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FORMAÇÃO DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

REDE NACIONAL DE
CUIDADOS DE SAÚDE

Módulo 6557 Formadora: Susana Monteiro

01
CONTEÚDOS:

• Contextualização Histórica e Legal;

• Humanização, Interculturalidade e Diferenças de Género em Saúde;

• Sistema Nacional de Saúde;

• Outros Prestadores que Intervêm no Domínio da Saúde.

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SAÚDE EM PORTUGAL

Caracteriza-se pela existência de um sistema de cuidados de saúde de


elevada qualidade
Está classificado como o 9.º melhor da Europa e 12.º melhor do Mundo,
permitindo ao País atingir boas posições em diversos índices de saúde.

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 Em Portugal a saúde é um direito e um dever, mas nem sempre foi assim.

 A constituição da República Portuguesa consagra o Artigo 64º à Proteção da Saúde:

“para assegurar o direito à proteção da saúde, incumbe prioritariamente ao estado: garantir o

acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, a cuidados de

saúde preventivos, curativos e de reabilitação(…)”

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I. PERSPETIVA HISTÓRICA DA REDE NACIONAL DE CUIDADOS DE SAÚDE

05
I. PERSPETIVA HISTÓRICA DA REDE NACIONAL DE CUIDADOS DE SAÚDE

Ao longo dos séculos, a organização dos serviços de saúde sofreu da influência das mais

diversas esferas: sociais, politicas e religiosas.

Em 1899 o Dr. Ricardo Jorge deu inicio á organização dos serviços de saúde pública, criando a

legislação adequada*. A prestação dos cuidados de saúde era a clinica privada: O Estado só

prestava assistência aos pobres.

* Regulamento Geral dos Serviços de Saúde e Beneficência Pública.

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Assistência Pública (até 1946)

1911- estrutura-se a Direção Geral da Saúde. São construídos vários hospitais, entregues à gestão

das Misericórdias, assumindo o Estado uma função complementar.

1946- com a Lei nº 2011 de 2 de Abril, estabelece-se a organização legal dos serviços prestadores de

cuidados de saúde existentes (Hospitais das Misericórdias, Estatais- gerais e especializados, Serviços

Médico-Sociais, Serviços de Saúde Pública, Serviços Privados).

São estabelecidas as bases legais para a criação de um padrão de organização dos serviços de saúde

regionalizados com hierarquia técnica.

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De 1946 a 1876

 1958 – é criado o Ministério da Saúde;

 1963 – é publicado o Estatuto de Saúde e Assistência, continuando o Estado a exercer uma

função complementar mas intervindo mais ativamente na Saúde Pública.

 1968 – surge o Estatuto Hospitalar com a finalidade de disciplinar o funcionamento dos hospitais

oficiais e das Misericórdias. Os profissionais da saúde e os hospitais passam a ser

regulamentados.

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O Regulamento Geral dos Hospitais – regulamenta a Lei de 1946.
1971- Reforma do Sistema de Saúde e da Assistência (decreto-lei nº 413/71)

São criadas duas estruturas funcionais: os centros de saúde instalados junto das comunidades, e os

hospitais;

Introduz profundas modificações conceptuais e organizacionais, sendo reestruturados os serviços

centrais, regionais, distritais e locais.

1974 -Após o 25 de abril , começam a surgir as condições sociais e políticas ideais para a criação do

serviço nacional de saúde

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O Serviço Nacional de Saúde (1976 a 1990) SNS

• 1976 – o “ despacho de Arnault”, abriu acesso aos postos de Previdência Social

( Segurança Social) a todos os cidadãos.

• 1979 – Foi criada a Lei de Bases da Saúde que fez com que fosse criado o SNS, com o

objetivo de assegurar o direito aos serviços de saúde a todos os cidadãos portugueses e

estrangeiros, independentemente da sua condição económica.

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NOVA REFORMA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

1982 1990
1983/84 Lei de Bases da Saúde
É aprovado o (Lei nº 48/90, de 24 de
São criadas Agosto)
regulamento dos
18 Administrações Centros de Saúde A saúde passa a ser
Regionais de Saúde É criado também o considerada não só
(ARS) no País estatuto de médico de como um direito mas
família. também como uma
responsabilidade

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A Reforma do SNS de 1990 à Atualidade
1993- o SNS passa a usufruir de um novo estatuto, passando a ser feita
uma diferenciação entre cuidados primários e cuidados diferenciados.

É criado o cartão de utente do SNS.

2002- a Lei de Bases da Saúde passa por profundas modificações, sendo


definido um novo modelo de gestão Hospitalar modelos de gestão
empresarial (EPE).

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2003 - são criadas as taxas moderadoras
a fim de reforçar o princípio da justiça social na saúde, que permitiram
a moderação, racionalização e regulação do acesso à prestação de
cuidados de saúde.

É criada a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), deixando o


Estado de ser responsável pela regulação e supervisão do SNS

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2007- começam a surgir as primeiras Unidades de Saúde Familiar (USF), que passam a
apostar na continuidade, globalização e acessibilidade dos cuidados de saúde prestados.

2008- criação dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) doserviço nacional de


saúde, integrados nas administrações regionais de saúde (ARS)
2009- surgem as Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) presta cuidados
de saúde e apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário
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A Politica de Saúde

Principais orientações europeias em matéria de saúde: estratégias e orientações da OMS:


• A estratégia de saúde constitui um compromisso coletivo para melhorar a saúde.
• A Estratégia de Saúde constitui também um importante instrumento de informação,
comunicação e participação. Estabelece códigos conceptuais e normaliza a linguagem em
termos que facilitem a análise e o debate da saúde.
• A Estratégia de Saúde promove o investimento na saúde, identificando formas concretas para
relacionar os objetivos de desenvolvimento dos serviços de saúde, com melhorias expressas
nas metas de saúde.

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O plano nacional de saúde (PNS) pretende:
Maximizar os ganhos reconhecendo que são relativos, através de resultados de saúde adicionais para a
população, globalmente e por grupo etário, sexo, região, nível socioeconómico e fatores de vulnerabilidade.
Reforçar o Sistema de Saúde como a opção estratégica com maior retorno de saúde, social e económico,
considerando o contexto nacional e internacional promovendo as condições para que todos os intervenientes
desempenhem melhor sua missão.
saúde.

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O PNS assume os mesmos valores fundamentais dos sistemas de saúde europeus (concelho UE, 2006),
nomeadamente:
Universalidade, o que significa que ninguém pode ser excluído do acesso aos cuidados de saúde;
O acesso a cuidados de qualidade;
Equidade, implicando que todos têm idêntico acesso aos cuidados e direitos a obtenção de resultados em
saúde, de acordo com as necessidades independente do sexo, religião, origem étnica, idade, estatuto social ou
capacidade de pagar esses cuidados.
Solidariedade, ou seja, que o regime financeiro do Sistema de saúde garante a todos o acesso e cuidados de
saúde.

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Dos princípios do PNS realçam-se:

• A transparência e a responsabilidade, que permitam a confiança e valorização dos agentes e


que o sistema se desenvolva, aprendendo;
• O envolvimento e participação de todos os intervenientes nos processos de criação de saúde;
• Redução das iniquidades (injustiças) em saúde, com base para a promoção da equidade e
justiça social;
• Integração e continuidade dos cuidados;
•A sustentabilidade, de forma a preservar estes valores para o futuro.

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O Plano Nacional de Saúde 2020 (PNS)

PNS a 2020 está alinhada com os princípios e orientações da Estratégia 2020 da OMS para a

Região Europeia (aprovada por todos os Estados em setembro de 2013), e tem em consideração

as recomendações do relatório de avaliação da implementação do PNS 2012-2016 apresentado

em outubro de 2014 pela OMS-Euro, bem como a mais recente evidência disponível, fornecida

através Roteiros de Intervenção do PNS elaborados por peritos em diferentes temáticas da

saúde.

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Os grandes desígnios propostos para 2020 são:

 A redução da mortalidade prematura (abaixo dos 70 anos),

 A melhoria da esperança de vida saudável (aos 65 anos),

 A redução dos fatores de risco relacionados com as doenças não transmissíveis,

especificamente a obesidade infantil e o consumo e exposição ao tabaco, tendo em vista a

obtenção de Mais Valor em Saúde.

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Para alcançar tais desígnios, todas as intervenções em saúde devem assentar em quatro Eixos

Estratégicos transversais:

• Cidadania em Saúde;

• Equidade e Acesso Adequado aos Cuidados de Saúde;

• Qualidade em Saúde;

• Políticas Saudáveis.

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A Política Nacional de Saúde desenvolveu estratégias, orientações e indicadores de saúde.
A proteção da saúde constitui um direito dos indivíduos e da comunidade que se efetiva pela
responsabilidade conjunta dos cidadãos, da sociedade e do Estado, em liberdade de procura e de
prestação de cuidados, nos termos da Constituição e da lei.
• O Estado promove e garante o acesso de todos os cidadãos aos cuidados de saúde nos limites dos
recursos humanos, técnicos e financeiros disponíveis.
• A promoção e a defesa da saúde pública são efetuadas através da atividade do Estado e de outros
entes públicos, podendo as organizações da sociedade civil ser associada àquela atividade.
• Os cuidados de saúde são prestados por serviços e estabelecimentos do Estado ou sob fiscalização
deste, por outros entes públicos ou entidades privadas, sem ou com fins lucrativos.

