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FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas)

Escola Do Direito – Campus Liberdade


__________________________________________________________
Larissa Razzano de Araujo

Judicialização da saúde
Conflitos de normativas dos tribunais nacionais com Órgãos da Saúde
Pública e Suplementar

SÃO PAULO
2022
Larissa Razzano De Araujo

Judicialização da saúde
Conflitos de normativas dos tribunais nacionais com Órgãos da Saúde
Pública e Suplementar

Projeto de Pesquisa de Trabalho de Conclusão de


Curso apresentado na Escola do Direito das
Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) como
requisito básico para a conclusão de curso de
Direito

Prof ª Fernando Rister De Sousa Lima

São Paulo
2022
SUMÁRIO

1. Introdução – Tema…………….………………………………………………………….

2. Problematização ………..………………………………………………………………..

3. Justificativa………………..…………………………………………………….…………

4. Escopo da Pesquisa ……………………………………………………………………..

4.1 Saúde e Dignidade Humana constitucional …………………………………..

4.2 Sistema Único de Saúde (SUS)………………………………………………...

4.3 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)……………………….....

4.4 Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)….………………………….

5. Metodologia de Pesquisa ……………………………………………………………….

Referências……………………………………………………………………………………
1. Introdução – Tema

No contexto atual, um mundo pôs pandêmico trouxe novas perspectivas


quanto a vida, dignidade humana e saúde, fator trazido pela sobrecarga dos leitos e
sistema de saúde nacional no período de 2020 com o avanço do Covid- 19,
abordaremos o que se caracteriza como umas das maiores classes motivacionais de
ações no Poder Judiciário, o Direito a Saúde, visto que os avanços da Medicina
trouxe diversas curas e tratamentos, mas consigo também trouxe novos
diagnósticos e aumento substancial de Crianças atingidas com algum transtorno
mental, este tema aborda também a acessibilidade de informações da população
quanto ao seu direito de Buscar a Saúde, mas com recursos precários a quais as
demandas judiciais parecem cada vez a suprir essas novas necessidades humanas,
contudo, a análise se voltara a pesquisar e averiguar se de fato as demandas
judiciais estão aumentando em um ritmo acelerado a cada ano, buscando entender
a motivação.

O tema abordara uma análise na raiz do que seria a problemática das ações
Judiciais ao Sistema de Saúde Público e o Suplementar, visto que como uma corda
bamba, a cada ano o sistema Publico edita leis e decretos na busca de aumentar
acessibilidade da população a tratamentos economicamente encarecidos, enquanto
Tribunais Superiores analisam anualmente abrangência de procedimentos no
objetivo de equilibrar a máquina particular e publica, inversivelmente a ação contra o
Sistema Publico cresce, enquanto muitos entendem do senso comum que a
liberalidade gera a persecução de efetividade aplicável, na prática a sociedade,
desenvolve-se a realidade factiva desta temática tanto em cerne matemático quanto
social.
2. Problematização

A primeira justificativa que pode-se argumentar quando tratamos de aumento


de ajuizamentos de demandas nas esferas judiciais é a reação imediata ao colapso
no setor de saúde ocorrido na Pandemia do Covid- 19 no ano de 2020, de acordo
com pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) o sistema Sanitário e
Hospitalar do Brasil sofreu seu maior colapso em toda a história nacional, apontado
que no ano de 2020, as taxas de ocupação em leito em UTI em 24 (Vinte e Quatro)
incluindo a Capital e o Distrito Federal, chegaram a porcentagem de 80% ou mais,
sendo 15 com taxas iguais ou superiores a 90%¹.

Entretanto, ao contrário do que faz compreender os números, o aumento de


ações contra a areá da Saúde já assusta os Juristas a muito mais tempo, estima-se
que nos últimos Dez anos o aumento de ajuizamentos chegou a 130% entre os anos
de 2008 à 2017, gerando um aumento de 13 vezes em gastos públicos com ações
judiciais no ano de 2016, com o alcance de R$ 1,6 Bilhões de movimentações
financeiras, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)².

