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Módulo 1_03

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 1
DIREÇÃO
Jones Braghirolli Menna Barreto

AUTOR
Centro Educacional Menna Barreto

COORDENAÇÃO
Celso Teixeira

SUPERVISÃO DE CONTEÚDO
Dalva Prata
Mileni Rodrigues D. Campos
Margareth Lavorati

REVISÃO
Izabela de Gracia Yabe
 
PROJETO GRÁFICO
Ana Maria Oleniki

DIAGRAMAÇÃO
João Pedro Lopes dos Santos

É vedada a reprodução total ou parcial


desta obra, ou tradução, assim como
fotocópias ou armazenamento de qualquer
tipo, sem prévia autorização por escrito
dos detentores dos sireitos autorais.
A reprodução total ou parcial constitui crime.
(Art. 184 do Cód. Penal e lei n°8635/93)
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HISTÓRIA DA
2 ENFERMAGEM e ÉTICA
Sumário

1. Evolução da Assistência de Saúde


5
nos Períodos Históricos
2. Origem da Profissão 7
3. Enfermagem Moderna 9
4. Primeiras Escolas de Enfermagem 11
5. História da Enfermagem no Brasil 12
6. Desenvolvimento da Educação em
13
Enfermagem no Brasil (Séc. XIX)
7. Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil 14
8. Entidades de Classe e Documentos
16
Básicos de Enfermagem
9. Ética e Relações Sociais e Estrutura
22
de Agir Ético Profissional
10. Código de Ética dos Profissionais
49
de Enfermagem
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Referências Bibliográficas 58
HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 3
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EVOLUÇÃO da
ASSISTÊNCIA de
SAÚDE nos PERÍODOS

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HISTÓRICOS
1
PERÍODO PRÉ-CRISTÃO
Neste período, as doenças eram tidas como um castigo de Deus. Os sacerdotes ou
feiticeiras acumulavam funções de médicos e enfermeiros. Usavam-se: massagem, banho de
água fria e quente, purgativa, substância provocadoras de náuseas. Mais tarde, os sacerdotes
adquiriram conhecimentos de plantas medicinais. Foram, então, delegadas a eles as funções
de enfermeiros e farmacêuticos.

EGITO
Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida nesta época. As
receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas.
Havia ambulatório gratuito, onde era recomendada a hospitalidade.

ÍNDIA
Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: ligamentos, músculos,
nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamentos e o processo
digestivo. Realizavam determinados procedimentos, tais como: suturas, amputações,
trepanações e corrigiam fraturas. Tornaram-se conhecidos pela construção de hospitais.
Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam deles qualidades morais e
conhecimentos científicos.

ASSÍRIA E BABILÔNIA
Entre os assírios e babilônios existiram penalidade para médicos incompetentes, tais
como: amputação das mãos, indenização, etc. A medicina era baseada na magia, pois
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 5
acreditava-se que sete demônios eram causadores de doenças. Conheciam a lepra e a sua
cura dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico do banho no rio Jordão.

CHINA
Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram classificadas da
seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os chineses conheciam algumas doenças:
varíola e sífilis. Procedimentos: operação de lábio. Tratamento: para as anemias indicavam
ferro e fígado; para as doenças da pele aplicavam o arsênico. Anestesia: ópio.

JAPÃO
Aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fetichista e a única terapêutica
era o uso de águas termais.

GRÉCIA
Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e retiravam corpos
estranhos; também tinham casas para tratamento dos doentes. Graças a Hipócrates, a
medicina tornou-se de científica, deixando de lado a crença de que as doenças eram causadas
por maus espíritos.
Hipócrates é considerado o pai da medicina. Observava o doente, fazia diagnóstico,
prognóstico e a terapêutica. Reconheceu doenças como: tuberculose, malária, histeria,
neurose, luxações e fraturas.

ROMA
A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito tempo, era exercida por escravos
ou estrangeiros. Roma distinguiu-se pela limpeza das ruas, ventilação das casas e rede de
esgotos. Os mortos eram sepultados fora das cidades. O desenvolvimento da medicina dos
romanos sofreu influência do povo grego.
O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Desde o início do
cristianismo, os pobres e enfermos foram objetos de cuidados especiais por parte da igreja.
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HISTÓRIA DA
6 ENFERMAGEM e ÉTICA
ORIGEM da PROFISSÃO

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2
A profissão surgiu As práticas de saúde, mágico-sacerdotais, abordavam
do desenvolvimento a relação mística entre as práticas religiosas e de saúde
e da evolução das primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este
período corresponde à fase de empirismo. Posteriormente,
práticas de saúde.
desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da arte
Quanto à Enfermagem, de curar, no sul da Itália e na Sicília, propagando-se pelos
as únicas referências, grandes centros do comércio, nas ilhas e cidades da costa.
concernentes à época A prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa
em questão, estão agora a ser um produto desta nova fase, baseando-se,
relacionadas com a essencialmente, na experiência, no conhecimento da
prática domiciliar de natureza, no raciocínio lógico, que desencadeia uma relação
partos e a atuação pouco de causa e efeito para as doenças - e na especulação
clara de mulheres de filosófica, baseada na investigação livre e na observação
dos fenômenos, limitada, entretanto, pela ausência quase
classe social elevada
total de conhecimentos anatômicos e fisiológicos. Este
que dividiam as
período é considerado pela medicina grega como período
atividades dos templos
hipocrático, destacando a figura de Hipócrates que, como
com os sacerdotes. já foi demonstrado no relato histórico, propôs uma nova
concepção em saúde, dissociando a arte de curar dos
preceitos místicos e sacerdotais, por meio da utilização
do método indutivo, da inspeção e da observação.
Não há caracterização nítida da prática de Enfermagem
nesta época. As práticas de saúde monásticas medievais
focalizavam a influência dos fatores socioeconômicos e
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políticos do medievo e da sociedade feudal nas práticas de

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 7
saúde e nas relações destas com o cristianismo. Esta época corresponde ao aparecimento da
Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos, a qual contemplou o período
medieval compreendido entre os séculos V e XIII. Foi um período que deixou como legado
uma série de valores que, com o passar dos tempos, foram aos poucos legitimados e aceitos
pela sociedade com características inerentes à Enfermagem.
A abnegação, o espírito de serviço, a obediência e outros atributos que dão à
Enfermagem, não uma conotação de prática profissional, mas de sacerdócio. A retomada da
ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das universidades não
constituíram fator de crescimento para a Enfermagem. Enclausurada nos hospitais religiosos,
permaneceu empírica e desarticulada, durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda
mais a partir dos movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da Santa inquisição.
Sob a exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela queda dos padrões
morais que a sustentava, a prática de enfermagem tornou-se indigna e sem atrativos para
as mulheres de casta social elevada.
As práticas de saúde, no mundo moderno, analisam as ações de saúde e, em especial,
as de Enfermagem, sob a ótica do sistema político-econômico da sociedade capitalista.
Ressaltam o surgimento da Enfermagem como atividade profissional institucionalizada. Esta
análise inicia-se com a Revolução Industrial, no século XVI, e culmina com o surgimento da
Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX.

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HISTÓRIA DA
8 ENFERMAGEM e ÉTICA
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Enfermagem
MODERNA 3
FIGURA 1 _ FLORENCE NIGHTINGALE

O avanço da Medicina vem favorecer a


reorganização dos hospitais. É na reorganiza-
ção da Instituição Hospitalar e no posiciona-
mento do médico como principal responsável
por esta reordenação, que vamos encontrar
as raízes do processo de disciplina e seus
reflexos na Enfermagem, ao ressurgir da fase
sombria em que esteve submersa, até então.
A Enfermagem passa a atuar, quando Florence
Nightingale é convidada pelo Ministro da
Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos
soldados feridos em combate na Guerra da
Criméia.

3.1 PERÍODO FLORENCE NIGHTINGALE


Nascida em 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses. Possuía
inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e perseverança - o que lhe
permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer as suas ideias.
Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da
Criméia. Os soldados ingleses acham-se no maior abandono. Florence partiu para Scutari
com 38 voluntárias, entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. A mortalidade
decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda. Posteriormente,
foi imortalizada como a “Dama da Lâmpada”, porque, de lanterna na mão, percorre as
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enfermarias, atendendo aos doentes.

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 9
FIGURA 2 _ A ARTE DO CUIDADO

3.2 SISTEMA NIGHTINGALE DE ENSINO


FIGURA 3 – ANA NERY
Pelos trabalhos na Criméia, recebe
um prêmio do Governo Inglês e, graças
a este prêmio, consegue iniciar o que
para ela é a única maneira de mudar os
destinos da Enfermagem uma Escola
de Enfermagem em 1859. Após a
guerra, Florence fundou uma escola de
Enfermagem no Hospital Saint Thomas,
que passou a servir de modelo para as
demais escolas. A disciplina rigorosa, do
tipo militar, era uma das características
da Escola Nightingaleana. O curso, de
um ano de duração, consistia em aulas
diárias, ministradas por médicos. Assim,
a Enfermagem surge não mais como
uma atividade empírica, desvinculada
do saber especializado, mas como uma
ocupação assalariada que vem atender à
necessidade de mão de obra nos hospitais,
constituindo-se como uma prática social
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institucionalizada e específica.

HISTÓRIA DA
10 ENFERMAGEM e ÉTICA
Primeiras Escolas
de ENFERMAGEM
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4
As escolas deveriam funcionar de acordo com, a filosofia da Escola de Florence
Nightingale, baseada em quatro ideias-chave:

•• O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante quanto qual-


quer outra forma de ensino; e ser mantido pelo dinheiro público.

•• As escolas de treinamento teriam uma estreita associação com os hospitais, mas


deveriam manter a sua independência financeira e administrativa.

•• Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino, no lugar de pessoas


não envolvidas em Enfermagem.

•• As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter residência à disposi-


ção, que lhes oferecesse ambientes confortáveis e agradáveis, próximos ao hospital.

As escolas conseguiram sobreviver graças aos pontos essenciais estabelecidos:


•• Direção da escola por uma enfermeira.

•• Mais ensino metódico, ao invés de apenas ocasional.

•• Seleção de candidatos do ponto de vista: físicos, morais, intelectuais e aptidão


profissional.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 11
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HISTÓRIA da
ENFERMAGEM no BRASIL

A profissão surge A terapêutica empregada era à base de ervas medici-


como uma simples nais, minuciosamente descritas. Outra figura de destaque
prestação de cuidados é Frei Fabiano de Cristo que, durante 40 anos, exerceu
atividades de enfermeiro no Convento de Santo Antônio
aos doentes, realizada
do Rio de Janeiro (Séc. XVIII).
por um grupo formado,
Os escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam
na sua maioria, por
os religiosos no cuidado aos doentes. Em 1738, Romão de
escravos, que, nesta
Matos Duarte consegue fundar, no Rio de Janeiro, a Casa
época, trabalhavam dos Expostos. Somente em 1822, o Brasil tomou as primei-
nos domicílios. No que ras medidas de proteção à maternidade que se conhecem
diz respeito à saúde do na legislação mundial, graças à atuação de José Bonifácio
nosso povo, merece Andrada e Silva. A primeira sala de partos funcionava na
destaque o Padre Casa dos Expostos, em 1822. Em 1832, também, organizou-
José de Anchieta que -se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de
atendia aos necessitados
Medicina diplomou, no ano seguinte, a célebre Madame
do povo, exercendo
Durocher, a primeira parteira formada no Brasil.
atividades de médico
Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina
e enfermeiro. Em seus
Ferreira, na Cidade de Cachoeira, na Província da Bahia.
escritos, encontramos Casou-se com Isidoro Antônio Neri, enviuvando aos 30
estudos de valor sobre anos. Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do
o Brasil, seus primitivos exército, são convocados a servir a Pátria durante a Guerra
habitantes, o clima e as do Paraguai (1864-1870). Foi a primeira enfermeira brasileira
doenças mais comuns. e a sua história, assim como a da Florence, está envolvida
em uma guerra. Más, dessa vez, é a Guerra do Paraguai,
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onde dois, de seus três filhos, eram oficiais do Exército.

HISTÓRIA DA
12 ENFERMAGEM e ÉTICA
DESENVOLVIMENTO
da EDUCAÇÃO em
ENFERMAGEM no
BRASIL (séc. XIX)
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A doença infectocontagiosa, trazida pelos europeus e pelos escravos africanos, começa
a propagar-se rápida e progressivamente. O governo, sob as pressões externas, assume a
assistência à saúde por meio da criação de serviços públicos, da vigilância e do controle
mais eficaz sobre os portos; inclusive estabelecendo quarentena Revitaliza com a reforma
Oswaldo Cruz. Tal reforma foi introduzida em 1904, pela Diretoria-Geral de Saúde Pública,
e incorporava novos elementos à estrutura sanitária, como o Serviço de Profilaxia da Febre
Amarela, a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção e o Instituto Soroterápico Federal, que,
posteriormente, veio se transformar no Instituto Oswaldo Cruz. Mais tarde, a Reforma Carlos
Chagas (1920), numa tentativa de reorganização dos serviços de saúde, cria o Departamento
Nacional de Saúde Pública, órgão que, durante anos, exerceu ação normativa e executiva
das atividades de Saúde Pública no Brasil.
A formação de pessoal de Enfermagem - para atender inicialmente aos hospitais civis e
militares e, posteriormente, às atividades de saúde pública - principiou com a criação, pelo
governo, da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, no Rio de Janeiro, junto ao
Hospital Nacional de Alienados do Ministério dos Negócios do Interior. Esta escola, que é
de fato a primeira escola de Enfermagem brasileira, foi criada pelo Decreto Federal n°. 791,
de 27 de setembro de 1890, denominada, hoje, de Escola de Enfermagem Alfredo Pinto,
pertencendo à Universidade do Rio de Janeiro - UNIRIO.

6.1 CRUZ VERMELHA BRASILEIRA


A Cruz Vermelha Brasileira foi organizada e instalada no Brasil em fins de 1908, tendo como
primeiro presidente Oswaldo Cruz. Destacou-se a Cruz Vermelha Brasileira por sua atuação
durante a I Guerra Mundial (1914-1918). Fundaram filiais nos Estados. Durante a epidemia
de gripe espanhola (1918), colaborou na organização de postos de socorro, hospitalizando
doentes e enviando socorristas a diversas instituições hospitalares e a domicílio. Muitas
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das socorristas dedicaram-se ativamente à formação de voluntárias, continuando as suas


atividades após o término do conflito.
HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 13
7
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PRIMEIRAS ESCOLAS de
ENFERMAGEM no BRASIL

•• Escola de Enfermagem “Alfredo Pinto”

Esta escola é a mais antiga do Brasil, data de 1890, foi reformada por Decreto de 23
de maio de 1939. O curso passou a três anos de duração e era dirigida por enfermeiras
diplomadas. Foi reorganizada por Maria Pamphiro, uma das pioneiras da Escola Ana Néri.

•• Escola da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro

Começou em 1916 com um curso de socorrista, para atender às necessidades prementes


da 1ª Guerra Mundial. Logo foi evidenciada a necessidade de formar profissionais da área.
Funcionavam dois cursos: um era para profissionais (que se desenvolveu somente após a
fundação da Escola Ana Néri) e o outro para voluntários. Os diplomas expedidos pela escola
eram registrados inicialmente no Ministério da Guerra e considerados oficiais. Esta escola
encerrou suas atividades.

•• Escola Ana Néri

A primeira diretora foi Miss Clara Louise Kienninger. Os cursos tiveram início em 19 de
fevereiro de 1923, com 14 alunas. Instalou-se um pequeno internato, próximo ao Hospital
São Francisco de Assis, onde seriam feitos os primeiros estágios. Em 1923, durante um surto
de varíola, enfermeiras e alunas dedicaram-se ao combate à doença. A primeira turma de
Enfermeiras foi em 19 de julho de 1925.
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HISTÓRIA DA
14 ENFERMAGEM e ÉTICA
•• Escola de Enfermagem Carlos Chagas

Por Decreto n°. 10.925, de 7 de junho de 1933, e iniciativa do Dr. Ernani Agrícola, diretor
da Saúde Pública de Minas Gerais, foi criada pelo Estado a Escola de Enfermagem “Carlos
Chagas”, a primeira a funcionar fora da Capital da República. A organização e direção dessa
Escola couberam a Laís Netto dos Reys, sendo inaugurada em 19 de julho do mesmo ano.

•• Escola de Enfermagem “Luisa de Marillac”

Fundada e dirigida pela Irmã Matilde Nina, Filha de Caridade, a Escola de Enfermagem
Luisa de Marillac representou um avanço na Enfermagem Nacional, pois abria largamente
suas portas, não só às jovens estudantes seculares, como também às religiosas de todas as
Congregações.

•• Escola Paulista de Enfermagem

Fundada em 1939 pelas Franciscanas Missionárias de Maria foi à pioneira da renovação


da enfermagem na Capital paulista, uma das importantes contribuições dessa escola foi o
início dos Cursos de Pós-graduação em Enfermagem Obstétrica. Esse curso deu origem a
tantos outros, atualmente ministrados em várias escolas do país.

•• Escola de Enfermagem da USP

Fundada com a colaboração da Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP) em


1944, faz parte da Universidade de São Paulo. Sua primeira diretora foi Edith Franckel, que
também prestara serviços como Superintendente do Serviço de Enfermeiras do Departamento
de Saúde.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 15
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ENTIDADES de CLASSE
e DOCUMENTOS BÁSICOS
de ENFERMAGEM

