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saúde
PONTOS A APRENDER
OBJETIVOS
1. identificar as interpretações sobre o processo saúde-doença ao longo da história
2. explicar a influência das diversas formas de se entender saúde-doença nas
práticas de saúde
3. explicar a diferença entre prevenção e promoção da saúde
PALAVRAS CHAVE
Processo saúde-doença
Práticas de saúde
Promoção da saúde
Prevenção de doença
ESQUEMA DE TÓPICOS
Processo saúde doença
Teorias e práticas de saúde
Modelo biológico: teorias unicausais e multicausais
Modelo social: epidemiologia social, determinação social do processo saúde-doença,
modelo sócio-médico
Promoção da saúde
INTRODUÇÃO
1. Modelo biológico
2. Modelo social.
Nesse período havia também uma crença na harmonia entre o homem e o ambiente.
Hipócrates em “Ares, águas e lugares” relaciona fatores do meio físico a doenças,
destacando como fatores essenciais para a endemicidade local, o clima, o solo, a água,
o modo de vida e a nutrição. Os cuidados de saúde pública deveriam procurar a
adaptação do homem ao seu meio ambiente natural, sendo que as obras sanitárias
procuravam evitar os maus ares (miasmas) que pudessem interferir na harmonia dos
humores (ex. drenagem de pântanos).
Nesse período as pessoas passam a viver aglomerados nos feudos, por conta da
proteção que os muros dos castelos ou das igrejas davam. Nestas cidades não havia
serviços de esgotamento sanitário nem coleta de lixo. A população conservava alguns
hábitos da vida rural, os animais circulavam pelas ruas, muitas vezes dormiam dentro
dos domicílios. A relação entre a doença e a atmosfera passa a ter outra significação,
atribuindo-se aos maus odores que emanavam dos corpos pútridos e dos restos em
decomposição, o ar pestilento. Assim recomendavam-se medidas de limpeza,
ventilação e enterro dos mortos o mais profundamente possível. (Rosen, 1994)
Neste período houveram grandes surtos e epidemias: lepra, peste bubônica, varíola,
peste negra, etc. A primeira reação das pessoas à peste negra era a fuga; entretanto,
nem todos tinham como fugir. Surge então o isolamento e a quarentena como forma de
controle, não se permitindo a entrada de pessoas que viessem de áreas em que a
doença já existia. (Rosen, 1994)
Paralelamente, a visão cristã, que via no médico o Cristo que cuida, e no doente o
Cristo que sofre, fez com que saúde, doença e cuidado fossem relacionados também
com a salvação da alma.
Intui-se uma teoria lógica da infecção, na qual haveria um agente específico para cada
doença. A transmissão da doença poderia ocorrer de pessoa a pessoa, à distância e
através de objetos (fômites) ou animais (vetores).
Dessa forma procurou-se explicar a transmissão da sífilis, da hanseníase, da peste
negra e outras epidemias.
Entretanto, observa-se neste período uma concorrência das teorias dos miasmas e do
contágio, pois a doença também era relacionada com a imundície, a falta de
escoamento e abastecimento de água e a disposição inadequada de dejetos.
A febre puerperal (pós parto), comum no início do século XIX, tinha como explicações a
teoria miasmática e a do contágio. Alguns acreditavam que ela era conseqüência do ar
ou ainda da falta de eliminação dos lóquios após o parto, que ficariam retidos no
organismo, produzindo então a febre e o pus. Outros, como Semmelweis , acreditavam
que, como os médicos faziam as autópsias antes dos partos, acabavam transportando,
de alguma forma, nas roupas, cabelos, algum germe que produziria a doença
O médico era então o agente de saúde que tratava e prevenia, especificamente, cada
doença.
Com o desenvolvimento da microbiologia, intensificaram-se estudos no sentido de
descobrir novas formas de combater os agentes causadores das doenças. Assim,
foram desenvolvidos alguns antibióticos e antissépticos.
Leavell e Clark (1965) em seu livro “Medicina Preventiva”, traduzido para o português
em 1976, desenvolvem a teoria da História Natural da Doença, segundo a qual todas
as doenças têm um curso natural em que a situação de equilíbrio entre hospedeiro,
agente etiológico e meio ambiente corresponde à saúde. Havendo desequilíbrio temos
a doença, que se não for tratada, pode levar, no seu curso natural, à cura espontânea,
à incapacidade ou à morte.
Assim, a doença resulta da interação dos três fatores biológicos - hospedeiro, agente e
meio ambiente, cada qual com seus mecanismos de adaptação.
Verifica-se que as relações que os hospedeiros estabelecem entre si não são levadas
em consideração, o social não participa, ou melhor, é referido como caráter dos
indivíduos (p. ex. status econômico-social, hábitos).
