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Introdução ................................................................................................................................................ 3
1. A Evolução da Assistência à Saúde nos Períodos Históricos ................................................................ 3
2. Origem da Profissão ............................................................................................................................. 6
3. Enfermagem Moderna ......................................................................................................................... 8
4. Período Florence Nightingale............................................................................................................... 8
5. Primeiras Escolas de Enfermagem ....................................................................................................... 9
6. Sistema Nightingale de Ensino ........................................................................................................... 10
7. História da Enfermagem no Brasil ..................................................................................................... 10
8. Anna Nery........................................................................................................................................... 11
9. Desenvolvimento da Educação em Enfermagem no Brasil (Séc. XIX) ............................................... 12
10. Cruz Vermelha Brasileira .................................................................................................................. 13
11. Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil .................................................................................... 13
12. Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn.................................................................................. 15
13. Sistema COFEN/CORENs .................................................................................................................. 17
14. O Símbolo da Enfermagem .............................................................................................................. 19
TEXTOS COMPLEMENTARES .................................................................................................................. 26
Resgate Histórico: Enfermagem e a Arte do Cuidar .............................................................................. 26
CUIDAR E PESQUISAR: PRÁTICAS COMPLEMENTARES OU EXCLUDENTES? .......................................... 31
História da Enfermagem
Introdução
A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu através dos séculos. Esta profissão
surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos
históricos.
É definida como a arte de cuidar, de assistir o ser humano em seus aspectos físicos,
mentais e sociais e, há muitos anos, vem sendo praticada, mesmo antes de ser considerada uma
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ciência, quando ainda não era baseada em fatos científicos e teóricos, já que o cuidado é algo
que é inerente à própria condição de sobrevivência do ser humano.
A Enfermagem, como uma profissão de saúde e um importante componente do sistema
de oferta de cuidado de saúde, é muito afetada por mudanças na indústria de cuidados de saúde.
Além disso, a Enfermagem foi e continuará a ser uma importante força na modelagem do futuro
do sistema de cuidados de saúde (BRUNNER e SUDDARTH, 2006).
É fundamental para os profissionais de enfermagem compreender e conhecer umpouco
da história da Enfermagem no Brasil, história esta que caminha junto ao processo saúde-doença
do país e paralelamente com todos os acontecimentos que ocorrem na históriado país, e que
de alguma forma acabam por influenciar as políticas de saúde.
- Egito
Os egípicios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua época.
As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas.
Pratica-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos; acreditava-se na influência de algumas
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pessoas sobre a saúde de outras. Havia ambulatórios gratuitos, onde era recomendada a
hospitalidade e o auxílio aos desamparados.
- Índia
Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: ligamentos,
músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e o
processo digestivo. Realizavam alguns tipos de procedimentos, tais como: suturas, amputações,
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trepanações e corrigiam fraturas. Neste aspecto o budismo contribui para o desenvolvimento da
enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pelaconstrução de hospitais.
Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam deles qualidades morais e
conhecimentos científicos. Nos hospitais eram usados músicos e narradores de histórias para
distrair os pacientes. O bramanismo fez decair a medicina e a enfermagem, pelo exagerado
respeito ao corpo humano - proibia a dissecação de cadáveres eo derramamento de sangue. As
doenças eram consideradas castigo.
- Assíria e Babilônia
Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos incompetentes, tais
como: amputação das mãos, indenização, etc. A medicina era baseada na magia - acreditava-
se que sete demônios eram os causadores das doenças. Os sacerdotes-médicos vendiamtalismãs
com orações usadas contra ataques dos demônios. Nos documentos assírios e babilônicos não
há menção de hospitais, nem de enfermeiros. Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres
de Deus, como no episódio bíblico do banho no rio Jordão. "Vai, lava-tesete vezes no Rio Jordão
e tua carne ficará limpa".(II Reis: 5, 10-11)
- China
Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram classificadas da
seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os sacerdotes eram divididos em três categorias
que correspondiam ao grau da doença da qual se ocupava. Os templos eram rodeados de plantas
medicinais. Os chineses conheciam algumas doenças: varíola e sífilis. Procedimentos:
operações de lábio. Tratamento: anemias, indicavam ferro e fígado; doenças da pele, aplicavam
o arsênico. Anestesia: ópio. Construíram alguns hospitais de isolamento e casas de repouso. A
cirurgia não evoluiu devido a proibição da dissecação de cadáveres.
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- Japão
Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fetichista e a única
terapêutica era o uso de águas termais.
- Grécia
As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia. Apolo, o deus sol, era o deus da
saúde e da medicina. Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e
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retiravam corpos estranhos, também tinham casas para tratamento dos doentes. A medicina
era exercida pelos sacerdotes-médicos, que interpretavam os sonhos das pessoas. Tratamento:
banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral. Dava-se valor à beleza
física, cultural e a hospitalidade. O excesso de respeito pelo corpo atrasou os estudos
anatômicos. O nascimento e a morte eram considerados impuros, causando desprezo pela
obstetrícia e abandono dos doentes graves. A medicina tornou-se científica, graças a Hipócrates,
que deixou de lado a crença de que as doenças eram causadas por maus espíritos. Hipócrates é
considerado o Pai da Medicina. Observava o doente, fazia diagnóstico, prognóstico e a
terapêutica. Reconheceu doenças como: tuberculose, malária, histeria, neurose, luxações e
fraturas. Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em "não contrariar a natureza,
porém auxiliá-la a reagir". Tratamentos usados: massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias,
ventosas, vomitórios, purgativos e calmantes, ervas medicinais e medicamentos minerais.
