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SAÚDE DA PESSOA IDOSA - CUIDADOS

BÁSICOS
(UFCD 3538)

Básicos
UFCD: 3538 - Saúde da Pessoa Idosa - Cuidados
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Formador: Jorge Valente
OBJETIVOS GERAIS

 Reconhecer alguns aspetos do envelhecimento da


população.

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 Descrever as características do Agente em Geriatria.

 Descrever os processos de comunicação e observação.

 Prestar cuidados que proporcionem conforto à pessoa


idosa.

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CONTEÚDOS
 Prestação de cuidados básicos
- Envelhecimento da população
- Promoção da qualidade de vida – metas da Organização Mundial de Saúde
- Envelhecimento físico e psicológico
 Agente em Geriatria

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 Características inerentes ao Agente em Geriatria:
- Relações humanas
- Cuidados a ter em consideração relativos: à higiene pessoal, apresentação pessoal,
linguagem e atitude
 Processos de comunicação e observação
- Características da comunicação e observação
- Elementos do processo de comunicação
- Princípios da observação
- Jogos e simulações
- Reflexão sobre a pessoa idosa
 Conforto da pessoa idosa
- Sono e repouso 3
- Cama simples e cama articulada
PRESTAÇÃO DE CUIDADOS BÁSICOS
CONTEÚDOS

 Envelhecimento da população

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 Promoção da qualidade de vida – metas da Organização
Mundial de Saúde
 Envelhecimento físico e psicológico (Envelhecimento
normal vs Envelhecimento patológico)

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ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
De acordo com as politicas sociais, legislação e orientações
em vigor vindas da Organização das Nações Unidas (ONU) e
a Organização Mundial de Saúde (OMS), são consideradas
pessoas idosas os homens e as mulheres com idade igual ou

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superior a 65 anos. Com o aumento da longevidade, surgem
novas definições, nomeadamente:

 Pré-Idosos (entre 55 e 64 anos);


 Idosos jovens (entre os 65 e 79 anos);

 Idosos de idade avançada (com mais de 80 anos);

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ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

O aumento quantitativo de idosos na sociedade deve-se a


fatores como:

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 O aumento da esperança média de vida:
 Melhor e mais controlo de doenças transmissíveis;

 Contenção de afeções crónicas;

 Mais qualidade de vida;

 A diminuição da taxa de mortalidade;

 A redução das taxas de fecundidade e de natalidade.

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PERSPETIVA MUNDIAL

O nº de pessoas idosas em todo o mundo está a aumentar. O


envelhecimento demográfico é uma realidade que irá
certamente caracterizar o século XXI. As Nações Unidas

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prevêm que entre 2000 e 2050 a percentagem de idosos (65
ou mais anos) no total da população mundial atinja os 22%,
igualando a percentagem de crianças dos 0 aos 14 anos.

Atualmente, os dados da ONU referem:

• 1 em 10 pessoas no mundo é idosa (10%)


• Em 2050 prevê-se que passe para 1 em 5
• Em 2050 atingirão 1 em 3
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SITUAÇÃO EM PORTUGAL

 Portugal tem seguido a tendência europeia, embora a


evolução do envelhecimento demográfico no nosso país
tenha sido mais lenta do que a sentida noutros países

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europeus. No entanto, aproximamo-nos rapidamente das
médias europeias.

 As alterações na estrutura demográfica são bastante


visíveis na comparação das pirâmides de idades em 1960
e 2000.

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PIRÂMIDE DE IDADES EM PORTUGAL DE 1960 -
2000
IDOSOS EM PORTUGAL - + 65 ANOS

 Homens – 42%
 Mulheres – 58%

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 À semelhança do que se verifica no mundo, a distribuição
da população idosa no território nacional não é homogénea.
O norte do país apresenta a percentagem mais baixa de
idosos do Continente, contrastando com o Algarve.

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 As regiões autónomas dos Açores e da Madeira apresentam
níveis de envelhecimento mais baixos do que o Continente
devido aos relativos elevados índices de fecundidade.

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DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA A NÍVEL NACIONAL
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
(OMS)

 A OMS é uma agência especializada subordinada à Organização das


Nações Unidas (ONU), fundada em abril de 1948 com o objetivo de
desenvolver o nível de saúde a todos os povos-

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 Composta por 193 estados membros.

 Encarrega-se de questões e parcerias para o desenvolvimento da saúde,


para estimular a pesquisa científica, estabelecer normas na área, prestar
apoio técnico e de monitorar a situação da saúde no mundo.
 Patrocina programas para prevenir e tratar doenças infeciosas e
supervisiona a implementação do Regulamento Sanitário Internacional.
 Tem Sede em Genebra, na Suíça.

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A PROMOÇÃO DA SAÚDE - A CARTA DE OTTAWA

 A primeira Conferência Internacional sobre Promoção

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da Saúde, realizada em Ottawa em 21 de Novembro de
1986, aprovou a presente Carta, que contém as
orientações para atingir a Saúde para Todos no ano
2000 e seguintes.

 Esta Conferência foi, essencialmente, uma primeira


resposta às crescentes expectativas no sentido de se
conseguir um novo movimento de Saúde Pública, a nível
mundial.
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PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA – METAS DA
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

A Carta de Ottawa propõe cinco campos centrais de ação:

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- Elaboração e implementação de políticas públicas
saudáveis;
- Criação de ambientes favoráveis à saúde;
- Reforço da ação comunitária;
- Desenvolvimento de habilidades pessoais;
- Reorientação do sistema de saúde.

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De forma resumida, Qualidade de Vida segundo a
OMS é:

 Perceção individual da posição dentro do meio em que


vive, confrontado com objetivos pessoais, expectativas,

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padrões e preocupações;
 Saúde física;

 Estado psicológico;

 Nível de dependência;

 Relações sociais;

 Crenças;

 Relação com o ambiente.

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PRÉ-REQUISITOS PARA A SAÚDE

As condições e recursos fundamentais para a saúde são:

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 Paz,
 Abrigo,

 Educação,

 Alimentação,

 Recursos económicos,

 Ecossistema estável,

 Recursos sustentáveis,

 Justiça social e Equidade.


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PROMOÇÃO DA SAÚDE

 “Processo que visa aumentar a capacidade dos


indivíduos e das comunidades para controlarem a

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sua saúde, no sentido de a melhorar. (…) devem
estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações,
a satisfazer as suas necessidades e a modificar ou a
adaptar-se ao meio. Assim, a saúde é entendida
como um recurso para a vida e não como uma
finalidade de vida”. (OMS)

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CARTA DE BANGUECOQUE

 Na Carta de Banguecoque (11 de Agosto de 2005) a OMS


identifica as ações, os compromissos e as promessas

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necessárias para abordar os determinantes da saúde num
mundo globalizado através da promoção da saúde.

