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AULA DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

PROFESSORA: ALANNA RUTH

23/08

Aspectos históricos

Período Pré-Cristão
No período Pré-Cristão as doenças eram tidas como um castigo de Deus ou
resultavam do poder do demônio. Por isso os sacerdotes ou feiticeiras
acumulavam funções de médicos e enfermeiros. O tratamento consistia em
aplacar as divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios.
Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente, purgativos, substâncias
provocadoras de náuseas. Mais tarde os sacerdotes adquiriram conhecimentos
sobre plantas medicinais e passaram a ensinar pessoas, delegando-lhes
funções de enfermeiros e farmacêuticos. Alguns papiros, inscrições,
monumentos, livros de orientações política e religiosas, ruínas de aquedutos e
outras descobertas nos permitem formar uma ideia do tratamento dos doentes

Egito
Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua
época. As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação
de fórmulas religiosas. Praticava-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos;
acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de outras.
Havia ambulatórios gratuitos, onde era recomendada a hospitalidade e o auxílio
aos desamparados.

Índia
Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam:
ligamentos, músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns
tipos de envenenamento e o processo digestivo. Realizavam alguns tipos de
procedimentos, tais como: suturas, amputações, trepanações e corrigiam
fraturas. Neste aspecto o budismo contribuiu para o desenvolvimento da
enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pela
construção de hospitais. Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e
exigiam deles qualidades morais e conhecimentos científicos. Nos hospitais
eram usados músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes. O
bramanismo fez decair a medicina e a enfermagem, pelo exagerado respeito
ao corpo humano – proibia a dissecação de cadáveres e o derramamento de
sangue. As doenças eram consideradas castigo.

Palestina
Moisés, o grande legislador do povo hebreu, prescreveu preceitos de higiene e
exame do doente: diagnóstico, desinfecção, afastamento de objetos
contaminados e leis sobre o sepultamento de cadáveres para que não
contaminassem a terra. Os enfermos, quando viajantes, eram favorecidos com
hospedagem gratuita.

Assíria e Babilônia
Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos
incompetentes, tais como: amputação das mãos, indenização, etc. A medicina
era baseada na magia – acreditava-se que sete demônios eram os causadores
das doenças. Os sacerdotes-médicos vendiam talismãs com orações usadas
contra os ataques dos demônios. Nos documentos assírios e babilônicos não
há menção de hospitais, nem de enfermeiros. Conheciam a lepra e sua cura
dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico do banho no rio
Jordão. “Vai, lava-te sete vezes no Rio Jordão e tua carne ficará limpa “.(II
Reis: 5, 10-11).

Japão
Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fetichista
e a única terapêutica era o uso de águas termais.

Grécia
As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia. Apolo, o deus sol, era o
deus da saúde e da medicina. Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos,
faziam ataduras e retiravam corpos estranhos, também tinham casas para
tratamento dos doentes. A medicina era exercida pelos sacerdotes-médicos,
que interpretavam os sonhos das pessoas. Tratamento: banhos, massagens,
sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral. Dava-se valor à beleza física,
cultural e a hospitalidade, contribuindo para o progresso da Medicina e da
Enfermagem. O excesso de respeito pelo corpo atrasou os estudos
anatômicos. O nascimento e a morte eram considerados impuros, causando
desprezo pela obstetrícia e abandono de doentes graves. A medicina tornou-se
científica, graças a Hipócrates, que deixou de lado a crença de que as doenças
eram causadas por maus espíritos. Hipócrates é considerado o Pai da
Medicina. Observava o doente, fazia diagnóstico, prognóstico e a terapêutica.
Reconheceu doenças, tais como: tuberculose, malária, histeria, neurose,
luxações e fraturas. Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em “não
contrariar a natureza, porém auxilia-la a reagir “. Tratamentos usados:
massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias, ventosas, vomitórios,
purgativos e calmantes, ervas medicinais e medicamentos minerais.

