a boca de Dylan começou seu ataque.
Eu agarrei os lençóis enquanto me sentia cada vez mais perto de um
orgasmo. Dylan foi implacável e decidiu que sua boca não era suficiente,
então ele adicionou um dedo também.
Nunca havia sentido tanto prazer em minha vida e sabia que ficaria
viciada nisso.
— Você está tentando me matar, — eu gemi.
Dylan ergueu a cabeça. — Não, estou tentando mostrar o que é o
verdadeiro prazer.
Outro dedo se juntou a ele, e Dylan me observou desmoronar. Seus
dedos batiam forte e eu não pude deixar de gritar quando jatos
escapavam de mim.
— Deus, ver você gozar me faz querer fazer tudo de novo, — Dylan
disse enquanto cuidadosamente removia seus dedos e os chupava para
limpar.
Meu coração estava batendo forte quando puxei Dylan para um beijo.
Eu podia me sentir em seus lábios, me fazendo gemer.
Dylan não me marcou; ele poderia ter feito, mas não o fez. Para mim,
isso significava algo. Isso significava que Dylan respeitava a mim e ao
meu corpo.
Ele não me marcou, mas ele queria. Era como se ele estivesse
esperando que eu dissesse a ele.
E eu direi a ele.
Eu quebrei o beijo e acariciei a bochecha de Dylan.
— Se eu te pedir algo, você vai fazer? — Eu questionei.
Sem qualquer hesitação, ele respondeu: — Sim.
Sorri ao responder: — Ótimo, quero que você me marque.
Dylan olhou para mim por um momento antes que um sorriso
diabólico assumisse seu rosto.
— Mal posso esperar para ver minha marca em sua pele. Minha
marca, dizendo a todos que tenho uma companheira. Alguém para a
vida.
— Você vai continuar falando ou já vai me marcar? — Eu respirei,
com a antecipação crescendo.
Dylan capturou minha boca com a sua e seus dedos desceram para
onde já estava dolorido. Eu engasguei quando dois dedos entraram e
lentamente começaram a bombear.
Perdida na paixão, não percebi quando Dylan começou sua trilha até
o meu pescoço, até a parte onde ele disse que me marcaria.
Não senti seus dentes roçando minha pele, pois minha cabeça estava
nublada de desejo.
Não demorou muito para que outro orgasmo viesse e esse momento
foi quando Dylan perfurou minha pele com seus dentes afiados,
marcando-me para o resto da vida.
Dylan lambeu minha marca antes de tirar seus dedos de mim e
chupar onde estava molhada.
Meu corpo parecia exausto enquanto se ajustava a ser marcada. Agora
eu me sentia ainda mais perto de Dylan, um vínculo que nunca havia
sentido antes.
Parecia que meu mundo acabaria se Dylan morresse, um pensamento
que eu não queria na minha cabeça.
Dylan se levantou e entrou no banheiro, apenas para voltar com um
pano úmido e quente que ele usou para me limpar.
— Você não tinha que fazer isso, — eu engasguei.
— Claro que eu tinha. Você está exausta, então eu devo cuidar de
você, — Dylan respondeu.
Dylan jogou o pano no banheiro antes de subir na cama.
— Minha atrevidinha. Minha para sempre. — Dylan me puxou para
ele e eu suspirei contente.
Eu me deixei cair no sono, nos braços do meu companheiro...
Capítulo 17
NOTÍCIAS
SCARLET

Lembro-me de ouvir que ser marcada por seu companheiro muda


tudo. Eu era jovem na época, então nunca entendi. Mesmo quando
descobri que Dylan era meu companheiro, nunca pensei que seria
marcada.
O início do nosso relacionamento foi difícil, passamos por alguns
momentos difíceis, mas recentemente, eu me encontrei me apaixonando
por ele de uma maneira forte e rápida. Parecia que finalmente o entendia.
Então, acordando nos braços do meu companheiro, eu finalmente
entendi o que me foi dito todos aqueles anos antes.
Meus sentimentos por Dylan pareciam intensificados, assim como a
necessidade de sempre tê-lo comigo. Dylan gemeu e abriu os olhos.
— Eu podia sentir seus olhos em mim, safadinha. — A voz profunda
de Dylan causou arrepios na minha espinha.
— Safadinha? Um novo apelido? — Eu perguntei.
Dylan acenou com a cabeça. — Eu acho que combina com você.
Revirei os olhos antes de escapar do conforto da cama e ir para o
banheiro. Não esqueci o fato de que estava nua. Na verdade, certifiquei-
me de adicionar balanço extra aos meus quadris.
Ouvir Dylan rosnar quando bati a porta me fez rir. Ele deve ter
notado.
Eu rapidamente tomei banho e me preparei para o dia enquanto
Dylan relaxava na cama. Eu me olhei no espelho e sorri.
O brilho em meu rosto era visível e minha nova marca apenas o
realçava. Pela primeira vez desde que encontrei Dylan, parecia feliz.
Quando eu estava prestes a sair, Dylan me puxou para seu corpo
quente.
— Não pense que vou deixar você se safar com aquela façanha que
você fez, — Dylan sussurrou em meu ouvido.
Meus olhos se fecharam automaticamente e eu gemi. Este homem
tinha um efeito muito grande em mim.
— Gosto de ver minha marca em você.
Seus dedos traçaram minha marca recente, fazendo-me engasgar.
— Isso é bom? — Ele perguntou, desta vez colocando um beijo nela.
— Sim. — Eu respirei, abrindo meus olhos para ver seus olhos cheios
de luxúria.
— Isso é tão bom.
— Você é toda minha. — Ele beijou meus lábios suavemente.
Minhas mãos encontraram seu cabelo e os alisei, amando a sensação
de seu cabelo macio.
— O que eu vou fazer com você? — Ele nu suavemente.
Fingi pensar antes de responder: — Eu posso pensar em muitas coisas
que você pode fazer para mim. Mas nós podemos precisar ficar sozinhos
por horas e horas.
Dylan enrijeceu embaixo de mim, e eu sabia que minhas palavras o
atingiram, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, uma batida
soou.
— Dylan, temos aquela reunião em dez minutos, — a voz de Chris
veio.
Dylan gemeu de frustração antes de responder: — Eu estarei lá.
Com cuidado, ele me levantou e me colocou na cama.
— Se eu não tivesse essa reunião hoje... Você é uma provocadora. —
Dylan balançou a cabeça.
Eu sorri. — Você adora isso.
— A vingança é um prato que se come frio. Lembre-se disso, — Dylan
falou por cima do ombro enquanto entrava no banheiro.
Rindo sozinha, saí do quarto e fui em busca de comida. Depois das
atividades de ontem, meu corpo precisava repor as energias.
Felizmente para mim, o café da manhã estava pronto e Aria estava lá
se servindo. Peguei um prato e o enchi com todos os tipos de comida
deliciosa antes que Ana percebesse que eu estava lá.
— Scar! Você me assustou. — Ela sorriu, mas o sorriso não alcançou
seus olhos.
Eu fiz uma careta; algo estava errado com minha melhor amiga.
— O que está errado? — Eu perguntei.
Por um momento, eu vi tristeza, mas ela foi rapidamente substituída.
— Nada! Não seja boba. Venha, vamos encontrar um assento, — Aria
respondeu, me arrastando junta.
Nós duas nos sentamos. Minhas dúvidas não desapareceram. Eu
conhecia Ana e sabia que ela estava chateada com alguma coisa, mas o
que eu não sabia era com o quê. O que foi que perturbou minha melhor
amiga?
Meus pensamentos foram interrompidos por Aria.
— Não pense que eu não notei sua marca. Finalmente, meu primo
percebeu o quão incrível você é e te marcou, — brincou Aria.
— O vínculo de companheiro é muito forte. Eu não acho que
poderíamos negar nossos sentimentos por mais tempo, — eu admiti.
Eu vi de novo, o flash de tristeza em seus olhos. Então, era algo a ver
com os companheiros, provavelmente seu companheiro Chris.
Será que Chris disse algo a ela? Será que ele a desrespeitou de alguma
forma? Se ele tivesse colocado a mão na Ana, eu poderia jurar que...
— Uau. Acalme-se, Scarlet. Olhe para mim. — A voz calmante de Ana
me tirou de meus pensamentos.
Meu olhar encontrou o dela e meu corpo relaxou.
— Você de repente ficou tão irritada, seu corpo ficou tenso, e eu
estava com medo que você perdesse o controle. Dylan teria percebido
essa mudança dramática. Não me surpreenderia se Sua voz foi sumindo
quando a voz estrondosa de Dylan gritou: — Onde ela está?
As pessoas pularam de medo e algumas até se espalharam.
Rapidamente, levantei-me e encontrei o meu companheiro zangado.
Seus olhos se conectaram aos meus e seu corpo relaxou. Sem eu dizer
nada, ele suspirou e se aproximou de mim.
Seus olhos percorreram meu corpo como se ele estivesse verificando
se eu estava bem.
— Eu estou bem, — eu assegurei a ele.
Sem esperar, ele me pegou em seus braços e caminhou até Ana.
— O que aconteceu? — Ele perguntou a Ana.
— Eu não sei. Num minuto estávamos conversando e, no próximo,
parecia que Scarlet ia perder o controle, — Aria respondeu.
— Tem certeza de que era isso? — Perguntou Chris.
— Claro. Porque eu mentiria? — Aria zombou.
Meu olhar se conectou com o de Chris e senti a raiva crescer
novamente. Dylan esfregou círculos suaves no meu braço e sussurrou: —
Diga-me o que aconteceu.
Eu pulei e suspirei, — Ana está chateada.
Dylan olhou para mim, confuso. — Isso te deixou brava?
Revirando os olhos, continuei: — Aria está chateada e Chris é a razão
disso.
Os olhos de Ana se arregalaram em choque enquanto Chris estava lá
sem nenhuma emoção em seu rosto.
O olhar de Dylan se voltou para Chris antes que ele se levantasse.
— Você machucou minha prima? — Ele rosnou.
— Você colocou a mão na minha prima? — Dylan empurrou Chris
contra a parede.
Chris ficou parado sem dizer nada. Seu olhar encontrou o de Aria,
mas ele se recusou a dizer.
— Você bateu na minha prima? — Dylan gritou, socando Chris no
rosto, fazendo-o cair no chão.
Aria engasgou de horror atrás de mim quando Dylan pegou Chris e o
socou novamente.
— Não, pare. Dylan, pare! — Ana se jogou entre seu companheiro e
seu primo.
Lágrimas caíram por seu rosto e ela parecia quebrada.
Fui até Dylan, que parecia zangado. Seu olhar nunca deixou o de
Chris.
— Chris nunca me bateu. Nunca colocou a mão em mim. Ok? —
Disse Aria.
— Então o que aconteceu? — Eu perguntei.
Ana caiu de joelhos. — Estou grávida.
Seus soluços tomaram conta de seu corpo e eu rapidamente a
consolei. Eu olhei para Dylan confuso, por que Aria estar grávida era tão
importante?
Capítulo 18
SEGREDOS
SCARLET