FIGURA 4 _ ENTIDADES DE CLASSE

As entidades representantes de classe na Enfermagem são: ABEn, ABEE, COFEN,


COREN, Associações Profissionais e Sindicatos em relação à origem ou criação tipo de
organização, membros ou inscritos, competência, filiação, eleição, mandato de diretoria e
controle financeiro.
O que hoje representa um motivo de queixa de alguns enfermeiros, por terem de contribuir
com anuidades para dois (alguns Estados da Federação, para três) tipos de entidades de
classe, constitui, na verdade, índice de evolução e progresso da própria profissão.
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HISTÓRIA DA
16 ENFERMAGEM e ÉTICA
A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), a primeira a surgir dentre os três tipos de
entidades, foi também responsável pela criação dos outros dois: Conselhos de Enfermagem
e Sindicatos de Enfermeiros.
Historicamente, os enfermeiros começaram a despertar para a necessidade de ver a
profissão regulamentada, em face da proliferação de diferentes grupos de pessoas, com
pequeno ou nenhum preparo que também desenvolveram atividades de enfermagem. A
solução, identificada pelas enfermeiras pioneiras na ocasião, era a criação de um Conselho
de Enfermagem.
Assim, foi elaborado o primeiro anteprojeto do Conselho de Enfermagem que deu
entrada, segundo Carvalho, no Ministério da Educação e Saúde, em julho de 1945. Nessa
mesma ocasião, isto é, em 1945, houve a mudança de denominação do “Sindicato de
Enfermeiros e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde”. O primeiro congregava
somente enfermeiros, diplomados ou não, que estivessem exercendo a profissão. Tendo a
denominação alterada, passou a admitir todos os trabalhadores de instituições hospitalares,
mesmo os não pertencentes ao serviço de enfermagem, com todas as consequências
deletérias possíveis.
Assim, viram-se os enfermeiros diante de dois grandes problemas: Qual era o mais
urgente? A criação de um Conselho ou de um órgão de reivindicação da classe, ou dos dois?
Por desígnios da própria história, tiveram precedência os Conselhos Federais e Regionais
de Enfermagem, criados pela Lei nº 5.905; de 13 de julho de 1973.
O primeiro órgão de reivindicação da classe surgiu no Brasil, em maio de 1976, o
Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio Grande do Sul. Em agosto de 1977, a Associação
Profissional de Enfermeiros do Município do Rio de Janeiro também recebeu sua carta sindical.
E, finalmente, em junho de 1980, foi outorgada a carta sindical à Associação Profissional dos
Enfermeiros do Estado da Bahia, transformando-a no terceiro Sindicato dos Enfermeiros já
criado no país.
A multiplicação de entidades de classe na enfermagem, como em qualquer outra
profissão, é uma decorrência do próprio crescimento e especificação de atribuições. Muito
embora a ABEn, como está registrada em sua história, em inúmeras oportunidades, tenha
saído em campo para defender interesses, inclusive econômico da profissão, na verdade ela
não tinha e não tem competência legal para isso. Se há 10 anos, essa incompetência não era
arguida, hoje já não são admitidas interferências dessa ordem pelos próprios órgãos públicos.
As possíveis dúvidas que ainda persistem na mente de alguns enfermeiros, o que os
levaram a fazer as queixas referidas no início, motivaram o presente estudo, como colaboração,
para que esses profissionais possam melhor compreender e valorizar as entidades que
representam a própria classe.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 17
Acompanhe o quadro que resume as diferenças entre as diversas entidades de classe
na Enfermagem.

QUADRO 1 - DEMONSTRATIVO DAS DIFERENÇAS ENTRE OS DIVERSOS


TIPOS DE ENTIDADES DE CLASSE NA ENFERMAGEM

Diferenças ABEn ABEE Sindicato Conselho

Desenvolvimento Desenvolvimento Disciplina e controle


Defesa
Finalidades cultural e da educação em do exercício
econômica
profissional enfermagem profissional

Registro em Registro em
Origem Outorgada I
cartório de pessoas cartório de pessoas Lei n° 5.905/73
na criação Carta sindical
jurídicas jurídicas

Autarquia federal
Tipo Sociedade civil de Sociedade civil de Sociedade civil vinculada ao
de organização direito privado direito privado de direito privado Ministério do
Trabalho

Enfermeiros,
Obstetrizes,
Enfermeiros, Enfermeiros,
educadores, ou
Obstetrizes, Obstetrizes,
outras pessoas
Membros técnicos de Técnicos de
interessadas na Enfermeiros
ou inscritos enfermagem, enfermagem,
educação em
estudantes do Auxiliares de
enfermagem e
curso de graduação enfermagem
instituições (ABEn,
escolas, etc.)

Disciplina e controle
Promoção de
Promoção de Defesa de exercício
Competências educação em
atividades culturais econômica profissional.
enfermagem
Fiscalização

Filiação Facultativa Facultativa Facultativa Compulsória

No COFEN – pelos
Pelos associa- Pelos sindicaliza-
delegados eleitores
Eleição Pelos associados dos em assembleia dos em assem-
No COREN – pelos
geral bleia Geral
inscritos

Part. Eleição Facultativa Facultativa Obrigatória Obrigatória

Mandato 4 anos 2 anos 3 anos 3 anos

Comissão de
tomada de contas
Conselho fiscal
Controle e inspetoria geral
Conselho fiscal Conselho fiscal e Ministério do
financeiro de finanças do
Trabalho
Ministério do
Trabalho
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FONTE: OLIVEIRA, 2017

HISTÓRIA DA
18 ENFERMAGEM e ÉTICA
8.1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM
Sociedade civil, sem fins lucrativos, que congrega enfermeiras e técnicos em enfermagem,
fundada em agosto de 1926, sob a denominação de “Associação Nacional de Enfermeiras
Diplomadas Brasileiras”.
É uma entidade de direito privado, de caráter científico e assistencial, regida pelas
disposições do Estatuto, Regulamento Geral ou Regimento Especial. Em 1929, no Canadá,
na Cidade de Montreal, a Associação Brasileira de Enfermagem foi admitida no Conselho
Internacional de Enfermeiras (lCN). Por um espaço de tempo, a associação ficou inativa.

8.2 FINALIDADES DA ABEN


Congregar os enfermeiros e técnicos em Enfermagem, incentivar o espírito de união e
solidariedade entre as classes:
•• Promover o desenvolvimento técnico, científico e profissional dos integrantes de
Enfermagem do País.
•• Promover integração às demais entidades representativas da Enfermagem, na defesa
dos interesses da profissão.

8.3 SISTEMA COFEN/COREN’S

HISTÓRICO
Criação - Em 12 de julho de 1973, por meio da Lei 5.905, foram criados os Conselhos
Federais e Regionais de Enfermagem, constituindo em seu conjunto Autarquias Federais
vinculadas ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. O Conselho Federal e os
Conselhos Regionais são órgãos disciplinadores do exercício da Profissão de Enfermeiros,
e Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem. Em cada estado existe um
Conselho Regional, os quais estão subordinados ao Conselho Federal, que é sediado no
Rio de Janeiro e com escritório Federal em Brasília.

Direção - Os Conselhos Regionais de Enfermagem são dirigidos pelos próprios inscritos,


que formam uma chapa e concorrem a eleições. O mandato dos membros do COFEN/
COREN’s é honorífico e tem duração de três anos, com direito a apenas uma reeleição.

Receita - A manutenção do Sistema COFEN/COREN’s é feita por meio da arrecadação de


taxas emolumentos por serviços prestados, anuidades, doações, legados, e outros, dos
profissionais inscritos nos COREN’s.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 19
Finalidade - São entidades públicas de direito privadas, vinculadas ao Poder Executivo, na
esfera da fiscalização do exercício profissional. O objetivo primordial é zelar pela qualidade
dos profissionais de Enfermagem, pelo respeito ao Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem e cumprimento da Lei do Exercício Profissional.

8.3.1 Competências – Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

•• “Normalizar e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom fun-


cionamento dos Conselhos Regionais”;

•• “Esclarecer dúvidas apresentadas pelos COREN’s”;

•• Apreciar decisões do COREN’s;

•• “Aprovar contas e propostas orçamentárias de autarquia, remetendo-as aos órgãos


competentes”;

•• “Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional”;

•• “Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei”.

8.4 SISTEMA DE DISCIPLINA E FISCALIZAÇÃO


O Sistema de Disciplina e Fiscalização do Exercício Profissional da Enfermagem, instituído
por lei, desenvolve as suas atividades segundo as normas baixadas por Resoluções do COFEN.
O Sistema é constituído dos seguintes objetivos:
a) área disciplinar normativa: estabelecendo critérios de orientação e aconselhamento,
para o exercício de Enfermagem; baixando normas, visando o exercício da profissão;
bem como atividade na área de Enfermagem nas empresas, consultórios de
Enfermagem, observando as peculiaridades atinentes à classe e à conjuntura de saúde
do país.
b) área disciplinar corretiva: instaurando processo em casos de infrações ao Código de
Ética do Profissional de Enfermagem, cometidas pelos profissionais inscritos e, no
caso de empresa, processos administrativos, dando prosseguimento aos respectivos
julgamentos e aplicações das penalidades cabíveis; encaminhando às repartições
competentes os casos de alçada destas.
c) área fiscalizatória: realizando atos e procedimentos para prevenir a ocorrência de
infrações à legislação que regulamenta o exercício da Enfermagem; inspecionando
e examinando os locais públicos e privados, onde a Enfermagem é exercida;
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anotando as irregularidades e infrações verificadas; orientando para a sua correção;

HISTÓRIA DA
20 ENFERMAGEM e ÉTICA
e colhendo dados para a instauração dos processos de competência do COREN para
encaminhamento às repartições competentes.

8.4.1 - Simbologia Aplicada à Enfermagem

Os significados dados aos símbolos utilizados na Enfermagem, são os seguintes:


•• Lâmpada: caminho, ambiente;
•• Cobra: magia, alquimia;
•• Cobra + cruz: ciência;
•• Seringa: técnica;
•• Cor verde: paz, tranquilidade, cura, saúde;
•• Pedra Símbolo da Enfermagem: Esmeralda
•• Cor que representa a Enfermagem: Verde Esmeralda;
•• Símbolo: lâmpada, conforme modelo apresentado.
•• Brasão ou Marca de anéis ou acessórios:
•• Enfermeiro: lâmpada e cobra + cruz
•• Técnico e Auxiliar de Enfermagem: lâmpada e seringa.
FIGURA 5 _ SÍMBOLOS REPRESENTATIVOS DA ENFERMAGEM

8.4.2 - Juramento

Solenemente, na presença de Deus e desta assembleia, juro:


“Dedicar minha vida profissional a serviço da humanidade, respeitando a dignidade
e os direitos da pessoa humana, exercendo a enfermagem com consciência e fidelidade;
guardar os segredos que me forem confiados; respeitar o ser humano desde a concepção até
depois da morte; não praticar atos que coloquem em risco a integridade física ou psíquica
do ser humano; atuar junto à equipe de saúde para o alcance da melhoria do nível de vida
Módulo 1_03

da população; manter elevados os ideais de minha profissão, obedecendo os preceitos da


ética, da legalidade e da moral, honrando seu prestígio e suas tradições”.
HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 21
9
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ÉTICA e RELAÇÕES
SOCIAIS e ESTRUTURA de
AGIR ÉTICO PROFISSIONAL