Roma
A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito tempo era exercida por
escravos ou estrangeiros. Os romanos eram um povo, essencialmente
guerreiro. O indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão destinado a
tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso. Roma distinguiu-se pela limpeza
das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de esgoto. Os
mortos eram sepultados fora da cidade, na via Ápia. O desenvolvimento da
medicina dos romanos sofreu influência do povo grego.

Cristianismo
O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Influiu
positivamente modificando indivíduos e o conceito da família. Os cristãos
praticavam atos de caridade. Sendo o princípio que movia os pagãos: “Vede
como eles se amam “. Desde o início do cristianismo os pobres e enfermos
foram objeto de cuidados especiais por parte da Igreja. Pedro, o apóstolo,
ordenou diáconos a socorrerem os necessitados. As diaconisas prestavam
igual assistência às mulheres. Os cristãos até então perseguidos, receberam
no ano 335 pelo Edito de Milão, do imperador Constantino, a liberação para
que a Igreja exercesse suas obras assistenciais e atividades religiosas. Houve
uma profunda modificação na assistência aos doentes – os enfermos eram
recolhidos às diaconias, que eram casas particulares, ou aos hospitais
organizados para assistência a todo tipo de necessitados.
Fonte: Site do COFEN e COREN-SP
Os Avanços das Práticas de Saúde por Períodos Históricos
As práticas de saúde instintivas – caracteriza a prática do cuidar nos grupos
nômades primitivos, tendo como pano-de-fundo as concepções evolucionista e
teológica. Neste período as práticas de saúde, propriamente ditas, num
primeiro estágio da civilização, consistiam em ações que garantiam ao homem
a manutenção da sua sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao
trabalho feminino. Com o evoluir dos tempos, constatando que o conhecimento
dos meios de cura resultava em poder, o homem, aliando este conhecimento
ao misticismo, fortaleceu tal poder e apoderou-se dele. Observa-se que a
Enfermagem está em sua natureza intimamente relacionada ao cuidar das
sociedades primitivas.

As práticas de saúde mágico-sacerdotais – este período é marcado pela


relação mística entre as práticas religiosas e as práticas de saúde mais
primitivas. Desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período
corresponde à fase de empirismo, e se dá antes do surgimento da especulação
filosófica que ocorre por volta do século V a.C. Essa prática permanece por
muitos séculos, nos templos que eram também santuários e escolas, onde os
conceitos primitivos de saúde eram ensinados. Posteriormente,
desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da arte de curar no sul da
Itália e na Sicília, propagando-se pelos grandes centros do comércio, nas ilhas
e cidades da costa. Naquelas escolas pré-hipocráticas, eram variadas as
concepções acerca do funcionamento do corpo humano, seus distúrbios e
doenças, concepções essas que, por muito tempo, marcaram a fase empírica
da evolução dos conhecimentos em saúde.

O ensino era vinculado à orientação da filosofia e das artes e os estudantes


viviam em estreita ligação com seus mestres, formando as famílias, as quais
serviam de referência para mais tarde se organizarem em castas. Quanto à
Enfermagem, as únicas referências concernentes à época em questão estão
relacionadas com a prática domiciliar de partos e a atuação pouco clara de
mulheres de classe social elevada que dividiam as atividades dos templos com
os sacerdotes.
As práticas de saúde no alvorecer da ciência – relaciona a evolução das
práticas de saúde ao surgimento da filosofia e ao progresso da ciência, quando
estas então se baseavam nas relações de causa e efeito. Inicia-se no século V
a.C. estendendo-se até os primeiros séculos da Era Cristã.

A prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa agora a ser um produto


desta nova fase, baseando-se essencialmente na experiência, no
conhecimento da natureza, no raciocínio lógico – que desencadeia uma relação
de causa e efeito para as doenças – e na especulação filosófica, baseada na
investigação livre e na observação dos fenômenos, limitada, entretanto, pela
ausência quase total de conhecimentos anatomofisiológicos. Essa prática
individualista volta-se para o homem e suas relações com a natureza e suas
leis imutáveis. Este período é considerado pela Medicina grega como período
hipocrático, destacando a figura de Hipócrates que como já foi demonstrado no
relato histórico, propôs uma nova concepção em saúde, dissociando a arte de
curar dos preceitos místicos e sacerdotais, através da utilização do método
indutivo, da inspeção e da observação. Não há caracterização nítida da prática
de Enfermagem nesta época.

