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FONTE: https://br.pinterest.

com/indiosBR/indios-do-brasil-indians-of-brazil/
O SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE E
A ATENÇÃO À SAÚDE
DOS POVOS INDÍGENAS

Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena


Curso: Gestão em Saúde Coletiva Indígena
Tema Contextual: SAÚDE INDÍGENA
Prof. Me: ANA PAULA BARBOSA ALVES

1
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS
INDÍGENAS

• AULA - Abordar a história e a evolução das políticas


públicas de saúde e a criação do Sistema Único de
Saúde (SUS), seus princípios e diretrizes e como se
organizam os serviços para alcançar seus objetivos.

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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A ATENÇÃO

FONTE: https://cee.fiocruz.br/?q=node/1061
À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS

• O Brasil tem hoje um sistema


público de saúde de acesso
universal e atenção integral.

• O Sistema Único de Saúde (SUS) -


sistema público de saúde
brasileiro - é resultado de
conquistas sociais.
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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A ATENÇÃO À SAÚDE

FONTE: https://cee.fiocruz.br/?q=node/1061
DOS POVOS INDÍGENAS
• O SUS atende a todos os brasileiros, sendo
que 75% da população depende única e
exclusivamente deste sistema para suas
necessidades em saúde.

• Além das transformações políticas, que


redemocratizaram o país após 37 anos de
regime militar (1964-1985), ocorreram,
grandes mudanças sociais, econômicas e
demográficas nas últimas cinco décadas.

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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A ATENÇÃO À
SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS

Em 1986 foi realizada a VIII


FONTE: http://www.ccs.saude.gov.br/cns/index.php

Conferência Nacional de Saúde


(CNS). Nessa conferência
foram lançadas as bases
doutrinárias do SUS.

5
Relatório final
O conceito amplo de saúde;

A saúde como direito de cidadania e dever


do Estado;
FONTE: http://www.ccs.saude.gov.br/cns/index.php

A instituição de um Sistema Único de Saúde, organizado


pelos princípios da universalidade, da integralidade, da
equidade, da descentralização, regionalização,
hierarquização e da participação da sociedade.

Como desdobramento foi criada a Comissão Nacional da Reforma


Sanitária, cujos trabalhos técnicos subsidiaram a elaboração da seção da
saúde da Constituição Federal de 1988.
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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A ATENÇÃO

FONTE: https://desacato.info/a-reforma-sanitaria-brasileira-parte-2/
À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS

Houve uma aproximação entre o


pensamento e a ideologia da reforma
sanitária e o movimento indígena, que luta
pela demarcação de seus territórios, do
reconhecimento de sua identidade e
diversidade cultural e pelo direito de
acesso a serviços de saúde diferenciados,
que levem em consideração as
necessidades e as formas tradicionais de
cuidado e de cura.
7 7
FONTE: https://desacato.info/a-reforma-sanitaria-brasileira-parte-2/
“Reforma Sanitária”

“Reforma Sanitária” é o nome da


plataforma política defendida pelo
“Movimento Sanitário Brasileiro”, que
representou uma ampla articulação de
atores sociais, incluindo membros dos
departamentos de medicina preventiva de
várias universidades, entidades como o
Centro Brasileiro de Estudos (CEBES),
fundado em 1978.
8 8
“Reforma Sanitária”

FONTE: https://desacato.info/a-reforma-sanitaria-brasileira-parte-2/
Incluía em sua pauta uma nova organização
do sistema de saúde no país – com várias
características que o SUS adotou, em
particular uma concepção ampliada dos
determinantes sociais do processo saúde-
doença e a criação de um sistema público
de assistência à saúde, gratuito, com
garantia de acesso universal do cuidado
para todos os brasileiros (Reis et al.,2013).

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O SISTEMA ÚNICO DE

utilizo-o-sus-sera/
FONTE: https://ejifar.com/index.php/2020/06/10/tenho-plano-de-saude-e-nao-
SAÚDE E A ATENÇÃO À
SAÚDE DOS POVOS
INDÍGENAS
O SUS pode ser
entendido como
Política de Estado já
que concretiza uma
decisão tomada pelo
Congresso Nacional, ao
promulgar a
Constituição Federal de
1988. 10
utilizo-o-sus-sera/
FONTE: https://ejifar.com/index.php/2020/06/10/tenho-plano-de-saude-e-nao-
A implantação do
SUS teve início com
as Leis nº 8.080, de
19 de setembro de
1990 e Lei nº 8.142
de 28 de dezembro
de 1990. Chamadas
de Leis Orgânicas da
Saúde.
11
A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de

