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APERFEIÇOAMENTO
FORTALECIMENTO
DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO
NOS TERRITÓRIOS
MUNICIPAIS
MÓDULO II
Aula
12
// CUIDADO EM SAÚDE
Todos os direitos reservados. É permitida a
reprodução parcial ou total desta obra, desde
//
Ficha Catalográfica
Web Desenvolvedor
Aidan Bruno
Alexandre Itabayana
Cristina Perrone
Paloma Eveir
Vitor Almas de Moura
Olá!
Este é o seu Material de
Referência da Aula 12 do
Módulo 2 que apresenta de
forma mais aprofundada o
conteúdo referente ao tema
Cuidado em Saúde. A proposta é
agregar mais conhecimento à
sua aprendizagem, por isso leia-
o com atenção e consulte-o
sempre que necessário!
Objetivos de
aprendizagem
Conceituar Rede de Atenção à Saúde no contexto do
01 Sistema Único de Saúde.
Boa leitura!
// Níveis de
Atenção à Saúde
Como o
conceito de
Saúde mudou ao
longo dos anos
A definição da OMS
01 Plano individual
Entende-se que as disfunções e
anormalidades ocorrem em indivíduos
que são seres biológicos e sociais ao
mesmo tempo. Portanto, as alterações
no estado de saúde resultam não
apenas de aspectos biológicos, mas
também das condições gerais da
existência dos indivíduos, grupos e
classes sociais, ou seja, teria então
dimensões individuais e coletivas.
Segundo essa concepção, a condição de
saúde poderia variar entre um extremo
de “mais perfeito bem-estar” até o
outro extremo da “morte”, com uma
série de processos e eventos
intermediários entre os dois (Narvai, et
al.,2008).
// Atenção Básica
Do ponto de vista administrativo, o
delineamento teórico de um sistema de saúde
hierarquizado e integrado em rede, baseado na
assistência primária, secundária e em hospitais
terciários, surge em 1920, na Inglaterra, com as
propostas do “Relatório Dawson” [Apud
(Westphal, 2006)].
// Atenção Básica
Vale ressaltar que o modelo de atenção baseado
em centros de saúde comunitários remontava a
iniciativas pioneiras francesas do final do século XIX, e
americanas do início do século XX (Gil et al, 2006), as
quais já promoviam e efetivaram conceitos-chaves,
muitos incorporados pela AB no futuro: população de
risco, ações de base territorial, descentralização,
assistência social, prevenção associada à assistência
médica, educação sanitária, ações sobre o meio
ambiente, cogestão e controle por colegiados e
conselhos, assistentes de quarteirão, e rede de
atenção à saúde organizada em distritos.
// Atenção Básica
A AB foi definida como:
”
// Atenção Básica
Definiram-se, também, os elementos essenciais
da AB para aquele momento histórico, como
apontado anteriormente. Muitos deles
similares aos dos centros de saúde
comunitários:
// Atenção Básica
Princípios Modernos da AB
// Atenção Básica
A mesma autora resume os princípios
da AB em quatro características ou
atributos essenciais:
// Atenção Básica
Assim, a AB deve ser o primeiro contato
preferencial das pessoas com o sistema de
saúde, sem restrição de acesso,
independente de gênero, condições
socioculturais e problemas de saúde; com
abrangência e integralidade das ações
individuais e coletivas; e continuidade
(longitudinalidade) e coordenação do
cuidado ao longo do tempo, tanto no plano
individual, quanto no coletivo, mesmo
quando houver necessidade de
referenciamento das pessoas para outros
níveis e equipamentos de atenção do
sistema de saúde. Deve ser praticada e
orientada para os contextos familiar e
comunitário, entendidos em sua estrutura e
conjuntura socioeconômica e cultural.
// Atenção Básica
Sabe-se hoje, por diversos estudos científicos, que
um sistema de saúde com forte referencial na AB é
mais efetivo, mais satisfatório para as pessoas e
comunidades, têm menores custos, e é mais
equitativo - mesmo em contextos de grande
iniquidade social (Starfield et al., 2005).
Assim, a AB vem sendo entendida como o primeiro
nível de atenção nos sistemas de saúde nacionais,
regionais e locais, como também como estratégia
política e princípios para (re) organização dos
serviços e sistemas de saúde. Para tal, necessita de
práticas profissionais específicas e construídas num
modo complexo, integral e sistêmico de pensar o
processo saúde-adoecimento, incorporando o
conceito mais moderno de “promoção da saúde”
apresentado anteriormente na Aula 9.
Atenção!
No Brasil, a expressão atual da AB na
política de saúde (SUS), para tratar dos
mesmos princípios e características, é a
“Estratégia Saúde da Família” (ESF).