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A política de saúde tem âmbito nacional e obedece as seguintes diretrizes:
a) A promoção da saúde e a prevenção da doença fazem parte das prioridades no planeamento das
atividades do Estado;
b) É objetivo fundamental obter a igualdade dos cidadãos no acesso aos cuidados de saúde, seja qual
for a sua condição económica e onde quer que vivam, bem como garantir a equidade na distribuição
de recursos e na utilização de serviços;
c) São tomadas medidas especiais relativamente a grupos sujeitos a maiores riscos, tais como:
 Crianças e Adolescentes
 Gravidas
 Idosos


Deficientes
Toxicodependentes
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A política de saúde tem âmbito nacional e obedece as seguintes diretrizes:

d) Os serviços de saúde estruturam-se e funcionam de acordo com o interesse dos utentes e

articulam-se entre si e ainda com os serviços de segurança e bem-estar social.

e) A gestão social dos recursos disponíveis é conduzida para obter maior proveito

socialmente útil e a evitar desperdícios e a utilização indevida dos serviços.

f) É apoiado o desenvolvimento do setor privado de saúde e, em particular, as iniciativas das

instituições particulares de solidariedade social, em concorrência com o setor público.

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A política de saúde tem âmbito nacional e obedece as seguintes diretrizes:

g) É apoiado a participação dos indivíduos e da comunidade organizada na definição da política de

saúde e planeamento e no controlo do funcionamento dos serviços.

h) É incentivada a educação das populações para a saúde, estimulando nos indivíduos e nos grupos

sociais a modificação dos comportamentos nocivos à saúde pública ou individual.

i) É estimulada a formação e a investigação para saúde, devendo procurar-se envolver os serviços,

profissionais e comunidade.

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3- A Lei de Bases da Saúde: os direitos e deveres do utente que recorre aos serviços de saúde.
 Os Direitos do utente que recorre aos serviços de saúde
 Ser tratada com respeito pela dignidade e integridade humana
 Ser respeitada nas suas convicções culturais filosóficas e religiosas
 Ter acesso a cuidados apropriados ao seu estado de saúde e situação psicossocial (promoção da
saúde/Prevenção da doença, tratamento, reabilitação, cuidados continuados, cuidados em fim
de vida)
 Ter privacidade na prestação de todo e qualquer cuidado ou serviço

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3- A Lei de Bases da Saúde: os direitos e deveres do utente que recorre aos serviços de saúde.
• Ver garantida a confidencialidade de dados associados ao seu processo clínico e elementos
identificativos que lhe dizem respeito
• Ter direito à informação que abone a favor de uma melhor prestação de serviços
• Poder apresentar sugestões e reclamações
• Os deveres do doente que recorre aos serviços de saúde
• Regime legal da responsabilidade civil e penal por danos em saúde

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M2
Humanização, interculturalidade e diferenças de género em saúde

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1- Humanização na prestação de cuidados de saúde

Humanização nos cuidados de saúde abrange:


 Democratização das relações que envolvem o atendimento,
 O "maior diálogo e melhoria da comunicação entre profissional de saúde
e utente
 Reconhecimento dos direitos do utente, de sua subjetividade e
referências culturais,
 Reconhecimento das expectativas de profissionais e pacientes como
sujeitos do processo terapêutico

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1- Humanização na prestação de cuidados de saúde

O desafio da humanização diz respeito à possibilidade de


se constituir "uma nova ordem relacional, pautada pela
excelência nas relações intrapessoais e interpessoais.

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A humanização em contexto de saúde precisa ter uma comunicação adaptada:

• Às capacidades cognitivas,

• Ao nível cultural/educacional,

• Às representações e crenças de saúde,

•Às necessidades individuais, emocionais, sociais, culturais e linguísticas do

utente/doente.

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A instauração de um clima de confiança e de compreensão entre o utente/doente e
os profissionais:
Passa por: gestos, atitudes e palavras acessíveis e simples, pelo diálogo e pela
comunicação com o outro, exigindo o conhecimento, não só, da cultura e o respeito
pela diversidade.
Exige: atenção, sensibilidade, disponibilidade e empatia, em relação ao indivíduo e às
situações, na sua singularidade e especificidade.

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Os aspetos sociais e culturais podem constituir barreiras importantes aos cuidados
de saúde:
Utente: pela sua influência na forma de percecionar a saúde e a doença e o recurso aos cuidados
de saúde.
Profissional de saúde: pelas dificuldades que os prestadores de cuidados de saúde têm em lidar
com as populações que provêm de culturas diferentes, nomeadamente, ao nível linguístico e
cultural.

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Os aspetos sociais e culturais podem constituir barreiras importantes aos cuidados
de saúde assim:

O encontro com a “diferença cultural” nos cuidados de saúde pode levar a fortes reações
emocionais ou a atitudes de rejeição dos profissionais de saúde, sobretudo, quando não há um
bom conhecimento sobre a cultura do doente e formação na área da interculturalidade.

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Utentes migrantes e suas dificuldades comunicacionais e relacionais:

• As formalidades administrativas quase impossíveis e suscitando medo e vergonha por não


conseguirem comunicar,
• Desencorajamento e dificuldades de acesso aos serviços, nomeadamente, ao Serviço Nacional
de Saúde.
• Esta situação, as barreiras culturais e linguísticas, geram grandes problemas, não só a estes
grupos, como aos próprios profissionais de saúde.

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O acolhimento e a hospitalização do doente originário de outras culturas:

Torna-se mais difícil quando o pessoal de saúde, não adotar uma atitude de compreensão,
impondo ao doente condutas e atitudes, das quais ele não compreende a lógica e o sentido ou
que são, por vezes, contraditórias com os seus hábitos e costumes e com as suas crenças culturais
e religiosas

Esta situação aumenta a ansiedade, os conflitos, originando estas diferenças e a dificuldade em


ultrapassá-las muitos preconceitos, estereótipos e incompreensão, de parte a parte, e
dificuldades de comunicação.
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Existem grupos particularmente vulneráveis ao nível da saúde:

• Os migrantes recém-chegados, os que não dominam ou apresentam dificuldades de

expressão na língua da cultura de acolhimento e na compreensão dos seus códigos

culturais, os que nunca tiveram contacto com os serviços públicos de saúde,

• Os que vivem em situação de irregularidade/clandestinidade ou em situações de

precariedade e de exclusão.

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Recomenda-se aos profissionais de saúde que adotem determinados
comportamentos ou posturas:
 Empatia
 Alteridade
 Comunicação eficaz
 Adaptabilidade
 Respeito pelas diferenças
 Trabalhar preconceitos

Estas medidas visam acolher e promover a diversidade e o diálogo intercultural e


promover, em suma, uma sociedade mais aberta, tolerante e solidária.

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O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DO SISTEMA DE SAÚDE

Programa SNS+ Proximidade


- Promove literacia em saúde
- Promove humanização SNS

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A finalidade do SNS+ Proximidade, como uma nova visão para o

desenvolvimento do SNS, pode resumir-se da seguinte forma:

“Desenvolver um SNS mais próximo das pessoas, capaz de as acompanhar

e apoiar no seu percurso de vida, integrando nesse processo tudo o que de

melhor o país é capaz de realizar.”

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O SNS+ Proximidade centra-se em duas ideias fundamentais:

1. A integração dos cuidados de saúde;

2. Centralidade do cidadão nos sistemas de saúde.

42
O SNS+ Proximidade

1. Literacia - A ideia da centralidade do cidadão no sistema de saúde passa, necessariamente, por

capacitar as pessoas para tomar decisões mais inteligentes em relação à sua saúde e aos serviços

de saúde.

2. Humanização: A ideia da centralidade do cidadão não pode deixar de se refletir na forma como

as pessoas são atendidas no SNS. É de facto preciso fazer um novo esforço para qualificar os

espaços de atendimento no SNS, nas suas dimensões física, organizacional, relacional e

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informacional.
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

Ao reconhecer-se os aspetos que levam à maior vulnerabilidade do indivíduo, grupos ou

comunidades cria-se oportunidades de intervenção de saúde facilitadoras de mudanças e uma

cobertura mais justa, equitativa e solidária.

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FATORES DETERMINANTES SOCIAIS E ECONÓMICOS DA VULNERABILIDADE EM SAÚDE FISICA E

MENTAL
• Condições laborais e desemprego,
• Educação,
• Pobreza,
• Condições de habitação, nível de urbanização,
• Discriminação sexual e violência de género,
• Experiências precoces e interação familiar,
• Exclusão social e estigma,

45
• Cultura e acontecimentos de vida stressantes.
Quais são os grupos que reúnem maiores fatores de risco para

vulnerabilidade?

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Sem abrigo Comportamento aditivo Idosos

47
Deficientes Negros Refugiados Comunidade LGBT

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49
50
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1 - O acesso ao SNS é garantido a todos os cidadãos, independentemente da sua
condição económica e social, e reger-se-á por normas regulamentares a estabelecer.
O Plano Nacional de Saúde prevê a prioridade aos mais pobres, assim como reduzir as
desigualdades em saúde através de ações dirigidas a grupos vulneráveis.
As estratégias adotadas baseiam-se numa abordagem com impacto significativo na
melhoria do acesso aos serviços de saúde das populações desfavorecidas.

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INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA E AS POPULAÇÕES VULNERÁVEIS

O Técnico Auxiliar de Saúde tem competência para identificar os problemas,

necessidades, grupos de risco e recursos existentes na área de saúde.

Com este diagnóstico, o técnico consegue identificar os grupos vulneráveis que serão

alvo de uma atenção prioritária em projetos de intervenção comunitária.

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INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA E AS POPULAÇÕES VULNERÁVEIS

Aqui o Técnico Auxiliar de Saúde atua encorajando os indivíduos, famílias e grupos

vulneráveis a obter serviços de saúde, orientando para estratégias de prevenção e de

promoção da saúde e ajudando a identificar forças, dificuldade e recursos.

Neste âmbito a educação para saúde é fundamental no trabalho com populações

vulneráveis, uma vez que capacita os indivíduos a serem capazes de tomar as suas

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próprias decisões e melhorar o seu estado de saúde.
O primeiro passo para a capacitação dos indivíduos e grupos vulneráveis dá-se

quando o técnico se preocupa com a defesa das populações, nomeadamente na área

das políticas da saúde.

