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AUXILIAR DE

ENFERMAGEM

Farmacologia
Aplicada
Sumário
1. Introdução a Farmacologia ....................................................................................03
2. Conceitos básicos de farmacologia .......................................................................05
3. Fármacos e medicamentos ..................................................................................05
4. Tipos de ação e efeito dos medicamentos ............................................................06
5. Formas de apresentação dos medicamentos .........................................................07
6. Parâmetros farmacocinéticos do sistema ladmer ...................................................07
7. Vias de administração de fármacos ........................................................................08
8. Fatores que alteram o efeito dos fármacos e os parâmetros farmacocinéticos .....10
9. Mecanismos gerais de ação dos fármacos ............................................................11
10. Mercado farmacêutico ............................................................................................12
11. Métodos de classificação de fármacos ...................................................................12
12. Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios .........................................................14
13. Hipoanalgésicos/psicofármacos .............................................................................16
14. Anestésicos ............................................................................................................17
15. Cardiotônicos/antiarrítmico-antianginosos .............................................................18
16. Anti-hipertensivos ...................................................................................................20
17. Agentes hematológicos ..........................................................................................24
18.Drogas anticonvulsivantes específicas ................................................................26
19.Hormônios do pâncreas ........................................................................................28
20. Hormônios corticóides/corticosteroides ..................................................................29
21. Hipoglicemiantes orais ............................................................................................30
22.Vitaminas ...............................................................................................................30
23. Antibióticos antineoplásicos – quimioterapia ..........................................................30
24. Drogas adrenérgicas/simpatomiméticas .................................................................31
25. Drogas colinérgicas/parassimpatomiméticas .........................................................32
26.Drogas anti-adrenérgicas/ bloqueadores/adrenérgicos/simpatolíticos ..................33
27.Drogas anti-colinérgicas/bloqueadores colinérgicos/parassimpatolíticas .............33
28.Antibióticos ...........................................................................................................34
29. Drogas que atuam no aparelho respiratório ...........................................................37
30. Drogas que atuam no aparelho digestivo ..............................................................39
31. Interações medicamentosas entre os fármacos ....................................................40
32. Cálculos em farmacologia .....................................................................................41
33. Cálculo de medicação para cada via .....................................................................43
34. Cálculo de concentrações de medicamentos ........................................................48
35. Gotejamento e Soluções.........................................................................................49
36. Cálculo de permanganato de potássio (kmno) ................................................51
37. Referências bibliográficas ...................................................................................54
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Farmacologia Aplicada

1. INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA
FARMACOLOGIA: É o Estudo da natureza e as propriedades dos fármacos e
ação dos medicamentos. Sendo a Farmacologia uma ciência vasta e complexa, já na
década de 50 e 70 progrediu ao seu auge como instrumento terapêutico em medicina,
odontologia e medicina veterinária. Ao final do século XX, especialmente na América
do Norte e na Europa, todos os profissionais de saúde tornaram-se peças chaves
responsáveis pelo cuidado dos medicamentos e pelas suas aplicabilidades aos
pacientes em diversos estados patológicos.
A Enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos
científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais,
éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na
prestação de serviços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e
circunstâncias de vida.
O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo processo
de construção de uma consciência individual e coletiva, pelo compromisso social e
profissional configurado pela responsabilidade no plano das relações de trabalho com
reflexos no campo científico e político, sendo o técnico em enfermagem parte
importante em todo esse processo, e que de acordo com o conselho de classe, tem
direito, proibições, deveres e responsabilidades, entre elas;
É proibido ao profissional de enfermagem;
Art. 30 -Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem
certificar-se da possibilidade dos riscos.
Art. 31 -Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos
previstos na legislação vigente e em situação de emergência.
Art. 32 -Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a
segurança da pessoa.
É direito do profissional de enfermagem;
Art. 37 -Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde
não conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações
de urgência e emergência.
Parágrafo único – O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar
prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou
ilegibilidade.
Art. 62 -Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a

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jornada de trabalho, a complexidade das ações e responsabilidade pelo exercício


profissional.
Art. 63 -Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho
que promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus
cuidados, e dispor de material e equipamentos de proteção individual e coletiva,
segundo as normas vigentes.
Art. 64 -Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material
ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.
Art. 10 – O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível
médio técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de
outras atividades de Enfermagem, tais como:
Ministrar medicamentos por via oral e parenteral, executar tarefas
referentes à conservação e aplicação de vacinas.
De acordo com o COREN é atribuição da equipe de enfermagem o preparo
e administração de medicamentos. Hoje mais do que nunca, é necessária uma
formação com qualidade para que diminua, previna e não se cometa erros que de
acordo com nosso conselho são preveníveis. Estar informado sobre as propriedades
dos fármacos ou medicamentos prescritos é o passo mais importante para se evitar
trocas acidentais e complicações.
A Farmacologia tem como objetivo capacitar o futuro técnico em
enfermagem a preparar e administrar medicamentos com maior conhecimento de sua
farmacodinâmica, farmacocinética e todos os aspectos prioritários de medicamentos.
O uso adequado dos medicamentos repousa em dois tipos de ações básicas.

a) Indicação
Deve ser conseqüência do diagnóstico e avaliação do paciente, a indicação
terapêutica, medicamentosa, é feita pelo médico, dentista, veterinário, e alguns
casos de acordo com protocolos pré estabelecidos na atenção básica a saúde
e obstetricia, podendo ser feito pelo enfermeiro.

b) O uso
Requer o correto seguimento das instruções, quanto a dose e ao esquema
posológico, que deve ser feito em alguns casos pelo próprio paciente ou pelo
responsável por seus cuidados.
Os pacientes hospitalizados que requerem supervisão especializada, quanto
ao uso do produto e a evolução de seu estado, necessitam do cuidado

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ENFERMAGEM, daí a importância deste profissional ser qualificado com


conhecimentos básico de farmacologia.

2. CONCEITOS BÁSICOS DE FARMACOLOGIA

Bolus: Administração IV realizada em tempo ≤ a 01 minuto;

Infusão rápida: Administração IV realizada entre 01 e 30 minutos;

Infusão lenta: Administração IV realizada entre 30 e 60 minutos; \

Acertos e certos em farmacologia; existem muitos certos e acertos para que o


profissional de enfermagem afaste todas as possibilidades de erros ao preparar e
administrar um medicamento, entre eles estão os 05 certos e 03 acertos;

05 CERTOS: Paciente CERTO, medicamento CERTO, via CERTA, dose CERTA e


hora CERTA.

03 ACERTOS: LER, ao pegar o medicamento onde ele estiver guardado; LER, ao


preparar, aspirar, diluir...; LER, antes de desprezar o frasco, envelope ou ampola.

3. FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

Podem aqui ser considerados sinônimos. São substâncias ou associação de


substâncias de estrutura química bem definida, introduzida no organismo que tem
finalidade terapêutica e também ação profilática através de vacinas, prevenido
surgimento de doenças e ajudando nos exames como tomografia, através de
contraste. Tem as seguintes finalidades:
Profilática: Quando evita ou diminui a gravidade da doença. Ex:
Vacinas
Diagnóstica: Quando tem por finalidade ajudar a descobrir o
diagnóstico. Ex: Contrastes
Curativa: Quando tem finalidade paliativa ou curativa. Ex: Antibióticos
Paliativo: Diminui os sinais e sintomas, mas não cura. Ex: Anti-
hipertensivos, Antitérmicos, etc.

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Os medicamentos podem ter origem:

a) Animal- são extratos fundamentais retirados de tecidos de animais, temos


por exemplo a insulina obtida do pâncreas de suínos e bovinos.
b) Plantas- são obtidas das diversas partes das plantas: flores, folhas, frutos,
raízes, como exemplos têm a folha da digitalis roxa que estimula o coração e óleo de
oliva ou rícino
c) Minerais- São usadas na medicina de maneira purificada, como exemplos
têm, o enxofre que após um cuidadoso processo, usa-se como parte de medicamentos
da família das sulfas para tratar infecções, temos também iodo e ferro.
d) Vitaminas- são fontes de vitaminas as plantas e animais, fundamentais ao
organismo, encontrados em sua grande maioria nos alimentos naturais.
e) Drogas sintéticas- Embora preparados com o auxílio de matéria-prima
natural, são resultados exclusivamente do trabalho de laboratório. Alguns não têm
correspondente na natureza, outros são a reprodução exata de drogas naturais,
obtidas à custa de processos artificiais.

Posologia – são doses indicadas para aplicação dos medicamentos por dia ou
por período.

Efeitos colaterais- São efeitos indesejáveis ao fazer uso dos medicamentos.

4. TIPOS DE AÇÃO E EFEITO DOS MEDICAMENTOS

As drogas utilizadas na terapêutica farmacológica podem de acordo com o lugar


de ação, atuar de duas maneiras:

Drogas de ação local: são aquelas que tem os efeitos restritos a uma pequena
porção do organismo onde foi aplicada, pode ser na pele ou mucosa.

Na pele.
Através da aplicação de pomada em uma ferida, toque com nitrato de prata,
lavagem de uma ferida.

Na mucosa.
Colocação de supositório retal, aplicação vaginal ou instilação na conjuntiva

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(olho).

5. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS

Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados


sólido, líquido e gasoso.

Sólido - Os medicamentos sólidos podem se apresentar sob as seguintes


formas:pó, frascos, comprimidos, drágeas, cápsulas, pílulas, supositório ou óvulo
vaginal.

Líquido - Os medicamentos líquidos podem se apresentar como: solução,


xarope, elixir, emulsão, suspensão, colírio e ampola.

Gasoso - São medicamentos administrados por inalação, vapores e gases


inalantes.
Semi-sólidos - representado pelas pomadas, cremes e geléias em geral.

Drogas: São substâncias com estrutura não tão bem definida quanto os
fármacos/ medicamentos, utilizadas com ou sem a intenção de benefício, ou como
instrumento auxiliar em investigação científica.

Remédio: É tudo aquilo que é aplicado com a intenção de combater a dor, a


doença Exemplos: Tratamento dietético, cirurgia, psicologia, alteração de hábitos,
higiene, crenças.

Farmacodinâmica: Diz respeito às ações farmacológicas e aos mecanismos


pelos quais os fármacos atuam (ou seja, aquilo que os fármacos fazem ao organismo).

Farmacocinética: É o processo de absorção, distribuição, biotransformação e


eliminação dos fármacos (ou seja, o que o organismo faz aos fármacos). Um perfil
farmacocinético refere-se à concentração no sangue ou nos tecidos no tempo e reflete
os processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação do
medicamento.

6. PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS DO SISTEMA LADMER


Ao se estudar os parâmetros abordados pela ciência da farmacocinética, tem-se

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grande importância os seguintes:


Liberação: Parâmetro farmacocinético caracterizado pela liberação do princípio ativo
da droga que será responsável pelo efeito terapêutico
Absorção: Trata-se de um parâmetro que se caracteriza quando ocorre a passagem
do princípio ativo de um determinado compartimento do corpo humano para a corrente
sanguínea. Só então pode-se falar que o medicamento foi absorvido.
Distribuição: Caracteriza-se quando, logo após o principio ativo cair na corrente
sanguínea (absorção), este é rapidamente seqüestrado por proteínas específicas
denominadas proteínas plasmáticas que se ligam aos princípios ativos específicos e o
levam ou o distribui ao longo de todo o corpo humano, geralmente até o órgão alvo,
porém antes, realiza uma passagem pelo fígado.
Metabolismo ou Biotransformação: É no fígado, que todos os princípios ativos
capturados pelas proteínas plasmáticas são ativados (metabolizados ou
biotransformados), onde parte será enviada para o sistema renal e parte continuará a
ser distribuído pelos órgãos alvos. O fígado é o principal órgão de biotransformação de
fármacos por apresentar um imenso sistema de enzimas específicas e habilitadas para
bioativar e alterar quimicamente a droga.
Excreção: é o processo de eliminação de determinadas substâncias para fora do
organismo. O processo de excreção pode ser feito por várias vias e será variável de
acordo com a substância a ser excretada. As vias são - urinárias, fezes, suor, saliva,
leite materno, ar expirado e outras secreções corpóreas.
Receptor (ligação aos receptores específicos): Os princípios ativos absorvidos da
droga, uma determinada porcentagem é eliminada pelas vias de excreção e outra
porcentagem continua sendo distribuída pelas proteínas plasmáticas até o órgão alvo.
Ao se chegar neste órgão alvo, os princípios ativos se conectarão aos receptores
específicos para cada tipo de principio ativo, que se localizam na superfície dos órgãos
alvos, promovendo o Efeito Terapêutico desejado, reações adversas e etc.

7. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS

As formas pelas quais os medicamentos podem ser administrados depende de


alguns fatores:
- Condição do paciente
- Forma farmacêutica na qual o medicamento é encontrado Grau de absorção
desejado.
De acordo com estes parâmetros as vias de administração classificam-se em:

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Oral (líquidos e sólidos): Apresenta absorção na mucosa gastrointestinal.

Pulmonar (gases e vapores inalantes): Esta via é comumente empregada


para inalação de substâncias voláteis como gases (oxigênio e anestésicos
gerais) e aerossóis para o tratamento de alergias pulmonares ou fluidificantes
de secreções brônquicas.

Sublingual (líquidos e comprimidos): A absorção ocorre na mucosa oral.

Nasal (soluções): As formas farmacêuticas de apresentação mais comuns por


esta via são as soluções com finalidade de obtenção de efeito local e
constituem exemplos de drogas mais utilizadas por essa via os antissépticos e
os vasoconstritores.

Conjuntival (colírios e pomadas): Os colírios, em forma líquida ou de


pomada e de creme constituem as formulações mais utilizadas por esta via.
Graças a sua facilidade de absorção, as drogas ali depositadas atuam tanto no
local da aplicação como também penetram no interior do globo ocular.

Retal: As formas farmacêuticas mais comuns são os clisteres (forma liquida) e


os supositórios (forma sólida), que podem ser de ação local ou de ação
sistêmica.

Vaginal: As drogas de administração por esta via destinam-se exclusivamente


à obtenção de efeitos locais. Entretanto, graças ao revestimento mucoso da
vagina, sempre ocorre absorção, que se torna maior na vigência de processos
inflamatórios. As formas farmacêuticas mais comuns são os cremes e os
óvulos vaginais.

Tópica: A aplicação tópica de medicamentos é destinada geralmente a ação


local.

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Intratecal/intra-raquidiana: Por esta via administra-se medicamentos


injetáveis no espaço subaracnóide espinhal, por onde circula o líquor.

Intravenosa/Endovenosa/Parenteral: Presta-se principalmente à obtenção


de concentrações sanguíneas elevadas e de efeitos imediatos. Pelo fato dos
medicamentos que utilizam esta via serem introduzidos diretamente na
corrente sanguínea, dizemos que não há absorção.

Intra-Arterial: É ocasionalmente utilizada, em particular quando se deseja


efeito em determinado órgão ou tecido. Assim, pode ser administradas por
essa via agentes antineoplásicos para o tratamento de tumores localizados,
drogas vasodilatadoras em moléstias vasculares periféricas e contrastes radio-
radiológicos.

Intramuscular: A absorção ocorre no endotélio dos capilares vasculares e


linfáticos.

Subcutânea: Utilizada para administração de vacinas e tipos diversos de


insulinas. A absorção ocorre no endotélio dos capilares vasculares e linfáticos.

8. FATORES QUE ALTERAM O EFEITO DOS FÁRMACOS E OS


PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS

Os fatores que podem de alguma maneira alterar o efeito desejado ou


esperado de um fármaco ou medicamento são dois. Estas alterações estão
intimamente ligadas ao paciente ou ao medicamento propriamente dito.

Vejamos então, quais são estes fatores:

Fatores intrínsecos
São aqueles fatores relacionados com o organismo do paciente:
• Genética
• Sexo
• Variabilidade individual

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• Espécie humana
• Peso
• Idade
• Estado nutricional
• Estado patológico
• Estado fisiológico, etc

Fatores extrínsecos
Trata-se daqueles fatores relacionados aos fármacos/medicamentos:

• Formulações farmacêuticas
• Força de compressão de um comprimido
• Quantidade de excipiente
• Solubilidade
• Afinidade por proteínas plasmáticas
• Forma farmacêutica, etc

9. MECANISMOS GERAIS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS


Fases Envolvidas na Resposta Terapêutica
É fato perfeitamente conhecido que a resposta de pacientes às drogas é
extremamente variável. Tais variações dependem de muitos fatores como já foi visto
no item anterior, como dose, gravidade, severidade da doença, alterações nas funções
cardíacas, hepática e renal, motilidade do tubo gastrointestinal, velocidade de
biotransformação e excreção e outros fatores farmacocinéticos. Entretanto, todos os
medicamentos apresentam praticamente o mesmo mecanismo de ação, exceto,
quando sua administração for por via intravenosa.
Efeito Terapêutico: A concentração terapêutica situa-se entre as concentrações
geradoras de efeito mínimo eficaz (limite mínimo) e efeito tóxico (concentração
máxima tolerada, limite máximo). O índice terapêutico de um fármaco é a razão entre
a dose tóxica e a dose capaz de produzir a resposta clinicamente desejada.
Fase Farmacêutica: É aquela na qual ocorre a liberação do fármaco para ser
absorvido. Ocorre a desintegração (no caso de um comprimido, por exemplo) e a
dissolução em meio aquoso, do princípio ativo. Pontos chaves: quantidade liberada e
velocidade de liberação.
Fase Farmacocinética: O nível eficaz do fármaco nos líquidos e tecidos do

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organismo é determinado pela absorção, distribuição, biotransformação/metabolismo e


pela excreção/eliminação. Pontos chaves: velocidade de absorção e de excreção e
modalidade de biotransformação.
Fase Farmacodinâmica: É a fase em que tem lugar a indução e a emissão da
resposta farmacológica, em base aos níveis de fármaco ativo no plasma e nos tecidos.
Trata-se da quantidade do principio ativo que se ligará aos receptores específicos no
Órgão Alvo, que é diretamente proporcional ao efeito terapêutico alcançado. Pontos
chaves: concentração do fármaco na biofase (local de ação).
10. MERCADO FARMACÊUTICO
No mercado brasileiro de medicamentos podemos atualmente encontrar três classes
de medicamentos:
- Genéricos
- Marca ou Nome fantasia (inovadores)
- Similares
Genéricos: São medicamentos que passaram por ensaios de bioequivalência e
biodisponibilidade e são registrados como tal na ANVISA/MS. Devem ter os
parâmetros técnicos (farmacocinéticos) comprovados, que garantem que o produto
tenha disponibilidade ao produto original ou inovador (primeiro no mercado e
patenteado). Deve ser comercializado apenas com o nome dos princípios ativos e
apresentar a frase: Medicamento Genérico – Lei Nº 9.787/99.
Marca ou nome fantasia: É o medicamento de referência e inovador, primeiramente
comercializado e patenteado pelo laboratório fabricante, com proteção patentária
(exclusividade).
Similares: Medicamentos produzidos por qualquer laboratório, após a expiração de
patente pelo 1º fabricante. Deverá ser comercializado apenas pelo nome ou
denominação genérica (nome do P.A) o que está longe de ser um medicamento
Genérico. Sabe-se que no futuro, os similares deverão receber um nome de marca ou
fantasia, sendo o Genérico, o único medicamento comercializado pela DCI –
Denominação Comum Internacional ou pela DCB – Denominação Comum Brasileira,
ou seja, pelo nome do principio ativo principal.
11. MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO DE FÁRMACOS
Os medicamentos podem ser classificados de acordo com diversos critérios.
Geralmente são classificados segundo a:
• Estrutura química
• Ação farmacológica
• Emprego terapêutico

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• Mecanismo de ação a nível molecular

A classificação mais utilizada é através do Emprego Terapêutico e Ação


Farmacológica, ou seja, a Classificação FARMACOLÓGICO-TERAPÊUTICA.
Fármacos que Atuam no Sistema Nervoso Central
- Anestésicos gerais
- Hipnóticos e sedativos
- Anticonvulsivantes
- Hipoanalgésicos
- Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios
- Antitussígenos
- Agentes psicotrópicos
- Agentes bloqueadores intraneuronais centrais
- Estimulantes do Sistema Nervoso Central
Fármacos que Atuam Sobre o Sistema Nervoso Periférico (Autônomo)
- Transmissores químicos ou drogas vasoativas
- Anestésicos locais
- Histamina e agentes anti-histamínicos
- Agentes colinérgicos
- Agentes anticolinérgicos
- Estimulantes adrenérgicos
- Agentes bloqueadores adrenérgicos
Fármacos que Atuam Sobre os Sistemas Cardiovascular, Hematopoiético e
Renal
- Agentes cardiovasculares diversos
- Agentes hematológicos
- Diuréticos
Fármacos Quimioterápicos
- Agentes anti-helmínticos
- Agentes anti-maláricos
- Agentes anti-protozoários
- Agentes anti-sépticos, anti-fúngicos, anti-bacterianos
- Sulfonamidas
- Antibióticos
- Agentes antineoplásicos
- Agentes antivirais