// Atenção Básica
Carteira de Serviços da Atenção Básica
// Atenção Básica
Ao longo do tempo, serão definidos os padrões
essenciais e ampliados com base na avaliação da
implantação da Carteira de Serviços, e essa definição
poderá obter recortes regionais ou de acordo com a
tipologia do município com base na atual
classificação do IBGE. Orienta- se também que a
oferta dos serviços seja pública, cabendo a cada
gestor municipal, baseado na legislação vigente,
realizar análise de demanda do território e ofertas
das unidades de saúde para mensurar sua
capacidade resolutiva, adotando as medidas
necessárias para ampliar o acesso, a qualidade e a
resolutividade das equipes e serviços da APS em
parceria com o conselho gestor local.
// Atenção Básica
Atenção Básica Centrada na Pessoa e Baseada
em Evidência
// Atenção Básica
Tomada de decisões clínicas
É um processo que leva em consideração três
elementos: as evidências, as particularidades de
cada pessoa e suas preferências. A saúde baseada
em evidências fez enormes avanços nesse sentido,
sendo um método robusto e extremamente útil de
estruturar questões clínicas e avaliar evidências. Por
outro lado, o MCCP traz o estabelecimento de uma
base comum entre as perspectivas do profissional de
saúde e da pessoa que é atendida, sendo a
confluência dos dois métodos a chave para um
desfecho clínico favorável.
// Atenção Básica
// Redes de Atenção
à Saúde (RAS)
Qual a
importância
das Redes de
Atenção (RAS)?
Atenção!
Faz-se necessário, portanto,
identificar as condições que
favorecem ou dificultam a
regionalização para compreensão de
possíveis entraves à diminuição das
desigualdades regionais no acesso à
saúde no Brasil.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
A compreensão diferenciada dos fenômenos sociais e
inclusive de saúde, consolida o desenvolvimento da
Teoria da Determinação Social do Processo Saúde-
Doença, também denominado Determinantes Sociais da
Saúde (DSS), que busca relacionar a forma como a
sociedade está organizada às manifestações de saúde ou
de doença (Figura 5).
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Isso quer dizer que o processo saúde-
adoecimento compõe momentos de um
processo maior, que se refere à vida das
pessoas, que, por sua vez, está
intrinsecamente ligada ao potencial que elas
têm ao acesso às necessidades para viver a
vida, seja a moradia, a alimentação, a
educação, a saúde, o lazer, etc. Ter acesso,
numa sociedade como a brasileira, depende
da inserção no sistema de produção, ou seja,
do local que a pessoa ocupa no trabalho.
Assim, a depender da inserção no sistema de
produção, poder-se-á dispor de
possibilidades maiores ou menores para o
consumo. Portanto, verifica-se que a saúde-
doença depende, em última instância, do
lugar ocupado na sociedade.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Na abordagem da Vigilância à Saúde
está se remetendo a uma forma de
atuação que tem em vista a
cotidianidade, ou seja, o constante
monitoramento da saúde-doença dos
grupos sociais.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Níveis de prevenção
Retomamos, aqui, também, essa
discussão dos níveis de prevenção à
saúde que já foram abordados na Aula
8, sendo, portanto, quatro, os níveis de
prevenção estabelecidos.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
A prevenção de doenças
compreende três categorias:
manutenção de baixo risco; redução de
risco e detecção precoce. A imunização
contribui nas duas primeiras categorias.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
A detecção precoce pode ser realizada tanto
nos encontros clínicos – em que o paciente
procura o serviço por algum motivo – quanto nos
encontros em que não há demanda por
cuidado, como: atestados e relatórios,
acompanhamento de familiares, vacinação, coleta
de Papanicolaou etc. Em ambos os casos, os
profissionais de saúde precisam estar receptivos e
atentos para, além das atividades em foco (o motivo
principal do encontro), observar possíveis sinais de
doenças e, se necessário, tomar as providências para
detectá-los precocemente.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Estratégias para a detecção
precoce são o diagnóstico
Saiba
precoce e o rastreamento. mais!
O diagnóstico precoce diz respeito
à abordagem de indivíduos que já
apresentam sinais e/ou sintomas
de uma doença, enquanto o
rastreamento é uma ação dirigida
à população assintomática, na fase
subclínica do problema em
questão.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
Diagnóstico precoce são ações destinadas a
identificar a doença em estágio inicial a partir
de sintomas e/ou sinais clínicos. Na área oncológica,
o diagnóstico precoce é uma estratégia que
possibilita terapias mais simples e efetivas, ao
contribuir para a redução do estágio de
apresentação do câncer. Por essa razão, o conceito
de diagnóstico precoce é por vezes nomeado de
down-staging, ou seja, no menor estágio do
desenvolvimento da doença.
// Processo Saúde-Adoecimento-Cuidado
// Necessidades
em saúde
As
necessidades
em saúde e
seus
pressupostos
01
Considerar que a concepção sobre necessidades
de saúde vincula-se à noção de necessidades
sociais e representa um conceito de junção de
diferentes disciplinas como a economia, política,
sociologia, antropologia, psicologia e biologia.