As práticas de saúde monástico-medievais – Regidas pela influência dos


fatores sócio-econômicos e políticos do medievo e da sociedade feudal nas
práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. Esta época
corresponde ao exercício da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por
religiosos e abrange o período medieval compreendido entre os séculos V e
XIII. Foi um período que deixou como legado uma série de valores que, com o
passar dos tempos, foram aos poucos legitimados e aceitos pela sociedade
como inerentes à Enfermagem. A abnegação, o espírito de serviço, a
obediência e outros atributos que dão à Enfermagem, não uma conotação de
prática profissional, mas de sacerdócio.

As práticas de saúde após as sociedades monásticas evoluíram, em especial,


durante os movimentos Renascentistas e da Reforma Protestante.
Corresponde ao período que vai do final do século XIII ao início do século XVI
A retomada da ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a
evolução das universidades não constituíram fator de crescimento para a
Enfermagem.
Enclausurada nos hospitais religiosos, permaneceu empírica e desarticulada
durante muito tempo, desagregando-se ainda mais a partir dos movimentos de
Reforma Religiosa e das conturbações da Santa Inquisição. O hospital, já
negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens,
mulheres e crianças coabitam as mesmas dependências, amontoados em
leitos coletivos. Sob exploração deliberada, o serviço doméstico – pela queda
dos padrões morais que o sustentava- tornou-se indigno e sem atrativos para
as mulheres de casta social elevada. Esta fase tempestuosa, que significou
uma grave crise para a Enfermagem, permanece por muito tempo e apenas no
limiar da revolução capitalista é que alguns movimentos reformadores, que
partiram principalmente de iniciativas religiosas e sociais, tentam melhorar as
condições do pessoal a serviço dos hospitais.

As práticas de saúde no mundo moderno, em especial, a de Enfermagem,


evoluíram juntamente ao sistema político-econômico da sociedade capitalista,
que promoveu o surgimento da Enfermagem como prática profissional
institucionalizada. Processo que tem início com a Revolução Industrial no
século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem moderna na Inglaterra,
no século XIX.

ORIGEM DA ENFERMAGEM

Você conhece a história da Enfermagem? Sua origem e como foi a sua


evolução ao longo dos séculos?

Estamos tratando de um acontecimento que tem como protagonistas duas


mulheres de biografias repletas de lutas e conquistas, contrariando a realidade
da época.

Parece enredo de filme de Hollywood, não é mesmo?

Mas é apenas o começo de uma bela história de uma das mais


importantes carreiras na área da saúde, a história da Enfermagem.

Curioso para conhecer toda ela? Então, fique por aqui e boa leitura!

História da Enfermagem
A história da Enfermagem, apesar de ter seus primeiros indícios lá
nos primórdios da civilização, só foi ganhar destaque, de verdade, durante o
século XIX.

E é exatamente essa viagem no tempo que vamos começar a contar a partir de


agora.

Embarque conosco!

Como e quando surgiu a Enfermagem?

A Enfermagem surgiu antes mesmo de Cristo – ainda que à época não tivesse


esse nome técnico.

Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres abnegados


que cuidavam do bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma
situação digna, de saúde básica e de sobrevivência.

É claro que, com o passar do tempo, a profissão começou a ganhar corpo.

Entre os séculos V e VIII d.C, por exemplo, alguns princípios da Enfermagem


eram aplicados pelos detentores da fé. No caso, os sacerdotes.

Mais tarde, por volta do século XVI, a atividade era vista, na Europa, como uma
profissão que já começava a se institucionalizar, principalmente a partir
da Revolução Industrial.

No entanto, foi somente no século XIX, na Era Moderna, que ela, de fato,
ganhou notoriedade com as figuras de duas mulheres incríveis, das quais
falaremos mais adiante.

