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BIANCA DO NASCIMENTO SOARES

DIREITO À SAÚDE: A JUDICIALIZAÇÃO É O MELHOR CAMINHO PARA


GARANTIR O ACESSO A MEDICAMENTOS NO SUS?

RIO DE JANEIRO
2019
BIANCA DO NASCIMENTO SOARES

DIREITO À SAÚDE: A JUDICIALIZAÇÃO É O MELHOR CAMINHO PARA


GARANTIR O ACESSO A MEDICAMENTOS NO SUS?

Qualificação do projeto de monografia apresentado à


Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio –
Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV-Fiocruz) como requisito
parcial para aprovação no Curso Técnico em Gerência em
Saúde

Orientadora: Cristiane Teixeira Sendim

RIO DE JANEIRO

2019
RESUMO
Os avanços e desafios do SUS são uma realidade. Após a aprovação da Emenda Constitucional
nº 95 em 2016, que congelou os gastos da saúde por vinte anos, a sociedade tem recorrido a
ajuda da ação judicial como forma de garantir o acesso a medicamentos. A este processo tem-
se denominado: Judicialização da Saúde. Este instrumento tem produzido impactos no SUS
com decisões que obrigam o fornecimento de medicamentos, o que desordena os planos
municipais que compõe o orçamento da saúde, e consequentemente, trazem prejuízos à
coletividade, por isso refletir sobre o custo da prescrição pelo nome de marca na judicialização
do acesso aos medicamentos possibilita ampliar as discussões no sentido de garantir uma saúde
pública de qualidade. Por outro lado, tais decisões ampliam o direito à saúde previsto na
Constituição Federal do Brasil e nas legislações que instituem o SUS, pois o direito ao acesso
a medicamentos é fundamental no tratamento, reabilitação e manutenção da saúde. O objetivo
central do trabalho é refletir sobre os impactos da judicialização no acesso a medicamentos no
SUS e apresentar medidas, já identificadas por estudiosos dessa área de conhecimento, que
podem impactar na redução das demandas judiciais de acesso a medicamentos. A metodologia
baseia-se em uma abordagem qualitativa e exploratória, utilizando como método revisão,
análise da literatura e pesquisa de artigos sobre a relação entre a judicialização e o acesso a
medicamentos, por meio da base SciELO.

Palavras-chaves: judicialização e medicamentos


LISTA DE SIGLAS
CNS – Conselho Nacional de saúde.
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
ONU – Organização das ações unidas
OMS – Organização Mundial da saúde
PNM – Política nacional de medicamentos
PNAF- Política Nacional de Assistência Farmacêutica.
PCDT- protocolos clínicos e Diretrizes Terapêuticas
SUS – Sistema único de saúde.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Artigos selecionados sobre a temática Judicialiação e Medicamentos ........................... 7-9


Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4
2. OBJETIVOS........................................................................................................................ 6
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 7
4. DIREITO A SAÚDE PELA VIA DA JUDICIALIZAÇÃO ............................................. 10
4.1 SAÚDE COMO DIREITO FUNDAMENTAL ..........................................................10
4.2 PRINCÍPIO DA EQUIDADE E O ACESSO A MEDICAMENTOS..........................14

5. CRONOGRAMA ............................................................................................................ 177


Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 18
4

1. INTRODUÇÃO

Em processo de formação de nível técnico de gerência em saúde da Escola Politécnica


