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Técnico(a) Auxiliar de Saúde

Rede Nacional de
Cuidados de Saúde
Módulo UFCD 6557

Formadora: Flávia Caseira


OBJETIVOS

• Discriminar quais os fatores que espelham o cidadão como figura central no sistema
de saúde, nomeadamente no que se refere à literacia
• Definir o conceito de literacia em saúde
• Identificar quais os principais obstáculos à literacia em saúde
• Enunciar quais as principais políticas de estratégias nacionais no âmbito da literacia
em saúde
• Referir o papel do técnico/a auxiliar de saúde na literacia em saúde
• Explanar em que consiste o fenómeno de vulnerabilidade da pessoa humana na
saúde, explicando quais os fatores de risco inerentes
• Explicar a relação entre vulnerabilidade e resiliência
• Referir o papel do técnico/a auxiliar de saúde no fenómeno de vulnerabilidade
O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA

É a capacidade de cada cidadão de tomar decisões informadas sobre a sua saúde, ao longo o seu percurso de vida.

Implica o conhecimento, a motivação e as competências das pessoas para aceder, compreender, avaliar e aplicar
informação em saúde de forma a formar juízos e tomar decisões no quotidiano sobre cuidados de saúde, prevenção
de doenças e promoção da saúde, mantendo ou melhorando a sua qualidade de vida durante todo o ciclo de vida.

Apostar sistematicamente na “multi-literacia em saúde” – literacia para todos, através de múltiplos canais de
comunicação.
O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA

A promoção da Literacia em Saúde, junto das pessoas, das comunidades, e das organizações, constitui-se como
uma importante oportunidade e desafio da Saúde Pública.

A melhoria destes valores apresenta-se como uma


oportunidade estratégica que poderá ter impactos
diretos na saúde, bem-estar e qualidade de vida da
população.
O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA

Aumento do número
de internamentos

Diminuição da
Baixo nível de Maior procura e
qualidade de vida
literacia em saúde utilização dos SU
das pessoas

Menor preocupação
e ação para
promoção da saúde
e prevenção da
doença
O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA

Principais obstáculos:
O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA

As abordagens em Literacia devem contemplar as especificidades de cada etapa de desenvolvimento, sendo a uma
oportunidade de promover a saúde ao longo do ciclo de vida

Neste âmbito, em 2019, a Direção-Geral da Saúde


lançou o Plano de Ação para a Literacia em Saúde -
PORTUGAL 2019-2021
O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA

Este plano está enquadrado com os princípios da “Cidadania em


Saúde”, “Equidade e Acesso aos Cuidados de Saúde”, “Qualidade em
Saúde”, “Políticas Saudáveis”, objetivos e metas do Plano Nacional de
Saúde: Revisão e Extensão a 2020

Objetivos:

• Adotar estilos de vida saudável (contexto diário)

• Capacitar para a utilização adequada (Sistema de Saúde)

• Promover o bem-estar (na doença crónica)

• Promover o conhecimento e a investigação


O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA
O CIDADÃO COMO FIGURA CENTRAL DA SAÚDE

LITERACIA
HUMANIZAÇÃO NOS CUIDADOS DE SAÚDE

Vulnerabilidade A doença vs
Cidadão como O contato com a A relação com o
figura central
da pessoa cuidados básicos
dor doente terminal
humana de saúde
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

“A vulnerabilidade humana deve ser levada em consideração na aplicação e no avanço do


conhecimento científico, das práticas médicas e de tecnologias associadas. Indivíduos e
grupos de vulnerabilidade específica devem ser protegidos e a integridade individual de
cada um deve ser respeitada”
(UNESCO, 2005, cit. por Morais, et al., 2017).

Porquê?

A quê?

Quem?
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

Representa a suscetibilidade do homem em se colocar numa posição de maior


fragilidade ou precariedade, sendo que essa vulnerabilidade se pode manifestar em
todas as suas dimensões (ontológica, ética, natural, cultural e social)

(Waldow et al., 2008, cit. por Almeida, et al., 2013)


A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

• Implica uma situação de risco.

• Significa que pessoas e/ou comunidades estão numa situação de fragilidade, seja por
motivos sociais, económicos, ambientais ou outros – e, por isso, estão mais
vulneráveis ao que possa advir dessa exposição.

• Se o desenvolvimento humano consiste num alargamento das escolhas, a


vulnerabilidade humana decorre essencialmente de uma restrição das escolhas
cruciais para o desenvolvimento humano.

• Está, frequentemente, associada a práticas de exclusão, de discriminação, de violação


de direitos humanos, sociais, económicos, políticos, ambientais... sendo que todas
elas pressupõem uma dimensão de risco e fragilidade.
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

A Constituição da República Portuguesa garante o direito à assistência em saúde,


através do SNS. No entanto, apesar das garantias constitucionais de equidade na
saúde, ainda há claras assimetrias no acesso aos cuidados de saúde e aos bens que a
promovem.

