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Todos os direitos reservados. Este ebook ou qualquer parte dele não pode
ser reproduzido ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por
escrito, do autor, exceto pelo uso de citações breves em uma resenha do
ebook.
Vanessa Secolin
1ª edição – 2019
Dedicatória
Índice
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Epílogo 1
Epílogo 2
Agradecimentos
Estar de volta na sua cidade natal trouxe toda a dor que ela luta até
hoje para superar.
— Mel, você está ainda mais linda. — Lisa pulou nos braços da
amiga apertando-a em um abraço carinhoso.
— Não, o único sortudo aqui é o Eduard, por ter você na vida dele.
— Mel abraçou o noivo da melhor amiga, o mesmo cara que se tornou
um irmão para ela, assim como Lisa sempre foi.
— Quem é?
— Você quem sabe, mas só te digo uma coisa, quem perde é você.
— Ela sorriu provocativa, mas logo olhou novamente preocupada para o
noivo.
— Não tem problema Lisa, quero ter muitos sobrinhos para mimar
mesmo. — Ela tentou sorrir, mas não chegou aos olhos aquele brilho
feliz.
Esse Elliot pode ser o mais lindo dos homens, mas meu coração
está fechado para o amor. — Ela pensava enquanto encarava o teto,
esperando pela chegada do sono.
∞∞∞
— Ooh, acredito que bati na casa errada. — O tom da voz dele foi
ouvido assim que a porta foi aberta.
— Tão depressa? Edu me contou que você nasceu aqui. — Ele foi
cauteloso, mas mesmo assim Melanie se sentiu desconfortável.
∞∞∞
— Abre lá, tenho certeza que é você quem ele quer ver. — Ela deu
uma piscadinha sapeca.
— Claro.
— É, não será uma tradicional, mas é uma ideia bacana, pode ser
legal.
Dias atuais...
— Em qual hotel?
— July está bem, Lisa e Edu... Eu não quero falar pelo telefone,
por isso estou aqui.
— Eu sinto muito. — Com isso Melanie caiu para trás, mas antes
que atingisse o chão os braços dele a seguraram.
— Calma, senta aqui, vou pegar água para você. — Ele a colocou
gentilmente no sofá e foi para a cozinha, encontrou as coisas facilmente
e levou a água para ela, que ainda estava desnorteada.
Mel deixou que a angústia escorresse por seus olhos, chorou como
a muito tempo não chorava.
— Não posso dizer que vai ficar tudo bem, mas posso garantir que
estarei ao seu lado, cuidarei de tudo, não se preocupe com nada. July
também estará sob minha proteção. — Ele sussurrou no ouvido dela.
— Eles eram seus amigos também Elliot, você deve estar sofrendo
assim como eu. — Ela resmungou um tempo depois, ainda aceitando o
aconchego que seus braços lhe proporcionavam.
— Sei que perdeu seus pais, sinto por isso. — Ele falou cauteloso.
∞∞∞
Ainda olhando para fora, sem prestar atenção nas palavras que
Elliot falava com alguém pelo celular, Mel deixou as lágrimas caírem.
— Sei sim.
Quando Mel chegou ao lar temporário de July, ela sentiu seu peito
se arder de angústia, era um lugar bonito, a proprietária parecia
atenciosa, mas Melanie sabia a sensação de estar ali.
Proteger e amar July, para que ela nunca se sinta sozinha nesse
mundo...
Capítulo 2
Naquele dia ele foi direto do trabalho para a nova casa dos amigos,
mas para a sua total surpresa quem abriu a porta foi uma beldade
morena, com menos de um metro e setenta de altura, corpo curvilíneo e
cabelos castanhos encaracolados.
Aquele jantar foi um dos mais deliciosos que ele já teve, não se
tratando da comida, mas sim da companhia agradável, afinal ele adorava
Eduard e Elisabeth, mas a jovem Melanie era uma visão para os olhos, o
sorriso simples, o modo delicado de colocar o cabelo atrás da orelha, a
forma elegante que degustava o vinho, cada detalhe não passava
despercebido para o Bittencourt, mas era quando os olhares dos dois se
conectavam que Elliot sentia que a conhecia a muito mais tempo do que
apenas uma noite.
E agora, dois anos após tudo isso, ele voltou a tê-la em seus
braços, de uma forma diferente, naquele momento ele só queria tirar a
dor dela e fazê-la sorrir novamente.
— Sim.
— Não, ele ligou para avisar que levou ela para visitar a July.
Quando ele adentrou o lar, viu a cena mais bela do dia, July
sonolenta ainda segurava firme uma mecha do cabelo de Melanie, que
cantava sussurrando para ela, Elliot não conseguiu ouvir a música de
onde estava, mas não se importou, ele apenas queria gravar aquele
momento para sempre em sua memória.
Mel caminhou até o pequeno berço que estava ali para July e
colocou-a delicadamente, deu um beijo na testa pequena e delicada e se
afastou, caminhando para perto da mulher responsável pelo lar.
— Olha como você fala, é uma bebê que acabou de ficar órfã e
você não dá a mínima, eu vou levá-la sim, não deixarei ela aqui com
você.
— Eu não sou assim Elliot, mas essa mulher merece uns bons
tapas.
Essa promessa era tão intensa para Melanie que ela sentiu seus
olhos marejarem, cuidaria de July assim como cuidou de Luna no
passado.
Melanie respirou fundo, o argumento dele foi bom, mas ela estava
preparada para isso.
Mel assentiu e voltou para dentro da sala, com Elliot ao seu lado.
O futuro era incerto, mas ela estava decidida a abrir mão de muitas
coisas para ter a filhinha dos seus melhores amigos em sua vida...
Capítulo 3
Ela colocou a bebê, que pelo visto tinha um sono pesado, no bebê
conforto e se sentou atrás, segurando apenas um pequeno dedinho.
Mel se sentou na cama, de frente para July que ainda dormia alheia
a tudo, quando os olhos começaram a pesar de cansaço, duas batidas na
porta foram ouvidas.
— Acho que sim, dormiu boa parte da tarde e está quase dormindo
novamente.
Mel concordou calada, doía saber que July estava passando por
tudo isso.
∞∞∞
— Sinto por não poder ir, mas ficarei cuidando desses pequenos.
— Tayla comentou.
— Eu agradeço muito por isso Tayla. Espero que não seja demais
para você. — Melanie sorriu sem graça.
— Eu não sei, deve ter sido uma queda de pressão, também não
comi nada no café da manhã.
Por que raios tinha que ser tão cheirosa? — pensou ele.
— Me desculpe por isso Mel, deveria ter feito você comer ontem.
— Ele comentou se sentindo culpado.
July é a coisa mais linda que Melanie já viu, a bebê tem apenas
nove meses, mas já tem os dois dentinhos de baixo e isso a deixa com o
mais belo sorriso do mundo.
Elliot admirava a interação das duas, unidas por uma razão tão
trágica.
— Vamos estar aqui para ela também. — Elli falou e Mel sorriu
com a palavra “vamos”, sinal de que ele estava permitindo a presença
dela na vida da July de forma definitiva.
— Estava falando para ela quando Andrew fez xixi no Elliot, ele
não é bom em trocar fraldas. — Tayla respondeu risonha.
— Meu terno era novinho cunhada, mas agora acho que terei que
ficar bom nisso. — Ele entrou na brincadeira.
— É bom que Melanie fique uns bons anos, afinal Elliot não sabe
muita coisa sobre bebê. — Chris propôs.
Mel sorriu, afinal mesmo com toda essa dor da perda, ter July,
Elliot e até mesmo ter conhecido Tayla, Christopher e Andrew, estava
ajudando a tornar a dor mais suportável.