Muitos Pesquisadores buscam entender a motivação do aumento tão


agressivo destas ações, tentando estabelecer causas e efeitos, muitos
compreendem que no âmbito da Saúde Suplementar a disfunções e normas
ineficazes entre Beneficiários e Planos de Saúde, enquanto na Saúde Pública
decorria da ineficácia de atuação dos órgãos Públicos destinados á assistência a
saúde, mas estas pesquisas se voltam a padronizar dados para encontrar um
denominador comum da motivação de acordões e instâncias dos Tribunais, onde a
pesquisa pelo Conselho de Justiça aponta que as maiores demandas solicitam
Insumos, Órteses, internações e medicamentos no TJSP²:
A primeira questão que devemos pontuar é, qual seriam os processos para
liberação de tratamentos e por, qual razão são barrados? O que os Tribunais
entendem como urgência/emergência e ambulatorial? E qual o posicionamento dos
órgãos públicos da saúde? Qual seria a razão da negativa dos planos sobre estes
equipamentos? Qual o posicionamento dos Planos de Saúde para justificar as
Negativas? Qual a linha que separa a negativa fundamentada e a negativa abusiva?.

Se a dignidade humana é imprescindível, por qual razão há ações para


obrigação de dar tratamentos que são simplesmente indeferidos? No que se baseia
a briga judicial do sistema de Saúde e os Consumidores/ Beneficiários? Afinal, há
diversas leis e decretos que estipulam o dever de cobertura de qualquer
necessidade, decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que alteram Rol de
procedimentos e processos de registro nacional são reforços a negativas?.

Aos averiguarmos decisões judicias, linha é minúscula e facilmente


ultrapassa, mas nos órgãos e na própria lei tal não é tão fino, as normativas são
criadas sob aplicabilidade de caso concreto, contudo, com o aumento exorbitante de
demandas que versam sobre a Saúde, é possível que o Magistrado consiga de fato
aplicar ao caso concreto tendo em mente que se trata de um tratamento a vida?.
3. JUSTIFICATIVA

A saúde é um tema que atinge toda pessoa humana, cuja a relevância é


primordial, pois todos um dia, precisarão de atendimentos, o direito a saúde
possibilita que tal seja um futuro possível a todas as esferas da sociedade, o tema
torna-se relevante em virtude das recentes discussões do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) entender que o Rol de procedimentos da Agência de Saúde
Suplementar (ANS) é taxativo, gerando a revolta da população em virtude de
exclusão de tratamentos não previstos, mas indispensáveis, bem o aumento
exorbitante de ações que movimentam milhões da conta pública e que
recentemente, o tema de dano moral em abusividade de negativas de atendimentos
está ao extremo das discussões.

O estudo busca apresentar um olhar jurídico-normativo institucional,


buscando achar o ponto de ebulição entre as instituições, analisando lei e
normativas reguladoras que regem a comunidade médica, no entanto, buscar
entender e resolver a questão de aumento de posicionamentos a favor de pacientes
a proporção que as ações judiciais também aumentam, trata-se de estudo que
procura a raiz mais centralizada e interna do problema, contribuindo para que
Pesquisadores analisem se a Administração pública não apresenta politicas eficazes
e aos Planos Privados de fato, burlam a função contratual, ou se estamos diante de
uma generalização de demandas de “passe livre” para recebimento de qualquer
tratamento, sendo legal ou não.

O estudo busca apresentar um novo ponto de vista sobre a judicialização do


Direito a Saúde, um ponto que descentraliza as instituições como únicas culpadas
do aumento de ações, expondo se de fato, o problema apenas tem um único lado.
4. ESCOPO DA PESQUISA

Brevemente, introduzidos os direitos que regem a base do estudo, os direitos


humanos constitucionais, que justificam e se são “escudos” poderosos na mão da
sociedade quanto ao abuso institucional, introduzimos os órgãos principais que
atuam administrativamente e normativa no Direito a Saúde, instituições que regulam
e apresentam processos que normatizam a relação da saúde diretamente com o
Paciente e beneficiário, objetivamos qualificar os órgãos em suas áreas de atuação
e onde suas normativas são aplicadas, e ainda, aonde estas colidem com o
posicionamento Jurisprudencial dos Tribunais superiores.