Rendimento Educação
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

Educação

• Permite que o utente faça escolhas informadas e aceite a responsabilidade


pela sua própria saúde

• É instrumento fundamental para diminuir as disparidades socioeconómicas


atualmente existentes em termos de assistência em saúde
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

Idade

Aumento do Maior
Aumento da
isolamento vulnerabilidade
longevidade
social dos idosos

Mais suscetíveis:
• A contraírem doenças
• A sofrerem quedas ou acidentes
• Do ponto de vista social e familiar -> vivem sozinhos, sem pessoas de referência
próximas e sem grandes possibilidades financeiras
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

FÍSICA SOCIAL PSICOLÓGICA

Deterioração das
Idade avançada Afastamento no seu
capacidades
ambiente ou
contexto

Falta de
Resistência aos
rendimentos;
danos
reforma baixa

Sem retaguarda Ansiedade e/ou


Comprometimento familiar; stress
pela doença desvalorização da
sociedade
A VULNERABILIDADE DA PESSOA HUMANA

A maioria das pessoas experiencia este fenómeno em contexto de hospitalização e, por


isso, como profissionais de saúde devemos estar atentos aos fatores que podem
potenciar este fenómeno.
EM SÍNTESE

Vulnerabilidade em saúde é um conceito complexo que se refere a


diferentes pessoas, em idades e fases da vida distintas, e que engloba
situações ou momentos que saem do nosso controle, ameaçando a
nossa saúde.

• Exige dedicação, responsabilidade e compromisso ético e


profissional

• Zelo pela autonomia e pela dignidade, o respeito pelos valores e


decisões de cada um, sem juízos de valor

• Consciência da vulnerabilidade do outro


EM SÍNTESE

Assiste a todos o direito à educação e aos cuidados de saúde. A concretização deste princípio de universalidade na
prática exige atenção e recursos específicos, em particular para os grupos vulneráveis.

O desafio não consiste apenas em evitar que as populações vulneráveis


recaiam em situações extremas de dificuldade e privação. Consiste,
também, em criar um ambiente que as habilite a continuar a fazer novos
progressos de desenvolvimento humano ao longo das décadas
seguintes.

O reforço das capacidades (na saúde, na educação e no controle sobre


os recursos) – reduz a vulnerabilidade -> fornece às pessoas
ferramentas que lhes permitirão superar as ameaças quando e onde
surgirem.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, CARLOS M. TORRES; RODRIGUES, VITOR M. C. PEREIRA; ESCOLA, JOAQUIM J. JACINTO. 2013. A representação da vulnerabilidade
humana em cuidadores de saúde - construção e validação de uma escala. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2013, Vol. 21.

ALMEIDA, DÉBORA VIEIRA DE; CHAVES, ELIANE CORRÊA; BRITO, JOSÉ H. SILVEIRA DE. 2009. Humanização dos cuidados de saúde: uma
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DGS. 2015. Plano Nacional de Saúde - Revisão e Extensão a 2020. Direção-Geral da Saúde. [Online] maio de 2015. https://pns.dgs.pt/pns-
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DGS. 2017. SNS +Proximidade: mudança centrada nas pessoas. [Online] 2017. https://www.sns.gov.pt/wp-
content/uploads/2017/11/20171120_LivroSNsProximidade-1.pdf.

DGS. 2019. Plano de Ação para a Literacia em Saúde. Direção-Geral da Saúde. [Online]. https://www.dgs.pt/documentos-e-
publicacoes/plano-de-acao-para-a-literacia-em-saude-2019-2021-pdf.aspx

DGS. 2019. Manual de Boas Práticas Literacia em Saúde: Capacitação dos Profissionais de Saúde. Direção-Geral da Saúde. [Online].
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/manual-de-boas-praticas-literacia-em-saude-capacitacao-dos-profissionais-de-saude-
pdf.aspx
BIBLIOGRAFIA
DGS. 2020. Literacia em Saúde e a COVID-19: Plano, prática e desafios. Direção-Geral da Saúde. [Online]. https://www.dgs.pt/documentos-
e-publicacoes/literacia-em-saude-e-a-covid-19-plano-pratica-e-desafios-pdf.aspx

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LIMA, CRISTINA. 2006. Vulnerabilidade e Serviço Nacional de Saúde. Acta Médica Portuguesa. 2006,19.

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bioética. Revista Bioética. 25, 2017, 2.

MORGADO, HELENA; CARVALHO, MARIANA; VILHENA, Estela. 2018. A humanização como factor de qualidade nos serviços de saúde. ISPA -
Instituto Universitário, 2018.

PACHECO, MARTA F. T. N. SOARES. 2018. A vulnerabilidade na pessoa em situação crítica - Intervenção de enfermagem especializada. Lisboa:
Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, 2018.

PORTARIA n.º 87/2015, de 23 de março


BIBLIOGRAFIA
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Resiliência. Nova Iorque : Communications Development Incorporated, 2014. 978-92-1-626023-1.

SILVA, Ana Rita Sousa e. Humanização dos cuidados de enfermagem no serviço de internamento de pediatria: perceção dos pais e dos
enfermeiros. Escola Superior de Enfermagem do Porto - Dissertação de Mestrado. Porto: 2012.
FIM

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