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ESTRATÉGIAS DA CARTA DE BANGUECOQUE

Investir em políticas
sustentáveis, ações e
Advogar pela saúde com base nos
direitos humanos e na solidariedade infraestruturas para
atuar nos determinantes

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da saúde

Desenvolver capacidades Regular e legislar para


para desenvolvimento de assegurar um alto nível de
proteção de agravos e criar
políticas, liderança, oportunidades iguais de saúde
prática de promoção da e bem estar para todas as
saúde pessoas

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Construir parcerias e alianças com
organizações públicas, privadas, não
PROGRAMA NACIONAL PARA A SAÚDE
DAS PESSOAS IDOSAS

 O programa nacional para a saúde das pessoas idosas


estabelece três grandes estratégias nas áreas do

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envelhecimento ativo, da organização e prestação de
cuidados de saúde e da promoção de ambientes
facilitadores da autonomia e independência.

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1) PROMOVER UM ENVELHECIMENTO ATIVO

Recomendações para a ação:

Informar as pessoas idosas sobre:

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 Atividade física moderada e regular as melhores formas de
a praticar;
 Estimulação das funções cognitivas;

 Gestão do ritmo sono-vigília;

 Nutrição, hidratação, alimentação e eliminação;

 Manutenção de um envelhecimento ativo, nomeadamente


na fase da reforma. 23
2) ADEQUAR OS CUIDADOS ÀS NECESSIDADES DAS PESSOAS IDOSAS

Recomendações para a ação:

 Identificar:

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1) Os determinantes da saúde da pessoa idosa;
2) As dificuldades mais frequentes do acesso da população
idosa aos serviços e cuidados de saúde

 Rastrear os critérios de fragilidade, através do Exame


Periódico de Saúde (EPS);

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ENVELHECIMENTO FÍSICO E
PSICOLÓGICO
ENVELHECIMENTO FÍSICO E
PSICOLÓGICO

 É um processo diferencial, pois varia de indivíduo para


indivíduo e assume ritmos diferentes, porque na mesma
pessoa podem-se processar tipos distintos de envelhecimento.

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 Processo contínuo, que acompanha o indivíduo ao longo de
toda a vida, tratando-se, portanto, de um fenómeno normal e
inerente ao ser humano.

Nós não somos iguais perante o envelhecimento

 Algumas pessoas mostram-se resistentes ao envelhecimento,


chegando mesmo a mostrar melhor desempenho com a idade, ao
passo que outras declinam ao sofrerem um processo patológico. 26
VELHICE VS ENVELHECIMENTO

 Os termos envelhecimento e velhice são termos


distintos, pois o envelhecimento é um processo
contínuo iniciado no momento em que nascemos e a

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velhice é a última etapa da vida que pode ser mais ou
menos retardado de acordo com o indivíduo e a sua
trajetória de vida.

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ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é um processo complexo e universal que
resulta da interação entre diversos fatores:

Físicos, Mudanças operadas no organismo com

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fisiológicos ou a idade, ou a perda progressiva da


capacidade do corpo de regenerar
biológicos

Psicológicos, ●
Transformação dos processos sensoriais,
cognitivos ou cognitivos e da vida afetiva que levam a
mudanças no comportamento
emocionais

Sociais ou Mudanças com origem nas forças sociais e nas respostas


dadas pelo indivíduo a essas forças, influenciando as


comportament aptidões, expectativas, motivações, autoimagem, papeis 28
sociais, personalidade e adaptação.
ais
CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO

Envelhecimento Normal ≠ Envelhecimento Patológico

 Envelhecimento normal: ocorre do processo normal de

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degenerescência (processo de degradação considerado
normal) dos vários sistemas e órgãos que constituem o nosso
organismo.

 Envelhecimento patológico: processo que ocorre devido ao


aparecimento de patologias/doenças.

O aparecimento de doenças e a forma como as encaramos


influência o envelhecimento. 29
ENVELHECIMENTO FÍSICO

As nossas células têm uma longevidade

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precisa. Não se dividem
indefinidamente e a sua capacidade
decresce com a idade.

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 Degenerescência do sistema tegumentar

• Adelgaçamento da pele
• Perda da flexibilidade e elasticidade da pele
• Aparecimento de Rugas

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• Aparecimento de “Pontos marrons” = manchas da idade = lentigo senil

• Aparecimento de “púrpura senil” – áreas


hemorrágicas sob a pele

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 A pele fica mais áspera e quebradiça
 Diminui a velocidade de cicatrização

 Aparecimento de Úlceras de Pressão (UP) ou Lesões por


Pressão (LPP)

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Com a perda do tecido cutâneo verifica-se:

 Um aumento da visibilidade das proeminências ósseas


(tendões, veias, articulações das mãos e clavícula;

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costelas e joelhos; os ossos dos maxilares e maçãs do
rosto vêm-se mais; as orbitas afundam-se)

 O nariz, as orelhas e os lóbulos das orelhas alongam-


se, as pálpebras e as faces descaem

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Pelos
 Perda progressiva de pelos (no púbis, nas axilas, e nos pés e mãos a
perda de pelos é quase completa)
 Em alguns idosos os pelosdas sobrancelhas tornam-se mais
espessos e duros;

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 Os cabelos tornam-se menos espessos, menos fortes e com menos
volume, e vão-se acinzentando progressivamente

Unhas
Ocrescimento torna-se mais lento
Aparecimento na superfície das unhas estrias longitudinais

Tornam-se mais espessas, secas e quebradiças

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DEGENERESCÊNCIA DO SISTEMA SENSORIAL

Paladar
Diminuição do número de papilas
gustativas

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A diminuição
Diminuição ou ausência de secreção do olfato e do
número de
salivar – provoca a sensação de papilas
gosto amargo gustativas
podem levar a
Olfato uma
diminuição da
Atrofia dos órgãos olfativas sede e, por
vezes, a perda
Aumento do número de de apetite

pelos nas narinas 35


AUDIÇÃO
Aumento do pavilhão auricular e espessamento do tímpano
Acumulação de cera nos ouvidos
Otosclerose
Presença de acufenos (sensações auditivas como campainhas, estalinhos,
entre outros)

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Presbiacúsia - perda progressiva da audição

Alteração dos mecanismos reguladores de temperatura

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VISÃO
As perdas de visão ocorrem gradualmente tornando-se mais
evidentes entre os 40 e os 50 anos.
Redução marcada da visão noturna e maior dificuldade em focar

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Dificuldade de adaptação às mudanças de luz
Perda da visão fina dos pormenores
Modificação da perceção das cores – capta mais facilmente cores
vivas
O campo visual diminui

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Degenerescên
Aumento da suscetibilidade às infeções
cia do sistema

respiratórias

respiratório

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Degenerescênci ●
Perda de força e agilidade

Aos 80 anos perdeu-se cerca de 50% da massa
a do sistema muscular máxima; verificando-se o aparecimento
neuromuscular do tremor benigno (tremor senil).