- Roma
A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito tempo era exercida porescravos
ou estrangeiros. Os romanos eram um povo, essencialmente guerreiro. O indivíduo recebia
cuidados do Estado como cidadão destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz evigoroso. Roma
distinguiu-se pela limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de
esgoto. Os mortos eram sepultados fora da cidade, na via Ápia. O desenvolvimento da
medicina dos romanos sofreu influência do povo grego. O cristianismo foi a maior
revolução social de todos os tempos. Influiu positivamente através da reforma dos indivíduos e
da família. Os cristãos praticavam uma tal caridade, que movia os pagãos: "Vede como eles se
amam". Desde o início do cristianismo os pobres e enfermos foram objeto de cuidados especiais
por parte da Igreja.
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2. Origem da Profissão
A profissão surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos
períodos históricos. As práticas de saúde instintivas foram as primeiras formas de prestação de
assistência. Num primeiro estágio da civilização, estas ações garantiam aohomem a manutenção
da sua sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino, caracterizado
pela prática do cuidar nos grupos nômades primitivos, tendo como
pano-de-fundo as concepções evolucionistas e teológicas, Mas, como o domínio dos meios de
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cura passaram a significar poder, o homem, aliando este conhecimento ao misticismo,
fortaleceu tal poder e apoderou-se dele.
Quanto à Enfermagem, as únicas referências concernentes à época em questão estão
relacionadas com a prática domiciliar de partos e a atuação pouco clara de mulheres de classe
social elevada que dividiam as atividades dos templos com os sacerdotes. As
práticas de saúde mágico-sacerdotais, abordavam a relação mística entre as práticas religiosas
e de saúde primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período corresponde à
fase de empirismo, verificada antes do surgimento da especulação filosóficaque ocorre por
volta do século V a.C. Essas ações permanecem por muitos séculos desenvolvidas nos templos
que, a princípio, foram simultaneamente santuários e escolas, onde os conceitos primitivos de
saúde eram ensinados. Posteriormente, desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da
arte de curar no sul da Itália e na Sicília, propagando-se pelos grandes centros do comércio, nas
ilhas e cidades da costa.
Naquelas escolas pré-hipocráticas, eram variadas as concepções acerca do
funcionamento do corpo humano, seus distúrbios e doenças, concepções essas, que, por muito
tempo, marcaram a fase empírica da evolução dos conhecimentos em saúde. O ensino era
vinculado à orientação da filosofia e das artes e os estudantes viviam em estreita ligação com
seus mestres, formando as famílias, as quais serviam de referência para mais tarde se
organizarem em castas. As práticas de saúde no alvorecer da ciência - relacionam a evolução
das práticas de saúde ao surgimento da filosofia e ao progresso da ciência, quando estas então
se baseavam nas relações de causa e efeito. Inicia-se no século V a.C., estendendo-se até os
primeiros séculos da Era Cristã.
A prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa agora a ser um produto desta nova
fase, baseando-se essencialmente na experiência, no conhecimento da natureza, no raciocínio
lógico - que desencadeia uma relação de causa e efeito para as doenças - e na especulação
filosófica, baseada na investigação livre e na observação dos fenômenos, limitada, entretanto,
pela ausência quase total de conhecimentos anatomofisiológicos. Essa prática individualista
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volta-se para o homem e suas relações com a natureza e suas leis imutáveis. Este período é
considerado pela medicina grega como período hipocrático, destacando a figura de Hipócrates
que como já foi demonstrado no relato histórico, propôs uma nova concepção em saúde,
dissociando a arte de curar dos preceitos místicos e sacerdotais, através da utilização do método
indutivo, da inspeção e da observação. Não há caracterização nítida da prática de Enfermagem
nesta época.
As práticas de saúde monástico-medievais focalizavam a influência dos fatores sócio-
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econômicos e políticos do medievo e da sociedade feudal nas práticas de saúde e as relações
destas com o cristianismo. Esta época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como
prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período medieval compreendido entre
os séculos V e XIII. Foi um período que deixou como legado uma série de valores que, com o
passar dos tempos, foram aos poucos legitimados a aceitos pela sociedade como características
inerentes à Enfermagem. A abnegação, o espírito de serviço, a obediência e outros atributos que
dão à Enfermagem, não uma conotação de prática profissional, mas de sacerdócio.
As práticas de saúde pós monásticas evidenciam a evolução das ações de saúde e, em
especial, do exercício da Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da
Reforma Protestante. Corresponde ao período que vai do final do século XIII ao início do século
XVI. A retomada da ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das
universidades não constituíram fator de crescimento para a Enfermagem. Enclausurada nos
hospitais religiosos, permaneceu empírica e desarticulada durante muito tempo, vindo
desagregar-se ainda mais a partir dos movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da
Santa Inquisição. O hospital, já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes,
onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, amontoados em leitos
coletivos.
