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DIREITO À SAÚDE:

a judicialização é o melhor caminho para garantir o acesso ao


Sistema Único de Saúde (SUS)?

Aluna: Bianca do Nascimento Soares Turma: 4° Gerência em Saúde


Orientador: Cristiane Sendim
Introdução

 A saúde se tornou garantida na constituição federal do brasil no de 1988.


 Lei 8080 e 8142 que são as leis orgânicas que regem o sus estabeleceram princípios imprescindíveis no que tange o
direito universal da saúde.

 E estas prestações de serviço estão diretamente relacionadas com as politicas publicas no qual eu irei falar melhor
no primeiro capítulo.

 Dentre muitos desafios orçamentários que o sus vem enfrentando garantir uma saúde que beneficie toda a população é
um desafio diário.

 Emenda constitucional número 95 que foi aprovada em 2016.

 Esses dentre outros problemas que o sus vem enfrentando acaba impacta diretamente o direito de acesso à saúde e, por
isso, a sociedade tem recorrido à ajuda da ação judicial como forma de garantir direitos fundamentais. A este
processo se dá o nome de judicialização da saúde.
Introdução

 o ativismo judicial, que significa uma postura proativa do Poder Judiciário ao interpretar o direito à saúde,
previsto na Constituição Federal do Brasil e na legislação que instituiu o SUS, ampliando a sua aplicação.
 ENTRETANTO As duas formas têm produzido impactos no SUS quando decidem fornecer o direito a
saúde judicialmente através de um fornecimento de um serviço ou medicamento de alto custo para uma
minoria.
 Diante desse cenário, refletir a importância da judicialização da saúde e a relação que possui com as
políticas públicas em saúde, bem como, o equilíbrio orçamentário de estados, municípios e federação; e
a relação entre o indivíduo versus o coletivo na judicialização da saúde é imprescindível para
compreender amplamente as diferentes realidades que o brasil possui afim de minimizar as desigualdades.
OBJETIVOS

 OBJETIVO GERAL:
O objetivo geral deste estudo é compreender os reflexos da judicialização da saúde
nas políticas públicas e na gestão orçamentária na área da saúde.
Quanto aos OBJETIVOS ESPECÍFICOS, estes buscaram:
1) Apresentar o conceito de direito à saúde na Constituição da República Federativa
Brasileira de 1988;
2) Identificar a correlação entre políticas públicas em saúde e judicialização da saúde;
3) Discutir, de forma exploratória, o impacto da judicialização da saúde na gestão
orçamentária.
METODOLOGIA

 Revisão bibliográfica;

 abordagem qualitativa e exploratória, visando identificar e correlacionar os


conceitos de judicialização da saúde, políticas públicas e gestão orçamentária
da saúde.
DESENVOLVIMENTO DO
TRABALHO :

Cap1 - abordo algumas correlações no que tange a judicialização da saúde:


1.1- relação entre as políticas públicas e a judicialização da saúde;

Cap2 - apresento o conceito e o contraponto da judicialização da saúde:


2.2- impacto da judicialização da saúde no equilíbrio orçamentário de
estados, municípios e federação.
2.3- indivíduo versus coletivo na judicialização da saúde
CAPÍTULO 1 – JUDICIALIZAÇÃO DA
SAÚDE: ALGUMAS CORRELAÇÕES

 Apresento a constituição federal de 1988 enfatizando que ela garante os direitos sociais e visou recuperar e corrigir todo
um histórico de abusos e negligências, além da negação de direitos básicos à construção do conceito de cidadania.

 Isso inclui a questão da saúde, que era uma mercadoria restrita aos trabalhadores.

 Intuito: reduzir as desigualdades e minimizar seu efeito, na intenção de que se construa um país mais igualitário e com
melhor qualidade de vida para todos os cidadãos.
1.1 Notas sobre a relação entre as políticas
públicas e a judicialização da saúde.
 relaciono a judicialização da saúde com as políticas públicas . Após a concretização do direito a saúde o Estado
através do poder executivo , legislativo e judiciário ficou com o dever de desenvolver políticas públicas para
garantir a isonomia e a equidade dos direitos estabelecidos pela CF/88.
 Entretanto a partir do momento que um cidadão recorre a justiça para conseguir uma solução para seu problema
essas medidas já não são tão eficazes assim. Diante disso, cabe ao poder judiciário intervir e solucionar a questão.
   Diante disso a justiça ela serve como uma reguladora e garantidora das políticas públicas no qual acaba suprindo
com uma grave lacuna entre aquilo que se tinha direito e aquilo a que se tinha acesso, especialmente no caso de pessoas
com menor poder aquisitivo.
 Vieira e Zucchi (2007) - no ano de 2000 cerca de 41% da população (mais de 70 milhões de pessoas) não tinham direito
à medicamentos.
 Vale ressaltar também que apesar da judicialização ser ampla como a questões de higiene, sanitárias e de prevenção à
saúde, pude perceber que o acesso a medicamentos continua figurando como principal objeto de lides dessa natureza.
Ativismo Judicial

Em relação ao ativismo judicial barroso afirma que:


 