4.1 Saúde e Dignidade Humana constitucional

Com a promulgação da Constituição cidadã de 1988, o direito a Saúde foi


incluindo no objetivo de proteção de direitos sociais, ou como muitos nomeiam,
direitos de terceira geração, ou rol de direitos sociais constitucionalmente garantidos,
relacionando-se com a dignidade e a preservação da vida humana, incluindo o
direito a Educação, lazer e a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, previsto no
Art. 6ª, caput da Constituição Federal de 1988, e o Direito a saúde propriamente dito
é público subjetivo como dever principal do Estado, devendo promover de forma
positiva sem diligenciar tal função ou negligenciar, Art.196ª, Caput da CF/88,
passando também a ser regulada de forma específica pela Lei Orgânica da Saúde
( Lei nº 8.080/1999):

Art. 2º - Lei Orgânica da Saúde.: A saúde é um


direito fundamental do ser humano, devendo o
Estado prover as condições indispensáveis ao seu
pleno exercício.
Entendido como “primordial” pelo Poder Constituinte, o conceito de saúde
evoluiu para não apenas a garantir a ausência de doença, mas abrange o bem-estar
no sentido físico e psicológico, se o direito à saúde como direito a prestações
abrange todo e qualquer tipo de prestação relacionada à saúde humana (desde
atendimento médico até o fornecimento de óculos, aparelhos dentários, etc)³.

Desta forma, passou-se o Estado a promover a saúde desde a divulgação de


tratamentos, doenças e politicas públicas de acesso eficientes, a garantir e efetuar
que saúde seja de fato resguardada por meio de quaisquer meios legais e morais,
sob o olhar dos Tribunais Superiores, a atuação do Estado não deve ser delegada:

Tema 793/STF – tese firmada"O tratamento médico adequado


aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado,
sendo responsabilidade solidária dos entes federados,
podendo figurar no polo passivo qualquer um deles em
conjuntou isoladamente."

Promovendo não apenas a busca da ausência de doença mas também, o


bem-estar em qualquer sentido que afete diretamente a dignidade física e psicologia,
fator que se estende até mesmo ao lazer a ao trabalho.

Nesse sentido, Lenir Santos4 explica:

“Esse novo conceito de saúde considera seus determinantes e


condicionantes (alimentação, moradia, saneamento, meio ambiente,
renda, trabalho, educação, transporte etc.) e impõe aos órgãos que
compõem o Sistema Único de Saúde o dever de identificar esses fatos
sociais e ambientais, e ao governo o de formular políticas públicas
condizentes com a melhoria do modo de vida da população (art. 5º, Lei
nº 8080/90).”

E mediante a importância indispensável deste direito, de sua implementação


e promoção, que o Estado na forma de seus poderes mediante normativas a criação
de instituições sob poder indireto para executar todas as medidas necessárias, e
para garantir que seja de fato efetivada a criação de instituições devida, a própria
Carta Maior cria o Sistema Único de Saúde ( SUS) em seu Art.200, caput e Incisos
da CF/88, sendo o maior atuante a garantir a efetivação da saúde no Brasil, e como
figura de papel tão imprescindível, o poder público por meio de demandas frente ao
SUS sofre diversas judicializações para viabilizar
o acesso a muitos tratamentos, visto que não apenas fornece procedimentos mas
também, medicamentos, órteses e materiais gerais como fraldas geriátricas.

4.3 Sistema Único de Saúde (SUS)

A segunda Guerra Mundial moldou Implementado em 1988 pela Constituição


Cidadã, o SUS é o protagonista frente a busca ao direito a saúde, sendo um sistema
nacional que é demandado de forma tríplice, sendo sua organização e orçamento
figurada pela União, Estados e o Distrito Federal, regido pela Universalidade que
busca estender a proteção a integridade física e psicológica atrelada a saúde.

O SUS é regido pela Lei Nº8.080/1990. onde é apresentado a atuação de


forma objetiva do sistema nacional, sendo a função fiscalizar e executar, prevê o
Art.6ª, caput, vejamos:

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema


Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de
ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de
saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a
participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e
substâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas
para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento
científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus
derivados.

