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INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE “ BUEIA & FILHOS LDA “

NIF Nº 5111040587
Bairro da Nª Sª da Graça – Benguela
Email – colegiobueia@hotmail.com

TRABALHO DE FIM DO CURSO PARA OBTENÇÃO DE TITULO


DE TÉCNICO MÉDIO DE ENFERMAGEM

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PERSONALIZADOS EM


PACIENTES NA UTI

ELEMENTOS DO GRUPO:
 ADELINA BELCHIOR MUESSAPI
 ANA TCHILOMBO HAMUYELA
 CELESTE JIZELA JOSÉ LUCAS
 FELISBERTO KANGUMBE TACA

BENGUELA, 2023

I
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE “ BUEIA & FILHOS LDA “
NIF Nº 5111040587
Bairro da Nª Sª da Graça – Benguela
Email – colegiobueia@hotmail.com

TRABALHO DE FIM DO CURSO PARA OBTENÇÃO DE TITULO


DE TÉCNICO DE ENFERMAGEM

2022/2023

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PERSONALIZADOS EM


PACIENTES NA UTI

ELEMENTOS DO GRUPO:
 ADELINA BELCHIOR MUESSAPI
 ANA TCHILOMBO HAMUYELA
 CELESTE JIZELA JOSÉ LUCAS
 FELISBERTO KANGUMBE TACA

TUTOR

________________________________

II

BENGUELA, 2023
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE “ BUEIA &
FILHOS LDA “
NIF Nº 5111040587
Bairro da Nª Sª da Graça – Benguela
Email – colegiobueia@hotmail.com

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PERSONALIZADOS EM


PACIENTES NA UTI
Trabalho de conclusão de curso apresentado e aprovado como
requisito do titulo de Técnico de Saúde na Especialidade de Enfermagem Geral
- Colégio Bueia e Filhos Lda. De Benguela, Bairro da Nossa Senhora da Graça
__________de_________ pela Banca examinadora constituída por:

Professor Tutor
______________________________________________

Professor Júri
______________________________________________

Professor Componente
______________________________________________

III
APRESENTAÇÃO
Ao terminar o ensino Médio de Técnico Profissional do Curso de Saúde
na especialidade Enfermagem Geral, por dever nos foi indicado a elaboração
de um tema, por isso nós:

 Adelina Belchior Muessapi


 Ana Tchilombo Hamuyela
 Celeste Jizela José Lucas
 Felisberto Kangumbe Taca

Executarmos este trabalho em estudo que fala sobre a: cuidados de


enfermagem personalizados em pacientes na UTI

IV
PENSAMENTO
A enfermagem é a arte de cuidar incondicionalmente, é cuidar de
alguém que você nunca viu na vida, mas mesmo assim, ajudar e fazer o melhor
por ela. Não se pode fazer apenas por dinheiro… isso se faz por paz e com
amor.

(Angélica Tavares)

V
DEDICATÓRIA
No acto da excussão deste trabalho os participantes dedicam ao
professor tutor pelas qualidades profissionais, pedagógicas, científica e pela
sua dedicação no trabalho e incentivos.

Aos nossos pais que sempre incentivam-nos material e


emocionalmente.

VI
AGRADECIMENTOS
Agradecemos imensamente a Deus, por ter-nos concedido saúde,
força e disposição para terminar o Ensino Médio, o trabalho de fim de curso e
por ter dado saúde aos meus familiares e tranquilizar o meu espírito nos
momentos mais difíceis do meu trajecto académico até agora Sem Ele nada
disso seria possível.
Aos nossos pais, pelo apoio, força e amor incondicional. Sem vocês
a realização desse sonho não seria possível.
Aos nossos amigos, que foram fundamentais para a nossa formação
pois nunca negaram uma palavra de apoio, força e cumplicidade ao longo
dessa etapa, as rizadas que compartilharam connosco nessa fase tão
desafiadora da vida académica, também fizeram toda a diferença. Nossa
eterna gratidão.
Aos meus colegas pela oportunidade do convívio e pela cooperação
mútua durante esses anos.

VII
RESUMO

O trabalho foi elaborado para que se possa reflectir e compreender diante de


novos avanços tecnológicos como os existentes nos dias atuais cuidados de
enfermagem em pacientes da UTI pois que, a Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) é um local com equipamentos de tecnologia de ponta, destinada a
pacientes que necessitam de cuidados urgente, complexos e monitorização
contínua. Caracterizada por ser um ambiente inóspito, com ruídos, alarmes,
iluminação constante, realização de procedimentos invasivos e movimentação
de profissionais torna-se ainda mais depressor e estressor ao paciente. Como
metodologia adoptou-se o estudo de revisões bibliográficas que abordam o
tema de forma para que melhor compreendesse aspectos teóricos do nosso
tema.