O técnico auxiliar de saúde, em particular em saúde comunitária, ao identificarem os

fatores de vulnerabilidade e ao intervirem no sentido de os reduzir, podem contribuir

par a uma melhor qualidade de vida dos indivíduos, famílias ou comunidade com

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quem trabalham.
A DOENÇA VERSUS CUIDADOS BASICOS DE SAÚDE

- Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais,

sujeitos a constante avaliação e mudança.

- Num passado ainda recente a doença era frequentemente definida como "ausência

de saúde", sendo a saúde definida como "ausência de doença" – definições que não

eram esclarecedoras.

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A DOENÇA VERSUS CUIDADOS BASICOS DE SAÚDE

- Algumas autoridades encararam a doença e a saúde como estados de desconforto

físico ou de bem-estar.

- Importante ter em conta os componentes emocionais e sociais da saúde e da doença

- A presença ou ausência de doença é um problema pessoal e social.

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A DOENÇA VERSUS CUIDADOS BASICOS DE SAÚDE

É pessoal: porque a capacidade individual para trabalhar, ser produtivo, amar e

divertir-se está relacionado com a saúde física e mental da pessoa.

É social: pois a doença de uma pessoa pode afetar outras pessoas significativas

(família, amigos e colegas).

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DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA

A história da saúde e da doença é, desde os tempos mais longínquos, uma história de

construções de significações sobre a natureza, as funções e a estrutura do corpo e

ainda sobre as relações corpo-espírito e pessoa-ambiente.

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DIFERENÇAS CULTURAIS E REPRESENTAÇÕES DE SAÚDE

A cultura tende a produzir perceções diferentes do mundo exterior. Os nossos

sistemas de valores, as nossas crenças, atitudes, a nossa visão do mundo e dos

outros, as nossas organizações sociais e políticas exercem influência sobre as nossas

perceções.

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DIFERENÇAS CULTURAIS E REPRESENTAÇÕES DE SAÚDE

Como resultado disto, encontramos representações de saúde, de doença, crenças,

práticas de proteção e de saúde que variam, nomeadamente, segundo os indivíduos,

os grupos culturais, as classes sociais, as culturas e os contextos de desenvolvimento.

Tudo isso pode originar conflitos e dificuldades de comunicação.

61
CAUSA DE INSATISFAÇÃO NOS UTENTES

“Numerosos estudos evidenciam que uma parte dos problemas, disfuncionamentos

e insatisfação ao nível relacional e organizacional, no âmbito da saúde, está

relacionada, com efeito, com problemas de comunicação, nomeadamente, ao nível

da informação e dos desempenhos comunicacionais dos profissionais de saúde.”

(Ramos, 2001, 2004, 2005, 2007)


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DIFERENÇAS CULTURAIS E PROBLEMAS RELACIONAIS DERIVADOS

- A falta de conhecimentos e de respeito dos profissionais de saúde sobre as

representações e as crenças de saúde e doença do utente/doente;

- As relações dos utentes com o seu mundo social, espiritual, cultural e

comunitário.
63
O CONTATO COM A DOR

A prevalência da dor crónica na população portuguesa adulta excede os 30% e

quando considerada apenas a dor de intensidade moderada a forte excede os

14%. A dor, em particular a dor crónica, tem impacto na pessoa muito para além

do sofrimento que lhe causa, nomeadamente, sequelas psicológicas, isolamento,

incapacidade e perda de qualidade de vida.

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O CONTATO COM A DOR

O impacto pode ultrapassar a própria pessoa e envolver a família, cuidadores e

amigos.

As repercussões socioeconómicas da dor são significativas pelos custos envolvidos no

recurso frequente aos serviços de saúde e despesas com a terapêutica.

65
O CONTATO COM A DOR

No final dos anos 90 a Direção-Geral da Saúde (DGS) reconheceu a necessidade de

melhorar a abordagem da dor em Portugal. Da dinamização conjunta com a

Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) resultou o Plano Nacional de Luta

Contra a Dor (PNLCD), em março de 2001.

66
A DOR

A dor aguda apresenta-se como um dos principais motivos de procura de cuidados de

saúde e é um sintoma limitado no tempo que pode e deve ser controlado.

A elevada prevalência da dor e a transversalidade da sua abordagem pelos

profissionais de saúde, é possível e deve ser baseada na melhor evidência científica, no

sentido de prevenir e controlar a dor, melhorar a sua qualidade de vida e capacidade

funcional.

67
A DOR

O reconhecimento da complexidade e subjetividade da dor, obriga com frequência a

uma abordagem terapêutica multiprofissional e interdisciplinar organizada. É neste

conceito que se enquadram as estruturas intra-hospitalares especializadas dedicadas

ao Controlo da Dor. Este programa dirige-se a toda a população abrangida pelo sistema

de saúde e Serviço Nacional de Saúde.

68
A RELAÇÃO COM O DOENTE TERMINAL

O conceito de doente terminal é amplo, mas pode-se enquadrar como aquele para o

qual se esgotaram as possibilidades de resgate das condições de saúde e que a

possibilidade de morte próxima parece inevitável e previsível. O paciente se torna

"irrecuperável" e caminha para a morte, sem que se consiga reverter este caminhar.

69
2- A interculturalidade na saúde

MITOS E FACTOS SOBRE SAÚDE E (I) MIGRAÇÃO

70
- Barreiras interculturais na comunicação

“Hoje, tanto a globalização e a mobilidade das populações, como a urbanização,

aumentaram sem precedentes os contactos entre as culturas e a coabitação entre

diferentes modos de vida contribuindo, deste modo, para a

multi/interculturalidade das sociedades e colocando grandes desafios à

comunicação, à saúde e à gestão da diversidade cultural.” (Ramos, 2008)

71
O PLURALISMO CULTURAL E A INTERCULTURALIDADE

Os encontros e as relações interculturais fazem atualmente parte e integrarão cada

vez mais, o contexto social, económico, político, religioso, escolar, mediático e

sanitário.

Na atualidade, segundo dados das Nações Unidas, uma em cada trinta e cinco

pessoas é migrante internacional, constatando-se que perto de 200 milhões de

pessoas vivem hoje fora dos seus países de origem.

72
O PLURALISMO CULTURAL E A INTERCULTURALIDADE

O aumento da globalização e da multiculturalidade faz com que as sociedades e as

diferentes instâncias sociais sejam confrontadas com uma grande heterogeneidade

linguística e cultural dos seus utentes, o que exige destas a adoção de estratégias e

políticas adequadas para fazer face a esta nova realidade social, cultural,

comunicacional e sanitária.

73
É importante ter em conta:

- A experiência da alteridade e da diversidade estão no cerne da interculturalidade

e da comunicação.

- Comunicar com o outro implica a tomada em conta da sua identidade na

interação e as suas reações à alteridade.

74
ALTERIDADE

Segundo o conceito aplicado ao estudo da alteridade, trata-se de um dos princípios

fundamentais na relação de interação e dependência de um homem com o outro, na sua

vertente social. Assim, o “eu”, em sua forma individual, só tem razão de existir através do

contato com o “outro”, ou com o coletivo, com a sociedade que o rodeia. Estruturalmente, a

alteridade é uma tarefa ética. Pois implica na reflexão sobre a condição humana deste outro,

partindo do princípio de que o outro não é um inimigo desumanizado, mas que deve ser visto

como um ser humano ao mesmo tempo igual e diferente.


75
ALTERIDADE

Assim, a experiência de se colocar no lugar do outro implica a conduta ética de perceber, a partir

dos olhos deste outro, o mundo em que ele se insere.

Portanto, num contexto marcado pela “falta de ética”, ou seja, a falta de uma reflexão sobre

nossas ações, hábitos e costumes, a alteridade enquanto proposta torna-se difícil de concretizar-

se.

É aí onde nasce a segregação social, a marginalização, e preconceitos de todos os tipos que

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apenas impulsionam seres humanos a comportamentos antissociais.
SAÚDE E (I) MIGRAÇÃO

Portugal tem das melhores práticas, reconhecidas a nível internacional, na integração de migrantes e

no acolhimento de refugiados, sendo que estes cidadãos têm consolidado o seu acesso ao Serviço

Nacional de Saúde (SNS), em igualdade de direitos e deveres com os cidadãos nacionais. A proteção

da saúde dos migrantes e o seu acesso aos cuidados de saúde são reconhecidos como: um direito

humano e um direito básico de acordo com os valores e princípios constitucionais, vitais para a

integração dos migrantes e um fator crítico para reduzir a pobreza e as desigualdades sociais, para a

saúde pública e bem-estar de todos.

Não são permitidas quaisquer barreiras administrativas de acesso ao SNS ao migrante. 77


SAÚDE E (I) MIGRAÇÃO

Não são permitidas quaisquer barreiras administrativas de acesso ao SNS ao migrante.

Este é acolhido:

Independentemente do seu estatuto, estejam numa situação documental legalizada ou

não, por razões de proteção da saúde pública,

Têm direito de acesso ao SNS, nas mesmas condições previstas para os cidadãos

nacionais que dele beneficiam”.

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A Lei de Bases da Saúde) determina que são igualmente beneficiários do Serviço Nacional de

Saúde:

• Os cidadãos

• Os Estrangeiros com residência permanente ou em situação de estada ou residência

temporárias em Portugal que sejam nacionais de Estados–Membros da União Europeia ou

equiparados, nacionais de países terceiros ou apátridas, requerentes de proteção internacional.

• Migrantes com ou sem a respetiva situação legalizada, nos termos do regime jurídico

aplicável”.

79
SNS: O REGIME JÚRIDICO VISA:

• Prevenção, proibição e combate à discriminação racial e étnica, cor, nacionalidade,

ascendência e território de origem.

• Proíbe, em matéria da saúde, “a recusa ou limitação de acesso aos cuidados de saúde

prestados em estabelecimentos de saúde públicos ou privados”

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3 - O género no acesso a cuidados de saúde

O que é género?

