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INTRODUÇÃO

O assédio e a violência sexual contra raparigas e crianças têm sido um mal


permanente e contínuo em muitos países, incluindo em Moçambique. Em
Moçambique, apesar de existir um quadro jurídico de normas nacionais e
internacionais, há ainda uma fraqueza dos mecanismos jurídicos na resposta
a ocorrência de assédio ou violência sexual contra menores.

Este fenómeno tem aumentado de forma significativa no mundo, sendo um


fenómeno que decorre em todo e qualquer ambiente, daí que se criou em
1979 a Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as
formas de discriminação contra as mulheres, visando a protecção das
mulheres a nível de trabalho, saúde, direitos civis e políticos, estereótipos
sexuais, prostituição e família e educação (Leila, s/d).
Problematização

Apesar de serem empreendidas esforços na luta contra o assédio sexual de


alunas no ambiente escolar, ainda é visível a visíveis de crimes de violação
sexual nas escolas moçambicanas, sobretudo as públicas, onde os professores
e os “maiores de idadeˮ assediam-nas em troca de promessas que nem sempre
são conhecidas.

Sendo o assédio um fenómeno que ocorre em muitas instituições


socioeducativas com o destaque a Escola Secundária e Pré-universitária 25 de
Setembro, esta por agregar elevado número de pessoas do género feminino,
que é principal vítima. Diante a estes pormenores, levantou-se a seguinte
questão:
• Quais intervenções tem sido levados a cabo pela Escola Secundária e Pré-
universitária 25 de Setembro no combate ao assedio sexual nas alunas?
Justificativa

O interesse em abordar sobre a temática do assédio sexual da aluna no meio


escolar prende-se ao facto de no nível médio, concretamente na 12ª Classe,
vezes sem conta, ter vivenciado os casos relativos ao assédio sexual da
rapariga, tais como: simulações de contacto físico; agressão verbal e
aliciamento, cujo protagonista era o professor e as vezes isto infleuncia para
que haja desistência e/ou abandono escolar bem como o baixo
aproveitamento escolar das alunas.

Objectivos
Geral
• Analisar a intervenção que a Escola Secundária e Pré-universitária 25 de
Setembro tem feito no combate a Assédio Sexual nas alunas.
Específicos
• Identificar as formas de assédio sexual que ocorrem na Escola
Secundária e Pré-universitária 25 de Setembro;
• Descrever as causas do assédio sexual das alunas na Escola em estudo; e

• Mencionar as acções levadas a cabo pela Escola Secundária e Pré-


universitária 25 de Setembro no combate ao assédio sexual nas alunas.

Perguntas de pesquisa
• Quais as formas de assédio sexual ocorrem na Escola Secundária e Pré-
universitária 25 de Setembro?
• Quais são as causas do assédio sexual de alunas na Escola Secundária e
Pré-universitária 25 de Setembro?
• Que acções tem sido levadas a cabo pela Escola Secundária e Pré-
universitária 25 de Setembro no combate ao assédio sexual das alunas?

Estruturalmente, o trabalho encontra-se organizado em três (03) capítulos


interligados. Além das notas introdutórias, o primeiro capítulo designado
“fundamentação teórica” discute os conceitos chaves em relação ao assédio e
assédio sexual. No segundo capítulo faz menção a “procedimentos
metodológicos”, que nortearam a presente trabalho e no terceiro capitulo
intitulado “Apresentação e Análise dos Dados” onde são apresentados os
principais resultados da colecta de dados, conclusão e sugestões.
Capítulo I – Fundamentação Teórica
1.1. Definição de conceitos-chave

Assédio sexual
Queiroz (2001) define assédio sexual como uma situação em que um
indivíduo é submetido por um outro de modo a obter gratificação sexual.

De acordo com Cunha (2017) o assédio sexual é todo comportamento


indesejado ou não recíproco de carácter sexual sob forma verbal, não-
verbal ou física.
Dentro deste espírito de conceptualização e tendo em conta a pesquisa dos
autores, entendemos o assédio sexual, como qualquer comportamento ou
acções de natureza sexual, não pretendidos pela vítima que exercem uma
condição de superioridade hierárquica ou não em relação às mulheres.
Capítulo II - Procedimentos Metodológicos

2.1. Tipo de estudo


• Quanto à natureza: usou-se a pesquisa básica de caracter qualitativa;
• Quanto aos objectivos: Usamos a pesquisa descritiva;
• Quanto aos procedimentos: o trabalho é uma pesquisa de campo

2.2. Técnica e Instrumentos de recolha de dados


Como instrumentos de recolha de dados, recorreu-se a entrevista semi-
estruturada e a consulta bibliográfica.