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Vitaminas
- Vitaminas Hidrossolúveis
- Vitaminas Lipossolúveis
Hormônios
- Hormônios da hipófise, tireóide, paratireóide, pâncreas
- Hormônios corticóides
- Hormônios sexuais

12. ANALGÉSICOS, ANTIPIRÉTICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS.

São medicamentos que atuam sobre a termorregulação provocando queda na


temperatura febril, resultante de infecções bacterianas, vírus e protozoários. São
capazes de aliviar a dor de origem superficial: cefaléias, mialgias, artralgias, além de
apresentarem, na sua maioria, atividade antiinflamatória.
Diferem dos Hipoanalgésicos por não terem ação nas dores profundas, cólicas renais
e biliares e não produzem hipnose.
A temperatura corporal é controlada por um mecanismo regulador situado no
hipotálamo, que controla a produção e a perda de calor. O hipotálamo é, por assim
dizer, o “termostato” do organismo.
Os fatores etiológicos da maior parte das doenças inflamatórias são ainda
desconhecidos, entretanto, conhecem-se os seus sinais característicos.
Existem 4 sinais fundamentais de todo processo inflamatório, que são:

• Dor
• Calor
• Rubor
• Edema

O Processo Bioquímico da Inflamação caracteriza-se por uma cascata enzimática que


ocorre no interior da corrente sanguínea, envolvendo substâncias específicas.
São classificados em:
- Derivados do ácido salicílico ou salicilatos
- Derivados do ácido para-aminofenol
- Derivados da pirazolona
- Derivados do ácido arilalcanóicos
- Corticóides/Corticosteróides

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Derivados do Ácido Salicílico ou Salicilatos


Agem no SNC, inibindo a produção de prostaglandinas, através da inibição da enzima
fosfolipase A2 e, portanto, impedem a sensibilização do receptor da dor e da
temperatura, pois não há formação de ácido aracdônico e nem do restante da cascata.
Exemplos de drogas: AAS, Aspirina.
Derivados do Ácido Para-aminofenol
Agem no SNC, provocando grande dissipação de calor através da vasodilatação
cutânea. São geralmente utilizados em dores de pós-operatório e cefaléias.
Exemplos de drogas: Tylenol (paracetamol), Cibalena, Mioflex, Asafen, Fenacetina.
Derivados da Pirazolona
Apresentam o mesmo mecanismo de ação que os derivados salicilatos.
Exemplos de drogas: Conmel, Novalgina, Magnopyrol (dipirona magnésica)
Derivados do Ácido Arilalcanóide
Apresentam o mesmo mecanismo de ação dos derivados salicilatos, entretanto, são
mais utilizados nos casos de dores crônicas, inibindo uma quantidade muito maior de
enzima fosfolipase A2.
Exemplos de drogas: Dipirona
Quando VO procure administrar sem o uso de alimento para não retardar a absorção
do medicamento. Quando EV (dipirona), dilua em AD e administre lentamente.
Outros analgésicos: Paracetamol, Tylenol, Ácido mefenânico, Ponstan, Ácido
acetilsalicílico, AAS, Aspirina, Metamizol, Dorflex, Adegrip, Propifenazona , Saridon.
Efeitos Adversos: Estes podem variar de acordo com os fatores intrínsecos e
extrínsecos já estudados, entretanto, seguem aqueles efeitos colaterais mais
observados: Náuseas, Vômitos, Urticária e Gastrite
Antiinflamatórios não esteróides
Medicamentos que reduzem um ou mais componentes da reação inflamatória.
Diclofenaco Sódico nome comercial Voltaren
Efeitos Adversos: Disturbios gastrointestinais, hepatotoxicidade. Síndrome de
Stevens Johnson.
Cuidados Administração: A aplicação do Voltaren IM somente no glúteo,
profundamente. Sua aplicação é contra-indicada na região do deltoide. Atenção a
pacientes com história prévia de crise de asma ou rinite aguda que poderão ser
desencadeadas pela droga.
Outros Antiinflamatorios:
Naproxeno / Naprosyn
Tenoxicam / Tilatil

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Cetoprofeno / Profenid
Rofecoxib / Vioxx
Celecoxib / Celebra

13 . HIPOANALGÉSICOS/PSICOFÁRMACOS
Estes fármacos são estudados pela Psicofarmacologia, ramo da Farmacologia que
estuda a ação direta ou indireta dos medicamentos sobre o psiquismo, visando a
melhora de quadros mentais.
Os hipoanalgésicos são muito utilizados pelo clínico geral e outros especialistas como
uma forma de intervir a nível psicológico, através do medicamento.
São os analgésicos ENTORPECENTES que apresentam três propriedades
farmacológicas fundamentais como:
- Aliviar a dor
- Induzir ao sono
- Induzir ao vício
(toxicomania com dependência física e psíquica).

O uso destes medicamentos em doses inferiores é tão nocivo quanto às doses


excessivas, pois expõem os pacientes aos riscos de efeitos colaterais, sem o benefício
dos efeitos terapêuticos, por esta razão, devem ser utilizados em dose e posologia
adequadas.
Classificação: Os esforços realizados para catalogar todos os hipoanalgésicos
levaram à classificação daqueles medicamentos psicofarmacológicos, como segue:
- Hipnóticos
- Psicotrópicos
- Anticonvulsivantes
De modo geral agem como depressores do SNC – Sistema Nervoso Central,
produzindo analgesia e sonolência, embora, a intensidade varie de acordo com o tipo
e a posologia.
Hipnóticos: São medicamentos que combatem a insônia, induzindo ao sono
semelhante ao fisiológico. Subdividem-se em:
- Benzodiazepínicos: Midazolan – Dormonid
- Barbitúricos: Fenobarbital - Gardenal
Psicotrópico: São medicamentos que atuam sobre estados ou distúrbios psicóticos,
neurológicos e depressivos. Subdividem-se em:
- Antipsicóticos: Haloperidol - Haldol Clorpramazina – Amplictil
- Ansiolíticos: Diazepan - Valium/Ansilive/Diempax/Kiatrium - Bromazepan –

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Lexotan/Somalium/Bromazepan - Lorazepan – Lorax/Lorium


- Antidepresivos: Imipramina – Tofranil Clomipramina – Anafranil Amitriptilina –
Tryptanol
- Anticonvulsivantes: São medicamentos que atuam sobre a epilepsia ou crise
convulsiva. Deprimem seletivamente o SNC sem deprimir a respiração. Utilizados
principalmente em pacientes portadores de epilepsia.
Nome Genérico: Fenobarbita Comercial: Gardenal
Nome Genérico: Fenitoína Comercial: Hidantal
Nome Genérico: Diazepan Comercial: Dienpax
Nome Genérico: Carbamazepina Comercial: Tegretol
Efeitos: Sonolência, hipotonia, irritabilidade, dependência, hipersensibilidade
potencializada.
Cuidados na administração: O Diazepam, quando EV, não deve ser diluído, faça-o
diretamente na veia.

14. ANESTÉSICOS

Anestésicos Locais Definição


A anestesia local, também conhecida como anestesia regional ou bloqueio de
condução, é a perda da sensibilidade parcial ou de um território do organismo obtida
pela aplicação de uma substância capaz de bloquear localmente a condução dos
impulsos nervosos provenientes de uma determinada área corporal.
Os anestésicos locais são fármacos capazes de anestesiar os nervos periféricos
parcialmente de uma determinada região, sem a perda da consciência. São
amplamente utilizados em anestesia de mucosa (tópica), espinhal (região lombar),
epidural (para grandes intervenções no abdômen e pelve), e de infiltração (suturas de
feridas traumáticas).
Mecanismo de Ação
Atuam bloqueando o potencial de ação das membranas excitáveis.
Principais Exemplos de Drogas
Marcaína - Bupivacaína Xylocaína - Lidocaína Procaína - Fonergin
Efeitos Adversos
A superdose de anestésicos locais e a absorção sistêmica rápida podem provocar: No
SNC: vômitos, náuseas, euforia, tontura, e na pior das hipóteses, coma, convulsão,
parada cardíaca, parada respiratório e óbito. No Sistema Cardiovascular: bradicardia,
hipotensão. No local: dores, edemas, alergias e dermatites.
Todas estas condições podem ser aliviadas com a administração de barbitúricos de

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ação ultra-rápida ou rápida, ou então com a administração de relaxantes músculo


esqueléticos.
Anestésicos Gerais Definição
São fármacos que produzem analgesia, perda da consciência, relaxamento muscular e
redução da atividade reflexa, deprimindo, não seletiva, mas reversivelmente o sistema
nervoso central.
Classificam-se, de acordo com a forma farmacêutica e via de administração em:
- Inalantes
- Venosos.
Mecanismo de Ação
Atuam bloqueando o potencial de ação das membranas excitáveis. Pode-se utilizar a
mesma teoria da despolarização de membranas neuronais excitáveis utilizada para os
anestésicos locais.
Principais Drogas Utilizadas:
Inalantes:
- Halotano – Fluotane/Halothane
- Enflurano – Ethrane
- Éter – Éter anestésico
Venosos
- Tiopental - Thionembutal
- Cetamina – Ketalar
- Geralmente, a título de Adjuntos à Anestesia se utilizam alguns analgésicos
potentes como o Fentanil e a Morfina.
Efeitos Adversos
Anestésicos inalantes podem causar parada circulatória, arritmias, depressão
ventilatória, dano hepático, e por serem carcinogênicos não devem ser administrados
a pacientes grávidas durante o primeiro trimestre de gravidez.

