Você está na página 1de 29

Desenvolvimento das

Práticas de Saúde
Graduação em Enfermagem
Disciplina: História da Enfermagem
Professora: Drª Teresa Cristina Prochet
Objetivos

Trazer um panorama histórico sobre as práticas de


saúde usadas desde a antiguidade até os dias
modernos, como forma de sensibilizar os futuros
enfermeiros sobre a importância e a relevância de
compreender como a profissão de Enfermagem
nasceu e se estabeleceu ao longo do tempo.

OLHOS ABERTOS SEMPRE


Origem da Profissão
Surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de
saúde no decorrer dos períodos históricos:

Práticas de Saúde Influência de


doutrinas
 Instintiva
 Mágico-sacerdotais
religiosas e de
 Alvorecer da ciência
questões políticas,
 Monástico-medievais sociais,
 Pós-monásticas econômicas e
 Mundo moderno culturais
Práticas de saúde instintivas

Ações garantiam ao homem a manutenção da sua sobrevivência.


O domínio dos meios de cura trouxe poder ao homem (feiticeiro)

Primitivo
1

Práticas de saúde instintivas

 O trabalho feminino era


caracterizado pela prática do cuidar
nos grupos nômades primitivos.
Mulher como precursora do
atendimento às necessidades da raça
humana.
 Eva (teologicamente) figura que
representa o cuidado com os filhos.

 Crianças sacrificadas por


atrapalharem a busca de alimentos
(mães salvadoras)
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais

 Fase de empirismo (antes do surgimento da especulação filosófica


- V a.C).

 Relação mística entre as práticas religiosas e de saúde primitivas.


 Doenças  fatores sobrenaturais ( converte o ser doente em algo
inferior).

 O ensino primitivo de saúde acontecia nos santuários.

Antes do V aC
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais

 Grande teor mitológico e dogmático:

APOLO = espanto dos males


ARTEMIS = proteção de mulheres e crianças
HYGIEA = deusa da saúde
PANACEIA = cura dos males
CHIRON = deus da arte e da cirurgia

Apolo
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais


Grécia:
A medicina exercida pelos sacerdotes-médicos, que interpretavam
os sonhos das pessoas.
Eram ligados à mitologia. Apolo, o deus sol, era o deus da saúde
e da medicina.
Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos.
Faziam ataduras e retiravam corpos estranhos.
Tinham casas para tratamento dos doentes.
Usavam banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água
pura mineral.
O valor era dado à beleza física, cultural e a hospitalidade.
O nascimento e a morte eram considerados impuros, causando
desprezo pela obstetrícia e abandono de doentes graves.
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais

Cada cidade possui um deus-protetor e um templo paradisíaco


 banhos como fonte de purificação.

Os doentes pagavam o tratamento com ouro ou prata.


Os sacerdotes eram os mediadores e se vestiam de ESCULÁPIO
(filho de Apolo) – autorizado a receber o pagamento.
 Paciente sobrevive = CURA
 Paciente morria = CASTIGO
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais


Índia:
Conheciam ligamentos, músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para
alguns tipos de envenenamento e o processo digestivo.
Realizavam suturas, amputações, trepanações e corrigiam fraturas.
Construíram hospitais.
Foram os únicos que citaram enfermeiros e exigiam deles qualidades morais e
conhecimentos científicos.
Nos hospitais eram usados músicos e narradores de histórias para distrair os
pacientes.
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais

Construção de grandes templos para abrigar estudantes das elites


das sociedades locais:
Formação de castas bem remuneradas que atendiam somente
essas famílias;

A enfermagem possui poucos referências, mas estava relacionada


à prática domiciliar de partos.
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais


Assíria e Babilônia:

 Havia penalidades para médicos incompetentes (amputação das


mãos, indenização).
 A medicina era baseada na magia - acreditava-se que sete
demônios eram os causadores das doenças.

Os sacerdotes-médicos
vendiam talismãs com
orações usadas contra os
ataques dos demônios.
2

Práticas de saúde mágico-sacerdotais


Egito:

As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da


recitação de fórmulas religiosas.
Praticava-se o hipnotismo e a interpretação de sonhos.
Acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de
outras.
3

Práticas de saúde no alvorecer da ciência

Baseadas no progresso da ciência e filosofia e na nova concepção


de saúde
 Relação de causa e efeito para o desenvolvimento da doença
 Fim da era dos castigos

V aC até os 1ºs séculos de vida cristã


3

Práticas de saúde no alvorecer da ciência

Destaque para o período hipocrático


Método indutivo, de inspeção e de observação
(valorização do diagnóstico, prognóstico e tratamento)
X
Método místico-sacerdotal

V aC até os 1ºs séculos de vida cristã


3

Práticas de saúde no alvorecer da ciência

Grécia: Hipócrates (Pai da Medicina)

– Observava o doente
– Fazia diagnóstico, prognóstico e prescrevia a terapêutica.
– Reconheceu doenças como: tuberculose, malária, histeria,
neurose, luxações e fraturas.
– Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em "não
contrariar a natureza, porém auxiliá-la a reagir".
– Usava: massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias,
ventosas, vomitórios, purgativos e calmantes, ervas medicinais
e medicamentos minerais.

V aC até os 1ºs séculos de vida cristã


3

Práticas de saúde no alvorecer da ciência

 Incêndio importante na Alexandria (destruição de documentos)


 Proibição da dissecção de cadáveres (atraso para ciência)
 Influência forte do Cristianismo (ele salva as almas)

 As mulheres deviam ser dotadas de aptidão, tinham que conhecer


ervas e como preparar os remédios e precisavam ter asseio,
pureza e dedicação.

