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Objetivo 1 – Definir o conceito ampliado de saúde.

O conceito ampliado de saúde foi formulado em 1986, na 8ª Conferência Nacional de


Saúde e aprovado pelos delegados da conferência. Ele inclui alimentação, habitação,
educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e
posse da terra e acesso a serviços de saúde como condições necessárias para se garantir a
saúde (RELATÓRIO FINAL 8ª CNSS, 1986). Segundo a professora da EPSJV e sanitarista
Angélica Fonseca (2011), citada por Raquel Júnia (2011) “Com a ampliação, se traz todo o
universo de ações da promoção, da prevenção e se convoca um olhar para refletir sobre
determinantes sociais e interações das ações de saúde em outros níveis da sociedade e com
outros setores." Dessa forma, e mediante o que a professora dissertou fica perceptível o
quanto a expansão desse conceito foi importante para compreender a saúde mais realista e
prática no que tange às condições dos indivíduos brasileiros.

Objetivo 2 - Nomear os princípios para promoção da saúde pela OMS

Concepção holística (olhar integral), intersetorialidade, empoderamento, participação


social, equidade, ações multi-estratégicas, sustentabilidade. (SÍCOLLI e NASCIMENTO,
2013). Nesse sentido, todos esses princípios têm sua importância particular, como:

1- Concepção holística: seria olhar não só para um determinado aspecto, como o bem estra
físico, que determina saúde, como todos em conjunto desde o aspecto mental, até o
financeiro e intelectual.

2- Intersetorialidade: É a ação em conjunto de vários setores com o da saúde, desde o setor


empresarial até a própria população com participações ativas e reivindicações dos seus
direitos. Logo, esse princípio é imprescindível para proporcionar uma percepção mais
abrangente da realidade e dos processos de saúde.

3- Empoderamento: É o posicionamento firme e forte com relação as ações de saúde,


importante para resolver os problemas relacionados a ela.

4- Equidade: Julgamento Justo, importante pois o atendimento médico deve seguir


procedimentos que respeitem as necessidades e vulnerabilidades de cada indivíduo, ou
seja, tratar desigualmente os desiguais.

5- Participação social: Importante, uma vez que através de ações da sociedade,


reivindicações e ajudas em campanhas e no próprio cumprimento das recomendações do
setor de saúde, pode-se chegara promoção dela.

6- Ações multi-estratégicas: Envolvimento de diferentes medidas e combinação de métodos


e abordagens variadas, incluindo desenvolvimento de políticas, desenvolvimento
comunitário, questões legislativas, educacionais e do âmbito da comunicação.

7- Sustentabilidade: Refere-se às necessidades do presente sem comprometer a capacidade


das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades, esse conceito se aplica a
saúde e é importante, pois é a partir da conexão entre meio ambiente e homem que há
uma comunidade saudável.
Objetivo 3- Relatar o processo evolutivo da saúde ao longo da história recente do Brasil

A evolução da saúde no contexto brasileiro remonta desde a fase de implementação


com a ideia e prática de medidas que asseguram a saúde, até atualidade com o seu sentido
ultrapassando os limites físicos e a garantia do acesso a ela de maneira igual. Fazendo uma
breve retrospectiva da Época Colonial até 1953, entende-se que no Brasil a saúde era um bem
restrito apenas a pessoas dotadas de riquezas ou que ainda exerciam algum tipo de trabalho e
ganhavam um fundo governamental para isso. A partir de 1953 a saúde no Brasil foi sofrendo
um processo gradativo de evolução.

1953

- Criação do Ministério da Saúde, regulamentado pelo Decreto nº 34.596, de 16 de novembro


de 1953 (Lei nº 1.920, de 25/7/1953).

- Tornou obrigatória a iodação do sal de cozinha destinado a consumo alimentar nas regiões
aborígenes do país (Lei nº 1.944, de 14/8/1953).

1970

- Reorganização administrativa do Ministério da Saúde, criando a Superintendência de


Campanhas de Saúde Pública (Sucam), subordinada à Secretaria de Saúde Pública e
incorporando o DENER, a CEM e a CEV (Decreto nº 66.623, de 22/5/1970).

- Criação da Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística da Saúde (Dnees), no


Departamento de Profilaxia e Controle de Doenças.

- Instalação das unidades de Vigilância Epidemiológica da Varíola, em âmbito estadual.

- Instituída a Fundação Oswaldo Cruz, congregando inicialmente o então Instituto Oswaldo


Cruz, a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde

1977

- Aprovação do modelo da Caderneta de Vacinação (Portaria GM/MS nº 85, de 4/4/1977).

- Publicação do Manual de Vigilância Epidemiológica e Imunizações Normas e Instruções.

- Instituiu o Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Portaria GM/MS nº 280, de


21/7/1977).