— Pode deixar que eu coloco a fralda, vai que ela também faz xixi
em você. — Mel provocou apenas para receber aquele sorriso lindo em
resposta.
— Veremos então.
— É um desafio? — Ele perguntou no instante que virou o rosto
para olhá-la, Mel também havia se virado e os dois ficaram bem
próximos, o clima ficou quente, ambos se olhando intensamente, até que
July resolveu bater a mão na água novamente e voltar a molhá-los.
— Não sou tão ruim, mas nas vezes que troquei Andrew, minha
mãe já tinha praticamente começado.
— Como assim?
Ele até que se saiu bem e isso deixou Melanie sorrindo sozinha.
Quando os três desceram, Mel deixou July no colo dele e foi para
a cozinha preparar a mamadeira.
Melanie olhou para o local e viu que o leite estava bem no alto, se
esticou e conseguiu relar com a pontinha do dedo a lata, o armário era
alto e quanto mais ela se esticava, mais o vestido subia, deixando a
atenção de Elliot nas pernas dela.
Sem ficar envergonhado, ele caminhou até ela e roçou o corpo dos
dois no caminho, se esticou e pegou o leite, que era próprio para a idade
de July.
— Uma pena ela não poder mamar mais o materno, faz tão bem e
Lisa se orgulhava tanto de amamentar. — Mel comentou olhando para a
lata de leite com pesar.
Elliot também olhou triste, mas não para a lata e sim para a bebê
sonolenta nos braços dele.
— Não, pode deixar. — Ele começou a dar o leite para July, com o
olhar atento de Melanie.
Traz de volta já
Traz de volta já
— Ok, já volto.
Mas nada na vida prepararia Melanie para a visão que teve quando
desceu.
Ela estava com um pijama que não tinha nada de curto ou vulgar,
mas que o acendeu mesmo assim, afinal a mulher era linda de qualquer
forma e seu jeito inocente de olhá-lo acabava se tornando sexy.
Sabe aquela que só acontece uma vez na vida ou duas se você for
uma pessoa de sorte?
As pernas bambas...
As mãos trêmulas...
A respiração irregular...
E o coração acelerado...
Dessa vez, ela não estava em Nova Iorque apenas por um fim de
semana, não era mais só o cara bonitão amigo do seu amigo, era o
homem responsável pela bebê que estava no andar de cima, a mesma
bebê que é fruto dos únicos verdadeiros amigos que teve durante a vida
toda.
Elliot não disse nada, pareceu enxergar nos olhos escuros dela
todas as dúvidas, medos e inseguranças.
— Não sei, mas acredito que ser a única órfã da turma, que mora
em um lar pago pelo governo, tenha influenciado na minha falta de
amigos. — Ela respondeu em um tom baixo e no mesmo instante o
sorriso dele morreu.
— Sinto muito, eu sabia da perda dos seus pais, mas não achei que
fosse na infância.
— Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, mas não
precisa se desculpar, falar sobre a perda dos meus pais se tornou algo
menos doloroso com o tempo. Ter Elisabeth ao meu lado me ajudou
muito, ela se tornou parte de mim, tanto que quando terminamos o
colegial, fomos para a mesma universidade.
Melanie que agora bebia do vinho, sorriu ainda com a taça perto
dos lábios.
— Sério?
A limpeza de tudo foi com a ajuda dela, que mesmo ele alegando
não precisar, Melanie fez questão, estavam convivendo juntos, nada
mais justo do que dividir as mesmas tarefas.
∞∞∞
— Bom dia, acordaram cedo. — Ele caminhou até July, que sorriu
quando foi pega no colo e recebeu um beijo nas bochechas gordinhas.
— Minha mãe vai ficar com a July. — Elliot avisou quando ela
desceu já pronta.
Willian por sua vez nem percebeu, ele estava distraído demais
olhando para a bebê nos braços do patrão.
— Obrigada por cuidar dela dona Angélica, não seria bom levar
July conosco. — Melanie agradeceu.
∞∞∞
— Não vou dizer que estou bem, não é a palavra ideal para o
momento. — Ela comentou triste.
— Quando?
— Pode ser.
— Ok.
— Ótimo.
— Não, apenas não tenho cabeça para isso. E você, tem alguém?
— Ela mordeu o lábio inferior, com medo de estar sendo intrometida.
Mas nada mais justo, afinal ele perguntou o mesmo para ela.
Elliot que já sentia seu sangue esfriar temeroso com o que lhe
passava pela mente, continuou em silêncio, deixando que apenas
Melanie fizesse as perguntas.
Nem mesmo ela, quando era mais jovem e estava em uma situação
parecida se prontificou a deixar tudo estabelecido em um testamento.
— Era sobre essa mudança que eles trataram três semanas antes da
tragédia, antes os bens era a única coisa no testamento, mas a custódia
de July foi algo que eles quiseram deixar garantido caso algo
acontecesse.
— Calma Melanie.
— Sim, ainda sobre os bens, o casal deixou tudo para July, mas
vocês poderão usar para auxiliar na educação e criação dela.
— Tudo bem, agora tem mais uma coisa, a última. — Ele falou se
encostando na cadeira. Tratava-se da coisa mais importante, do motivo
principal dessa reunião.
— Não é assim que eles queriam que a filha fosse criada, essa é a
questão, se vão criar July, terá que ser juntos, eles foram claros, a
custódia legal da bebê é para os dois.
— Teremos que morar juntos? — Melanie perguntou o que já
estava claro.
— Então até os três anos de vida dela teremos que morar juntos?
— Elliot perguntou já se aproximando da porta.
Quando Melanie viu Elliot sair, ela soube que as coisas não seriam
mais as mesmas.
Mel que até aquele momento não tinha reparado, olhou ao redor,
ainda restava um carro estacionado bem perto.
— Seguranças?
Seria tudo diferente do que ela imaginou. Não poderia levar July
para o Brasil, não poderia voltar para a sua vida lá, teria que ficar em
Nova Iorque por anos, sem contar que morar com Elliot era algo que a
incomodava.
— Eu estou sendo forte por July, ela precisa de mim assim como
eu dela. — Ela respondeu sincera, querendo mais do que tudo ter a
amiga ao seu lado.
— Sabe que eu queria estar aí com você, mas meu chefe não quer
me liberar, aquele idiota. — Karina reclamou.
— Não poderei, terei que morar aqui por três anos. — Mel
desabafou.
— Foi exatamente essa a minha reação, mas ainda não é tudo, terei
que morar com ele, Lisa e Edu queriam que a filha fosse criada por nós
dois, caso algo os acontecesse, pelo menos por três anos, até a pequena
crescer e se adaptar melhor. — Mel começou a contar e Karina
permaneceu em silêncio, apenas prestando atenção em cada palavra.
— Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Sentirei sua falta. —
Ela recuou, sabia o quanto esse assunto era doloroso para a amiga.
— Por quê?
— Não seria justo com você, seremos sócias, mas você entrará
com mais dinheiro do que eu.
— Não ligo para isso, sabe que não sou tão boa na cozinha como
você, por que não vem?
∞∞∞
— Tanto faz, desde que eu não tenha que ir para casa ainda.
Um de direita no queixo.
— Eu não sei o que fazer, morar com a Melanie não estava nos
meus planos. — Elliot começou a falar.
— Defina isso.
— Sabe que o meu caso é diferente, eu não a amo, não irei amá-la,
não é como se fossemos uma família, meu único interesse é o bem-estar
da July.
Chris deixou um sorrisinho escapar, mas Elliot pareceu não
perceber, ou se percebeu o ignorou.
— Eu vou para casa, preciso resolver isso logo. São só três anos
afinal.