Joaquim Venâncio, o que me possibilitará exercer a função de gestora em saúde, assumi como
responsabilidade pessoal refletir sobre um tema fundamental para minha formação técnica.
Nestes quatro anos aprendi não só as questões técnicas que envolvem a minha profissão, mas
sobretudo, ter um olhar crítico para os litígios que o sistema de saúde enfrenta, visto que, além
de profissional da saúde sou também usuária. Entendo que lutar pela garantia de direitos
fundamentais em nosso País nos dias de hoje trará muitos benefícios tanto para mim quanto
para o meu próximo.
O tema da judicialização da saúde me chamou atenção por diversos questionamentos e
curiosidades que tive a respeito da gestão em saúde, ou seja, a judicialização da saúde vem
crescendo exponencialmente, no que concerne a busca dos usuários por um direito estabelecido
na Constituição Federal: o direito a saúde, consequentemente trazendo muitos gastos para o
sistema de saúde. Essa afirmação nos leva a reflexões importantes como a de que as decisões
judiciais em matéria de saúde devem levar em consideração os custos gerados por essas
decisões, os benefícios e o número de beneficiários de cada decisão tomada. Assim avaliou o
Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Sr. Antônio Nardi, em audiência pública sobre
prestação da jurisdição1 em processos relativos à saúde no Conselho Nacional de Justiça, “Tudo
tem um custo. E é dentro desses custos que temos que equacionar esses três pilares”, e ainda “É
preciso lembrar que os 10 medicamentos mais caros respondem por quase 90% dos gastos com
judicialização. Por isso estamos trabalhando para fazer compras em grande quantidade e
conseguir abatimento no preço” (informação verbal)2.
Ao analisar a notícia, observo que a judicialização da saúde é muito mais ampla do que
eu imaginava, a via judicial pela busca de um direito possibilita desde a conquista de um
tratamento até um insumo (medicamento) que está em falta ou não disponível no SUS. O foco
principal deste estudo será a conquista do direito ao acesso a medicamentos, pois se tornou
minha principal motivação quando li relato de muitos usuários e me coloquei neste lugar, senti
que necessitava compreender este assunto.

1
Conceitualmente jurisdição é quando por intermédio de juiz imparcial, o Estado, uma vez acionado participa da solução de
conflitos entre as partes
2 Audiência pública sobre judicialização da saúde realizada no Conselho Nacional da Justiça, disponível no sítio

http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/85915-ministerio-da-saude-alerta-sobre-custos-da-judicializacao. Acesso mar.19.


5

Ao me dedicar ao estudo, vieram as reflexões, será que a escassez de um recurso ou um


serviço de saúde é devido a ineficácia de gerência em saúde, e se sim como será resolvido? Ou
será que é falta de conhecimento dos usuários, pelas diversas alternativas que o SUS fornece,
que eles recorrem a via judicial como o caminho mais rápido para solucionar o seu problema?
Ou seja, é uma busca por uma necessidade ou por falta de conhecimento?
Diante disso e da atual conjuntura na área da saúde no Brasil, quando aprova em 2016,
a Emenda Constitucional n⁰ 95, que congela os gastos da saúde por vinte anos e traz um grande
impacto para as políticas públicas nessa área, que é fundamental a discussão do tema
judicialização da saúde. Esta Emenda impacta, também, o direito de acesso a medicamentos.
Em função destas situações, a sociedade tem recorrido a ajuda da ação judicial como forma de
garantir o acesso a saúde, a esse processo tem-se denominado a Judicialização da Saúde.
Frente a este cenário e considerando que o direito de acesso a medicamentos é
fundamental no tratamento, reabilitação e manutenção da saúde, este projeto pretende refletir
sobre o custo da prescrição pelo nome de marca no acesso aos medicamentos face a
judicialização da saúde e sobre o direito universal da saúde, que anda de mãos dadas com o
princípio da dignidade da pessoa humana estabelecido pela Lei Maior. O estudo busca
apresentar, ainda, os aspectos da judicialização da saúde face ao princípio da equidade e
algumas medidas, observadas em outros estudos, que possam impactar na redução das
demandas judiciais de acesso a medicamentos. Ademais, o fato deste tema ser considerado
recente, me estimulou a avaliá-lo e estudá-lo com o propósito de contribuir para a prática
acadêmica, bem como conscientizar a população de seus direitos e dos deveres do Estado
brasileiro, para que todos possam tomar decisões em seu cotidiano, de forma consciente
evitando informações sem bases legais.
Refletindo sobre as questões acima e sobre o que esta pesquisa traz de relevância
para minha formação, entendi o caminho da minha investigação, buscando as bibliografias
disponíveis, documentos estatais até os artigos científicos.
6

