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Judicialização da saúde

“ Via de Acesso a Cannabis a Fim da Profilaxia”

Profilaxia - medidas preventivas para a preservação da saúde da população.

Conceito de saúde

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é “um estado


de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades”, a saúde é apresentada como um valor coletivo, um
bem de todos. Saúde não é somente a ausência de doença, ter saúde envolve
condições socioeconômica, condições psíquicas e até mesmo culturais, uma
vez que a ausência destes trazem ao indivíduo prejuízos que afetam
diretamente sua saúde como um todo.

Há quem veja a saúde como emocional, outros veem como físico, e há quem
acredite que ambos são necessários. A saúde pode ser considerada um estado
de bem-estar que inclui também aspectos como nutrição, exercícios, bem-estar
emocional e envolvimento com a comunidade, podendo a saúde, ser afetada
por fatores como genética, ambiente insalubre e episódios traumáticos
vivenciados no decorrer da vida do indivíduo.

O direito a saúde está previsto inicialmente no artigo 6° na Constituição Federal


de 1988 (CF/88), como Direito Social. No dispositivo em comento estão
elencados os direitos mínimos e indispensáveis a garantia de uma existência
digna, sendo assim, os direitos sociais previstos na CF/88 têm o escopo de
garantir que certas situações incorporadas ao patrimônio humano sejam
preservadas pelo Estado.

A Carta Magna considera a saúde, direito de todos e dever do Estado,


conforme o artigo 196 da CF/88, a saúde é um direito garantido por meio de
políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de
outros agravos, garantindo também o acesso universal e igualitário. Visando a
garantia desse direito, criou-se o Sistema Único de Saúde (SUS), que se
baseia em três pilares: universalidade, igualdade de acesso e integralidade no
atendimento. A criação do SUS foi uma grande conquista democrática, antes
dele, apenas pessoas com vínculo formal de emprego ou que estavam
vinculadas à previdência social poderiam dispor dos serviços públicos de
saúde. Hoje, anos após sua criação e mesmo enfrentando problemas
financeiros, políticos e administrativos, o SUS continua sendo destinado a
todos e muitas políticas públicas são criadas a partir dessa visão.

Constitucionalmente, o Estado tem o dever de oferecer um atendimento


integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais, cabendo ao Estado estabelecer um conjunto de ações
que vão desde a prevenção até a assistência curativa, nos diversos níveis de
complexidade.

No entanto, essa ideia tem possibilitado uma interpretação de que o SUS deve
garantir tudo para todos, mas a realidade orçamentária com essa concepção
de que tudo deve ser ofertado, sob a visão de que tudo é direito do cidadão,
tem contribuído para o crescente fenômeno da judicialização da saúde.

Essas decisões judiciais referentes ao direito a saúde recaem com mais


frequência sobre os gestores públicos, ainda que atinja o setor privado, em
articular a medicina suplementar. A liminar, ferramenta jurídica de defesa dos
direitos do cidadão, é muito utilizada no âmbito do SUS para que este consiga
ter acesso a cirurgias ou medicamentos, em geral de alto custo, imprescindível
para sua sobrevivência.

Esse assunto se torna mais polêmico quando determinada decisão judicial


abrange terapias experimentais, ainda sem eficácia comprovada ou não
aprovadas nos órgãos de controle do País, ou quando não fazem parte do
conjunto de procedimentos inseridos nos protocolos clínicos do SUS.

Outro ponto que torna a judicialização complexa para o SUS é a indefinição de


responsabilidades entre as instâncias federal, estadual e municipal. A
jurisprudência majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF) tem entendido
que a responsabilidade pelas ações e serviços de saúde constitui obrigação
solidária entre União, estados e municípios.
Escassez econômica e subfinanciamento da saúde se somam a outros fatores
agravantes, como o envelhecimento da população e a incorporação de novas
tecnologias onerosas, para nos levar a uma encruzilhada entre o que é direito e
o que é possível.

https://www.almg.gov.br/export/sites/default/acompanhe/eventos/
hotsites/2016/encontro_internacional_saude/documentos/
textos_referencia/00_palavra_dos_organizadores.pdf

Assim, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como princípios organizativos:
a universalidade (garantia de acesso universal aos serviços de saúde em todos os níveis de
assistência), a integralidade (a assistência integral combina as ações e os serviços de promoção da
saúde, prevenção e de atenção curativa, além de integrar ações de caráter individual e coletivo em todos
níveis de complexidade) e a participação popular (o exercício do controle social sobre as atividades e
serviços públicos de saúde por meio de Conselhos e Conferências de Saúde).