— Tomara.
— Eu vou para casa. — Elliot deu as costas para o irmão, mas não
antes de ouvir a risada de Christopher.
∞∞∞
— Sim, para uma casa, com jardim, espaço para ela, não quero
que ela cresça em um apartamento de solteiro.
Melanie assentiu.
— Sobre hoje mais cedo... Eu não quis dizer que você não é capaz,
só achei que...
— Tem sim, não quero que você fique assim comigo, afinal
teremos que conviver por três anos, no mínimo devemos nos dar bem.
Elliot suspirou.
— Você cozinha?
Não por ela saber cozinhar, mas por ela ser simples, gentil,
humorada e ser apenas ela, com um jeito especial de ser...
Capítulo 9
— Nos mudar será bom, terá mais espaço para July e será ainda
melhor para nós, teremos minha mãe, Tayla e Megan por perto e elas
estão dispostas a nos ajudar com essa bebê linda aqui.
∞∞∞
∞∞∞
— Como você está linda meu amor. — Elliot comentou assim que
entrou no quarto.
— Deixa de ser ciumento, ela só tem olhos para você. — Elliot foi
direto pegar Andrew, que estava no colo do pai.
— Assim é bom.
— Não sei se achará isso quando for com você e a July. — Ele
acabou sorrindo com a careta que Melanie fez.
Chris sabia que o irmão estava com ciúmes, ele só não queria
admitir isso.
— Vamos lá ver.
Ele se sentou ao lado de July, que segurava uma bolinha nas mãos.
— Relaxa, você ainda terá muita dor de cabeça quando ela crescer.
— Melanie o provocou.
Christopher gargalhava.
∞∞∞
— Devemos sim.
∞∞∞
— Fala para mim, o que você acha que Eduard e Elisabeth tinham
em mente quando uniram vocês dois para sempre?
Chris passou as mãos pelo rosto, tentando se controlar para não rir.
Christopher gargalhou.
— Ah, mas você ria sim e ainda por cima vivia me provocando.
Me causando um ódio insano, que alimentava a minha vontade de te
matar por apenas tocar na minha esposa.
— Isso doeu.
— July está dando trabalho? Sabe que posso ajudar com ela se
quiser.
— Eu sei disso, mas faz tanto tempo que estamos nisso, vai chegar
a hora de...
∞∞∞
Merda...
— Achei que fosse outra pessoa. — Ele se levantou.
— Eu amo cuidar da July, mas sair parece bom. — Mel sorriu para
ele.
— Quem é Sabrina?
Ele suspirou, não contou sobre Sabrina antes, mas a hora tinha
chegado.
— Não, perguntei se ela queria sair para algum lugar, apenas isso.
Ser namorada dele era a razão mais óbvia, afinal isso explicaria
muitas coisas, uma delas é o motivo de ele se manter afastado mesmo
quando percebe que Melanie o quer.
— O que foi?
Mel fugiu antes que a amiga retirasse mais do que ela gostaria de
contar.
Mel se recordou das palavras de Elliot, ele mesmo deu a ideia, não
parece ruim.
— Maravilha, te espero.
∞∞∞
Elli caminhou até July que sorriu para ele e estendeu os bracinhos.
— Eu irei sair hoje, já que você se ofereceu para ficar com a July.
— Mel foi direta.
— Vou, afinal a ideia foi sua, não é? — Ela o olhou dessa vez,
querendo que ele negasse.
Elli foi para a sala com July em seus braços, ele queria tomar
banho, mas os olhos estalados da bebê provavam que ele não faria isso
tão cedo.
July parecia gostar, mas ele não prestava atenção, estava olhando
fixamente para as escadas, ansioso para ver Melanie novamente.
Um tempo depois, assim que a viu descendo Elliot a olhou dos pés
à cabeça, realmente ela é a mulher mais linda que ele já havia visto. O
vestido sofisticado da moça realçava cada parte do seu lindo corpo, do
qual Elli era louco para tocar e provar novamente, mas era tudo tão
complicado agora.
Quando soube que a pequena July ficou órfã, jurou cuidar e a amar
como se fosse sua filha, era tudo tão simples, mas aí Melanie foi enfiada
em sua vida novamente e ele a quis, mas sabia dos riscos, afinal os dois
são guardiões legais da bebê e isso muda tudo.
Linda demais para sair com outro homem. — Elliot quis comentar
em voz alta, mas não o fez.
Quando Mel se virou para caminhar até a porta, sentiu o braço ser
segurado por uma mão grande, quente e de toque gentil.
Ele queria ter coragem de pedir para ela ficar, mas isso não era
justo com nenhum dos dois.
— Quem tem que gostar sou eu, aliás, a ideia foi sua.
No passado foram bons amigos, mas nada mais que isso já que
Melanie era comprometida.
— Parece boa.
— Sabe que Lisa odiaria que você parasse a sua vida, você deve
viver Mel, ser forte e cuidar daquela linda bebê, estarei aqui para apoiá-
la.
Mel sorriu, ela só podia concordar, afinal o beijo foi muito bom.
∞∞∞
— Não.
— Vim para passar alguns dias com você, está precisando de ajuda
com essa criança.
Elliot ninou July, até tentou cantar a música que Mel canta, mas
falhou e ficou apenas ninando-a calado. Depois que July adormeceu, ele
deixou o quarto da bebê e foi para o seu, disposto a tomar um banho,
afinal ainda não tinha conseguido desde que chegou em casa.
— Presumi que esse era o seu quarto, afinal o outro está com
coisas femininas. Megan está passando um tempo com você?
— Eu já disse que ficarei uns dias aqui, vou tomar banho agora,
quer vir? — Ela retirou o sutiã e os olhos do moreno foram diretos para
os seios dela.
Ele passou a mão no rosto visivelmente tentado a aceitar o pedido.
— Sabrina...
— Pois me fale.
Saber que Mel está com Justin agora e não ter a menor ideia de o
que estão fazendo, deixa Elliot ainda mais frustrado.
— Por que benzinho? Nós dois queremos. — Ela fez bico e retirou
a última peça que faltava, ficando completamente nua.
Elliot congelou com essa pergunta, mas resolveu ser sincero. Pelo
menos era o que ele achava.
— Não, mas ela mora aqui e seria um grande erro eu trazer outra
para cá. Uma falta de respeito com ela.
∞∞∞
— O quê?
∞∞∞
Assim que Elliot ouviu o barulho da porta, ele olhou para Sabrina.
— Por quê? Vai me dizer que ela é alguma coisa sua? — A loira
provocou.
Por incrível que pareça a loira ficou e assim o moreno desceu mais
aliviado.
Droga!
Mel optou por não reclamar, afinal a casa era de Elliot e... Bom,
ele era o dono, ela estava apenas morando ali.
A morena caminhou para perto das sandálias, as pegou e saiu da
sala de estar.
— Obrigada.
— É bom ter você aqui. — Ele sussurrou isso, mas os olhos claros
gritavam outra coisa, só que Melanie não deu importância a isso.
— Sabrina chega. Você sabe muito bem que não temos nada, estou
cansado de te falar isso.
Nunca foi de levar desaforo para casa, não seria agora que
começaria, fechou a porta do quarto da bebê, afinal a pequena
continuaria dormindo tranquila e foi para o andar de baixo.
— Você não vai entrar aqui e me chamar de vadia. Ah, mas não
vai mesmo!
— Não estou nem aí, você pode ser o raio que o parta, mesmo
assim vai aprender a nunca mais me chamar de vadia, sua cadela mal-
amada.
— Nunca mais fale assim da minha filha, sua cadela infeliz, eu sou
a única mãe que ela tem agora.
