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DO MEU
AMOR
PALOMA MAZZON
Sumário
NOTA DA AUTORA:
PRÓLOGO
01. Henry
02. Luana
03. Luana
04. Luana
05. Henry
06. Luana
07. Henry
08. Luana
09. Luana
10. Luana
11. Luana
12. Henry
13. Luana
14. Luana
15. Henry
16. Luana
17. Henry
NOTA DA
AUTORA:
Antes que questionem sobre o
tamanho, esse livro é apenas um
pequeno bônus da Luana e do Henry, que
são filhos dos herdeiros Lazzari.
Luana — Filha da Pérola Lazzari.
Henry — Filho adotivo de
Benton Lazzari.
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HENRY
Jura?
Olhei para cima, para o céu
estrelado, que podia ser visto com
clareza da varanda da minha casa.
É sério que vai me fazer sentir essas
coisas por ela?
Nunca fui um cara que se sentava
para falar com Deus ou algo do tipo.
Não me levam a mal, eu acredito Nele e
confio também, só não sou de orar, nem
conversar sobre isso.
Talvez porque estou sempre de um
lado para o outro e quando tenho um
momento tranquilo, meu corpo capota
com o cansaço. Mas agora eu precisava
desabafar com alguém, sem receber
criticas; alguém que me entenda de
verdade, que saiba o que está no meu
coração.
— Você sabe o que eu sinto por ela.
— eu falei para Ele.
Se alguém que trabalha na minha casa
me visse falando assim, provavelmente
pensaria que fiquei maluco. Só que não
me importo e continuo:
— Sabe que eu não quis magoa-la.
Ver aquela mulher chorar me deixou
completamente insano. Se existe alguém
no mundo que não poderia chorar por
nada, esse alguém é ela. — Procurei
respirar profundamente quando senti
minha garganta arder, assim como meus
olhos. — Ela é tudo pra mim. Eu sempre
quis protege-la das coisas ruins, sempre
quis estar ao seu lado. Eu prometi que
apoiaria todas e qualquer decisões que
ela tomasse. Eu prometi que nunca a
deixaria se sentir só...
Uma risada incrédula escapou.
— E olha só o que estou fazendo! Ela
chorou por minha causa. Eu não estou lá
com ela, não tenho condições de estar
agora. E tudo por quê? Porque eu não
consigo mais me segurar quando fico ao
seu lado, todo meu corpo reage como a
porra de um imã... Opa, foi mal o
palavrão.
Eu fecho minhas mãos com força no
parapeito e abaixo a cabeça quando as
lágrimas começam a transbordar.
— Eu só... Estou ficando louco! Hoje
eu queria matar aquele tal de Thomas só
por estar perto dela. Ele estava ali com
ela. E olhar para ele, bem mais novo
que eu, bonito, aparentemente bem-
educado, o cara ideal para ela, me
deixou doente.
Funguei quando não pude mais
segurar e tornei a olhar para o céu:
— Por que eu estou sentindo isso?
Por que ela gosta de mim, se há caras
por aí, bem melhores que eu, prontos
para dar a ela tudo que ela deseja? E,
caramba, por que eu fico irritado só com
esse pensamento?
Eu gritei essa última parte.
Sentei em uma espreguiçadeira,
apoiei os tornozelos nos joelhos e tapei
o rosto com as mãos. Meu peito doía,
como se alguém tivesse apertando-o
com força. Eu me sentia imundo, nojento
demais com tudo que estava sentindo.
As perguntas não paravam de circular
na minha cabeça.
Isso é certo?
Por que isso está acontecendo?
Porra.
Trinta e dois anos, um QI
elevadíssimo, mas eu não sabia como
controlar isso, esses sentimentos, essa
culpa.
10. Luana
— Ele não disse nada além de
“Qualquer coisa, estou ali”? — Minha
irmã fez a pergunta, usando os dedos
para formar as aspas, assim que
entramos na loja de vestidos.
Minha madrinha suspirou:
— Esse é o meu filho. — falou ela.