- Aprovação da meta de imunizar todas as crianças no mundo até 1990, pela Organização
Mundial de Saúde (OMS).

- Definição das vacinas obrigatórias para os menores de um ano, em todo território nacional
(Portaria Ministerial nº 452, de 1977).

1988
- Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, a partir daqui saúde passou a ser um direito e
não mais uma condição limitada à determinados grupos sociais.

Arts. 196 a 200 Seção II Da Saúde.

. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e


econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988)

1990

- Criação da Lei Federal n. 8.080, de 1990- Lei ORGÂNICA DE SAÚDE, regulamenta o


Sistema Único de Saúde com o objetivo de identificar e divulgar os condicionantes e
determinantes da saúde, formular a política de saúde para promover os campos econômico e
social e fazer ações de saúde de promoção, proteção e recuperação, integrando ações
assistenciais e preventivas. (BRASIL,1990)

2000

Criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar

– Regulamentação do setor privado de saúde. (BRASIL, 2011)

2001

- A Lei n.º 10.216 dispõe sobre a

proteção e os direitos das

pessoas portadoras de

transtornos mentais. (BRASIL,2011)

2003

- Criação do Serviço de Atendimento

Móvel de Urgência (SAMU).

2004

- Políticas Nacionais de Atenção

Integral à Saúde da Mulher, de

Humanização do SUS e de Saúde

do Trabalhador.

- Programa “Brasil Sorridente” – Um

conjunto de ações para melhorar as


condições de saúde bucal.

- Programa “Farmácia

Popular do Brasil”.

- Criação da Empresa Brasileira de

Hemoderivados e Biotecnologia

(Hemobras). (BRASIL, 2011)

2005

- Política Nacional de Direitos

Sexuais e Direitos Reprodutivos.

Publicação do Plano

Nacional de Saúde. (BRASIL, 2011)

2010

- Criação do primeiro

cadastro nacional de

pesquisas clínicas

realizadas em seres

humanos.

- Universidade Aberta do SUS.

Criação da Secretaria

Especial de Saúde

Indígena. (BRASIL, 2011)

2011

- Regulamentação da Lei nº 8.080, de 19/09/1990, que dispõe sobre a organização do Sistema


Único de Saúde - SUS.

- Plano Nacional de Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis.

- Regulamentação do Cartão Nacional de Saúde.

- Programa Saúde Não Tem Preço. (BRASIL, 2011)


2013

- Programa Mais Médicos: Criado para atender a necessidade de provimento emergencial de


médicos associado à formação voltada à Atenção Primária, vem, ao longo dos anos, atuando
de forma a minimizar o problema histórico da escassez desses profissionais nas diversas
frentes de atenção primária em todo o país. (BRASIL, 2013)

Objetivo 4 - Descrever a declaração de Alma-Ata e a Carta de Ottawa

Carta Ottawa

Essa Carta foi criada após a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da
Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, que seguramente contribuirá
para se atingir Saúde para Todos no Ano 2000 e anos subsequentes. Ela reconhece a
capacidade nos cidadãos de intervirem no sentido de obterem mais saúde; visa-se a sua
capacitação para que essa intervenção se dê de modo apropriado; entende-se como direito e
dever essa autoafirmação, esperando-se que sejam proativos e empreendedores na criação de
mudanças em si e no meio envolvente. (BRASIL, 2002). Desse modo, essa declaração é de
suma importância, pois coloca o cidadão como agente interventor e proativo na promoção a
saúde, algo imprescindível para o combate às desigualdades.

Declaração de Alma-Ata

A Declaração de Alma- Ata foi criada pela Organização Nacional de Saúde (OMS)
como resultado da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde no caminho
da promoção de saúde na República do Cazaquistão, em 1978, na cidade de Alma Ata.
(BRASIL, 2002). Ela afirmava a partir de dez pontos que os cuidados primários de saúde
precisavam ser desenvolvidos e aplicados em todo o mundo com urgência, particularmente
nos países em desenvolvimento. (FACCHINI, LUÍS, 2018). Além disso, entre os dez pontos
retratados por ela, há o reconhecimento da definição de saúde da OMS, que ressalta a
interferência da desigualdade social nas políticas de saúde, então, reafirma a responsabilidade
dos governantes na promoção a saúde mostrando a necessidade da universalização dos
cuidados e mostrando a atenção básica como o caminho.