— Mel...
— Não era necessário tudo isso Sabrina, apenas vá para sua casa.
— Ele a ajudou a se levantar e fechou o roupão dela.
— Eu já entendi.
∞∞∞
Elli olhava atento para ela, precisavam conversar, desde que tudo
aconteceu na noite anterior não trocaram nenhuma palavra.
— Não. — Mel sabia sobre o que ele queria falar, mas ambos não
tinham nada, não era necessária uma explicação.
Mel olhou para a pequena menina, eram os pais dela, os pais que
ela nunca mais veria.
— Sim, leve-a.
Elliot deu um beijo na testa de July, o único lugar que não estava
sujo de mingau e depois se aproximou de Melanie.
Ele estava cada vez mais perto, o perfume, o toque, o olhar, tudo
contribuía para ela se aproximar também, querendo aquilo. Então o beijo
aconteceu e ambos exploraram um ao outro, se deliciaram com o gosto
maravilhoso do chocolate colocado nas panquecas.
— É dele, não é?
— É sim.
— É.
Elliot estava irritado. Irritado por sentir ciúmes dela. A mulher que
ele sempre foi atraído tinha acabado de receber rosas vermelhas de outro
homem.
— Tudo bem, fale com ele. — Foi a última coisa que disse e
depois saiu.
∞∞∞
A ruiva ainda não tinha percebido o bonito loiro ao lado delas, que
observava as garotas com atenção.
— Will você poderia ajudar com as malas? — Mel pediu, mas ele
pareceu não ouvir, afinal ainda estava com o olhar em Karina.
— Eu sei — concordou sorrindo, mas não era sobre isso que ela
queria conversar. — Agora me conte, o que foi que o Caio fez? — Foi
direta.
Karina olhou para o chão, depois olhou para a foto na sua mão e
disse:
Karina tentou sorrir, mas o brilho habitual não estava mais ali.
Quem disse que estou tão forte assim? Quem vê a cara, não vê o
coração. — Melanie pensou, tinha suas próprias dores, suas próprias
feridas, mas esse momento era da amiga.
— Eu sempre disse que ele não era o certo para você, mas nunca
achei que ele te trairia.
— Sim.
— Ok está decidido.
∞∞∞
— Eu já deixei bem claro que não sinto nada por você, por que
não cria amor próprio e vai embora daqui? — Ele perguntou se
levantando bravo.
— Sabrina, você sabe que um filho não vai me fazer casar com
você. — Elliot falou decidido.
Ela gargalhou.
— Não irá não, está louco? É da Sabrina que estamos falando, ela
sempre arrumou uma forma de te amarrar. — Christopher sabia o quanto
o amor verdadeiro faz bem a um homem e se ele pudesse evitar, nunca
deixaria Elliot cometer um erro desses.
— Claro que não, mas ela está grávida, eu não posso abandoná-la.
— Você sabe que se casar antes de três anos você perderá a July,
Mel perderá a July. O combinado é você morarem juntos.
— Por quê?
∞∞∞
— Oi.
— Qual parte?
— Ouvi a parte que eu não sou o tipo de mulher que você está
acostumado e que Sabrina está grávida. — Ela se afastou do abraço.
Ele sentiu seu corpo se tencionar, Mel ouviu apenas uma parte da
conversa.
— Sabrina está grávida — confirmou e viu quando Mel suspirou.
— Vai sair?
Ele acreditou que ela estaria com Justin a noite toda, mas não,
Melanie se refugiou no antigo apartamento, nos braços acolhedores da
amiga.
— Ele vai ser pai, aquela mulher que te contei, está grávida.
Mel não entendia porque ficou tão mexida com isso, mas estava
disposta a conversar com Justin, desistir do que estavam começando
para ficar com Elliot, parecia que ele também queria aquilo, mas essa
gravidez mudou tudo.
∞∞∞
— Não estava.
— Não, não vou, July é mais importante para mim e eu não vou
perdê-la, nós não iremos perder ela. — Ele comentou certo disso.
— Mel, sobre a outra parte que você ouviu ontem, eu não estava te
menosprezando...
∞∞∞
— Entre. — A vontade era bater com a porta na cara dela, mas era
a noiva de Elliot afinal e tudo o que Melanie menos queria era uma briga
no dia da festa de July.
A garotinha adorável que ela viu crescer não era assim, ou pelo
menos ela achava que não.
∞∞∞
Angélica completou:
— A não ser que Elliot e ela tenham ficado depois.
— Eu sei o que fazer, Sabrina vai perceber que seu maior erro foi
mexer com um dos meus filhos.
∞∞∞
— Sabe que não podemos fazer isso, não sabe? — Foi ela quem
perguntou.
— Mãe, não foi bem assim, nós ficamos juntos muito tempo antes
da Melanie.
— Muito tempo então, mas cadê a barriga dela? Eu estava tão cega
a respeito de Sabrina, que não reparei nesse detalhe, mas Tayla sim.
— Nem eu, já era para ela estar com uns quatro meses. — Ele
comentou pensativo.
— Sim meu amor, mas acredito que nessa consulta não lhe
disseram o tempo gestacional.
— Não mesmo.
— Eu irei conversar com os pais dela assim que essa farsa for
desfeita, não importa os anos de amizade, isso não se faz. E sobre essa
ameaça, tem algo mais que eu deva saber? — Angélica levantou uma
sobrancelha loira, daquela forma que fazia para convencê-los na
infância.
— Me ajudará como?
Bônus Angélica
Se ela pensa que a admiração que sinto pelo pai dela vai
ultrapassar o amor que sinto pela minha família, ela está completamente
enganada.
E não será Sabrina quem irá mudar o rumo dessa linda história que
espera pelo meu filho.
Será que fiz filhos tão lindos assim ao ponto de uma mulher fingir
estar grávida?
— Calma filho, tudo dará certo, duvido que esse filho seja seu.
Ele sorriu com isso, a mãe sempre foi calma e protetora, mas era
agradável vê-la tão feroz para ajudá-lo.
∞∞∞
Seu celular tocou e quando ele viu quem era seu sorriso se
ampliou.
Assim que ele abriu a porta, viu Melanie servindo café para uma
senhora de semblante sério.
— Não.
— Sim.
Só agora que ele percebeu que a mesma estava ainda mais linda,
com roupas casuais, uma bermuda simples e uma regata, com os cabelos
presos em um rabo de cavalo.
— Elli... — Ela estava pronta para dizer algo, mas ele a calou com
o dedo indicador em seus lábios.
— Errei com você por causa da Sabrina, mas ela já não é mais um
problema.
— Sim está, mas de apenas dois meses, se o filho fosse meu seria
uma gestação de aproximadamente cinco meses.
— Viver com você e com a nossa filha, mas para isso eu preciso
que você também queira. — Ele abaixou o olhar para os lábios dela.
Melanie sabia que ele esperava uma resposta, não a beijaria sem
uma, então ela fechou o espaço que tinha entre os dois e o beijou.
Mel mordeu o lábio querendo rir da cara dele, mas também queria
uma resposta.
Naquela noite, quando ela entrou no pub foi magnético, seu olhar
a pegou ainda na porta e ela já o olhava, pareciam ligados, atraídos de
alguma forma.
Elliot sabia que ele não era esse alguém, mas quando Melanie se
sentou ao seu lado no bar e o olhou fixamente nos olhos, ele se rendeu,
pois a queria muito.
Foi pego.
— Está?
Melanie preferiu pensar que era por estar muito tempo sem, por
isso foi tão intenso, não era o local, nem a pessoa, era apenas a falta do
ato que a deixou tão fora de ar e ainda mais desejosa.