Sob exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela queda dos padrões
morais que a sustentava, a prática de enfermagem tornou-se indigna e sem atrativos para as
mulheres de casta social elevada. Esta fase tempestuosa, que significou uma grave crise para a
Enfermagem, permaneceu por muito tempo e apenas no limiar da revolução capitalista é que
alguns movimentos reformadores, que partiram, principalmente, de iniciativas religiosas e
sociais, tentam melhorar as condições do pessoal a serviço dos hospitais.
As práticas de saúde no mundo moderno analisam as ações de saúde e , em especial, as
de Enfermagem, sob a ótica do sistema político-econômico da sociedade capitalista. Ressaltam
o surgimento da Enfermagem como atividade profissional institucionalizada. Esta
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análise inicia-se com a Revolução Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da
Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX.
3. Enfermagem Moderna
O avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais. É nareorganização
da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico como principal responsável por esta
reordenação, que vamos encontrar as raízes do processo de disciplina e seus reflexos na
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Enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então. Naquela época,
estiveram sob piores condições, devido a predominância de doenças infecto- contagiosas e a
falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. Os ricos continuavam a ser tratados em
suas próprias casas, enquanto os pobres, além de não terem esta alternativa, tornavam-se objeto
de instrução e experiências que resultariam num maior conhecimentosobre as doenças em
benefício da classe abastada.
É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale é
convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em
combate na Guerra da Criméia.
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1- O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante quanto qualquer outra
forma de ensino e ser mantido pelo dinheiro público.
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2- As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita associação com os hospitais, mas
manter sua independência financeira e administrativa.
3- Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no lugar de pessoas não
envolvidas em Enfermagem.
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8. Anna Nery
Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na Cidade
de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com Isidoro Antonio Nery,
enviuvando aos 30 anos.
Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do exército, são
convocados a servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), sob
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a presidência de Solano Lopes. O mais jovem, aluno do 6º ano de Medicina, oferece seus
serviços médicos em prol dos brasileiros.
Anna Nery não resiste à separação da família e escreve ao Presidente da Província,
colocando-se à disposição de sua Pátria. Em 15 de agosto parte para os campos de batalha, onde
dois de seus irmãos também lutavam. Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento
aos feridos.
Após cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe uma coroa
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de louros e Victor Meireles pinta sua imagem, que é colocada no edifício do Paço Municipal.
O governo imperial lhe concede uma pensão, além de medalhas humanitárias e de
campanha.
Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880.
A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. Anna Nery
que, como Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos da época que faziam da mulher
prisioneira do lar.
Ao final do século XIX, apesar de o Brasil ainda ser um imenso território com um
contigente populacional pouco e disperso, um processo de urbanização lento e progressivo já
se fazia sentir nas cidades que possuíam áreas de mercado mais intensas, como São Paulo e Rio
de Janeiro.
As doenças infecto-contagiosas, trazidas pelos europeus e pelos escravos africanos,
começam a propagar-se rápida e progressivamente.
A questão saúde passa a constituir um problema econômico-social. Para deter esta
escalada que ameaçava a expansão comercial brasileira, o governo, sob pressões externas,
assume a assistência à saúde através da criação de serviços públicos, da vigilância e do controle
mais eficaz sobre os portos, inclusive estabelecendo quarentena revitaliza, através da reforma
Oswaldo Cruz introduzida em 1904, a Diretoria-Geral de Saúde Pública, incorporando novos
elementos à estrutura sanitária, como o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela, a Inspetoria de
Isolamento e Desinfecção e o Instituto Soroterápico Federal, que posteriormente veio se
transformar no Instituto Oswaldo Cruz.
Mais tarde, a Reforma Carlos Chagas (1920), numa tentativa de reorganização dos
serviços de saúde, cria o Departamento Nacional de Saúde Pública, Órgão que, durante anos,
exerceu ação normativa e executiva das atividades de Saúde Pública no Brasil.
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Congregações. Uma das importantes contribuições dessa escola foi início dos Cursos de Pós-
Graduação em Enfermagem Obstétrica. Esse curso que deu origem a tantos outros, é atualmente
ministrado em várias escolas do país.
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2. Estrutura
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ABEn é constituída pelos seguintes órgãos, com jurisdição nacional:
a) Assembléia de delegados
b) Conselho Nacional da ABEn (CONABEn)
c) Diretoria Central
d) Conselho Fiscal
3. Realizações da ABEn
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b) Direção- Os Conselhos Regionais são dirigidos pelos próprios inscritos, que formam uma
chapa e concorrem à eleições. O mandato dos membros do COFEN/CORENs é honorífico e
tem duração de três anos, com direito apenas a uma reeleição. A formação do plenário do
COFEN é composta pelos profissionais que são eleitos pelos Presidentes dos CORENs.
2. Competências
- Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
"Normatizar e expedir instruções, para uniformidade de
procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;
"Esclarecer dúvidas apresentadas pelos CORENs;
"Apreciar Decisões dos COREns;
"Aprovar contas e propostas orçamentárias de Autarquia, remetendo-as aos Órgãos
competentes;
"Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional;
"Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei.