— Ana. Isso não é uma boa notícia? — Eu acalmei minha melhor


amiga que chorava.
Dylan pegou sua prima chorando e disse: — Meu escritório.
Todos nós andamos até seu escritório, onde ele colocou Ana no chão
e fechou a porta. Chris estremeceu ao sentar-se em uma cadeira e Dylan
suspirou.
— Chris, por que você me deixou te socar se você não fez nada de
errado? Minha prima está grávida, com certeza isso é uma boa notícia
para vocês dois.
Observei Aria estremecer e Chris parecer zangado. Havia algo mais
profundo aqui. Mas o que poderia ser?
Eu abri minha boca para perguntar, mas Chris chegou antes de mim.
— E uma boa notícia para Aria, — ele respondeu.
Mais uma vez, observei a agonia cruzar o rosto da minha melhor
amiga e a confusão tomar conta de Dylan.
— O que você quer dizer com Ana? E seu filho também. — Dylan
olhou para seu melhor amigo.
Chris zombou: — Esse garoto não é meu.
O que ele acabou de dizer? Devo ter ouvido mal. De jeito nenhum ele
acabou de dizer que não é o pai do bebê de Ária.
— Chris, o que você acabou de dizer? — Eu perguntei.
Chris se virou para mim; a raiva era evidente em seus olhos. — Eu
disse, o filho de Aria não é meu filho.
— Cara, você está se ouvindo? Você acabou de acusar minha prima de
te trair. — A postura de Dylan mudou.
O ar de repente ficou carregado enquanto os melhores amigos
ficavam um contra o outro. Dylan estava pronto para defender sua prima,
assim como eu. Eu simplesmente não conseguia entender como ou por
que Chris poderia pensar que Aria iria traí-lo.
A garota que estava apaixonada por seu companheiro, nunca pensaria
em outro homem como ela pensava em Chris. Isso eu poderia dizer com
certeza.
— Ana, do que Chris está falando? — Eu suavizei meu tom.
Aria olhou para mim com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela estava
em pedaços, a falta de confiança que seu companheiro tinha nela
quebrou minha melhor amiga.
De repente, minha raiva começou a crescer. Conheço Aria há tantos
anos, sabia exatamente como ela era e sabia que ela nunca trairia Chris.
Ouvi-lo acusá-la de algo tão horrível não estava bem para mim.
— Qual é o seu problema, Chris? Ana está perdidamente apaixonada
por você e você acabou de acusá-la da coisa mais horrível. — Eu soltei.
O olhar de Chris se voltou para mim e ele revirou os olhos. — Claro,
você provavelmente sabe com quem ela dormiu e agora está tentando
encobri-la.
Fiquei com um nó na garganta enquanto
Dylan rosnava, — Cuidado com o seu tom.
— Chris. Ana não te traiu! — Eu gritei.
— Sim, ela traiu, porque eu não posso ter filhos! — Chris gritou de
volta.
Em uma fração de segundo, a raiva desapareceu e foi substituída por
confusão.
Chris acabou de dizer...?
— Eu não posso ter filhos. Então, como Ana pode estar grávida do
meu filho? — Chris suspirou, com a raiva desaparecendo.
Até Dylan ficou chocado, e nós dois tentamos processar essa
informação.
— Eu deixei Dylan me socar porque eu merecia. — Chris caiu de
joelhos.
Dylan olhou para mim confuso e eu balancei minha cabeça.
— O que você quer dizer com você mereceu? — Eu perguntei.
— Eu falhei. Eu não pude agradar minha companheira, então ela
encontrou outra pessoa. Eu falhei, — Chris suspirou.
Meu olhar encontrou Aria quando ela balançou a cabeça e gritou: —
Eu juro que nunca dormi com mais ninguém, Chris. Você saberia se eu
fizesse isso.
Isso era verdade, eles estavam acasalados e marcados. Era muito raro
para companheiros que completaram o processo trair um ao outro, mas
se um fizesse, o outro saberia.
Mas isso não explicava a gravidez de Aria porque Chris não estava
mentindo, eu podia ver em seu rosto.
Ele realmente acreditava que não poderia ter filhos.
Ana e Chris ficaram magoados. Ambos tinham razões válidas
também, mas eu sabia que não havia nenhuma maneira de Aria ter traído
Chris.
Dylan me puxou para mais perto dele, com seu braço envolvendo
minha cintura.
— Já lhe ocorreu que você pode ter filhos, Chris? Que o médico pode
ter cometido um erro? — Perguntou Dylan.
Chris ergueu os olhos e balançou a cabeça. — Nunca, porque me
disseram tantas vezes que não é possível. Aria sabia disso também e disse
que não se importava.
Ana soltou um pequeno grito. — Eu sei, e é por isso que fiquei
arrasada quando descobri que estava grávida. Eu sabia que você nunca
acreditaria em mim, mas também sei que este é seu filho.
Chris parecia em conflito. Era como se percebesse que ele poderia ter
sido enganado.
— Eu... Sempre me disseram que minha contagem de esperma é
muito baixa. Eles me disseram que as chances de eu ter um filho eram
muito baixas.
— Muito baixo, mas não impossível, — Dylan apontou.
— Ainda há uma chance, não importa quão baixa, mas ainda há uma
chance de você ter filhos, — disse Dylan a seu melhor amigo.
— Eu sei que você deve estar em conflito, mas você não pode pensar o
pior. Você precisa ir ao médico e perguntar.
— Você precisa resolver isso porque Ana está grávida e ela passar por
tanto estresse não é bom para o bebê. Seu bebê, Chris. Eu tenho certeza
que minha melhor amiga não te traiu.
Esta pode ser sua única chance de ser pai, não estrague tudo, — eu
disse, cruzando meus braços.
Dylan sorriu antes de concordar comigo.
— Scarlet está certa. Minha prima não faria isso com você. Chris, você
no fundo sabe que a raiva não é a resposta, aprenda com meus erros. E
escute minha companheira.
Chris suspirou antes de se levantar. — Você tem razão. Eu nunca
pensei nisso desse jeito. Eu deixei a raiva obscurecer meu julgamento.
Ele se virou para Aria e estendeu a mão, — Me desculpe por acusar
você de uma coisa tão horrível. Eu deveria ter confiado em você, confiado
em nosso vínculo.
Ana pegou a mão de Chris antes de responder: — Quero resolver isso
pelo bem do meu bebê. O que quer que você me disse, não será perdoado
tão facilmente.
Chris sorriu tristemente. — Eu não iria querer isso de qualquer
maneira. Eu mereço ser punido.
— Podem ir. — Eu os enxotei.
Chris deu uma risadinha: — Dylan, quero lhe agradecer por não ter
feito picadinho de mim. Mas eu realmente deveria estar agradecendo a
Scarlet, sem ela aqui, não sei o que você teria feito comigo.
Dylan sorriu. — Sim, ela salvou sua cara feia.
Chris revirou os olhos antes de sair com Ana.
Assim que eles saíram, Dylan me girou e me segurou perto dele. Ele
descansou sua testa contra a minha.
— Prometa-me que nunca iremos duvidar um do outro. Que
confiaremos um no outro mesmo nos momentos mais difíceis, — Dylan
sussurrou.
A vulnerabilidade em sua voz quase me fez chorar. Meu companheiro
estava novamente me mostrando um lado diferente dele. Um que me
mostrou o quanto ele confiava em mim e o quão longe nós havíamos
chegado.
— Eu prometo, — eu respondi, acariciando sua bochecha.
— Ótimo. Sem você ao meu lado, eu morrerei. — Dylan pressionou
seus lábios contra os meus.
O que Dylan havia passado todos aqueles anos atrás? Que segredos
ele estava escondendo de mim?
Segredos que claramente o estavam destruindo.
Capítulo 19
O CHAMADO
SCARLET

Fazia duas semanas desde aquela revelação explosiva de que Chris


não poderia ter filhos.
Desde então, foi determinado que, embora houvesse uma chance
baixa, ainda havia uma chance de que Chris fosse fértil.
Desnecessário dizer que Chris andava se castigando muito.
Além disso, os preparativos para a cerimônia de coroação estavam
bem encaminhados. A cerimônia será em seis dias e o clima estava
incrível. As pessoas estavam genuinamente animadas, até minha mãe
estava muito feliz por mim.
Ela me ligou para dizer que receberam o convite, e ela mal podia
esperar para me ver ser coroada rainha.
A ideia de eu ser uma rainha era aterrorizante. Eu não tinha ideia do
que deveria fazer, o que me assustou ainda mais.
Não havia uma rainha desde a mãe de Dylan, então todos estavam
super animados por ter uma de novo. Sem pressão, certo?
Dylan e eu estávamos bem. Ele ainda guardava segredos de mim, mas
prometeu que assim que fôssemos coroados, ele me contaria. Eu queria
saber porque podia ver que eles estavam afogando meu companheiro.
Algo estava errado e eu estava determinada a ajudar meu
companheiro a consertar. Nós dois dormíamos na mesma cama todas as
noites, conversávamos e ríamos, e, honestamente, era bom.
Três semanas atrás, quando conheci Dylan, não havia nenhuma
maneira que eu poderia ter imaginado dizer isso.
Eu adorava o jeito que ele me abraçava como se sua vida dependesse
disso e eu adorava o jeito que ele sorria e ria.
Dylan era um mistério, mas ele era o meu mistério. Um que eu iria
resolver.
Claro, todos nós sabíamos que para a cerimônia acontecer, Dylan e eu
tínhamos que ser marcados e acasalados.
Isso era uma fonte de estresse para mim, porque eu estava nervosa e
porque era um grande passo em nosso relacionamento.
Todo mundo gostava de me lembrar que os companheiros não
esperavam tanto para marcar e transar um com o outro.
Bem, você ficará satisfeito em saber que dois dias atrás eu me tornei
uma lobisomem totalmente acasalada e marcada.
***

DOIS DIAS ANTES


— Então, ainda não transou? — Aria disse casualmente enquanto nos
sentávamos comendo sorvete na minha cama.
— Eu o quê? — Quase derrubei o sorvete.
Aria sorriu. — O quê?
Eu revirei meus olhos. — Você fez isso de propósito. Não, ainda não
transamos.
— A cerimônia está chegando em breve, — Aria me lembrou.
— Sim, eu sei. Eu não precisava de nenhum lembrete. Eu vejo a
maneira como as pessoas olham para mim. É como se eles estivessem
esperando ansiosamente pela minha marcação, — eu suspirei.
— As pessoas estão animadas, Scar. Para eles, este é um novo começo
e uma chance de ter uma rainha. — Ela sorriu.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Chris virou a cabeça. — Ei,
Aria, comprei aqueles sanduíches que você gosta.
— Sim, este bebê está com fome o tempo todo. Scar, não sinta
nenhuma pressão, faça quando achar que é certo para você. — Ela me
beijou na testa antes de sair com Chris.
Terminei meu sorvete e deitei na cama. Devo ficar preocupada por não
ter transado ainda? E se Dylan não quiser transar comigo?
Eu estava pensando demais. Como Ana disse, eu deveria fazer isso
quando parecer certo. Minha loba estava constantemente me
incomodando para acasalar com Dylan, então eu tinha a sensação de que
o tempo era mais cedo ou mais tarde.
Sentando-me, decidi fazer uma visita ao meu companheiro. Ele estava
em seu escritório, onde parecia passar a maior parte de seus dias. Fui até
seu escritório, sorrindo para as pessoas por quem passava.
Não me incomodei em bater e entrei para encontrá-lo olhando para a
parede. Seu rosto se virou com uma carranca, mas rapidamente se
transformou com um sorriso.
— Scarlet. — Ele estendeu a mão para mim.
— Pensei em vir ver você. — Peguei sua mão e acabei sentando em
seu colo.
Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás das orelhas antes de
responder: — Estou feliz que você veio. Eu estava entediado e não
conseguia me concentrar.
— Hmm... isso não é típico de você. — Eu levantei minhas
sobrancelhas.
— Não, meu lobo tem estado inquieto nos últimos dias, — admitiu
Dylan.
— A minha também. Acho que sei por quê, — eu disse.
Dylan sorriu. — Sabe? A sua loba também está deixando você com
tesão?
Eu não confiava na minha voz, então apenas balancei a cabeça. Meu
corpo já estava pegando fogo, eu sentia que iria entrar em combustão
assim que Dylan me beijasse.
Dylan gemeu, — Eu posso sentir o cheiro do seu desejo.
Dei de ombros. — Eu não posso esconder isso.
Sem aviso, Dylan me levantou e me tirou de seu escritório.
— Chega de rodeios. Eu vou fazer você minha. — Ele empurrou a
porta do nosso quarto e me jogou na cama.
Eu engasguei vendo a luxúria em seus olhos. Isso enviou mais faíscas
direto para entre minhas pernas.
— Hm... aposto que você está molhada para mim. — Ele trancou a
porta e sorriu.
— Por que você não vem e vê? — Eu o desafiei.
Dylan não precisou pedir duas vezes; ele puxou minha calça jeans e
calcinha de uma vez.
— Encharcada, só para mim, — Dylan gemeu.
Engoli em seco, observando enquanto Dylan arrastava o dedo para
cima e para baixo na minha perna. Ele estava fazendo isso de propósito,
me fazendo esperar.
— Você não acha que esperei o suficiente? — Eu rosnei.
Dylan sorriu. — Eu só queria deixá-lo com raiva.
Ele não me deu a chance de responder quando mergulhou sua língua
em mim, me fazendo gritar.
— Oh, merda.
Ele atacou minha parte mais sensível enquanto me segurava, e eu me
perdia no prazer. Não demorou muito para eu sentir aquele sentimento
familiar.
Sim, eu estava tão perto... tão perto...
De repente, a sensação desapareceu e eu olhei para cima em estado de
choque. Dylan ficou lá lambendo os lábios.
— Por mais delicioso que tenha sido, não posso esperar mais.
Ele libertou seu membro e o empurrou suavemente na minha
direção.
— Dylan, — eu gemi.
— Minha safadinha, você está pronta para ser minha? — Ele
respondeu.
Lentamente ele entrou em mim, deixando-me ajustar ao seu
tamanho antes de me mostrar o que era o prazer.
Suas estocadas eram implacáveis e eu não pude evitar os gemidos que
deixaram minha boca. A boca de Dylan estava arrastando beijos pelo meu
pescoço, e eu não conseguia me concentrar.
— Eu não posso... estou tão perto, — eu gemi.
— Vamos lá, minha safadinha, — Dylan sussurrou na minha pele.
Isso é tudo que eu precisava para gritar de prazer. Dylan perfurou
minha pele com seus caninos, prolongando aquele prazer antes de se
soltar.
Ele lambeu o sangue e enterrou o rosto no meu pescoço.
— Minha safadinha, toda minha, — ele sussurrou.
— Tinha alguma dúvida antes? — Eu perguntei, ainda recuperando o
fôlego.
Ele rolou de cima de mim e me puxou para mais perto dele, então
ficamos cara a cara.
— Nunca, mas agora posso ver minha marca e isso me deixa feliz. —
Ele sorriu.
Senti meus olhos ficando pesados quando respondi: — Tão
possessivo.
— Você pode me culpar? Eu tenho a garota mais bonita do mundo
como minha companheira. — Dylan deu uma risadinha.
— Hmm... — Fechei meus olhos. — Durma, estou com você, —
sussurrou Dylan.
Essas foram as últimas palavras que ouvi enquanto deixava o sono
assumir.
Capítulo 20
COROAÇÃO
SCARLET

Hoje era o dia! A cerimônia de coroação!