15. CARDIOTÔNICOS/ANTIARRÍTMICO-ANTIANGINOSOS

Cardiotônicos ou Digitálicos
Definição
Os digitálicos são substâncias da mais alta importância dentro da farmacologia
cardiovascular, não somente porque já vêm sendo empregados pelo homem há
milhares de anos, mas principalmente pela capacidade que têm de alterar
profundamente o funcionamento da célula cardíaca.
Os digitálicos são extraídos da planta Digitalis lanata e Digitalis purpúrea, por isso

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recebem este nome, e por serem tônicos para o coração, são também chamados de
Cardiotônicos.
São fármacos capazes de aumentar a força de contratilidade cardíaca nos doentes
com insuficiência cardíaca, não acompanhada de taquicardia ou mesmo de consumo
de oxigênio pelas células cardíacas.
Mecanismo de Ação
Efeito direto sobre a fibra cardíaca, aumentado a contração cardíaca. Agem a nível
molecular como inibidores da enzima ATPase da membrana, desta forma, inibe o
transporte de Na e K para fora da membrana do miocárdio, e também a saída
excessiva de cálcio, equilibrando suas quantidades.
Principais Drogas Utilizadas
Nome genérico Digoxina, Comercial Digoxina, Lanitop, Cedilanide.
Efeitos adversos
Arritmia, mal estar gástrico, anorexia, Monitorizar o vômitos, apatia, pulso. Atenção
aos sinais de Intoxicação digitálica (bradicardia)
Intoxicação Digitálica
Uma vez feito o diagnóstico da intoxicação digitálica, deve-se agir imediatamente.
Entre as medidas a serem seguidas são mais importantes as citadas a seguir:
- Suspensão imediata da administração de digitálicos.
- Aplicação de cloreto de potássio, pois melhora significativamente as arritmias
produzidas pelos digitálicos.
- Correção da Hipercalcemia.
- Uso de bloqueadores beta adrenérgicos, como o propanolol pois diminui as
taquiarritmias. Todavia, devido a sua atividade depressora cardíaca, deve ser
administrada com cuidados.
Antiarrítmicos
Definição: São fármacos que agem especificamente nas arritmias, diferentemente dos
cardiotônicos e digitálicos. As arritmias cardíacas decorrem principalmente de
alterações de dois sistemas de comando dos batimentos cardíacos:
1) a origem rítmica de impulsos e,
2) a condução destes impulsos pelas fibras do miocárdio em intensidade e tempo
apropriado. Trata-se de uma anormalidade na iniciação ou propagação dos estímulos
cardíacos gerados pelo Nodo Sino-atrial.
Mecanismo de Ação: Apresentam diversos mecanismos de acordo com a droga
utilizada:
Drogas do Grupo I
São os medicamentos que atuam alterando a membrana celular bloqueando a

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corrente rápida de entrada de sódio no momento da despolarização. Estabiliza ou


deprime a membrana.
Drogas do Grupo II
São os medicamentos que têm a capacidade de bloquear os receptores adrenérgicos
do tipo Beta, portanto são drogas anti-adrenérgicas, simpatolíticas.
Drogas do Grupo III
São os medicamentos que têm a capacidade de alongar a duração do potencial de
ação com aumento do período refratário efetivo.
Drogas do Grupo IV
São os medicamentos que têm a ação de bloquear a entrada de cálcio e não a de
Sódio na célula cardíaca.
Principais Drogas Utilizadas
Grupo I : Quinidina - Quinidine
Grupo II : Propanolol - Propanolol/Inderal
Grupo III: Amiodarona - Ancoron
Grupo IV: Verapamil - Dilacoron
Antianginosos (Vasodilatadores)
Definição: Os antianginosos são fármacos que agem nas crises anginosas.
Na angina do peito nos vasos coronários o fluxo sanguíneo, o suprimento de oxigênio
para os tecidos são inadequados, gerando isquemia. .
Mecanismo de Ação: Atuam por ação direta, promovendo o relaxamento da
musculatura lisa dos vasos arteriais, sem a interferência de mediadores químicos
(neurotransmissores). Causam a queda da resistência periférica, promovendo o
esvaziamento ventricular e vasodilatação.
A absorção sublingual gera efeito 1 minuto após a sua administração. Apresenta uma
passagem extremamente rápida pelo fígado, por esta razão considera-se a não
participação deste órgão na biotransformação.
A administração via oral promove efeito logo após 20 a 30 minutos.
Principais Drogas Utilizadas
Dinitrato de isossorbida – Isordil
Cinarizina – Stugeron Nifedipina – Adalat Butilsimpatol - Fludilat
Diltiazem – Cardizem/Diltizem/Angiolong/Balcor

16. ANTI-HIPERTENSIVOS
Definição: São medicamentos que agem e regulam a pressão arterial. Todos os
fármacos anti- hipertensivos atuam por inibição de algum dos sistemas do organismo
responsáveis pela manutenção da pressão arterial (normal ou elevada),

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independentemente de sua origem.


Classificação
Como a terapêutica da hipertensão arterial é feita usualmente com a associação de
duas ou mais drogas, cumpre conhecer detalhadamente o mecanismo de ação dos
diversos anti- hipertensivos, para se obterem resultados terapêuticos mais
satisfatórios, associados a um equilíbrio hemodinâmico adequado e um mínimo de
efeitos colaterais.
A classificação dos anti-hipertensivos para fins didáticos é extremamente difícil, pela
complexidade do mecanismo de ação farmacológica, envolvendo várias estruturas e
porque nem sempre o mecanismo principal de ação está bem esclarecido.
Mesmo assim, baseados no estado atual de conhecimento, conseguiu-se chegar a
seguinte classificação de acordo com os seus respectivos mecanismos de ação
farmacológica:
• Redutores de noradrenalina liberada
• Estimulantes ou bloqueadores Alfa-adrenérgicos
• Bloqueadores B-Adrenérgicos
• Bloqueadores ganglionares
• Vasodilatadores diretos (sobre a parede vascular)
• Os que exercem ação no Sistema Renina-Angiotensina
• Diuréticos (será abordado em capítulo próprio)

Mecanismos de Ação: Apenas com o conhecimento dos fatores envolvidos na


regulação da tensão arterial é possível compreender-se o mecanismo de ação dos
diversos produtos anti-hipertensivos.
A hipertensão caracteriza-se com P. Sistólica acima de 160 mmHg e P. Diastólica
acima de 95 mmHg, sendo a pressão fisiológica normal de 120mmHg x 80 mmHg.
A ação de grande maioria destes fármacos atuam através do SNA Simpático, agindo
principalmente no volume plasmático e sódio e quase sempre ao nível da musculatura
lisa vascular.
1. Redutores de Noradrenalina liberada.
Agem como um falso neurotransmissor da noradrenalina (vasoconstritor), não
havendo vasoconstrição, pois há uma diminuição da produção de NOR .
Ex : Aldomet, Hidromet (alfametildopa)
2. Estimulantes ou bloqueadores Alfa adrenérgicos pós-sinápticos.
Age como vasodilatador pois causa diminuição de renina.
Ex: Minipress (prazosin)

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3. Bloqueadores beta adrenérgicos.


Bloqueiam os receptores beta adrenérgicos pré-sinápticos, induzindo um bloqueio na
liberação neuronal de NOR (retrógado positivo). Esquematizar a liberação neuronal da
NOR.
Ex: Inderal, Propanolol (propanolol)
4. Bloqueadores Ganglionares.
É um tratamento abandonado: Bloqueia a transmissão sem modificar os potenciais de
membrana das células ganglionares.
Por liberar histamina deve ser administrado apenas em hospitais e por médicos
experientes.
Ex. Arfonad (trimetafan)
5. Vasodilatadores diretos sobre a parede vascular.
Age na redução da resistência vascular periférica, diretamente na musculatura lisa das
arteríoloas periféricas; Interfere com a mobilização de cálcio na fibra muscular; relaxa
os vãos arteriolares de resistência.
Ex. Apressina (hidralazina), Minoxidil (minoxidil), Nipride (Nitroprussionato de Sódio)
6. Os que exercem ação no Sistema Renina-Angiotensina.
A angiotensina II é um potente vasoconstritor responsável pelo aumento e pela
manutenção da pressão arterial.
Ex. Capoten, Captropila (captropil).

7. Diuréticos
São medicamentos indicados basicamente para aumentar o volume urinário.

Furosemida, Lasix, Hidroclorotiazida/Clorana, Moduretic, Clortalidona, Higroton,


Manitol.

Mecanismos de ação
A compreensão dos mecanismos de ação dos diuréticos foi conseguida através
do melhor conhecimento da fisiologia renal. A utilização racional destas drogas
depende, portanto, de um completo entendimento dos mecanismos normais de
reabsorção de água e sódio que se processam nos rins.

Esquema da fisiologia renal


Glândulas supra - renais ou Adrenais: Cujo córtex produzem aldosterona,

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hormônio que apresenta a propriedade de reter íons Na (sódio) e


conseqüentemente água por promover a reabsorção renal durante a filtração
glomerular.
Unidade funcional do rin é o Néfron/Nefrônio. Composto pelos túbulos
contorcidos proximal, distal e coletor, glomérulo de Malpighi e alça de Henle.
A urina é inicialmente formada no glomérulo (que se localiza no interior da
Cápsula de Bowman) onde é submetida a ultrafiltração, tornando-se isenta de
componentes celulares não filtráveis, como hemácias, leucócitos e proteínas
plasmáticas.
Durante sua passagem pelo lume do nefrônio, este fluído praticamente
aprotéico é submetido a diversas alterações na sua composição; alguns de
seus componentes são reabsorvidos quase que integralmente para o interior
dos vasos sanguíneos renais. Desta forma, os diuréticos podem afetar
principalmente três processos fisiológicos:
Filtração glomerular Reabsorção tubular Excreção tubular
Sabe-se que as diferentes classes de diuréticos atuam especificamente em
determinada região ou específicos sítios dos nefrônios.

Inibidores da Enzima Anidrase Carbônica

A anidrade carbônica é uma enzima presente em quase toda a extensão do


néfron, responsável por catalizar a reação de formação de H+ e HCO3.
Os diuréticos desta classe inibem esta enzima, diminuindo a geração de H+
HCO3, com isso estas drogas retardam a troca de íons Na (há sempre uma
grande tendência da reabsorção de Na) e H+ , através do néfron e inibem a
reabsorção de HCO3, ocasionando a sua eliminação na urina (alcalina) com
quantidade aumentada de NaHCO3.
Saluréticos Moderados
Inibição da reabsorção de sódio nos túbulos proximais. Mecanismo ainda
desconhecido.
Sabe-se também que estes aumentam a excreção de Na e Cl-.
Saluréticos Potentes
Promovem grande aumento da excreção de sódio pela urina, por inibir a

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reabsorção deste ao longo de toda a alça de Henle. Age especificamente na


alça de Henle.

Poupadores de Potássio
A aldosterona secretada pela glândulas adrenais, ao ligar-se aos receptores
específicos presentes nos túbulos distais, promove a formação e liberação de
uma enzima que inicia os mecanismos do sistema de troca dos ínos Sódio e
Potássio.
Existem aqueles que competem com a aldosterona por receptores específicos
localizados nos túbulos distais: Espironolactona, impedindo a formação da
enzima e o sistema de troca iônica.
Existem aqueles que agem por inibição direta da enzima em questão:
Triantereno e Amilorida (Moduretic). Estes apresentam ação mais rápida do
que a Espironolactona.
Em caso de aldosteronismo secundário, os demais diuréticos podem causar a
eliminação elevada de potássio, por esta razão se associa diuréticos, pois os
diuréticos poupadores de potássio, potencializam a capacidade dos demais
diuréticos de eliminar apenas do Na, desta forma poupa-se K.

Osmóticos
Atuam diminuindo a reabsorção de água e sódio nos túbulos distais e coletor.
Solução de manitol 20%

17. AGENTES HEMATOLÓGICOS

Definição/Classificação: São os medicamentos que atuam sobre o sangue.