A Enfermagem A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde


compreende um e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade.
componente de O Profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção,
conhecimentos recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em
científicos e consonância com os preceitos éticos e legais. Participa, como
integrante da equipe de saúde, das ações que visem satisfazer às
técnicos, construído
necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios
e reproduzido por das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a
um conjunto de universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da
práticas sociais, assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas,
éticas e políticas que participação da comunidade, hierarquização e descentralização
se processa pelo político-administrativa dos serviços de saúde.
ensino, pesquisa e O Profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e
assistência. Realiza- os direitos humanos, em todas as suas dimensões e exerce as suas
se na prestação de atividades com competência para a promoção do ser humano na
sua integridade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.
serviços à pessoa,
O aprimoramento do comportamento ético do profissional
família e coletividade,
passa pelo processo de construção de uma consciência individual e
no seu contexto e
coletiva, pelo compromisso social e profissional, configurado pela
circunstâncias de vida. responsabilidade no plano das relações de trabalho com reflexos
no campo científico e político.
A Ética é o estudo geral do que é bom ou mal, correto ou
incorreto, justos ou injustos, adequados ou inadequados. Um
dos objetivos da Ética é à busca de justificativas para as regras
propostas pela Moral e pelo Direito. Ela difere de ambos, Moral
e Direito, pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação
Módulo 1_03

humana é que caracteriza a Ética.


HISTÓRIA DA
22 ENFERMAGEM e ÉTICA
9.1 O QUE É ÉTICA?
A palavra Ética é originada do grego ethos, (modo de ser, caráter) por meio do latim
mos (ou no plural mores) (costumes, de onde se derivou a palavra moral). Em Filosofia,
ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui
para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo/sociedade. Ética é
um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade.
A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que
ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com
as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. Cada sociedade e cada grupo
possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para
pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios
éticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é
denominada bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe, também,
a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar ética
médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc.
Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético,
assim como o ato praticado.

9.2 DEFINIÇÃO DE MORAL


Define-se moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores
que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem
ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica e busca explicar e justificar
os costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução
de seus dilemas mais comuns.

9.3 QUAL A DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E LEI?


A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência a lei
tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo
pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem
sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa
quanto a questões abrangidas no escopo da ética.
Módulo 1_03

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 23
9.4 O QUE É ÉTICA PROFISSIONAL?
Modernamente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética profissional,
que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, frequentemente
incorporadas à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força de lei; note-
se que, mesmo nos casos em que esses códigos não estão incorporados à lei, seu estudo
tem alta probabilidade de exercer influência; por exemplo, em julgamentos nos quais se
discutam fatos relativos à conduta profissional. Ademais, o seu não cumprimento pode resultar
em sanções executadas pela sociedade profissional, como censura pública e suspensão
temporária ou definitiva do direito de exercer a profissão.

9.5 ÉTICA PROFISSIONAL: QUANDO SE


INICIA ESTA REFLEXÃO?
Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar bem
antes da prática profissional.
A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência, muitas vezes, já deve ser
permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas, ao escolhê-la,
o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando você é
jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes a assumir,
tornando-se parte daquela categoria que escolheu.
Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades
referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão, desde antes
do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um
juramento, que significa sua adesão e seu comprometimento com a categoria profissional
onde formalmente ingressa. Isso caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional,
esta adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas, como sendo as mais adequadas
para o seu exercício.

9.6 ÉTICA PROFISSIONAL: COMO É ESTA REFLEXÃO?


Algumas perguntas podem guiar a reflexão, até ela tornar-se um hábito incorporado
ao dia a dia:
•• Perguntar sobre os deveres assumidos ao aceitar o trabalho.

•• Estou sendo bom profissional?

•• Estou agindo adequadamente?


Módulo 1_03

•• Realizo corretamente minha atividade?

HISTÓRIA DA
24 ENFERMAGEM e ÉTICA
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas
nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma
pessoa pode exercer.
Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a
atividade é exercida solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de
atividades que dependem do bom desempenho desta.
Uma postura proativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas a
você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário.

9.7 ÉTICA E RELAÇÕES SOCIAIS


O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da
chuva; o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para
colocar caixas de alimentos; o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos
antes de completar a cirurgia; a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma
senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que
não maquila o balanço de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material mais indicado
para a construção de uma ponte; todos estão agindo de forma eticamente correta em suas
profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo que, alguém descobrindo, não
saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do que com os deveres profissionais,
com as PESSOAS.
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais,
a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional, mas há
muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento
do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente de receber elogios,
faz A COISA CERTA.

9.8 ÉTICA PROFISSIONAL: PONTOS PARA SUA REFLEXÃO


É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças
nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e
normativos. Vá e busque o conhecimento. Muito processo ético-disciplinar, nos conselhos
profissionais, acontece por desconhecimento, negligência.
Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade,
privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de
conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas, responsabilidade, corresponder
à confiança que é depositada em você.
Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis!
Módulo 1_03

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 25
9.10 O QUE SÃO VALORES HUMANOS?
Os valores humanos são fundamentos morais e espirituais da consciência humana.
Todos os seres humanos podem e devem tomar conhecimento dos valores a eles inerentes.
Muito das causas que afligem a humanidade está na negação destes valores como suporte
e inspiração para o desenvolvimento integral do potencial individual e, consequentemente,
do social.
A vivência dos valores alicerça o caráter, e reflete-se na conduta como uma conquista
espiritual da personalidade.
Para um profissional/homem conduzir com sucesso (que é um conceito relativo a cada
um) a sua vida, tem de percorrer lado a lado com os seus valores humanos, a sua escalada
e a sua trajetória por este mundo.
Entendo que os principais sejam: honestidade, verdade, justiça, ética, disciplina,
integridade, paz (autoestima, autocontrole, autoconfiança, auto aceitação e desapego) e amor.

9.11 VALORES MORAIS E VIDA SOCIAL


Os valores morais são JUIZOS sobre as ações humanas que se baseiam em definições
do que é bom/mau ou do que é o bem ou mal. Eles são imprescindíveis para que possamos
guiar nossa compreensão do mundo e de nós mesmos e servem de parâmetros pelos quais
fazemos escolhas e orientamos nossas ações.
Eles estão presentes nos nossos pensamentos, nas coisas que dizemos e escrevemos e,
claro, nas nossas ações. Apesar dessa presença em toda a nossa vida, a ocasião mais propicia
para investigarmos a sua importância para a compreensão e direcionamentos das ações são
aquelas em que somos chamados a fazer escolhas importantes. Nesses momentos, sabemos
que não podemos agir em função da primeira coisa que passar pela cabeça; precisamos
pensar bem, avaliar o que realmente queremos, quais as consequências se fizermos isso ou
aquilo, o que perdemos e o que ganhamos.
Uma das principais dificuldades em tomar decisões significativas é que nunca sabemos
exatamente o que vai acontecer se fizermos isso ou aquilo. Não temos controle sobre as ações
dos outros; entre o que planejamos e o que acontece, realmente existem muitas variáveis.
Além disso, as situações que vivem nunca são puramente boas ou más; ao contrário, na maior
parte das vezes, são ambíguas. Outra dificuldade é que um mesmo ato pode ser bom em
uma ocasião e completamente reprovável em outra.
Ter as dimensões da saúde respeitadas e harmonizadas passa a ser o grande aliado
dos valores humanos de cada um. Saúde mental, espiritual, emocional, física e financeira
equilibrada e integrada sem atropelo.
Módulo 1_03

Os valores morais servem justamente para orientar as pessoas no momento de escolhas


e de construção de suas existências. Como a ação humana é aberta, e não inteiramente
HISTÓRIA DA
26 ENFERMAGEM e ÉTICA
determinada, toda comunidade humana precisa criar valores que permitam distinguir
os comportamentos desejados e bons, dos indesejados e maus. Do mesmo modo, toda
sociedade promove uma reflexão crítica sobre seus valores morais e suas práticas reais.
Assim, todos nós fazemos apreciações morais e nos colocamos indagações sobre o que
é bom e mau. Por essa razão, todo mundo tem valores morais e não há ninguém sem ética.
O que acontece, com frequência, é que os valores variam entre pessoas e grupos e, muitas
vezes, podem questionar e mesmo agredir nossas convicções do que é certo ou justo.

9.12 ALGUNS TERMOS UTILIZADOS NA ÉTICA


Eutanásia: é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira
controlada e assistida por um especialista.

Distanásia: é a prática pela qual se continua, por meio de recursos artificiais, a vida de
um enfermo. A distanásia representa, atualmente, uma questão bioética e de biodireito.
Algumas pessoas prolongam artificialmente a vida de uma pessoa biologicamente morta.

Ortotanásia: é o termo utilizado pelos médicos para definir a morte natural, sem
interferência da ciência, permitindo ao paciente uma morte digna, sem sofrimento,
deixando a evolução e percurso da doença. Portanto, evitam-se métodos extraordinários
de suporte em pacientes irrecuperáveis e que já foram submetidos a Suporte Avançado
de Vida. A persistência terapêutica em paciente irrecuperável está associada à distanásia,
considerada morte com sofrimento.

Negligência: do latim “negligentia”, é o termo que designa falta de cuidado ou de


aplicação numa determinada situação, tarefa ou ocorrência. É frequentemente utilizado
como sinônimo dos termos “descuido”, “incúria”, “desleixo”, “desmazelo” ou “preguiça”.

