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Unidade Básica de

Saúde
Atenção
Primaria à Saúde
Conforme o ministério da saúde (2006) à
saúde “ é um conjunto de ações, de caráter
individual ou coletivo, situadas no primeiro
nível de atenção dos sistemas de saúde, a
prevenção de agravos, tratamentos e
reabilitação”.
Segundo a organização Mundial de saúde
Atenção Primaria a Saúde é:
....... Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e
métodos práticos, cientificamente comprovados e
socialmente aceitáveis, tornando universalmente acessíveis a
indivíduos e famílias na comunidade por meio aceitáveis
para eles e a um custo que tanto a comunidade quanto o
pais possa arcar em cada estagio do seu desenvolvimento,
um espírito de autoconfiança e determinação(Brasil,2005)
É a parte integral do sistema do Pais, do
qual é a função central, sendo o enfoque
principal do desenvolvimento social e
econômico global da comunidade.
É o primeiro nível de contato do indivíduos, da família
e da comunidade com o sistema nacional de saúde,
levando a atenção à saúde o mais próximo possível
do local onde as pessoas vivem e trabalham,
constituindo o primeiro elemento de um processo de
atenção continuada (Brasil,2005).
1978 – Após a conferencia realizada na então União
Soviética (URSS) denominada conferencia
Internacional Sobre Cuidados Primários de Saúde
elaborou-se proposta mundial para a saúde para
toda a população do mundo:- “Atenção Primaria à
saúde (APS) como estratégia Fundamental para se
alcançar saúde para todos no ano 2000.
1986 Ottawa, novembro - Primeira Conferencia
Internacional Sobre Promoção Da Saúde.
Na carta de Ottawa, na primeira conferencia
Internacional da Saúde em 21 de novembro de 1986,
emite a referida carta dirigida a execução dos seguintes
objetivo” saúde para todos no ano 2000”.
Retorna-se os critérios para promoção(Ideia) e
prevenção(realização da Ideia) na atenção básica.
Promoção a Saúde
Tem o significado de dar impulso a; fomentar(fazer crescer,
estimular, cercar e cuidado); originar; gerar (FERREIRA, 1986).
Promoção da saúde define-se, tradicionalmente, de maneira bem
mais ampla que prevenção, pois refere-se a medidas que "não se
dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem para
aumentar a saúde e o bem-estar gerais" (LEAVELL; CLARCK, 1976).
As estratégias de promoção enfatizam a transformação das
condições de vida e de trabalho que conformam a estrutura
subjacente aos problemas de saúde, demandando uma
abordagem intersetorial (TERRIS, 1990).
Prevenção
Tem o significado de "preparar; chegar antes de; dispor de
maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize" (FERREIRA,
1986).
A prevenção em saúde "exige uma ação antecipada, baseada no
conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o
progresso posterior da doença" (LEAVELL; CLARCK, 1976).
As ações preventivas definem-se como intervenções orientadas a
evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua
incidência e prevalência nas populações.
A base do discurso preventivo é o conhecimento epidemiológico
moderno; seu objetivo é o controle da transmissão de doenças
infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou
outros agravos específicos.
Proteção
A saúde fundamenta-se em ações específicas, de caráter defensivo,
com a finalidade de proteger indivíduos ou grupos de indivíduos
contra doenças ou agravos, com vistas à redução da vulnerabilidade
e o aumento da resistência. Portanto, considerando o amplo conjunto
de serviços e produtos sob a responsabilidade da vigilância sanitária,
cabe à mesma reconhecer as implicações que trazem para o modo
de vida e trabalho da sociedade e identificar e avaliar os riscos para
se antecipar à ocorrência de danos e fazer prevalecer os interesses e o
bem-estar da sociedade (BRASIL, 2011).
1988 Criação do SUS/Brasil
A elaboração da Constituição de 1988 sinaliza um
importante marco histórico na redefinição das políticas
sociais, sobretudo no campo da saúde pública do país,
com a criação do sistema unificado, integral e gratuito de
saúde; o SUS- Sistema Único de Saúde.
A saúde passa então a ser reconhecida e definida por lei
como um direito de todo o cidadão e dever do Estado,
expressa no art. 196 da Constituição que determina:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação.”.