Degenerescênci ●
Irregularidades de pulsação, arritmias, aumento da
pressão sistólica, diminuição do fluxo sanguíneo
a do sistema ●
Diminuição da força contrátil dos ventrículos e da
Cardiovascular capacidade de ajuste cardio vascular ao esforço físico 38
Perda de rendimento de todos os órgãos que o

Degenerescência do constituem, traduzindo-se por um comprometimento


sistema digestivo da assimilação dos nutrientes ingeridos e pelo
aparecimento de quadros de obstipação.

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Diminuição da massa óssea, acentua-se nas
Degenerescência do
sistema ósseo
mulheres após a menopausa

Alteração do equilíbrio corporal e da marcha


As articulações ficam mais rígidas
Degenerescência do
sistema articular e há uma perda da amplitude de
movimentos 39
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ENVELHECIMENTO
PSICOLÓGICO
ENVELHECIMENTO PSICOLÓGICO

 Degenerescência da cognição: Carateriza-se pela


diminuição das células cerebrais, refletindo-se na
capacidade de retenção de informação e na capacidade

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de adaptação.

 Varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com o


desenvolvimento e estilo de vida anterior, meio cultural
que está inserido, o nível intelectual do mesmo e a
capacidade de estímulos do ambiente.

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 Inteligência:
não diminui na velhice, mas pode haver uma redução da
capacidade de resolver problemas novos, influenciando na capacidade
de aprendizagem e intuição.

 Capacidade de resposta: falta de rapidez e espontaneidade nos


processos de pensamento.

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 Vocabulário, informação e expressão verbal e não-verbal: podem
apresentar-se afetadas segundo o estado mental do Idoso.

 Criatividade de capacidade imaginativa: ficam conservadas e, por


vezes, potencializadas, dando origem a florescimento individual.

 Memória: conserva a memória passada, mas há tendência a


esquecimento de momentos recentes.

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 Personalidade: não se altera, exceto em situações patológicas.
PRINCIPAIS PATOLOGIAS QUE COMPROMETEM A
COGNIÇÃO REFLETINDO LIMITAÇÕES FÍSICAS

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SÍNDROME CONFUSIONAL AGUDO

 O síndrome confusional agudo é uma alteração do estado


mental, que aparece subitamente. O seu carácter
transitório torna-o reversível em muitos casos.

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SÍNDROME CONFUSIONAL AGUDO
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MAIS FREQUENTES:

 Confusão mental (oscilações de intensidade ao longo do dia, com


agravamento ao anoitecer);

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 Maior suscetibilidade a estímulos auditivos e visuais;

 Insónias e pesadelos;

 Perda da fluidez, desorganização e distorção do pensamento;

 Incapacidade para manter a atenção por mais de breves intervalos de


tempo.
 Desorientação espácio-temporal;

 Discurso incoerente, impreciso e desconexo;

 Podem apresentar alucinações e ideação delirante;

 Mudanças bruscas de humor (sintomas de medo e ansiedade, com


marcada desconfiança face aos demais). 45
SÍNDROME CONFUSIONAL AGUDO

Atitudes do cuidador para minimizar as manifestações:

 Proporcionar uma correta alimentação, com aporte suficiente de vitaminas


e uma boa hidratação;

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 Proporcionar um ambiente adequado, tranquilo, familiar;

 Rodear o idoso com objetos especialmente significativos;

 Evitar mudanças de ambiente bruscas;

 Á noite providenciar uma luz de presença;

 Evitar ruídos que possam provocar um ataque de pânico ou aumentar a


confusão no idoso;
 Sempre que se aproximar do idoso, o cuidador deve identificar-se (nome,
profissão, explicar procedimento, …);
 Vocalizar corretamente, chamar o idoso pelo nome, olhando-o de frente,
com tranquilidade, e estabelecendo contacto visual, evitando a
gesticulação excessiva. 46
DEPRESSÃO

 A depressão é um estado de profunda tristeza, melancolia


e desânimo associados a fenómenos de cariz entristecedor
(como a morte do cônjuge e de pessoas muito próximas, a

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dependência crescente, os sentimentos de incapacidade,
etc.). Podem ser sinais de depressão a labilidade
emocional, a tristeza injustificada, o isolamento, a
ideação suicida, a falta de autoestima, entre outros.

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DEPRESSÃO
Sintomas característicos no idoso:

Um idoso normalmente não reconhece os sentimentos


depressivos de que padece, contudo esta sintomatologia é

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normalmente traduzida numa expressão de mau estar físico
(sem fundamento real).

 Dor generalizada e difusa;


 Tonturas e vertigens;

 Sintomas gastrointestinais (anorexia, náuseas, vómitos,


obstipação e diarreia);
 Sintomas cardiovasculares – (dor no peito, taquicardia e
palpitações);
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 Sintomas respiratórios (dispneia e asma).
DEPRESSÃO

As causas mais frequentes são:

 Doenças crónicas e/ou incapacitantes;


 Determinados medicamentos;

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 Morte do companheiro;

 Herança genética;

 Motivos económicos e sociais.

Comportamento recomendado ao cuidador:

 Procurar fomentar um aumento da atividade física e mental;


 Acompanhar de perto a alimentação;

 Estimular o idoso a interagir com outras pessoas, onde possa 49


exprimir os seus sentimentos.
AGITAÇÃO

A agitação no idoso é considerada um estado continuado de


inquietação, excitação ou comportamentos reiterados e
desmedidos, fora do controlo do idoso, sem objetivo determinado.
As manifestações mais frequentes são movimentos repetitivos,

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mexer em coisas, atitudes repentinas como:

 Gemidos, gritos;
 Movimentos bruscos dos braços;

 Fazer ruídos sem nenhuma finalidade detetável;

 Deambulação com passos rápidos;

 Perguntar repetidamente sobre o mesmo tema;

 Tentativas de fuga;

 Rasga a roupa ou arranha-se constantemente;


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 Balança-se com frequência.
AGITAÇÃO

Comportamento recomendado ao cuidador em caso


de agitação:

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 Aceitar a agitação como um efeito da doença;
 Aproximar-se do idoso com serenidade e ânimo
conciliador. Escutá-lo. Dar respostas sinceras.
Proporcionar segurança;
 Falar com calma;

 Não valorizar os insultos, frases irritantes ou outras


agressões verbais proferidas pelo idoso;
 Criar um ambiente tranquilo;

 Preservar a rotina diária. 51


AGRESSIVIDADE

 Considera-se que o idoso apresenta uma conduta agressiva


quando ataca física ou verbalmente outras pessoas ou a si
próprio.

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 Este comportamento pode surgir por sentimentos de
incapacidade e frustração, em situações depressivas, ou por
mudanças bruscas do ambiente habitual do idoso. Também
pode estar associada a delírios, alucinações, demências, etc.