Segundo o tipo de efeito produzido ou desejado, podem ser classificados em:

- Antianêmicos
- Anticoagulantes: - Antitrombóticos ou Antiplaquetários
- Fibrinolíticos
- Hemostáticos ou Coagulantes

Noções de Hemostasia

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Entende-se por hemostasia o mecanismo completo que bloqueia o


sangramento, previne hemorragias espontâneas e evita e gelificação do
sangue no sistema vascular. Trata-se de um processo biológico com a
participação de uma cascata enzimática que envolve 13 fatores de coagulação.
O conceito atual de hemostasia inclui quatro componentes principais, os quais
devem funcionar harmonicamente para que o sangue circule no interior dos
vasos, que são:
- Vasos
- Plaquetas
- Sistema de coagulação
- Sistema fibrinolítico

Antianêmicos
São fármacos usados no tratamento de anemias carenciais. São tipos de
anemias causados por níveis inadequados de substâncias químicas
específicas no organismo, sobretudo, ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, todas
essenciais para a maturação normal dos eritrócitos e outras células.
Estes fármacos são, portanto, exemplos de terapia de reposição.

Tipos de anemias
- Anemia normocítica (perda de sangue ou defeitos no sangue)
- Anemia hipocrômica microcítica (deficiência de ferro)
- Anemia macrocítica/megaloblástica (deficiência de vit. B12 ou ácido
fólico)
Os agentes antianêmicos exercem ação nestes dois últimos tipos de anemias.
Ex. Sulfato ferroso – Fer-in-Sol - Cianocobalamina - Hidroxocobalamina -
Ácido fólico

Anticoagulantes
São fármacos que prolongam o tempo de coagulação sanguínea. São usados
em diversos distúrbios cardiovasculares, tais como moléstia reumática
cardíaca, infarto do miocárdio, embolismo pulmonar, doença vascular cerebral,
doença vascular periférica e trombose venosa. São também úteis em alguns

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casos especiais da oftalmologia, otorrinolaringologia, obstetrícia e cirurgia


ortopédica.
Agem por geralmente inibir a ação ou a formação de um ou mais dos XIII
fatores da coagulação.
Os efeitos adversos dos anticoagulantes são de ocorrência rara. Contudo, tais
substâncias são absolutamente contra-indicadas em algumas doenças
especiais, tais como a hemofilia, doença ulcerativa do trato gastrintestinal,
doenças hepáticas ou renais graves, feridas ulceradas expostas e hipertensão
intensa.
Uma vez que tais fármacos atravessam a barreira placentária, durante a
gravidez devem ser usados com precaução. Há necessidade de cuidado na
sua administração a mães em período de lactação.
Dividem-se em:

Antitrombóticos ou Antiplaquetários
Fármacos que impedem e previnem a formação de trombos (coágulos
sanguíneos) e inibem a agregação de plaquetas.
Ex. AAS - ácido acetilsalicílico Dipiridamol - Persantin Ticlopidina - Ticlid
Heparina - Liquemine,Trombofob,Trom, Bocide, Venalot Warfarina – Marevan

Fibrinolíticos
Fármacos utilizados para dissolver os trombos já formados até 72 horas de
formação. Ex. Estreptoquinase - Streptase, Kabikinase Alteplase

Hemostáticos ou Coagulantes
São fármacos utilizados em doenças hemorrágicas para estancar sangrias
anormais (através da coagulação do sangue) restabelecendo a hemostasia. Ex.
Kanakion – Vitamina K Fitomenadiona – Vitamina K Aprotinina - Tissucol
Complexo protrombínico humano Cabazocromo – Adrenoxil
Ácido aminocapróico - Ipsilon

18. DROGAS ANTICONVULSIVANTES ESPECÍFICAS


Definição: São fármacos que deprimem seletivamente o SNC e desta forma

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aumentam ou mantém o limiar da crise convulsiva. Sua principal aplicação está


na supressão de crises, acessos ou ataques epilépticos sem causar dano ao
SNC nem depressão da respiração.
A epilepsia vem do grego e significa ataque, e é conceituada como sendo uma
disritmia cerebral paroxística e recorrente, que se caracteriza por uma
descarga eletroencefalográfica (EEG) anormal e excessiva, ao lado do
comprometimento ou perda da consciência. Ela pode ou não estar associada a
movimentos corporais.

Classificação e Principais Drogas Utilizadas


Os anticonvulsivantes são encontrados em várias classes químicas (brometos,
barbitúricos, hidantoínas, oxazolidinodionas, succinimidas, acilureídas,
benzodiazepínicos) mas os sete seguintes são os essenciais:

- Fenobarbital - Gardenal
- Fenitoína - Hidantal
- Carbamazepina - Tegretol
- Etosuximida - Zarontin
- Valproato sódico - Depakene
- Diazepan e Clonazepan (para status epilepticus)(Diempax)(Rivotril)

Mecanismos de Ação Possíveis

- Estabilização da Membrana
Diversos anticonvulsivantes, como a Fenitoína e a Carbamazepina, atuam
exercendo ação depressora ou estabilizante geral membranas celulares
neuronais excitáveis. De acordo com esta teoria, a estabilização das
membranas seria responsável pelo efeito anticonvulsivante destas drogas.

- Elevação do Limiar das Crises


Já no caso dos barbitúricos, o fenobarbital ainda é o mais utilizado. O seu
mecanismo básico de ação ainda está bastante obscuro. Entretanto, sabe-se
que exerce um efeito muito acentuado sobre a atividade neuronal repetitiva em

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numerosas vias do SNC. Apresenta pouca ação sobre a descarga provocada


pelo estímulo inicial, mas as respostas às descargas subseqüentes são
fortemente deprimidas. Eleva o limiar das crises induzidas pela estimulação
elétrica.

19. HORMÔNIOS DO PÂNCREAS

O pâncreas é uma glândula anexa do Sistema Digestório responsável pela


produção de três hormônios distintos e importantes:
- Insulina
- Glucagon
- Somatostatina

Insulina
É um hormônio secretado pelas células beta das Ilhotas de Langherans do
pâncreas.
A insulina é classificada como um hormônio hipoglicemiante utilizada em vários
tipos do Diabetis. O tratamento do Diabetis pode ser dar através de:
- Dieta específica
- Terapia com insulinas
- Agentes Hipoglicemiantes Orais

Tipos e Classificação de acordo com a duração da atividade hipoglicemiante:

Insulina de Ação Rápida


Também conhecida como Regular, Simples ou Cristalina, apresenta-se na
forma de solução aquosa, incolor e transparente como a água.
Indicada principalmente durante as emergências (complicações como o coma).

Vias de administração:
SC, IM e IV (circunstâncias especiais - Soro).
Apresenta efeito 30 minutos após a sua administração, atinge o pico de
concentração entre 2 – 4 horas e se esgota entre 6 – 8hs.
Apresentações Comerciais: U20, U40, U80, U100, U500 (USA)

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Insulina NPH
O N é de pH Neutro, P de protamina e H de Hagedorn. Apresenta aspecto
turvo causado pelo zinco e pela proteína que existe em seu conteúdo.

Vias de administração:
Somente Subcutânea.
Apresenta efeito de 1-2 horas após a sua administração, atinge o máximo de
concentração entre 8 – 12 hs. Esgota-se entre 24 – 28 hs.
Apresentações Comerciais: U40, U80.

Insulina Monocompetente
É um tipo de insulina extremamente purificada, não tendo atividade antigênica,
isto é, não forma anticorpos, responsáveis por certas reações das insulinas
comuns. É muito utilizada em jovens. Existem com dois nomes: Actrapid =
Simples, Monotard = NPH e são obtidas do pâncreas do boi e do porco (a
insulina que mais se assemelha a insulina humana).

Glucagon
Apresenta atividade inversa a da insulina, e é utilizada clinicamente para
eliminar a hipoglicemia provocada por superdose de insulina.

20. HORMÔNIOS CORTICÓIDES/CORTICOSTERÓIDES

Definição
São substâncias sintetizadas a partir do colesterol pelo córtex da glândula
adrenal ou suprarrenal, cuja atividade é controlada pelo hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH) liberado pela hipófise, exemplos:
Hidrocortisona - Flebocortid, Meticorten
Prednisolona - Deltacortril
Metilprednisolona - Depo-medrol, Solu-medrol Dexametasona - Betnovate,
Celestone, Diprospan

Os corticóides são usados tanto na terapia de substituição quanto no

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tratamento de muitas condições clínicas, principalmente doenças do colágeno,


condições inflamatórias, estados alérgicos e outros distúrbios. Por exemplo, os
glicocorticóides são eficazes em febre reumática aguda, lupo eritematoso
sistêmico, rinite, reações a drogas, soros e transfusões, dermatoses prurientes,
certas doenças oculares, edema cerebral, doenças neoplásicas e outras.

21. HIPOGLICEMIANTES ORAIS

Definição
São fármacos utilizados para corrigir os níveis de glicemia sérica, diminuindo-a.
Geralmente são indicados para pacientes com o diabetis inicial, cujo início se
dê após os 40 anos de idade.

Ex. Metiformina, glibenclamida.

22. VITAMINAS

Definição
As vitaminas são compostos orgânicos (carbono) relativamente simples,
entretanto, o organismo humano não é capaz de sintetiza-las, devendo ser
fornecidas em quantidades adequadas na dieta.

Classificação
- Vitaminas lipossolúveis - A D E K
- Vitaminas hidrossolúveis - Todas do complexo B + vitamina C.

23. ANTIBIÓTICOS ANTINEOPLÁSICOS – QUIMIOTERAPIA

Definição para Quimioterápicos


São substâncias químicas que exercem ação seletiva sobre os parasitos. São
usados no tratamento ou controle de moléticas causadas por organismos ou
células invasoras patogênicas. Segundo o tipo de parasitos ou invasores sobre
os quais atuam podem ser:
• Antihelmínticos

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• Antiprotozoários
• Antifúngicos
• Antibacterianos (antibióticos)
• Antivirais
• Antineoplásicos (quimioterapia)

Definição para Quimioterápicos Antineoplásicos


São quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer. O objetivo do seu
emprego é a destruição seletiva das células tumorais.Visam inibir ou prevenir o
desenvolvimento de neoplasias (crescimento desordenado de células).
- Ciclofosfamida - Enduxan - Metotrexato – Methotrexate – Cisplatina
- Doxorrubicina – Adriblastina - Vimblastina - Velban

24. DROGAS ADRENÉRGICAS/SIMPATOMIMÉTICAS

Definição
São fármacos que produzem efeitos similares às respostas do estímulo de
nervos adrenérgicos quando estimulados pela Noradrenalina endógena.
Acreditava-se que a droga que produzia tal efeito fosse a adrenalina, por esta
razão este tipo de transmissão recebeu o nome de Transmissão adrenérgica,
entretanto, sabe-se hoje que o responsável é o neurotransmissor
Noradrenalina (norepinefrina, epinefrina ou levarterenol).
Outros de menor importância são a dopamina e a efedrina. São chamados de
catecolaminas por apresentarem uma estrutura química com núcleo catecólico.