Sentia o gosto amargo do que ele mesmo sempre fez, afinal partia
antes mesmo que a mulher acordasse, só que dessa vez foi diferente, ele
era o deixado, ele era o que queria muito mais daquela mulher
misteriosa, linda e deliciosa na cama.
Queria Melanie, mas sabia que ela nunca seria dele, afinal fora
apenas uma noite, a melhor que já teve, mas apenas uma.
Passou os dois anos seguintes procurando por uma igual a ela, mas
nunca conseguiu encontrar, Melanie era única e agora ele sabia que
queria apenas ela...
Capítulo 21
Melanie sempre foi a mulher certa para ele, mas Elliot não quis
enxergar isso, jurou no passado nunca amar ninguém, mas foi só olhar
para ela que esse juramento se foi, quando viu os olhos dela pela
primeira vez soube que dali em diante nada mais seria como antes.
A visão do amor sempre foi uma merda para ele, sabia que os pais
sofreram antes de se acertarem de vez, viu o que Tayla e Christopher
passaram, assim como os pais de Tay. Não queria isso para ele, mas
Melanie apareceu e foi inevitável.
Agora não tem mais volta, Melanie e July são o único final que ele
almeja ter.
Seu coração se apertou com isso, afinal são poucos os homens que
se declaram assim, Elliot merecia a sinceridade, mas a razão de Melanie
gritava para ela se afastar, era mais seguro estar em um terreno tranquilo
e confortável, do que se arriscar em um desconhecido e sofrer
novamente.
Estava sim muito ligada a ele, queria continuar com aquilo, mas
sabia que o primeiro passo para se afundar em mágoas é admitir que se
ama.
Era tudo tão novo. Ainda era cedo demais para se abrir com ele.
Sentiu por ele o que não havia sentido por mais ninguém e
precisou se entregar, estava sozinha desde Gregory e sentia falta do
contato com um corpo masculino, mas Elliot a arrebentou de uma
maneira prazerosa demais, nunca tinha sido tão bom dividir uma cama
com alguém, na madrugada do dia seguinte ela fugiu, estava atraída
demais por ele e não aguentaria vê-lo despertar e acabar sorrindo ainda
com sono, seria sua perdição.
∞∞∞
Quando Mel teve aquela reação inusitada, Elliot só viu uma saída,
ligar para Christopher.
— Já pedi desculpa.
— Descobri que o filho que Sabrina espera não é meu, vim para
casa por causa da visita da assistente social e acabei falando que eu e
Mel estamos em um relacionamento.
— Não, eu não errei em nada, apenas disse que acho que a amo,
mas ela não falou o mesmo... Ela apenas se desculpou. — Elli finalizou
e bebeu o líquido âmbar em um gole só.
∞∞∞
Estava arrumado.
Sentia tanta falta da sua parceira de vida que quis matar um pouco
da saudade.
Mel você sempre foi a minha irmã, mesmo nós duas sendo filhas
únicas, Deus uniu os nossos caminhos e nos tornamos inseparáveis
desde então. O dia que te vi entrando na sala de aula, de cabeça baixa e
totalmente perdida, me aproximei, pois era isso que meu coração pedia
para fazer, exigia na verdade, e esse ato foi o meu maior acerto, recebi
uma amiga para a vida toda...
Mesmo por trás de toda a sua timidez, você sempre foi notada, seu
brilho único era perceptível, por isso Gregory se apaixonou, ele era
perfeito para você e te amou de verdade, eram perfeitos juntos e dessa
perfeição veio a pequena Luna.
“Se eu disser que entendo a sua dor será mentira, só quem passou
por isso sabe o quão horrível é, mas eu posso imaginar desde que
descobri que estava grávida de July, me vi amando-a mais a cada dia,
ela se tornou tudo para mim e perdê-la seria a minha ruína.
Enxergue essa nova vida como a sua nova chance de ser feliz, sei
que a perda de Luna e o fim do seu casamento com Gregory foram a
base para a sua destruição, mas Mel não se feche para sempre, você
não merece viver assim.
Meu único desejo era ver aquele brilho intenso nos seus olhos
novamente, mas acredito que não conseguirei, o brilho se foi, mas sei
que pode reencontrá-lo dentro de si, é só se permitir amar novamente
Mel, July amará você e Elliot, sei disso, minha pequena já adora vocês
com pouco convívio, vivendo junto ela enxergará os dois como os pais,
mas quero que eu e Eduard sejamos uma lembrança feliz para ela, sei
que é exatamente isso que fará.
Sei que para você essa convivência será mais difícil, afinal o
último homem que morou com você te destruiu, mas não pense que
todos são iguais a ele, Elliot é uma pessoa maravilhosa, você perceberá,
ele colocará a sua felicidade à frente da dele, é o modo dele de ser.
PS: Você e Elliot sempre serão um casal para mim, espero que no
futuro tudo se resolva entre vocês.
Não faça nada para se arrepender depois. — Ele não faria, não
depois de perceber que o que sente é realmente amor.
— Eu sei, mas mesmo assim terá troco, com certeza terá. — Chris
soltou um riso convencido.
Christopher gargalhou.
— Será que ele descobriu sobre o pai? Nós deveríamos ter contado
desde o início.
— Que vadia. E Tayla sabe? Ela vai matar a Sarah quando souber.
— Você tem sorte Chris, está casado com uma mulher fantástica e
tem um filho crescendo ao seu lado.
O loiro levantou dois dedos e Elliot o olhou confuso.
— Sabia.
— Antes de ver o medo nos olhos dela quando eu disse que acho
que a amo, eu também acreditava que ela sentisse algo.
— Você acha que a ama ou tem certeza?
∞∞∞
— Não consegui até você chegar. — Ela tentou sorrir, mas falhou.
Ela travou, sabia que sentia algo por ele, algo forte e
amedrontador, mas optou por demonstrar em carícias o que sente, então
o beijou.
Mel sabia que era atraída por ele desde a primeira vez que o viu,
desde a noite que dormiram juntos, mas agora estava sendo diferente, ela
gostava de Elliot e esse gostar estava crescendo cada vez mais.
Ainda com os lábios colados ele a puxou para o seu colo e Melanie
soltou um suspiro satisfeito.
— Já disse que você fica muito sexy com essa camisola? — Ele
comentou desejoso.
Nessa nova relação ele não era o único que estava se sentindo
louco.
— Também sou louco por você anjo, desde quando te provei pela
primeira vez. — Ele sussurrou no ouvido dela, deixando Melanie
arrepiada.
Elliot a pegou no colo, estava apenas de cueca box e ela ainda com
a camisola.
A resposta dela deixou Elliot ainda mais feliz, amava essa mulher
e estava disposto a fazê-la amá-lo também.
E então ele entrou no dela, será ali a segunda vez que ele a terá em
seus braços.
Só que agora é totalmente diferente, ele sabe que não é apenas por
uma noite, é por uma vida e ele lutará para realizar esse desejo...
Capítulo 24
Aquela manhã tinha tudo para ser perfeita, Melanie acordou com
os resmungos através da babá eletrônica. July é um bebê acostumado a
despertar bem cedo, detestava ficar com a fralda molhada e sempre
acordava por causa disso.
— Vou te beijar.
— Sim.
— Mas é sábado.
Queria perguntar quem, mas tinha medo que a resposta fosse a que
ela imaginava.
Elliot tinha certeza que iria, mas mesmo assim optou pela
sinceridade.
— Isso não tem explicação Elliot. O que eu direi a July quando ela
me perguntar se o causador da morte dos pais está pagando pelo crime
que cometeu? Como contarei que o pai adotivo está ajudando-o a se
livrar da prisão? Ele deve apodrecer lá. — O tom foi apenas um
sussurro, mas estava tão firme que Elliot temeu se aproximar
novamente.