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AGRESSIVIDADE

Conduta recomendada ao cuidador:

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 Favorecer a autonomia do idoso;
 Evitar as alterações bruscas no ambiente habitual;

 Promover atividades de distração e de concentração;

 Orientar a pessoa através de uma conduta amável, mediante


recompensas de modo a controlar a sua agressividade;

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AGRESSIVIDADE

Perante uma agressão, deve manter a calma, utilizar palavras serenas


e cordiais, mantendo uma atitude firme e decidida, mas não

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autoritária;

No momento da agressão, deve aproximar-se do idoso com


tranquilidade, explicando porque atuamos desta forma, fazendo
perguntas do porquê das suas ações. O idoso deve perceber em todo
o momento a nossa empatia com o seu estado, ao mesmo tempo que
tentamos que se esqueça da sua fúria proporcionando-lhe alguma
distração;
Deve manter sempre o contacto visual com o idoso agressivo.

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ALZHEIMER

A doença de Alzheimer é uma demência senil que tem


início pelos 60 – 70 anos, caracterizada por um
transtorno neuro degenerativo que produz um declínio

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intelectual gradual e massivo, gerador de diversas
alterações neuropsiquiatricas e da conduta.

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ALZHEIMER

As pessoas com Alzheimer vão progressivamente perdendo


capacidades, tais como:

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 A memória;
 A capacidade de pensar;

 A compreensão;

 A capacidade de cálculo;

 A orientação espacial e temporal;

 A capacidade de aprendizagem;

 A linguagem escrita e falada;

 A capacidade de emitir juízos;

 A compreensão e emissão de mensagens. 56


ALZHEIMER
Sintomas mais frequentes:

 Deterioração progressiva e continuada da memória;


 Incapacidade para orientar-se espácio-temporalmente;

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 Perder-se em lugares bem conhecidos;

 Episódios paranoicos, onde suspeita de toda a gente e faz acusações sem


fundamento;
 Querer abandonar a sua própria casa, alegando não ser esse o seu
verdadeiro lugar;
 Tratar a família próxima como estranhos, não os reconhecendo (marido,
filhos, etc.);
 Mostrar-se cansado, inquieto, irritável ou deprimido;

 Guardar objetos, esconde-los ou colocá-los em locais não habituais;

 Fazer a mesma pergunta repetidamente, em curtos intervalos de tempo;

 Apresentar agitação, inquietação, nervosismo e agressividade por 57


momentos;
EVOLUÇÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER

• Perda de memória, especialmente para acontecimentos recentes


• Desorientação espácio-temporal
• Perda de iniciativa
1ª FASE • Dificuldade em expressar-se
• Depressão
• Agressividade

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• Lapsos de memória significativos
• Diminuição da auto-suficiência
2ª FASE • Perde-se com facilidade
• Agravamento dos problemas de linguagem;
• Alucinações

• Dificuldade em alimentar-se, mesmo com ajuda


• Incapacidade para reconhecer familiares e amigos
3ª FASE • Dificuldade em se movimentar, podendo ficar acamado com o
tempo
• Incontinência.
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PARKINSON
 Doença neurológica, de carácter crónico e evolução progressiva
que provoca sintomas característicos como o tremor, a rigidez
muscular e a hipocinésia (diminuição do movimento),
dificuldade em andar, em coordenar movimentos, na

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manutenção do tónus e postura corporal.
 Os sintomas são progressivos, e distribuem-se por 5 fases;
inicialmente o indivíduo apercebe-se de uma sensação de
fadiga, dores que se associam a doença reumática, artroses ou
depressão.

59
FASES DA DOENÇA

Fase I – Afeta apenas um lado do corpo

Básicos
UFCD: 3538 - Saúde da Pessoa Idosa - Cuidados
Fase II – Afeta os 2 lados do corpo
Fase III – Associa-se dificuldade em manter o equilíbrio e
dificuldade em andar
Fase IV – Agravamento da dificuldade em manter o
equilíbrio e em andar
Fase V – Sobrevém a imobilidade completa.

60
PARKINSON

O Idoso poderá obter satisfação/ insatisfação,


adaptação/ inadaptação através do seu papel no seio:

Básicos
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 Familiar (casamento, divórcio, viuvez, nascimento ou
mortes, emigração, etc.);
 Trabalho (vida ativa, emprego, reforma, desemprego,
etc.);
 Sociedade (família, emprego, amigos, viagens,
passeios, solidão, isolamento, etc.),
 Autocuidado (invalidez, dependência, etc.)

61
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Básicos
62
PLANEAMENTO PARA A PREVENÇÃO DE
DOENÇAS NOS IDOSOS
Consiste em:

 Corrigir os hábitos prejudiciais (alimentação,


inatividade física, tabagismo, obesidade, abuso de
drogas)

Básicos
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 Praticar diagnósticos e tratamento adequado das
doenças
 Usar medicamentos racionalmente

 Equilibrar os ambientes emocionais

 Ampliar a rede de suporte social (rede de apoio)

 Não deixar que o idoso crie expectativas. Rejeitar a


fantasia do “rejuvenescimento ou da eterna
juventude”
63
 Estimular a prática de atividade física, para aumento de
resistência, força e flexibilidade, para manter função e
unir os benefícios físicos aos sociais.
 Adequar o ambiente doméstico diminuindo o risco de

Básicos
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acidentes como quedas e suas consequências muitas
vezes de prognóstico sombrio.
 Educar os cuidadores dos Idosos dependentes, bem como
reconhecer o seu adoecimento.
 Estar atento aos sinais de maus-tratos e denunciá-los.

64
SAÚDE DA PESSOA IDOSA – CUIDADOS
BÁSICOS

Básicos
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65 Formador: Jorge Valente
CONTEÚDOS

 Agente em Geriatria
- Características inerentes ao Agente em Geriatria

Básicos
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 Relações humanas

 Cuidados a ter em consideração relativos:

- à higiene pessoal
- à apresentação pessoal
- à linguagem
- à atitude

66
CARATERÍSTICAS INERENTES AO
AGENTE EM GERIATRIA

 Possuir a formação necessária e adequada à realização das


funções que desempenha no conjunto dos serviços prestados, por

Básicos
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forma a assegurar a qualidade dos mesmos;
 Ter conhecimentos que garantam uma intervenção adequada em
situações específicas, nomeadamente de envelhecimento,
dependência e deficiência;
 Dispor de capacidade de comunicação e fácil relacionamento que
lhe permita adotar uma atitude de escuta e observação quanto às
necessidades dos utentes;
 Ter capacidade de prestar as informações necessárias à avaliação
da adequação do plano de cuidados;
 Ter elevado sentido de responsabilidade e capacidade para a
autoavaliação. 67
(Diário da República — I SÉRIE-B N.º 264 — 12-11-1999)
O que é ser
Agente em
Formar e Geriatria?
Informar os
cuidadores e
utentes

Cuidados de Promover a
ordem física e

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autonomia e
apoio psicossocial
aos indivíduos e prevenir a
famílias dependência

Prevenir a Melhorar a
exclusão, o qualidade de vida
isolamento, a dos indivíduos e
solidão famílias