V aC até os 1ºs séculos de vida cristã


3

Práticas de saúde no alvorecer da ciência

ROMA

– Destaca-se por obras de


saneamento (rede de esgoto,
de água, termas, limpeza das
ruas, casas ventiladas).
A medicina era exercida por
escravos ou estrangeiros.
Só recebia cuidados do
Estado aqueles que tinham
condições para ser um bom
guerreiro.
Sepultavam os mortos fora da Via Ápia
cidade (Via Ápia).
V aC até os 1ºs séculos de vida cristã
4

Práticas de saúde monástico-medievais

Influenciada pelos fatores sócio-


econômicos e políticos do medievo e da
sociedade feudal.

Ênfase nas atividades manuais e nas


ações de saúde caseiras e populares
com forte conotação mística e sob a
indução do sentimento de amor ao
próximo e de caridade.

Valorização dos princípios científicos.

Conhecimento restrito ao clero


Século V a XIII
4

Práticas de saúde monástico-medievais

 A enfermagem tem sua prática leiga,


desenvolvida por mulheres religiosas e
movida pela fé cristã.
 O ensino de enfermagem não era
sistematizado, somente prático
desenvolvido nos orfanatos e residências.
 Enfermagem vista como sacerdócio, onde
a abnegação, o espírito de serviço, a
obediência eram essenciais.
 religiosas ou viúvas da alta sociedade.
Século V a XIII
4

Práticas de saúde monástico-medievais

Hospitais:

 Concílio Religioso determinou que a construção dos hospitais


fosse nas vizinhanças de mosteiros e igrejas (rápida
disseminação).

 Os primeiros hospitais eram para atender os monges e religiosos,


posteriormente para os estrangeiros,pobres e enfermos (grandes
guerras com demanda de peregrinos).

 Caráter religioso em busca da salvação da alma(tanto dos


cuidadores como dos enfermos). Com a segregação de indivíduos
infectados.
Século V a XIII
5

Práticas de saúde pós-monástica


Influenciada pelo movimento renascentista e a reforma protestante.
As práticas de saúde avançam para o objetividade da observação e
da experimentação, voltada mais para o paciente do que para os
ensinos literários.
Prioridade é dada ao estudo do organismo humano, seu
comportamento e suas doenças.

Século XIII a XV
5

Práticas de saúde pós-monástica

 As ações de saúde são desenvolvidas por leigo e não mais


pela igreja.
 Universidade surgem e são mantidas pelo Estado.
 Multiplicam-se pois traz riqueza e poder as cidades.

 Época de grandes progressos nas cirurgias.


A enfermagem fica sob a responsabilidade da igreja,
permanece empírica, desarticulada e enclausurada dentro
do hospital.

Século XIII a XV
5

Práticas de saúde pós-monástica

Exigência de formação universitária para exercer a


medicina e as leis consolida o STATUS Médico.

Divisão Hierárquica com 3 tipos de assistência:


Nobres e Ricos  médicos graduados que recebiam altos
honorários e honrarias.
Burgueses e Artesões  médicos e cirurgiões com formação
técnica razoável.
Pobres  curandeiros e barbeiros, dependia da caridade
pública

Século XIII a XV
5

Práticas de saúde pós-monástica


A igreja usa a crença em Satanás e a supertição da feitiçaria leva à
inúmeras perseguições, muitos são levados à morte por fogo -
Santa Inquisição.
O resultado catastrófico – fechamento dos hospitais e expulsão das
religiosas que cuidavam dos doentes – substituição por mulheres de
baixo nível moral e social que se embriagavam (baixo salário e
jornada de 48h).

O Hospital já negligenciado passa a ser um depósito insalubre de


doentes – leitos coletivos.

Nesse ambiente de miséria e degradação humana a enfermagem sofre


todo o desprestígio. É confundida com serviços domésticos – Fase de
Decadência
Século XIII a XV
6

Práticas de saúde no mundo moderno

 A enfermagem passa a ser analisada pela óptica do sistema político


econômico da sociedade capitalista.
 Estado assume o controle da assistência à saúde.
 Surgimento de leis trabalhistas.

 A doença é um obstáculo para a força de trabalho – gera interesse


em manter a saúde do indivíduo não como sendo sua necessidade
mas sim como modo de manutenção da sua produtividade.
(operário doente = Baixa produção e menor lucro).

Século XVI a XIX


6

Práticas de saúde no mundo moderno

 Diminuição da qualidade de vida (péssima alimentação,


surgimento de surtos de tuberculose, desnutrição e intoxicações,
aumento da mortalidade infantil e materna, além de acidentes de
trabalho)
 Reorganização dos hospitais – visão de ajudar a força de trabalho
e como meio de produção de serviços de saúde.

Médico Disciplina e hierarquização


Enfermagem pouco reconhecida

Século XVI a XIX


6

Práticas de saúde no mundo moderno


Inglaterra:
Berço da Revolução Industrial  trouxe progresso e expansão econômica)
Guerra da Criméia (russos ameaçavam a integridade do imperialismo
britânico)
Percebe a necessidade de pessoas mais qualificadas para cuidar dos doentes.
FLORENCE NIGHTINGALE (1854-1856)

Florence Nightingale
( com mais 38 voluntárias – rumo a Scutari)

Enfermagem
Notas sobre Hospitais
Moderna e
Notas sobre Enfermagem
Profissional
Referências

GEOVANINI, T. História da Enfermagem: versões e


interpretações. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.

OGUISSO, T. (org.) Trajetória histórica e legal da


enfermagem. 2ª. ed. Barueri, SP: Manole, 2007.

Você também pode gostar