2.3. Participante da pesquisa


Participaram neste estudo 2 gestores da escola, 4 professores e 6 alunos,
escolhidos a partir de uma amostragem probabilística aleatória por
acessibilidade.
Capítulo III - Apresentação e Análise dos Dados
3.2. Analise e discussão dos dados
3.2.1. Particularidade da escola em relação ao tratamento do assédio
sexual

Analisando a resposta apresentada quer pelo primeiro entrevistado quer o


segundo, notamos alguma convergência. Ambos reconhecem que o assédio
sexual é um assunto sensível e que acontece no meio escolar apesar de não ser
reconhecido pela comunidade educativa escolar.

Facto que nos leva a concordarmos com Bomfim (2009), ao afirmar que a
sexualidade dos alunos na escola assim como na família é pouco discutido
devido uma série de tabus e preconceitos que caracterizam esta temática, e
para o caso da escola, isso se traduz num dos desafios da gestão escolar .
3.2.3. Consequências do Assedio Sexual nas Alunas
Em relação a esta questão, os nossos entrevistados apontaram como
consequência do assédio sexual é o abandono escolar e gravidez
indesejada. Sendo assim, podemos aqui perceber que quando não se
consegue resistir ao assédio sexual há possibilidade de se abandonar
a escola a fim de procurar um lugar seguro.

Daí que Muchanga (2006) afirma que a maior parte das escolas
públicas estão longe de ser um local seguro para a rapariga, uma vez
que elas convivem nos recintos das escolas com os professores,
alunos e pessoas de conduta duvidosa, sendo que todos são
apontados como os potenciais autores de abuso sexual.
•3.2.4. Medidas Tomadas pela Escola em caso de Flagrante Delito

Como forma de sancionar praticante, os entrevistados apontaram que a medida


a ser aplicada como forma de se desencorajar este tipo de prática no espaço
socioeducativo escolar é o encaminhamento do assediador e da vítima às
autoridades competentes. Este dado mostra que os potenciais agressores têm
consciência e conhecimento da lei que criminaliza o assédio sexual.
Segundo Mosse e Cortez (2006), uma das grandes formas de extorsão no
sector da educação em Moçambique se dá por via do sexo, os professores
usam a intimidação e a ameaça para fazer com que as alunas lhes prestem
favores sexuais em troca de uma passagem de classe
3.2.5. Acções realizadas para o combate e prevenção de assédio sexual da
aluna
Como acções para combate e a prevenção de assedio sexual das alunas,
apontaram Realização de palestras e Leitura de documentos normativos e o
envolvimento de todos actores, educativos, pais e/ou encarregados de
educação, o corpo directivo da escola, chefes de turma, na qual em conjunto
traçam estratégias para combater este mal.

Nesta vertente, deu-nos aqui entender que o assédio sexual é um fenómeno


que constitui preocupação a direcção da escola, por isso, como forma de
impedir o seu decurso, se tem apostado na criação de ponto focal, realização
das palestras bem como o envolvimento de todos actores educativos.
•Conclusão

Do estudo realizado, conclui-se que na Escola Secundária e Pré-


universitária 25 de Setembro existe sim o assédio sexual de alunas. Este
fenómeno é conhecido pela comunidade educativa escolar, mas dada a
sua delicadeza é pouco discutido.
Em suma, a intervenção escolar no combate ao assédio sexual das
raparigas consiste na sensibilização da comunidade escolar e não no
accionamento de medidas que culminem com o afastamento de
assediador, como forma de desencorajamento aos demais professores,
visto que são apontados como sendo os protagonistas.
Sugestões
• Aplicação de medidas concretas visando a mitigação do assédio sexual no
meio escolar;
• Promoção de actividades extra-curriculares sob o lema "não ao assédio
sexual de aluna;
• Promoção de concursos com mensagens desencorajadoras a prática do
assédio sexual;
• Produção de Cartazes e folheto;
• Realização de teatros de demonstração da proibição deste acto nas alunas.
 
Muito obrigado pela atenção dispensada

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