Estimular o Satisfazer de
utente e a necessidades
família Apoiar o básicas
acesso a
cuidados de 68
saúde
CUIDAR DA PESSOA NA SATISFAÇÃO DAS SUAS
NECESSIDADES PESSOAIS

Básicos
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Necessidades
Necessidade de Sociais (de Necessidade
Necessidades Segurança pertença, Necessidade de de Auto-
Fisiológicas (defesa, aceitação, Estima (auto- realização
(fome, sede, protecção, relacionamento, estima, estima (desenvolvime
sono, higiene, estabilidade, afectos, pelos outros, nto pessoal,
conforto, ausência de dor, socialização, reconhecimento, capacidades,
estimulação …) …) …) …) aprendizagens)

Cada indivíduo é um ser único, com


necessidades e prioridades diferentes 69
 Agente em geriatria: Profissional que atua nas diferentes
dimensões da pessoa idosa:

FOCO:
Humanização e

Básicos
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personalização dos
cuidados
Cliente

Meio Familiar

Meio Social

70
Vivências
COMPETÊNCIAS - SABERES

O agente em Geriatria deve ter noções de:

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 Funcionamento e características das instituições e
serviços de apoio ao idoso;
 Processo de envelhecimento e caracterização
psicossocial da velhice;
 Psicopatologia do Idoso;

 Nutrição e dietética;

 Primeiros socorros.

71
o Conhecimentos de:

 Língua portuguesa
 Comunicação e relações interpessoais

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 Higiene pessoal e conforto do Idoso
 Cuidados básicos de prevenção e saúde do Idoso
 Posicionamento e mobilidade
 Segurança e prevenção de acidentes
 Higiene e segurança alimentar. Higiene ambiental
 Princípios e técnicas de animação de Idosos
 Normas de segurança, Higiene e saúde da
atividade profissional
 Ética e deontologia da atividade profissional.
72
SABERES - FAZER

 Caracterizar e reconhecer os aspetos psicossociais


do processo de envelhecimento e da velhice;
 Exprimir-se de forma a facilitar a comunicação

Básicos
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com os Idosos e a equipa técnica;
 Utilizar os procedimentos de organização e
preparação dos materiais, produtos e
equipamentos que utiliza;
 Aplicar as técnicas e os procedimentos relativos
aos cuidados de higiene pessoal e de conforto dos
Idosos;

73
 Identificar situações de risco de acidente e as
medidas de segurança adequadas;
 Adequar as refeições às características e
necessidades dos Idosos, tendo em conta o
equilíbrio alimentar e as indicações da equipa

Básicos
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técnica;
 Aplicar os princípios e as regras de higiene
alimentar na armazenagem e conservação dos
produtos e no serviço de refeições;
 Utilizar as técnicas respeitantes aos cuidados de
higiene e arrumação do meio envolvente do Idoso

74
 Utilizar as técnicas respeitantes aos cuidados de
limpeza e tratamento de roupa;
 Adequar as refeições às características e
necessidades dos Idosos, tendo em conta o
equilíbrio alimentar e as indicações da equipa

Básicos
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técnica;
 Aplicar os princípios e as regras de higiene
alimentar na armazenagem e conservação dos
produtos e no serviço de refeições;
 Utilizar as técnicas respeitantes aos cuidados de
higiene e arrumação do meio envolvente do Idoso

75
 Utilizar as técnicas respeitantes aos cuidados de
limpeza e tratamento de roupa;
 Aplicar as técnicas de animação mais adequadas
às necessidades e interesses dos Idosos;

Básicos
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 Detetar sinais ou situações anómalas referentes às
condições de higiene e conforto do Idoso, bem
como referentes a outras situações;
 Aplicar as normas de segurança, higiene e saúde
relativas ao exercício da atividade

76
SABERES - CRER

 Respeitar os princípios de deontologia inerentes


à profissão;
 Motiv ar os outr ospara a adoção de cuidados de

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higiene e conforto adequados;
 Respeitar a p r ivacidade, a in tim idade e a
individualidade dos outros;
 Revelar equilíbrio emocional e afetivo na relação
com os outros;
 Adaptar-se a diferentes situações e contextos
familiares;
 Promover o bom relacionamento interpessoal;

 Tomar a iniciativa no sentido de encontrar soluções


adequadas na resolução de situações imprevistas 77
COMPETÊNCIAS DO AGENTE EM GERIATRIA
Nas Instituições, são admitidos diferentes tipos de Utentes e
são necessárias estratégias específicas para obter e garantir
Relações Humanas uma comunicação eficaz e eficiente.

Respeitar o projeto de vida definido por cada indivíduo, bem


como os seus hábitos de vida, limitações, interesses e

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Respeito Humano expectativas (religião, orientação sexual, condição sócio -
económica, cultura);

Privacidade/ Sigilo Respeitar o espaço e a intimidade de cada pessoa, guardando


Profissional segredo da informação confidencial.

Pontualidade e Chegar a horas e não faltar


Assiduidade
Disponibilidade e a escuta ativa são os pilares de uma
Escuta Ativa
relação de confiança e respeito.

78
PRINCIPAIS ATITUDES A EVITAR

 Gerontismo:
É a noção de que as pessoas deixam de ser pessoas,

Básicos
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deixam de ser as mesmas pessoas ou tornam-se pessoas
do tipo diferente ou inferior, e virtude de terem vivido
um número específico de anos.

79
 Agismo: refere-se a todas as formas de discriminação
com base na idade.

 Infantilização: é o tratar o idoso como uma criança (uso

Básicos
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de diminutivos, tratamento por tu…). É uma atitude que
pode ser motivada pelo carinho, mas que traduz
discriminação, sobretudo quando os idosos estão a
perder autonomia e a sua dependência é grande.

80
 Imposição de cuidados e intimidação: muitas vezes
funciona como uma forma, consciente ou inconsciente, de
controlar os idosos. Para o fazer, usam-se ameaças, gestos
reprovadores ou brincadeiras que os humilham e
ridicularizam.

Básicos
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 É urgente refletir sobre estas atitudes e aprender a
reconhece-las, para as poder combater. É essencial adotar
uma atitude positiva e aberta em relação ao envelhecimento,
livre de mitos e estereótipos, encarando cada idoso como
um ser único e especial e promovendo o sentimento de que
a vida é boa, e merece ser vivida em qualquer idade.

81
 Evitar orgulho ou presunção

Por mais que possamos conhecer sobre um assunto,


mesmo que vivamos mil anos, ainda assim haverá

Básicos
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muitos aspetos com relação a ele que desconhecemos,
sempre haverá algo mais a aprender, uma maneira
diferente de ver, portanto nunca se considere o único
capaz.

82
 Importância da 1ª impressão

Não devemos ser agressivos, ofensivos, ou tomar atitudes


intimidadoras. Se o primeiro contacto for alegre, cordial,

Básicos
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cortês, esta será a impressão que deixaremos para o outro.
Porém se num outro contacto formos rudes, mal-educados,
sem dúvida toda aquela primeira impressão será apagada e
substituída por essa nova. Devemos observar e adaptar a
nossa atitude ao Cliente.