81
O que é género?

 Construção social acerca do papel social que o sujeito se enquadra.

 - Identidade subjetiva do indivíduo

 - Cultura

 - Papel social binário: masculino ou feminino

 - Existe pessoas não binárias

 - Não tem relação com o sexo biológico do sujeito

82
O que é Sexo?
 Biologicamente assume-se frequentemente que é o sexo cromossomático ou o sexo
genital, órgãos reprodutivos internos e externos.
O que é Identidade de Género?
 Socialmente é o sentimento de ser do género feminino (mulher) ou do género masculino
(homem) independentemente da anatomia do sexo biológico.
 Transgénero: pessoa que não se identifica com seu género biológico, ou seja identidade
de género é diferente do seu sexo biológico.
 Cisgénero: a pessoa que se identifica com o seu sexo biológico. Sua identidade de género
corresponde a normatividade do papel que é atribuído ao seu sexo.

83
O que é Orientação sexual?
Refere-se ao que cada pessoa pensa e sente sobre si própria e sobre a sua afetividade
e sexualidade e por quem se sente atraído afetiva e sexualmente. Não é determinada
por seu sexo. Depende da subjetividade do indivíduo.
Uma pessoa é considerada:
• Heterossexual: se se sente sobretudo atraída por pessoas de género diferente.
• Homossexual: se se sente sobretudo atraída por pessoas do mesmo género.
• Bissexual: se se sente atraída por pessoas de ambos os géneros.

84
O que é Expressão de género?

Diz respeito aos comportamentos, forma de vestir, forma de apresentação, aspeto

físico, gostos e atitudes.

Uma pessoa andrógina exprime-se de uma forma ambivalente, ou seja, apresenta uma

combinação de traços físicos quer masculinos, quer femininos ou uma aparência que

não permite identificar claramente o seu género.

85
86
A importância de falar sobre injustiça social e igualdade de género em saúde é

minimizar as diversas formas de violência fruto do machismo estrutural.

Existem várias formas de violência:

- Homofobia

- Desigualdade de género

- Discriminação baseada em critérios de orientação sexual

As pessoas têm direito a sua dignidade humana!

87
Por qual motivo a violência de género tem lugar na nossa sociedade?

• Androcentrismo: supervalorização do masculino e naturalização do masculino

como princípio universal e normativo da humanidade. Homem como o padrão do

melhor, mais forte, e com mais direitos.

• Machismo estrutural

• Patriarcado

Pensar em igualdade de género é uma questão de direitos humanos, parece muito

óbvio, mas a realidade é que ela não existe na nossa sociedade


88
Pressupõe que todos tenham os mesmos direitos, oportunidade, obrigações:

• Na Educação.

• No acesso a oportunidades de progressão de carreira.

• No acesso à saúde.

Fatores da desigualdade de género na saúde:

As desigualdades de género estão presentes no estado de saúde de mulheres e homens,

bem como no acesso, na utilização e na participação nos cuidados de saúde e nos

cuidados de longa duração.


89
É também um facto conhecido que as mulheres são as principais prestadoras de
assistência informal a dependentes (filhos e idosos) e constituem a maior parte
da força de trabalho nos sectores social e da saúde.

90
PREOCUPAÇÕES DO SNS: POLÍTICAS, ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Homem e da Mulher:

• A adoção sistemática de iniciativas destinadas a favorecer a promoção específica da

saúde das mulheres, assim como prevenir a sua discriminação.

• A promoção da investigação científica que atenda às diferenças entre homens e mulheres

em relação à proteção da saúde, especialmente no que se refere ao acesso aos meios de

diagnóstico e terapêutico nos aspetos clínicos como assistenciais.

91
PREOCUPAÇÕES DO SNS: POLÍTICAS, ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Homem e da Mulher:
• Sempre que seja possível, será incentivado a obtenção e tratamento de dados, desagregados
por sexo, nos registos, inquéritos, estatísticas ou sistemas de informação médica sanitária.
• A prevenção equilibrada de mulheres e homens nos postos diretivos e de responsabilidade
profissional do conjunto do SNS.
• A integração do princípio de igualdade na formação de todos os que trabalham nas diferentes
organizações de saúde, garantindo a capacidade para detetar e assistir situações de violência de
género.

92
M3

Sistema Nacional de Saúde

93
Serviços e estabelecimentos do Sistema Nacional de Saúde em Portugal.

• Estruturas do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde é o departamento governamental que tem por missão definir e

conduzir a política nacional de saúde, garantindo uma aplicação e utilização

sustentáveis dos recursos e a avaliação dos seus resultados

94
Atribuições do Ministério da saúde:
1. Assegurar as ações necessárias à formulação, execução, acompanhamento e avaliação da
política nacional de saúde;
2. Exercer, em relação ao Serviço Nacional de Saúde, abreviadamente designado por SNS,
funções de regulamentação, planeamento, financiamento, orientação, acompanhamento,
avaliação, auditoria e inspeção;
3. Exercer funções de regulamentação, inspeção e fiscalização relativamente às atividades e
prestações de saúde desenvolvidas pelo setor privado, integradas ou não no sistema de saúde,
incluindo os profissionais neles envolvidos;

95
4. Gerir o subsistema de saúde da Administração Pública.
ESTRUTURA GERAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE:

O MS prossegue as suas atribuições através de serviços integrados na administração direta do

Estado, de organismos integrados na administração indireta do Estado, de órgãos consultivos,

de outras estruturas e de entidades integradas no setor empresarial do Estado.

96
Serviços Centrais SNS

A Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS) é um Instituto Público, criado em

2007, integrado na administração indireta do Estado, com autonomia administrativa e

financeira, que executa as orientações do Ministério da Saúde e está sob a sua

superintendência e tutela.

A ACSS tem jurisdição sobre todo o território continental.

97
Visão Serviços Centrais SNS:

Ser um organismo de eficiência capaz de assegurar a gestão integrada dos recursos do SNS.

Valores Serviços Centrais SNS:


 Ética
 Competência
 Inovação
 Transparência
 Serviço Público
98
Ações Serviços Centrais SNS:

• Planear e coordenar os recursos financeiros do SNS

• Desenvolver políticas de recursos humanos no setor da Saúde, incluindo a regulação

profissional

• Definir modelos de financiamento para a contratação de cuidados de saúde e acompanhar a

execução dos contratos-programa com os hospitais do SNS

99
Ações Serviços Centrais SNS:

• Coordenar a gestão das instalações e equipamentos de saúde no SNS, visando uma

organização integrada e a racionalização da rede hospitalar, dos cuidados de saúde primários,

da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, incluindo a área de saúde mental e da

Rede Nacional de Cuidados Paliativos;

• Fornecer o SNS com os adequados sistemas de informação e comunicação e mecanismos de

racionalização de compras, através da SPMS;

100
Ações Serviços Centrais SNS:

• Coordenar e centralizar a elaboração de informação e estatísticas sobre produção,

desempenho assistencial, recursos financeiros e humanos no SNS

• Gerir o Centro de Controlo e Monitorização do SNS

• Gerir o Sistema Integrado de Gestão do Acesso a Cuidados de Saúde no SNS

• Fomentar a gestão partilhada de recursos no SNS

• Ponto de contacto nacional para os Cuidados de Saúde Transfronteiriços

• Preparar a implementação do Programa Iniciativas em Saúde Pública.


101
Desafios Serviços Centrais SNS:

• Contribuir para a eficiência e a sustentabilidade do SNS

• Melhorar a governação do sistema de saúde

• Assegurar uma política de financiamento equitativa e consistente com a política de saúde

• Potenciar o capital humano e melhorar o desempenho dos profissionais de saúde

• Aumentar a transparência no funcionamento do SNS

102
Missão Serviços Centrais SNS:

• A Administração Central do Sistema de Saúde tem por missão assegurar a gestão dos

recursos financeiros e humanos do Ministério da Saúde (MS) e do Serviço Nacional de Saúde

(SNS), bem como das instalações e equipamentos do SNS, proceder à definição e

implementação de políticas, normalização, regulamentação e planeamento em saúde, nas

áreas da sua intervenção, em articulação com as Administrações Regionais de Saúde, no

domínio da contratação da prestação de cuidados.

103
Atribuições Serviços Centrais SNS:

A ACSS prossegue as seguintes atribuições:


• Coordenar, monitorizar e controlar as atividades no MS para a gestão dos recursos financeiros
afetos ao SNS, designadamente definindo, de acordo com a política estabelecida pelo membro
do Governo responsável pela área da saúde, as normas, orientações e modalidades para
obtenção dos recursos financeiros necessários, sua distribuição e aplicação, sistema de preços e
de contratação da prestação de cuidados, acompanhando, avaliando, controlando e reportando
sobre a sua execução, bem como desenvolver e implementar acordos com entidades prestadoras
de cuidados de saúde e entidades do sector privado ou social, responsáveis pelo pagamento de

104
prestações de cuidados de saúde;
Atribuições Serviços Centrais SNS:

• Coordenar as atividades no MS para a definição e desenvolvimento de políticas de recursos

humanos na saúde, designadamente definindo normas e orientações relativas a profissões,

exercício profissional, regimes de trabalho, negociação coletiva, registo dos profissionais, bases

de dados dos recursos humanos, ensino e formação profissional, bem como realizar estudos para

caracterização dos recursos humanos, das profissões e exercícios profissionais no setor da saúde;

105
Atribuições Serviços Centrais SNS:

• Coordenar as atividades no MS para a gestão da rede de instalações e equipamentos de saúde,

designadamente definindo normas, metodologias e requisitos a satisfazer para a melhoria e o

desenvolvimento equilibrado no território nacional dessa rede, acompanhando, avaliando e

controlando a sua aplicação pelas entidades envolvidas;

• Prover o SNS com os adequados sistemas de informação e comunicação e mecanismos de

racionalização de compras recorrendo para o efeito à entidade pública prestadora de serviços

partilhados ao SNS;