Desde o acasalamento, Dylan e eu não fomos capazes de manter
nossas mãos longe um do outro. Dylan chamou isso de distração, mas
muito boa.
Eu simplesmente gostava de ter meu companheiro comigo, adorava a
maneira como ele me fazia sentir.
Antes, a cerimônia de coroação me deixava nervosa, mas agora eu
estava animada. Animada para dar este passo com meu companheiro
porque me sentia pronta.
Percorremos um longo caminho desde quando nos conhecemos.
Acho que nunca pensei que ficaria feliz por este dia.
Minha família inteira havia chegado ontem e eu vi a emoção nos
olhos de minha mãe.
Ela não pôde deixar de chorar enquanto me abraçava e me dizia que
sabia que Dylan era o companheiro certo para mim.
Agora, eu estava sentada aqui me preparando. De acordo com a
tradição, Dylan e eu não tínhamos permissão para nos ver, o que
significava que eu tinha dormido com minha mãe na noite passada. Era
estranho não estar perto de Dylan.
De certa forma, isso me lembrou de cerimônias de casamento
humano, o que eu acho que esse tipo de coisa era.
Casamentos não eram necessários no mundo dos lobisomens, alguns
os possuíam se seus companheiros fossem humanos, mas a maioria não.
Acho que a cerimônia de coroação contava como um casamento.
As cores tradicionais eram branco e dourado para o rei e a rainha.
Dylan não tinha visto o vestido que eu escolhi. Levei muito tempo para
encontrar algum que eu amava.
Eu tinha escolhido um vestido branco sem alças com bordados
dourados nas bordas. Toda a área do peito do vestido era coberta por
lindos bordados dourados também.
Eu adorei o vestido porque era mais curto na frente, mas mais longo
nas costas.
Acompanhando estava um par de saltos simples e um conjunto de
brinco e colar combinando. Meu cabelo foi penteado com perfeição. Eu
também não queria muita maquiagem, então foi mantida simples.
Quando eu estava pronta, minha mãe ficou mais emocionada, mas eu
a Conduzi para sentar-se com o resto da família.
Respirando fundo, andei em direção ao palco. Meu olhar
imediatamente encontrou o de Dylan. Ele estava sorrindo. Meu
companheiro estava gostoso em um par de calças brancas e uma camisa
branca e dourada.
Ele pegou minha mão e sussurrou em meu ouvido: — Você é linda pra
caralho.
Tentei não corar quando nos viramos para o chefe do conselho que
estava conduzindo a cerimônia.
Depois de repetir os juramentos para proteger o povo, ser
governantes justos e colocar as necessidades do povo antes das nossas,
era hora do juramento de sangue.
O juramento de sangue era sobre lealdade um ao outro. Isso me ligava
a Dylan de todas as maneiras possíveis.
Observei enquanto Dylan pegava a faca e, sem hesitação, cortava o
braço. O sangue pingou na enorme tigela de ouro embaixo.
Ele me entregou a faca e eu olhei em seus olhos. Essa foi a coisa mais
assustadora que eu fiz, mas respirei fundo e cortei meu braço.
Eu vi o flash de dor nos olhos de Dylan enquanto o sangue pingava.
Ele não gostava de me ver sofrendo.
Tocamos nossos braços juntos para que os cortes também se
tocassem e repetimos as palavras que nos foram ditas.
Nosso sangue foi derramado em dois copos e cada um de nós tomou
um gole. Foi desagradável, mas a sensação que veio depois não foi.
Parecia que eu tinha me conectado com Dylan em um nível muito
mais profundo do que antes. Eu não poderia explicar o quão perto eu me
sentia dele. Parecia que eu me machucaria se ele deixasse minha vista por
um segundo.
Eu vi nos olhos dele também, ele sentia o mesmo.
As coroas foram trazidas e Dylan foi coroado primeiro com os
aplausos do povo.
Quando chegou a minha vez, Dylan pegou a coroa e colocou na
minha cabeça, sorrindo suavemente.
Ele agarrou minha mão quando fomos anunciados o rei e a rainha.
Os sorrisos dos meus entes queridos juntamente com os aplausos das
pessoas me fizeram sorrir.
Dylan não soltou minha mão nas poucas horas após a cerimônia.
Enquanto as pessoas comiam e bebiam, Dylan me mantinha perto dele.
Quando dissemos 'olá’ para as pessoas e nos certificamos de que todos
estavam bem, mesmo assim Dylan não soltou minha mão.
— Você nunca vai me soltar? — Eu questionei enquanto
caminhávamos para a mesa para comer.
— Não. — Ele sorriu.
Revirei os olhos, — Eu não vou a lugar nenhum.
— Eu sei. Eu só gosto de segurar sua mão, — respondeu ele.
— Urgh, olhe para vocês dois. Não posso comer em paz? — Aria
gemeu.
— Não estamos te incomodando, prima — respondeu Dylan.
— Uh, sim. Sua exibição de amor está. — Aria balançou a cabeça.
— Ah, você vai ter que lidar com isso, — Dylan riu enquanto Ana fazia
uma careta.
— Dylan, solte minha mão para que eu possa comer, por favor. — Eu
puxei minha mão para longe dele.
Ele olhou para mim como se eu tivesse acabado de tirar seu
brinquedo favorito, me fazendo rir.
— Não estou indo a lugar nenhum, mas gostaria de comer com as
duas mãos.
— Senti a sua falta. Não te vejo desde ontem à noite, faz muito
tempo, — Dylan suspirou.
— Bem, não teremos que nos separar de novo, ok? — Eu dei um
tapinha em seu joelho e servi minha comida.
Aria murmurou baixinho, — toma essa. — Isso lhe rendeu uma bela
carranca de seu primo.
Todos pareciam estar apreciando a comida e conversando entre si.
Comi e conversei com Ana e também com minha família. Dylan
manteve uma mão no meu joelho depois de terminar de comer, como se
estivesse se lembrando de que eu estava lá.
Depois que a comida foi servida, alguns Alfas trouxeram
entretenimento na forma de dança, música e até mágica.
Devo dizer que gostei de cada minuto.
Mesmo quando o mágico me trouxe flores, e Dylan olhou feio como
se fosse seu pior inimigo.
A música era linda e os dançarinos eram fantásticos. Nós dois
agradecemos a todos por suas apresentações maravilhosas.
Foi o final perfeito para um dia agitado. Eu sabia que Dylan estava tão
exausto quanto eu. Dylan encerrou a cerimônia com um discurso.
— Quero agradecer a cada um de vocês por estar aqui hoje para
celebrar esta ocasião conosco. Foi uma noite adorável e será algo que
guardarei com carinho para sempre.
Minha rainha e eu prometemos a todos que sempre ouviremos seus
problemas e preocupações. Agradeço novamente.
Depois de me despedir, estava pronta para deitar na cama. Mas Henry
veio até nós com um sorriso triste e eu sabia por quê.
— Não. Ainda não. — Tentei não chorar.
— Temo que sim. Estou tão pronto para sair daqui, criança, é a minha
hora, — Henry respondeu.
— Mas... mas Aria? — Eu disse.
Henry deu uma risadinha: — Tive uma boa conversa com minha
filha. Não se preocupe, estarei de volta assim que meu neto nascer.
Dylan abraçou o tio e disse: — Não tenho como agradecer o
suficiente pela orientação e pelo amor que você me deu.
Henry enxugou uma lágrima. — Meu garoto. Você é meu filho e
tenho observado você nos últimos meses mostrar a todos porque você
está destinado a ser rei. Com Scarlet ao seu lado, sei que você ficará bem.
— Vou sentir sua falta, — eu funguei.
— Eu também, criança. Obrigado por me ouvir, — Henry sussurrou.
— Lembre-se, estou apenas a uma ligação de distância, — Henry nos
disse antes de sair.
Andamos até o nosso quarto, onde Dylan me ajudou a tirar a roupa.
Nós dois deitamos na cama e nos abraçamos.
— Eu já te disse como você estava deslumbrante? — Ele sussurrou.
— Sim. Eu te disse o quão bonito você estava?
Eu sussurrei de volta.
— Não, mas aceito ouvir agora, — ele nu.
— Mhm... — Meus olhos estavam fechando.
— Durma, minha rainha, — Dylan sussurrou, apertando seu aperto
quando fechei meus olhos e deixei o sono assumir.
Capítulo 21
PRIMEIRO DIA SCARLET
Acordei com o braço de Dylan enrolado firmemente em volta da
minha cintura. Sonolenta, rolei e enterrei meu rosto em seu pescoço. Seu
aperto aumentou e eu sorri.
— Por que já tem que ser de manhã? — Dylan gemeu.
— Não sei, mas fique aqui um pouco mais, — respondi.
Dylan riu, enviando faíscas pela minha espinha. — Se eu pudesse, eu
faria. Mas o dever chama, safadinha.
Eu fiz beicinho quando ele rolou para longe de mim e se levantou.
Droga, ele parecia bem de manhã com aquele cabelo todo bagunçado.
— Scarlet, estou tentando sair da cama, mas você está tornando isso
difícil, — Dylan suspirou.
— Tudo bem, — eu bufei, rolando para o outro lado para que eu não
pudesse ver Dylan.
Por que ele não pode ficar comigo mais um pouco? Isso não era pedir
muito!
Eu estava perdida em meus pensamentos por não ter ouvido Dylan
vir até que seus lábios roçaram os meus.
— O quê? Não, ainda não escovei os dentes! — Eu me afastei.
Dylan estreitou os olhos para mim.
— Você acha que eu me importo com isso? Eu quero meu beijo. — Ele
me puxou para que eu sentasse em seu colo.
Novamente, ele tentou me beijar, mas eu coloquei minha mão na
frente de seus lábios. Dylan rosnou. Ele claramente não gostou disso.
— Eu me importo. Eu tenho bafo matinal, — eu disse.
— Oh, pelo amor de..., — Dylan gemeu, prendendo minhas mãos nas
minhas costas e capturando meus lábios em um beijo acalorado.
Oh, meu Deus, que maneira de acordar. Eu poderia me acostumar
com isso.
Dylan soltou minhas mãos, então eu imediatamente as passei por seu
cabelo.
Rompemos o beijo e encostamos nossas testas. Meus olhos ainda
estavam fechados quando Dylan beijou o topo do meu nariz e sussurrou:
— Você vai tornar muito difícil sair de manhã.
Por mais que eu quisesse dizer a ele para ficar, eu sabia que não era
justo. Dylan tinha um dever a cumprir e eu precisava apoiá-lo.
Desta vez, abri meus olhos e beijei-o na testa.
— Eu sei que é uma merda, mas eu não vou a lugar nenhum. Você
tem um dever importante a cumprir. Quanto mais rápido você fizer isso,
mais cedo poderemos voltar para a cama. — Eu pisquei.
Dylan me colocou na cama antes de se levantar. — Melhor motivação
de todos os tempos.
Ele sorriu antes de sair, me fazendo rir.
Agora que eu estava acordada, poderia muito bem me preparar para
enfrentar o dia. No meu primeiro dia como rainha, queria causar uma
boa impressão a todos.
Eu sei que algumas pessoas achariam que eu estava sendo ridícula
porque eu era a rainha, mas eu queria que as pessoas gostassem de mim.
Tomei banho e me vesti para o dia antes de deixar o santuário do meu
quarto.
Ana não estaria de pé neste momento; ela nunca gostou de manhãs,
mas estar grávida significava que ela não poderia sair da cama até pelo
menos onze. O bebê precisava dormir, ela afirmava.
Ao descer, notei pessoas sorrindo e se curvando. Eu som de volta, me
sentindo estranha por eles terem se curvado. Acho que era algo com o
qual eu precisava me acostumar.
— Oh, Alteza, eu estava procurando por você. — Um chef saiu
correndo da cozinha.
— Posso ajudar em algo? — Eu sorri.
— Bem, veja bem, sempre foi o rei Henry quem decidiu o menu da
semana, mas como ele não está aqui e você é a rainha, eu estava me
perguntando..., — ele parou.
— Certo! Vamos para a cozinha? — Eu perguntei.
O chef sorriu e acenou com a cabeça. Acho que minha primeira tarefa
como rainha estava em andamento.
Levei duas horas para decidir o menu desta semana. Não sabia que
Henry fazia isso, presumi que os próprios chefs decidiam tudo.
Depois de terminar o menu, decidi procurar Ana. Acho que ficaria
entediada no primeiro dia, eu realmente precisava de um plano.
Felizmente, minha melhor amiga estava comendo uma boa porção de
comida quando eu a encontrei.
— Aria! — Eu sorri, sentando ao lado dela.
— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou, depois de engolir
o café como se fosse água.
— Como assim? Não posso estar aqui? — Eu questionei.
— Duh, mas eu pensei que você estaria com Dylan. Ele não disse que
contaria a você aquela coisa importante? — Aria apontou.
Eu suspirei. Que estúpida da minha parte! Dylan prometeu que me
contaria aquele grande segredo que o estava comendo vivo após a
cerimônia. Agora era a hora!
Eu sai correndo, gritando — obrigada’ a Ana. Não havia dúvida de que
meu companheiro tentaria adiar, mas eu não o deixaria escapar impune.
Seu cheiro viciante era mais forte em seu escritório, — nenhuma
surpresa aí.
Devo invadir? Isso é rude, talvez eu deva bater.
Antes que eu pudesse bater, a porta se abriu para revelar os membros
do conselho e meu companheiro. Chris estava parado na porta com uma
expressão divertida no rosto.
— Você vai entrar ou...? — Ele parou.
Olhando para ele, entrei na sala. Muitos pares de olhos foram fixados
em mim enquanto eu caminhava para Dylan. Ele parecia preocupado.
— Você está bem? — Ele perguntou.
Eu balancei a cabeça e abri minha boca para falar, mas nenhuma
palavra saiu.
Sério, Scarlet? Agora não era a hora. Prepare-se e arraste seu companheiro
para fora de lá. Você tem a prioridade.
Com confiança renovada, voltei-me para os membros do conselho e
disse: — Sinto muito, mas sua reunião terá de ser suspensa por um
tempo. Chris irá informá-los quando a reunião puder continuar.
Peguei a mão de Dylan e saímos da sala.
Chris, é claro, piscou para mim e revirei os olhos.
Surpreendentemente, Dylan não disse nada enquanto caminhávamos
para o nosso quarto.
Soltei sua mão quando entramos e me virei para encarar meu
companheiro, que tinha um sorriso enorme no rosto.
Uh, eu perdi alguma coisa?
— Você fez tudo isso porque me queria na cama? — Ele agarrou
minha cintura e me puxou para mais perto.
Claro que ele pensaria isso. Olhando para ele, eu o empurrei. Fiz uma
cara séria e respondi: — Não, há outra coisa sobre a qual precisamos
conversar.
Dylan parecia confuso e eu suspirei, — Você prometeu que me
contaria o que estava acontecendo após a cerimônia. Então, me conte.
— Eu deveria saber, minha atrevida feroz. Você não esqueceria algo
assim. — Dylan beijou minha testa.
— Não perca tempo. Diga-me, — eu exigi.
Dylan ergueu as mãos em sinal de rendição simulada. — Ok, pelo
menos sente-se comigo.
Ele se sentou, dando tapinhas no local ao lado dele.
Eu escutei e me sentei, certificando-me de encará-lo.
— Não sei por onde começar. — Dylan passou as mãos pelos cabelos.
— Pelo início. — Eu apertei sua mão.
Dylan olhou para mim antes de respirar fundo. — Bem, acho melhor
começar com o fato de que meu pai mentiu. Eu não sou o único herdeiro
vivo do trono.
Minha boca abriu em choque. De todas as coisas que eu esperava que
Dylan dissesse, não era essa.
Parecia que havia muito mais do meu companheiro do que eu poderia
imaginar.
Capítulo 22
REVELAÇÃO
SCARLET