2. OBJETIVOS

2.1 O Objetivo geral deste estudo é refletir sobre a judicialização e o acesso a medicamentos
no SUS.

2.2. Os objetivos específicos são:

- apresentar os aspectos da judicialização da saúde face ao princípio da equidade

-discutir, de forma exploratória, acerca dos elementos relacionados ao custo da


prescrição pelo nome de marca na judicialização do acesso a medicamentos

- apresentar algumas medidas que possam impactar na redução das demandas judiciais
de acesso aos medicamentos
7

3. METODOLOGIA

Este estudo foi realizado através de uma abordagem qualitativa e exploratória,


utilizando como método a revisão e análise da literatura. A pesquisa foi realizada através da
análise de documentos estatais, ou seja, das bibliotecas virtuais disponíveis no Ministério da
Saúde e no Conselho Nacional de Justiça. Como uma das questões centrais a ser estudada é a
judicialização no acesso a medicamentos no SUS, a fim de enriquecer a análise, foi realizada
também pesquisa de artigos sobre a relação da judicialização no acesso a medicamentos com
marca. A pesquisa dos artigos foi realizada em março de 2019, através da base de dados SciELO
(Scientific Electronic Library Online). Na base Scielo além do filtro de ano da publicação,
aplicamos também como critério a utilização de textos tipo artigo e no idioma português,
utilizando como descritores “judicialização”, “medicamentos” e “marca”. Nas demais bases
utilizamos como critério “judicialização” ou “medicamentos com marca”.
Com base nesta seleção foram encontrados 33 (trinta e três) artigos. Após a seleção
realizada foram aplicados quatro critérios de exclusão frente aos resultados iniciais. Foram eles:
não estarem disponíveis no idioma português; não estarem disponíveis na íntegra; não tratarem
do tema diretamente e textos duplicados. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão,
obteve-se 16 artigos disponíveis em texto completo. A partir da leitura inicial dos artigos
selecionados nos foi possível estabelecer as categorias analíticas encontradas nos artigos, foram
elas: judicialização da saúde; equidade; medicamentos e marca.
Entendemos ser importante destacar o percurso metodológico percorrido por nós, nesse
sentido apresentamos aqui, na Metodologia, nossos achados iniciais de pesquisa acerca do
conteúdo dos artigos, conforme Quadro 1.

Quadro 1 – Artigos selecionados sobre a temática judicialização e medicamentos


Nº ANO ARTIGO Artigo
selecionado

Judicialização da política pública de assistência


farmacêutica e equidade CHIEFFI, Ana L.; BARATA,
1 2009 Sim
Rita B.

A judicialização da saúde e os novos desafios da


gestão da assistência farmacêutica. PEPE, Vera L.E.;
2 Sim
FIGUEIREDO, Tatiana de A.; SIMAS, Luciana;
8

CASTRO Claudia G.S.O; VENTURA, Miriam

2010 Judicialização da saúde, acesso à justiça e a


efetividade do direito à saúde. VENTURA, Miriam;
3 Sim
SIMAS, Luciana; PEPE, Vera L.E.; SCHRAMM F.R.
Conflitos e impasses da judicialização na obtenção de
medicamentos: as decisões de 1a instância nas ações
4 Não
individuais contra o Estado do Rio de Janeiro, Brasil,
em 2005. BORGES, LEITE, Danielle C.; UGA, Maria
A.D.
Consequências da judicialização das políticas de
saúde: custos de medicamentos para as
5 mucopolissacarídeos. DINIZ, Debora; MEDEIROS, Não
2012 Marcelo ; SCHWARTZ, Ida .
Judicialização do acesso ao tratamento de doenças
genéticas raras: a doença de Fabry no Rio Grande do
6 Não
Sul. SARTORI JUNIOR, Dailor et al.