106
Atribuições Serviços Centrais SNS:
• Coordenar e centralizar a produção de informação e estatísticas dos prestadores de cuidados
de saúde, nomeadamente produção, desempenho assistencial, recursos financeiros, humanos e
outros;
• Assegurar a prestação centralizada de atividades comuns nas áreas dos recursos humanos e
financeiros para os serviços do MS integrados na administração direta do Estado;
• Coordenar e acompanhar a gestão da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados,
incluindo a área de saúde mental, em articulação com os demais organismos competentes;

107
Atribuições Serviços Centrais SNS:
• Assegurar e coordenar a elaboração do orçamento do MS e do SNS, bem como acompanhar e
gerir a respetiva execução;
• Promover a aplicação das medidas de política de organização e de gestão de recursos humanos
definidas para a Administração Pública, coordenando e apoiando os serviços e organismos do MS
na respetiva implementação, bem como emitir pareceres em matéria de organização, recursos
humanos e criação ou alteração de mapas de pessoal;
•Efetuar o controlo da gestão através da avaliação continuada dos indicadores de desempenho e
da prática das instituições e serviços do sistema de saúde, bem como desenvolver e implementar
modelos de gestão de risco económico-financeiro para o sistema de saúde;

108
Atribuições Serviços Centrais SNS:
• Acompanhar a coordenação e a gestão da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, em articulação
com os demais organismos competentes;
• Prosseguir as atribuições conferidas por lei em matéria de terapêuticas não convencionais;
• Prosseguir as atribuições conferidas por lei em matéria de prestação de cuidados de saúde
transfronteiriços;
• Assegurar e gerir, diretamente ou por intermédio de entidade contratada para o efeito, um
centro de conferência de faturas do SNS, de medicamentos, de meios complementares de
diagnóstico e terapêutica, e de outras áreas de prestações de saúde;

109
Atribuições Serviços Centrais SNS:
• Assegurar a harmonização em matéria de tabelas e nomenclaturas do Serviço Nacional de
Saúde com os subsistemas públicos de saúde;
• Participar, nos termos da lei, no Colégio de Governo dos Subsistemas Públicos de Saúde;
• Assegurar o Inventário Nacional dos Profissionais de Saúde.
• Coordenar e acompanhar a execução dos contratos de gestão em regime de parceria público-
privada, dos contratos-programa com entidades do setor empresarial do Estado e de outros
contratos de prestação de cuidados de saúde celebrados com entidades do setor privado e social.

110
Atribuições Serviços Centrais SNS:
• A gestão do sistema de acesso e tempos de espera e do sistema de inscritos para cirurgia.
• Prestar apoio logístico e assegurar o pagamento de despesas relativas a atividades
desenvolvidas por grupos de trabalho, comissões técnicas e científicas ou outras entidades na
área da saúde cujo objeto não se integre diretamente em qualquer dos serviços ou organismos
do Ministério da Saúde
• Emitir instruções genéricas que vinculam os organismos e serviços do Ministério da Saúde, os
serviços e estabelecimentos do SNS, bem como as entidades que integram funcionalmente o
SNS, designadamente os estabelecimentos com gestão privada e as entidades com convenção
com o SNS.

111
Serviços Regionais SNS

Missão Serviços Regionais SNS:

• A Administração Regional de Saúde do Norte, tem por missão garantir à população da região o

acesso à prestação de cuidados de saúde, adequando os recursos disponíveis às necessidades e

cumprir e fazer cumprir políticas e programas de saúde na sua área de intervenção.

112
Atribuições Serviços Regionais SNS:

• A Administração Regional de Saúde do Norte, IP, é um instituto público integrado na

administração indireta do Estado, dotado de autonomia administrativa, financeira e património

próprio;

• São atribuições da ARS Norte, no âmbito da respetiva circunscrição territorial:

• Executar a política nacional de saúde, de acordo com as políticas globais e sectoriais, visando o

113
seu ordenamento racional e a otimização dos recursos;
Atribuições Serviços Regionais SNS:

• Participar na definição das medidas de coordenação intersectorial de planeamento, tendo

como objetivo a melhoria da prestação de cuidados de saúde;

• Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a

nível regional;

• Desenvolver e fomentar catividades no âmbito da saúde pública, de modo a garantir a proteção

e promoção da saúde das populações;

114
Atribuições Serviços Regionais SNS:
• Assegurar a execução dos programas de intervenção local com vista à redução do consumo de
substâncias psicoativas, a prevenção dos comportamentos aditivos e a diminuição das
dependências;
• Desenvolver, consolidar e participar na gestão da Rede Nacional de Cuidados Continuados
Integrados de acordo com as orientações definidas;
• Assegurar o planeamento regional dos recursos humanos, financeiros e materiais, incluindo a
execução dos necessários projetos de investimento, das instituições e serviços prestadores de
cuidados de saúde, supervisionando a sua afetação;

115
Atribuições Serviços Regionais SNS:
• Elaborar, em consonância com as orientações definidas a nível nacional, a carta de instalações e
equipamentos;
• Afetar, de acordo com as orientações definidas pela Administração Central do Sistema de
Saúde, recursos financeiros às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde
integrados ou financiados pelo Serviço Nacional de Saúde e a entidades de natureza privada com
ou sem fins lucrativos, que prestem cuidados de saúde ou atuem no âmbito dos programas de
intervenção local com vista à redução do consumo de substâncias psicoativas, prevenção dos
comportamentos aditivos e diminuição das dependências e da Rede Nacional de Cuidados

116
Continuados Integrados;
Atribuições Serviços Regionais SNS:
• Celebrar, acompanhar e proceder à revisão de contratos no âmbito das parcerias público-
privadas, de acordo com as orientações definidas pela Administração Central do Sistema de
Saúde, IP, e afetar os respetivos recursos financeiros;
• Negociar, celebrar e acompanhar, de acordo com as orientações definidas a nível nacional, os
contratos, protocolos e convenções de âmbito regional, bem como efetuar a respetiva avaliação
e revisão, no âmbito da prestação de cuidados de saúde bem como nas áreas dos programas de
intervenção local com vista à redução do consumo de substâncias psicoativas, prevenção dos
comportamentos aditivos e diminuição das dependências e da Rede Nacional de Cuidados

117
Continuados Integrados;
Atribuições Serviços Regionais SNS:
• Orientar, prestar apoio técnico e avaliar o desempenho das instituições e serviços prestadores
de cuidados de saúde, de acordo com as políticas definidas e com as orientações e normativos
emitidos pelos serviços e organismos centrais competentes nos diversos domínios de
intervenção;
• Assegurar a adequada articulação entre os serviços prestadores de cuidados de saúde de modo
a garantir o cumprimento da rede de referenciação;
• Afetar recursos financeiros, mediante a celebração, acompanhamento e revisão de contratos
no âmbito dos cuidados continuados integrados;

118
• Elaborar programas funcionais de estabelecimentos de saúde;
Atribuições Serviços Regionais SNS:
• Licenciar as unidades privadas prestadoras de cuidados de saúde e as unidades da área das
dependências e comportamentos aditivos do sector social e privado;
• Emitir pareceres sobre planos diretores de unidades de saúde, bem como sobre a criação,
modificação e fusão de serviços;
•Emitir pareceres sobre a aquisição e expropriação de terrenos e edifícios para a instalação de
serviços de saúde, bem como sobre projetos das instalações de prestadores de cuidados de
saúde;
•Coordenar a nível regional a gestão da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, de acordo com as
orientações definidas a nível nacional.

119
• Institutos Públicos
• Grupos de Missão
2. CUIDADOS DE SAÚDE

Conjunto de organizado de atividade médicas e paramédicas, gerais e de especialidades,

prestadas à população de forma coordenada, com o objetivo de assegurar a cada indivíduo o

melhor nível de saúde, através da promoção da saúde, da prevenção da doença, bem como da

cura dos doentes e recuperação dos diminuídos.

https://youtu.be/rUT-EIbJh5c

120
a) Cuidados primários ou cuidados base:
 Intervenção médica, paramédica e médico-sociais que abrange:
 Promoção da saúde,
 Prevenção da doença,
 Diagnóstico e tratamento elementar (triagem ou encaminhamento para instituição
especializada.
Os cuidados primários são prestados tanto pelo setor público como pelo privado
https://youtu.be/VEQ_MHv8C1k

121
Como prestadores incluem-se:
 As unidades de cuidados primários do SNS.
 Clínicas do setor privado (tanto com fins lucrativos como sem fins lucrativos)
 Consultórios de grupos médicos em escritórios privados.
As consultas de medicina dentária, os serviços de diagnóstico, a hemodiálise e a reabilitação
são maioritariamente assegurados pelo setor privado.

122
b) Cuidados secundários ou cuidados hospitalares:
 Intervenção visando o diagnóstico ou tratamento através de recursos mais diferenciados
e habitualmente em meio hospitalar.
https://youtu.be/FwILxPss7Do
c) Cuidados terciários:
 Conjunto de atividades médicas e médico-sociais visando a limitação das sequelas e a
reabilitação física, psíquica e social dos diminuídos.

123
d) Cuidados Continuados

 A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), é um modelo organizacional

criado pelos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde, formada por um

conjunto de instituições públicas e privadas que prestam cuidados continuados de saúde e

de apoio social.

124
Objetivos:
A RNCCI tem como objetivo a prestação de cuidados de saúde e de apoio social de
forma continuada e integrada a pessoas que, independentemente da idade, se
encontrem em situação de dependência.
Os Cuidados Continuados Integrados estão centrados na recuperação global da
pessoa, promovendo a sua autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no âmbito
da situação de dependência em que se encontra.
Valores:
Prestação individualizada e humanizada de cuidados.