utilizo-o-sus-sera/
FONTE: https://ejifar.com/index.php/2020/06/10/tenho-plano-de-saude-e-nao-
1990
“Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes” e está
relacionada à: organização, direção, gestão,
competência e atribuições dos níveis
federal, estadual e municipal em saúde;
participação complementar do sistema
privado; recursos humanos; financiamento
e gestão financeira, planejamento e
orçamento. 12
A Lei nº 8.142 de dezembro

utilizo-o-sus-sera/
FONTE: https://ejifar.com/index.php/2020/06/10/tenho-plano-de-saude-e-nao-
de 1990
“Refere-se às transferências
intergovernamentais de recursos
financeiros e sobre a participação da
comunidade na gestão do SUS, instituindo
os Conselhos de Saúde e conferindo
legitimidade aos organismos de
representação de governos estaduais
(CONASS – Conselho Nacional de Secretários
Estaduais de Saúde) e municipais
(CONASEMS – Conselho Nacional de
Secretários Municipais de Saúde)” (BRASIL,
1990).
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SUS

utilizo-o-sus-sera/
FONTE: https://ejifar.com/index.php/2020/06/10/tenho-plano-de-saude-e-nao-
As bases legais do SUS aproximam
seu marco jurídico dos princípios do
Estado de Bem Estar Social, em
contraposição à perspectiva liberal e
neoliberal de redução do papel do
Estado na garantia das condições de
vida e saúde da população.
Portanto, o SUS nasce como uma
opção político-ideológica que vai
enfrentar muitos obstáculos.
14
SUS

utilizo-o-sus-sera/
FONTE: https://ejifar.com/index.php/2020/06/10/tenho-plano-de-saude-e-nao-
É fundamental entender o enorme
desafio de estruturar o SUS numa
sociedade capitalista e periférica na
qual existem diferentes concepções
de Estado, de Política e da natureza
das relações entre o público e o
privado (TEIXEIRA, 2011).

15
Leis Orgânicas da Saúde:

A lei nº 8.080 A Lei nº 8.142


Que dispõe sobre as condições para Que regula a participação
promoção, proteção e recuperação da social na saúde em seus
saúde no país e orienta as diferentes níveis.
Constituições Estaduais e as leis
municipais da saúde;

16
Os Princípios do SUS

Doutrinários ou Finalísticos
Universalidade

Equidade

Integralidade

17
Os Princípios do SUS
Regionalização

Organizativos Hierarquização
Resolubilidade
Descentralização
Participação Social
Longitudinalidade
Complementariedade do setor privado
18
Os Princípios do SUS

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=zSmpHJzCR9M
O ponto de partida
o artigo 196 da Constituição Brasileira
que afirma: “A saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantida mediante
políticas sociais e econômicas que visem
a redução do risco de doença e de outros
agravos e o acesso igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.

19
Os Princípios do SUS

tipos-constituicao-brasileira-1988/
FONTE: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/constituicao-o-que-e-para-que-serve-
Sua ideia central é a do
direito à saúde como
direito de cidadania,
cabendo ao Estado a
promoção da saúde de
todos os brasileiros,
protegê-los dos riscos aos
quais estão expostos.

20
Os Princípios do SUS

tipos-constituicao-brasileira-1988/
FONTE: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/constituicao-o-que-e-para-que-serve-
E no setor saúde, garantir o
acesso de todos cidadãos
às ações e serviços de
saúde reformando o
sistema (e os serviços) de
saúde no sentido da
universalização do acesso
e da integralidade das
ações.

21
FONTE: https://soumaissus.blogspot.com/2015/03/conceito-fundamental-do-sus.html
Universalidade

A universalidade é um
princípio finalístico do
SUS que pressupõe a
extensão da cobertura
dos serviços de saúde,
para que se tornem
acessíveis a toda
população.

22
Equidade

FONTE: http://www.citypenha.com.br/materiasmonta.php?acao=m&id=1369
A equidade, que pode ser
traduzida por “tratar
desigualmente os desiguais”.

23
Equidade

FONTE: http://www.citypenha.com.br/materiasmonta.php?acao=m&id=1369
É pelo princípio da equidade
que o SUS deve colaborar para
que todos tenham igualdade de
oportunidades de
sobrevivência, desenvolvimento
social e cultural: pessoas e
grupos sociais.