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irregularidades e infrações verificadas, orientando para sua correção e colhendo dados para a
instauração dos processos de competência do COREN e encaminhando às repartições
competentes, representações.
Resolve:
Art 1o - Aprovar o regulamento anexo que dispõe sobre juramento a ser proferido nas
solenidades de formatura dos cursos de Enfermagem, bem como a pedra, a cor e o brasão ou
marca que representará a Enfermagem, em anéis e outros acessórios que venham a serutilizados
em nome da profissão.
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– Juramento: “Solenemente, na presença de Deus e desta assembléia, juro: Dedicar minha vida
profissional a serviço da humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana,
exercendo a Enfermagem com consciência e fidelidade; guardar os segredos que me forem
confiados; respeitar o ser humano desde a concepção até depois da morte; não praticar atos que
coloquem em risco a integridade física ou psíquica do ser humano; atuar junto à equipe de saúde
para o alcance da melhoria do nível de vida da população; manter elevados os ideais de minha
profissão, obedecendo os preceitos da ética, da legalidade e da mora, honrando seu prestígio e
suas tradições”.
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buscando ser mais competitivo no mercado, tendo como meta a excelência de qualidade em
todos os seus produtos e serviços.
Se refletirmos sobre a evolução dos modelos de gestão e seu impacto nas mudanças
ocorridas na gestão dos serviços de saúde, podemos entender que existe um movimento de ações
para adaptação e sobrevivência a um novo século. Na Enfermagem não tem sido diferente.
A enfermagem de ontem continha decisões centralizadas, ações pautadas na doença, um
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grande foco na hospitalização, um conceito que a maior experiência dirigia a melhor prática,
uma preocupação com o cumprimento de tarefas e uma assistência ao pacientecentrada em
ações de enfermagem fragmentadas.
A pergunta que cabe agora é: “Será que a enfermagem do século XX poderá sobreviver
no século XXI?”
Essa é uma questão para ser respondida individualmente, como profissionais, e
coletivamente, como profissão.
A nossa visão é que a Enfermagem é fundamental no meio da saúde, valorizada por
seu conhecimento especializado, suas habilidades no cuidado, para melhorar o padrão de
saúde da população, garantindo-lhe uma assistência segura, efetiva e de qualidade.Os
indivíduos escolhem a Enfermagem como carreira, e nela permanecem, pelas oportunidades de
crescimento pessoal e profissional, ambientes de colaboração e interdisciplinaridade efetivos e
uma compensação que se relacione diretamente com seu papel e suas responsabilidades.
Entendemos que o fator humano é o grande diferencial quando falamos de cuidados a
pacientes, e por essa razão os profissionais devem estar alinhados às novas necessidades de
desempenho dentro de um novo contexto.
Adicionalmente, falamos também de competências comportamentais como liderança e
planejamento, comunicação, negociação, relações interpessoais e iniciativa, sendo estas as
que efetivamente colaboram para o estabelecimento de uma relação de cuidado entre o
profissional de enfermagem e o seu cliente principal: o paciente e sua família. Nesse
cenário, a formação de uma equipe constituída por profissionais que demonstrem
pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas, combinados com habilidades
técnico-científicas, é vital para o sucesso do processo de cuidar, que inegavelmente contribui
para o fortalecimento da instituição no mercado de assistência à saúde.
Então vale questionarmos: Quais são as expectativas para o Sistema de Enfermagem de
uma instituição? O que os líderes de enfermagem precisam ter ou ser para atingirem estas
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expectativas? Que tipo de estrutura se precisa ter para alcançar esta expectativa? Procuramos
responder a estas questões, dentro de nosso contexto hospitalar, por meio da implantação de um
Sistema de Enfermagem que enxergamos como um dos caminhos para sobrevivermos e
vivermos com maestria esta Nova Era.
Com a evolução das sociedades, verificou-se um avanço científico e tecnológico
principalmente a partir dos finais do século XIX, influenciando a prestação de cuidados de
saúde devido ao poder médico.No modelo biomédico: “O modelo de tratar, em que predomina
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uma orientação mais instrumental, resultou, em grande parte, de exigências de conhecimentos
decorrentes do desenvolvimento da técnica médica, relacionada, sobretudo, com procedimentos
de diagnóstico e terapêutica” (Maanen,1979; Cit. por Ribeiro, L.).Na concepção orientada para
o tratar está implícito o Modelo Biomédico que possui as seguintes características, segundo
Ribeiro et al.(1995):- o objetivo da atividade profissional centra-se no diagnóstico e no
tratamento tentando atingir-se um objetivo final “a cura”.- o ser humano é considerado um ser
biológico constituído por partes, sendo a homeostasia biológica igual a saúde.- a pessoa é vista
como uma máquina existindo diversos especialistas, para reparar as partes dessa máquina.- a
pessoa é considerada um sujeito passivo no processo de cuidar, na sua recuperação. - o critério
do sucesso dos cuidados é a cura, sendo considerada a qualidade máxima.. “A participação do
doente é quase nula, já que o profissional de enfermagem tem tendência para centrar a atuação
nos cuidados físicos (tratamento, higiene, arranjo do ambiente circundante) o que faz para o
utente em vez de com o utente” (Colliére, 1989). A prioridade de cuidados baseia-se
essencialmente na excelência de cuidados físicos em detrimento de outros cuidados que não
são reconhecidos, ou não lhes é dada devida importância (atividades de competência
relacional). “O processo de profissionalização dos profissionais de enfermagem têm vindo a
adaptar o modelo bio-médico, sendo os cuidados de enfermagem sobretudo os cuidados
técnicos orientados e determinados pela doença” (Collière,1989)Assim, a atividade de
enfermagem torna-se muito dependente e subordinada aos aspectos médicos e à sua prática,
sendo influenciada essencialmente pelo objectivo dacura do doente.Apesar desta concepção
ter dominado a prática de enfermagem durante vários anos, nomeadamente até à década de 70,
hoje começa a ser questionada pois não satisfaz os profissionais de saúde, surgindo uma nova
concepção orientada para o cuidar Tal como refere Ribeiro(1995) cit. por Mendes,J. ”o cuidar
é um imperativo imposto pela falência do tratar devendo estar presente ao longo do
tratamento”.Assim surge a necessidade de aprofundar o estudo dos modelos próprios de
enfermagem que valorizem uma intervenção orientada para o cuidar.