— Bem, pelo menos você não desmaiou, — brincou Dylan.


Eu estreitei meus olhos para ele, — Não é engraçado. Prossiga.
Meu companheiro estava tentando protelar mais uma vez, e eu não
iria deixá-lo. Ele ia me contar.
Dylan suspirou antes de assentir.
— Ok. Meu pai disse a todos que não tinha mais família, mas era
mentira. Ele tem uma família viva, uma família que também tem direito
a este trono. O irmão de meu pai, sua esposa e seus filhos.
Dylan respirou fundo e olhou para mim. Eu estava em choque; eu não
podia acreditar que meu companheiro tinha uma família lá fora! Ele
estava certo ao dizer que eles tinham direito ao trono.
— Você tem uma família, Dylan, — eu respirei.
Dylan sorriu para mim com tristeza, — Você pensaria que seria uma
coisa boa, algo para comemorar. Em vez disso, é algo que me trouxe mais
dor do que eu jamais imaginei.
Meus olhos se arregalaram enquanto processava as palavras de Dylan.
Que monstros eram essas pessoas?
— Acho que devo começar a explicar por que meu pai os deserdou.
Ele percebeu que eles estavam ficando com muita fome de poder.
— Tudo começou a ficar mais óbvio depois que meu tio anunciou que
sua companheira estava grávida. Aos olhos deles, o filho deles merecia se
tornar rei depois de meu pai porque ele nasceu primeiro.
— Meu pai percebeu e parou com isso, ele os expulsou quando meu
primo tinha cinco meses.
— Minha mãe tinha acabado de descobrir que estava grávida de mim
e temia que eles tentassem matar seu filho.
— Anos se passaram e não ouvimos nada deles, mas isso não impediu
meu pai de ficar paranoico.
— Ele escreveu tudo isso em seu diário particular, dizendo que sabia
que seu irmão não desistiria tão facilmente, mas ele não conseguia
descobrir qual seria o próximo passo para seu irmão.
— Agora sabemos exatamente o que foi. Meu tio e alguns renegados
mataram meus pais por este trono.
— Mas eles não contavam que eu estivesse vivo, eles não tinham ideia
de que eu existia, e eu arrumei seus planos de uma aquisição do trono
tranquila. — Dylan engoliu em seco.
— Se seus pais estivessem mortos sem um herdeiro como eles
presumiam, seu tio seria trazido de volta para ser rei porque ele era o
próximo na linha de sucessão. — Eu balancei minha cabeça em
descrença.
Como o próprio irmão do rei poderia matá-lo a sangue frio? Tudo por
poder! O pensamento me fez mal ao estômago.
— Eles não podiam fazer nada então; era muito arriscado. Meu tio
sabia que se eles aparecessem, as pessoas suspeitariam deles.
— Meu pai deixou instruções estritas de que, se ele e minha mãe
morressem antes de eu ter idade para assumir o trono, então Harry o
assumiria.
— Essa é a única razão pela qual ele fez isso, porque se ele recusasse,
meu tio poderia ter sido convidado. Harry me deu acesso a todos os
diários do meu pai antes de eu voltar e foi quando descobri tudo.
— Lembra daquele presente que recebi quando voltei? Da minha
família.
— Foi um aviso para mim para que eu soubesse que eles ainda
estavam lá e ainda queriam o trono. — Dylan olhou para mim com
tristeza.
Estremeci, lembrando daquela pobre garota que foi acertada com
uma flecha com uma mensagem anexada a ela. Isso deve ter afetado
Dylan mais do que ele deixou transparecer.
— Agora as ameaças estão piorando. Eles querem que eu desista do
trono, mas realizar a cerimônia de coroação foi um grande vai se foder.
Agora eu sei que eles vão retaliar, mas quando ou como, eu não sei.
A principal razão de eu não querer uma companheira é que não
queria que você sofresse nas mãos deles ou fosse morta por minha causa.
Eu nunca poderia me perdoar. — A voz de Dylan quebrou no final.
Imediatamente, segurei seu rosto em minhas mãos.
— Você acha que isso importa para mim?
Tudo que eu quero é o seu amor e sei que vamos superar isso. Seu tio
vai perceber o grande erro que cometeu ao subestimar você. Mostre a
eles por que você é rei e por que permanecerá rei. Você tem o meu apoio
e de tantos outros, Dylan.
Dylan me puxou para um beijo, com seus lábios macios capturando
os meus. Foi lento, sua emoção derramou através deste beijo.
Meu companheiro pensou que estava sozinho porque isso é tudo o
que ele conhecia. Mas não mais. Agora ele me tinha, ele tinha um bom
sistema de apoio e juntos nos livraríamos dessa ameaça.
Depois que nos separamos, eu disse depois de recuperar o fôlego: —
Você deve contar às pessoas.
Os olhos de Dylan se arregalaram em choque. — As pessoas? E se elas
ficarem do lado do meu tio?
Eu balancei minha cabeça e respondi: — Não, eles não vão. Não
aqueles que são incrivelmente leais a você. Ao dizer isso, você está
provando às pessoas que se preocupa com elas.
— Você quer que elas saibam em caso de qualquer perigo, quer que
elas estejam preparadas e quer que elas confiem em você.
— Eu... eu nunca pensei sobre isso assim, — admitiu Dylan.
— Eu sabia que você não tinha pensado. Eu conheço sua mente; você
está pressupondo o pior, mas acho que deveria ter um pouco mais de fé
em seu povo, — provoquei.
— Você tem razão. E meu dever proteger a todos e alertá-los é a
melhor coisa a fazer. Como eu tive tanta sorte de conseguir uma
companheira tão inteligente? — Dylan respondeu.
— Hmmm... não tenho certeza. Claramente, o destino achou que
você merecia alguém tão inteligente e bonita quanto eu. — Eu pisquei.
Dylan riu antes de me puxar para mais perto. — Falar com você me
faz sentir muito melhor, Scarlet. Já sinto como se um enorme peso
tivesse sido tirado dos meus ombros. Você deixa tudo melhor.
— O que aconteceu com meu companheiro que agiu duro e como se
não precisasse de mim? — Eu perguntei.
Dylan suspirou, — Esse companheiro se foi há muito tempo porque
ele era um idiota por não ver a verdade.
— A verdade? — Eu questionei.
— Sim, a de que eu preciso de você mais do que você pode imaginar.
Por coisas como esta, por todos aqueles beijos maravilhosos e aqueles
momentos na cama... — Dylan parou de falar, seus olhos lentamente se
tornaram negros.
— Oh, não, senhor. Não temos tempo agora para isso. Muito tempo
no futuro, mas não agora. Temos que ficar em cima do seu tio, Dylan, —
eu o lembrei.
Ele revirou os olhos. — Empacando nosso prazer por causa do meu
tio intrigante. E realmente ótimo.
Eu não pude deixar de rir um pouco da cara dele.
— Paciência, querido, paciência. — Eu beijei sua testa.
Dylan gemeu, — É mais fácil falar do que fazer. Especialmente
quando você está tão deslumbrante.
Suas palavras enviaram faíscas pela minha espinha. Senti a tensão
sexual aumentar. Se eu não fizesse algo agora, nós dois estaríamos nus
nesta cama.
— Resolva a ameaça agora, sexo depois. — Eu o empurrei um pouco
mais longe.
Ele revirou os olhos, mas acenou com a cabeça, com uma expressão
séria voltando ao rosto.
— Nós vamos superar isso juntos, — eu o assegurei.
Eu não queria imaginar o que aconteceria se não...
Capítulo 23
PRIMEIROS PLANOS
SCARLET