24
Equidade

FONTE: http://www.citypenha.com.br/materiasmonta.php?acao=m&id=1369
Uma importante
contribuição que o sistema
de saúde pode dar para a
superação dessas
desigualdades é priorizar a
atenção junto a grupos
sociais de maior
vulnerabilidade (TEIXEIRA,
2011).
25
São necessárias políticas

FONTE: http://www.citypenha.com.br/materiasmonta.php?acao=m&id=1369
específicas voltadas ao
atendimento de necessidades
de segmentos da população
expostos a riscos diferenciados
de adoecer e morrer em função
de características genético-
hereditárias, econômicas,
histórico-políticas e
socioculturais, como é o caso
das comunidades indígenas no
Brasil.
26
O princípio da equidade pressupõe

FONTE: http://www.citypenha.com.br/materiasmonta.php?acao=m&id=1369
reorientação de investimentos, com
prioridade para a atenção primária
em saúde, para o desenvolvimento
de serviços de saúde nas várias
regiões do país e para a
reorientação do modelo assistencial
de acordo com necessidades e
problemas de saúde, o que significa
organizar serviços e ações com base
na Epidemiologia.

27
FONTE: http://www.citypenha.com.br/materiasmonta.php?acao=m&id=1369
A ideia de equidade foi
incorporada e até
mesmo substituiu o
conceito de igualdade.
Igualdade significaria a
distribuição homogênea,
a cada pessoa uma
mesma quantidade de
bens ou serviços.
28
rapida-reflexao-necessaria/
FONTE: https://www.plural.jor.br/colunas/politicas/igualdade-ou-equidade-uma-
Equidade, por sua vez, levaria em
consideração que as pessoas são
diferentes, tem necessidades
diversas. Uma distribuição equitativa
responde ao segundo elemento do
princípio marxista “dê a cada um
segundo suas capacidades, e a cada
um segundo suas necessidades”
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/di
cionario/verbetes/equsau.html

29
Integralidade
O terceiro princípio finalístico do SUS é o da integralidade do
cuidado, que se articula diretamente com a equidade.

Para atingir os princípios finalísticos é necessário que se


desenvolvam modelos de atenção integral à saúde.
30
• Disponibilizar unidades de prestação de serviços,
Integralidade

docs/eventos/mostra/et/ok9h_adriana_castro_et.pdf
FONTE:chromeextension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://189.28.128.100/dab/
pessoal capacitado e os recursos necessários para a
produção de serviços de saúde, desde ações
específicas para grupos populacionais definidos.

31
Os Princípios do SUS
Na direção da
universalidade e da
integralidade do cuidado, SUS
revelaram alguns princípios
organizativos gerais que
foram incorporados à
Integração das ações
legislação sanitária de promoção, Descentralização da
brasileira na forma de prevenção e de gestão
diretrizes estratégicas para tratamento e cura.
a organização dos serviços
do SUS.
Hierarquização dos
serviços de saúde

32
• Para a descentralização da gestão do sistema é necessária a
Os Princípios transferência de poder de decisão sobre a política de saúde do
do SUS nível federal, localizado no Ministério da Saúde, para as
secretarias estaduais e municipais de saúde em todo o país.

FONTE: https://guiadobitcoin.com.br/noticias/a-descentralizacao-de-
tudo-cultura-e-mudanca/ 33
Descentralização
• A transferência de
poder, por sua vez,
implica na redefinição
das funções e
responsabilidades de
cada nível de governo
com relação à condução
do sistema de saúde em
seu respectivo território
(nacional, estadual ou
municipal).
FONTE: https://guiadobitcoin.com.br/noticias/centralizado-x-
descentralizado-a-evolucao-da-economia-e-do-dinheiro/ 34
Descentralização

A forma como os serviços de saúde no SUS estão


organizados entre si e com os usuários é consequente à
forma como foi estabelecida sua regionalização. O
forte movimento municipalista existente à época da
criação do SUS indicou a municipalização como
estratégia de descentralização e regionalização dos
serviços de saúde.

35
Hierarquização

• A hierarquização
dos serviços está
relacionada à sua
complexidade
tecnológica e
capacidade
resolutiva.

36
Hierarquização
• O objetivo da
hierarquização é o
estabelecimento de uma
rede de unidades de
diferentes complexidades,
articuladas entre si e com
a rede de atenção
primária, de gestão
municipal (no caso da
saúde indígena, de gestão
federal).