A tese da judicialização da saúde pelas elites: os


medicamentos para mucopolissacarídeos.
7 2013 Não
MEDEIROS, Marcelo; DINIZA, D.; SCHWARTZ, Ida
V. D.
A judicialização da saúde no Distrito Federal, Brasil.
DINIZ, Debora; MACHADO, Teresa R. C.; PENALVA, 9
8 Não
Janaina
Itinerário dos usuários de medicamentos via judicial
2014 no estado do Amazonas, Brasil. CARVALHO, Marselle
9 Não
N.; LEITE, Silvana Nair.
Doenças raras: itinerário diagnóstico e terapêutico
das famílias de pessoas afetadas. LUZ, Geisa
10 2015 Não
S.; SILVA, Mara R.S.; DEMONTIGNY, Francine.
Tratamentos jurídicos: os mercados terapêuticos e a Não
judicialização do direito à saúde. BIEHL,
11
João; PETRYNA, Adriana
2016
Características da judicialização do acesso a
medicamentos no Brasil: uma revisão
12 Não
sistemática. CATANHEIDE, Izamara D.; LISBOA,
Erick S.; SOUZA, Luis E. P. F..
Qual é o custo da prescrição pelo nome de marca na
judicialização do acesso aos medicamentos? PAIM,
13 Sim
Luís F.N.A.; BATT, Carine R.l; SACCANI,
G.; GUERREIRO, Irene C. K..

2017 Por que as pessoas recorrem ao Judiciário para obter


o acesso aos medicamentos? O caso das insulinas
14 Não
análogas na Bahia. LISBOA, Erick S.; SOUZA, Luis E.
P. F..
Redes de tratamento e as associações de pacientes com
doenças raras. LIMA, Maria A. F. D.; GILBERT, Ana
15 2018 Não
C. B.; HOROVITZ, Dafne D. G..
Judicialização da saúde e medicalização: uma análise
das orientações do Conselho Nacional de Justiça.
16 2019 Não
MARQUES, A.; ROCHA, C.; ASENSI F.;
MONNERAT, D.

Foi feita a leitura de todos os títulos dos 16 (dezesseis) artigos encontrados, 12(doze)
destes não se adequaram aos objetivos da pesquisa, pois tratavam de casos específicos, tais
como, doenças genéticas raras, insulina e pesquisas regionais. Nesse sentido, será realizada a
leitura na íntegra de 4(quatro) artigos que abordam a relação do princípio da equidade e a
judicialização da saúde, e desta em relação ao acesso de medicamentos com prescrição de
marca. No próximo capítulo apresentaremos algumas considerações acerca direito à saúde pela
via da Judicialização e em capítulos subsequentes, a análise dos artigos selecionados.
10

4. DIREITO A SAÚDE PELA VIA DA JUDICIALIZAÇÃO

4.1 SAÚDE COMO DIREITO FUNDAMENTAL

O conceito de saúde como ausência de doença, definido deste modo por décadas,
impactou a forma de relacionamento da sociedade brasileira com o serviço de saúde por muitos
anos. Já que o método alternativo da época era recorrer a uma unidade de saúde, sempre que o
indivíduo se apresentava doente. O entendimento da saúde, em sentido amplo, para além de se
perceber somente o corpo doente, compreende o bem-estar físico, mental e social e não somente
ausência de doença ou de enfermidade como é relatado pela organização Mundial da Saúde
(OMS/WHO, 1946, p.1).

Vale ressaltar que em 1978, na conferência realizada em Alma-Ata, na URSS, foi


afirmado que a saúde é um direito humano fundamental, no qual reforçou o conceito de saúde
que engloba o bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença, além
disso enfatizou como compromisso a universalização da saúde como meta social. (ALMAATA,
1978, P.1). Desta forma a saúde não se restringe apenas a ausência de doença, e sim engloba
uma série de fatores como citados anteriormente, onde são determinantes para definir este
conceito tão amplo e complexo.

A saúde também passa no plano dos direitos, quando após a segunda guerra Mundial,
no qual acarretou em uma considerável destruição em massa, surgiram os movimentos mundiais
de conciliação dos povos e organizações, afim de garantirem iniciativas de paz com a ONU e
também a OMS. A saúde torna-se um direito social que deve ser universal, sem distinção de
raça, religião, ideologia política ou condição socioeconômica, e a prestação de serviços deve
ter uma perspectiva coletiva. Em decorrência disso, o movimento sanitário defendia a
construção de um sistema de saúde que fosse único e pudesse atender a toda a população.

Segundo Baptista (2007, p.43) “A reforma sanitária apresentava quatro proposições para
debate, a primeira é de que a saúde é um direito de todo cidadão, independente de contribuição
ou de qualquer outro critério de discriminação; a segunda é de que as ações de saúde devem
estar integradas em um único sistema, garantindo o acesso de toda população a todos os serviços
de saúde, seja de cunho preventivo ou curativo; a terceira refere-se a gestão administrativa e
financeira das ações de saúde que deve ser descentralizada para Estados e Municípios; e a quarta
11

é de que o Estado deve promover a participação e o controle social das ações de saúde.”

Diante deste cenário, vale ressaltar que VIII Conferência de Saúde foi um evento
histórico importantíssimo para a consolidação do sistema único de saúde. Em seu relatório é
evidente observar o conceito de saúde como direito que resulta das condições de alimentação,
habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Mediante a isso, a saúde é declarada na
Constituição Federal de 1988 como direito de todos e dever do Estado. Fruto dos movimentos
pela reforma sanitária é estabelecida garantia por meio de políticas sociais e econômicas
focadas na redução do risco de doença e de outros agravos que promovam acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988,
p.196).

Na década de 90 foram editadas a Lei nº 8.080/90 que estrutura o Sistema Único de


Saúde (SUS), seus princípios, diretrizes, organização, gestão do sistema, as atribuições das
instâncias federativas, o sistema privado, o financiamento, planejamento, orçamento, assim
como a política de recursos humanos; e a de nº 8.142/90 que organiza a participação da
comunidade na gestão do sistema, bem como as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros destinados à saúde. A base destas leis foi o artigo 198 da Constituição Federal. Os
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) são fundamentais, e para presente pesquisa destaca
se o princípio da equidade.

Os desafios na operação do Sistema Único de Saúde, contudo, permanecem conforme


pontua PIOLA et al (2009, p.114),

As barreiras enfrentadas à concretização do SUS não eram, como ainda hoje não
são, poucas. Envolviam desde o enfrentamento de interesses econômicos
hegemônicos até a superação da resistência ao necessário compartilhamento de
poder com outras esferas de governo e as instâncias de controle social, incluindo
ainda visões conflitantes sobre o papel do Estado, uma rede de serviços mal
distribuída e insuficiente, o despreparo técnico de profissionais e práticas de
gestão anacrônicas e inadequadas à concretização de um novo modelo de
atenção.

Diante desse cenário e na busca pela garantia do direito à saúde a sociedade tem
recorrido ao caminho da ação judicial como forma de garantir acesso a tratamentos ou
medicamentos de alto custo, consultas especializadas e exames, a isso se tem denominado de
12

judicialização da saúde. Artigo do IPEA demonstra que essa prática tem aumentado
consideravelmente nos Estados do DF, Bahia, RJ e RS, destacando-se no RJ um aumento de
350% entre 2001 e 2005 e na BA de 94% entre 2003 e 2007 de ações relacionadas ao acesso a
medicamentos. (PIOLA et al, 2009, p. 153).

O debate que se apresenta leva em questão que recorrer ao Judiciário pode garantir o
acesso aos tratamentos e serviços de saúde, contudo, sobrecarrega o mesmo Judiciário
provocando lentidão, gera um desequilíbrio na distribuição de recursos públicos e desorganiza
as políticas públicas de saúde. Vale ressaltar que este instrumento, que está sendo usado por
muitos cidadãos brasileiros nas últimas décadas, não se restringe apenas ao acesso formal do
usuário mediante ao mecanismo judicial e a autorização do mesmo, conforme o pedido feito
pelo cidadão, significa assegurar de forma justa o direito do cidadão diante do litigio que ele
busca solucionar.