Dylan disse a Chris para ligar de volta para os membros do conselho e


ele saiu para informá-los do próximo estágio.
Eu sei que ele queria que eu estivesse lá para apoiá-lo, mas eu recusei.
Ele precisava estar totalmente focado, e eu sabia que eu iria distraí-lo,
especialmente depois do nosso momento em nosso quarto.
Dylan tinha saído há uma hora e eu fiquei no quarto. Primeiro, fiquei
andando de um lado para o outro, depois fiquei deitada pensando e,
finalmente, cedi e comecei a navegar pelas mídias sociais no meu celular.
Eu precisava fazer algo para passar o tempo.
Quando Dylan entrou, eu pulei e olhei para ele em busca de
respostas. Ele suspirou e meu coração afundou, eram notícias ruins?
— O conselho concorda com você. Eles querem que eu me dirija a
todos esta noite. Uma mensagem está sendo enviada para todas as
matilhas agora. — Dylan se sentou na cama.
Eu rastejei e sentei em seu colo.
— Dylan, isso é uma boa notícia. Por que você parece tão chateado?
— Eu perguntei.
— Porque é esta noite. Hoje à noite, eu tenho que me expor e pedir às
pessoas que confiem em mim enquanto eu as levo para a batalha.
Eu ri, — Você é o rei. As pessoas respeitam suas decisões e sabem que
você não as tomará com pressa. Isso não é algo que pode ser adiado por
mais tempo, Dylan. Temos que agir agora. — — O que eu disse? — Dylan
olhou para mim em pânico.
Eu deslizei de seu colo e estendi minha mão.
— Vamos para o seu escritório e dar um jeito nisso juntos, — eu disse.
— Por que não aqui? — Ele perguntou.
Eu estreitei meus olhos. — Você sabe por que não podemos trabalhar
aqui.
— Por quê? — Ele sorriu.
— Porque nenhum trabalho seria realizado. — Eu revirei meus olhos.
— Isso é tão ruim assim? — Dylan passou um dedo sobre a minha
marca, fazendo-me estremecer.
— Eu preciso de uma liberação de estresse, — ele sussurrou em meu
ouvido.
Porra, eu senti minhas defesas enfraquecerem. Eu não poderia resistir
ao meu companheiro, mesmo se tentasse.
Dylan percebeu isso, me pegou e me jogou na cama.
Observei enquanto ele se despia, e meus olhos viajaram por seu
glorioso corpo até seu membro.
Uh, oh, parece que perdi esta batalha.
Dylan sorriu e rastejou até mim, capturando meus lábios em um beijo
quente.
— Nós... nós temos que trabalhar no discurso... depois, — eu consegui
falar entre beijos.
— Hmm, depois. Muito depois, — ele murmurou, com seus lábios
encontrando minha marca.
— Foda-se, — eu gemi.
— E isso que pretendo fazer depois de tirar essas roupas. Muito, —
Dylan rosnou, arrancando minhas roupas de mim.
Revirei os olhos e murmurei, — homem das cavernas, — mas Dylan
não respondeu enquanto seus lábios viajavam pelo meu corpo.
Minhas mãos encontraram os lençóis enquanto eu os agarrava, sem
saber qual era o plano de Dylan.
— Dylan, — eu gemi quando seu hálito quente tomou seu tempo
onde estava úmida.
Este homem sabia exatamente como me provocar.
— Sim? — Eu ouvi a provocação em sua voz.
Prendi a respiração quando ele beijou-me lá embaixo ainda, mas foi
isso.
Pelo amor de Deus, ele me deixa nervosa e depois não faz nada.
Tudo bem, eu cuidarei da questão em minhas próprias mãos.
Rosnando, eu o empurrei de costas e montei nele. Pelo olhar
atordoado em seu rosto, eu poderia dizer que ele não esperava por isso.
Eu arrastei meu dedo em seu abdômen rígido, amando a reação de
seu corpo. Seu pau ficou mais duro e eu sorri.
— Você pode sentir como estou molhada? — Eu pisquei.
Dylan gemeu, — Scarlet.
Ao contrário de Dylan, provocá-lo por muito tempo não era o que eu
queria fazer. Em vez disso, observei seus olhos se arregalarem enquanto
guiava seu pau até minha entrada.
Eu afundei lentamente e soltei um gemido alto.
As mãos de Dylan encontraram minha cintura e ele me encorajou a
me mover. Foi lento no início, mas assim que encontrei meu ritmo, me
soltei.
— Porra, você está tão gostosa, — Dylan rosnou.
— Eu... eu estou tão perto, — eu gemi.
Dylan nos virou, assumindo o controle. Ele meteu em mim mais forte
e mais rápido, e eu gritei quando encontrei minha liberação.
Não demorou muito para ele me encher com sua semente.
Lentamente, ele rolou e me puxou para o seu lado, soprando meu
cabelo para longe de seu rosto.
— Minha companheira sexy, — ele murmurou.
Eu deixei o sono assumir o controle com um sorriso no rosto.
— Scarlet?
— Vamos, querida, precisamos nos levantar.
— Scarlet?
Uma voz familiar me incomodou.
Meus olhos se abriram para ver meu companheiro sorrindo.
— E hora de trabalhar nesse discurso.
Eu gemi, — Isso é culpa sua. Eu não quero sair desta cama.
Dylan riu, — Vamos tomar banho, e então podemos ir para o
escritório. Um banho deve te acordar.
Eu nem tive tempo de protestar quando Dylan me pegou e se dirigiu
ao banheiro.
Meia hora depois, estávamos caminhando para seu escritório.
Eu olhei para ele e zombei dele, — um banho deve te acordar.
— Sim, deveria se meu companheiro não decidisse transar também
no chuveiro.
— Você pode me culpar? Seu corpo é muito difícil de resistir. — Ele
deu um pequeno beijo em meus lábios.
Quando chegamos ao escritório, ambos mudamos para o modo de
trabalho. Sentei-me em frente a Dylan enquanto ele redigia um discurso.
Ele não precisava da minha ajuda tanto quanto pensava, mas eu não
queria dizer isso. Suspeitei que ele também queria meu apoio, o que era
bonitinho.
Eu o lembrei de mencionar algumas coisas e ele as anotou.
Eu vi o quão importante isso era para Dylan. Ele não queria ser o rei
lembrado por levar seu povo à guerra e se preocupava com as
consequências.
Eu respeitava isso, fazia dele um rei melhor, mas também sabia que
essa guerra tinha que acontecer.
Dylan estava hesitante, mas eu sabia que seria agora. Essas pessoas
não parariam até que assumissem o trono e pudessem nos atingir
quando menos esperávamos.
E se não fizéssemos nada e, quando eu finalmente tivesse filhos, algo
acontecesse? Eu não poderia arriscar isso. Para nossos futuros filhos, esse
foi o curso de ação correto.
Eu apenas esperava e orava para que o público também visse isso. A
última coisa que Dylan precisava era não ter o apoio do povo.
Capítulo 24
APARÊNCIAS
SCARLET

Foram duas semanas agitadas. Dylan conversou com sucesso com seu
povo, disse a eles o que eles precisavam saber e como ele queria que essas
pessoas parassem.
Eu poderia dizer que a espera o estava matando. Ele não sabia se as
pessoas o apoiariam depois disso ou não. Não foi um choque para mim
que eles aceitaram. Pessoas de todos os grupos apoiaram Dylan.
Os Alfas também deram seu apoio e disseram que respeitavam Dylan
por ser tão honesto.
Todos eles se comprometeram a enviar lobos quando necessário para
ajudar Dylan. Eu poderia dizer que Dylan estava se sentindo
sobrecarregado com o apoio que estava recebendo de todos.
Após o discurso, todas as notícias sobre a família de Dylan
desapareceram. Parecia que eles haviam se escondido. Dylan estava
furioso, ele queria que eles fossem encontrados, mas as patrulhas
simplesmente não conseguiam sentir um cheiro claro.
Dylan sabia que se baixasse a guarda por uma fração de segundo, algo
ruim aconteceria.
Agora havia guardas por toda parte, controles de fronteira mais
rígidos e um treinamento vigoroso. Depois de minha sessão de
treinamento fracassada, treinei apenas com Dylan.
Era importante para mim treinar porque eu sabia que era fraca e não
queria ser o ponto fraco de Dylan. Eu tive que me defender.
Percebi minha força melhorando à medida que continuava a me
esforçar dia após dia. Dylan ficou muito satisfeito com meu progresso, o
que fez todos os músculos doloridos valerem a pena.
Contra a vontade de Dylan, Harry voltaria em uma semana para dar
uma mão. Ele estava com raiva porque Dylan não quis dizer a ele por
causa de suas viagens.
Harry disse a Dylan que a família sempre vinha em primeiro lugar e
se ele pudesse ajudar, ele o faria.
Ela queria treinar e queria se envolver, mas todos nós, Chris, Dylan e
eu dissemos não.
Sob o olhar estrito de Chris, ela treinava apenas em poucas horas.
Dylan a avisou que se as coisas derem errado, ela deve ir para a sala do
pânico. Ana argumentou, mas acabou cedendo aos desejos de seu primo.
Dylan era um desgraçado teimoso quando precisava ser.
Embora não houvesse sinal da família maluca de Dylan, também não
havia cartas ou presentes ameaçadores. De acordo com Dylan, isso
significa que eles estão se preparando para a guerra.
Dylan pensou que seu discurso deve tê-los feito perceber que eles só
poderiam obter o trono pela guerra.
Dylan e eu não tivemos muitas chances de passar muito tempo
juntos.
Se não estivéssemos treinando juntos, então Dylan estaria em seu
escritório ou nos campos de treinamento, certificando-se de que
estávamos prontos para o que quer que acontecesse.
Quanto a mim, estava do outro lado das coisas. Garantia que todas as
mulheres e crianças soubessem onde fica o quarto do pânico designado.
Garantia que todos os quartos do pânico estivessem abastecidos e
funcionando, e tranquilizava qualquer um que estivesse preocupado.
Quando nos encontramos em nosso quarto, estávamos tão exaustos
que desmaiamos. Não era o melhor, mas não parava de me lembrar que
era tudo temporário.
Assim que tirarmos a família louca de cena, Dylan e eu poderíamos
passar o tempo que quisermos juntos.
Agora mesmo, eu estava confortando uma mãe grávida que estava
preocupada em entrar em trabalho de parto durante a batalha.
Aria apareceu e me arrastou para longe depois que eu resolvi o
problema.
— Eu sei que você e Dylan estão muito ocupados, mas acho que vocês
têm que passar algum tempo juntos, — Aria mencionou enquanto
caminhávamos.
Suspirei: — E claro que eu também quero, mas nós dois estamos
muito ocupados.
— Um sinal de unidade será o que o povo também precisará. Ver o rei
e a rainha juntos pode dar alguma esperança ao povo, — disse Ana.
— Esperança? — Eu perguntei.
— Espero que tudo fique bem. Eu sei que Dylan tem o apoio de todos
os Alfas e das pessoas, mas por dentro eles ainda estão preocupados. Ver
vocês dois juntos vai garantir a eles que vocês dois estão trabalhando
juntos, e nós sairemos disso vivos. — Ana me contou.
— Eu... bem, nunca pensei nisso assim. — Eu ri.
— Não, mas eu ouvi alguém dizendo que vocês dois não são vistos
juntos há algum tempo. As pessoas estão ficando preocupadas, — Ana
suspirou.
— E melhor eu consertar isso então. — Eu sorri.
— Sinceramente, eu gostaria de não estar grávida para poder ajudar
mais. Em vez de apenas ouvir fofocas e reportar de volta. — Ana fez uma
careta.
— Esse bebê é uma bênção para você e Chris. Não importa o que
aconteça, você precisa se lembrar de que há uma vida dentro de você,
uma vida que você precisa proteger. — Eu apertei a mão de Aria.
Aria sorriu antes de responder: — Vim aqui para lhe dar um conselho
e, em vez disso, você me ensinou uma lição importante.
— Tudo isso em um dia de trabalho. — Eu pisquei.
— Vá encontrar o seu homem. — Aria me empurrou antes de rir.
Balançando minha cabeça com a diversão, eu segui o cheiro de Dylan
para fora de onde ele estava supervisionando o treinamento.
Meus olhos se arregalaram quando observei a sessão de treinamento
em andamento. Eu pensava que o meu era intenso...
— Scarlet. — Um rosnado baixo me tirou dos meus pensamentos.
Virei-me para ver meu companheiro com raiva, olhando para mim.
— O quê? — Eu perguntei.
— Por que você tem que olhar para os
homens? — Dylan rosnou.
Eu estava? Ops.
— Dylan, não seja bobo. Eu estava pensando em como o treinamento
deles é intenso em comparação ao meu. De qualquer forma, vim aqui
para te encontrar, — respondi.
Sua raiva enfraqueceu e foi substituída por preocupação. — Está tudo
bem?
Eu coloquei minha mão em seu peito para acalmá-lo antes de dizer,
— Calma, grandalhão. Nada está errado, eu só senti sua falta.
Imediatamente fui puxado para seu abraço caloroso.
— Sinceramente, eu senti muito sua falta. Sinto falta de nossas
conversas pela manhã e de tudo o mais que fazíamos na cama.
Minhas bochechas esquentaram quando o empurrei. — Dylan!
Ele riu, antes de me puxar de volta e beijar meus lábios suavemente.
Eu gemi; fazia muito tempo que não tínhamos um momento como
este.
— Scarlet, agora não é a hora. Eu deveria estar me concentrando no
treinamento, — Dylan suspirou.
Eu olhei para cima para ver Chris ainda gritando ordens.
— Chris! — Eu gritei.
Sua cabeça girou e eu disse: — Você pode cuidar das coisas daqui?
Chris sorriu e acenou com a cabeça. — Certo.
— Boa. — Eu sorri.
Antes que Dylan pudesse protestar, eu o arrastei para longe e para o
nosso quarto. Eu observei os rostos das pessoas acendendo quando
passamos, de mãos dadas. Ana estava certa.
Chegamos ao nosso quarto e fechei a porta.
— Este é nosso momento agora, — eu disse.
Dylan parecia chocado antes de sorrir.
— Nosso momento, hein?
— Eu tenho que admitir, você parecia sexy me arrastando para longe.
Revirei os olhos antes de dizer — obrigada.
— Já que é o nosso momento, por que não o usamos com sabedoria?
— Dylan caminhou em minha direção, me levantou e me jogou na cama.
Oh, sim, eu definitivamente iria gostar disso.
Capítulo 25
GUERRA
SCARLET

Harry apareceu uma semana depois e foi direto para o treinamento.