Imperícia: é a incapacidade, a falta de habilidade específica para a realização de uma


atividade técnica ou científica, não levando a agente consideração o que sabe ou deveria
saber. A imperícia se revela pela ignorância, inexperiência ou inabilidade sobre a arte
ou profissão que pratica. É uma forma culposa (diferentemente da dolosa, que exige a
intenção), que gera responsabilidade civil e/ou criminal pelos danos causados.

Imprudência: é um comportamento de precipitação, de falta de cuidados. Consiste na


violação das regras de condutas ensinadas pela experiência. É o atuar sem precaução,
precipitado imponderado. Há sempre um comportamento positivo. É a chamada culpa in
faciendo. Uma característica fundamental da imprudência é que nela a culpa se desenvolve
paralelamente à ação. Deste modo, enquanto o agente pratica a conduta comissiva, vai
ocorrendo simultaneamente a imprudência.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 27
9.13 CÓDIGO PENAL: PARTE ESPECIAL

Título I: Dos Crimes Contra a Pessoa

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime Doloso

I. Doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-la.

Crime Culposo

II. Culposo quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Agravação pelo Resultado

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o
houver causado ao menos culposamente.

Capítulo I

Das relações profissionais

Direitos

Art. 1° Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os


pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos.

Art. 2° Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação
à sua prática profissional.

Art. 3° Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa dos direitos
e interesses da categoria e da sociedade.

Art. 4° Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho
Regional de Enfermagem.

Responsabilidades e deveres

Art. 5° Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade,


competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.
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HISTÓRIA DA
28 ENFERMAGEM e ÉTICA
Art. 6° Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e
na diversidade de opinião e posição ideológica.

Art. 7° Comunicar ao Coren e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos legais
e que possam prejudicar o exercício profissional.

Proibições

Art. 8° Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro da Equipe
de Enfermagem, Equipe de Saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da
categoria ou instituições.

Art. 9° Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato,
que infrinja postulados éticos e legais.

Capitulo II: Das Lesões Corporais

Lesão Corporal

Art. 129 Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

1° - Se resulta:

I. incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias;

II. perigo de vida;

III. debilidade permanente;

IV. aceleração de parto:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.

2° - Se resulta:

I. incapacidade permanente para o trabalho;

II. enfermidade incurável;

III. perda ou inutilização de membro, sentido ou função;

IV. deformidade permanente;

V. aborto.

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.


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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 29
Lesão Corporal Seguida de Morte

3° - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem
assumiu o risco de produzi-la:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

4°- Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Obs. dji. Grau. 4: Pena (s)

Substituição da Pena

5° - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de
multa:

I. se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II. se as lesões são recíprocas.

Lesão Corporal Culposa

6° - Se a lesão é culposa:

Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.

7° - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do Art. 121,

I. mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II. por motivo fútil;

III. com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que possa resultar perigo comum;

IV. à traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou tome
impossível a defesa do ofendido;

V. para assegurar a execução, a ocultação. a impunidade ou vantagem de outro crime.

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Resolução Cofen 311/2007 Anexo - Código de Ética dos profissionais de Enfermagem.


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HISTÓRIA DA
30 ENFERMAGEM e ÉTICA
SEÇÃO I

Das relações com a pessoa, família e coletividade

Direitos

Art. 10 Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica,
ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade.

Art. 11 Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias


ao exercício profissional.

Responsabilidade e deveres

Art. 12 Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos


decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

Art. 13 Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente
aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem.

Art. 14 Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da


pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão.

Art. 15 Prestar Assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.

Art. 16 Garantir a continuidade da Assistência de Enfermagem em condições que ofereçam


segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais decorrentes de
movimentos reivindicatórios da categoria.

Art. 17 Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos,
riscos, benefícios e intercorrências acerca da Assistência de Enfermagem.

Art. 18 Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu
representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem-estar.

Art. 19 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo
vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.

Art. 20 Colaborar com a Equipe de Saúde no esclarecimento da pessoa, família e coletividade


a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca de seu estado de saúde
e tratamento.

Art. 21 Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia,


negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da Equipe de Saúde.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 31
Art. 22 Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de emergência,
epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.

Art. 23 Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa do cidadão, nos
termos da lei.

Art. 24 Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à preservação do meio


ambiente e denunciar aos órgãos competentes as formas de poluição e deteriorização que
comprometam a saúde e a vida.

Art. 25 Registrar no Prontuário do Paciente as informações inerentes e indispensáveis ao


processo de cuidar.

Art. 26 Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se caracterize como


urgência ou emergência.

Art. 27 Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de


seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.

Art. 28 Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação.

Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com
consciência, sobre a sua participação ou não abortivo.

Art. 29 Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a morte do cliente.

Art. 30 Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da


possibilidade dos riscos.

Art. 31 Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na
legislação vigente e em situação de emergência.

Art. 32 Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a segurança da pessoa.

Art. 33 Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, exceto em caso
de emergência.

Art. 34 Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência.

Art. 35 Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada.


Módulo 1_03

HISTÓRIA DA
32 ENFERMAGEM e ÉTICA
SEÇÃO II

Das relações com os trabalhadores de Enfermagem, saúde e outros.

Direitos

Art. 36 Participar da prática profissional multi e interdisciplinar com responsabilidade,


autonomia e liberdade.

Art. 37 Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste


a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e
emergência.

Parágrafo único - O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar prescrição


medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou elegibilidade.

Responsabilidades e Deveres

Art. 38 Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais,


independentemente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.

Art. 39 Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências decorrentes de


exames e de outros procedimentos, na condição de membro da equipe de saúde.

Art. 40 Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja por imperícia,
imprudência ou negligência.

Art. 41 Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para


assegurar a continuidade da assistência.

Proibições

Art. 42 Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que suas
ações sejam assinadas por outro profissional.

Art.43 Colaborar, direta ou indiretamente, com outros profissionais de saúde, no


descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização,
fecundação artificial e manipulação genética.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 33
SEÇÃO III

Das relações com as organizações da categoria

Direitos

Art. 44 Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o


presente Código, a legislação do Exercício Profissional e as Resoluções e Decisões emanadas
pelo Sistema Cofen/Coren.

Art. 45 Associar-se, exercer cargos e participar de Entidades de Classe e Órgãos de


Fiscalização do Exercício Profissional.

Art. 46 Requerer em tempo hábil, informações acerca de normas e convocações.

Art. 47 Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem, medidas cabíveis para obtenção


de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional.

Responsabilidades e deveres

Art. 48 Cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais da profissão.

Art. 49 Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que firam preceitos do


presente Código e da legislação do exercício profissional.

Art. 50 Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam


recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional
em cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional.

Art. 51 Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convocações do Conselho


Federal e Conselho Regional de Enfermagem.

Art. 52 Colaborar com a fiscalização de exercício profissional.

Art. 53 Manter seus dados cadastrais atualizados e regularizadas as suas obrigações


financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem.

Art. 54 Apor o número e categoria de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem em


assinatura, quando no exercício profissional.

Art. 55 Facilitar e incentivar a participação dos profissionais de enfermagem no desempenho


de atividades nas organizações da categoria.

Proibições

Art. 56. Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais
Módulo 1_03

normas que regulam o exercício da Enfermagem.


HISTÓRIA DA
34 ENFERMAGEM e ÉTICA
Art. 57 Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que envolvam recusa
ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela necessidade do profissional em
cumprir o presente código e a legislação do exercido profissional.

Art. 58 Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patrimônio ou comprometam a


finalidade para a qual foram instituídas as organizações da categoria.

Art. 59 Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício profissional
quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem.

SEÇÃO IV

Das relações com as organizações empregadoras

Direitos

Art. 60 Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do seu aprimoramento


técnico-científico, do exercício da cidadania e das reivindicações por melhores condições
de assistência, trabalho e remuneração.

Art. 61 Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública


ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições dignas para o exercício profissional
ou que desrespeite a legislação do setor saúde, ressalvadas as situações de urgência e
emergência, devendo comunicar imediatamente por escrito sua decisão ao Conselho
Regional de Enfermagem.

Art. 62 Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a jornada de


trabalho, a complexidade das ações e responsabilidade pelo exercício profissional.

Art. 63 Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que promovam


a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, e dispor de
material e equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as normas vigentes.

Art. 64 Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos


de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.

Art. 65 Formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada onde


trabalha, bem como de comissões interdisciplinares.

Art. 66 Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício profissional
e do setor saúde.

Art. 67 Ser informado sobre as políticas da instituição e do Serviço de Enfermagem, bem


como participar de sua elaboração.
Módulo 1_03

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 35
Art. 68 Registrar no prontuário e em outros documentos próprios da Enfermagem informações
referentes ao processo de cuidar da pessoa.

Responsabilidades e deveres

Art. 69 Estimular, promover e criar condições para os aperfeiçoamentos técnicos, científicos


e culturais dos profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão.

Art. 70 Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa


e extensão, devidamente aprovadas nas instâncias deliberativas da instituição.

Art. 71 Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e indispensáveis


ao processo de cuidar.

Art. 72 Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de forma


clara, objetiva e completa.

Proibições

Art. 73 Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou jurídicas que


desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profissional de Enfermagem.

Art. 74 Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de concorrência
desleal.

Art. 75 Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde,
unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere
sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas.

Art. 76 Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade, além


do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência de Enfermagem diferenciada ou
benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem.

Art. 77 Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas ou jurídicas
para conseguir qualquer tipo de vantagem.

Art. 78 Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor
ordens, opiniões, atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar pessoas
ou dificultar o exercício profissional.

Art. 79 Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou particular de que
tenha posse em razão do cargo, ou desviá-la em proveito próprio ou de outrem.