Objetivo 5- Esclarecer o artigo 196 da constituição federal

Segundo o artigo 1988 da Constituição Federal de 1988 “A saúde é direito de todos e


dever do Estado, garantido mediante políticas sociais econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação”. Fruto de intensa mobilização conformada no
Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, entendida pelo sanitarista Sergio Arouca
(1941-2003) como um “projeto civilizatório”, a inclusão da saúde como direito na
Constituição, em 1988, representa importante e notável conquista social, da qual os
brasileiros pouco se apropriam. (BARDANACHVILI, ELIANE, 2015). Foi a partir desse
artigo que se alcançou a saúde o posto de direito fundamental social e universal, pois até o
ano de 1988, o acesso a saúde se dava a àqueles que trabalhavam formalmente e contribuíam
para o sistema previdenciário, os celetistas e servidores públicos, e a quem possuía recursos
financeiros para arcar com tratamentos médicos de forma particular. Ao restante da
população, não havia qualquer prestação estatal, estes dependiam apenas de filantropia e
caridade.

Objetivo 6- Definir o papel dos fóruns e conferências para a promoção da saúde (8ª
conferência nacional de saúde - 1986)

Conferências e fóruns de saúde são, hoje, os principais espaços para o exercício da


participação e do controle social sobre a implementação da política de saúde em todas as
esferas de governo (BRASÍLIA, 2009). Diante disso, elas têm como objetivo avaliar a
situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política desse setor.

Nesse sentido, a Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986 debateu três


temas principais: ‘A saúde como dever do Estado e direito do cidadão’, ‘A reformulação do
Sistema Nacional de Saúde’ e ‘O financiamento setorial’ (BRASIL, 2019). Desse modo, foi a
primeira conferência que contou com a participação de usuários, o que coloca ela como ponta
pé inicial da participação popular nos discursões internacionais acerca da promoção da saúde.

Objetivo 7 - Relacionar a qualidade de vida a partir dos determinantes sociais

Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os


determinantes sociais são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais,
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus
fatores de risco na população. Diante disso, é visível que tal conceito social está
intrinsecamente ligado à qualidade de vida, visto que a condição social determina o grau de
exposição a riscos que causam danos à saúde no indivíduo, como por exemplo: a falta de
recursos impactar no acesso à moradia digna, a alimentação adequada e até no acesso a
serviços de saúde mais eficazes.

Ademais, também entra como exemplo a vulnerabilidade à ocorrência de doença


físicas que algumas raças podem sofrer, como os negros com a hipertensão segundo o Jornal
da Unicamp (2017). Por tudo isso, entende-se que tem uma qualidade de vida boa ou ruim
não depende só de um caráter socioeconômico, mas também físicos, culturais, raciais e
comportamentais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Manuel. Hipertensão é mais persistente entre negros, aponta estudo. Jornal da
Unicamp, 2017. Disponível em:
https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2017/07/13/hipertensao-e-mais-persistente-e
ntre-negros-aponta-estudo

BARDANACHVILI, Eliane. Os brasileiros e o artigo 196 da Constituição – reflexão


para a 15ª Conferência Nacional de Saúde. Centro de Estudos Estratégicos da Fio
Cruz, 2015. Disponível em: https://cee.fiocruz.br/?q=node/90

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. As Conferências Nacionais de


Saúde: Evolução e perspectivas. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília:
CONASS, 2009.100 p. (CONASS Documenta; 18)

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Lei no 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a


promoção, proteção e recuperação da saúde, da organização e funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências (Lei Orgânica da Saúde).

BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório final da VIII Conferência Nacional de

Saúde, 1986.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Subsecretaria de Assuntos


Administrativos. SUS: a saúde do Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva,
Subsecretaria de Assuntos Administrativos. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde,
2011

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. 8ª Conferência Nacional


de Saúde: quando o SUS ganhou forma, 2019. Disponível em:
http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/592-8-conferencia-nacional-de-saude-qu
ando-o-sus-ganho

BRASIL. Edital n° 39, de 8 de julho de 2013. Adesão de Médicos ao Programa Mais


Médicos para o Brasil. Diário Oficial da União 2013; 9 jul.

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE,


1978, Alma-Ata. Declaração de Alma-Ata. In: BRASIL. Ministério da Saúde.

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE, 1., 1986,


Ottawa. Carta de Otawa. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de
Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As cartas da promoção da saúde. Brasília, DF, 2002.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf>

FACCHIN, Luiz. A Declaração de Alma-Ata se revestiu de uma grande relevância em


vários contextos. Agência Fiocruz Notícias, 2018. Disponível em:
https://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/a-declaracao-de-alma-ata-se-revestiu-de-uma-
grande-relevancia-em-varios

RAQUEL, Júnia. Conceito ampliado de saúde pode ajudar a saber se uma população
saudável. Agência Fiocruz de Notícias, 2011. Disponível em:
https://agencia.fiocruz.br/conceito-ampliado-de-sa%C3%BAde-pode-ajudar-a-saber-se-u
ma-popula%C3%A7%C3%A3o-%C3%A9-saud%C3%A1vel

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