Isso aliviou Dylan de muito estresse. Harry também era seu apoio e ele
precisava dele.
Dylan ajudava nas patrulhas agora, ele queria que sua família fosse
encontrada mais cedo ou mais tarde. Não sei como fizeram isso, mas sua
família se escondeu muito bem. Dylan voltaria frustrado e com raiva de
si mesmo.
Hoje, Dylan não estava patrulhando porque decidiu treinar comigo.
Nós dois suamos, mas foi bom para nós.
Dylan poderia liberar sua raiva e frustração, e eu poderia realmente
treinar. Depois do banho, dirigimo-nos para o escritório.
Tínhamos acabado de nos sentar quando um guarda nervoso entrou
repentinamente.
— Nós... nós... os encontramos... eles estão vindo, muitos deles, — ele
conseguiu dizer.
Oh, merda. Esta guerra estava acontecendo, e estava acontecendo
agora. Olhei para Dylan, que imediatamente entrou em ação. Ele disse ao
guarda para chamar Harry e Chris enquanto ele ligava para os Alfas.
Claro, os Alfas que já haviam prometido seu apoio disseram que
estavam enviando lobos agora. Chris e Harry entraram correndo e eu os
informei enquanto Dylan estava ao celular.
— Precisamos colocar as pessoas vulneráveis, crianças e mulheres que
não estão com dificuldades nas salas do pânico agora, — disse Harry.
— Sim, acho que devemos fazer isso mais cedo, — eu concordei.
— Vou até os lobos; eles precisam estar preparados, — disse Chris.
— Prepare-os e alinhe-os, descerei para falar com eles, — respondeu
Dylan.
Chris acenou com a cabeça e saiu correndo. Eu lancei a Harry um
olhar preocupado e ele me apertou em um abraço.
— Seu companheiro forte aí, ele vai ficar bem. Nós vamos superar
isso, — Harry me assegurou.
Eu tentei colocar um sorriso corajoso quando Dylan veio em minha
direção e estendeu a mão. Andamos até o campo de treinamento onde os
lobos estavam alinhados e prontos para Dylan.
Dylan pigarreou. — Eu sei que isso é repentino, mas também sei que
todos vocês são mais do que capazes de defender a si mesmos e ao
palácio contra aqueles que procuram destruí-lo.
Suas horas de treinamento e dedicação valerão a pena e não posso
agradecer o suficiente pelo sacrifício que estão dispostos a fazer. Juntos,
iremos destruir aqueles que querem nos ver mortos.
Gritos foram ouvidos e Dylan deu um suspiro de alívio. Eu apertei sua
mão para mostrar meu apoio. Ele se saiu tão bem, e pensar que inventou
isso na hora.
Parecia que seu discurso teve o efeito desejado, pois os lobos
pareciam cheios de energia e o moral estava alto.
— Vão para suas estações e reportem de volta. Lembrem-se, vocês são
fortes na forma humana quanto na de lobo! — Gritou Chris.
Imediatamente, os lobos se dispersaram para ir para suas estações.
Agora era a nossa vez de nos prepararmos.
Corri para dentro para ver Harry já dizendo às pessoas para irem para
seus quartos do pânico. Eu me juntei a eles, tranquilizando aqueles que
estavam com medo e dizendo às crianças que era como um pequeno
feriado.
Agora, eu tinha que encontrar a única pessoa que não queria entrar.
Ana.
Ela não era difícil de encontrar, mas seus braços estavam cruzados e
seus olhos tinham uma aparência desafiadora. Isso pode ser mais difícil
do que eu pensava.
— Ana, vamos. Você tem que entrar agora, — eu disse.
— Até parece. Eu não vou entrar, — Ana zombou.
Eu deveria saber que não seria tão fácil. É hora de uma abordagem
diferente.
— Aria, eu sei que você não quer, mas você tem que pensar em seu
bebê e Chris. Ele não será capaz de lutar adequadamente sabendo que
você não está segura.
— Eu sou mais do que capaz de me defender e proteger meu bebê.
Meu companheiro, meu primo, minha melhor amiga e até meu pai vão
estar todos aqui lutando, e você está me dizendo que eu não posso estar
aqui?
— Eu tenho que ir para um quarto do pânico estúpido e me
preocupar com todos vocês. Eu acho que não, — ela recusou.
Droga. Eu entendia suas razões e sabia que, se estivesse no lugar dela,
também recusaria.
Mas ela era minha melhor amiga e era minha responsabilidade
garantir que ela e seu bebê estivessem seguros.
Se ela não queria ouvir a bela Scarlet, então ela teria que ouvir a
rainha Scarlet.
— Ana. Pare de ser egoísta e coloque seu traseiro na maldita sala do
pânico. Todo mundo está se preparando para a porra de uma guerra, e
não preciso de você e de sua teimosia para impedir isso.
— Seu companheiro não precisa de você aqui desprotegida. Seu
primo não quer perder outro membro da família e seu pai não quer
perder sua única filha.
— Abra os olhos e pare de ser teimosa. Não tenho tempo para isso.
Ou você vai para a sala do pânico ou vou arrastá-la, — avisei.
Ana ficou lá em estado de choque, sua boca abriu e fechou sem
pronunciar palavras. Fiquei até chocada comigo mesma. Mas eu não
podia deixar minha decisão não ser acatada, ou ela nunca seria.
Eu a encarei enquanto ela suspirava, — Você está certa. Estou indo.
Respirando um grande suspiro de alívio, eu a levei para a sala do
pânico.
— Todos ficaremos bem. Sua família é forte, não se esqueça disso, —
eu a tranquilizei.
— Eu sei. Vá quebrar a cara deles por mim. — Ela sorriu.
Deixei-a e corri de volta para Dylan. Ele estava latindo ordens para os
lobos que acabaram de chegar. Uau, eles realmente chegaram rápido.
Sentindo minha presença, ele se virou e me puxou para seu abraço.
— E demais pedir-lhe para ir a um quarto do pânico?
Eu olhei para ele. — Não se atreva. Nós treinamos para isso. Eu não
estou indo a lugar nenhum.
Dylan suspirou, — Valeu a pena tentar. Eu não posso te perder.
— Você não vai. Fui treinada por um lobo superforte. Tenha um
pouco de fé. — Eu pisquei.
Dylan sorriu. — Como eu poderia argumentar contra isso? Fique
comigo o tempo todo, eu preciso de você à minha vista.
— Eu vou, — eu prometi. — Vamos lá, — disse ele.
Eu agarrei sua mão e caminhamos para a frente do palácio, esperando
pelas pessoas que nos querem mortos.
Capítulo 26
O ENCONTRO ESPERADO
SCARLET

Eu pude vê-los. Lobos à distância. Dylan apertou minha mão


enquanto esperávamos. As coisas iam ficar complicadas. Eu só esperava
que fosse capaz de mostrar ao tio de Dylan que ele havia subestimado
Dylan.
Uma versão mais antiga de Dylan apareceu, com cabelos grisalhos e
um brilho maligno em seus olhos. Não havia como confundi-lo, era o tio
de Dylan. A ingestão aguda de Dylan de ar me disse tudo o que eu
precisava saber.
Ao lado dele, apareceu uma versão mais jovem. Ele não tinha o
mesmo brilho maligno de seu pai, em vez disso, parecia cansado.
Isso me surpreendeu, eu esperava que pai e filho quisessem a mesma
coisa.
Mas agora eu não tinha certeza.
— Ah, meu querido sobrinho, como esperei por este dia! — O tio de
Dylan gritou, com sarcasmo escorrendo de sua voz.
— Eu gostaria de poder dizer o mesmo, tio. — Dylan balançou a
cabeça.
— Pronto para perder seu trono e sua companheira? — Ele zombou.
Dylan rosnou e avançou, mas eu segurei-o de volta. Seu tio estava
propositadamente tentando irritá-lo, provavelmente para enfraquecer
Dylan. Escurecer seu julgamento, Dylan me ensinou isso.
— Sua companheira obediente está ao seu lado e ela morrerá ao seu
lado. A menos que você desista do trono. Faça isso e eu vou deixar vocês
dois viverem. — O tio de Dylan encolheu os ombros.
Dylan zombou: — Por favor, tio. Eu sei que você nunca vai me
permitir sair daqui vivo. Um de nós vai morrer hoje, mas não serei eu.
— Eu não vou permitir que o meu trono caia em suas mãos. Meu pai
— Seu pai negou-me o que era meu e pagou o preço. Ele e sua
companheira. Esse é o seu destino, sobrinho.
— Esse é o destino de qualquer um que ouse me negar o que é meu
por direito. Eu terei o trono! — O tio de Dylan gritou.
Ouvir essas palavras cruéis trouxe lágrimas aos meus olhos. Eu não
poderia imaginar abrigar o ódio que o tio de Dylan sentia por seu irmão
por meus próprios irmãos.
Olhando para Dylan, parecia que ele estava lutando com isso
também.
— Meu pai e minha mãe deixaram um legado magnífico. Eu nunca
vou deixar você manchar isso. O que você fez com eles, você vai pagar
pela minha mão, — Dylan prometeu.
O tio de Dylan deu uma risadinha. — Oh, sobrinho. Eu não sabia o
quão fraco e patético você é. Embora eu não devesse estar surpreso, sua
mãe era exatamente a mesma coisa. Ela te deixou fraco.
— Não fale sobre minha mãe assim. Ela foi uma mãe melhor para
mim em seu curto período de tempo do que sua companheira foi para
sua família. Uma boa companheira nunca forçaria seus filhos a lutar
assim.
Dylan atingiu uma ferida aberta. Os olhos de seu tio tornaram-se
malignos.
— Como você ousa? Vou mandar você para seus pais, prepare-se para
cumprimentá-los.
— Não, como você ousa? Você me ameaça, ameaça minha
companheira, fala mal de minha mãe e de meu pai. Quem te deu esse
direito?
— Você é um pedaço de escória, que vou varrer da face da terra. Olhe
em volta, você pode ter renegado, mas eu tenho o apoio de todas as
matilhas. Eu tenho números e força.
— Seu tempo acabou porque isso acaba agora! — Dylan gritou. Sua
postura mudou, sua voz exigia respeito.
Este era o rei falando agora, e ninguém ousou se mover. Até o tio de
Dylan ficou lá chocado, como se não esperasse que Dylan fosse tão
poderoso.
Eu não pude deixar de sorrir. Ele havia subestimado meu
companheiro, que erro estúpido.
Meu olhar encontrou o primo de Dylan, que não saltou em defesa de
seu pai como eu pensei que faria. Ele ficou lá com um olhar resignado em
seu rosto.
Dylan estava certo, parecia que ele foi forçado a lutar quando não
queria. Algo sobre ele estava disparando alertas na minha cabeça.
Devia haver uma razão mais profunda para ele não querer lutar. Isso
era algo que eu teria que descobrir sozinha.
O tio de Dylan sorriu. — Você levanta a voz uma vez e acha que isso o
torna o rei?
Dylan sorriu de volta. — Eu levantei minha voz porque sou o rei e isso
não vai mudar.
O sorriso afetado foi varrido do rosto do tio de Dylan e substituído
por um olhar de ódio e raiva.
— Eu não fui capaz de matar meu irmão, mas estou ansioso para
matar seu filho.
— Engraçado que você pense que ainda terá a chance. Sei que você
está protelando porque percebeu que não tem os números.
— Você me subestimou, pensando que não conseguiria o apoio das
matilhas. — Dylan balançou a cabeça.
Ele atingiu outra fenda. A raiva passou pelos olhos de seu tio.
— Os números não importam, nós temos a força que falta a vocês, —
justificou.
— É por isso que, em vez de lutar, você fica parado tentando falar.
Falando o máximo que puder para que você possa obter reforços ou
cansar meus lobos? — Dylan ergueu as sobrancelhas.
— Chega, não vou ficar aqui para ser insultado. Você quer uma luta;
você vai ter uma. — Seu tio fez uma careta. — Ataquem! — Ele gritou.
Renegado uivavam enquanto cornam em nossa direção, alguns já
estavam em sua forma de lobo, outros em sua forma humana.
Dylan ficou tenso, agarrando minha mão enquanto seus olhos
permaneceram nos renegados que estavam ficando cada vez mais perto
de nós.
— Mostre a eles o que você pode fazer, — Dylan rosnou enquanto
dava o sinal para atacar.
Dylan se conteve enquanto observávamos nossos lobos correrem em
direção aos renegados. Assistimos enquanto os primeiros lobos se
enfrentavam.
Mandíbulas estalaram, sangue espirrou e gritos de dor ecoaram por
todo o campo de batalha.
Eu sabia que ganharíamos, mas também sabia que seria agridoce.
Nenhuma batalha é vencida sem sacrifício e isso é o que mais me
assustava.
Muitos lobos bravos estavam lutando por nós hoje, e a perda seria
difícil.
— Scarlet, não saia da minha vista. — Dylan se virou para mim, seus
olhos mostrando aquela seriedade que eu conhecia bem.
Engoli em seco antes de assentir. Ele estava falando sério e eu não
queria que ele se distraísse procurando por mim.
Um lobo correu em nossa direção, fazendo Dylan rosnar. Ele pegou o
lobo quando ele se lançou e quebrou seu pescoço, jogando o corpo sem
vida para o lado. Ele foi implacável e agora era a hora de mostrar isso.
Meu olhar encontrou Chris lutando contra dois humanos enquanto
Harry estava em forma de lobo se defendendo de dois lobos.
Eu sabia que eles eram mais do que capazes de se defender, mas,
ainda assim, meu coração apertava de dor cada vez que eles se
machucavam.
— E hora de mostrar a esse desgraçado quem nós somos. Preparada?
— Dylan apertou minha mão.
Meus olhos se estreitaram no homem que causou tanta dor ao meu
companheiro. Eu deixei a raiva tomar conta do meu corpo enquanto
assentia. — Preparada.
Capítulo 27
SANGUE
SCARLET

Respirando fundo, deixei Dylan me levar para a batalha. Quase


imediatamente, fomos atacados e minhas habilidades foram postas à
prova.
Obriguei-me a me concentrar no que Dylan me ensinou: defesa. Eu
joguei um lobo longe quando ele se lançou sobre mim antes de me
esquivar do ataque de outro lobo.
Talvez eu deva me transformar, sou mais forte na minha forma de lobo.
Mas Dylan provavelmente teria um ataque cardíaco porque minha loba
estaria focada em matar todos, não ficar ao lado de Dylan como ele queria.
Sacudindo minha cabeça para longe desses pensamentos, concentrei-
me na luta. Dylan afastou seu agressor antes de me olhar com
preocupação.
Eu dei a ele um sorriso tranquilizador, mas ele não teve chance de
fazer nada enquanto um homem tentava dar um soco nele.
Dylan torceu a mão do cara atrás antes de jogá-lo no chão para deixar
um de nossos lobos arrancar sua cabeça. Não é uma visão que eu queria
ver, mas eu teria que aprender a lidar com isso.
Meu olhar encontrou o tio de Dylan, que estava tentando se
aproximar de nós lutando contra os lobos inimigos. Procurei na área,
mas não consegui encontrar seu filho. Tive um mau pressentimento
sobre isso.
Um rosnado me tirou do meu pensamento, e me esquivei de um lobo
que se lançava sobre mim. Merda, eu precisava me concentrar. Ainda
havia uma batalha acontecendo.
Um lobo veio em minha direção, mas atacou o mesmo lobo cujo
ataque eu acabara de perder. Ok, então este era um dos nossos.
Suspirando de alívio, observei cuidadosamente enquanto um homem
vinha em minha direção.
Esse cara definitivamente não estava do meu lado.
Desta vez eu estava pronta quando ele veio em minha direção, chutei
suas bolas e dei um soco nele, nocauteando-o.
O cheiro familiar de Dylan se aproximou e de repente eu estava
envolvida em seus braços.
— Deus, não consigo parar de me preocupar com você, mas então
vejo que você é claramente muito forte. — Ele respirou meu perfume.
— Você duvidou do seu próprio treinamento? — Eu provoquei.
Dylan balançou a cabeça, um sorriso brincando em seu rosto bonito.
Mas desapareceu rapidamente quando ele olhou ao nosso redor.
— Eu tenho que pegar meu tio e matá-lo. Esta guerra precisa acabar,
— Dylan suspirou.
Eu balancei a cabeça em concordância, olhando ao redor para o
sangue e os cadáveres espalhados pelo campo outrora verde.
A culpa de perder aqueles lobos estaria pesando sobre Dylan, tanto
quanto eles estavam sobre mim. Eu entendi porque ele precisava acabar
com isso; ele não queria perder mais vidas.
— Você precisa ir agora. Enquanto ele está distraído, vá, — eu disse a
ele.
Dylan parecia ansioso. — Eu não posso simplesmente deixar você
aqui.
Eu revirei meus olhos. — Não é hora de você se preocupar. Você não
acabou de dizer que sou forte? Eu posso cuidar de mim mesma, confie
em mim.
— Sim, mas deixar você sozinha era algo que eu não queria fazer,
lembra? — Dylan suspirou.
— Dylan. As coisas mudam, é uma guerra, pelo amor de Deus. Esta é a
sua oportunidade de acabar com a guerra, aproveite. — Tentei convencer
Dylan.
Eu sei que ele queria sair, mas eu também sabia que me perder era sua
maior preocupação. Depois de perder toda a sua família para o homem
que ele estava tentando matar, eu não poderia culpá-lo.
Foi naquele momento; Harry apareceu. Ele quebrou o pescoço de um
lobo antes de jogar seu corpo de lado.
— Dylan. Vá e mate aquele filho da puta. Scarlet vai ficar bem comigo.
— Harry entendeu a preocupação de Dylan imediatamente.
Dylan olhou para Harry com um olhar aliviado antes de assentir.
— Fiquem seguros, vocês dois, — ele disse, antes de decolar.
Harry tocou meu ombro e disse, — ele vai ficar bem. Vamos nos
concentrar aqui para que ele não se preocupe.
Eu balancei a cabeça e meus olhos buscavam qualquer ameaça
potencial. Harry rosnou e impediu um lobo de vir em nossa direção.
Harry estava certo, se eu não pudesse me concentrar aqui, então
Dylan iria falhar. Ele precisava do meu apoio mais do que nunca.
Harry me entregou uma lança. — Use isso.
Eu balancei a cabeça, embora estivesse nervosa. Eu só tinha praticado
com lança uma vez. Dylan queria que eu fosse treinada para usar várias
armas em minha forma humana, mas isso significava prática limitada
para cada uma.
Bem, não há melhor hora como o presente.
Respirando fundo, eu mergulhei a lança em um lobo que se
aproximava, rapidamente a retirei e apunhalei um homem no peito.
A adrenalina me fazia continuar, lancei uma lança em qualquer um
que se aproximasse de mim, sem pensar na pilha de corpos ou no sangue
por toda parte. Eu tinha que me proteger, por Dylan.
Meu olhar encontrou Dylan, que estava passando por lobos e homens
bloqueando seu caminho. Seus movimentos sem esforço quando ele
quebrava o pescoço ou jogava um lobo eram magníficos.
Eu sabia que provavelmente não era a melhor hora para pensar sobre
isso, mas não pude evitar, meu companheiro parecia tão gostoso!
Dylan estava se aproximando de seu tio, que de repente parou de
lutar para chegar até Dylan. Ele apenas ficou lá, como se quisesse que
Dylan fosse até ele.
Mais uma vez, aquele sentimento ruim voltou, e olhei ao meu redor,
mas não vi nada fora do comum. Minha atenção voltou para os dois
homens que sorriram para mim. Olhando para eles, agarrei minha lança
e avancei.
Peguei o primeiro cara desprevenido e enfiei a lança em seu peito. O
segundo cara veio em minha direção, mas eu o chutei na canela, fazendo-
o cair no chão antes que eu acabasse com ele.
Levei um segundo para recuperar o fôlego e me virei para Harry assim
que ele caiu no chão. Não, não, não. Ele está morto? Ele não pode estar...
Corri em direção a ele, deixando cair minha lança, mas fui puxada
para trás por uma mão desconhecida. Antes que eu pudesse reagir, uma
lâmina fria foi pressionada contra meu pescoço.
Porra, isso não está acontecendo.
O tio de Dylan riu de repente, fazendo com que toda a luta parasse.
Enquanto seus lutadores riam com ele, nossos lutadores pareciam
confusos e preocupados.
Ninguém mais do que Dylan, que ficou ali olhando para seu tio. Sua
cabeça girou e seu olhar se conectou com o meu.
A preocupação de repente se transformou em horror e depois em
raiva. Isso não era bom, não era nada bom.
Capítulo 28
CILADAS
SCARLET

Todos os olhos estavam em mim. O olhar de Dylan foi o único que


retornei. Seus olhos giravam com horror, preocupação e raiva.
Eu deveria ter prestado mais atenção. Então eu não estaria nessa
bagunça.
Eu fiquei tensa quando a lâmina pressionou com mais força contra
meu pescoço. Eu sabia quem era. Embora ele tivesse uma mão firme, eu
podia sentir seus nervos.
O primo de Dylan afrouxou a lâmina por uma fração de segundo,
confirmando o que eu pensava antes. Ele estava sendo forçado a fazer
isso; ele estava sendo usado. Com o que ele estava sendo ameaçado?
Eu tinha que descobrir antes que algo pior acontecesse.
Dylan soltou um grunhido alto, todos ficaram parados. Ele estava
prestes a correr em minha direção, mas uma voz o deteve.
— Dê um passo em direção à sua companheira e ela morre, seu tio
ameaçou.
Dylan olhou para seu tio com desgosto. Antes que ele pudesse fazer
qualquer coisa, seu tio olhou para nossos lutadores e gritou: — Se
alguém der um passo para ajudar a rainha, sua garganta será cortada!
A preocupação estava gravada no rosto de todos. Estavam
preocupados com minha vida, pois meu companheiro perderia o
controle, ele se tornaria o monstro que as pessoas pensavam que ele era.
Eu não deixaria isso acontecer.
Dylan começou a tremer, um sinal claro de que ele não poderia se
conter por muito mais tempo. Ele olhou para o tio e gritou: — Não sabia
que você era tão covarde. Em vez de me enfrentar, você ameaça minha
companheira?
Todos ficaram em silêncio enquanto a cena se desenrolava. Ninguém
se atreveu a se mover enquanto observávamos Dylan lutar para manter a
compostura.
As pessoas podem ter pensado que ele se tornou aquele monstro, mas
eu sabia que ele estava tentando ficar no controle. Eu sabia que ele estava
tentando atrair seu tio e rezei para que funcionasse.
— Você ameaça minha companheira porque você sabe que nunca vai
ganhar em uma luta contra mim. Não é verdade? Que patético, — Dylan
zombou.
O rosto de seu tio mudou por uma fração de segundo. Raiva irradiava
dele, mas foi rapidamente substituída por um olhar presunçoso. Droga,
ele não caiu nessa.
— Como a situação mudou, sobrinho. Olhe ao seu redor, estou no
controle. Eu tenho a vantagem aqui; sua companheira está sendo
segurada pelo meu filho. Ao meu comando, ele vai cortar sua garganta
sem hesitação.
O tio de Dylan riu. Dylan lutou para se controlar e estava prestes a se
lançar em direção ao tio quando dois homens o seguraram.
— Toque-me e ela morre, — ele avisou.
Um rosnado baixo veio do lado, e vi Harry acordar lentamente. Ele
olhou ao redor confuso e atordoado antes de seu olhar pousar em mim.
Horror atravessou seu olhar confuso, eu balancei minha cabeça para
ele para transmitir a mensagem. Eu não podia arriscar que mais ninguém
se machucasse.
— Deixe-me contar uma história, sobrinho, de como matei seus pais,
— zombou o tio de Dylan.
Eu não tinha muito tempo. A única coisa que eu tinha que continuar
era usar a relutância que vi no rosto do primo de Dylan no início da
batalha.
A sensação de que ele não queria estar aqui, era tudo que eu tinha.
Mas era o suficiente? Eu mesma tinha que salvar meu companheiro.
Dylan e seu tio estavam distraídos, esta era a única oportunidade que
eu tinha de falar com o homem segurando a lâmina em minha garganta.
Um movimento errado e eu poderia acabar morta.
Respirei fundo e comecei de forma simples. — Qual o seu nome?
Eu ouvi um pequeno suspiro como se ele não pudesse acreditar que
eu estava falando com ele. Quase não consegui acreditar. Eu estava
correndo um risco enorme ao fazer isso.
— Isso não é algo para perguntar a um cara que poderia cortar sua
garganta, — ele sussurrou.
Pelo menos ele falou comigo. Isso tinha que significar alguma coisa.
Eu respondi calmamente: — Eu sei que você não quer estar aqui ou
fazer parte disso. Qual o seu nome?
Ele ficou tenso e eu me preocupei se o havia pressionado muito cedo
e se deveria ter continuado com a questão do nome.
Alguns segundos se passaram e ele respondeu: — Owen.
— Você não sabe do que está falando, — disse ele depois.
A esperança explodiu, ele parecia zangado. Talvez eu pudesse usar
essa raiva, mas eu sabia que tinha que ser estratégica sobre isso.
— Então, seu próprio pai está ameaçando você. Com o quê? — Eu
perguntei.
Owen não disse nada enquanto o punho afrouxava na lâmina
enquanto Dylan e seu tio continuavam sua guerra de palavras.
— Minha companheira, — ele sussurrou.
— Ele está me ameaçando com minha companheira e ela está grávida,
— ele continuou.
Eu sabia que tinha que ser uma companheira, mas ouvir que ela
estava grávida? Meu Deus, este homem era um monstro, um monstro
sem coração. A única coisa com que se importava era a coroa e o poder.
Se seu próprio filho não importava, não havia esperança para o resto
de nós.
— Eu sinto muito, — eu sussurrei de volta.
— Eu sinto muito, — eu sussurrei de volta.
— Ela está sendo mantida presa pela minha mãe, — ele zombou.
Porra. Que família horrível. Como Owen acabou sendo normal? Meu
palpite, sua companheira o tornava uma pessoa melhor. Eu tinha que
ajudá-lo. Ele tinha uma companheira e um filho para quem voltar.
Meu coração se partiu por sua companheira inocente, que
provavelmente estava preocupada com Owen, tanto quanto Owen sentia
falta de sua companheira.
— Você sabe que mesmo se você me matar, seu pai não vai deixar
você ir. Ele continuará a usar sua companheira e filho para ameaçá-lo e
forçá-lo a fazer o trabalho sujo.
Não há garantia de que sua companheira estará seguro também, — eu
disse.
Owen não disse nada, mas eu sabia que ele estava processando o que
eu disse a ele. Provavelmente era algo em que ele pensava, mas ouvir
outra pessoa dizer isso pode ser o empurrão de que ele precisava.
— Se você realmente quer ser livre, então acho que sabe o que tem
que fazer. Eu acho que você sabe quem é o inimigo aqui, — eu sussurrei.
— Você está certa, — ele finalmente respondeu.
Eu consegui. Eu consegui falar com ele! Soltei um grande suspiro de
alívio. Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, o aperto de
Owen na lâmina aumentou e ele ficou tenso.
Por que a mudança repentina? Eu olhei para cima e fiz contato visual
com o homem que começou tudo isso. Ele parecia louco.
Uh, oh...
Capítulo 29
DESFECHO
SCARLET