Aplicação – Lei da saúde


Leis Orgânicas da Saúde
Para que efetivamente entrassem em vigor os artigos relativos à saúde da Constituição Federal de 1988,
foram necessárias leis orgânicas, cuja aprovação se deu somente em 1990: a Lei Orgânica da Saúde nº
8.080/90 e a Lei Orgânica da Saúde nº 8.142/90, que tiveram importantes artigos vetados pelo então
presidente Collor.
Com dois anos de atraso, em 1992, realizou-se a 9ª Conferência Nacional de Saúde, cuja recomendação
principal ficou por conta da ideia de que, além das leis orgânicas, precisavam ser definidas Normas
Operacionais Básicas (NOB) para que o SUS começasse a funcionar de fato.

Em 1993, no governo Itamar Franco, foi elaborada, no final do ano, a primeira proposta de Programa de
Saúde da Família, tentando dar forma para a Atenção Básica (porta de entrada do SUS).

Em 1994, começou novo governo (Fernando Henrique Cardoso), que inicialmente investiu muito pouco
em políticas de saúde. A forma de financiamento do PSF ainda não estava dada, tampouco a formação
dos recursos humanos para esse novo trabalho existia.
Somente em 1996 criaram-se os Polos de Capacitação, Formação e Educação Permanente para o
pessoal do PSF e uma proposta de ampliação dos recursos aos municípios que se comprometessem com
o PSF.

Um passo muito importante foi dado em 2001, por pressão de entidades ligadas ao Movimento Sanitário -
Rede Unida, Associação Brasileira de Ensino Médico (ABEM), Associação Brasileira de Enfermagem
(ABEn) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) -. Estas entidades articularam junto ao
Ministério da Saúde para que este colaborasse com a pressão sobre o MEC para assinar uma nova lei
de Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação da saúde.
A partir dessa aprovação, ficou estabelecido que todos os cursos de graduação da saúde deveriam
formar profissionais críticos, reflexivos, humanistas e de alta resolutividade (REDE UNIDA, 2002), com
um horizonte no SUS e com prazo de três anos para este início. Nesse sentido, o financiamento do
Ministério da Saúde para as Especializações e Residências em Saúde da Família e o PROMED,
conquistado em 2002, já apontavam nessa direção.
Já no governo Lula, em 2003, pela primeira vez, o Ministério da Saúde, assume-se como parte da luta
pela Reforma Sanitária (BRASIL, 2004).
Há uma reestruturação profunda na organização do Ministério: as políticas de saúde e a organização de
todos os esforços de atenção (de básica a alta complexidade) sob uma única secretaria demonstram este
avanço.
Mas foi na política de educação em saúde que a modificação foi mais evidente. Foi criada a Secretaria
da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SEGTES) com dois departamentos que unificaram a
gestão do trabalho e a educação em saúde, esta última organizada no Departamento de Gestão em
Educação e Saúde (DEGES), nas três dimensões que envolvem o Ministério da Saúde: educação
popular, educação técnica e educação superior, além de pensar ações estratégicas que contemplam esta
multiface que é a educação.
Em 2004, foi publicada a portaria ministerial adotando a Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde, com organização de Polos em todos os estados brasileiros, para modificar a formação de pessoal
na área de saúde.

Para ampliar o caminho em direção à consolidação do SUS em suas bases político-ideológicas e


estruturais criou-se a Política Nacional de Humanização do SUS, o Humaniza SUS. Este, junto do VER
SUS e do Aprender SUS, fizeram com que o SUS passasse a ser realmente uma prioridade.

Conceito da cannabis

Aplicação da cannabis

Caso + opinião (minha)

Conclusão

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