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A SAÚDE NA ANTIGUIDADE
As civilizações desenvolveram através dos tempos, um modo peculiar de pensar
sobre saúde e doença, tendo o senso comum como o padrão para avaliar os casos de
enfermidades, e de sanidade. A história das representações de saúde e doença foi
sempre pautada pela inter-relação entre os corpos dos seres humanos e as coisas e os
demais seres que os cercam.
Elementos naturais e sobrenaturais habitam estas representações desde tempos
imemoriais, provocando os sentidos e impregnando a cultura e os espíritos, os valores e
as crenças dos povos. Sentimento de culpa, medos, superstições, mistérios, envolvendo
o fogo, o ar, a terra, os astros, a organização da natureza, estão indissoluvelmente
ligados às expressões da doença, à ocorrência de epidemias, à dor, ao sofrimento, às
impressões de desgaste físico e mental, à visão da deterioração dos corpos e à
perspectiva da morte.
Na antiguidade, os povos praticavam a higiene pessoal e a limpeza por razões
religiosas e, em geral com o objetivo de aparecerem puros aos olhos dos deuses. A
higiene pessoal e os serviços públicos de saneamento tiveram grande desenvolvimento
nas cidades gregas, e posteriormente entre os romanos.
A literatura registra que entre os povos sem escrita, as pessoas associavam as
enfermidades a causas sobrenaturais. Nesse contexto, o homem pouco ou nada poderia
fazer para mudar o quadro. Existem registros de que os antigos povos da mesopotâmia
– sumérios, assírios e babilônios tinham um panteão de deuses. Estes povos inventaram
uma série de entidades, inferiores aos criadores supremos do universo e superiores às
suas vítimas: os demônios que se apossavam dos corpos, provocavam as doenças e
deviam ser exorcizados. Em outra concepção, a doença fazia parte das crenças
religiosas e os deuses era quem as causava. A ligação, portanto, entre a concepção das
doenças e as crenças religiosas remonta ao período greco-romano. Assim, a próxima
seção desse artigo abordará o conceito de saúde e doença na cultura greco-romana,
partindo da Grécia antiga até o período da fusão com a cultura romana, mais
precisamente a partir de 300 a.C.
Hipócrates é considerado por muitos uma das figuras mais importantes da
história da Medicina, frequentemente considerado "pai da medicina", Primeiro esboço
de uma teoria racional e científica sobre a causa de doenças. É referido como uma das
grandes figuras do florescimento intelectual grego. Contudo, foi em Hipócrates (460
a.C) que os conceitos de saúde e doença na Grécia tomaram um teor científico.
Considerado o pai da medicina, era filho de Heráclito e Fenareta. Nasceu na ilha de Cós
e morreu entre 375 e 351 a.C. Substituiu a mitologia, baseada na cura pelo poder dos
deuses pela observação clínica de seus pacientes. Foi idealizador de um modelo ético e
humanista da prática médica. Criou métodos de diagnóstico, baseados na inquirição e
no raciocínio. As obras éticas e o juramento do médico, usados até hoje, fazem parte do
chamado Corpo Hipocrático (Corpus Hippocraticum). Dentre suas obras mais famosas,
destacam-se: Sobre as Epidemias (descreve doenças como: pneumonia, tuberculose e
malária); Sobre Ares, Águas e Lugares (tratado sobre saúde pública e geografia
médica); sobre a Dieta (alerta para a importância de uma dieta equilibrada e saudável) e
Aforismos.
A idade média foi considerada a “idade das trevas”, quando se acreditava que a
terra era plana, que os transtornos mentais tinham apenas causas demoníacas e que o
surgimento da ciência moderna se deu a partir da negação da
religiosidade/espiritualidade. No início do período, não havia uma orientação médica
única e organizada. Se uma pessoa adoecesse devido a um trauma ou doença poderia
buscar tratamento no curandeirismo, num benzedor, na astrologia, através de
encantamentos e misticismo ou finalmente procurar um médico consagrado, se
houvesse um disponível. A Idade Média (500-1500 d.C.) foi marcada pelo sofrimento
impingido pelas inúmeras pestilências e epidemias à população.
inda segundo tal lógica dialética, no nascimento ocorria a união entre corpo com
a alma, já na morte se observaria a separação dos dois, onde o destino do corpo era a
decomposição natural e por isso prezava-se pela salvação da alma. Porém, a salvação
das almas se realizaria plenamente no dia da ressurreição dos corpos, onde haveria uma
nova união entre o corpo e a alma, com o corpo agora purificado. Portanto, na dinâmica
da salvação o corpo não poderia ser excluído, em que o ideal ascético da Idade Média,
ou seja, a recusa pelo que é corporal e mundano, era considerado apenas um meio para
a salvação, já que o corpo possuía extrema importância. Conseqüência desta visão, as
práticas de cura deixaram de ser realizadas por médicos e passaram a ser atribuição de
religiosos. No lugar de recomendações dietéticas, exercícios, chás, repousos e outras
medidas terapêuticas da medicina clássica, são recomendadas rezas, penitências,
invocações de santos, exorcismos, unções e outros procedimentos para purificação da
alma, uma vez que o corpo físico, apesar de albergá-la, não tinha a mesma importância.
O Renascimento com seu poder renovador buscou romper com todos os
conceitos doutrinários e estáticos em benefício de uma ciência baseada na observação e
na realidade. Os três marcos das ciências médicas neste período foram: a nova
anatomia, a obra de Paracelso e a elevação da cirurgia à categoria de ciência. E também
a invenção da imprensa possibilitou uma reprodução e divulgação dos saberes médicos.
As construções renascentistas são mais complexas utilizando duas formas básicas: o
elemento cruciforme e o pátio interno ou claustro rodeado por galerias e corredores,
sendo o claustro utilizado como elemento organizador na distribuição destes edifícios.
O Renascimento marca com mudanças de mentalidade e valorização cientifica
mudando o edifício hospitalar da mão da igreja passando para as mãos da sociedade
médica. Traços marcantes no período do Renascimento são:
Diversas conquistas científicas – anatomia e fisiologia;
Descoberta de organismos microscópicos;
Descoberta do escorbuto – tripulantes de navios.
A crise na saúde está presente no nosso dia a dia, sendo divulgado pela mídia
filas para atendimento, falta de leitos, escassez de recursos, atraso nos repasses para
conveniados, valores baixos pagos pelo SUS, aumento da incidência e ressurgimento de
doenças.
A história da evolução da saúde no Brasil se relaciona com evolução político-
social, obedeceu a ótica do avanço do capitalismo, nunca ocupou o lugar central na
política do país, alvo da política na presença de epidemias, prioridades para grupos
sociais mais importantes e conquistas do direito através de lutas. Períodos Marcantes
para construção da saúde coletiva no Brasil:
República Velha (1889 – 1930)
“Era Vargas” (1930 – 1964)
Autoritarismo (1964 – 1984)
Nova República (1985 – 1988)
Pós-constituinte (1989...)