Diante desta reflexão torna-se relevante a compreensão do litígio, em outras palavras,


conflito, apresentado pelo usuário ao acessar o poder judiciário. Além disso, é fundamental que
haja um cuidado na análise global e específica de cada caso para uma efetividade na resolução
do problema, e ao fim, garantir o acesso a saúde. O direito a saúde é uma garantia fundamental
pois preserva a dignidade da pessoa humana, conforme consta na Constituição Federal de 1988.

Conforme apontado no artigo de Ventura (2010), os estudos sobre a judicialização no


Brasil identificam certas deficiências e insuficiências do sistema de saúde e do sistema judicial,
ainda assim é importante destacar que deve o Estado brasileiro se responsabilizar pela proteção
da saúde e oferecer os instrumentos da gestão do cuidado aos seus cidadãos e cidadãs.

No decorrer dos estudos sobre a temática desta monografia observam-se trabalhos que
apontam no sentido que as demandas judiciais no Brasil são em maioria compostas por pedidos
de medicamentos, seja de forma individual ou em grupo (coletiva). Tais pedidos judiciais
consideram e se baseiam, quase sempre, numa prescrição médica e na urgência de se obter os
medicamentos que, então, seriam de absoluta necessidade para o problema de saúde da pessoa.
As pessoas podem recorrer por meio de pedidos judiciais com a finalidade de “pressionar” a
gestão do SUS em incorporar tal(is) medicamento(s). Esta “pressão” pode estar relacionada a
problemas dos usuários em acessar estes medicamentos nos sistemas de saúde, ainda assim, se
considera como procedimento “legítimo” que o usuário recorre para ter garantido seu direito à
saúde.

A questão que se coloca, então, é que nem sempre o medicamento com o respectivo
13

tratamento médico está de acordo com os protocolos clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT)
estabelecidos pelas instâncias do SUS, ou está incluído nas listas de medicamentos financiados
pelo sistema público. A decisão sobre a forma do cuidado em saúde oferecido aos cidadãos e
cidadãs se dá por função daqueles que exercem cargos na gestão do sistema de saúde, que
observavam consequências ou impactos no orçamento, nas técnicas, na rede de serviços de
saúde, dentre outros.

Segundo VENTURA (2010, p. 86),

Há três posições sobre a eficácia do direito à saúde, que se desdobram em


análises acerca das possibilidades de atuação do Judiciário na determinação de
prestações a serem cumpridas pelo SUS.

1. Uma primeira posição entende que a eficácia desse direito deve ser restrita aos
serviços e insumos disponíveis do SUS, determinados pelo gestor público. 2.
Uma segunda compreende que o direito à saúde implica garantia do direito à
vida e integridade física do indivíduo, devendo o Judiciário considerar a
autoridade absoluta do médico que assiste ao autor da ação judicial, obrigando o
SUS a fornecer o tratamento indicado.

3. Uma terceira posição defende que a eficácia do direito à saúde necessita ser a
mais ampla possível, devendo o Judiciário – na análise do caso concreto –
ponderar direitos, bens e interesses em jogo, para fixar o conteúdo da prestação
devida pelo Estado.

Com base nestas possibilidades, podemos destacar que a terceira responde a


consonância entre o direito e a saúde, na busca pelo acesso aos serviços de saúde através da via
judicial. Além disso, na prática o juiz é o responsável em verificar se há outras alternativas
oferecidas pelo SUS para atender a necessidade do usuário, sem que lhe traga prejuízo a sua
saúde. Um exemplo desta alternativa são os serviços terapêuticos oferecidos pelo SUS e
também a análise crítica das prescrições médicas para que elas estejam de acordo com as
evidências científicas, com o intuito de tornar as decisões mais efetivas.