Fundamentos históricos da Enfermagem

No Brasil, a história da Enfermagem pode ser divididas em três períodos:

A organização da Enfermagem: do período colonial ao final do século XIX

O desenvolvimento da Enfermagem: do final do século XIX até a Segunda


Guerra Mundial

Enfermagem Moderna: do final da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais.

Vamos, agora, falar sobre cada uma dessas três fases.


Organização da Enfermagem

Essa primeira fase remete a uma Enfermagem mais instintiva e cultural, onde
os pajés, feiticeiros e outros líderes religiosos eram responsáveis por fazer
rituais místicos com a intenção de curar enfermidades.

Além disso, as mulheres é que deviam cuidar de crianças e idosos, pois tinham
como obrigação prezar pelo bem-estar da casa.

Com o processo de colonização, os europeus acabaram trazendo para cá


diversas doenças que, logo, se tornaram epidemias.

O curandeirismo era o que havia de mais próximo às práticas da Enfermagem


até a chegada dos padres jesuítas, que começavam a prestar assistência aos
doentes nas Casas de Misericórdia.

Desenvolvimento da Enfermagem

O segundo ciclo é marcado pelo êxodo rural.

Com muitas pessoas migrando do campo para cidade, houve um crescimento


urbano descontrolado que, por sua vez, aumentou o número de doenças
contagiosas e acelerou as suas propagações.

Urgia a necessidade de mais atenção à saúde pública.

Então, o governo começou a assumir o controle dessa pasta, passando a criar


órgãos específicos responsáveis para dar assistência médica à população.

A profissão de enfermeiro começa a ganhar força com a atuação,


especialmente, em hospitais militares.

O trabalho consistia em dar suporte durante as grandes guerras do período,


muito em função da criação da Cruz Vermelha Brasileira.

Foi nesse período também que as primeiras escolas de Enfermagem foram


inauguradas. E a atenção médica, por sua vez, desvinculada um pouco da
religião.

Enfermagem Moderna
Passado o período de Guerras, se inicia o desenvolvimento da educação em
Enfermagem no Brasil.

Mais escolas são abertas, especialização criadas, conselhos, associações e


sindicatos de classe organizados, entre outras medidas.

A própria profissão de enfermeiro é regulamentada no último ciclo.

Além disso, mudanças importantes na saúde, de um modo geral, também


foram implementadas.

Dentre elas: a criação do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de


Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Sistema Único de Saúde (SUS).