Classificação
• Vasopressores
Dopamina – Revivan Efedrina ou etilefrina – Efortil - Fenilefrina ou isoprenalina
ou noradrenalina - Norepinefrina

• Broncodilatadores
Atuam nos receptores beta adrenérgicos, relaxando as contrações da
musculatura lisa. Efedrina ou epinefrina – Adrenalina - Isoprenalina Salbutamol

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– Aerolin Terbutalina – Bricanyl - Fenoterol – Berotec (muito usado com o


broncodilatador Atrovent)

Descongestionantes Nasais
Atuam nos receptores alfa adrenérgicos, promovendo vasoconstrição das
arteríolas da mucosa nasal.

Efedrina - Epinefrina – Adrenalina Fenilefrina – Coldrin - Fenilpropanolamina –


Naldecon (retirado do mercado) Nafazolina – Privina - Oximetazolina – Afrin
Fenoxazolina - Aturgyl

Midriáticos – Midríase (vasodilatação da pupila) por contração do músculo


dilatador da íris, através da ação nos receptores alfa adrenérgicos.

Epinefrina - Adrenalina Fenilefrina – Colírio Anestésico Hidroxianfetamina.

Anorexígenos Anfepramona Anfetamina Femproporex Fenfluramina

25. DROGAS COLINÉRGICAS/PARASSIMPATOMIMÉTICAS

Definição
São fármacos que produzem direta ou indiretamente os efeitos similares aos
causados pela Acetilcolina endógena. Aqueles de ação indireta são chamados
de Anticolinesterásicos.
Os fármacos colinérgicos de ação direta com interesse terapêutico são:
Acetilcolina - Carbacol – Miostat - Metacolina – Frixodon, Polmagex Pilocarpina
– Isopto Carpine, Pilocarpina. Droga de escolha no tratamento de glaucoma de
ângulo aberto. Muscarina
Já os fármacos colinérgicos de ação indireta (Anticolinesterásicos) são:
Neostigmina - Prostigmine Piridostigmina - Mestinon Demecário - Frumtosnil
Fisiostigmina - Leodine Ecotiopato - Fosfolina
São assim denominados por agirem inibindo a enzima acetilcolinesterase, que
atua inibindo (degradando) a acetilcolina liberada, aumentando a quantidade
deste neurotransmissor nos sítios (receptores).

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26. DROGAS ANTI-ADRENÉRGICAS/ BLOQUEADORES/


ADRENÉRGICOS/SIMPATOLÍTICOS

Definição
São fármacos que inibem as respostas e os efeitos produzidos pelas drogas
adrenérgicas.

Classificação
Bloqueadores Alfa Adrenérgicos: Ergotamina – Gynergene - Diidroergotamina –
Iskemil - Ergometrina – Ergotrate - Metilergometrina - Methergin

Bloqueadores Beta Adrenérgicos: - Isoprenalina - Sotalol – Sotacor - Metoprolol


– Seloken - Atenolol – Atenol - Propanolol – Inderal – Propanolol - Nadolol -
Corgard

27. DROGAS ANTI-COLINÉRGICAS/BLOQUEADORES


COLINÉRGICOS/PARASSIMPATOLÍTICAS

Definição
São fármacos que bloqueiam a atividade resultante da ação da acetilcolina.
Podem ser antimuscarínicos (bloqueiam receptores muscarínicos),
ganglioplégicos, quando inibem e atuam nas sinápses ganglionares
(nicotínicos) e bloqueadores na junção neuromuscular.

Antimuscarínicos principais
- Atropina - Atropina
- Escopolamina - Buscopan
- Homatropina - Novatropina
- Tropicamida - Mydriacyl

Agentes Ganglioplégicos principais


- Mecamilamina - Mecamina
- Cansilato de trimetafano - Arfonad

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Agentes Bloqueadores Neuromusculares


- Cloreto de Suxametônio - Quelicin
- Cloreto de Succinilcolina - Taquicurin
- Cloreto de tubocurarina - D-Tubocurarina
- Brometo de pancurônio – Pavulo

28. ANTIBIÓTICOS

Definição
São fármacos formados de substâncias químicas muito diferentes entre si,
produzidas originalmente por certas espécies de cogumelos ou bactérias,
possuindo como característica comum o fato de exercerem atividade
bacteriostática ou bactericida sobre os germes susceptíveis (sensíveis a
determinado fármaco).

O descobrimento do primeiro antibiótico deu-se em 1928 com a história de


Fleming, da colônia de Estafilococos lisada pela contaminação acidental pelo
cogumelo Penicillium Notatum.

Classificação

Por microrganismo
- Antibacterianos
- Antifúngicos
- Antivirais
- Antinparasitários
- Antiprotozoários

Por origem
- Antibióticos (produzidos por fungos naturalmente)
- Quimioterápicos (sintéticos)

Pelo efeito exercido sobre os microrganismos


- Bactericida, bacteriostático

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- Fungicida, fungistático
- Viricida, virustático

De acordo com o espectro de atividade


- Antibióticos de amplo espectro
Canamicina, gentamicina, neomicina, algumas cefalosporinas, cloranfenicol e
algumas penicilinas (ampicilina, cabenicilina) e as tetraciclinas.

- Atividade contra Gram-positivas


Ácido fusídico, bacitracina, algumas cefalosporinas(cefalotina), eritromicina,
lincomicina, e a maioria das penicilinas (benzilpenicilina, oxacilina), tirotricina e
vancomicina.

- Atividade contra Gram-negativas


Polimixina B, sulfomixina, biciclomicina.

- Atividade contra Micobactérias


Ciclosserina, estreptomicina, rifampicina.

- Atividade contra Fungos


Griseofulvina, anfotericina B, nistatina, tricomicina.

- Antiamebianos
Fumagilina, paromomicina, puromicina.

- Antibióticos antineoplásicos
Estudado em quimioterapia.

Mecanismo de Ação

Os antibióticos podem atuar de quatro maneiras distintas:


1. Prejudicando a formação da parede celular
2. Desorganizando a membrana celular

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3. Impedindo a divisão dos cromossomos


4. Bloqueando a síntese das proteínas

Racionalização de drogas
O uso racional de qualquer droga é fator importante em todos os casos e
essencial no que tange os antibióticos, pois podem desenvolver resistências.

Para explicar como se dá a resistência bacteriana:


t ½ - Meia - vida biológica. Parâmetro farmacocinético. É o tempo necessário
para que a concentração de um de terminado fármaco se reduza a metade.

Vd - Volume de distribuição. Parâmetro farmacocinético.


Identifica qual a afinidade do fármaco com as proteínas plasmáticas e também
sua afinidade aos receptores específicos.

PENICILINAS

Encontrada em diferentes tipos, a penicilina apresenta-se, em geral, como um


sólido cristalino branco, ou branco amarelado inodoro.
Os vários tipos isolados foram designados pelas letras F, G, K, O e V, sendo as
penicilinas G e V as mais utilizadas.

Mecanismo
Dependendo da concentração podem ser bactericida ou bacteriostática.

Indicações
Infecções graves produzidas por gram-positivos; pré operatório em pacientes
portadores de alterações valvulares cardíacas; pacientes submetidos a
tratamento por corticóide.

Vias de Administração: Oral, IV, IM. Outras vias possíveis são: retal,
inalações, intratecal (intra- raquidiana).

Principais penicilinas comercializadas

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Benzilpenicilia (penicilina G) Despacilina


Penicilina G Potássica Pentid
Ampicilina Ampicil
Ampicilin Binotal Policilin
Carbenicilina Carbenicilina Pyopen
Cloxacilina Bactopen Cloxacilina
Oxacilina Staficilin N
Fenoximetilpenicilina
Pen-Ve-Oral
(penicilina V)
Amoxicilina Amoxil
Amoxilin Benzoral Hiconcil Novocilin

TETRACICLINAS

As tetraciclinas apresentam-se sob a forma de sólido cristalino, de cor amarela


inodoro.
Mecanismo: São bacteriostáticas de amplo espectro, abrangendo bactérias
Gram-positivas e Gram- negativas.
Vias de administração: Via oral é a mais utilizada, IV, IM e aplicações tópicas.
Principais tetraciclinas comercializadas
Tetraciclina Acromicina Tetraciclina Tetrex
Oxitetraciclina Terramicina
Doxicilina Vibramicina

29. DROGAS QUE ATUAM NO APARELHO RESPIRATÓRIO

Definição e Classificação
O sistema energético dos animais é essencialmente aeróbico, isto é,
dependente de oxigênio, e se desenvolve em cadeia regenerativa para a
liberação progressiva de energia acumulada.
O aparelho respiratório é responsável pelas trocas gasosas entre o organismo
e o meio ambiente. É o sistema nervoso central que coordena a ação dos

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músculos respiratórios que executam o trabalho necessário para a ventilação


pulmonar vencendo as resistências aerodinâmicas oferecidas pelas vias
aéreas.
São fármacos que atuam sobre a tosse de maneira geral, e podem ser
classificados em:
- Antitussígenos
- Expectorantes/Mucolíticos
- Broncodilatadores (como os corticóides)

Antitussígenos
São os fármacos utilizados como calmantes da tosse improdutiva, quando não
há presença de secreções nas vias aéreas.
A tosse é um reflexo de defesa do aparelho respiratório e visa à eliminação de
substâncias estranhas que se apresentem nas vias aéreas.Caracteriza-se por
uma expiração explosiva, desencadeada pela abertura da glote após uma fase
em que há grande aumento da pressão das vias aéreas. Algumas vezes, o ato
da tosse não é produtivo, não se acompanhando de aumento da secreção e
torna-se extenuante, incomodando muito ao paciente, como resultado de
irritação da mucosa, apresentando fundo nervoso.
A depressão do reflexo da tosse geralmente é conseguido com os derivados da
morfina: codeína e afins.

Expectorantes/Mucolíticos
São os fármacos destinados a fluidificar as secreções brônquicas, muco, por
isso mucolíticos.