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atos de vida individuais, que representam uma variedade infinita de atividades que visam
manter, sustentar a vida, reproduzir-se permitindo perpetuar a vida do grupo. Cuidar é pois
manter a vida garantindo a satisfação de um conjunto de necessidades indispensáveis àmesma.
Cuidar é um ato individual que prestamos a nós próprios desde que adquirimos autonomia, mas
é igualmente um ato de reciprocidade que somos levados a prestar a outra pessoa que tem
temporariamente ou definitivamente necessidades de ajuda.
Colliére propõe duas naturezas diferentes de cuidados de enfermagem:
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- Os Cuidados quotidianos ou habituais, relacionados com a continuidade da vida,
representam todos os cuidados permanentes e quotidianos para sustentá-la, reabastecendo-a em
energia, seja de natureza alimentar a necessidade de água (hidratação, higiene), calor, luz ou de
natureza afectiva, psicossocial, havendo interacção entre eles. Estes cuidados fundamentam-se
em toda a espécie de hábitos de vida, costumes e crenças.
- Os Cuidados de reparação, encontram-se relacionados com a necessidade de reparar
o que constitui obstáculos à vida. Permitem assegurar a continuidade da vida, quando esta se
depara com obstáculos ou entraves, sendo os principais: a fome, a insuficiência de recursos
em energia, doença, acidentes e guerra...Caso prevaleça o curar ao cuidar, ou seja, os cuidados
de reparação aos cuidados quotidianos e habituais, ocorre a aniquilação progressiva de todas
as forças viva.
Cuidar como imperativo moral é visto como uma adesão a um compromisso de manter
a dignidade do indivíduo que necessita de cuidados contribuindo assim para a elaboração de
todas as ações de enfermagem.Como um afeto, cuidar implica que haja um envolvimento
emocional e/ou um sentimento empático para com a experiência do doente.Cuidar é uma
relação interpessoal que personaliza a relação enfermeiro/cliente como o fundamento docuidar
humano ou meio pelo qual é expresso.Cuidar como uma intervenção específica ou terapêutica,
pois envolve as condições necessárias para ações do cuidar, sendo algumas delas: ouvir
atenciosamente, presença afetiva, tocar, competência técnica, ensinar ou defender o
doente.Segundo Dorothea Orem,o cuidar é um campo de conhecimento e de serviço humano
que tende a cobrir as limitações da pessoa no exercício do auto cuidado relacionados com a sua
saúde e reforçar as capacidades de autocuidado.Orem`s (1985), apresenta a teoria do auto-
cuidado, na qual domina a prática de enfermagem, que pode ser descrita em atividades que
providenciam o cuidar. Ela apresenta 5 métodos gerais de prestar ajuda ou assistência na qual
se inclui, acção para ou fazer para o outro, orientá-lo, dar apoio e providenciar um ambiente
que promove o desenvolvimento pessoal. (adaptado de Kyle, 1995).
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TEXTOS COMPLEMENTARES
1 MARTIN, L. M. A ética e a humanização hospitalar. Mundo da Saúde. São Paulo, v. 27, n. 2, ano 27,
abr./jun.2003.
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ou que podem ser antecipadas, que levam a melhorar ou aperfeiçoar uma condição humana ou
modo de vida” (CROSSETTI, 2000, p. 46)4.
De acordo com Baggio (2006)5, o cuidado está vinculado ao cuidar também com ação
de prevenção. A preocupação da equipe de enfermagem necessita abranger não apenas o
biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado holístico. Conforme Costenaro & Lacerda
(2001)6, o profissional não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível no
corpo. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade.
28
Ainda Baggio (2006) apud Silva & Gimenes (2000), enfatiza que, é preciso perceber o
'outro' como ele se apresenta, nos seus gestos e falas, na sua dor e limitação, pois, por trás de
cada situação física de doença, há uma história de vida que pode ser percebida em muitos
detalhes. Seguramente, o corpo físico revela muitas informações saudáveis e doentias
armazenadas.