Art. 80 Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de Enfermagem ou de


saúde, que não seja Enfermeiro.
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HISTÓRIA DA
36 ENFERMAGEM e ÉTICA
Capitulo II

Do sigilo profissional

Direitos

Art. 81 Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão


de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo.

Responsabilidades e deveres

Art. 82 Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua
atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento
escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.

1°- Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e em caso de
falecimento da pessoa envolvida.

2°- Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando necessário à
prestação da assistência.

Proibições

Art. 84 Franquear o acesso a informações e documentos a pessoas que não estão diretamente
envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos previstos na legislação vigente ou
por ordem judicial.

Art. 85 Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma que os envolvidos
possam ser identificados.

Capítulo IV

Do ensino, da pesquisa e da produção técnico-científica

Direitos

Art. 86 Realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, respeitadas as normas


ético-legais.

Art. 87 Ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem desenvolvidos com as


pessoas sob sua responsabilidade profissional ou em seu local de trabalho.

Art. 88 Ter reconhecida sua autoria ou participação em produção técnico-científica.

Responsabilidades e deveres
Módulo 1_03

Art. 89. Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos, segundo
a especificidade da investigação.
HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 37
Art. 90 Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida e à integridade da
pessoa.

Art. 91 Respeitar os princípios da honestidade e fidedignidade, bem como os direitos autorais


no processo de pesquisa, especialmente na divulgação dos seus resultados.

Art. 92 Disponibilizar os resultados de pesquisa à comunidade científica e sociedade em geral.

Art. 93 Promover a defesa e o respeito aos princípios éticos e legais da profissão no ensino,
na pesquisa e produções técnico-científicas.

Proibições

Art. 94 Realizar ou participar de atividades de ensino e pesquisa, em que o direito inalienável


da pessoa, família ou coletividade seja desrespeitado ou ofereça qualquer tipo de riscos ou
danos aos envolvidos.

Art. 95 Eximir-se da responsabilidade por atividades executadas por alunos ou estagiários,


na condição de docente, Enfermeiro responsável ou supervisor.

Art. 96 Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da pessoa, família ou


coletividade.

Art. 97 Falsificar ou manipular resultados de pesquisa bem como, usá-las para fins diferentes
dos pré-determinados.

Art. 98 Publicar trabalho com elementos que identifiquem o sujeito participante do estudo
sem sua autorização.

Art. 99 Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-científica ou instrumento


de organização formal do qual não tenha participado ou omitir nomes de coautores e
colaboradores.

Art. 100 Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, dados,
informações, ou opiniões ainda não publicados.

Art. 101 Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, das quais tenha participado
como autor ou não, implantadas em serviços ou instituições sob concordância ou concessão
do autor.

Art. 102 Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome como autor ou
coautor em obra técnico-científica.
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HISTÓRIA DA
38 ENFERMAGEM e ÉTICA
Capítulo IV

Da publicidade

Direitos

Art. 103 Utilizar-se de veículo de comunicação para conceder entrevistas ou divulgar eventos
e assuntos de sua competência, com finalidade educativa e de interesse social.

Art. 104 Anunciar a prestação de serviços para os quais está habilitado.

Responsabilidades e deveres

Art. 105 Resguardar os princípios da honestidade, veracidade e fidedignidade no conteúdo


e na forma publicitária.

Art. 106 Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferentes formas de divulgação.

Proibições

Art. 107 Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional.

Art. 108 Inserir imagens ou informações que possam identificar pessoas e instituições sem
sua prévia autorização.

Art. 109 Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar.

Art. 110 Omitir, em proveito próprio, referência a pessoas ou instituições.

Art. 111 Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorários que caracterizem
concorrência desleal.

Capítulo V

Das infrações e penalidades

Art. 112 A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas
penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros
dispositivos legais.

Art. 113 Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou conivência que implique em
desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem.

Art. 114 Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos Federal
e Regional de Enfermagem.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 39
Art. 115 Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela
obtiver benefício, quando cometida por outrem.

Art. 116 A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos, do dano e
de suas consequências.

Art. 117 A infração é apurada em processo instaurado e conduzida nos termos do Código
de Processo Ético das Autarquias dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 118 A penalidade a serem imposta pelos Conselhos Federais e Regionais de Enfermagem,
conforme o que determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes:

I. advertência verbal;

II. multa;

III. censura:

IV. suspensão do Exercício Profissional;

V. cassação do direito ao Exercício Profissional.

1° - A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de forma reservada, que será


registrada no Prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.

2° - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10 (dez) vezes o valor da


anuidade da categoria profissional à qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.

3° - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações oficiais dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande circulação.

4° - A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da Enfermagem por um


período não superior a 29 (vinte e nove) dias e serão divulgados nas publicações oficiais dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada
aos órgãos empregadores.

5° - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem e será divulgada


nas publicações dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande
circulação.

Art. 119 As penalidades, referentes à advertência verbal, multa, censura e suspensão do


exercício profissional, são da alçada do Conselho Regional de Enfermagem, serão registradas
no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena de cassação do direito ao exercício
profissional é de competência do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o disposto
no art. 18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.
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HISTÓRIA DA
40 ENFERMAGEM e ÉTICA
Parágrafo único - Na situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de
Enfermagem, terá como instância superior a Assembleia dos Delegados Regionais.

Art. 120 Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:

I. a maior ou menor gravidade da infração;

II. as circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;

III. o dano causado e suas consequências;

IV. os antecedentes do infrator.

Art. 121 As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, segundo a natureza
do ato e a circunstância de cada caso.

1° - São consideradas infrações leves as que ofendam as integridades físicas, mentais


ou morais de qualquer pessoa sem causar debilidade ou aquelas que venham a difamar
organizações da categoria ou instituições.

2° - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida, debilidade


temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa ou as que causem danos
patrimoniais ou financeiros.

3° - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade


permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano moral
irremediável em qualquer pessoa.

Art. 122 São consideradas circunstâncias atenuantes:

I. ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com eficiência,
evitar ou minorar as consequências do seu ato;

II. ter bons antecedentes profissionais;

III. realizar atos sob a coação e/ou intimidação;

IV. realizar ato sob o emprego real de força física;

V. ter confessado espontaneamente a autoria da infração.

Art. 123 São consideradas circunstâncias agravantes:

I. ser reincidente;

II. causar danos irreparáveis;


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III. cometer infração dolosamente;

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 41
IV. cometer a infração por motivo fútil ou torpe;

V. facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outra


infração;

VI. aproveitar-se da fragilidade da vítima;

VII. cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo ou
função;

VIII. ter maus antecedentes profissionais.

Capítulo VI

Da aplicação das penalidades

Art. 124 As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas,
cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.

Art. 125 A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 5° a 7°; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; 57; 69 a
71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 89; 98 a 102; 105; 106; 108 a 111 deste Código.

Art. 126 A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos
artigos: 5° a 9°; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 56 a 59; 72 a 80; 82;
84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste Código.

Art. 127 A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos
artigos: 8°; 12; 13; 15; 16; 25; 30 a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59; 71 a 80; 82; 84; 85; 90; 91;
94 a 102; 106; 107 a 111 deste Código.

Art. 128 A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações
ao que está estabelecido nos artigos: 8°; 9°; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35; 41 a 43; 48;
56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108 deste Código.

Art. 129 A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos casos de
infrações ao que está estabelecido nos artigos: 9°, 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste Código.

Capítulo VII

Das disposições gerais

Art. 130 Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.

Art. 131. Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por
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iniciativa própria ou mediante proposta de Conselhos Regionais.

HISTÓRIA DA
42 ENFERMAGEM e ÉTICA
Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a categoria,
coordenada pelos Conselhos Regionais.

Art. 132 O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação, revogadas as
disposições em contrário. Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2007.

10 - Lei do Exercício Profissional

Decreto n° 94.406, de 08 de junho de 1987.

Regulamenta a Lei n° 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da


Enfermagem, e dá outras providências.

O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o Art. 81, item 111, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Art. 25 da Lei n° 7.498, de 25 de junho de 1986.

Decreta:

Art.1° O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as disposições da Lei n° 7.498,


de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro,
Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional
inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.

Art. 2° As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu


planejamento e programação.

Art. 3° A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante do programa de


Enfermagem.

Art. 4° São Enfermeiros:

I. o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;

II. o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferidos


nos termos da lei;

III. o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de


Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira
segundo as respectivas leis, registrada em virtude do acordo de intercâmbio cultural
ou revalidada no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstetriz ou de
Obstétrica;

IV. aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de Enfermeira
conforme o disposto na letra “d” do Art. 3°. do Decreto-lei Decreto n° 50.387, de 28 de
março de 1961.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 43
Art. 5°  São técnicos de Enfermagem:

I. o titular do diploma ou do certificado de técnico de Enfermagem, expedido de acordo


com a legislação e registrado no órgão competente;

II. titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro,
registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como
diploma de técnico de Enfermagem.

Art. 6° São Auxiliares de Enfermagem:

I. o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem, conferido por instituição de ensino,


nos termos da Lei e registrado no órgão competente;

II. o titular do diploma a que se refere à Lei n° 2.822, de 14 de junho de 1956;

III. o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do Art. 2°. da Lei n° 2.604, de
17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei n° 4.024, de 20 de dezembro
de 1.961;

IV. O titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até


1964, pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da
Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos
termos do Decreto-lei n° 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei n° 8.778, de 22
de janeiro de 1946, e da Lei n° 3.640, de 10 de outubro de 1959;

V. o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei n° 299,


de 28 de fevereiro de 1967;

VI. o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo
as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem.

Art. 7° São Parteiros:

I. o titular de certificado previsto no Art. 1 ° do n° 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado


o disposto na Lei n° 3.640, de 10 de outubro de 1959.