Expectorantes/Mucolíticos
- N-acetilcisteína - Fluimucil
- Iodeto de Potássio - Iodeto de Potássio
- Guaiacol -
- Cloreto de amônio – EACA Balsâmico
- Ipeca – Fenergan Expectorante

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Broncodilatadores
São normalmente utilizados para alívio das crises de dispnéias agudas ou
prevenção destas. Muito usados em portadores de asma.
Fenoterol (Berotec) Salbutamol, Aerolin, Terbutalina (Bricanyl) Teofilina
Efeitos cardiológicos: palpitação, Taquicardia e tremores nas mãos. Fadiga e
sudorese. Quando administrados concomitantemente a outros medicamentos,
evite associação. Administre-os em horários diferentes.Quando EV, dilua em
SF 0,9% e administre lentamente.

30. DROGAS QUE ATUAM NO APARELHO DIGESTIVO

Definição e Classificação
São os fármacos destinados a:
- Alterar, em quantidade ou qualidade, as secreções digestivas
- Interferir na motilidade das estruturas do TGI.

Principais drogas utilizadas

Antiácidos/Antiulcerosos
São medicamentos que neutralizam o ácido clorídrico gástrico. São utilizados
no alívio sintomático de gastrite crônica e úlcera péptica.
Hidróxido de alumínio (Aldrox), Hidróxido de magnésio, Cimetidina (Tagamet),
Ranitidina (Antak).

Antiemético
São medicamentos eficazes contra o vômito.
Metoclopramida (Plasil), Dimenidrinato (Dramin), Clorpromazina.

Efeitos colaterais
Metoclopramida (Plasil): Sonolência, sedação, ressecamento. Atenção as
incompatibilidades

Dimenidrato Dramin: boca, inquietação, cefaléia, tontura e erupções cutâneas.


Atenção quando o medicamento for administrado

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concomitantemente a outros. Quando EV administre-os lentamente.

Laxantes ou Catárticos
São medicamentos que auxiliam o trânsito do conteúdo intestinal, facilitando a
evacuação.
Bisacodil (VO e supositórios) - Ducolax, Picossulfato de sódio, óleo de rícino
(forte, portanto, purgativo, Laxol), supositório de glicerina, fenolftaleína + óleo
mineral (Agarol).

Antidiarréicos/Constipantes
São medicamentos que eliminam a diarréia. Elixir palegórico, Difenoxilato,
Ioperamida.

Antifiséticos/Antigases
São medicamentos usados para impedir o acúmulo de gases no interior do
TGI. Dimeticona (Luftal).

Antiespasmódicos
São medicamentos que tem a capacidade de diminuir o tônus e o peristaltismo
intestinal. Ocorre um retardo no esvaziamento gástrico em tratamento de úlcera
péptica duodenal. Atropina (Atroveran), Hioscina (Buscopan),
Hioscina+dipirona (Buscopan Composto).

Efeitos: Secura na boca, taquicardia, retenção urinária. O Buscopan


Composto devido a presença da dipirona poderá desenvolver reação de
hipersensibilidade.
Quando EV observe atentamente a apresentação própria (Buscopan
Composto) e faça- o lentamente. O Buscopan IM não deve ser aplicado no
deltóide.

31. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ENTRE OS FÁRMACOS

Definição
A administração sucessiva ou simultânea de duas ou mais drogas com o

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objetivo de potencializar efeitos, constitui uma abordagem terapêutica bastante


comum na prática clínica. Tal condição requer especial atenção, visto que os
medicamentos tanto podem interagir e desencadear efeitos úteis e benéficos,
como indesejáveis e imprevisíveis.
A importância de uma interação deve ser analisada caso a caso levando-se em
consideração sua conseqüência clínica, isto é, a relação risco-benefício para o
paciente. Em algumas patologias a interação medicamentosa é necessária
para que o efeito terapêutico seja maximizado. É o caso, por exemplo, da
hipertensão, câncer e certas infecções .
Para que as associações medicamentosas possam ser feitas com maior
segurança, é necessário que se tenha conhecimento dos princípios
farmacológicos das drogas envolvidas. Portanto, é importante saber que a
administração conjunta de dois ou mais fármacos podem resultar em efeito
favorável, mas em alguns casos em terapia ineficaz, ou mesmo em reações
adversas com diferentes graus de gravidade.

Classificação das Interações Medicamentosas Farmacêuticas


Também conhecidas como físico-químicas, são aquelas que ocorrem no
frasco-ampola, no frasco de soro, na seringa, portanto, fora do paciente.
Geralmente são reações de precipitação, alteração de coloração, turvação e
outras.

Terapêuticas: São aquelas que ocorrem dentro do organismo, após a


administração do medicamento.

Farmacocinéticas: São aquelas interações que acontecem antes que as


drogas atinjam o sítio de ação (receptores específicos no órgão alvo), em uma
das seguintes etapas: absorção, distribuição, metabolismo ou
biotransformação, e excreção.

32. CÁLCULOS EM FARMACOLOGIA

Para preparar e administrar medicamentos, é preciso lembrar no mínimo dos


11 saberes:

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1. Saber quem é o cliente;


2. Saber quais são suas condições clínicas;
3. Saber seu diagnóstico;
4. Saber qual é o medicamento;
5. Saber as vias;
6. Saber as doses;
7. Saber calcular;
8. Saber as incompatibilidades;
9. Saber sobre interações medicamentosas, ambientais, pessoais e alimentares;
10. Saber sentir para identificar sinais e sintomas de ordem subjetiva;
11. Saber cuidar.

Cabe destacar que, a dose adequada é uma das partes mais delicadas da
administração de medicamentos e envolve responsabilidade, perícia e competência
técnico-científica. Logo, é necessário que a enfermagem entenda alguns conceitos:
Dose: quantidade de medicamento introduzido no organismo a fim de produzir
efeito terapêutico.
Dose máxima: maior quantidade de medicamento capaz de produzir ação
terapêutica sem ser acompanhada de sintomas tóxicos.
Dose tóxica: quantidade que ultrapassa a dose máxima e pode causar
consequências graves; a morte é evitada se a pessoa for socorrida a tempo.
Dose letal: quantidade de medicamento que causa morte
Dose de manutenção: quantidade que mantém o nível de concentração do
medicamento no sangue. Conceitos básicos em soluções e apresentações de
medicamentos
SOLVENTE: É a parte líquida da solução, onde o elemento principal está
“dissolvido” normalmente è água destilada.
SOLUTO: É a porção sólida da solução, ou seja se evaporar todo líquido o que
sobra no frasco é o soluto se fosse um SF (Soro Fisiológico) sobraria pó de Cloreto de
Sódio.
CONCENTRAÇÃO: É a relação entra quantidade de soluto e solvente.
Segundo sua concentração solução pode ser classificada em:
ISOTÔNICA: É uma solução com concentração igual ou mais próxima possível
à concentração do sangue.
HIPERTÔNICA: É uma solução com concentração maior que a concentração

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do sangue.
HIPOTÔNICA: É uma solução com concentração menor que à do sangue.
PROPORÇÃO: É uma fórmula que expressa a concentração da solução e
consiste na relação entre soluto e o solvente expresso em partes. Exemplo: 1:40
indica que temos 1g de soluto para 40 ml de solvente.
PORCENTAGEM: É outra forma de expressar concentração. O termo por
cento (%) significa centésimo. Um porcentual é uma fração cujo numerador é expresso
e o denominador que não aparece é sempre 100. Ou seja, o numero que vem antes
do % indica quantas partes de soluto existe em 100 partes da solução. Exemplo: 5%
indica que temos 5g de soluto em 100 ml de solvente, se temos um soro glicosado a
5% então temos 5 gramas de glicose em cada 100 ml desse soro.
REGRA DE TRÊS: Relação entre grandezas proporcionais em que são
conhecidos três termos e quer se determinar o quarto termo. É o calculo mais usado
para transformação de soro e diluição de medicamento. Por exemplo, uma ampola de
medicamento Stone com 10ml a 50% está prescrito 1 grama de Stone IV. Sabemos
pela ampola que indica que a cada 100ml de solução tem 50 gramas de soluto, então
precisamos saber em quantos ml teremos a 1gr desejada.

100ml ------> 50gr


Xml ------> 01gr
Para saber o X fazemos uma conta cruzada e invertida, cruzada pois pegamos
o que sabemos de baixo e multiplicamos pelo lado oposto do de cima e invertida
porque depois dividimos esse resultado pelo numero que sobrou em cima, não é
complicado , no nosso exemplo: Multiplicamos a 1grama pelos 100ml, temos então
100, dividimos pelo numero que sobrou que é o 50gr, nosso resultado é 2, então o X é
igual a 2, então ainda em 2ml teremos a 1gr que precisamos administrar.

33. CÁLCULO DE MEDICAÇÃO PARA CADA VIA

Administração via oral


A administração de medicamentos por via oral é segura e não requer técnica estéril na
sua preparação, dessa via os medicamentos podem ser na apresentação de
comprimidos, drágeas, cápsulas ou líquidos; são absorvidos principalmente no
estômago e intestino.
Atenção:
✓ Lembrar que antes e após qualquer procedimento, devemos lavar as mãos

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e utilizar luva de procedimento para adminitração.


✓ Se a PM for realizada em gotas, você deverá transformar gotas em ml.
✓ Já sabendo que 1ml = 20 gotas.
✓ Devemos agora realizar a regra de três.

Exemplo: PM Novalgina gotas, 1,0 grama, VO. Disponível Novalgina gotas


500mg/ml, quantos ml ou gotas devem ser administradas?

Agora vamos transformar ml em gotas:

Resposta: Devo administrar 40 gotas ou 2 ml de Novalgina VO

Se o medicamento for em comprimido, podemos realizar a divisão do comprimido (se


ele tiver o sulco de divisão), ou cortá-lo em um corta-comprimidos, ou ainda, podemos
diluir em água filtrada; se diluir, realize o cálculo:
Exemplo: PM Capoten 12,5mg VO. Disponível Capoten 50mg/comprimido.

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X = 0,25cp ou ¼ do cp, para termos precisão na administração, é preciso cortar o


comprimido em cortador próprio ou diluir em água filtrada, conforme segue:

Resposta: Devo administrar 1ml da solução preparada.

Administração por Sonda gástrica ou enteral


Use o mesmo critério da medicação VO, diluindo o comprimido ou gotas e líquidos que
devem ser aspirados e administrados em seringa de 10ml e 20ml; após administração
do medicamento, a sonda deve ser lavada com água filtrada em seringa de 10ml e
20ml em bolus, evitando sua obstrução.

Administração de medicação por via sublingual (SL)


Os medicamentos seguem o mesmo procedimento empregado para aqueles de via
oral, exceto que a medicação deve ser colocada bos a língua; o cliente deve
permanecer com o medicamento sob a língua até a sua absorção total.
O cálculo para medicações SL pode ser realizado pela regra de três simples; veja a
seguir:
Exemplo: PM de Capoten 25mg SL agora. Disponível Capoten 50mg em 1 cp, quanto
administrar?
Disponível X cp ou volume para diluir
PM X questão

Resposta: Administrar 0,5cp no espaço sublingual = 25mg de Capoten.