125
Continuidade dos cuidados entre os diferentes serviços, sectores e níveis de
diferenciação, mediante a articulação e coordenação em rede.
Equidade no acesso e mobilidade entre os diferentes tipos de unidades e equipas da
Rede.
Proximidade da prestação dos cuidados, através da potenciação de serviços
comunitários de proximidade.
Multidisciplinaridade e interdisciplinaridade na prestação de cuidados.
Avaliação integral das necessidades da pessoa em situação de dependência e
definição periódica de objetivos de funcionalidade e autonomia.

126
Promoção, recuperação contínua ou manutenção da funcionalidade e da autonomia.
Participação das pessoas em situação de dependência, e dos seus familiares ou
representante legal, na elaboração do plano individual de intervenção e no
encaminhamento para as unidades e equipas da rede.
Participação e corresponsabilização da família e dos cuidadores principais na
prestação dos cuidados.
Eficiência e qualidade na prestação dos cuidados.

127
Os cuidados Continuados devem estar integrados na prática normal dos cuidados.
Não só atender os sintomas e necessidades físicas mas também os problemas
psicológicos e espirituais dos doentes.
Otimização do conforto, função e suporte social aos doentes e familiares quando a
cura não é possível.
https://youtu.be/RbPS2QLieTY

128
e) Cuidados Paliativos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos
definem-se como uma abordagem médica abrangente que se destina a melhorar a
qualidade de vida dos doentes (e das suas famílias) que enfrentam uma doença grave
ou incurável. Estes cuidados são administrados para prevenção e alívio do sofrimento
– com recurso à identificação precoce e tratamento da dor – mas também de
problemas psicológicos, sociais e espirituais.
https://youtu.be/SVtO6ofXCmE

129
Quais os princípios universais dos cuidados paliativos?
• Proporcionam o alívio da dor e outros sintomas geradores de sofrimento.
• Afirmam a vida e encararam a morte como um processo natural.
• Não têm como objetivo apressar ou adiar a morte.
• Integram os aspetos psicológicos e espirituais dos cuidados ao doente.
• Promovem um sistema de suporte global que ajuda o doente a viver o mais
ativamente possível.
• Ajudam a família do doente a lidar com a doença, assim como também no seu luto.

130
Quais os princípios universais dos cuidados paliativos?
• Privilegiam uma abordagem multidisciplinar, e em equipa, para lidar com as
necessidades do doente e da sua família.
• Melhoram a qualidade de vida e podem influenciar positivamente o desenvolvimento
da doença.
• Devem ser aplicados o mais rapidamente possível, logo no início da doença.

131
A quem se destinam os cuidados paliativos?
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) esclarece que os
destinatários dos cuidados paliativos podem ser tanto crianças como adultos:
• Com malformações congénitas ou outras situações que dependam de terapêutica
de suporte de vida ou apoio de longa duração.
• Com qualquer doença aguda, grave e ameaçadora da vida (tais como
traumatismos graves, leucemia, acidente vascular agudo).

132
A quem se destinam os cuidados paliativos?
• Com doença crónica progressiva, tal como doença vascular periférica, neoplasia,
insuficiência renal ou hepática, AVC com significativa incapacidade funcional, doença
cardíaca ou pulmonar avançada, fragilidade, doenças neurovegetativas e demência.
• Com doença ameaçadora da vida, mas em que a opção foi não fazer tratamento
orientado para a doença ou de suporte/prolongamento da vida e que requeiram este
tipo de cuidados.

133
A quem se destinam os cuidados paliativos?
• Com lesões crónicas e limitativas, resultantes de acidente ou outras formas de
trauma.
• Em fase terminal (demência em estádio final, cancro terminal, acidente vascular
gravemente incapacitante) que não têm possibilidade de recuperação ou
estabilização.

134
Onde e durante quanto tempo são prestados os cuidados paliativos?
Tratando-se de uma abordagem global a pessoas com doenças incuráveis, crónicas e
progressivas, os cuidados paliativos podem ser disponibilizados em diferentes
contextos médicos ou hospitalares, incluindo também o domicílio do doente. A sua
aplicação poderá acontecer logo desde o diagnóstico, ou apenas numa fase mais
avançada da doença.

135
Quais as especialidades médicas incluídas nos cuidados paliativos?
Existem especialidades médicas que estão intrinsecamente ligadas aos Cuidados
Paliativos pela sua participação ativa nos cuidados ao longo da trajetória da doença,
tais como Neurologia, Oncologia, Fisiatria, Radioterapia, entre outras. No entanto, e
tratando-se de uma abordagem integral à doença, os cuidados continuados implicam
uma equipa de profissionais formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,
terapeutas ocupacionais, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, assistentes
sociais, entre outros.

136
Os cuidados paliativos destinam-se a todas as pessoas que enfrentam uma doença
grave ou incurável. Esta abordagem médica ajuda a melhorar a qualidade de vida
destes doentes. Estes cuidados destinam-se tanto a adultos como a crianças, mas
apresentam diferenças consoante a idade do paciente e o tipo de patologia.

137
O que são cuidados paliativos?
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) define os cuidados
paliativos como uma resposta ativa aos problemas decorrentes da doença
prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela
gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas
famílias.
São cuidados de saúde ativos, rigorosos, que combinam ciência e humanismo.

138
Em Portugal os cuidados paliativos são uma necessidade urgente. Basta recordar que
o Cancro é a segunda causa de morte em Portugal.
Devemos compreender que este tipo de cuidados não pretende curar ou retardar a
doença mas sim proporcionar alívio dos sintomas geradores de sofrimento como a
dor, o cansaço extremo, falta de ar (dispneia) entre outros.
Pretendem que o doente viva tão ativamente quanto possível até à sua morte e
pretende ajudar as famílias a lidar com a doença do seu familiar assim como no seu
luto, aceitando a morte como parte integrante da vida.

139
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), «Cuidado Paliativo» é a
abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares perante
doenças que ameaçam a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do
sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros
problemas de natureza física, psicossocial e espiritual» (2002).
O aumento da longevidade conduziu a um aumento das doenças crónicas, apesar de
todos os esforços e progressos da medicina nas últimas décadas. Este crescimento
de doenças incuráveis conduziu à necessidade de cuidados específicos destinados a
aliviar o sofrimento de doentes.

140
Quais os tipos de cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos podem ser divididos em 2 grandes grupos:
Abordagem paliativa
Pretende dar resposta a necessidades e problemas relacionados com o doente com
doença grave e/ou avançada independentemente da idade e diagnóstico.
Este nível de abordagem os cuidados não são necessariamente especializados, pelo
que não requer profissionais especializados.

141
Esta abordagem inclui procedimentos farmacológicos e não farmacológicos assim
como, estratégias de comunicação com o doente e sua família e articulação com os
serviços e estruturas sociais necessárias ao acompanhamento do doente.
Este nível de cuidados paliativos não exige profissionais de saúde em que o foco
principal da sua atividade profissional são os cuidados paliativos, devendo estes ter
formação na área, permitindo adequar os cuidados a cada situação e, se necessário,
encaminhar para equipas de cuidados paliativos especializados.

142
Cuidados paliativos especializados
São cuidados multidisciplinares prestados por profissionais diferenciados e com
formação específica em cuidados paliativos.
Os profissionais dedicam a sua atividade profissional unicamente aos cuidados
paliativos, sendo neste nível de cuidados que se encontram os doentes mais
complexos e que exigem cuidados específicos.
Este grau de cuidados exige elevado grau de especialização profissional.

143
Quem precisa de cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos são direcionados para todas as pessoas que têm uma doença
que pode ameaçar a sua vida e que agrava ao longo do tempo, sendo também,
conhecida como doença terminal.
Desta forma, não é correto considerar que estes cuidados são prestados quando “já
não há mais nada a fazer”, pois ainda podem ser proporcionados cuidados essenciais
para o conforto, bem-estar e qualidade de vida da pessoa, independentemente do seu
tempo de vida.

144
Existe frequentemente a confusão nos conceitos de doente em cuidados paliativos,
doente terminal e doente agónico. Um doente a receber cuidados paliativos não é
inevitavelmente um doente terminal.
Doente terminal é aquele que apresenta doença avançada, incurável e evolutiva, com
elevadas necessidades de saúde pelo sofrimento associado e que, em média,
apresenta uma sobrevida esperada de 3 a 6 meses.
Os doentes agónicos, são, entre estes, aqueles que previsivelmente, pelas
características clínicas que apresentam, estão nas últimas horas ou dias de vida.

145
Quando se deve iniciar os cuidados paliativos?
Uma vez que este tipo de cuidados não são apenas para cuidados em fim de vida, os
Cuidados Paliativos devem ser iniciados assim que diagnosticada uma doença grave
em que exista uma probabilidade de prognóstico de vida limitado, podendo mesmo
ser prestado em simultâneo com tratamentos curativos como a radioterapia e
quimioterapia.
A principal intenção é o controle dos sintomas da doença ou tratamento e melhorar as
condições de vida do doente.
Deve ser tida sempre em consideração na abordagem paliativa os cuidados
psicológicos, sociais e espirituais do doente.
146
Quais são os serviços de cuidados paliativos?
Perante uma situação de doença limitante da autonomia e bem estar do doente, os
cuidados paliativos tem a finalidade de promover o bem-estar e autonomia do mesmo,
tendo em conta as dificuldade e problemas que vão surgindo.
Assim, os cuidados prestados, ao doente e sua família, são variados e podem
abranger áreas muito distintas, dependendo das necessidades do doente.