II. o titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por escola ou


curso estrangeiro, segundo as respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio
cultural ou revalidado no Brasil, até 26 de junho de 1988, como certificado de Parteiro.

Art. 8° Ao enfermeiro incumbe:

I. privativamente:
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HISTÓRIA DA
44 ENFERMAGEM e ÉTICA
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde,
pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;

b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e


auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;

c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência


de Enfermagem;

d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;

e) consulta de Enfermagem;

f) prescrição da assistência de Enfermagem;

g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos


científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas.

II - como integrante da equipe de saúde:

a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;

b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;

c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública


e em rotina aprovada pela instituição de saúde;

d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;

e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das


respectivas comissões;

f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos


que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem;

g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos programas


de vigilância epidemiológica;

h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao


recém-nascido;

i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e


de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco;

j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;


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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 45
k) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem
distocia;

l) participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria de


saúde do indivíduo, da família e da população em geral;

m) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde,


particularmente nos programas de educação continuada;

n) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de


acidentes e de doenças profissionais e do trabalho;

o) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e contra


referência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde;

p) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde;

q) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de Enfermagem, nos


concursos para provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal Técnico
e Auxiliar de Enfermagem.

Art. 9° As profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetriz ou de Enfermeira


Obstétrica. Além das atividades de que trata o artigo precedente, incumbe:

I. prestação de assistência à parturiente e ao parto normal;

II. Identificação das distocias obstétricas e tomadas de providências até a chegada do médico;

III. realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, quando


necessária.

Art. 10° O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de níveis médios técnico,
atribuídos à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:

I - Assistir ao Enfermeiro:

a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de


Enfermagem;

b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em estado grave;

c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância


epidemiológica;

d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;


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e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes
durante a assistência de saúde;
HISTÓRIA DA
46 ENFERMAGEM e ÉTICA
f) na execução dos programas referidos nas letras “i” e “o” do item II do Art. 8°.

II - executar atividades de assistência de Enfermagem, executadas as privativas do Enfermeiro


e as referidas no Art. 9° deste Decreto:

III - integrar a equipe de saúde.

Art. 11 O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio atribuídas


à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:

I. preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;

II. observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação;

III. executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades


de Enfermagem, tais como:

a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;

b) realizar controle hídrico;

c) fazer curativos;

d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma; enema e calor ou fio;

e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas;

f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis;

g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico;

h) colher material para exames laboratoriais;

i) prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios;

j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar;

I) executar atividades de desinfecção e esterilização;

IV. prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive:

a) alimentá-la ou auxiliá-la a alimentar-se;

b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de dependência de unidades


de saúde;

V - integrar a equipe de saúde;

VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive:


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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 47
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de
Enfermagem e médicas;
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos programas de educação
para a saúde;
VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes:
VIII- participar dos procedimentos pós-morte.
Art. 12 Ao Parteiro incumbe:
I. prestar cuidados à gestante e á parturiente;
II. assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e a assistência de saúde;
III. cuidar da puérpera e do recém-nascido.
Parágrafo único - As atividades de que trata este artigo são exercidas sob supervisão de
Enfermeiro Obstetra, quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível,
sob controle e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domicílio ou onde
se fizerem necessárias.
Art. 13 As atividades relacionadas nos Artigos 10 e 11 somente poderão ser exercidas sob
a supervisão, orientação e direção de Enfermeiro.
Art. 14 Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem:
I. cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfermagem;
II. quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as atividades da assistência de
Enfermagem, para fins estatísticos.
Art. 15 Na administração pública direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito
Federal e dos Territórios será exigida como condição essencial para provimento de cargos e
funções e contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição
no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
Parágrafo único - Os órgãos e entidades compreendidos neste artigo promoverão, em
articulação com o Conselho Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das
situações já existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os direitos adquiridos
quanto a vencimentos e salários.
Art. 16 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 17 Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 08 de junho de 1987.

José Sarney
Eros Antônio de Almeida
Dec. n° 94.406, de 08.06.87 - Publicado no DOU de 09.06.87 seção I - fls. 8.853 a 8.855
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HISTÓRIA DA
48 ENFERMAGEM e ÉTICA
CÓDIGO DE ÉTICA
dos PROFISSIONAIS
de ENFERMAGEM
VOLTAR AO SUMÁRIO
10
CAPÍTULO I

Dos Princípios Fundamentais


Art. 1 ° A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da
coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas;
respeitando os preceitos éticos e legais.

Art. 2° O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das ações


que visem satisfazer às necessidades de saúde da população.

Art. 3º O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos das pessoas


humana, em todo o seu ciclo vital, sem discriminação de qualquer natureza.

Art. 4° O profissional dê Enfermagem exerce suas atividades com justiça, competência,


responsabilidade e honestidade.

Art. 5° O profissional de Enfermagem presta assistência à saúde visando à promoção do


ser humano como um todo.

Art. 6° O profissional de Enfermagem exerce a profissão com autonomia, respeitando os


preceitos legais da Enfermagem.

CAPITULO II

Dos Direitos
Art. 7° Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal.

Art. 8° Ser informado sobre o diagnóstico provisório ou definitivo de todos os clientes que
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estejam sob sua assistência.


HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 49
Art. 9° Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o
presente Código e a Lei do Exercício Profissional.

Art. 10 Participar de movimentos reivindicatórios por melhores condições de assistência,


de trabalho e remuneração.

Art. 11 Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública


Ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições mínimas para o exercício profissional,
ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua
decisão ao Conselho Regional de Enfermagem.

Parágrafo único - Ao cliente sob sua responsabilidade, deve ser garantida a continuidade
da assistência de Enfermagem.

Art. 12 Receber salários ou honorários pelo seu trabalho que deverá corresponder, no mínimo,
ao fixado por legislação específica.

Art. 13 Associar-se, exercer cargos e participar das atividades de entidades de classe.

Art. 14 Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais.

Art. 15 Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional, cultural e a defesa


dos legítimos interesses de classe.

CAPÍTULO III

Das Responsabilidades
Art. 16 Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência.

Art. 17 Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos
ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.

Art. 18 Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais,


em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão.

Art. 19 Promover e/ou facilitar os aperfeiçoamentos técnicos, científicos e cultural do pessoal


sob sua orientação e supervisão.

Art. 20 Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais,


independentemente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.

CAPÍTULO IV

Dos Deveres
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Art. 21 - Cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais da profissão.


HISTÓRIA DA
50 ENFERMAGEM e ÉTICA
Art. 22 Exercer a enfermagem com justiça, competência, responsabilidade e honestidade.

Art. 23 Prestar assistência de Enfermagem à clientela, sem discriminação de qualquer


natureza.

Art. 24 Prestar à clientela uma assistência de Enfermagem (livre dos riscos decorrentes de
imperícia, negligência e imprudência).

Art. 25 Garantir a continuidade da assistência de Enfermagem.

Art. 26 Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito da assistência de


Enfermagem, possíveis benefícios, riscos e consequências que possam ocorrer.

Art. 27 Respeitar e reconhecer o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa, seu tratamento
e seu bem-estar.

Art. 28 Respeitar o natural pudor, a privacidade e a intimidade do cliente.

Art. 29 Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua
atividade profissional, exceto nos casos previstos em Lei.

Art. 30 Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento do cliente e família sobre o


seu estado de saúde e tratamento, possíveis benefícios, riscos e consequências que possam
ocorrer.

Art. 31 Colaborar com a equipe de saúde na orientação do cliente ou responsável, sobre os


riscos dos exames ou de outros procedimentos aos quais se submeterá.

Art. 32 Respeitar o ser humano na situação de morte e pós-morte.

Art. 33 Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, negligencia ou imprudência


por parte de qualquer membro da equipe de saúde.

Art. 34 Colocar seus serviços profissionais à disposição da comunidade em casos de


emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.

Art. 35 Solicitar consentimento do cliente ou do seu representante legal, de preferência


por escrito, para realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino em Enfermagem,
mediante apresentação da informação completa dos objetivos, riscos e benefícios, da garantia
do anonimato e sigilo, do respeito a privacidade e intimidade e a sua liberdade de participar
ou declinar de sua participação no momento que desejar.

Art. 36 Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo a vida e a integridade da


pessoa humana.

Art. 37 Ser honesto no relatório dos resultados da pesquisa.


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Art. 38 Tratar os colegas e outros profissionais com respeito e consideração:

HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 51
Art. 39 Alertar o profissional, quando diante de falta cometida por imperícia, imprudência
e negligência.

Art. 40 Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que infrinjam preceitos do


presente Código e da Lei do Exercício Profissional.

Art. 41 Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam


recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivados pela necessidade do profissional
em preservar os postulados éticos e legais da profissão.

CAPÍTULO V

Das Proibições
Art. 42 Negar assistência de Enfermagem em caso de urgência ou emergência.

Art. 43 Abandonar o cliente em meio a tratamento sem garantia de continuidade da


assistência.

Art. 44 Participar de tratamento sem consentimento do cliente ou representante legal, exceto


em iminente risco de vida.

Art. 45 Provocar aborto ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação.

Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de acordo com
a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.

Art. 46 Promover a eutanásia ou cooperar em prática destinada a antecipar a morte do cliente.

Art. 47 Ministrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas que o compõem e
da existência de risco para o cliente.

Art. 48 Prescrever medicamentos ou praticar ato cirúrgico, exceto os previstos na legislação


vigente e em caso de emergência.

Art. 49 Executar a assistência de Enfermagem sem o consentimento do cliente ou seu


representante legal, exceto em iminente risco de vida.

Art. 50 Executar prescrições terapêuticas quando contrárias à segurança do cliente.