Nesta teoria, a chamada prevenção primária pode ser feita no período pré-patogênico,
através de ações de promoção de saúde, isto é, medidas voltadas para o
desenvolvimento de uma saúde geral ótima e a proteção específica do homem contra
agentes etiológicos específicos ou a criação de barreiras contra agentes do meio
ambiente. Ainda segundo esta teoria, no início da fase de patogênese, deve-se fazer a
prevenção secundária através de diagnóstico precoce e tratamento imediato e
adequado. Este nível envolve ainda, no caso de progressão do processo de
patogênese, o tratamento com vistas a evitar seqüelas e limitar a invalidez. Havendo a
instalação de invalidez, pode-se, através da reabilitação, conseguir a prevenção
terciária. No quadro 1, é possível ver esquematicamente os níveis de aplicação de
medidas preventivas concebido por Leavell e Clark (1976)
(Quadro1)
Outra vertente desta teoria é a concepção ecológica do processo saúde-doença, em
que as condições de saúde dependem do equilíbrio entre o hospedeiro e o ambiente,
num contexto bidimensional (Arredondo, 1993).
2. MODELO SOCIAL
A qualidade de vida de cada grupo social é diferente, sendo também diferente a sua
exposição a processos de risco que produzem o aparecimento de doenças e formas de
morte específicas, assim como seu acesso a bens e serviços. Cada grupo social leva
inscrito em sua condição de vida o correspondente perfil de saúde-doença uma
complexa trama de processos e formas de determinação, que para fins de estudo, a
epidemiologia separou em três dimensões (Breilh e Granda, 1986):
Por exemplo, população residente em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, tem
condições de vida (habitação, transporte, lazer, educação, segurança, etc) e trabalho
diferentes daqueles que moram em Moema ou no Jardim Paulista que, segundo estudo
realizado por SPOZATI (1996), têm os melhores índices de qualidade de vida, de
desenvolvimento humano e de renda, determinando perfis de saúde-doença diferentes.
Ao compararmos, por exemplo, a taxa de mortalidade neonatal, segundo a Fundação
SEADE, em 2004 foi de 6,73/1000 nascidos vivos, no Jardim Paulista enquanto que em
Parelheiros foi de 16,57/1000 nascidos vivos.
SOCIOMÉDICO (Neoconservador)
O Perfil epidemiológico resulta de fatores biológicos, psíquicos, sociais e culturais, que
operam hierarquicamente em diferentes níveis de determinação. Tais fatores também
determinam a forma como se organiza a sociedade para dar resposta às condições de
saúde que geram.
Esta proposta “contempla um enfoque integral sobre os determinantes do processo
saúde-doença .... Inclui categorias de análise para diferenciar o rol da resposta social
organizada do Setor Saúde” (Arredondo, 1993)
3. NOVO MODELO
Ser saudável significa então, além de não estar doente, ter a possibilidade de atuar, de
produzir a sua própria saúde, quer por meio de cuidados tradicionalmente conhecidos,
quer por ações que influenciem o seu meio: ações políticas para a redução de
desigualdades, educação, cooperação intersetorial, participação da sociedade civil nas
decisões que afetam sua existência. (Santos e Westphal, 1999).
Segundo a Carta de Ottawa (1986), os pré-requisitos para a saúde são:
paz
segurança política e pessoal;
habitação adequada em tamanho e com conforto térmico;
acesso à educação, pelo menos fundamental;
alimentação para o crescimento das crianças e necessária para a reposição da força
de trabalho;
renda decorrente da inserção no mercado de trabalho, adequada para cobrir as
necessidades básicas de alimentação, vestuário e lazer;
ecossistema saudável preservado e não poluído;
recursos renováveis, garantidos por uma política agrária e industrial voltada para as
necessidades da população
justiça social; e
eqüidade, garantindo os direitos fundamentais dos cidadãos.
Promoção da Saúde tem sido objeto de projetos e programas que buscam melhorar a
qualidade de vida das pessoas, mas também tem gerado grande confusão para definir
qual seu real campo de ação e de localização na Saúde Pública. Por ser um conceito
amplo, há uma tendência de limitar-se a um ou outro aspecto. O informe do Serviço de
Saúde Pública dos EEUU de 1979, intitulado “Healthy people the surgeon-general’s
health promotion and disease prevention” trouxe certa confusão conceitual sobre o
tema. Ele diferenciava a promoção da saúde da prevenção de doenças, dando origem
a muitas interpretações sobre o propósito exato da Promoção da Saúde. Nesse
documento, a Promoção de Saúde referia-se a estilos de vida e a prevenção, à
proteção da população contra os riscos ambientais. (Restrepo,2001).
Promoção Prevenção
Modelos com os Sócio-políticos, ecológicos e sócio culturais. Ações sobre fatores de risco
quais se (sedentarismo, tabagismo, hábitos
implantam alimentares inadequados,
comportamento sexual, etc),
Práticas clínicas preventivas,
reabilitação.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA