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REFORMA

SANITÁRIA E A
8ª CONFERÊNCIA
NACIONAL DE
SAÚDE
Prof.ª: Lillian De Lima
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA
ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO BRASIL
o1897 a 1930: Sanitarismo campanhista;
o1920 a 1945: Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs),
Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs), Serviço Especial de
Saúde Pública;
o1945 a 1967: Ministério da Saúde, Hospitais no centro da
assistência à saúde, Instituto Nacional de Previdência Social.
o1968 a 1980: Instituto Nacional de Medicina e Previdência
Social – INAMPS, Declaração de Alma-Ata – Atenção primária
à saúde, Início do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira.
Duncan, 2013
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SISTEMA NACIONAL DE
SAÚDE

 1966: INPS
 Assistência restrita aos
trabalhadores que contribuíam,
prevalecendo a lógica
contraprestacional e da
cidadania regulada.

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Cohn, 1988
REFORMA SANITÁRIA
 A partir da década de 1970, em oposição ao complexo médico-
industrial, surgiu o chamado Movimento pela Reforma Sanitária, que
inclui a participação de vários movimentos que, autonomamente,
iniciavam uma contraposição à política hegemônica.

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REFORMA SANITÁRIA
 A Reforma Sanitária brasileira foi um movimento social;
 Nasceu na luta contra a ditadura, com o tema: Saúde e
Democracia;
 Estruturou-se nas universidades, no movimento sindical e em
experiências regionais de organização de serviços;
 Consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986,
onde discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil.

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FIOCRUZ, 2019
INSTITUIÇÕES
Empenhadas na universalidade e equidade de assistência à saúde
Medicina social passa
Defesa dos interesses a se chamar:
coletivos SAÚDE COLETIVA

Criação da revista
“Saúde em Debate”
Importante interlocutor
político nos embates e
debates de políticas da saúde

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CEBES, 2015
REFORMA SANITÁRIA
Eram propostas do movimento:
 Reformulação política – saúde como direito de todos;
 Reformulação do setor de saúde – serviços de saúde em todos os
níveis assistenciais além da mudança do paradigma sanitário;
 Ideológica – reforma sob os pressupostos de Medicina Preventiva
e Social e conceito de saúde;
 Reformulação social – saúde como direito social.

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Gerschmam, 2006
COMPUNHAM O MOVIMENTO
 Técnicos do setor da saúde;
 Acadêmicos;
 Secretários de saúde;
 Simpatizantes da discussão de saúde;

1981 – Deram início ao Plano CONASP – “Conselho


Consultivo de Administração de Saúde Previdenciária” e as
Ações Integradas de Saúde (AIS).
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Gerschmam, 2006
AÇÕES INTEGRADAS DE
SAÚDE
Consistiam em:
 Convênios com os municípios e estados;
 Repasses de dinheiro da previdência para o nível mais
descentralizado;
 Ampliação da oferta de serviços de saúde;
 Maior ênfase nas ações básicas e preventivas;
 Maior ambulatorização.

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Gerschmam, 2006
DIRETAS JÁ!
 1983: Tancredo Neves;
 Novas propostas ministeriais no âmbito da saúde;
 Abre espaços para profissionais da saúde militantes do
Movimento Sanitário:
Hésio Cordeiro assume a presidência do INAMPS e cria o
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS);
Sérgio Arouca assume a FIOCRUZ e o Ministério da Saúde.

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FIOCRUZ, 2019
INTEGRALIDADE

 Concepção do
“Saúde não é
processo saúde- simplesmente a ausência
doença como parte de doença. É bem-estar
integrante do social; físico, mental, social e
 Influência da político.”
Conferência de - Sérgio Arouca
Alma Ata.

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FIOCRUZ, 2019
PROPOSIÇÕES
1. Saúde como direito de todo o cidadão, independente de ter
contribuído, ser trabalhador rural ou não trabalhador;
2. As ações de saúde devem garantir o acesso da população às
ações de cunho preventivo e/ou curativo e, para tal, devem
estar integradas em um único sistema;
3. Descentralização da gestão, tanto administrativa, como
financeira;
4. Controle social das ações de saúde

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VIII CONFERÊNCIA NACIONAL
DA SAÚDE
 Março de 1986;
 Ápice da Reforma Sanitária Brasileira;
 Convocada pela Presidência da República → Responsabilidade do
Ministério da Saúde;
 Organizada e Presidida pelo então Presidente da Fundação Oswaldo Cruz:
Sergio Arouca;
 1ª conferência aberta ao povo - o interesse da sociedade levou à
participação popular.