Odiava ver alguém chorar, mas quando era Melanie ele se sentia
ainda pior, cortava seu coração.
Optou por ser sincero com Melanie, mas realmente estava com
medo de ela não o perdoar, Elliot não estava preparado para perdê-la.
— Sim.
— Não Elliot, ela só... — Mel se calou quando percebeu onde ele
queria chegar.
— Sério que ele não tem nenhum defeito? — Mel perguntou para
Lisa, que descobriu estar apaixonada pelo vizinho de sua avó.
“Elliot, caso você leia essa carta, eu já não estarei mais aqui para
te dizer pessoalmente, então vamos ao que realmente interessa.
Melanie voltou sua atenção para a leitura, ficando cada vez mais
confusa.
Tem outra coisa que preciso deixar claro, nunca se sinta culpado
por isso Elliot, eu entrei nesse trabalho por vontade própria, você nunca
me obrigou.
— Eu quero que eles paguem por tudo Elli, July não merecia
perder os pais tão nova, Lisa e Eduard tinham uma vida toda pela frente.
— Melanie secou o seu rosto e caminhou até a pequena bebê, pegou-a
no colo e colocou-a na cama.
July engatinhou até chegar aos travesseiros e se jogou sorrindo,
Mel sorriu com a cena.
Ele caminhou até a cama que ela estava sentada e se sentou ao seu
lado.
Não estava pronta para se abrir ainda, tinha medo de ser julgada,
então optou por adiar essa conversa, afinal Elliot não iria sair e nunca
mais voltar, ele sempre estaria ali e Melanie poderia conversar com ele a
qualquer momento.
— Você minha menina, foi a que mais sofreu sem nem ao menos
entender. — Ela pegou July no colo e foi banhar a bebê.
— Não estrague o meu dia, por favor. July não terá namoradinhos,
não é mesmo princesa?
— July não, não é minha linda? Terei o Andrew ao meu lado, ele
me ajudará a ficar de olho nessa bonequinha aqui.
— Não é nada meu amor, sabia que está muito lindo? — Ela
tentou mudar de assunto e não percebeu que o chamou de amor, mas ele
sim percebeu.
— Claro que é.
Sempre enxergava a dor nos olhos dela quando falavam sobre isso.
A perda afetou-a tanto que July se tornou seu maior porto seguro,
Elliot queria se tornar também, queria que ela visse nele a segurança que
perdeu tempos atrás.
— Eu não confio em você cara, não direi nada, minha família pode
estar em perigo. — Ele se aproximou mais do vidro, tentando intimidar
Elliot.
— Eu sinto muito pela sua perda, pode contar comigo para pegar o
homem que me acusou injustamente.
∞∞∞
Tayla está grávida e não poderá participar mais dos treinos, apenas
ficará no banco observando tudo.
Mesmo após ler a carta, mesmo Eduard afirmando que Elliot não
tinha culpa de nada, o Bittencourt ainda assim se sentia culpado.
— Você sabe que não tem culpa de nada, não é? Não foi você que
matou eles Elliot, não se culpe. — Christopher aconselhou o irmão.
— Mas ele entrou nessa por ser meu amigo, eu sou o culpado.
∞∞∞
— Por quê? Ele confessou te amar Melanie, sem contar que está
provando isso.
— Claro que não, desliguei na cara dele, mas ainda assim todos os
dias tem chamadas perdidas.
July que estava de frente para a porta, levantou o olhar e viu Elliot,
o sorrisinho da bebê fez Elliot sorrir também, mas ele não estava
preparado quando July disse:
— Eu te ajudo amiga.
Ela sorriu e antes que pudesse responder algo, Karina voltou com
a deliciosa torta de chocolate com limão.
— Darei um pouquinho para ela, acho que não fará mal. — Mel
pegou uma pequena colher e mergulhou na torta, dando para a bebê
provar.
— Eu adoraria.
— Karina?
— Não foi por isso que chamei, apenas quero agradecer a ajuda na
mudança.
— Se você quer pensar assim, mas a mim você não engana, sei
que está rolando um clima entre vocês, desde o dia que te pegamos no
aeroporto, eu percebi.
— Está bem, mas tente pensar nisso quando estiver com aqueles
olhos verdes fixos em você. — Mel provocou.
— Não está mais aqui quem falou, só siga o seu coração e sei que
fará a coisa certa.
Estava em dúvida entre dois pratos, adorava ambos, mas optou por
fazer seu preferido.
∞∞∞
— Eu não sabia que ganhar flores fosse tão bom, me desculpe por
me empolgar tanto. — Ela o conduziu até a pequena cozinha e apontou
para o lugar que ele deveria sentar.
Sempre foi elogiada por seus pratos, mas nunca de uma forma tão
admirada quanto a de Willian.
— Vocês duas se tornaram tudo para mim. — Ele olhou para a tela
da babá eletrônica que mostrava a pequena July dormindo.
— Ainda quero, mas só para ressaltar, foi você que começou com
a troca de olhares quentes. — Ela apontou para ele e se levantou
também.
— Mas como eu poderia evitar? Você já se olhou no espelho
mulher?
∞∞∞
Quando Elliot propôs para Melanie o almoço na casa dos pais, ela
aceitou.
Todos olharam para os bebês. A cena estava muito fofa, até Elliot
levantar-se e atrapalhar tudo.
— Quem disse que não? E Drew vai me ajudar com isso, não é
garotão? — O bebê sorriu alheio a conversa.
∞∞∞
Alfredo olhou mais atento para o filho, percebendo que algo estava
errado.
— Para onde vai? — Megan perguntou empolgada.
— Não acredito que serei tia pela terceira vez. — Megan deu um
gritinho e se levantou, correndo eufórica para os braços do irmão e da
cunhada.
Todos parabenizaram o casal, o clima tinha melhorado muito.
Melanie sentiu todos olhando-a e quando Elliot pegou sua mão, ela
apertou a dele e sorriu.
— Obrigada.
Ela sabe?
— Optamos por não contar, seu pai não queria herdar esse legado,
decidimos manter vocês fora disso. — Ela respondeu tranquilamente,
mas os olhos demonstravam o quanto estava assustada.
— Não, por isso estamos aqui, queremos saber se você tem algo a
ver com isso. — Elliot cruzou os braços na defensiva quando viu a
tristeza nos olhos do pai.
— Seu pai não queria herdar a máfia, mas não teve escolha por ser
filho único. — Angélica olhou decepcionada para os filhos.
Angélica riu.
— Sei que poderia amor, e agradeço por não ter desistido de nós.
— Megan também quer contar algo, por isso vim aqui chamá-los.
— É o Theodoro.
— Por que ele não veio falar comigo primeiro Megan? — Alfredo
perguntou irritado.
Alfredo olhou para a filhinha, que já não é mais tão pequena assim
e suspirou derrotado.
— Estou feliz por você filha, e sei que seu pai e seus irmãos
também ficarão.
— Ficarei só depois de deixar bem claro para esse rapaz que não
se brinca com a minha menina. — Alfredo avisou irritado.
Melanie engoliu em seco, não era essa a reação que ela esperava.
Percebeu o quanto Elliot admira a família e que ficou entristecido com
esse comentário dela.
— Os meus pais tiveram muitos filhos por essa razão Mel, os dois
são filhos únicos e nunca gostaram disso.
— Não gosto quando chora. E saiba que essa família é sua agora.
É nossa. — Ele sorriu com isso e Melanie se sentiu tão acolhida, não
apenas pelos braços que a confortavam carinhosamente e sim com as
sussurradas palavras sinceras.