Nesse contexto, a concepção de saúde deixa de ser
ausência de doença e passa a configurar-se uma nova e
ampliada perspectiva de saúde com ênfase nas ações de
atenção à promoção e proteção da saúde visando uma
melhoria da qualidade de vida da população.
De acordo com a afirmação da Declaração da Alma-
Ata: A saúde é um direito humano fundamental, e que a
consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais
importante meta social mundial, cuja realização requer a
ação de muitos outros setores sociais e econômicos.”
Concluindo, apesar desse esforço mundial de
promover a APS, no Brasil, esse processo encontrou
seu fortalecimento não apenas com a
implementação do SUS( 1988) mas, também com a
criação do Programa Saúde da Família.
Embora seja um processo vagaroso, segundo
Lamarck(1994)” em tudo o que a natureza opera, ela
nada faz bruscamente”.
Organização da Atenção Básica
-Tem como base a lei 8080(19 de setembro de 1990),
seguindo os princípios do SUS
Saúde como Direito
- “Saúde é direito e todos e dever do estado e devera ser
garantida mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doenças e de outros
agravos.”
Integralidade da Assistência
“Conjunto articulado e continuo de ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, em todos os
níveis de complexidade do sistema.”
Universalidade
-” Acesso garantido aos serviços de saúde para toda
população, em todos os níveis de assistência, sem
preconceito ou privilegio.”
Equidade
- “Igualdade na assistência a saúde , com ações e
serviços priorizados em função de situações de
risco, condições de vida e da saúde de
determinados indivíduos e grupos de população.
Equidade
Resolutividade
-” Eficiência na capacidade de resolução das
ações e serviços de saúde através de
assistência integral, continua e de boa
qualidade”.
Intersetorialidade
- “ Ações planejadas e executadas por outros setores do
governo, muitas vezes com a colaboração do setor
saúde, mas com recursos próprios desses setores (
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte,
o lazer, o acesso aos bens e serviços essenciais e as
ações que destinam a garantir as pessoas e a
coletividade as condições de bem estar físico, mental e
social)”.
Humanização do Atendimento
-” responsabilização mútua entre serviços e a
comunidade e estreitamento do vinculo entre equipes
de profissionais e a população.”
Participação Popular
-Democratização do conhecimento do processo
saúde/doença e do serviços, estimulando a
organização da comunidade para efetivo exercício do
controle social na gestão do sistema”.
A Lei 13.427 de 30 de março de 2017, não traz apenas
uma ação/serviço - ela altera o artigo 7º da LOS
8.080/90 e inclui um NOVO PRINCÍPIO, que garante às
mulheres a organização de atendimento público
específico e especializado para mulheres e vítimas de
violência doméstica em geral.
Norma Operacional da assistência á saúde (NOAS)
A norma operacional da assistência à saúde 01/2002 trata, entre
outras coisas, das responsabilidade e ações estratégicas mínimas
de atenção básica:
-Controle da Tuberculose
-Eliminação da Hanseníase
-Controle da Hipertensão
-Controle do Diabetes Melittus
-Ações de saúde Bucal
-Ações de saúde da criança
-Ações de Saúde da Mulher
O acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do
SUS, na implantação do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde e da estratégia de Saúde da
Família, elementos essenciais para a reorientação do
modelo de atenção, tem possibilitado a identificação de
um conjunto de questões relativas às bases conceituais e
operacionais do que se tem denominado "Atenção Básica
à Saúde" no Brasil, e de suas relações com os demais
níveis do sistema.
Esta discussão fundamenta-se nos eixos transversais da
universalidade, integralidade e equidade, em um contexto de
descentralização e controle social da gestão, princípios
assistenciais e organizativos do SUS, consignados na
legislação constitucional e infraconstitucional.

OBS: eixos transversais: são temáticas sobre valores sociais, valores são ética, orientação
sexual, pluralidade etc.
A expansão e a qualificação da atenção básica,
organizadas pela estratégia Saúde da Família,
compõem parte do conjunto de prioridades
políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e
aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde.
Esta concepção supera a antiga proposição de caráter
exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por
meio de práticas gerenciais e sanitárias(higiênico, limpo,
conservação individual), democráticas e participativas, sob
a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações
de territórios delimitados, pelos quais assumem
responsabilidade.
Obs. : Demo=Povo;
Crácia= governo
Os princípios fundamentais da atenção básica no
Brasil são: integralidade, qualidade, equidade e
participação social.