Art. 51 Prestar ao cliente serviços que por sua natureza incumbem a outro profissional, exceto
em caso de emergência.

Art. 52 Provocar, cooperar ou ser conivente com maus-tratos.

Art. 53 Realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino, em que o direito inalienável


do homem seja desrespeitado ou acarrete perigo de vida ou dano à sua saúde.
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HISTÓRIA DA
52 ENFERMAGEM e ÉTICA
Parágrafo único - A participação do profissional de Enfermagem nas pesquisas experimentais,
deve ser precedida de consentimento, por escrito, do cliente ou do seu representante legal.

Art. 54 Publicar trabalho com elementos que identifiquem o cliente, sem sua autorização.

Art. 55 Publicar, em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participação ou omitir
em publicações, nomes de colaboradores e/ou orientadores.

Art. 56 Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem autorização expressa, de dados, informações
ou opiniões ainda não publicados.

Art. 57 Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da pessoa humana.

Art. 58 Determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e demais legislações


que regulamentam o exercício profissional da Enfermagem.

Art. 59 Trabalhar e/ou colaborar com pessoas físicas e/ou jurídicas que desrespeitem
princípios éticos de Enfermagem.

Art. 60 Acumpliciar-se com pessoas ou instituições que exerçam ilegalmente atividades de


Enfermagem.

Art.61 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de concorrência
desleal.

Art. 62 Aceitar, sem anuência do Conselho Regional de Enfermagem, cargo, função ou


emprego vago em decorrência do previsto no Art. 41.

Art. 63 Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de saúde,
unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere
sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas.

Art. 64 Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir que outro
profissional assine as que executou.

Art. 65 Receber vantagens de instituição, empresa ou de cliente, além do que lhe é devido,
como forma de garantir assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer
natureza para si ou para outrem.

Art. 66 Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no


descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos, esterilização
ou fecundação artificial.

Art. 67 Usar de qualquer mecanismo de pressão e/ou suborno com pessoas físicas e/ou
jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 53
Art. 68 Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor
ordens, opiniões, inferiorizar as pessoas e/ou dificultar o exercício profissional.

Art. 69 Ser conivente com crime, contravenção penal ou ato praticado por membro da equipe
de trabalho que infrinja postulado ético profissional.

Art. 70 Denegrir a imagem do colega e/ou de outro membro da equipe de saúde, de entidade
de classe e/ou de instituição onde trabalha.

CAPÍTULO VI

Dos Deveres Disciplinares


Art.71 Cumprir as normas dos Conselhos Federais e Regionais de Enfermagem.

Art. 72 Atender às convocações dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, no


prazo determinado.

Art. 73 Facilitar a fiscalização do exercício profissional.

Art. 74 Manter-se regularizado com suas obrigações financeiras com o Conselho Regional
de Enfermagem.

Art. 75 Apor o número de inscrição do Conselho Regional de Enfermagem em sua assinatura,


quando no exercício profissional.

Art. 76 Facilitar a participação dos profissionais de Enfermagem no desempenho de atividades


nos órgãos de classe.

Art. 77 Facilitar o desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa, devidamente


aprovadas.

Art. 78 Não se apropriar de dinheiro, valor ou quaisquer bem imóveis, públicos ou particulares
de que tenha posse, em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem.

CAPÍTULO VII

Das Infrações e Penalidades


Art. 79 A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das respectivas
penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros
dispositivos legais.

Art. 80 Considera-se infração ética a ação, omissão ou conveniência que implique em


desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos profissionais de
Enfermagem.
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HISTÓRIA DA
54 ENFERMAGEM e ÉTICA
Art. 81 Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos Conselhos Federais
e Regionais de Enfermagem.

Art. 82 Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua prática, ou dela
obtiver benefício, quando cometida por outrem.

Art. 83 A gravidade da infração é caracterizada através da análise dos fatos e causas do


dano, suas consequências e dos antecedentes do infrator.

Art. 84 A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos deste Código.

Art. 85 As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federais e Regionais de


Enfermagem, conforme o que determina o Art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973,
são as seguintes:

I. advertência verbal;

II. multa;

III. censura;

IV. suspensão do exercício profissional;

V. cassação do direito ao exercício profissional.

Parágrafo primeiro - A advertência verbal consiste numa admoestação ao infrator, de forma


reservada, que será registrada no prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.

Parágrafo segundo - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10


(dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional a qual pertence o infrator, em vigor
no ato do pagamento.

Parágrafo terceiro - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações
oficiais dos Conselhos Federais e Regionais de Enfermagem.

Parágrafo quarto - A suspensão consiste na proibição do exercício da Enfermagem por um


período não superior a 29 (vinte e nove) dias e será divulgada nas publicações oficiais dos
Conselhos Federais e Regionais de Enfermagem.

Parágrafo quinto - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem e


será divulgada nas publicações dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e em
jornais de grande circulação.

Art. 86 As penalidades de advertência verbal, multa, censuram e suspensão do exercício


Profissional é da alçada dos Conselhos Regionais de Enfermagem; a pena de cassação do
direito ao exercício Profissional é de competência do Conselho Federal de Enfermagem,
conforme o disposto no Art. 18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 55
Parágrafo único - Na situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de
Enfermagem, terá como instância superior a Assembleia dos Delegados Regionais.

Art. 87 Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:

I. a maior ou menor gravidade da infração;

II. as circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;

III. o dano causado e suas consequências;

IV. os antecedentes do infrator.

Art. 88 As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, conforme a natureza


do ato e a circunstância de cada caso.

Parágrafo primeiro - São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física,
mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade.

Parágrafo segundo - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida,
debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa.

Parágrafo terceiro - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte,


deformidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda, dano
moral irremediável em qualquer pessoa.

Art. 89 São consideradas circunstâncias atenuantes:

I. ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com eficiência,
evitar ou minorar as consequências do seu ato;

II. ter bons antecedentes profissionais;

III. realizar atos sob a coação e/ou intimidação;

IV. realizar atos sob o emprego real de força física;

V. ter confessado espontaneamente a autoria da infração;

Art. 90 São consideradas circunstâncias agravantes:

I. ser reincidente;

II. causar danos irreparáveis;

III. cometer infração dolosamente;

IV. cometer infração por motivo fútil ou torpe;


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HISTÓRIA DA
56 ENFERMAGEM e ÉTICA
V. facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outra
infração;

VI. aproveitar-se da fragilidade da vítima;

VII. cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo
ou função;

VIII. ter mais antecedentes pessoais e/ou profissionais.

CAPÍTULO VIII

Da Aplicação das Penalidades


Art.91 As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas,
cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.

Art. 92 A pena de Advertência Verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 16 a 26; 28 a 35; 37 a 44; 47 a 50; 52; 54; 56; 58 a 62 e 64 a 78 deste
Código.

Art. 93 A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos
artigos: 16 a 75 e 77 a 79, deste Código.

Art. 94 A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos
artigos: 16; 17; 21 a 29; 32; 35 a 37; 42; 43; 45 a 53; 55 a 75 e 77 a 79, deste Código.

Art. 95 A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações ao


que está estabelecido nos artigos: 16; 17; 21 a 25; 29; 32; 36; 42; 43; 45 a 48; 50 a 53; 57 a 60;
63; 66: 67: 70 a 72; 75 e 79, deste Código.

Art. 96 A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos casos de


Infrações ao que está estabelecido nos artigos: 16; 24; 36; 42; 45; 46; 51 a 53; 57; 60; 70 e 79,
deste Código.

CAPÍTULO IX

Das Disposições Gerais


Art. 97 Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.

Art. 98 Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por iniciar
a própria e/ou mediante proposta de Conselhos Regionais.

Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com a categoria.
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Art. 99 O presente Código entrará em vigor na data de sua publicação, revogando as demais
disposições em contrário.
HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TURKIEWICZ, Maria. História da Enfermagem. Paraná, ETECLA, 1995.


GEOVANINI, Telma; ...(et.ali.) História da Enfermagem: versões e Inter- pretações. Rio de
Janeiro, Revinter, 1995.
BRASIL, Leis, etc. Lei 5.905, de 12 de julho de 1973. Dispõe sobre a criação dos Conselhos
Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras pro- vidências. Diário Oficial da União,
Brasília, 13 de jul. 1973. Seção I, p. 6.825.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Documentos Básicos de Enfermagem.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Disponível em http://corenpr.gov.br/portal/.
Acesso em 12/01/2018 as 16:45h.
CÓDIGO PENAL: PARTE ESPECIAL.
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. Disponível em http://www.
cofen.gov.br/wp-content/uploads/2012/03/resolucao_311_anexo.pdf. Acesso em 12/01/2018
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HISTÓRIA DA
58 ENFERMAGEM e ÉTICA
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS

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Figura 2 – Fonte: http://www.christianitytoday.com/images/68410.jpg?w=700. Acesso em


12/01/2018 as 16:52h

Figura 3 – Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_D8q0glBhL60/S2JFwMaydqI/AAAAAAAAACk/


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Figura 5 – Fonte: http://www.simbolos.net.br/wp-content/uploads/2016/03/simbolos


enfermagem.png. Acesso em 12/01/2018 as 17:02h.
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HISTÓRIA DA
ENFERMAGEM e ÉTICA 59
são josé dos pinhais: rua cap. benjamin claudino ferreira, 1846 - centro - 41 3282-7887
paranaguá: rua joão eugênio, 558 - centro - 41 3425-5857
araucária: RUA PREFEITO ODORICO FRANCO FERREIRA, 654 - centro - 41 3031-7887
HISTÓRIA DA camboriú: rua pernambuco, 153 - areias - 47 3050-0808
60 ENFERMAGEM e ÉTICA

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