∞∞∞
A luz fraca do local estava acesa, mas ela não conseguiu vê-lo de
onde estava.
∞∞∞
Quando Mel voltou para a cozinha, Elliot já tinha desligado o
jantar e posto a mesa.
Ela o olhou agradecida, mas ele ainda fugiu dos seus olhos.
Ele tirou a atenção dos talheres e passou os olhos por ela toda.
— Sei que gosta, por isso coloquei. — Ela correu até ele e o
abraçou apertado.
Sabia que algo estava diferente e não queria que isso afetasse o
relacionamento dos dois.
— Sim.
∞∞∞
— Está nervosa?
— Sim, bastante.
Elliot não disse nada, apenas ficou abraçado com ela, os dois
chorando, faz parte da vida chorar e isso nunca será uma fraqueza.
Melanie estava tão abalada por reviver todo o triste passado, que
Elliot apenas cuidou dela.
— Está melhor?
— Te contar me fez reviver coisas que lutei por anos para superar,
eu queria que você soubesse por mim, eu não quero nada entre nós, nada
mesmo.
— Como assim?
Tinha que ser sincero com ela também, mas decidiu esperar,
aquele domingo já tinha sido de muitas emoções.
— Deve ter sido eu, quero que July tenha acesso as fotos dos pais,
quero que ela saiba o quão maravilhosos os dois foram.
— Quer?
— Sim, você está tão linda e é algo que quero ter para sempre.
— Eu amo você.
∞∞∞
Como ela sabia que a bebê estava em boas mãos, se deu ao luxo de
tomar banho e se arrumar antes de descer, mas quando pisou no último
degrau da escada, ela se surpreendeu.
— E o que mais?
Elliot pegou uma uva e colocou nos lábios carnudos dela, Melanie
a saboreou sem desviar o olhar dele.
— Que lugar?
— É uma surpresa.
∞∞∞
Estava sorrindo de uma forma que a muito não fazia, mas quando
Elliot parou o carro e pediu para ela vendar os olhos, ela estranhou.
— É mesmo necessário?
— Eu confio.
Antes suas lágrimas eram todas de tristeza, mas agora ela queria
chorar de pura felicidade, encontrou em Elliot e em July a segunda
chance que acreditou não merecer.
— Que você realizará hoje. — Ele pegou uma rosa que enfeitava o
veículo automotor e estendeu para ela.
— Está preparada?
∞∞∞
— Ele não me culpou Ka, e isso é tudo o que importa para mim.
— July não liga para você, não é mesmo amor? Ela também quer
saber das novas. — Melanie perguntou olhando para os olhinhos
brilhantes da garotinha.
— Ele me beijou.
— O quê? — perguntou.
— Para o Elliot?
Ela quis correr, quis sumir, mas não fez nada, permaneceu ali
sentada enquanto ele caminhava para mais perto...
Capítulo 36
— Gregory.
Ele a olhou dos pés à cabeça, e Mel agradeceu por estar sentada,
não confiava em suas próprias pernas no momento.
— É minha.
Mel sabe que ele tem essa reação quando está completamente
surpreso.
— Não existe mais “nós”, e foi você quem fez questão disso. —
Ela o encarou.
— É filha deles.
— Mel... Nós nos amávamos, você e Luna eram tudo para mim, eu
fui um idiota em te perder também e me arrependo todos os dias. Quero
tentar consertar, preciso tentar. — O tom dele foi suplicante.
Quando Elli já estava pronto para sair dali sem ser visto, as
palavras de Melanie acabaram o surpreendendo.
— Nunca mais diga isso, eu sofri assim como você. Eu odiei essa
cidade com todas as minhas forças, odiei a mim mesma e você não tem
o direito de aparecer agora e dizer isso. — Ela respondeu raivosa, com o
dedo na cara dele.
— O que foi?
— Pode perguntar.
— No passado senti algo muito forte por ele, mas agora é você
quem eu amo, é com você que eu quero viver o presente e se você quiser
o futuro também, July e você são a família que eu desejo, que eu amo.
— Tem certeza que dará conta? July pode dar trabalho às vezes.
— Não nego.
— É surpresa anjo...
Capítulo 38
A intenção dele era abrir a porta para ela, mas Melanie já tinha
descido sozinha e caminhava até ele.
— Quero você.
— Cobertura?
— Não sairemos daqui tão cedo, July está segura e não faremos
isso muitas vezes, então é bom aproveitarmos.
Ela optou por aceitar a taça, ele tem toda a razão, ambos amam
July com todo o coração, mas passar um tempo sozinhos, se conhecendo
ainda mais e se amando é essencial.
— Sabe que eu amo esse seu olhar safado. — Elliot a capturou nos
braços e os dois se perderam na sensação maravilhosa que é beijar.
— Oh Elliot...
Bônus Justin
Fazia nove anos que não se viam, mas quando seus olhos pararam
na mulher que ela se transformou, ele ficou surpreso.
Mesmo tendo mais de vinte anos, Drica ainda tem o mesmo jeito
encantador de quando criança, a empolgação, o modo de falar fazendo
gestos com a mão e o sorriso, sempre foram as qualidades que mais
chamaram a atenção do moreno que carrega as suas malas.
∞∞∞
Sentimentos do qual ela achou ter superado, mas foi só olhar para
ele novamente, tão lindo e mudado, que tudo voltou como uma
avalanche.
Ela respirou fundo e falou a verdade que por anos manteve apenas
para si.
— Porque talvez eu não seja boa o suficiente para fingir que sua
presença não me afete. — As palavras sussurradas o surpreenderam e
quando o sinal abriu, ele arrancou com o carro ainda em silêncio.
— Essa seria uma boa hora para você dizer algo. — Ela falou já
não aguentando mais o silêncio e Justin sorriu.
Ela sorriu, mas o riso não chegou aos olhos. Estava nervosa
demais por ter se declarado e recebido um “você é linda” como resposta.
— Espere você não sabe qual é o andar. — Ele correu atrás dela,
que já estava no elevador.
— Se me permite dizer, dos três esse foi o que mais gostei. — Ele
comentou sem imaginar que ela queria muito a opinião dele.
∞∞∞
— Vai ficar com a vovó essa noite meu anjo — comentou com a
bebê que sorriu feliz.
— Tudo bem, obrigada por cuidar da minha neta, tem certeza que
não quer entrar? — A matriarca da família Bittencourt propôs.
∞∞∞
— Nunca provei.
— Sim, ele me traiu. — Ela sussurrou com o olhar baixo por dois
motivos...
— Se não quiser entrar, tudo bem. — Ela olhou apenas para ele.
— Não, claro que não. O que eu mais quero é que você suba
comigo, mas achei que não quisesse mais depois disso. — Ela olhou
para fora.
— Não vai adiantar nada você fugir agora Karina, você tem que
resolver logo essa situação. — Willian falou segurando o rosto da ruiva.
A ruiva não queria chorar por causa dele, não derramaria uma
lágrima se quer.
— Não vou, minha casa agora é aqui, eu estou com outra pessoa,
entenda isso.
— Uma irmã que eu não conheci, fiquei com você por sete anos e
nunca conheci sua família, acha mesmo que eu deveria voltar? Acha que
nosso relacionamento merece uma segunda chance?
— Tenho certeza.
— Não Caio, você teve sete anos para me valorizar, sete malditos
anos que eu fui uma boba nas suas mãos. Eu não quero mais nada com
você.
Caio percebeu que aquela Karina na sua frente não era mais a
mesma, ela havia mudado, amadurecido.
Ela abaixou o olhar, afinal foram sete anos ao lado dele, não sete
dias.