Mediante a adstrição de clientela, as equipes Saúde
da Família estabelecem vínculo com a população,
possibilitando o compromisso e a co-
responsabilidade destes profissionais com os
usuários e a comunidade.
Seu desafio é o de ampliar suas fronteiras de atuação
visando uma maior resolubilidade da atenção, onde a
Saúde da Família é compreendida como a estratégia
principal para mudança deste modelo, que deverá
sempre se integrar a todo o contexto de reorganização
do sistema de saúde.
A atenção Básica tem
como Fundamentos
I- possibilitar o acesso universal e continuo a serviços
de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados
como porta de entrada de preferencial do sistema
de saúde, com território adstrito de forma a permitir
o planejamento e a programação descentralizada, e
em consonância com o principio da equidade.
II- efetivar a integralidade em seus vários aspectos,
a saber: integração de ações programáticas e
demanda espontânea; articulações das ações de
promoções a saúde, prevenção de agravos,
vigilância à saúde, tratamento e reabilitação,
trabalho de forma interdisciplinar e em equipe, e
coordenação do cuidado na rede de serviços;
III- desenvolver relação de vinculo e
responsabilidade entre equipes e a população
adscrita garantindo a continuidade das ações
de saúde e a longitudinalidade do cuidado;
IV- valorizar os profissionais de saúde por meio
do estimulo e do acompanhamento constante
de sua formação e capacitação.
V- realizar avaliação e acompanhamento
sistemático dos resultados alcançados, como
parte do processo de planejamento e
programação;
VI- estimular a participação popular e controle
social.
Visando a operacionalização da atenção básica,
definem-se como áreas estratégicas para atuação em
todo território nacional a eliminação da hanseníase, o
controle da tuberculose, o controle da hipertensão
arterial, o controle da diabetes mellitus, a eliminação
da desnutrição infantil, a saúde da criança, a saúde da
mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a promoção
da saúde.
Outras áreas serão definidas regionalmente
de acordo com prioridades e pactuação
definidas.
Pode ocorrer suspensão dos programas ou suspensão do
PAB(Piso a Atenção Básica):
Quando não for alimentado os programas:
A)Sistema de Informação a atenção Básica(SIAB);
B)Sistema de informação ambulatorial - SAI;
C)Sistema de informação sobre morte- SIM;
D)Sistema de informação sobre nascidos vivos- SINASC;
E)Sistema de vigilância alimentar Nutricional –
SISVAN;
F)Sistema de informação de agravos de
Notificação –Sinan;
G) Sistema de informação do Programa
Nacional de Imunização – SIS-PNI
Após 3 meses sem alimentar o programa é
deixando de enviar o PAB para o município, se
for detectado malversação
Saúde da
Família
Saúde da Família é entendida como uma estratégia
de reorientação do modelo assistencial,
operacionalizada mediante a implantação de
equipes multiprofissionais em unidades básicas de
saúde.
Estas equipes são responsáveis pelo
acompanhamento de um número definido de
famílias, localizadas em uma área geográfica
delimitada.
As equipes atuam com ações de promoção da
saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de
doenças e agravos mais freqüentes, e na
manutenção da saúde desta comunidade.
A responsabilidade pelo acompanhamento das
famílias coloca para as equipes saúde da família a
necessidade de ultrapassar os limites
classicamente definidos para a atenção básica no
Brasil, especialmente no contexto do SUS
A estratégia de Saúde da Família é um projeto
dinamizador do SUS, condicionada pela evolução
histórica e organização do sistema de saúde no
Brasil.
A velocidade de expansão da Saúde da Família
comprova a adesão de gestores estaduais e
municipais aos seus princípios.
Iniciado em 1994, apresentou um crescimento
expressivo nos últimos anos.
A consolidação dessa estratégia precisa,
entretanto, ser sustentada por um processo que
permita a real substituição da rede básica de
serviços tradicionais no âmbito dos municípios e
pela capacidade de produção de resultados
positivos nos indicadores de saúde e de qualidade
de vida da população assistida.
A Saúde da Família como estratégia
estruturante dos sistemas municipais de
saúde tem provocado um importante
movimento com o intuito de reordenar o
modelo de atenção no SUS.