37
Hierarquização
• Um sistema de referência e
contrarreferência de
usuários e informações de
saúde é responsável pela a
articulação entre as
unidades de saúde mais
simples e as mais
complexas (regulação do
sistema). Criam-se assim
redes hierarquizadas.

38
Redes Hierarquizadas

FONTE: https://revistastatto.com.br/bem-estar/saude/voce-ja-ouviu-falar-da-raps/
O estabelecimento de redes
hierarquizadas pode
consolidar o fluxo de
atenção, principalmente para
serviços específicos como é a
rede de atendimento a
urgências e emergências, a
rede de atenção à saúde
mental, a rede cegonha,
entre outras.

39
Os Princípios do SUS

top03p05.html
FONTE:https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/10189/mod_resource/content/1/un03/
A Rede de Atenção à Saúde (RAS)
é definida como arranjo
organizativo de ações e serviços
de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas, que
integradas por meio de sistemas
de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a
integralidade do cuidado
(Ministério da Saúde, portaria
4279, 30 de dezembro de 2010).

40
Os Princípios do SUS

top03p05.html
FONTE:https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/10189/mod_resource/content/1/un03/
O objetivo da RAS é promover a
integração sistêmica, de ações e
serviços de saúde com provisão de
atenção contínua, integral, de
qualidade, responsável e humanizada,
bem como incrementar o desempenho
do sistema, em termos de acesso,
equidade, eficácia clínica, sanitária e
econômica. (Ministério da Saúde,
portaria 4279, 30 de dezembro de
2010).

41
Os Princípios do SUS

top03p05.html
FONTE:https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/10189/mod_resource/content/1/un03/
As RAS caracteriza-se pela formação de
relações horizontais entre os pontos de
atenção com o centro de comunicação na
Atenção Primária à Saúde (APS), pela
centralidade nas necessidades em saúde de
uma população, pela responsabilização na
atenção contínua e integral, pelo cuidado
multiprofissional, pelo compartilhamento de
objetivos e compromissos com os resultados
sanitários e econômicos. (Ministério da
Saúde, portaria 4279, 30 de dezembro de
2010).

42
Os Princípios do SUS

top03p05.html
FONTE:https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/10189/mod_resource/content/1/un03/
Fundamenta-se na compreensão
da APS como primeiro nível de
atenção, enfatizando a função
resolutiva dos cuidados
primários sobre os problemas
mais comuns de saúde e a partir
do qual se realiza e coordena o
cuidado em todos os pontos de
atenção. (Ministério da Saúde,
portaria 4279, 30 de dezembro
de 2010).

43
ATIVIDADE

44
Atividade - Escreva qual princípio ou diretriz do SUS está sendo descrito nos
cartões abaixo?
Princípio onde o indivíduo passa a ter direito de acesso a
todos os serviços públicos de saúde, independente de
sexo, raça, renda, ocupação ou outras características
sociais ou pessoais.

Universalidade

É a garantia a todas as pessoas, em igualdade de


condições, ao acesso às ações e serviços dos diferentes
níveis de complexidade do sistema e em suas
diferentes necessidades.

Equidade
45
Atividade - Escreva qual princípio ou diretriz do SUS está sendo descrito nos
cartões abaixo?
Pressupõe o acesso a todos os níveis de atenção à
saúde, desde ações de promoção, proteção e
reabilitação da saúde até serviços especializados, de
maior densidade tecnológica.
Integralidade

Arranjo organizativo de ações e serviços de saúde, de


diferentes densidades tecnológicas, que integradas
por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.