O cuidado é imprescindível em todas as situações de enfermidades, incapacidade e no
processo de morrer. Não se limita apenas a uma tarefa a ser realizada e sim a um momento de
se relacionar com o paciente, começando com tarefas técnicas, até seu conforto, mostrando a
sua importância para a recuperação e elevação da auto-estima. Perceber que “o cuidado, assim
como a música, tem vários tons que fazem com que seja compreendido/ouvido/percebido de
formas diferentes” (ESPIRITO SANTO, 2000, p. 24)7 e torná-lo parte do cotidiano do fazer
do enfermeiro poderá ser o início para uma mudança de postura e, uma melhor qualidade da
assistência.
O enfermeiro no ambiente hospitalar tem a função de informar e orientar o paciente e
seus familiares a respeito de seu tratamento e procedimentos realizados, de uma maneira
acolhedora, estabelecendo a relação de apoio e amor com o próximo. Os procedimentos
realizados com os pacientes fazem parte das rotinas hospitalares no sentido de promover o
restabelecimento físico e emocional.
Para a equipe de enfermagem, os procedimentos podem ser simples e ao mesmo tempo
tornam-se ameaçadores para o paciente. Sendo assim, antes de cada procedimento, por mais
simples que pareça, a equipe deve esclarecer de forma clara o que será realizado.
Unifra, 2001.
7 ESPIRITO SANTO, F. H. de et al. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v.53, n.1, 2000.
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Baggio (2006), completa ao referir que, o ambiente hospitalar é possuidor de características que
deixam as pessoas vulneráveis, por ser triste e sombrio. Por sua vez, as pessoas enfermas são
submetidas a procedimentos, exames, manipulações que desgastam a si próprios, familiares,
amigos e, por que não, a própria equipe que presta os cuidados, principalmente a equipe de
enfermagem, que é diretamente responsável pelos cuidados deste ser, ofereça um ambiente
calmo e acolhedor.
Nesse sentido, a hospitalização causa medo e sofrimento, pois ocorre um afastamento
29
dos familiares trazendo solidão. Nesse momento é importante a atenção da equipe de
enfermagem, buscando perceber essa situação e organizar alternativas para minimizar o
sofrimento, contribuindo assim, para uma melhor adaptação ao tratamento.O
exercício do cuidado pelo profissional de enfermagem, é fundamentado principalmentepelo
cuidar do outro, toda ação da assistência está voltada para o paciente. Ressalto que, o cuidar do
outro, causa para o cuidador sentimentos de prazer e satisfação através das trocas mútuas de
conhecimentos e sentimentos, ao cuidar do outro o enfermeiro está também cuidando de si
mesmo.
Diante do cuidado do outro pelo enfermeiro, este deve manter uma relação empática
com os aspectos físico e sobretudo o emocional do paciente, de modo a resguardar a dignidade
de ser humano. A dor manifestada pela clientela sensibiliza o profissional, que busca em suas
ações o alívio, através de ações inseridas na práxis do cuidar. Conforme Baggio (2006),
a relação de empatia é desenvolvida a partir da capacidade de colocar-se no lugar do outro, seja
em situações gratificantes ou de frustração. Os seres humanos são únicos e possuem histórias
de vida particular a si, por isso, nem sempre será possível perceber do mesmo modo. No entanto,
a empatia pode ser compreendida de maneira semelhante, mais próximo, do que o outro possa
perceber.
Por fim, o cuidado de enfermagem é sublinhado como imprescindível na assistência,
desta forma, a aproximação entre o cuidador e o ser cuidado possui finalidades terapêuticas que
visam melhor à recuperação e a re-inserção social
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INTRODUÇÃO
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imprime ou inculca na mulher um conjunto de valores que lhe confere uma performance
específica.
Um estudo sobre o processo de construção da identidade profissional do enfermeiro
constatou, em trabalho de campo, que a instituição família, de forma especial, contribui para
uma certa "naturalização" das funções femininas, tal como a prática de cuidar, veiculando desde
muito cedo características que vão gerar uma performance feminina, ou seja, uma identidade
feminina única e inconfundível'4'.
33
A genealogia da prática de cuidar mostra que a mesma teve seu início restrito ao espaço
doméstico, privado, particular. Desse modo, é uma prática que teve sua origem no interior das
famílias e, para sua realização, demandava apenas saber empírico, ou seja, um saber prático
adquirido no fazer cotidiano, passando, assim, de geração a geração. Ao ser concebida como
profissão de mulheres e para mulheres, a enfermagem foi incorporando a prática do cuidar
enquanto campo de domínio próprio.
Nesse sentido, constata-se que a prática de cuidar está histórica e culturalmente
conectada ao feminino, pois, ao longo dos anos, essa atividade esteve atrelada à trajetória
desenvolvida pela mulher nas sociedades ocidentais modernas. Em contrapartida, a prática de
pesquisar, ou seja, de criar novos conhecimentos, historicamente, tem sido concebida como
prática masculina.