Administração Injetável
Os medicamentos administrados por via injetável têm a vantagem de fornecer uma via

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mais rápida; quando a via oral é contraindicada, favorecendo assim, a absorção mais
rápida.

Vias SC e ID
O cálculo para medicações ID e SC pode ser realizado pela regra de três simples; veja
a seguir:

Exemplo: PM de Heparina 2.500UI SC de 12/12 horas. Disponível Heparina


5.00UI/ml, quanto administrar?
Resposta: Aspirar 0,5 ml que equivale a 2500UI de Heparina.

Cálculo para Insulinas


Para realizarmos o cálculo de Insulina, utilizamos também a regra de três,
considerando que a seringa de 100UI é igual a 1ml e que os frascos de Insulina
apresentam-se também em 100UI. Quando não dispusermos de seringa de 100UI,
deve-se trabalhar com seringa de 3ml (ideal), considerando que 1ml = 100UI; veja a
seguir:

Exemplo: PM Insulina Simples 25UI SC. Disponível Frasco de Insulina Simples 100UI
e seringa de 3ml, quanto aspirar para administrar 25UI de Insulina Simples?

Resposta: Aspirar 0,25ml = 25UI de Insulina Simples na seringa de 3ml.

PM Insulina NPH 35UI SC. Disponível Frasco de Insulina NPH 100UI e seringa de
100UI, quanto devo aspirar?

Atenção: quando temos seringa de 100UI e frascos de 100UI, não é necessária a


realização do cálculo, aspire a PM.
Resposta: Aspirar 35UI de Insulina NPH em seringa de 100UI.

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Cálculo para administração IM

O cálculo para medicações IM é realizado pela regra de três simples; veja a seguir:
Exemplo: PM de Garamicina 30mg IM de 12/12 horas. Disponível Garamicina
120mg/2ml, quanto administrar?

Resposta: Devo administrar 0,5ml = 30mg de Garamicina IM.

Cálculo para Administração EV


O cálculo para medicações EV é realizado pela regra de três simples, veja:
Exemplo:
PM de Vancomicina 300mg EV de 6/6h. Disponível Vancomicina 500mg, em quanto
você deve diluir e quanto deve administrar?

DILUIR EM 10ML OU 20ML

Resposta: Deve ser realizada diluição com 10ml de AD, devendo ser aspirado após a
diluição 6ml = 300mg de Vancomicina.

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PM de Keflin 600mg EV de 6/6h. Disponível Keflin 1,0 grama, em quanto você deve
diluir e quanto administrar?

1° Passo: 1,0g = 1000mg


2° Passo: Resposta: Devo diluir em 20ml de AD e aspirar após a diluição 12ml =
600mg de Keflin.

Acidentes podem acontecer durante e após aplicações dos medicamentos


Extravasamento: ocorre uma infiltração da medicação ou solução que está sendo
injetada, causando a formação de edema e dor local. A infusão deve ser interrompida
e o cateter retirado.
Obstrução: ocorre quando a infusão é interrompida por algum motivo e o dispositivo
fica sem fluxo ou fechado durante muito tempo, impedindo a infusão da solução,
indica-se a Prescrição de Enfermagem da injeção de solução salina ou AD (10ml em
seringa de 10ml) em bolus, garantindo a permeabilidade do cateter, conforme
protocolo da instituição.

Flebite: ocorre uma inflamação na veia, após a punção venosa e/ou administração da
medicação, apresenta dor local, edema, calor, hiperemia. A infusão deve ser
interrompida e o catater sacado.

34. CÁLCULO DE CONCENTRAÇÕES DE MEDICAMENTOS

Na realização do preparo de medicamentos, temos em determinados momentos a


necessidade de infundirmos ou diluirmos o medicamento em uma solução; as
soluções são compostas pela associação de um soluto a um solvente. Quando
precisamos saber qual a concentração de uma solução ou prepararmos uma solução,
devemos realizar o cálculo de sua concentração por meio de percentagem com regra
de três simples como segue abaixo:
Exemplo:
Quanto(s) grama(s0 de cloreto de sódio há em ampola de 10ml a 20%?

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Resposta: X = 2g de cloreto de sódio que temos na ampola de 10ml a 20%.

Temos uma Solução Fisiológica a 0,9% 125ml para diluirmos um determinado


antibiótico, qual a concentração de sódio dessa solução?

Resposta: 1,125g de sódio temos no SF 0,9% de 125ml.

35. GOTEJAMENTO E SOLUÇÕES


O cálculo de gotejamento deve ser realizado para controle dessa infusão contínua,
que no geral é prescrita em horários que determinarão seu tempo de infusão e
quantas gotas deverão ser infundidas por minuto. Esse gotejamento pode ser me gota
ou em microgota.
As medidas importantes para esse cálculo são descritas juntamente com as fórmulas
aplicadas para a realização do cálculo de gotejamento.

Medidas e Equivalências
1 gota = 3 microgotas 1ml = 20 gotas

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Fórmula de gota e microgota para infusão em horas

Exemplo:

PM SF0,9% 100ml em 12/12h, quantas gotas por minuto?

Resposta: deverão ser infundidas 28 gotas por minuto.

PM SF0,9% de 500ml de 4/4h, quantas microgotas por minuto?

Resposta: Deverão ser infundidas 125 micrgts/min.

Fórmula de gota e microgota para infusão em minutos


Existem situações em que as soluções fisiológicas ou glicosadas podem ser utilizadas
como diluente ou veículo de transporte de alguns medicamentos, os quais devem ser

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diluídos em volume maior e infundidos gota a gota. O tempo de infusão deve ser em
minutos, sendo determinado pelo médico na prescrição da droga.

Exemplo:
PM Flagyl 500mg EV em 100ml para infundir em 50 minutos, quantas gotas e
microgotas por minuto?

36. Cálculo de permaganato de potássio (KMnO)

A solução de permaganato de potássio é um sal de manganês, de coloração roxo-


escuro, inodoro, solúvel em água fria ou em ebulição. Deve ser acondicionado em
frascos escuros e bem fechados para evitar sua oxidação. Tem ação antisséptica e
antipruriginosa.
Sua diluição deve ser realizada conforme prescrição médica podendo ser:

1:10.000 isto é, 1g de KMnO4 para 10.000ml de água


1:40.000 isto é, 1g de KMnO4 ára 40.000ml de água.

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Atenção: O KMnO é corrosivo quando usado de forma inadequada e associado a


glicerina se torna inflamável.
PM – 1000 ml de solução de KMnO4 a 1:40.000ml com comprimidos de 100mg.

Sabemos que se a solução é a 1:40.000, temos 1g (1000mg) de KMnO4 em 40.000ml


(40 litros) de água.

1° Passo – Calcular quantos MG de permaganato de potássio existem em 1000ml de


solução pretendida:

2° Passo – Calcular quanto do comprimido corresponde a 25mg: 0,25 ou ¼ do comprimido.


3° Passo – Com a dificuldade de cortar o comprimido em quatro partes iguais,
devemos preparar a solução na dosagem correta, diluindo o comprimido em 4ml de
AD

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Resposta = 1ml da solução que é =25mg de KMnO. Para preparar a solução de


KMnO4, 1:40.000, colocaremos 1ml da diluição do comprimido em 100ml ou 1litro de
água, obtendo assim a solução de KMnO4 a 1:40.000.

Rediluição de medicamento
A rediluição é utilizada no preparo de medicamentos em Neonatologia e Pediatria por
apresentarem prescrições médicas com doses que são calculadas por meio do peso
ou superfície corporal da criança.
A rediluição possibilita ao profissional de enfermagem segurança para aspiração da
dose correta. Rediluir consiste em diluir o medicamento dentro do padrão de costume,
avaliar quanto contém em cada ml, aspirar 1ml e rediluir em 9ml de AD, quantas vezes
forem necessárias para que possamos aspirar a dose prescrita com exatidão.

Exemplo:
Temos criança de 3 meses com 4kg internada em unidade pediátrica com quadro de
infecção respiratória. A PM é de Penicilina Cristalina 30.000UI. Disponível frasco de
Penicilina Cristalina de 5.000.000.
1° Passo: Diluir frasco de 5.000.000 e descobrir quantos milhões teremos em
cada ml.

2° Passo: Aspirar 1ml desta solução e rediluir em 9ml de AD.

Resposta: Tenho em 1ml 50.000UI de Penicilina Cristalina.

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3° Passo: Aspirar 1ml desta solução e rediluir em 9ml de AD.

Resposta: Tenho em 1ml 5.000UI de Penicilina Cristalina.


4° Passo: Agora descobrir quantos ml aspirar para obter 30.000UI de PC
conforme PM.

Resposta: Aspirar 6 ml que correspondem a 30.00UI de PC conforme PM.

37. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Drogas Utilizadas em UTI. ALINE LAURENT CHEREGAT-CAROLINA PADÂO 3 ª


ED MARTINARI
• BONASSA, E., & SANTANA, T. (2005). Enfermagem em Terapêutica Oncológica.
São Paulo: Atheneu
• COREN. (2001). Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a
regulamentação do exercício da enfermagem. Documentos Básicos de
Enfermagem. São Paulo.
• MINISTÉRIO DA SAÚDE, ANVISA. (21 de Setembro de 2004). Resolução RDC nº
220. Disponível Anvisa:Http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/avalia/legis.htm#4
• Protocolos de Enfermagem ADMINISTRAÇÃO DE QUIMIOTERAPIA
ANTINEOPLÁSICA NO TRATAMENTO DE HEMOPATIAS MALIGNAS HEMORIO
– 2010 1ª Ed.

54
__________________________ Escola Técnica Nova Opção ____________________________

• MURTA, G. F. Saberes e Práticas – guia para ensino e aprendizado de


enfermagem. Vol. 4, 2. Ed., São Caetano do Sul, SP, editora difusão, 2006.
• ZANINI, A. C. Farmacologia Aplicada. São Paulo, Atheneu/EdUSP, 1989.
• GIOVANI, Arlete M. M. Enfermagem, cálculos e administração de medicamentos.
São Paulo, Serinum. 2002.
• BRUNNER & SUDDARTH, Enfermagem Médico – Cirúrgica, Guanabara Koogan,
2002.
• Silva, Naíma S. e colab. – Manual de Drogas e Soluções, Editora EPU, São Paulo,
1996.
• Gilman, A., Goodman – As Bases Farmacológicas da Terapêutica, Editora
Guanabara Koogan, 6 ª ed., Rio de Janeiro, 1995.

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