Florence Nightingale

Filha de pais ingleses abastados, ela nasceu em 12 de maio de 1820, na


cidade de Florença, Itália, daí o seu nome. Florence teve uma educação
aristocrática, e aprendeu diversos idiomas, como o grego, latim, francês,
alemão e italiano. Estudou ainda história, filosofia, matemática e estatística.
Muito religiosa, interessou-se por ajudar os pobres, doentes e desvalidos,
amenizando-lhes o sofrimento. No desejo de realizar-se como enfermeira,
freqüentou irmandades religiosas que trabalhavam com assistência a doentes.
Em Paris, conheceu e aprendeu o trabalho das Irmãs de Caridade de São
Vicente de Paula, no Hotel-Dieu, onde acompanhou o tipo de trabalho
assistencial e administrativo, suas regras e forma de cuidar dos doentes,
fazendo anotações, gráficos e listas de atividades desenvolvidas. Após formar-
se por uma instituição protestante de Kaiserweth, na Alemanha, onde aprendeu
os primeiros passos da disciplina na enfermagem, com regras e horários
rígidos, transferiu-se para Londres, onde passou a trabalhar como
superintendente de um hospital de caridade. Em 1854 , quando a Inglaterra e a
França eram aliados da Turquia na guerra da Criméia contra a Rússia, os
hospitais militares ingleses viviam um verdadeiro caos. O exército britânico
estava prestes a ser derrotado, em grande parte devido às doenças, à
desorganização, ao frio e à fome. Muitos soldados foram contaminados pelo
cólera, e as primeiras batalhas foram feitas por homens exauridos por diversas
doenças. Os jornais ingleses criticavam duramente a administração dos
hospitais militares, o que motivou o Ministro da Guerra a convidar Florence
Nightingale para integrar o corpo de enfermagem britânico como enfermeira–
chefe do exército. Florence partiu para Scutari, na Turquia, com 38 voluntárias,
entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. Durante a guerra, ela
constatou que a falta de higiene e as doenças matavam grande número de
soldados hospitalizados. Desenvolveu então um plano de trabalho de
assistência aos feridos e de organização da infra-estrutura hospitalar que a
tornou reconhecida em toda a frente de batalha, consagrando a assistência aos
enfermos em hospitais de campanha. Entre suas principais ações, estavam a
lavagem das feridas e a lavagem das mãos dos profissionais de saúde. Com
essas medidas, a taxa de mortalidade dos feridos, que era de 43 por cento, foi
reduzida para dois por cento. Além de se preocupar com a melhora do
atendimento médico, Florence também dedicou especial atenção a obtenção e
organização de dados estatísticos. Ela foi pioneira na utilização de gráficos,
para apresentar dados de forma clara, de maneira que mesmo os generais e
membros do parlamento pudessem compreendê-los. Para Florence, a
estatística era essencial para entender qualquer problema social. Ela procurou
introduzir o seu estudo na educação superior, e utilizava a análise de dados e
os gráficos como ferramenta fundamental para o entendimento. Além disso,
fazia resumos numéricos e calculava taxas de mortalidade detalhadas. Dizia
que os dados ajudavam-na a mostrar aos outros como salvar vidas. Seus
gráficos criativos constituíram-se em um marco no crescimento da nova ciência
da estatística. Os soldados fizeram dela o seu anjo da guarda e a imortalizaram
com o apelido de a “Dama da Lâmpada”, porque, de lanterna na mão, Florence
percorria as enfermarias, atendendo aos doentes durante a noite. Voltou
famosa da guerra, e, pelo seu trabalho na Criméia, recebeu um prêmio do
governo inglês. Trabalhou pela reforma do sistema militar de saúde e, em
1858, publicou “Notes on Matters Affecting the Health, Efficiency and Hospital
Administation of British Army, (Notas sobre a saúde, a eficiência e a
administração hospitalar no exército britânico). Em 1860, fundou a e scola de
enfermagem do Hospital St Thomas, em Londres, que serviu de modelo para
as demais escolas, com ênfase na disciplina rigorosa , do tipo militar, e na
exigência de qualidades morais das candidatas . Inspirado no exemplo de vida
e generosidade de Florence, o suíço Jean Henry Dunant criou a Cruz Vermelha
Internacional, em 1864, baseada no trabalho voluntário de apoio a feridos de
guerra, que depois se generalizou a outros necessitados. Mesmo tendo vivido
na época vitoriana, Florence foi uma mulher à frente do seu tempo.
Como era solteira, trabalhava fora de casa e agia de acordo com suas próprias
idéias, servindo de exemplo para outras mulheres e contribuindo para impor
respeito ao papel da mulher na sociedade. Ela só parou de trabalhar quando
ficou completamente cega, em 1901. Morreu em Londres, aos noventa anos de
idade.

Este agosto assinala o centenário de falecimento de uma mulher cuja trajetória


foi absolutamente fascinante. Estamos falando de Florence Nightingale (1820
1910), a criadora da moderna enfermagem (por causa dela este é também o
Ano Internacional da Enfermagem, uma categoria que merece entusiásticos
aplausos), e cuja vida, como se costuma dizer, daria um romance. Era de
família próspera; os Nightingale viajavam constantemente pela Europa, o que
aliás explica o seu nome: nasceu em Florença, a segunda das duas filhas do
casal. Os pais eram pessoas religiosas, gente tradicional: Florence estava
destinada a receber uma boa educação, a casar com um cavalheiro de fina
estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. Mas logo ficou claro que a
menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de
matemática, e era o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos 16 anos,
algo aconteceu: Deus falou-me escreveu depois e convocou-me para servi-lo.
Um episódio que poderia caracterizá-la como uma mística, mas, diz o
historiador Lytton Strachey, a moça estava longe de ser uma beata desligada
da realidade.

Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos
enfermos hospitalizados. Naquela época, os hospitais curavam tão pouco e
eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os ricos
preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence
preparou-se para cuidar deles, praticando com os indigentes que viviam
próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa que
os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de
categoria inferior, de vida desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu
a oportunidade para colocar em prática o que aprendera. Naquela época,
Inglaterra e França enfrentavam Rússia e Turquia na guerra da Crimeia. Sidney
Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse
um grupo de enfermeiras enviadas para o front turco, uma tarefa a que
Florence entregou-se de corpo e alma: cuidava incansavelmente dos
pacientes, percorrendo enfermarias à noite; era a “dama da lâmpada”, segundo
a expressão do Times de Londres. Florence providenciava comida, remédios,
agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso,
fez estudos estatísticos (sua vocação matemática enfim triunfou) mostrando
que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas condições de
saneamento. Seus méritos foram reconhecidos, e ela recebeu uma importante
condecoração da rainha Vitória.

Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma
mulher feliz. Para começar, não havia, em sua vida, lugar para ligações
amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas
ela rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao
ljgjjeito e nunca mais deixou o quarto. É possível, e até provável, que isso
tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra;
mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da
realidade. Contudo – Florence era Florence – mesmo acamada, continuou
trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre
saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras,
escrevfjfeu um livro sobre esse treinamento.

ANEXO DA RESOLUÇÃO COFEN Nº 0609/2019

Anexo I

 ESPECIALIDADES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

 ÁREAS DE ABRANGÊNCIA – Saúde coletiva; saúde da criança e adolescente; saúde do adulto


(Saúde do Homem e da mulher, saúde do idoso, Urgências e Emergências).
1. Enfermagem em Centro Cirúrgico
    1.1 – Enfermagem Instrumentação Cirúrgica
1.2 – Centro de Material e Esterilização

2. Enfermagem em Nefrologia
   2.1 – Enfermagem em Diálise Peritoneal
2.2 – Enfermagem em Hemodiálise

3. Enfermagem em Saúde Coletiva


3.1 – Enfermagem ao Idoso
3.2 – Enfermagem da Saúde da Mulher
3.3 – Enfermagem da Saúde da Criança e do Adolescente
3.4 – Enfermagem da Saúde do Homem
3.5 – Enfermagem em Saúde Indígena
3.6 – Enfermagem em Saúde Ambiental

4. Enfermagem em Saúde Pública


4.1 – Enfermagem em ESF

5. Enfermagem em Saúde do Trabalhador


5.1 – Higiene do Trabalho
5.2 – Enfermagem do Trabalho
5.3 – Assistência à Saúde do Trabalhador
5.4 – Enfermagem Offshore

6. Enfermagem em Terapia Intensiva


6.1 – Cuidados ao paciente crítico adulto
6.2 – Cuidado ao paciente crítico pediátrico
6.3 – Cuidado ao paciente crítico neonatal
6.4 – Cuidado ao paciente crítico cardiológico

7. Enfermagem em Traumato-Ortopedia
7.1 – Enfermagem em Imobilização Ortopédica

8. Enfermagem em Urgência e Emergência / APH

9. Enfermagem em Saúde Mental

10. Enfermagem em Assistência a Queimados

11. Enfermagem em Assistência a portadores de Feridas

12. Enfermagem em Imunização

13. Enfermagem em Atendimento Domiciliar

14. Enfermagem em Aleitamento Materno.

15. Enfermagem em Hemoterapia e Hemoderivados

16. Enfermagem na Assistência de Políticas de IST/S

Anexo II 
ESPECIALIDADES DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM

 ÁREA DE ABRANGÊNCIA – Saúde do Trabalhador

 1. Auxiliar de Enfermagem do Trabalho

2. Enfermagem em Centro Cirúrgico


  2.1 – Instrumentação Cirúrgica

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