Considerando que acreditamos na interdependência do cuidar e do pesquisar no campo
da enfermagem, resolvemos desenvolver este estudo que teve como propósito compreender as
concepções dos enfermeiros sobre as práticas de cuidar e pesquisar, bem como analisar se essas
práticas são complementares ou excludentes. Insere-se, assim, no movimento, cuja finalidade é
contribuir para o processo de construção, socialização e legitimação do conhecimento da
Enfermagem.
MÉTODOS
Optamos pelo estudo qualitativo e pela realização de trabalho de campo por
acreditarmos que cada trabalho de campo possibilita repensar e fazer avançar nossa
compreensão dos "fenômenos socioculturais"'5' e, também, por ser um método capaz deoferecer
as melhores condições de se captarem as concepções dos enfermeiros sobre aspráticas de cuidar
e pesquisar.
Para subsidiar todas as atividades do estudo, tomamos como base o que preconizam as
normas éticas de pesquisa com seres humanos'6'.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Com base na análise dos dados que emergiram do trabalho de campo, identificamos três
categorias: A tangível prática de cuidar; A intangível prática de pesquisar; Cuidar e pesquisar
como práticas complementares no discurso teórico e excludentes no cotidiano profissional.
Os dados colhidos nas entrevistas e durante as observações estão apresentados a seguir
na Tabela 1, agrupados nas três categorias analisadas a seguir.
35
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A intangível prática de pesquisar
O trabalho de campo mostrou que a prática de pesquisar está muito distante docotidiano
da maioria dos entrevistados. Eles explicitaram sua importância, entretanto não a vislumbraram
como parte integrante do seu cotidiano profissional.
A prática de pesquisar apareceu, predominantemente, como investimento pessoal dos
enfermeiros. É vista como uma prática distante, intangível, que possui um lugar demarcado,
sendo esse lugar ocupado pelos enfermeiros que estão ligados ao ensino ou que possuem esse
objetivo no futuro.
O número de enfermeiros que estão buscando a especialização, fazendo mestrado está
aumentando (...) Eu tenho dúvida se esse retorno para o cuidado prestado está em primeiro
lugar. Eu acho que é uma busca pessoal, uma busca de se firmar com conhecimento, não ficar
uma pessoa mecânica, apenas um cumpridor de tarefas ... As pessoas estão buscando crescer
para ocupar um espaço, para se mostrar no mercado bem qualificado ... Muitos, no futuro,
querem a docência. (EnP Gisele)
Tenho certeza de que a pesquisa e todos os trabalhos que forem realizados nas clínicas
são de grande importância para a enfermagem, mas os enfermeiros que estão na assistência
não pesquisam, isso é para quem está no ensino. (EnfP Ana)
Por que a pesquisa é vista, pelos entrevistados, como algo tão distante da prática
profissional?
Nós não recebemos formação para o desenvolvimento da pesquisa, como parece que
acontece com os novos enfermeiros.(EnfP Carmem)
Eu comecei a pensar em fazer mestrado em Educação, achei que, se, de repente, eu
fizesse mestrado, isso poderia me ajudar (... ) Comecei a procurar saber como era e, quando
soube, pensei 'não vou conseguir'. Por quê? Porque eu não exercitei isso... Se eu tivesse
desde o início dentro da minha formação, talvez eu tivesse me exercitado, e isso fosse fluir de
uma forma mais tranqüila. (EnP Gisele)
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A pesquisa não faz parte do nosso cotidiano, da nossa realidade. Muitos enfermeiros
têm vários empregos, não dá tempo para estudar, para dar atenção à família e até para relaxar.
E também tem a seguinte questão: para quê vou fazer pesquisa? O que isso vai acrescentar
para o meu trabalho? (EnfP Glória)
Sabemos que, nas primeiras décadas da trajetória da enfermagem brasileira, os
conteúdos teórico-metodológicos eram muito pouco explorados, de forma sistemática, na
formação dos enfermeiros, no sentido de dar embasamento à prática de pesquisar. Por isso, há
38
que se refletir sobre as concepções histórico-culturais que atravessam a profissão, bem como
sobre o processo de formação que, ainda hoje, fundamenta e instrumentaliza a prática
profissional, para que, então, possamos vislumbrar a possibilidade de entrelaçamento entre o
cuidar e o pesquisar.
A dualidade entre cuidar, como sinônimo de trabalho manual, realizado pelos
profissionais que estão na assistência, e pesquisar, como sinônimo de trabalho intelectual,
desenvolvido primordialmente pelos enfermeiros que estão no ensino, teve seu nascedouro nas
instituições de formação, conferindo a esse profissional um perfil típico: competência técnico-
científica, mas inabilidade para a prática de pesquisar.
As mudanças curriculares em curso, nas quais o ensino da pesquisa passa a ocupar um
papel mais significativo entre as disciplinas, é um dos movimentos de mudança, além daquele
assinalado pelos sujeitos deste estudo.