A ruiva sentiu o abraço de Willian se desfazendo e viu quando
Caio sorriu vitorioso.
— Eu queria ficar, mas você não me deu uma razão para isso, sei
que ainda o ama.
— Eu não sei o que sinto por você, mas sei que você me mudou,
me entende. Não posso dizer que te amo, porque ainda é cedo para isso,
mas posso dizer que estou muito a fim de tentar e torço para você
também estar. — Ela mordeu o lábio nervosa.
— Sete anos que não vivi para mim, eu vivia para ele, sem receber
nada em troca. Já com você nesse pouco tempo, eu me senti acolhida,
muitas vezes amada e quero continuar sentindo isso. Quero ver suas
caretas quando eu fizer um prato que você nunca comeu, quero ver seu
sorriso quando disser que adorou a comida, quero sentir seus beijos...
— Que bom que entendeu Caio, entre nós já não existe mais nada,
não sei se um dia realmente existiu, aquela relação era movida apenas
por uma pessoa, eu, isso nunca daria certo.
Caio estava sendo sincero ele iria sair da jogada e deixaria Karina
ser feliz. E foi isso que ele fez, voltou para o carro e voltou para a casa.
∞∞∞
— Amo quando você faz essa careta. — Ela sorriu vendo Willian
se deliciar com brigadeiro.
Ele não pensou duas vezes e foi para perto dela, mas quem diria
que desse beijo se seguiria para algo mais íntimo, já que ela estava cem
por cento segura de que não sentia mais nada por outra pessoa e resolveu
se entregar de vez para ele...
Capítulo 41
Melanie desejou bom dia para a sogra e olhou para July, cheia de
saudades.
— Esse segredo não é apenas meu, mas como faço parte dele,
preciso dividir com você. — Elliot estava sério, sabia que se contasse
para Melanie, estaria colocando-a em perigo também.
— Pode me falar.
— Você deve saber sim, quero que saiba desde já para não se
arrepender depois.
Ele sorriu aliviado com as palavras dela, era exatamente isso que
precisava ouvir.
— Você parou para pensar que tudo isso é comprado com dinheiro
sujo? — Ela mostrou ao redor.
— Sua mãe sabe da vida que seu pai leva? — Melanie perguntou.
— Sabe, ambos têm pais mafiosos, isso vem de gerações, por isso
Tayla e Christopher tiveram que se casar.
∞∞∞
— São roupas próprias para treinos Elliot, não irei trocar por causa
do seu ciúme.
Chris costumava ter a mesma reação, nunca gostou das roupas que
Tayla usava para treinar.
— Mas não foi você quem disse que eles são altamente
capacitados? — Christopher ainda se divertia nas custas do irmão.
— Quem é esse?
— Isso não vem ao caso. Vamos aquecer agora, porque você será
a próxima, eu irei te treinar.
— Mas juro que foi sem querer meu amor, não pode fazer isso é
muito feio. — Ela sorriu e Elliot que estava deitado na cama, perto das
duas se intrometeu.
— O que é? Não vou iludir ela, July crescerá em uma família que
possui muitos inimigos, é necessário saber se defender.
Talvez Alfredo Bittencourt não seja tão ruim afinal. — Ela pensou
um pouco mais aliviada.
Elliot a abraçou forte. Se tem algo em Melanie que ele ama muito
é essa qualidade.
∞∞∞
Estar ali era algo que ele não queria e herdar a Laços de Sangue
menos ainda.
— Obrigado, terei uma dívida eterna com você. — Mal sabia que
essa foi a pior frase que já falou na vida.
Quem quer ter uma dívida eterna com um mafioso? Mesmo que
esse seja um Bittencourt, não quer dizer que ele seja cem por cento bom.
Será que não existe bondade no coração dele? Estava fazendo isso
apenas por querer algo em troca?
Capítulo 43
— Não mesmo, mas ele sabe que aceitar será o melhor para ele. —
Dimitri respondeu.
∞∞∞
Foi com esse pensamento que ele pegou July no colo e levou-a
para o berço, deu um beijo na testa dela, sussurrando “boa noite filha” e
fechou a porta do quarto.
∞∞∞
— Bom dia, amanhã July tem pediatra, então decidi levá-la hoje
ao... — Ela começou com o olhar triste e no mesmo instante ele soube
em qual lugar seria.
— Não é culpa sua Mel, desde que teve que voltar as coisas foram
confusas demais.
∞∞∞
— Sei que parece estranho, mas quero algo sério com você, algo
duradouro e sinto que devo dizer isso aqui. — Ele começou cauteloso e
desviou o olhar de Melanie para a foto dos pais dela, uma mulher
exuberante e sorridente, muito parecida com Melanie e um homem
sério, mas que segurava protetoramente a esposa nos braços. — Prometo
amá-la a cada dia mais, prometo ser o melhor homem que Melanie já
conheceu e acima de tudo prometo cuidar dela e da nossa família
sempre, nem que para isso eu precise abrir mão da minha própria vida.
— Ele finalizou a promessa olhando novamente para Mel, que chorava
baixinho agarrada a July.
No túmulo dos amigos, July olhou para a foto dos pais, Melanie
colocou-a no chão e a menina ficou próxima a ela, apenas olhando ao
redor.
— Está vendo aqueles dois ali meu amor? São os seus pais, eles
estão morando no céu agora, mas sempre estarão ao seu lado como
anjinhos protetores. — Melanie deixou mais lágrimas caírem e percebeu
quando Elliot também secou as dele.
Estavam os três ali, de frente para a razão de tudo isso, a morte de
Lisa e Edu resultou a união de Melanie e Elliot. Resultou na salvação
que Mel sempre precisou, mas nunca lutou para alcançar.
Mesmo que Lisa tenha falecido, ela sempre será a mãe biológica
de July, isso Melanie fará questão de deixar vivo na memória da menina.
Mas ao lado da garotinha, Melanie será a mãe que July precisa.
∞∞∞
— Sim? — perguntou.
Melanie bufou irritada. Ama Elliot com todo o seu ser, mas nunca
entenderia o que o levou a se envolver com alguém tão fria e
manipuladora.
Sabrina suspirou.
— Esse lugar é perfeito Karina, é muito mais bonito que nas fotos,
ficará do jeito que sempre sonhamos.
— Qual decisão?
— O quê?
— Nunca faria isso. E tem outra coisa, minha intenção era deixar
vocês mais próximos. — Mel sorriu safada e cutucou a amiga,
provocando-a.
— Oi meu amor.
Quando subiu ao quarto, a primeira coisa que Melanie fez foi olhar
seu celular, a tabela menstrual mostrou o atraso de nove dias.
— Como sabe?
— Que coisas?
— Diz de novo.
∞∞∞
— Sei que o meu pedido não foi um dos melhores. — Ele passou a
mão livre no cabelo, completamente constrangido.
E foi assim do nada que essa família se construiu, mas será para
todo o sempre. O acaso existe, e nesse caso foi o melhor acaso que se
existiu...
Epílogo 1
— Eu estou nervoso.
∞∞∞
—Claro.
— Ele é lindo.
— O quê?
— Por você me fazer feliz todos os dias, por ser essa mãe
maravilhosa para a July, por ter trazido o Dylan ao mundo. — Ele deu
um beijo demorado na testa dela.
— Eu sei, mas eu estava tão nervoso ontem e você foi tão forte. —
Ele falou orgulhoso.
Andrew está completando oito anos de vida, mas nem essa idade
foi capaz de fazê-lo entender as palavras de Elliot.
— Sei que ela é muito boa nos treinos e que sabe se cuidar, mas
você é mais forte que ela, é o homenzinho da família, cuidar dela não
será difícil.
Um trabalho os uniu...
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