Redes de Atenção à Saúde


46
Atividade - Escreva qual princípio ou diretriz do SUS está sendo descrito nos
cartões abaixo? Está relacionada à sua complexidade tecnológica e
capacidade resolutiva. O objetivo da hierarquização é o
estabelecimento de uma rede de unidades de
diferentes complexidades, articuladas entre si e com a
rede de atenção primária, de gestão municipal (no
caso da saúde indígena, de gestão federal).
Hierarquização A transferência de poder, por sua vez, implica na
redefinição das funções e responsabilidades de cada
nível de governo com relação à condução do sistema de
saúde em seu respectivo território (nacional, estadual
ou municipal), além da transferência de recursos
financeiros, materiais e humanos para estados e
Descentralização municípios.
47
A Norma Operacional Básica 93 – NOB-SUS,1993
Ratificou as recém-criadas instâncias
intergestoras:
a) Comissão Intergestora Tripartite (CIT),
com representação do Ministério da
Saúde, das secretarias estaduais de saúde
e das secretarias municipais de saúde,
representadas pelo Conselho Nacional de
Secretários Estaduais de Saúde – CONASS e
pelo Conselho Nacional de Secretários
Municipais de Saúde – CONASEMS,
respectivamente;
48
A Norma Operacional Básica 93 – NOB-SUS,1993
b) Comissão Intergestora Bipartite (CIB):
• Com representação das gestões estadual e municipal do SUS,
organizadas regionalmente.
• Com elevado grau de autonomia, essas instâncias colegiadas de gestão do
SUS tem como finalidade acompanhar sua implementação e
operacionalização.
• Alterou o mecanismo de financiamento da saúde criando o repasse de
recursos “fundo a fundo” (do fundo nacional aos fundos estaduais e
municipais de saúde) o que reforçou a necessidade de se cumprir a Lei
8.142/1990.

49
A Norma Operacional Básica 96: NOB-SUS, 1996
• Reafirmou a concepção ampliada de saúde ao referir-se a
emprego, moradia, saneamento, prevenção e promoção da
saúde, e reitera a importância das instâncias colegiadas (CIT,
CIB).

• Definiu ainda duas modalidades de gestão municipal (gestão


plena da atenção básica e gestão do sistema municipal de
saúde) e alterou as formas de financiamento, ampliando e
aprimorando a modalidade de repasses fundo a fundo.

50
A Norma Operacional de Assistência à Saúde: NOAS-
SUS, 2002

Essa norma deu início a mudanças na regionalização dos


serviços de saúde em resposta à avaliação de que a
municipalização por si, regulamentada pelas normas
operacionais anteriores, não estava dando conta da
integralidade das ações.

51
A Norma Operacional de Assistência à Saúde: NOAS-
SUS, 2002
• A NOAS 2002 criou o Plano Diretor Regional para ordenar
o processo de regionalização e os conceitos de região de
saúde, módulo assistencial e município-polo.

• Foi um passo importante no questionamento do modelo


radicalmente municipalista adotado até então. O Decreto
7.508 de 28 de junho 2011 consolidou algumas das
propostas originarias na NOAS 2002.

52
O Pacto pela Saúde, 2006

Desde 2006, algumas das normas foram substituídas pelo


Pacto da Saúde, que consiste num grande acordo, no qual
os gestores assumem, em diferentes regiões e níveis de
governo, compromissos mútuos a respeito das metas e
responsabilidades em saúde.

53
O Pacto pela Saúde, 2006
“Esse Pacto apresenta mudanças significativas para a execução
do SUS, como:
• a substituição do atual processo de habilitação pela adesão
solidária aos Termos de Compromisso de Gestão;

• a regionalização solidária e cooperativa como eixo


estruturante do processo de Descentralização;

• a integração das várias formas de repasse dos recursos


federais; e a unificação dos vários pactos hoje existentes.”

54
O Pacto pela Saúde, 2006
Possibilitou que sejam Pacto pela
feitos acordos entre os vida
níveis de gestão do SUS no
sentido de promover
reformas e inovações nos
processos e instrumentos
de gestão em busca de Pacto em
Pacto de
“maior efetividade, defesa do
gestão
SUS
eficiência e qualidade de
suas respostas”.
55
O Pacto pela Saúde, 2006
Pacto pela
vida
Tem a intencionalidade de
redefinir responsabilidades
coletivas por resultados
sanitários em função das
necessidades de saúde da
população “na busca da Pacto em
Pacto de
equidade social”. defesa do
gestão
SUS

56
O Decreto 7.508 de 2011: Contratos Organizativos de Ação Pública –
COAPs

• O Decreto 7.508/2011
altera a Lei nº
8.080/1990 na
organização do SUS.
Seus principais aspectos
estão relacionados com
a regionalização e
hierarquização dos
serviços do SUS.

57
O Decreto 7.508 de 2011: Contratos Organizativos
de Ação Pública – COAPs

• O decreto cria a Região de Saúde, que passa a


ser o foco dos investimentos regionais e define
novas regras para contratos entre entes públicos,
os Contratos Organizativos de Ação Pública –
COAP.