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O trabalho que iniciei há três anos sobre curativos em escaras, eu parei com tudo por
falta de incentivo e também por falta de pessoal que dessem continuidade. Alguns membros
da equipe médica reconheciam e valorizavam o trabalho, mas outros nem tomavam
conhecimento. (Eni3 Paula)
O modelo que orienta a formação dos profissionais de saúde e, em particular, do
enfermeiro, bem como o conjunto de valores que norteiam a profissão, reflete numa concepção
centrada no fazer técnico, como ilustra a fala de Gisele, ao se referir aos enfermeiros que estão
39
pesquisando: ... eu não vejo assim buscando aquela coisa muito do concreto, curativo, do jeito
que está a prática (...) não estão buscando assim a parte técnica, eles estão vendo mais esse
lado humano e eu acho que esse retorno para a gente vai demorar um pouco, até porque as
pessoas não têm essa cultura. A cultura diz assim: 'puxa, não tem esparadrapo, não tem gaze
e você vai sentar para discutir isso?'(a humanização)". (EnP Gisele)
Em contrapartida, para Carmem, os enfermeiros são: conscientes da importância da
pesquisa para a enfermagem, acho que muitos enfermeiros são, mas daí a realizar algum tipo
de trabalho científico vai muita distância... (EnP Carmem)
As falas dessas enfermeiras exemplificam e reforçam o pensamento de que na formação
de recursos humanos, particularmente na formação de enfermeiros, "ao longo desua história,
percebem-se tendências oscilantes, priorizando ora o fazer, ora o pensar. Essa ambivalência
tem a ver com a ideologia assumida pela intelectualidade orgânica enquanto responsável por
essa formação e pelas definições dos modelos de práticas de saúde"'10'.
Dessa forma, constatamos que há espaços delimitados, estanques, para as práticas de
cuidar e de pesquisar, ou seja, para os entrevistados, existe, dentro da própria categoria dos
enfermeiros, os que cuidam e os que ensinam e pesquisam, portanto a interdependência entre
estas práticas é, no momento, inatingível.
CONCLUSÕES
O trabalho de campo mostrou que ocorre, por parte da instituição, uma super valorização
da prática de cuidar que se contrapõe à subvalorização da prática de pesquisar. A prática de
cuidar aparece como atividade única e fim do enfermeiro e, dentro dessa concepção, ele foi
formado. Em conseqüência, essa prática é apresentada pelos sujeitos como
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este grupo entende como necessário para transformações e mudanças. Além disso, não podemos
ignorar a atual situação das instituições federais de saúde, que, em sua maioria, passam por um
momento crítico, marcado por crise financeira, déficit de recursos materiais e humanos.
Acreditamos que chegou o momento de a enfermagem despir-se do modelo de formação
no qual as práticas de cuidar e de pesquisar são, muitas vezes, entendidas como estanques, pois
esse modelo já não contempla os anseios da categoria. Deve-se partir, de forma efetiva, em
41
busca da formação de profissionais que sejam cuidadores e pesquisadores, que aprendam e
saibam explorar as situações emergentes do cotidiano, da prática de cuidar, para elaborar suas
problemáticas de estudo e reflexões, os quais, após relativizados e analisados, a ela voltem
como subsídios.
A construção de um corpo de conhecimento específico do campo da enfermagem passa,
também, pela superação da concepção vigente no campo de que a produção da enfermagem é
apenas periférica ao campo da saúde.
Conforme salientamos anteriormente, a prática de cuidar em enfermagem deve ser
retroalimentada pela prática de pesquisar, como forma de dar cientificidade e visibilidade a essa
prática. Atualmente, observa-se que os estudos no campo da enfermagem mostram-se cada vez
mais críticos e reflexivos, possibilitando, desse modo, melhor compreensão daprofissão.
As instituições de formação de enfermeiros, as escolas de enfermagem, devem assumir
a prática de cuidar e de pesquisar como práticas interdisciplinares, complementares e
entrelaçadas, fazendo com que o enfermeiro as incorpore como habitus. Deve, deste modo,
ocorrer total complementaridade, relacionalidade e reciprocidade entre a prática de cuidar e de
pesquisar.
Por fim, mesmo sabedoras de que há vários outros estudos sobre essa temática,
acreditamos na singularidade deste estudo, ao dar voz aos enfermeiros assistenciais, iniciativa
que nos possibilitou, também, compreender que grande parte do conhecimento produzido por
enfermeiros, tanto dos que estão atuando nas instituições de formação, quanto os que atuam
na assistência, é pouco acessível à grande parcela da categoria. Porém, este é mais um desafio
a ser enfrentado e superado pelos enfermeiros no processo de construção, socialização e
legitimação do conhecimento, no campo da enfermagem.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Silva AL. O saber nightingaliano no cuidado: uma abordagem epistemológica. In: Waldow VR, Lopes MJM,
Meyer DE. Maneiras de cuidar, maneiras de ensinar: a enfermagem entre a escola e a prática profissional. Porto
Alegre 'RS': Artes Médicas; 1995. p.41-60.
2. Saffiotti HIB. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. Petrópolis 'RJ': Vozes; 1987.
3. Bourdier P. Sistemas de ensino e sistemas de pensamento. In: Bourdier P. A economia das trocas simbólicas. 2a
ed. São Paulo 'SP': Perspectiva; 1992. p. 203-29.
4. Daher V. Por detrás da chama da lâmpada: a identidade social do enfermeiro. Niterói 'RJ': EdUFF; 2000. 42
5. Guedes SL. Jogo de corpo - um estudo de construção social de
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