Fique calma, disse a mim mesma. Se este homem perceber o que está
acontecendo, meus esforços serão em vão.
Eu peguei o olhar preocupado de Dylan e tentei não transmitir o
quanto eu estava preocupada.
Dylan olhou para a lâmina e depois para mim antes de se voltar para
seu tio.
— Eu vou te matar com minhas próprias mãos. Eu juro.
O foco de seu tio estava em Dylan, e, por essa razão, eu dei um
suspiro de alívio. Foi por muito pouco. Owen pareceu pensar assim
quando ouvi o pequeno suspiro de alívio dele também.
— Dê-me seu trono e eu deixarei você e sua companheira viverem em
paz, — disse seu tio.
Dylan zombou: — Você realmente acha que sou burro? Eu sei que isso
nunca vai deixar isso acontecer. Você vai nos matar assim que eu lhe der
o trono.
O tio de Dylan sorriu, provando que Dylan estava certo. O tempo era
curto, eu tinha que agir agora.
— Owen, por favor, preciso de sua ajuda, — implorei a ele.
— O que eu posso fazer? Se meu pai descobrir, ele vai matar minha
companheira, — Owen suspirou.
— Eu sei, eu entendo que você está com medo, mas me escute. Dylan
pode facilmente dominar aqueles homens que o estão segurando e matar
seu pai. Você sabe disso. Mas ele não vai arriscar se souber que vou
morrer.
— O inimigo aqui não sou eu ou Dylan, é o seu pai. Ele é aquele que
está tão obcecado com o poder que está mantendo sua companheira
presa. Faça a coisa certa, — expliquei.
— Você tem razão. Mas como alertamos, Dylan? Como ele vai saber
que eu não vou te matar? — Owen perguntou.
— Deixe comigo, isso significa que você não vai me matar? — Eu tive
que confirmar.
— Acho que nunca poderia ter ido em frente com isso de qualquer
maneira, mas não, não vou te matar, — Owen confirmou, dando-me
certa paz de espírito.
Agora eu sei que estava segura; tinha que alertar Dylan e contar a ele.
— Assim que Dylan olhar para este lado, afrouxe a lâmina para que
ele saiba, — disse Owen.
Ele não respondeu, mas eu sabia que ele entendia. Ok, agora para
chamar a atenção de Dylan. Tanto o sobrinho quanto o tio estavam se
encarando.
Droga, isso pode ser mais difícil do que eu pensava.
Pense, Scarlet, pense...
Certo! Dylan vai olhar para mim se sentir minhas emoções intensificadas.
Minha mente pensou em Dylan morrendo, fazendo com que minhas
emoções ficassem descontroladas. O olhar de Dylan se conectou com o
meu imediatamente e eu quase sorri em triunfo.
Eu olhei para ele e gesticulei com meus olhos. Seus olhos traçaram
até a lâmina que se afrouxou consideravelmente quando Dylan olhou
para ela.
Sim! As coisas estavam indo como planejado.
O olhar de Dylan rapidamente voltou para o meu, com alívio evidente
neles. Eu sutilmente balancei a cabeça e Dylan sorriu.
Estávamos de volta no jogo. Sem hesitar, Dylan matou os dois
homens que o seguravam e se levantou para enfrentar seu tio.
Seu tio suspirou dramaticamente: — Oh, sobrinho. Você acabou de
assinar a sentença de morte da sua companheira.
Eu vi o brilho nos olhos daquele desgraçado. Ele teria o que merecia.
Ele se virou para Owen e sorriu. — Mate a rainha.
Prendi a respiração enquanto Owen pressionava a faca contra meu
pescoço antes de soltá-la e gritar: — Não!
— Como você ousa? Sua companheira vai morrer! — O tio de Dylan
gritou.
— Você não tem o direito de decidir se a companheira de seu filho
morre. — Dylan avançou sobre seu tio e o chutou no peito.
O caos estourou enquanto homens e lobos lutavam. Assim que
souberam que eu estava segura, eles estavam prontos para ajudar seu rei.
Owen me puxou para o lado enquanto abordava dois homens vindo
em minha direção. Essa foi uma decisão difícil. Eu precisava prestar mais
atenção.
’'Scarlet, você precisa ir até Dylan! — Owen gritou.
Eu balancei a cabeça e peguei minha lança e apunhalei o lobo que se
lançou contra mim. Owen correu ao meu lado, matando os lobos e
homens que eu não conseguia alcançar.
Atravessamos a multidão em alta velocidade antes de chegarmos a
Dylan e seu tio.
Dylan era mais rápido, mais forte e mais jovem do que seu tio. Ele
facilmente se esquivou dos socos patéticos que seu tio tentou acertar.
Parecia que Dylan estava farto do jogo, ele agarrou seu tio pela
garganta e o ergueu.
Seu tio lutou, agarrando o braço de Dylan, mas Dylan não se mexeu,
olhando para seu tio com ódio.
Mais uma vez, o silêncio tomou conta do campo. Eu vi o alívio nos
rostos de nossos homens quando eles pensaram o que eu pensei. A
guerra estava prestes a terminar.
— Isso está demorando muito. A morte dos meus pais e todos os
erros que você cometeu serão vingados hoje, — anunciou Dylan.
Observei Dylan deixar seu tio cair no chão e colocar o pé em seu
peito.
— Ninguém mais morrerá pelas suas mãos. Acabou pra você. —
Dylan olhou para seu tio.
Em um movimento preciso, Dylan arrancou a cabeça de seu tio. O
sangue espirrou por toda parte e os gritos de dor dos lobos inimigos
restantes foram ouvidos.
Dylan ergueu a cabeça do tio. — Deixe isso ser uma lição para vocês.
Não mexam comigo ou com meu povo.
Ele acenou para seus homens que imediatamente começaram a
trabalhar, matando os lobos restantes. Meu olhar encontrou Owen. Ele
estava olhando para o corpo de seu pai.
Quem quer que fosse esse monstro, ele ainda era o pai de Owen e
uma parte dele deve estar triste. Eu coloquei minha mão em seu ombro e
seu olhar se conectou com o meu.
Não houve tristeza como pensei. Em vez disso, houve alívio e
felicidade.
Eu retiro tudo. Aquele homem deve ter feito coisas horríveis para que
seu próprio filho sentisse felicidade com sua morte.
Deixando Owen sozinho, caminhei até meu companheiro que estava
lá me olhando. Assim que eu estava ao alcance dos braços, ele me puxou
para seu abraço e respirou meu cheiro.
— Você não sabe o quão preocupado eu fiquei, vendo você lá com
aquela lâmina na sua garganta.
— Ei, está tudo bem. Estou bem. Owen é um cara bom, não o
castigue. Ele estava fazendo isso para salvar sua companheira e seu filho
que está para nascer, — eu disse.
— Confio em você para se preocupar apenas com os outros e não com
você mesma. Mas não vou. Ele não te machucou, ele te ajudou, — Dylan
respondeu.
— Eu te amo, — eu deixei escapar.
Dylan ficou chocado antes de um sorriso aparecer em seu rosto
bonito. — Eu também te amo, minha linda companheira.
Ficamos ali presos em nosso abraço, respirando um suspiro de alívio
por tudo finalmente ter acabado.
Capítulo 30
GLÓRIA
SCARLET

— Queimem os corpos de nossos inimigos, certifiquem-se de que


nenhum dos nossos acabe na pilha. Eles precisam ser enterrados com
honra. — A voz de Harry nos tirou do nosso momento.
Olhamos em volta para a carnificina desta guerra. Não era bonito,
mas acabou. Os homens começaram a reunir corpos e colocá-los em uma
pilha.
Nossos homens que lutaram bravamente e perderam suas vidas foram
deixados lado a lado. Um funeral seria realizado nos próximos dias para
eles.
Tivemos sorte de não termos perdido tantos homens quanto
poderíamos ter perdido. Devíamos agradecer a Owen por isso. Se ele não
tivesse mudado de lado, quem sabe como isso teria acabado.
Meu olhar procurou Owen, que ficou ali parado. Eu cutuquei Dylan e
fiz um gesto em direção a Owen. Ele suspirou, mas foi até o primo. Dylan
pigarreou, chamando a atenção de seu primo.
— Oh... hum... obrigado, eu acho, — disse Owen, sorrindo
ligeiramente.
— De nada? Parece estranho dizer isso, já que matei seu pai, — Dylan
riu.
— Talvez, mas sua morte significa que minha companheira e eu
estamos livres. Então, estou agradecendo por isso, — Owen respondeu.
Dylan acenou com a cabeça em compreensão. — Eu deveria te
agradecer por salvar minha companheira.
Owen balançou a cabeça. — Eu entendo a importância dos
companheiros, eu não acho que jamais teria feito isso. Esta nunca foi
minha batalha.
— Então, você não quer o trono? — Perguntou Dylan.
Owen ficou chocado antes de rir: — Sem ofensa, mas nunca quero
sentar naquele trono.
Não é para mim.
— Sem problemas. Fico feliz em saber que não tenho mais
concorrência. — Dylan deu um tapinha no ombro de Owen.
— De jeito nenhum. Em vez disso, você ganhou um membro da
família. Um primo, um amigo. — Owen sorriu.
Dylan olhou para Owen antes de sorrir de volta. — Eu nunca pensei
que teria alguém do lado do meu pai, alguém genuíno. As circunstâncias
podem não ter sido boas, mas estou feliz por finalmente nos
conhecermos.
— Assim como eu, primo. Suspeito que estarei muito mais em sua
vida, especialmente se sua companheira tiver algo a ver com isso. —
Owen olhou para mim.
Eu sorri, envolvendo minhas mãos em volta da cintura de Dylan.
— Claro, eu quero conhecer sua companheira.
Owen sorriu: — Qualquer coisa por você. Mas agora eu tenho que ir.
Minha mãe teria sentido a morte de meu pai e eu preciso ter certeza de
que minha companheira está segura.
Dylan olhou para Owen preocupado. — Sua mãe?
Owen parecia entender. — Envie um de seus guardas comigo, ele
pode trazê-la de volta aqui. Eu não me importo, a única coisa que me
importa é minha companheira e nosso filho ainda não nascido.
Dylan acenou com a cabeça. — Volte e salve sua companheira e filho.
Vou enviar alguns guardas para buscar sua mãe.
Owen olhou para nós dois antes de dizer: — Obrigado.
Nós assistimos enquanto ele corria para longe, sua necessidade de
salvar sua companheira era evidente.
— Acho que devo pegar minha companheira antes que ela mate todos
nós, — a voz familiar de Chris disse.
Dylan riu, — Vá buscá-la. Ela precisa ver se todos estão bem.
Chris acenou com a cabeça antes de correr para pegar Aria.
Dylan me deixou para agradecer aos Alfas que ajudaram. Harry veio
ao meu lado e sorriu.
— Bem, garoto, Dylan conseguiu. Com a sua ajuda, é claro.
— Sinceramente, Harry, estou feliz que acabou. Dylan merece relaxar
e não se preocupar com sua família maluca assumindo o trono, — eu
suspirei.
— Sim, ele é um cara de sorte por ter você como sua companheira, —
Harry nu.
— Huh? — Eu questionei.
— Você poderia ter dito qualquer coisa, como passar mais tempo com
ele agora ou haveria menos estresse, mas o que você disse mostrou o
quanto você se importa com Dylan. Você escolheu as necessidades dele
em vez das suas. — Harry sorriu para mim.
— Eu nem percebi, — respondi.
— Como eu disse, ele é um cara de sorte. — Harry bagunçou meu
cabelo.
— Então, qual é o plano agora? — Eu perguntei.
— Fique um pouco e depois pegue a estrada novamente. Ainda quero
viajar e é a hora perfeita para mim, — disse Harry.
— Eu concordo. Esta é a sua hora de se divertir e conhecer novos
lugares. — Eu sorri.
— Claro que é. — Harry piscou para mim.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, uma voz gritou: — Gente!
Harry e eu olhamos um para o outro com um sorriso antes de nos
voltarmos para a voz.
— Oh, graças a Deus vocês estão bem e não estão muito machucados.
Ana pulou em meus braços, e eu ri enquanto ela me abraçava com
força.
— Você não acreditou nas minhas incríveis habilidades de luta.
Ela revirou os olhos e abraçou seu pai, que a olhou com todo o amor.
— Aria, você sabe que sempre voltaríamos para você.
— Eu sei, pai, mas eu só tinha que ver vocês com meus próprios olhos.
— Aria suspirou.
— Eu não ganho um abraço? — A voz de Dylan veio atrás de mim.
— Oh, Dylan, é claro. — A voz de Ana quebrou quando ela abraçou
seu primo.
Dylan pareceu um pouco surpreso com a emoção que Aria
demonstrou, mas eu sorri. Aria amava seu primo. Bem, isso e os
hormônios da gravidez provavelmente não estavam ajudando.
Eu segurei minha risada enquanto Aria soluçava sobre o quão
assustada ela estava. Dylan olhou para mim e Chris em estado de choque.
Claramente, uma mulher chorando era algo com que ele não se sentia
confortável.
— Venha, querida, vamos subir. — Chris conseguiu afastar uma Aria
chorosa.
— Ela te ama, — eu disse, rindo.
— Sim, eu posso ver isso. — Dylan olhou para sua camiseta
encharcada.
Harry riu, — Subam vocês dois. Tomem banho, limpem-se e relaxem.
Ele nos conduziu. Dylan pegou minha mão enquanto subíamos as
escadas. Os eventos do dia haviam nos esgotado.
Entramos em nosso quarto e, enquanto Dylan tirava as roupas, liguei
o chuveiro para me aquecer.
Rapidamente me despi, antes de pegar a mão de Dylan e levá-lo para
o chuveiro quente. Nós nem pensamos em transar, apenas em cuidar um
do outro.
Lavei Dylan algumas vezes, observando o sangue escorrer pelo ralo.
Dylan insistiu em lavar meu cabelo para mim. Este foi um daqueles
raros momentos em que nenhuma palavra era necessária. Depois que
estávamos limpos, nos vestimos com roupas limpas e desabamos na cama
juntos.
Dylan me segurou em seus braços enquanto eu arrastava meu dedo
sobre sua tatuagem dedicada a seus pais.
— Você os vingou hoje. Estou orgulhosa de você, — eu disse.
— Eu consegui, eu finalmente consegui. Mas e agora? — Ele
perguntou.
— Agora? O verdadeiro trabalho começa. — Eu pisquei antes de
montá-lo.
Nossos lábios se chocaram, enquanto aquele delicioso calor se
espalhava por todo o meu corpo.
Acho que não preciso dizer o que aconteceu a seguir.
Continua no Livro 2…
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