83
 Perguntar
Para descobrir problemas, desejos e necessidades das pessoas.
As perguntas devem ser abertas e não perguntas que levem a
um "sim" ou "não" ou que sejam invasivas na vida do outro.

Básicos
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 Exclusividade
Cada um é como cada qual, cada situação é distinta de outra,
em tempos diferentes e locais diferentes, por isso os Utentes
possuem necessidades distintas e nós deveremos ter a atitude
adaptada a este.

84
 Inovar
Fazer diferente e fazer melhor, quebrar a rotina, mudar hábitos
no sentido de melhorar os cuidados.

 Manter contacto visual

Básicos
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Os olhos são a janela da alma, através dele comunicamos
muito de forma não verbal.

 Tolerância/compreensão
Ter paciência e compreender as situações dos diferentes pontos
de vista, para cuidar melhor.

 Não interromper para corrigir


Corrigir sim, mas em local e tempo oportunos e adequados.
85
 Educação
Transmitir valores e incutir hábitos saudáveis.

Básicos
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 Adaptar
Utentes e/ou contextos diferentes levam a
comportamentos distintos.

 Empatia
“Empatia” é a capacidade de se colocar no lugar do outro
e sentir como se estivesse na situação e circunstâncias
experimentadas por ele sem, no entanto, perder o próprio
sistema de referência.
86
 Sentido Positivo
Reforço positivo, elogiar, falar na forma afirmativa e não na
negativa, mesmo quando algo não está bem, procurar um
ponto positivo.

Básicos
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 Segurança/confiança
Transmitir estabilidade e equilíbrio, demonstrar calma,
mesmo em situação de tensão.

 Estimular a autonomia
Ajudar a fazer sozinho, estimular a independência.

 Silêncio
Respeitar o silêncio, o silêncio é de ouro e a palavra é de
prata, mesmo no silêncio podemos comunicar. 87
E POR FIM…
 Refletir para melhorar!!

Básicos
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Ninguém é perfeito, devemos ter a humildade de
assumir os erros e dificuldades, procurando aprender e
melhorar.

88
CUIDADOS A TER EM RELAÇÃO A:

 Higiene e apresentação pessoal

Básicos
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Estado geral de limpeza e aspeto do corpo e roupa
O QUE É? da pessoa (uniforme, calçado, mãos, etc.)
Comportamento e atitude da pessoa (educação e
formação)

Diminuir o risco de contaminação; Aumentar a


PORQUÊ? limpeza e alinho pessoa; Promover o bom
ambiente e bem-estar

89
UNIFORME / FARDA

Bom estado de limpeza (diária/ SOS) Bom estado de conservação

Confortável Adequado à tarefa a desempenhar

Cores claras Resistente a lavagens frequentes

Básicos
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Exclusivos para local de trabalho Vestir/despir em local adequado

Calçado confortável, antiderrapante, Apanhar primeiro o cabelo e só


resistente e fechado (com meias de depois vestir o uniforme
preferência de algodão)

Usar avental de plástico para tarefas com Não utilizar panos ou sacos de
água, mas nunca perto no fogão ou forno plástico para proteção do uniforme

Não carregar os bolsos do uniforme de canetas, batons, cigarros, isqueiros, relógios,


etc. (apenas o essencial) 90
UNIFORME / FARDA (CONT.)
Adaptar/trocar uniforme de acordo Evitar vestir roupa que não pertença
com a tarefa (confeção de alimentos, ao uniforme, nomeadamente por baixo
limpeza, prestação de cuidados de do mesmo. Se for necessário usar
higiene, etc.) peças de algodão e de cor branca

Identificação do Funcionário Não lavar roupa na cozinha

Básicos
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91
Higiene e Apresentação Pessoal / Postura
Tomar banho diariamente Apresentar identificação adequada
(nome, fotografia e função)
Cabelos limpos, apanhados e protegidos Homens: evitar a barba e bigode
(sem tocar no uniforme)
Não usar adornos (anéis, brincos, Evitar trabalhar com ferimentos nas
relógio, pulseiras, colares, piercing, etc. mãos ou se estiver doente (diarreia,

Básicos
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– aliança) febre, vómitos, contacto com pessoas
Promover Saúde Oral com doenças infecto-contagiosas,
infeções os olhos, garganta, nariz
Colocar sinalização de alerta em locais ouvidos pele, etc.)
estratégicos Comunicar situação de doença
Unhas curtas (não roídas), limpas e sem Promover a integração correta de novos
vernizes coloridos elementos
Mãos e ante-braços limpos. Manter pés Evitar falar, cantar, tossir ou espirrar
secos sobre os outros ou alimentos
Não utilizar utensílios que foram Não mascar pastilhas elásticas ou fumar
colocados na boca durante o trabalho

92
Higiene e Apresentação Pessoal / Postura (cont.)
Evitar passar as mãos no nariz, orelhas, Assoar o nariz em lenços de papel e
cabeça, boca ou outra parte do corpo posteriormente rejeitar e lavar as mãos
durante a prestação de cuidados

Promover consultas de rotina Não manusear dinheiro

Básicos
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Utilizar equipamento de proteção Não enxugar suor com as mãos, panos
individual ou uniforme (mas sim em toalha
descartável)

Evitar maquilhagem e perfumes com Colocar haveres pessoais e roupa civil


cor e/ou odor intenso (utilizar em local adequado (cacifo, vestiário,
desodorizante sem cheiro ou com odor etc.)
suave)

93
ATITUDES E COMPORTAMENTOS

Atitude Atitude
proativa reativa

Básicos
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Reflexão;

Controlo consciente e ●
Passividade;
inconsciente dos atos;

Enfrentamento das

Mau-estar;
consequências;

Atividades realizadas por

Receio e queixa;

interesse próprio;
Capacidade de Resiliência -

Atitude explosiva
enfrentar as diversidades de
forma positiva e de luta.
e não reflexiva
94
ATITUDES E COMPORTAMENTOS

 Qual a melhor atitude a adotar face ao


Cliente?
 Comunicação e escuta ativa;

Básicos
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 Sentido de humor (atitude positiva e adequada);

 Respeito pelas suas crenças, costumes e gostos;

 Expressar sentimentos de apreciação com palavras

afetuosas;
 Realizar o reforço positivo de comportamentos

positivos;
 Criar um clima de confiança;

 Capacidade de adaptação em situações imprevistas.


95
ATITUDES E COMPORTAMENTOS

 Evitar perguntas armadilha: “Como está hoje?”