Sob o olhar internacional da Saúde mundial, o Brasil se mostrou a frente a


defesa da Saúde populacional pelo incremento do Sistema Único, tornando exemplo
de acessibilidade frente a outros regimes aplicados em outras nações, tal como
Estados Unidos (EUA), estipula a CONASS5::

“O Sistema Único de Saúde brasileiro - SUS, é um dos maiores sistemas


públicos de saúde do mundo, sendo o Brasil o único país com mais de 100
milhões de habitantes a garantir assistência integral e completamente
gratuita. Só em 2014 foram realizados mais de 4,1 bilhões de procedimentos
ambulatoriais e 1,4 bilhão de consultas médicas através do SUS no país.”

Em exposição, o sistema é recordista mundial de transplante de órgãos


mundial com 23.226 apenas em 2014, segundos dados da Secretária do Estado de
Saúde6,, e o Sistema atua com o fornecimento de medicamentos de alto custo sob
doenças comuns dando criação ao RENAME (Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais) criada por base no a Decreto Nº 53.612/ 1964 e atualizada para o atual
nome pelo Portaria MPAS nº 233 de 12/03/2002, conhecido pela população como “
Farmácia Popular”.

4.3 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)


Instituição criada pela Lei Nº 9.782/ 1999 sob objetivo de atividades de
regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária,
regulando substâncias comuns, alimentos, produtos e até medicamentos para uso
comum, ou seja, a atuação deste órgão é efetivo em absolutamente qualquer
consumo pessoal, principal agente de normatização de medicações e insumos
nacionais, atuando como principal órgão que oferta bulas e indicações, emitindo o
uso e a proibição de uso de determinado consumo.

Sendo o órgão que regula a autorização de consumo nacional de qualquer


que seja o objeto, também apresenta crescente judicialização mediante sua politica
de medicações que exclui e contraindica determinados usos, a ANVISA é
responsável pela comunidade científica de certificar se determinado tratamento está
comprovado ou é mera experiência médica, por exemplo, podemos citar que o
famoso indicação fora da bula, ou “off-label” detém iniciativa da ANVISA que
amplamente apresenta politicas internas quanto a uso de insumos sem indicação
química.

Algumas ações que versam sobre medicamentos citam a atuação da


ANVISA, em virtude que determinados insumos são recomendados unicamente a
patologias de suas bulas e ainda, não são devidamente regulamentados no território,
o que os Planos de Saúde e o SUS acabam por negar cobertura de indicações
médicas para medicações, afinal, o artigo 12 da Lei 6.360/1976 que dispõe o
processo de registro de medicamentos para uso Nacional da ANVISA, veda o
fornecimento de insumo sem antes um registro prévio:

Tema Nº500 – Dever do Estado de fornecer medicamento não


registrado pela ANVISA7 ,

“ Como regra geral, o Estado não pode ser obrigado a fornecer


medicamentos não registrados na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) por decisão judicial. O registro na Anvisa constitui
proteção à saúde pública, atestando a eficácia, segurança e qualidade
dos fármacos comercializados no país, além de garantir o devido
controle de preços. 4. As ações que demandem fornecimento de
medicamentos sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser
propostas em face da União”.(RE 657718, Relator(a): MARCO
AURÉLIO, Relator(a) p/Acórdão: ROBERTO BARROSO, Tribunal
Pleno, julgado em 22/05/2019,PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-267 DIVULG06-11-2020
PUBLIC 09-11-2020)

Versando sobre a politica nacional de medicamentos e insumos, estes que


mais lotam o judiciário, a ANVISA é o principal foco destas ações pois abordaremos
como as suas politicas atrasam determinados tratamentos e o posicionamento
jurisprudencial dos Tribunais de Justiça comum.

4.4 Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Promulgada para suplementar a saúde pública e atender o interesse particular


da areá, a Autarquia foi criada pela Lei nº 9.961/2000, para regular e monitorar os
Planos de Saúde privados, cuja a atuação é voltada pelo Código do Consumidor
visto que na areá privada, as Operadoras são instituições de prestação de serviço
hospitalar, competindo a Autarquia função de fiscalizar, regulamentar, monitorar,
legislar, analisar e etc… Todo e qualquer atividade das Operadoras de Saúde,
inclusive estabelecendo Normas Regulamentares de seus serviços.

Art. 3o. Lei nº 9.961/2000, -A ANS terá por finalidade


institucional promover a defesa do interesse público na
assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras
setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e
consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações
de saúde no País.