147
Existem várias áreas de atuação como:
Suporte no alívio de sintomas físicos do doente:
• Dor
• Náuseas e vómitos
• Cansaço ou fadiga
• Dificuldade respiratória
• Agitação psicomotora
• Perda de apetite
• Insónia
.
148
Apoio na tomada de decisão do doente e sua família
• Suspensão de procedimentos sem benefício para a situação do doente
• Gestão de conflitos entre o doente/família e equipa que o acompanha.
Apoio emocional
• Apoio em situações de depressão, aceitação da situação clínica, momentos de
ansiedade e luto.
Apoio espiritual ao doente e sua família
• O apoio espiritual tem uma dimensão importante na assistência paliativa pois
traduz uma fonte de força, conforto e fé para o doente e sua família.
• O apoio familiar, o perdão, o amor, a crença, a fé e a esperança são as principais
necessidades espirituais dos doentes em cuidados paliativos.
149
Equipa multidisciplinar nos cuidados paliativos
Os cuidados paliativos são prestados por uma equipa multidisciplinar com formação
científica e técnica específica nas áreas da medicina, enfermagem, psicologia,
fisioterapia, farmácia, nutrição, serviço social, assistência espiritual, entre outros
profissionais, dependendo das necessidades do doente. Pretende-se que as
diferentes áreas de intervenção trabalhem em articulação proporcionando um cuidar
diferenciado e direcionado às necessidades de cada doente, independentemente do
estadío da doença.

150
Onde se prestam os Cuidados Paliativos em Portugal?
• Unidade de Cuidados Paliativos – Unidade de internamento específica a este tipo
de cuidados,
• Equipas hospitalares de suporte em cuidados paliativos
• Equipas Comunitárias de Suporte aos Cuidados Paliativos (domicilio)
• Centro de dia para doentes paliativos.
Contudo, é fundamental compreender e respeitar a os desejos e preferências do
doente, referente ao local onde gostariam de receber estes cuidados, sendo o
domicílio a opção de muitos doentes e suas famílias.

151
Os serviços de Cuidados Paliativos no domicílio poderão ser assegurados desde que
o doente e sua família assim o desejem.
Pretende-se a humanização dos cuidados prestados permitindo que o doente viva
melhor o seu processo de doença assim como no final da sua vida.
Para tal é fundamental que o doente e família possam escolher onde vai passar os
últimos dias de tempo de vida.

152
Conclusão
O aumento da longevidade da população Portuguesa e a incapacidade da medicina e
ciência atual determinar a cura de um grande leque de doenças, torna os Cuidados
Paliativos um desafio e uma responsabilidade social, perante as necessidades de
resposta dos doentes que carecem deste tipo de serviços.
Torna-se emergente aumentar a cobertura nacional de cuidados paliativos.
A sensibilização para esta temática tem sido levada em conta pelos governantes de
Portugal, contudo, existe um caminho muito longo a fazer no sentido de assegurar as
necessidades destes doentes.
https://youtu.be/YMSy7cYSgnE

153
EUTANÁSIA
O que é a eutanásia?
A morte assistida é o ato que leva à morte de um doente por sua vontade,
através do ato de um profissional de saúde (eutanásia) ou através de suicídio
assistido.

154
EUTANÁSIA
A palavra eutanásia tem origem no grego — “eu”, que significa boa, e
“tanathos”, que quer dizer “morte”, ou seja, “boa morte”, remetendo para o ato
de tirar a vida a alguém por solicitação, de modo a acabar com o seu
sofrimento. O termo, criado pelos filósofos, surgiu pela primeira vez no século
XVIII.

155
EUTANÁSIA
Embora com soluções legais diferentes, em vários países onde é praticada a
morte assistida, o sofrimento intolerável do doente e o grau de consciência para
tomar essa decisão são condições essenciais para a prática.
https://youtu.be/pFQcIG1hilo

156
EUTANÁSIA
A morte assistida é crime em Portugal?
Em Portugal, a morte assistida não está tipificada como crime com esse nome,
mas a sua prática pode ser punida por três artigos do Código Penal: homicídio
privilegiado (artigo 133.º), homicídio a pedido da vítima (artigo 134.º) e crime de
incitamento ou auxílio ao suicídio (artigo 135.º).

157
EUTANÁSIA
As penas variam entre um a cinco anos de prisão para o homicídio privilegiado,
até três anos para homicídio a pedido da vítima e de dois a oito anos para o
crime de incitamento ou auxílio ao suicídio.
https://youtu.be/xFCoj-cy6qM

158
O que é suicídio assistido?
O suicídio assistido é diferente da eutanásia, dado que é o próprio doente,
tomando os fármacos letais, a por fim à sua vida, com a colaboração de um
terceiro, geralmente um profissional de saúde, que o ajuda a terminar a vida.

https://youtu.be/I2duGdjqFf4

159
O que é a distanásia?
A distanásia define-se como o adiamento, de forma artificial, da morte de um
doente que se encontra em fase terminal com o recurso a tratamentos médicos
considerados desproporcionados. Também é utilizado o termo “obstinação
terapêutica” como sinónimo de distanásia.

160
Em que países pode ser praticada a eutanásia?
A eutanásia não é crime em quatro países europeus — Holanda, Bélgica,
Luxemburgo e Suíça —, mas há mais países do mundo onde é possível a morte
assistida ou o suicídio assistido.

161
Em que países pode ser praticada a eutanásia?
Em Espanha, o Parlamento deu início ao processo para legislar sobre a morte
medicamente assistida.
Nos Estados Unidos, há cinco Estados onde está regulamentada esta prática:
Oregon, desde 1997, Vermont (2013), Califórnia (2015), Washington (2008) e
Montana (2009). No Canadá, também é possível a eutanásia desde 2006.

162
O que prevê o Código Deontológico dos Médicos?
A vida é vista, no juramento de Hipócrates feito pelos médicos, enquanto um
dom sagrado: “Não darei a veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe
sugerirei essa possibilidade.”

163
O que prevê o Código Deontológico dos Médicos?
O Código Deontológico também impede os médicos de darem uma “ajuda ao
suicídio, à eutanásia e à distanásia”. E recomenda que, nos cuidados paliativos,
o médico dirija “a sua ação para o bem-estar dos doentes, evitando utilizar
meios fúteis de diagnóstico e terapêutica que podem, por si próprios, induzir
mais sofrimento, sem que daí advenha qualquer benefício”.

164
Podem os médicos alegar a objeção de consciência?
Sim, todos os projetos preveem essa hipótese, essa recusa deve ser
fundamentada e comunicada ao doente em prazo “não superior a 24 horas”.

165
O que mudou desde 2018?
Pouco, houveram propostas para reduzir a composição da comissão de
avaliação do processo “salvaguarda-se a possibilidade de estar a decorrer ou
de se iniciar um processo judicial visando a incapacidade do doente”, o que
suspende o procedimento de morte assistida, a despenalização de quem pratica
a morte assistida, nas condições definidas na lei, e a garantia da objeção de
consciência para os médicos e enfermeiros.

166
O que mudou desde 2018?
Todos preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte
medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou
doenças mentais, em situação de sofrimento “duradouro e insuportável” e com
lesão definitiva ou doença incurável e fatal. É também necessário confirmar
várias vezes essa vontade.
O pedido de morte medicamente assistida só pode ser feito pelo próprio,
através de um médico, com salvaguardas da avaliação por comissões técnicas.

167
Em que condições pode um doente pedir a eutanásia?
O doente tem que ser maior de idade, são necessários vários pareceres
médicos, inclusivamente de especialistas da doença de que a pessoa sofre.
O pedido de morte medicamente assistida apenas é admissível nos casos de
doença ou lesão incurável, causadora de sofrimento físico ou psicológico
intenso, persistente e não debelado ou atenuado para níveis suportáveis e
aceites pelo doente ou nos casos de situação clínica de incapacidade ou
dependência absoluta ou definitiva”.

168
Em que condições pode um doente pedir a eutanásia?
O pedido tem de “corresponder a uma vontade livre, séria e esclarecida da
pessoa com lesão definitiva ou doença incurável e fatal e em sofrimento
duradouro e insuportável”.

O pedido de “antecipação da morte” é ser uma “decisão da própria pessoa,


maior, em situação de sofrimento extremo, com lesão definitiva ou doença
incurável e fatal”.

169
Em que condições pode um doente pedir a eutanásia?
O pedido de recurso à “morte medicamente assistida” é um “pedido sério, livre,
pessoal, reiterado, instante, expresso, consciente e informado da pessoa” se
estiver “em situação de profundo sofrimento decorrente de doença grave,
incurável e sem expectável esperança de melhoria clínica”, em “estado terminal
ou com lesão amplamente incapacitante e definitiva”.

170
Em que condições pode o doente revogar a decisão?

Pode fazê-lo a qualquer momento, de acordo com todos os projetos. E se o


doente ficar inconsciente, o processo é parado de imediato.

171
E quais são as outras condições?
O processo também não avança se um dos pareceres médicos for negativo,
havendo, ainda, recurso da decisão para as comissões criadas para avaliar os
processos. Cada partido, porém, tem uma solução diferente.

172
Há casos de portugueses que optam pela eutanásia no estrangeiro?
Sim. Não há números oficiais, mas sim parcelares. Por exemplo, o Jornal de
Notícias noticiou esta semana que em dez anos, de 2009 a 2019, sete
portugueses foram morrer à Suíça, apoiados pela Dignitas, uma associação sem
fins lucrativos que “ajuda pessoas a morrer com dignidade”. Há mais 20
pessoas com residência em Portugal inscritas na associação.
Em 2019 a Dignitas ajudou 256 pessoas de várias nacionalidades a pôr fim à
vida.

173
174
M4
Outros prestadores que intervêm no domínio da Saúde.

1. Ambiente e cultura organizacional: noções gerais nas instituições de saúde.


2. Outros prestadores:

175
1. Ambiente e cultura organizacional: noções gerais nas instituições de
saúde.
A cultura de organizações também a aceitação ou recusa de experiências,
valores ou procedimentos. De facto, o desenvolvimento da cultura
organizacional é realizado pela integração, em maior ou menor escala, de
novos elementos constituintes, num processo contínuo que ocorre ao
longo de toda a vida da organização.