 Ser concreta nas suas perguntas e

Básicos
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estimular mais a expressão das emoções;
Reduzir a ansiedade;
 Desativar comportamentos agressivos e prevenir
passagem ao ato;

96
ATITUDES E COMPORTAMENTOS

Reduzir sentimentos depressivos;


Ajudar na situação de crise;

Básicos
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Redução do sentimento de medo;
 Lidar com situações de agressão verbal;

97
LIDAR COM CRÍTICAS DIRIGIDAS POR
PARTE DOS IDOSOS

 Lidar com questões e perguntas dos idosos que


digam respeito à vida pessoal;

Básicos
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Lidar com situações em que o idoso se recusa a
participar nas atividades e se isola;

 Lidar com um idoso que, frequentemente, diz que


não simpatiza connosco;

 Ajudar o idoso a exercitar a memória e outras


capacidades cognitivas.
98
REGRA BÁSICA PARA TODOS OS
CUIDADOS

 Estimular o cliente a executar as tarefas tendo em


conta as suas limitações e as suas capacidades.

Básicos
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 Apoiar sempre que necessário sem nunca impedir
o cliente de ser ele a “fazer” mesmo que dessa
forma o cuidado se torne mais demorado.

 Deve-se dar a autonomia possível para que realize


escolhas.

99
SAÚDE DA PESSOA IDOSA –
CUIDADOS BÁSICOS

Básicos
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100 Formador: Jorge Valente
CONTEÚDOS

 Processos de comunicação e observação


- Características da comunicação e observação

Básicos
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- Elementos do processo de comunicação
- Princípios da observação
- Jogos e simulações
- Reflexão sobre a pessoa idosa
 Conforto da pessoa idosa

- Sono e repouso
- Cama simples e cama articulada
101
PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO E OBSERVAÇÃO

 A comunicação é um processo que envolve a troca de


informação e utiliza sistemas simbólicos como suporte
para esse fim.

Básicos
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 É o mecanismo através do qual as relações humanas
existem e se desenvolvem.

102
TIPOS DE COMUNICAÇÃO

 A comunicação verbal utiliza as palavras para construir


e transmitir a mensagem.

Básicos
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 A comunicação não verbal utiliza sinais sonoros e
visuais, expressões corporais, gestos, etc., para construir
e transmitir a mensagem. Cerca de 60 a 70%.

103
 Conversar, escrever e tudo o mais que recorra ao uso de
palavras inscreve-se na comunicação verbal, assim são
formas de comunicação verbal: livros, cartazes, jornais,
cartas, telegramas, rádio, tv, telefone, etc…

Básicos
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 Raramente comunicamos verbalmente sem comunicarmos
não verbalmente. Comunicamos não verbalmente: pelo
olhar, expressão facial, postura corporal, gestos ou
movimentos, tom e volume da voz, velocidade com que
falamos e nos movemos, desenho, pintura, música ou outros
símbolos.

104
 A comunicação é um processo que envolve a troca de informações e o
intercâmbio de informação

Básicos
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105
 A comunicação interpessoal é um método de
comunicação que promove a troca de informações
entre duas ou mais pessoas. Onde há um emissor que
codifica a mensagem, que pode ser submetida a ruídos,

Básicos
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até chegar ao recetor, através de um canal, que por sua
vez irá descodificar a mensagem e emitir o feedback.

106
TIPOS / CANAIS DE COMUNICAÇÃO

 Verbal/Oral (palavras, frases, escrita, etc.)

 Não verbal (linguagem gestual, mímica,

Básicos
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linguagem corporal, entoação da voz, expressão
facial, olhar, gestos e movimentos posturais,
contacto corporal, roupas, aspeto físico e outros
aspetos da aparência);
 Mediada: meios de comunicação (T.V., rádio,
jornais, telefone, revistas, Internet, CD-ROM,
etc.), comunicação de massa (publicidade,
fotografia, cinema, etc.).
107
 Emissor – Emite e transmite a mensagem
 Codificação – capacidade de construir mensagem segundo um
código compreendido pelo emissor e pelo recetor
 Mensagem – conjunto de informações transmitidas

Básicos
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 Meio – Suporte onde a mensagem é levada do emissor ao recetor

 Contexto - conjunto de variáveis que rodeia e influenciam a


situação de comunicação (ex. ruido)
 Recetor – aquele que recebe a mensagem

 Código – conjunto de elementos com significado aceite pelo


emissor e pelo recetor
 Descodificação – capacidade de interpretar a mensagem

 Canal – via de circulação da mensagem

 Feedback – informação de retorno que permite ajustar a


mensagem. 108
PRINCÍPIOS DA OBSERVAÇÃO

Para quê
observar?

Básicos
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 Para poder intervir na realidade de forma fundamentada,
para descobrir novos aspetos de um problema e para
verificação correta da ocorrência de um determinado
fenómeno.
109
Observação
participante

Básicos
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Consiste na participação O observador assume,
real do pesquisador na vida pelo menos até certo
da comunidade, grupo ou ponto, o papel de
de determinada situação.
elemento do grupo.

110
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

- Facilita o rápido acesso a dados sobre


situações habituais em que os membros das
comunidades se encontram envolvidos;
- Possibilita o acesso a dados que a comunidade

Básicos
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ou o grupo considera de domínio privado;
- Possibilita captar as palavras de
esclarecimento que acompanham os
comportamentos observados.

- Pode significar uma visão parcial do


objeto estudado;
- Desconfiança do grupo investigado em
relação ao pesquisador.
111
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA OBSERVAÇÃO NÃO
PARTICIPANTE

- Observa-se uma situação como ela

Básicos
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realmente ocorre, sem existir qualquer
interferência do investigador

-Nem sempre são fáceis de realizar


- Não se tem acesso a dados que poderão
ser importantes.
112
JOGOS E SIMULAÇÕES
 Uma forma privilegiada para comunicar com o idoso passa
pela atividade lúdica, daí esta ser tão importante no
relacionamento com eles.

Básicos
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 O jogo tem um papel primordial na educação e na animação.

 O papel do jogo no desenvolvimento tem sido analisado


exaustivamente por pensadores e investigadores das ciências
sociais e humanas.

 Todos admitem a importância enorme que o jogo tem como


fator de socialização e de desenvolvimento intelectual, social
e motor. 113
 Nos idosos os jogos e simulações tornam a vida:

Melhoram as suas
relações e
Mais ativa
comunicação com

Básicos
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os outros

Desempenham Desenvolvem a
um papel social sua personalidade
e estimulam a sua
autonomia

Estimulam a sua
Permitem libertar
imaginação e
tensões
atividade 114
O agente em geriatria é fundamental na

Básicos
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medida em que possui muita informação
sobre o idoso que pode reforçar ou ajudar a
selecionar as técnicas mais adequadas.