A Autarquia foi criada para garantir que a iniciativa privada não abusasse e
ultrapasse direitos do consumidor, visto que ocorreu uma demanda grande de
indivíduos que para não utilizarem o Sistema Público optaram pelo Privado, a
Agência garante a ética e moral nos tratamentos, inclusive ditando os procedimentos
que devem ser obrigatoriamente dados pelas Operadoras, prevê a Resolução
Normativa (RN) nº 465/2021 sobre os procedimentos, a qual causou extrema
polêmica após decisão do STJ de tornar o rol “Taxativo” – Cobertura apenas o que é
previsto – Além de exemplificativo como normalmente o Judiciário estabeleceu,
entende-se:
8
“a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu ser taxativo,
em regra, o rol de procedimentos e eventos estabelecido pela Agência Nacional
de Saúde (ANS), não estando as operadoras de saúde obrigadas a cobrirem
tratamentos não previstos na lista. Contudo, o colegiado fixou parâmetros para
que, em situações excepcionais, os planos custeiem procedimentos não previstos
na lista, a exemplo de terapias com recomendação médica, sem substituto
terapêutico no rol, e que tenham comprovação de órgãos técnicos e aprovação
de instituições que regulam o setor. Por maioria de votos, a seção definiu as
seguintes teses:
1. O rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar é, em regra, taxativo;
2. A operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada a arcar com
tratamento não constante do rol da ANS se existe, para a cura do paciente, outro
procedimento eficaz, efetivo e seguro já incorporado ao rol; 3. É possível a
contratação de cobertura ampliada ou a negociação de aditivo contratual para a
cobertura de procedimento extra rol; 4. Não havendo substituto terapêutico ou
esgotados os procedimentos do rol da ANS, pode haver, a título excepcional, a
cobertura do tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistente, desde
que (i) não tenha sido indeferido expressamente, pela ANS, a incorporação do
procedimento ao rol da saúde suplementar; (ii) haja comprovação da eficácia do
tratamento à luz da medicina baseada em evidências; (iii) haja recomendações
de órgãos técnicos de renome nacionais (como Conitec e Natjus) e estrangeiros;
e (iv) seja realizado, quando possível, o diálogo interinstitucional do magistrado
com entes ou pessoas com expertise técnica na área da saúde, incluída a
Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde
Suplementar, sem deslocamento da competência do julgamento do feito para a
Justiça Federal, ante a ilegitimidade passiva ad causam da ANS.”

A decisão trouxe repercussão na população, a comunidade de Mães de


Crianças com deficiência protestaram nas redes sociais e até mesmo,
apresentadores de TV manifestaram sua indignação, apontando que após a
Pandemia, as Operadoras de Saúde detinham lucros altíssimos e que o rol taxativo
tiraria a inclusão de crianças em tratamentos multidisciplinares, enquanto no
entendimento seria um forma de manter a iniciativa privada sem quebrar os planos
de Saúde e diminuir o valor dos planos, que lucraram na Pandemia mas que
também sofreram com superlotação em leitos, e a discussão segue com diversos
posicionamentos, inclusive da ANS na sessão de julgamento:

“A pretendida natureza declarativa do rol amplia o grau de incerteza


em relação aos custos de assistência à saúde porque afeta a
identificação a priori dos procedimentos obrigatórios não previstos no
rol. A consequência é a elevação do nível de preços das novas
comercializações a patamares superiores à capacidade de pagamento
de potenciais consumidores”9

Nesta linha, sendo a ANS a Autarquia que atua diretamente a garantir


serviços aos consumidores e defender seus direitos perante os planos, necessário
analisar a razão da ineficácia das politicas, visto que as Operadoras de Plano de
Saúde sofrem aumento exponencial de ações mediante negativas, mesmo o Rol
sendo exemplificativo ou taxativo, ainda há grandes demandas que lotam o
Judiciário.

Analisemos de forma profunda os procedimentos das coberturas,


esclarecendo sob dois pontos o que as decisões judicias vem se posicionando e se
de fato, estão a ajudar aos pacientes terem acesso à saúde, tanto a ANS e o SUS
tem uma correlação íntima que não é levada em consideração nas decisões dos
Superiores e ainda,
5. Metodologia de Pesquisa

O estudo versa sobre as aplicações praticas de normativas jurisprudenciais e


federais, sob uma ótica diretamente ligada a casos concretos de repercussão geral
que geram grandes conflitos de decisões entre os próprios órgãos e até mesmo, os
Tribunais, a metodologia de pesquisa utilizara em primordial, a pesquisa
exploratória, no intuito de problematizar tanto as normas quanto as possíveis
soluções que Doutrinadores apresentam para diminuir as demandas.