58
REGIÃO DE SAÚDE: CENTRO – NORTE
(Monte Roraima)

Amajari, Alto Alegre, Boa Vista, Bonfim,


Cantá, Mucajai, Normandia, Pacaraima,
Uiramutã

REGIÃO DE SAÚDE: SUL (Rio Branco)

Caracaraí, Caroebe, Iracema,


Rorainópolis, São Luiz do Anauá, São
João da Baliza

59
O Decreto 7.508 de
2011: Contratos
Organizativos de Ação
Pública – COAPs
• Definiu a Atenção Básica
como porta de entrada do
sistema e ordenadora do
acesso aos serviços do SUS
e a necessidade de
Planejamento Integrado
nas regiões de saúde,
utilizando como ferramenta
a construção de Mapas da
Saúde.
60
O Decreto 7.508 de 2011: Contratos Organizativos de
Ação Pública – COAPs
• Criou a RENASES – Relação Nacional de Ações e Serviços de
Saúde, que lista as ações e serviços de saúde de
responsabilidade do SUS e alterou a RENAME – Relação
Nacional de Medicamentos fornecidos pelo SUS.

• Este Decreto avançou na perspectiva da construção de redes


de atenção e traz um novo cenário para o subsistema de
atenção a saúde dos povos indígenas – SASISUS.

61
A Política Nacional de
Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas –
PNASPI 2002

• Foi aprovada pelo


Conselho Nacional de
Saúde em novembro de
2001 e implantada pela
Portaria Ministerial nº 254
em 31 de janeiro de 2002.
62
• Define as diretrizes da
atenção à saúde indígena
para preparação de recursos
humanos para atuação em
contexto intercultural,
monitoramento das ações
de saúde dirigidas aos povos
indígenas, articulação entre
o sistema ocidental e os
sistemas tradicionais
indígenas de saúde....
63
• Para a promoção do uso
adequado e racional de
medicamentos, promoção de
ações específicas em
situações especiais,
promoção da ética na
pesquisa e nas ações de
atenção à saúde envolvendo
comunidades indígenas,
promoção de ambientes
saudáveis e proteção da
saúde indígena e para o
controle social.
64
A Saúde Indígena no SUS
A organização dos serviços no SUS – descentralização,
regionalização e hierarquização – obedece a um conjunto de
normas técnicas (NOB, NOAS, Pactos pela Saúde, pelo SUS e
pela Gestão, Contratos Operativos de Ação Pública - COAP),
discutidas, pactuadas e monitoradas em instâncias colegiadas
de gestão – as comissões intergestoras Tripartite e Bipartite. Os
COAP são contratos feitos entre entes da federação que
determinam o acesso a serviços nas regiões de saúde e buscam
alcançar integralidade do cuidado.

65
A Saúde Indígena no
SUS

• O SUS foi criado em 1990


e a saúde indígena passou
a fazer parte do sistema
de saúde nove anos após
o início de sua
construção, com a
promulgação da Lei
Arouca (Lei nº 9.836 de
23 de setembro de 1999).

66
A Saúde Indígena no
SUS
• Apenas na NOAS 2002,
promulgada três anos após
a Lei Arouca, há referência
à saúde indígena, de
forma tangencial e não
como um subsistema
especial de atenção à
saúde de um grupo
populacional de maior
vulnerabilidade.

67
A Saúde Indígena no
SUS
• Entre 1999 e 2010, a
gestão da saúde indígena
foi exercida pela Fundação
Nacional de Saúde
(FUNASA), instituição que
permanecia na gestão
federal contrariando o
processo de
descentralização e
municipalização da saúde
que consolidava o SUS.
68
A Saúde Indígena no
SUS
• Como o subsistema ainda
não tinha se estruturado,
várias ações de atenção
primária foram delegadas a
municípios, em sua maioria
despreparados para a
complexidade da saúde
indígena. Essa prática
contribuiu para isolar a
saúde indígena das demais
atividades do SUS.