115
REGRAS PARA ESCOLHA DA TÉCNICA A UTILIZAR:

 Manter uma certa distância (avaliar imparcialmente)

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 Falar pausadamente

 Referir e explicar o que vamos fazer

 Repetir quantas vezes forem necessárias

 Perguntar o que gostam /querem fazer

 Comunicar pausadamente

 Valorizar qualquer tipo de esforço


116
 Manter uma atitude paciente e compreensiva
Atividades de Funcionalidade da técnica Exemplos
animação
Trabalha as capacidades da Bordados, desenho,
Animação através da pessoa numa faceta artística. pintura, reciclagem de
expressão plástica: material, artes decorativas

Promove a manutenção e Musica (coro), teatro,

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estimulação das capacidades dança, poesia,
Animação através da comunicativas a partir da dramatizações de
comunicação expressão oral de sentimentos e situações imaginárias
emoções. (rolle playing).

Promove o desenvolvimento do Debates e histórias de


Animação de “eu”, as experiências de vida da vida. Todas as atividades
Desenvolvimento pessoa, as emoções e de ordem religiosa,
Pessoal sentimentos. espiritual
Trabalha os aspetos cognitivos Ver tabela abaixo
(memória, concentração, etc.) de
forma a contribuir para uma vida
Animação cognitiva mais ativa, incentivando a
autonomia. 117
Atividade Objetivos Materiais
Jogo da Estimular o raciocínio, a atenção e Lápis, bola, pano,
memória observação copo, caneta, 1
terço; moedas, etc.
Completar Estimular as capacidades intelectuais; Lista de provérbios
Provérbios valorizar saberes
Dominó Estimular o raciocínio, Dominó

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Manter/desenvolver a capacidade
intelectual, participativa e organizativa
Identificar Desenvolver o olfato e o paladar Canela, pimenta,
cheiros e arroz, etc
sabores
Identificar Desenvolver a capacidade intelectual e Prato; colher, garfo;
objetos por tato cognitiva Escova, toalha, etc
Estimular a independência através da
identificação de objetos do dia a dia

118
REFLEXÃO SOBRE A PESSOA IDOSA

A comunicação é uma dimensão essencial do trabalho do agente em geriatria.


No entanto, nem sempre lhe é dada a atenção devida, muitas vezes por falta

Básicos
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de tempo ou porque se considera outro tipo de cuidados como prioritários,
como é o cado das rotinas de alimentação, higiene e saúde.
É importante para os idosos, sendo que a comunicação e as relações humanas
são para eles necessidades básicas.
As rotinas que se têm que cumprir num determinado período de tempo fazem
muitas vezes com que o agente em geriatria acabe por praticamente não
prestar atenção ao idoso, tratando-o de uma forma mecânica quase sem
interação e diálogo.
119
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Básicos
120
CONFORTO DA PESSOA IDOSA
SONO E REPOUSO
A necessidade de dormir e repousar constitui uma
necessidade de todo o ser humano, a fim de permitir a
recuperação e o funcionamento ótimo do organismo.
 É fato assente que o organismo tem necessidade de um

Básicos
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período de sono em cada ciclo de 24 horas. O repouso e
o sono dependem do relaxamento muscular.
 A designação de repouso inclui uma ausência de

movimento. O sono pode ser definido como “um estado


de consciência alterado do qual uma pessoa pode sair
mediante estímulo adequado”.

121
BENEFÍCIOS DO SONO

 Estabiliza os níveis da respiração;


 Melhora a capacidade de memorização bem como a de
organização da nossa inteligência;

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 Diminui a frequência cardíaca;

 Repara tecidos;

 Aumenta a produção de colagénio, a proteína


responsável pela elasticidade da pele e de melatonina,
uma hormona responsável pela regeneração das células;
 Relaxa todos os músculos;

 Descansa todos os órgãos do corpo.

122
SONO NO IDOSO
O processo de envelhecimento ocasiona modificações:
 Na quantidade e qualidade do sono;

 Afetam mais da metade dos adultos acima de 65 anos

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de idade;
 Impacto negativo na sua qualidade de vida.

Um distúrbio do sono comum nos idosos são as


insónias.

123
Os fatores que contribuem para os problemas de sono na velhice

 Dor
 Stress e a ansiedade (perdas resultantes do envelhecimento ou falta

de capacidade para ultrapassar os problemas da vida corrente)

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 Depressão

 Medo e inquietação

 Alteração de rotina quotidiana (hora de levantar, a hora das

refeições, etc.)
 Barulho (ruídos inesperados e ocasionais)

 Intimidade partilhada

 Temperatura ambiente

 Aborrecimento (diminuição de contactos sociais)

 Outras patologias

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PAPEL DO AGENTE EM GERIATRIA

Relativamente a:
Dor e/ou desconforto físico

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 Identificar a dor e sua localização;
 Quantificá-la, promover medidas de alívio da dor (ex:
quente, frio) administrar analgésico se tiver prescrito,
verificar a sua eficácia;
 Referenciar a equipa de saúde a existência da dor e
sua localização;
 Posicionar em posição antálgica e, confortável (com
almofadas, esticar a roupa).
125
Fatores ambientais:

 Eliminar quaisquer fontes de ruído;


 Evitar as sestas que desequilibram o ritmo sono/vigília;

 Evitar de ter relógio e televisão no quarto;

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 Manter um horário regular: deitar e levantar a horas
certas ajuda a regularizar o relógio biológico;
 Evitar o consumo de cafeína e bebidas alcoólicas;

 Comer alimentos leves;

126
 Não se deitar o estômago cheio;

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 Antes do deitar, beber um copo de leite/chá morno;

 Preparar a cama (confortável) para o deitar;

 Perfumar o ambiente (com óleos essenciais porque ajudam a


relaxar e a combater a insónia);
 Manter o ambiente arejado e fresco;

 Evitar demasiada luminosidade no quarto;

 Promover exercício físico regular.

127
Se o idoso está no domicílio educar e aconselhar os
familiares:

 Ter em atenção e evitar portas a bater ou televisões


muito altas;

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 Não ter conversas preocupantes à noite a frente do
idoso;
 Programar atividades do dia seguinte, de manhã não a
noite;
 Os familiares devem evitar discussões e conflitos frente
aos idosos;
 Evitar de falar do cônjuge falecido;

 Os familiares devem evitar conversas sobre situação


socioeconómica. 128
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129
CAMA SIMPLES E CAMA
ARTICULADA
 Para que o sono/repouso seja adequado ao Idoso, deverá ser
providenciada uma cama/leito apropriado e confortável. Assim,
torna-se fundamental a cama e o colchão, podendo ser uma

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cama vulgar ou articulada onde se pode elevar a cabeça e/ ou os
pés.

 Quanto ao colchão também pode ser normal ou então especial


para Idosos com problemas músculo-esqueléticos ou de
mobilidade, para prevenção de úlceras de pressão

130
Cama articulada - Estas camas podem ser manuais ou

elétricas, com possível ajustamento da altura, para facilitar a

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subida/ descida do Idoso e a prestação de cuidados aos Idosos

dependentes por parte do Profissionais. Poderá também ser

necessária a utilização de outros acessórios, tais como grades

de proteção/ segurança (prevenção de quedas), “trapézio” (para

o Idoso mobilizar-se no leito), etc.

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Cama articulada manual Cama articulada elétrica

132
Trapézio

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