— Tão inteligente para tudo que faz no
seu trabalho, mas nem tanto quando se
trata de sentimentos. Ele deve ter
puxado isso do pai verdadeiro. — Ela
fez uma careta ao citar isso.
A história da Stacy era de fazer
qualquer um chorar por horas. Quando
tinha apenas quatorze anos, foi abusada
por um amigo de seu pai, engravidou e o
pai colocou a toda a culpa nela. Ele a
levou para casa de uma irmã, onde ela
ficou escondida durante toda a gestação.
Quando Henry nasceu, o filho da puta do
seu pai o deu para um casal de
estranhos.
Os anos se passaram, mas ela nunca
perdeu a esperança de reencontrar seu
filho. Foi quando ela e meu tio Ben se
entenderam, e ele a ajudou na busca.
Quando o encontraram, Henry era só um
garoto de quatorze anos, que estava
pronto para entrar na faculdade, graças a
seu QI bastante elevado.
O casal que o pegou eram dois
drogados, que tinham muitas dividas e
Henry, mesmo sendo uma criança,
precisava se virar para conseguir
dinheiro e pagar os traficantes.
A Tetê nunca fala sobre o homem que
a violou e é totalmente compreensível.
— Pode ser — Malu, a irmã mais
nova de Henry começou, encolhendo os
ombros enquanto dava uma olhada nos
vestidos para garotas de sua idade. —,
mas podemos dizer com total certeza
que o beijo no rosto dela foi um sinal de
ciúmes. Tipo, marcando território.
— Com minha experiência, posso
concordar com a Malu. — Minha mãe
disse.
Bufei e sentei em um sofá reservado
para clientes.
— Vocês estão me fazendo criar
expectativas e isso é muito cruel,
considerando o fato de que, muito
provavelmente, ele só estava
preocupado, como sempre foi.
— É verdade. — Luna concordou. —
Quem em sã consciência aparece na
casa da ex assim, do nada? Estranho,
principalmente porque ele veio de outro
país, não é?
— Falando nisso, filha, conseguiu
perguntar para sua assistente o motivo
de ela ter dado seu endereço a um
estranho?
Me encostei, relaxando o corpo:
— Ainda não. Tulip tinha dito que
ficaria sem celular por uns dias. Ela tem
uma mania de ir para esses
acampamentos zen, onde celulares é uma
forma de distração proibida.
— Que legal! — minha irmã se
animou. — Meu sonho não precisar me
comunicar com ninguém por dias, só
com os personagens dos meus livros e
pronto.
Mamãe olhou para ela:
— Você já faz isso muito bem,
querida. Nós morremos de ligar para
você, e você nem aí, nem pra responder
uma mensagem. Não sei que milagre está
aqui hoje.
— Por conta da minha irmã. Ela
passou muito tempo longe e eu estava
com saudades.
— Ownnn — Eu a abraço de lado,
enchendo seu rosto de beijos.
Ela fica vermelha, mas sorri:
— Sem contar que eu trouxe isso —
Acena com seu Kindle na mão. — E
enquanto vocês quebram a cabeça aí em
busca do vestido perfeito, eu vou
mergulhar aqui um pouquinho nas
palavras magníficas de Shakespeare.
Todas nós rimos com seu entusiasmo
e com a forma que ela quase se deitou
no sofá e começou a ler.
Uma vendedora sorridente e educada
se aproximou de nós:
— Desculpem a demora para atende-
las. Tivemos um probleminha, mas,
enfim, me chamo Alice e ficarei feliz em
ajuda-las. As senhoras gostaram de
alguma de nossas peças?
— Eu amei esse! — Malu gritou, ela
já estava agarrada com um vestido de
seda rosa.
— Ótima escolha! — Alice bateu
uma palma na outra.
A minha mãe colocou as mãos na
cintura, olhando ao redor:
— Gostaria de algo vermelho. Seda
vermelho, na verdade. — Ela olhou para
mim e para Stacy, que estava ao meu
lado e sorriu, toda cumplice: — Kent
adora quando eu uso vermelho.