Busca maior racionalidade na utilização dos
demais níveis assistenciais e tem produzido
resultados positivos nos principais indicadores de
saúde das populações assistidas às equipes saúde
da família.
Equipes de Saúde
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o
elemento-chave para a busca permanente de
comunicação e troca de experiências e
conhecimentos entre os integrantes da equipe e
desses com o saber popular do Agente
Comunitário de Saúde.
Composição básica equipes:
médico de família,
um enfermeiro
um auxiliar de enfermagem
6 agentes comunitários de saúde.
Quando ampliada, conta ainda com:
um dentista, um auxiliar de consultório
dentário e um técnico em higiene dental
Cada equipe se responsabiliza pelo
acompanhamento de cerca de 3 mil a 4 mil e 500
pessoas ou de mil famílias de uma determinada área,
e estas passam a ter
co-responsabilidade no cuidado à saúde.
A atuação das equipes ocorre principalmente nas
unidades básicas de saúde, nas residências e na
mobilização da comunidade, caracterizando-se:
como porta de entrada de um sistema
hierarquizado e regionalizado de saúde;
por ter território definido, com uma população
delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir
sobre os fatores de risco aos quais a comunidade
está exposta; por prestar assistência integral,
permanente e de qualidade; por realizar atividades
de educação e promoção da saúde.
E, ainda: por estabelecer vínculos de
compromisso e de co-responsabilidade com
a população; por estimular a organização
das comunidades para exercer o controle
social das ações e serviços de saúde; por
utilizar sistemas de informação para o
monitoramento e a tomada de decisões;
por atuar de forma intersetorial, por meio de parcerias
estabelecidas com diferentes segmentos sociais e
institucionais, de forma a intervir em situações que
transcendem a especificidade do setor saúde e que têm
efeitos determinantes sobre as condições de vida e saúde
dos indivíduos-famílias-comunidade.
Agentes
Comunitários de Saúde
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde é hoje
considerado parte da Saúde da Família. Nos municípios onde
há somente o PACS, este pode ser considerado um programa
de transição para a Saúde da Família.
No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são
acompanhadas e orientadas por um
enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de
saúde.
Os agentes comunitários de saúde podem ser
encontrados em duas situações distintas em relação à
rede do SUS:
a) ligados a uma unidade básica de saúde ainda não
organizada na lógica da Saúde da Família ;
b) ligados a uma unidade básica de Saúde da Família
como membro da equipe multiprofissional.
Atualmente, encontram-se em atividade no país 204
mil ACS, estando presentes tanto em comunidades
rurais e periferias urbanas quanto em municípios
altamente urbanizados e industrializados.
Desempenho
Modelo de Atenção à Saúde do Brasil é
referência internacional.
- Estratégia Saúde da Família como
desenhada no caso Brasileiro é destaque e
modelo para outros países
- Atenção Básica em Saúde é a pauta
política dos gestores públicos.
A estratégia Saúde da Família está consolidada
nos municípios brasileiros.
- Estudos acadêmicos em curso demonstram
que a Saúde da Família no período de 1992 a
2002 apresenta indicadores animadores como a
redução da mortalidade infantil.
- Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em
parceria com a Universidade de São Paulo e
Universidade de Nova York, demonstra que a cada
10% de aumento de cobertura o índice de
mortalidade infantil cai em 4,6%.
Aumento da satisfação dos usuários quanto ao
atendimento recebido resultado das mudanças
das práticas das equipes de saúde.
Responsabilidades
das Esferas Gestoras em
Atenção Básica
Federal
- Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção
básica;
- Co-financiar o sistema de atenção básica;
- Ordenar a formação de recursos humanos;
- Propor mecanismos para a programação, controle,
regulação e avaliação da atenção básica;
- Manter as bases de dados nacionais.
Estadual
- Acompanhar a implantação e execução das ações de
atenção básica em seu território;
- Regular as relações inter-municipais;
- Coordenar a execução das políticas de qualificação
de recursos humanos em seu território;
- Co-financiar as ações de atenção básica;
- Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da
atenção básica em seu território.
Municipal
- Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu
território;
- Contratualizar o trabalho em atenção básica;
- Manter a rede de unidades básicas de saúde em
funcionamento (gestão e gerência);
- Co-financiar as ações de atenção básica;
- Alimentar os sistemas de informação;
- Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica
sob sua supervisão.

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