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Aguiar, 2011
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VIII CONFERÊNCIA NACIONAL
DA SAÚDE
 Os temas da conferência eram: saúde como direito, reformulação do Sistema
Nacional de Saúde e financiamento do setor.
 Os principais pontos discutidos foram:
• Saúde como direito de todos e dever do Estado;
• Equidade e integralidade das ações de saúde;
• Separação da Saúde da Previdência;
• Sistema público com comando único;
• Conceito abrangente de saúde;
• Política de financiamento do setor saúde.
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Aguiar, 2011
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL
DA SAÚDE
 Para a construção de um Sistema Único, regionalizado, e
hierarquizado com acesso universal igualitário;
 Firmaram-se as propostas de universalização, unificação do
sistema, integralidade das ações e da atenção, descentralização e
participação popular

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Cotta, 2013
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1988
 Em outubro 1988, foi promulgada a Constituição Federal, que
aprovava a criação do SUS, incorporado das propostas das emendas
populares do Movimento da Reforma Sanitária, acompanhadas da
participação dos seguimentos interessados Federal de 1988;
 Leis Orgânicas do SUS 8.080/90 e 8.142/90;
 Normas Operacionais Básicas (NOBs) de 1991, 1993 e 1996;
 Emenda Constitucional 29/2000.

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BRASIL, 1988
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1988
 O SUS é definido pelo artigo 198, do seguinte modo :
“As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada, e que constituem um sistema único,
organizado.”
 Parágrafo único:
“O Sistema Único de Saúde será financiado, com recursos do
orçamento de seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal, e dos municípios, além de outras fontes.”

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BRASIL, 1988
LEI 8.080/90 - LEI ORGÂNICA
DA SAÚDE
 Estabelecida em 19 de setembro de 1990 e instituiu o famoso Sistema
Único de Saúde (SUS);
 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes

CNS, 1990 21
NOVA CONCEPÇÃO DE SAÚDE
 ANTES: saúde = ausência de doença;
 AGORA: saúde é um direito de todos e um dever do Estado;
 VISANDO: redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação

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Paim, 2012
PRINCIPAIS DOUTRINAS DO
SUS

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UNIVERSALIDADE
 Saúde é direito de todos e dever do Estado
 Independe de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou
pessoais.

CNS, 1990 24
EQUIDADE
 Diferente de igualdade, significa
dar saúde de forma proporcional à
necessidade de cada um;
 Baseada na discriminação positiva
(mais para quem mais precisa);
 Equilíbrio: reduzir desigualdade
social e disparidades regionais.

CNS, 1990 25
INTEGRALIDADE
 Considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas
necessidades;
 Integração de ações incluindo a prevenção de doenças, promoção de
saúde e articulação com outras políticas públicas.

CNS, 1990 26
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS

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REGIONALIZAÇÃO E
HIERARQUIZAÇÃO
 O acesso ao sistema ocorre de acordo com a complexidade do
problema e em nível crescente de complexidade: casos simples vão
para a atenção primária, casos complexos para atenção secundária e
terciária.

CNS, 1990 28
DESCENTRALIZAÇÃO E
COMANDO ÚNICO
 Redistribuir responsabilidades entre os 3 níveis de governo:
municipal, estadual e federal;
 Problemas nacionais têm que ser tratados pelo governo federal,
problemas de um estado pelo governo estadual, problemas
municipais pela prefeitura.

CNS, 1990 29
PARTICIPAÇÃO POPULAR
 É a garantia de que o povo participará na construção das políticas de
saúde e no controle de sua execução;
 Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde: controlar e avaliar a
execução da política de saúde.

CNS, 1990 30
OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES
DO SUS
 Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde;
 Formular políticas de saúde;
 Fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização
integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas;
 Executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica.

Paim, 2012 31
EXECUTAR AÇÕES DE
VIGILÂNCIA
 Participar na formulação da política e na execução de ações de
saneamento básico;
 Participar da formulação da política de recursos humanos para a
saúde;
 Realizar atividades de vigilância nutricional e orientação alimentar;
 Participar das ações direcionadas ao meio ambiente;
 Formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos e outros insumos de interesses a saúde e a
participação na sua produção.
Paim, 2012 32
CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
DE SERVIÇOS, PRODUTOS E
SUBSTÂNCIAS DE INTERESSE
 Fiscalização e inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo
humano;
 Participação no controle e fiscalização dos produtos psicoativos,
tóxicos e radioativos;
 Incremento do desenvolvimento científico e tecnológico na área da
saúde;
 Formulação e execução da política de sangue e de seus derivados.

Paim, 2012 33
O MAIOR SISTEMA PÚBLICO DE
SAÚDE DO MUNDO
 Única a garantir assistência integral e totalmente gratuita para a
totalidade da população;
 Atende cerca de 190 milhões de pessoas;
 Inclui pacientes portadores de HIV (sintomáticos ou não), renais
crônicos, pacientes com câncer e outros;
 Conselho de Saúde de caráter permanente e deliberado;
 Conferência e Conselho de Saúde pelo menos em cada quatro anos.

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