Mas em detrimento da pesquisa profunda de intervenção ao problema,


utilizara a Pesquisa Bibliográfica no intuito de apresentar propostas e mesclar, se
assim possível, planos de atuação que contribuam para
intervenção ao tema, baseando como linha de raciocínio obras e pesquisas de
figuras de grande atuação no Direito, aproveitando principalmente que o tema
dissertado é recorrente visto o espanto dos grandes conselhos frente a média anual
de ações nacionais, tendo extensas obras, artigos e dissertações de Doutorados de
todo o Brasil, é um tema rico de bibliografias e de pesquisas de intervenção até de
grandes órgãos, como o Próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

E por detrimento do trabalho aplicar casos práticos para nortear desde a raiz
da judicialização até os grandes tribunais, a atuação profissional na areá do Direito
Médico é fator que define como último método a Pesquisa Empírica, em especial, a
atuação profissional em planos privados a qual possibilita este pesquisador ao
contato direto com Órgãos nacionais e decisões recorrentes que contraindicam o
posicionamento das normas internas e regulamentares destes órgãos, em especial
também Conselhos federais de carreiras dentro da Medicina que também obtêm
regulações próprias, portanto, a análise e observância direta dos casos e atuações
dos órgãos em âmbito profissional, o que possibilita a pesquisa tornar-se mais
realista do que meramente, conclusão de dados e pesquisas teóricos.
Referências

¹ CASTRO, Regina. Observatório Covid-19 aponta maior colapso sanitário e


hospitalar da história do Brasil.In:Observatório Covid-19 aponta maior colapso
sanitário e hospitalar da história do Brasil. 1. ed. Brasil: Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ), 17 mar. 2021. Disponível em:
https://portal.fiocruz.br/noticia/observatorio-covid-19-aponta-maior-colapso-sanitario-
e-hospitalar-da-historia-do-brasil. Acesso em: 11 nov. 2022

² BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Judicialização da Saúde no Brasil: Perfil


das Demandas, Causas e Propostas de Solução, Brasília, 2019a. Disponível em:
http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2019/03/95da70941b7cd226f9835d56
017d08f4.pdf. Acesso em: 17/11/2022

³ SARLET, Ingo Wolfgang. Algumas considerações em torno do conteúdo, eficácia e


efetividade do direito à saúde na Constituição de 1988. Panóptica, Vitória, ano 1, n.
4, dez. 2006, p. 1-22

4
SANTOS, Lenir. Direito da saúde no Brasil. Campinas: Editora Saberes, 2010, p.
147-148

5
CONASS.Gestão do SUS. [s.l: s.n.].

6
Secretária Do Estado de Saúde. SUS: 27 anos transformando a história da saúde
no Brasil. > Disponivel em https://www.saude.mg.gov.br/component/gmg/story/7152-
sus-27-anos-transformando-a-historia-da-saude-no-brasil#:~:text=O%20SUS%20foi
%20criado%20em,a%20toda%20a%20popula%C3%A7%C3%A3o%20brasileira.,
acesso em 19/11/2022.

7
STF. Plenário. RE657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min.Roberto Barroso, julgado em 22/5/2019 do STF.
8
STJ. Rol da ANS é taxativo, com possibilidades de cobertura de procedimentos não
previstos na lista. EREsp 1886929 EREsp 1889704 – DISPONÍVEL EM:
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/08062022-Rol-da-
ANS-e-taxativo—com-possibilidades-de-cobertura-de-procedimentos-nao-previstos-
na-lista.asp. >acesso em 22/11/2022.

9
ANS: mudança de rol taxativo pode deixar planos de saúde mais caros. Disponivel
em: https://economia.uol.com.br/noticias/agencia-brasil/2022/07/20/ans-mudanca-
de-rol-taxativo-pode-deixar-planos-de-saude-mais-caros.htm?cmpid=copiaecola >
acesso em 22/11/2022

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