— Eu vou ficar alguma cor escura.
— Tetê falou.
E eu não fazia ideia do que eu queria.
Me levantei e fui dar uma voltinha na
loja, olhar as peças que elas tinham.
Todos os vestidos eram lindos,
elegantes, perfeitos para ocasião, mas
tinha que ser algo que mexesse comigo.
Eu precisava me sentir bem usando-o.
E, pela razão que eu já conhecia,
precisava ter certeza que Henry ficaria
mexido também.
Já tinha visto e tocado em alguns
vestidos, mas nenhum deles me
impressionou. Comecei a pensar nos
vestidos que eu tinha no armário e se
algum deles serviria para o evento, só
que eu esqueci todos eles quando
coloquei meus olhos sobre o vestido
mais lindo que eu já vi.
Era perfeito. Ele era preto e
brilhante, com alças fininhas, a saia com
pregas na cintura e uma lasca bem alta
na perna direita. O decote ver faz tudo
parecer mais atraente.
Imediatamente, chamei a vendedora e
disse o que eu queria.
— Maravilha! Esse é um vestido
Gian Valentin, um novo estilista que está
ganhando as passarelas da Europa.
— Então será ele mesmo. — Sorri.
A porta da loja se abriu, chamando a
atenção de todos que estavam dentro, e
meu coração errou uma batida quando eu
me virei e dei de cara com o amor da
minha vida.
Pisquei algumas vezes, tentando fazer
meu cérebro entender que não era uma
visão, que era real.
Henry usava jeans e uma camisa
branca de botões, com as mangas
dobradas em seus cotovelos. Ele retirou
os óculos escuro e seus olhos trancaram
com os meus.
Eu, literalmente, tremi.
O homem era lindo demais. Meu
raciocínio não dava conta de tanta
beleza.
Os ombros largos chamavam tanta
atenção quando o resto dele. E eu sei
disse porque as mulheres na loja não
disfarçaram quando admiraram ele.
Uma delas até abaixou os óculos para
dar uma olhada melhor.
O sentimento de ciúmes foi enorme, a
ponto de me fazer fechar as mãos em
punhos para não fazer alguma coisa
idiota.
Continuei olhando em seus olhos, não
desviei. Chega de fugir disso tudo.
Precisamos lidar com o fato de que sou
apaixonada por ele e ponto final.
Ele inclinou a cabeça levemente, seus
olhos gritavam coisas que eu não
conseguia decifrar. Parecia abalado,
sentimental, mas... quente. Ele nunca
havia me olhado dessa forma.
Todo meu corpo se acendeu, meus
mamilos cutucaram o tecido macio da
blusa e o calor entre minhas pernas era
desconcertante de se sentir no meio de
uma loja.
— Filho, o que faz aqui? — Minha
madrinha perguntou, chamando sua
atenção para ela.
Ele enfiou as mãos nos bolsos, meio
sem jeito:
— Precisava falar com você.
— Tá bom, mas como sabia que eu
estava aqui?
— A Dixie me avisou.
Claro.
É claro que a Dixie monitora nossos
passos através do celular.
Henry não é um Lazzari legitimo, mas
se fosse, não parecia tanto com um como
já se parece!
— Ah, sim! — Tetê sorriu. —
Esqueci da Dixie. O que você quer falar
comigo?
— Pode ser lá fora?
Ele fez essa pergunta e olhou de
soslaio para mim, como se estivesse
envergonhado.
Quando eles saíram da loja, eu olhei
para minha mãe, minha irmã e minha
prima, as sobrancelhas erguidas em
surpresa.
Luna comentou, olhando para porta:
— Imagina se o vô Giovanni tivesse
um deles na época dele? Coitada da vó,
ia surtar. Toda vez que se movesse, o vô
estaria respirando na nuca dela.
— Ele iria adorar. — Mamãe riu.
HENRY
•••
FIM!
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