02
Considerar a natureza complexa da
realidade e que existem diferentes
saberes, desejos e interesses na
perspectiva de profissionais de saúde,
pacientes/responsáveis, cuidadores,
podendo, inclusive, ser conflitantes.
// Necessidades em Saúde
03
Na perspectiva dos profissionais de saúde, a
identificação de necessidades de saúde deve estar
orientada por princípios éticos e científicos e pelas
diretrizes da universalidade, integralidade e
equidade do cuidado e defesa da vida.
04
A abordagem construtivista da
educação em saúde pressupõe a
interação entre as pessoas e o
confronto de diferentes saberes na
construção de novos significados, a
partir da ampliação das capacidades de
análise, síntese e reflexão crítica, da
autonomia e da co-responsabilização,
num ambiente colaborativo e
respeitoso.
// Necessidades em Saúde
Diretrizes para a
identificação de
necessidades de
saúde
// Necessidades em Saúde
A identificação de necessidades de saúde é
uma ação da prática profissional na área da
saúde, com especificidades para a prática médica,
uma vez que têm interface com a formulação do(s)
problema(s) do paciente, vinculados ou não a
diagnósticos clínicos.
// Necessidades em Saúde
O plano terapêutico, como resultado de uma
negociação que considera o contexto, a autonomia
dos pacientes e o compromisso ético e social dos
profissionais de saúde, deve explicitar tanto o que
foi pactuado, como as dificuldades ou obstáculos a
determinadas orientações ou intervenções.
// Necessidades em Saúde
// Territorialização
Qual a importância
da
territorialização?
// Territorialização
Essa proposta, contida no novo modelo de vigilância
em saúde, é justificada pelo agravamento das
desigualdades sociais associado a uma segregação
espacial aguda, que restringem o acesso da
população a melhores condições de vida.
// Territorialização
Muito além de ser meramente o espaço
político-operativo do sistema de saúde, o
território do distrito sanitário ou do
município, onde se verifica a interação
população-serviços no nível local,
caracteriza-se por uma população específica,
vivendo em tempo e espaço determinados,
com problemas de saúde definidos e que
interage com os gestores das distintas
unidades prestadoras de serviços de saúde.
Esse espaço apresenta, portanto, além de
uma extensão geométrica, um perfil
demográfico, epidemiológico,
administrativo, tecnológico, político, social e
cultural, que o caracteriza como um
território em permanente construção.
Dessa forma, vem se fortalecendo a ideia das
ações de promoção da saúde, orientadas
para as ações coletivas e intersetoriais,
independentemente do sistema de atenção
à saúde. A atenção voltada para a produção
social da saúde das populações gera a
necessidade de esclarecer as mediações que
operam entre as condições reais em que
ocorre a reprodução dos grupos sociais no
espaço e a produção da saúde e da doença.
// Territorialização
No Programa Nacional de Imunizações, a
definição da população adscrita a um serviço de
saúde, possibilita monitoramento constante dos
indicadores de coberturas vacinais nas diversas
faixas etárias, e intervenção oportuna, como por
exemplo, a busca de faltosos.
Atenção!
Vale lembrar que, mesmo havendo
população adscrita numa Sala de Vacina,
deve-se atender e vacinar todos que
procurarem o serviço, independente do
local de moradia.
// Territorialização
Práticas de vigilância em saúde
e a territorialização
// Territorialização
Essa nova visão considera a saúde como uma
acumulação social, expressa num estado de bem-
estar, que pode indicar acúmulos positivos ou
negativos. Portanto, compreende que a dinâmica
das relações sociais seja o fator que define as
necessidades de saúde. Para o setor saúde, a
perspectiva do modelo da vigilância em saúde
configura-se no construto operacional que se
propõe a dar resposta aos problemas de saúde.
Para a constituição de uma base organizativa dos
processos de trabalho nos sistemas locais de saúde
em direção a essa nova prática, é importante o
reconhecimento dos territórios e seus contextos de
uso, uma vez que estes materializam
diferentemente as interações humanas, os
problemas de saúde e as ações sustentadas na
intersetorialidade.
// Territorialização
// Considerações
Finais
Chegamos ao final deste conteúdo.
É importante destacar os seguintes
pontos abordados:
// Considerações Finais
• A abordagem centrada na pessoa, e a medicina
baseada em evidências são ferramentas
importantes para um cuidado efetivo na Atenção
Básica.
Até a
próxima!
// Considerações Finais
Almeida, L M. Da prevenção primordial à
//
// referências
Demarzo, Marcelo Marcos Piva and
Aquilante, Aline Guerra. Saúde Escolar e
Escolas Promotoras de Saúde. [book auth.]
//
// referências
//
// referências
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// Créditos