69
A Saúde Indígena no
SUS
• Em 2010 foi criada a SESAI,
Secretaria Especial de Saúde
Indígena, para a gestão do
subsistema de saúde
indígena com a missão de
implementar um novo
modelo de gestão e de
atenção no âmbito do
Subsistema de Atenção à
Saúde Indígena, articulado
com o Sistema Único de
Saúde (SASISUS).
70
A Saúde Indígena
no SUS
• O SASISUS,
descentralizado, com
autonomia
administrativa,
orçamentária,
financeira e
responsabilidade
sanitária dos 34
Distritos Sanitário
Especiais Indígenas.
71
A Saúde Indígena no
SUS
• A Lei nº 9.836 de 23 de
setembro de 1999, conhecida
como Lei Arouca, alterou a Lei
nº 8.080, e instituiu “um
Subsistema de Atenção à
Saúde Indígena, componente
do Sistema Único de Saúde –
SUS, com o qual funcionará
em perfeita integração”;

72
A Saúde
Indígena no SUS

• Definiu que a União


(governo federal) “deve
com seus recursos
próprios, financiar o
Subsistema de Atenção à
Saúde Indígena.

73
A Saúde Indígena no
SUS

• “O SUS promoverá a
articulação com os órgãos
responsáveis pela Política
Indigenista do País” e que “os
Estados, Municípios, outras
instituições governamentais e
não-governamentais poderão
atuar complementarmente no
custeio e execução das ações”.
74
A Saúde Indígena no SUS
Atenção
“levar em consideração Diferenciada
a realidade local e as Integração
Aspectos de
Institucional
especificidades da Assistência à
cultura dos povos Saúde
Educação
indígenas e o modelo a Sanitária Saneamento
ser adotado para a Básico
atenção à saúde
Demarcação
indígena, que se deve de Terras Nutrição
pautar por uma
abordagem
diferenciada e global. Ambiente Habitação

75
A Saúde Indígena no SUS
• A lei Arouca indicou que
o subsistema de saúde
indígena “deverá ser,
como o SUS,
descentralizado,
hierarquizado e
regionalizado” e “terá
como base os Distritos
Sanitários Especiais
Indígenas”.
76
A Saúde Indígena no SUS
“O SUS servirá de retaguarda e
referência ao Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena,
devendo, para isso, ocorrer
adaptações na estrutura e
organização do SUS nas regiões
onde residem as populações
indígenas, para propiciar essa
integração e o atendimento
necessário em todos os níveis,
sem discriminações”.
77
A Saúde Indígena no SUS

“(...) as populações indígenas devem ter acesso


garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros
especializados, de acordo com suas necessidades,
compreendendo a atenção primária, secundária e
terciária à saúde” (Lei nº 9.836 de 23 de setembro de
1999).

78
A saúde indígena no SUS
Finalmente, garantiu aos indígenas a participação social:
“as populações indígenas terão direito a participar dos
organismos colegiados de formulação, acompanhamento
e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho
Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais
de Saúde, quando for o caso.” (Lei nº 9.836 de 23 de
setembro de 1999).

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REFERÊNCIAS
• ACURCIO FA. Evolução histórica das políticas públicas de saúde no Brasil in Programa
Multiplica SUS- Curso Básico sobre o SUS (Re) Descobrindo o SUS que temos para
construir o SUS que queremos:-Texto 2 - página 23 – 40.
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 16a. ed.
Organização de Alexandre de Moraes. São Paulo: Atlas, 2000.
• BRASIL. Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, da organização e funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências (Lei Orgânica da Saúde). Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 1990.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 545 de 20 de maio de 1993. Estabelece normas
e procedimentos reguladores do processo de descentralização da gestão das ações e
serviços de saúde através da Norma Operacional Básica- SUS 01/93, Brasília, 1993.
Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1993/prt0545_20_05_1993.html>.
Acesso em 12 fev. 2021.
80
REFERÊNCIAS

• BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica do Sistema Único de


Saúde/NOBSUS 96. Gestão plena com responsabilidade pela saúde do cidadão. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 6 nov. 1996. Disponível em:
<http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/NOB%2096.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2021.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 373, de 27 de fevereiro de 2002. Norma
Operacional de Assistência à Saúde/NOAS-SUS 01/2002, Brasília, DF, 2002. Disponível em:
<http://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0373_27_02_2002.html>.
Acesso em: 12 fev. 2021.
• TEIXEIRA C. Os princípios do Sistema Único de Saúde. Texto de apoio elaborado para
subsidiar o debate nas Conferências Municipal e Estadual de Saúde. Salvador, Bahia.
Junho de 2011.
• OLIVEIRA D, CARDOSO A, CECÍLIO L. Políticas Públicas de Saúde no Brasil: SUS e pactos
pela Saúde. Curso de Especialização em Saúde da Família UNA-SUS/UNIFESP. São Paulo,
Brasil, 2013.
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