176
Na atualidade é impossível ao profissional de saúde trabalhar
isoladamente, quer devido a complexidade daa situações apresentadas
pelos utentes do SNS, quer devido ao desenvolvimento tecnológico, ou
ainda a explosão e fragmentação de conhecimento.
Os TAS fazem parte de uma equipa e como tal devem saber executar as
suas atividades em interação para que a melhoria da prestação de
cuidados seja alcançada.

177
Pressupõe-se que os elementos da equipa contactem entre si
frequentemente e prestem cuidados de saúde integrados. Nesta
perspetiva, de forma a responder eficazmente a todas as solicitações
colocada pelos utentes, torna-se um verdadeiro trabalho em equipa, que
deve ser baseado na cooperação e em contato regular, face a face,
envolvidos numa ação coordenada, cujos membros contribuam com
empenho, competência e responsabilidade para realização de uma
determinada atividade.

178
Nesta vertente, o trabalho em equipa é condicionado por diversos
pressupostos, válidos para organização de saúde:
- Partilha de objetivos comuns, cada membro deve ter uma definição
clara e precisa da missão da equipa.

179
Nesta vertente, o trabalho em equipa é condicionado por diversos
pressupostos, válidos para organização de saúde:
- Compreensão e aceitação dos papéis e funções de cada um, um grupo
só está em condições de trabalho conjunto quando como equipa cada
elemento humano assume e aceita seu papel social e laboral e também o
dos outros elementos do grupo, aceitando seu lugar, as hierarquias e
facilitando a integração em prol de um objetivo comum.

180
- Existência de recursos humanos e materiais suficientes:
É necessário em qualquer que seja a área de atuação que os recursos
materiais e humanos sejam suficientes para que se possa oferecer uma
prestação de serviço de qualidade.
- Cooperação ativa e confiança mútua:
É necessário a criação de um ambiente harmonioso, onde impere a
assertividade, a escuta ativa, a empatia, e as pessoas se exprimam
livremente e sem receio.

181
- Liderança adequada e eficaz, com uma rede de comunicação circular,
aberta e multidirecional:
O líder deve emergir do grupo e não ser imposto. No primeiro caso, a
equipa de trabalho implica uma comunicação aberta, multidirecional,
embora menos eficiente.

182
2. Outros prestadores que intervêm no domínio da saúde:
Segurança Social
 As Instituições Particulares de Solidariedade Social, com objetivo específico de saúde,
intervém na ação comum a favor da saúde coletiva e dos indivíduos, de acordo com a
legislação que lhes é própria e a presente lei.
 As IPSS’s ficam sujeitas, no que respeita suas atividades de saúde, ao poder orientado e
inspeção dos serviços competentes do Ministério da Saúde, sem prejuízo da
independência de gestão estabelecida na constituição e na sua legislação própria

183
2. Outros prestadores que intervêm no domínio da saúde:
Segurança Social

 Os serviços de saúde destas instituições podem ser subsidiados financeiramente e


apoiados tecnicamente pelo Estado e autarquias locais.
 As instituições ou serviços do SNS e da Segurança Social devem cooperar nos programas e
ações que envolvam a proteção das populações vulneráveis.

184
São áreas preferenciais de cooperação:

a) Programas gerais de promoção de saúde, prevenção e tratamento da doença, em especial

quanto aos idosos, deficientes e toxicodependentes e em situações de apoio a maternidade.

b) Programas coordenados de ação social e saúde nas grandes aglomerações urbanas.

c)Prevenção, prestação de cuidados e reabilitação das doenças da área laboral.

185
Setor Privado

O Estado apoia o desenvolvimento do setor privado de prestação de cuidados de saúde, em

função das vantagens sociais decorrentes das iniciativas em causa e em concorrência com o

setor público.

O apoio pode traduzir-se na facilitação da mobilidade do pessoal do SNS que deseje

trabalhar no setor privado, na criação de incentivos à criação de unidades privadas e na

reserva de quotas de leitos de internamento em cada região de saúde.

186
Setor Privado
1-A articulação do SNS com as atividades particulares de saúde faz-se nos termos seguintes:
a) No planeamento da cobertura do território pelo SNS podem ser reservadas quotas para o
exercício das atividades particulares;
b) Os médicos do SNS com atividade liberal podem assistir os doentes privados nos
estabelecimentos oficiais, em condições a estabelecer em diploma próprio;
c) As ARS podem celebrar contratos ou convenções com médicos não pertencentes ao SNS
ou com pessoas coletivas privadas para prestação de cuidados aos seus utentes.

187
Setor Privado
2- Os estabelecimentos privados e os profissionais de saúde que trabalhem em regime
liberal integram-se na rede nacional de prestação de cuidados de saúde e ficam obrigados:
a) A receber e cuidar dos utentes, em função do grau de urgência, nos termos do contrato
que tenham celebrado;
b) A cuidar dos doentes com oportunidade e de forma adequada a situação;
c) A cumprir as orientações emitidas pela ARS.

188
Poder local
 As autarquias locais participam na efetivação à saúde, bem como no desenvolvimento do
SNS na sua área de jurisdição e no quadro das atribuições fixadas por lei.
 As autarquias locais participam em especial na definição de políticas e ações de saúde
pública, na manutenção da rede de equipamentos de saúde, no funcionamento dos
órgãos consultivos e de acompanhamento do SNS.
 Os Serviços Locais de Saúde são criados por portarias do Ministério da Saúde, sob
propostas dos concelhos de administração das Administrações Regionais de Saúde - ARS
ouvidas as autarquias locais.

189
OUTROS PRESTADORES QUE INTERVÊM NO DOMÍNIO DA SAÚDE

Articulação intersetorial entre as estruturas/ organismos do Sistema Nacional de Saúde e

outros prestadores que também intervêm no domínio da saúde.

190
OUTROS PRESTADORES QUE INTERVÊM NO DOMÍNIO DA SAÚDE

▪ O Serviço Nacional de Saúde assenta nos cuidados primários de saúde que devem

situar-se junto das comunidades.

▪ Deve ser promovida a articulação efetiva entre os vários níveis de cuidados de saúde,

garantindo permanentemente a circulação recíproca e confidencial da informação

clínica relevante sobre os utentes.

▪ O acesso aos cuidados de saúde obedece ao princípio de utilização hierarquizada da

191
rede de saúde, salvo nos casos de urgência
OUTROS PRESTADORES QUE INTERVÊM NO DOMÍNIO DA SAÚDE

O Serviço Nacional de Saúde é estruturado com respeito pelos princípios de

complementaridade dos sectores privado e social com o sector público, funcionando de

forma articulada de modo a garantir a continuidade e coerência das atividades de

proteção e promoção da saúde.

192
OUTROS PRESTADORES QUE INTERVÊM NO DOMÍNIO DA SAÚDE

Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura de

algum tipo de cuidados de saúde à população de uma determinada área, o Sector

Público de Saúde poderá recorrer aos serviços prestados pela iniciativa privada.

▪ A participação complementar dos serviços privados será formalizada através de

contratos ou acordos, observando-se as normas de direito público.

193
OUTROS PRESTADORES QUE INTERVÊM NO DOMÍNIO DA SAÚDE

Os profissionais e estabelecimentos de saúde do sector privado têm o dever de

colaborar com as autoridades de saúde em tudo o que disser respeito ao fornecimento

de dados para a informação de saúde e para a vigilância epidemiológica.

194
OUTROS PRESTADORES QUE INTERVÊM NO DOMÍNIO DA SAÚDE

As novas áreas de abordagem aos cuidados de saúde

195
Linhas de atendimento telefónico

▪ Linhas de emergência

196
Saúde 24 é um Serviço de atendimento telefónico com função de triagem,
aconselhamento e encaminhamento. É assistência em saúde pública e informação geral
de saúde para todos os utentes do SNS.
O SNS 24 é um serviço telefónico (808 24 24 24) e digital do Serviço Nacional de Saúde.
Foi criado para o ajudar nas suas dúvidas com a sua saúde. Oferece também um
conjunto de serviços que permite resolver assuntos sem a necessidade de se deslocar
para o seu centro de saúde ou hospital.

197
Quais são os serviços que o SNS 24 oferece?
O SNS 24 oferece serviços clínicos e não clínicos.
Os serviços clínicos são todos prestados por profissionais de saúde – os serviços não
clínicos por administrativos.

198
Serviços clínicos:
Triagem, aconselhamento e encaminhamento na doença aguda não emergente
Aconselhamento sobre medicação não sujeita a receita médica
Informações clínicas e de saúde pública
Aconselhamento psicológico para utentes e profissionais de saúde
Referenciação para consulta de especialidade VIH/SIDA, VHB, VHC associada aos auto
testes e testes rápidos (teste em farmácias, laboratórios e domicílio)

199
Serviços não clínicos (administrativos e informativos):
• Marcação de consultas nos cuidados de saúde primários
• Apoio à navegação ao Registo de Saúde Eletrónico – Área do Cidadão
• Informar sobre a dádiva de sangue e transplantação
• Informar sobre saúde oral (exemplo: Cheque dentista)
• Pesquisa de prestadores de medicina dentária nos cuidados de saúde primários
• Pedido de Isenção de taxas moderadoras por insuficiência económica
• Ativação do vale cirurgia
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Principais marcos históricos do Serviço Nacional de Saúde

No horizonte está a modificação do perfil de saúde e doenças das populações verificadas

nas últimas décadas, devido à evolução das condições ambientais planetárias, às

alterações dos estilos de vida e à globalização, entre outros, criando o sistema de

separação e recolha e eliminação de resíduos hospitalares.

224
Principais marcos históricos do Serviço Nacional de Saúde

Concluindo, apesar das muitas alterações de estrutura e organização que o Serviço

Nacional de Saúde sofreu ao longo dos anos, todos esperamos que possam ainda ser

criadas mais e melhores condições que favoreçam o bem-estar e acompanhamento na

saúde dos cidadãos

225
FIM

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