Observamos, durante a análise dos artigos, que há irregularidade entre a oferta e a


demanda no sistema público e demora na prática de novas tecnologias, o gera em consequência
aumento da demanda judicial. A implementação de novas tecnologias, por exemplo, um novo
medicamento, precisa de uma análise crítica que considere os aspectos éticos, técnico-
14

científicos e legais relacionados, a fim de aumentar os benefícios e reduzir os malefícios que


potencialmente essa nova tecnologia pode oferecer.

Compreender a construção e o processo do desenvolvimento das Políticas Nacionais de


referência nesse campo e respectivamente de sua estrutura é fundamental para perceber como
vem se desenvolvendo a concretização do direito à saúde no acesso a medicamentos.

Nesse sentido pretende-se no próximo capítulo entender a busca pelo acesso a


medicamentos no SUS frente ao princípio da equidade.

4.2 PRINCÍPIO DA EQUIDADE E O ACESSO A MEDICAMENTOS

Assim que a Constituição Federal de 1988 foi promulgada, definiu-se que os Poderes
Executivo e Legislativo seriam responsáveis pela elaboração de Políticas Públicas responsáveis
que ampliassem o acesso das pessoas aos direitos fundamentais garantidos na própria
Constituição. Entretanto, esse sempre foi um desafio permanente em nosso País. Após a
aprovação da Emenda Constitucional n°95/16, muitos usuários do sistema único de saúde têm
recorrido ao juiz (poder judiciário) para solucionar seus problemas de saúde, acesso aos
medicamentos ou até mesmo para a conquista de algum serviço. Diante desta função atípica do
Poder Judiciário que surgiu o fenômeno da judicialização. Sendo assim os gestores do sistema
único de saúde dos diversos entes federativos tentam resolver os impactos dos gastos crescentes
decorrentes da via judicial.

O fornecimento de medicamentos, componente da Política de Assistência Farmacêutica,


é a principal causa das demandas judiciais. Os motivos do não fornecimento de medicamentos
pelo SUS, segundo os artigos analisados, ocorre pela falta de padronização do uso do
medicamento, falta de registro do medicamento no Brasil, falta de comprovação científica de
eficácia do medicamento, altos preços que os fabricantes estabelecem ou escassez no estoque
das unidades de saúde.

Nas legislações que criaram o SUS foi previsto o direito do cidadão à assistência
farmacêutica, mas esse direito só foi regulamentado após dez anos, com a publicação da Política
Nacional de Medicamentos. Esta fortalece os princípios e as diretrizes do SUS, objetivando
ainda a garantia da eficácia e segurança no uso racional de medicamentos e o acesso da
população aos medicamentos essenciais. Em 2004, foi aprovada, pelo Conselho Nacional de
15

Saúde, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), cujas diretrizes se baseiam


nos princípios do SUS e num conceito ampliado de assistência farmacêutica. A PNAF foi
estabelecida como parte integrante da Política Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de
ações voltadas à promoção e recuperação da saúde, garantindo os princípios da universalidade,
integralidade e equidade.

CHIEFFI; BARATA (2009, p 1840) abordam em sua pesquisa que,

A maioria das ações ajuizadas contra a SES-SP demanda exclusivamente o


acesso a produtos não previstos nos protocolos e programas executados pelo
SUS. Desse modo, o acolhimento dessas demandas, no mais das vezes significa
o estabelecimento de privilégios para aqueles indivíduos com poder aquisitivo
para contratar um advogado e acionar o Estado.

Nesse sentido, diferentemente do princípio da igualdade, a equidade está diretamente


relacionada ao tratamento dos usuários com necessidades diferentes no cuidado da sua saúde,
a fim de garantir de forma justa acesso ao atendimento para todos os cidadãos e cidadãs. Diante
da desigualdade em nosso país, este princípio promove um equilíbrio no acesso ao direito à
saúde, tendo como principal meta entender a realidade de cada usuário em relação a diversidade
das necessidades pessoais de cada um. Entretanto, muitos processos judiciais violam este
princípio justamente por fornecer medicamentos que não são fornecidos pelo SUS beneficiando
poucos indivíduos que não conseguem acionar um advogado. Esta forma de alcançar a justiça
acarreta malefícios para a organização administrativa e financeira do SUS.