A judicialização e o ativismo judicial são primos. Vêm, portanto, da mesma família,


frequentam os mesmos lugares, mas não têm as mesmas origens. Não são gerados, a
rigor, pelas mesmas causas imediatas. A judicialização, no contexto brasileiro, é um fato,
uma circunstância que decorre do modelo constitucional que se adotou e não um
exercício deliberado de vontade política. (...) Já o ativismo judicial é uma atitude, a
escolha de um modo específico e proativo de interpretar a Constituição, expandindo o
seu sentido e alcance. Normalmente ele se instala em situações de retração do Poder
Legislativo, de um certo descolamento entre a classe política e a sociedade civil,
impedindo que as demandas sociais sejam atendidas de maneira efetiva (BARROSO,
2009, p. 6)
CAPITULO 2 – conceito e o contraponto da
judicialização da saúde:

2.2- IMPACTO DA JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE NO EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO


DE ESTADOS, MUNICÍPIOS E FEDERAÇÃO.
Estudo feito em São Paulo:
Wang (2014) indica que os municípios Buritama e Campinas tiveram seus orçamentos comprometidos em relação as ações
judiciais.
Buritama teve mais de 50% de seu orçamento de saúde comprometido com despesas oriundas do cumprimento de decisões
judiciais e16% do orçamento anual da saúde foram gastos com apenas uma demanda, correspondente ao tratamento de um
paciente.

Campinas as 86 demandas judiciais recebidas em 2009 foram apenas de medicamentos e tratamentos, NO QUAL foi
considerado mais de 16% de todo seu orçamento de saúde
NORDESTE

 No oposto dessa situação, tem-se o estudo de Silva Junior e Dias (2015):


o Nordeste tem os mais baixos índices de procura pelo Judiciário com o intuito de garantir
medicamentos ou tratamentos, mas a pesquisa feita pelos autores mostra :
5,9% dos entrevistados já havia recorrido à demanda judicial,
e que menos de 11% não tinha conhecimento sobre a judicialização em saúde,
ou de que a Constituição Federal garantia esse direito liquido e certo da saúde.
Dessa forma, não se pode mensurar o impacto da judicialização da saúde em regiões
onde a baixa escolaridade e o pouco acesso à informação façam com que os indivíduos careçam de cidadania e não
sejam conhecedores dos direitos dos quais são titulares, o que também passa longe de ser o cenário ideal.
Município de Pelotas- Rio Grande
do Sul.

 Massaú e Bainy (2014) teceram pesquisa similar no município de Pelotas, no Rio Grande
do Sul, e obtiveram uma estimativa do impacto das demandas judiciais no orçamento da saúde desde que tornou-
se popular na região a judicialização da saúde, e levantam o impressionante dado de que, no ano de 2012, o
município teve um déficit orçamentário na área da saúde, uma vez que o valor das demandas judiciais
ultrapassou o orçamento municipal anual para a saúde.
Estado de Minas Gerais

 Neto et al (2012) levantaram dados interessantes a respeito do estado de Minas Gerais,


onde as demandas judiciais acabaram postergando ou cancelando vários projetos de saúde(inclusive campanhas importantes)
por causa do impacto das despesas com tratamentos e medicamentos obtidos pelo acesso da justiça.
Aponta o estudo que, diferente do que acontece na maior parte do país, Minas Gerais tem o diferencial de que as demandas,
em mais de 90%, têm representação de advogados particulares.
CONCLUSÃO: O acesso a estudos pontuais ajuda a entender o tamanho do impacto da judicialização da saúde em diversos
municípios de todo o Brasil, e como isso vem comprometendo (e pode comprometer ainda mais a longo prazo, já que as
demandas são crescentes em grandes proporções), o funcionamento do SUS como um todo, levando a uma importante reflexão
acerca de prioridades e de equidade.
2.3- indivíduo versus coletivo na judicialização
da saúde

 Apesar da judicialização da saúde ser um mecanismo que ajuda sanar negligências ou lacunas que
impedissem o cumprimento de direitos a saúde.
 impactando de forma profunda o orçamento de municípios, estados e até mesmo da União com essas
despesas, fazendo com que outras ações planejadas pelo SUS venham sendo postergadas ou canceladas, e
falte dinheiro para o atendimento, medicamento e tratamentos da população em geral, já que, em muitos
casos, a conta não fecha.
 Barroso (2009) afirma :
“os excessos e até mesmo as muitas inconsistências nas decisões judiciais, têm levado o poder público a ter que
abrir mão de prioridades básicas para atender a essas demandas e, com isso, o sistema de saúde como um todo
passa a ser ameaçado”
CONCLUSÃO

 A judicialização da saúde representa um avanço substancial, No entanto, seus excessos têm levado ao
crescente e grave comprometimento da saúde pública.
 O orçamento não pode ser visto como infindo diante de demandas que jamais terão fim, o que configura uma
equação de solução impossível

 É preciso que se pesem os direitos e os recursos em questão, ou uma medida que veio para fortalecer a
cidadania, acabará por promover uma grande ameaça a ela, levando a um desequilíbrio do Sistema Único
de Saúde que garante a sobrevivência de milhões de brasileiros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ASENSI, Felipe Dutra. Judicialização ou juridicização? As instituições jurídicas e suas


estratégias na saúde. Physis,
 BARROSO, Luís Roberto. Da falta de efetividade à judicialização excessiva: direito à saúde,
fornecimento gratuito de medicamentos e parâmetros para a atuação judicial. Jurisprudência Mineira,
v.60, n.188, 29-60, 2009.
 ______. A nova interpretação constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
 BOING, Alexandra, et al. A judicialização do acesso aos medicamentos em Santa Catarina:
um desafio para a gestão do sistema de saúde. Revista de Direito, São Paulo, v.14, n.1, 82-97,2013.
Obrigada!

Bianca Soares - soaresbianca253@gmail.com

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