Diante deste cenário, cumprir a ordem do juiz que determina o fornecimento de


determinado medicamento à determinado indivíduo, impede que o gestor do SUS avalie junto
aos profissionais de saúde se aquele tratamento é o melhor em termos de custo/benefício, se o
indivíduo realmente necessita daquele medicamento ou se pode ser substituído por outro
disponível nos programas de assistência farmacêutica do SUS e ainda, se não está sendo
desrespeitada alguma lei ou algum princípio fundamental do SUS. Basta, ao final, que se
cumpra a ordem determinada pelo juiz.

Importante destacar, também, que durante os estudos realizados a respeito de decisões


judiciais sobre fornecimento de medicamento para tratamento de hepatite C, o artigo de Chieffi
e Barata (2009 e p.1843) detectou no período de 1998 a 2005 que 98% das ações se referiam a
processos individuais e 2% a ações coletivas na Comarca da Capital do Tribunal de Justiça de
São Paulo. Os autores consideram que o fato de essas ações geralmente serem ajuizadas por
16

advogados particulares demonstra que os pacientes arcaram com os custos dessa representação
e, então, poderiam adquirir os medicamentos solicitados na justiça.

Diante dos dados acima, entende-se que os indivíduos que recorreram à justiça no ano
de 2006 em São Paulo não foram pessoas carentes, sem recursos financeiros, pelo contrário são
aquelas que possuem maior acesso à informação e com condições financeiras de pagar
advogados particulares. Logo, pode-se pensar na existência de privilégio a alguns indivíduos
em detrimento de outros, ocorrendo um tratamento especial àqueles que conquistam o acesso
ao medicamento pela justiça, e promovendo uma incompatibilidade com os princípios do SUS,
sobretudo o da equidade.

Em relação ao Estado do Rio de Janeiro, no artigo de Ventura et al (2010, p. 90)


em pesquisa realizada pelos autores podemos observar que na Comarca da Capital do Estado o
Rio de Janeiro, entre julho/07 a junho/08 em 95,8%, das ações ajuizadas analisadas ocorre a
concessão de gratuidade de justiça ou é mencionada a Defensoria Pública, em solicitações de
medicamentos, dessa forma, podendo-se constatar o reconhecimento por parte dos Juízes
quando os indivíduos solicitantes não possuem condições financeiras de pagar pela ação
judicial. Reconhecemos, assim, as características diferentes que aparecem nos artigos
analisados. Os próximos capítulos discutirão, de forma exploratória, artigos que apresentem
elementos que se relacionam ao custo da prescrição pelo nome de marca na judicialização do
acesso a medicamentos e medidas que possam impactar na redução das demandas judiciais de
acesso a medicamentos.
17

5. CRONOGRAMA

A monografia será desenvolvida por meio do cronograma abaixo.

Mê Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês
s 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2 3
1
Revisão da x x x x
literatura
Qualificação x
Redação do x x
capítulo 1
Redação do x x x
capítulo 2
Redação do x x
capítulo 3
Redação das x
conclusões
Revisão do x
texto
Defesa da x
monografia
18

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMA-ATA. Declaração de Alma-Ata. In: Conferência Internacional sobre Cuidados

Primários de Saúde. 1978 Set 6-12; Alma Ata, Cazaquistão. Disponível em

<http://cmdss2011.org/site/wp-
content/uploads/2011/07/Declara%C3%A7%C3%A3oAlmaAta.pdf>. Acesso em 01 fev.2019

BORGES, Danielle da Costa Leite e UGA, Maria Alicia Dominguez. Conflitos e impasses da
judicialização na obtenção de medicamentos: as decisões de 1a instância nas ações individuais
contra o Estado do Rio de Janeiro Brasil, em 2005.Cadernos de Saúde Pública.2010, vol.26,
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