O presente estudo teve como objectivo estudar os cuidados de enfermagem


em paciente na UTI. O cuidado tornou-se comumente mecânico, onde as
necessidades biopsicossociais do paciente foram postergadas, ou seja,
deixadas para segundo plano. Diante do exposto o enfermeiro deve ser
preparado desde a graduação para que obtenha conscientização de que
independente da tecnologia, o cuidado sempre deverá ser humanizado. Que
essa pesquisa sirva de reflexão aos profissionais da enfermagem, fazendo-os
observar que o paciente estando em um momento de fragilidade e insegurança
necessita de amor, carinho, respeito, conforto, bem-estar e atenção. Fazendo
valer os princípios da bioética, elementos indispensáveis ao tratamento
humanizado.

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva; Humanização; Cuidado;


Enfermagem

VIII
ABSTRACT
The work was designed so that one can reflect and understand in the face of
new technological advances such as those existing today in nursing care for
ICU patients, since the Intensive Care Unit (ICU) is a place with cutting-edge
technology equipment, intended for patients who require urgent, complex care
and continuous monitoring. Characterized by being an inhospitable
environment, with noise, alarms, constant lighting, performing invasive
procedures and moving professionals, it becomes even more depressing and
stressful for the patient. As a methodology, we adopted the study of
bibliographic reviews that approach the subject in order to better understand the
theoretical aspects of our subject.

The present study aimed to study the nursing care of patients in the ICU. Care
has commonly become mechanical, where the patient's biopsychosocial needs
have been postponed, that is, left in the background. In view of the above,
nurses must be prepared from graduation onwards so that they become aware
that, regardless of technology, care should always be humanized. May this
research serve as a reflection for nursing professionals, making them observe
that the patient, being in a moment of fragility and insecurity, needs love,
affection, respect, comfort, well-being and attention. Enforcing the principles of
bioethics, essential elements for humanized treatment.

Keywords: Intensive Care Unit; Humanization; Caution; Nursing

IX
SIGLATÁRIO
UTI – Unidade de Terapia Intensiva

PIC - Pressão intracraniana

SCCM - Society of Critical Care Medicine

X
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO...............................................................................................IV

PENSAMENTO....................................................................................................V

DEDICATÓRIA....................................................................................................VI

AGRADECIMENTOS.........................................................................................VII

RESUMO...........................................................................................................VIII

ABSTRACT.........................................................................................................IX

INTRODUÇÃO....................................................................................................XI

JUSTIFICAÇÃO DO TEMA...............................................................................XIII

OBJECTIVOS:..................................................................................................XIV

Geral.................................................................................................................XIV

Específicos........................................................................................................XIV

VARIÁVEIS.......................................................................................................XIV

HIPÓTESE........................................................................................................XIV

MÉTODOS.........................................................................................................XV

CAPITULO - I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................XV

1.1 – Definição de Conceito...............................................................................XV

1.2 - História e origem da UTI...........................................................................XVI

1.2.1 - Objectivos da origem da UTI.................................................................XVI

1.2.2 - Era Florence........................................................................................XVIII

1.2.3 - Era Dandy............................................................................................XVIII

1.2.4 - Era Peter Safar....................................................................................XVIII

1.3 – Doenças que levam pacientes a UTI.......................................................XIX

1.4 - Classificação da UTI.................................................................................XIX

1.5 - Equipamentos indispensáveis na UTI.......................................................XX

XI
1.6 - Técnicas.................................................................................................XXIII

1.6.1 - Exames complementares de rotina....................................................XXIV

1.7 - Equipe multiprofissional e interdisciplinar...............................................XXV

1.8 - Desconfortos psicológicos de uma UTI...............................................XXVIII

1.8.1 - Para os pacientes.............................................................................XXVIII

1.8.2 - Para a família......................................................................................XXIX

1.9 - Importância das UTIs..............................................................................XXX

1.10 - A enfermagem na história das UTIs....................................................XXXI

1.10.1 - Avanços na tecnologia em UTIs......................................................XXXV

1.11 - Tecnologias e Humanização nas UTIs............................................XXXVII

1.12 - Cuidados de enfermagem em pacientes da UTI...................................XLII

CONCLUSÕES...............................................................................................XLVI

RECOMENDAÇÃO.......................................................................................XLVIII

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................XLIX

ANEXOS.............................................................................................................LII

ÍNDICE DE FIGURAS
XII
Fig. 1 - Oxímetro....................................................................................................................XXII

Fig. 2 - Desfibrilador..............................................................................................................XXII

Fig. 3 - Electro cardiógrafo..................................................................................................XXIII

Fig. 4 - Paciente na UTI no Ventilador pulmonar.............................................................XXIV

Fig. 5 - Multiparamétrico......................................................................................................XXIV

INTRODUÇÃO

Nas instituições de saúde e, principalmente, nos hospitais, o serviço de


enfermagem representa papel fundamental no processo assistencial em

XIII
qualquer unidade. Em se tratando de pacientes em estado crítico em unidades
de terapia intensiva (UTIs) essa assistência é tida como complexa e especial.

As UTIs configuram-se como locais que têm por finalidade o tratamento dos
doentes considerados graves e de alto risco, devendo dispor de recursos
materiais e humanos que possibilitem vigilância constante, atendimento rápido
e eficaz, baseados no objectivo comum que é a recuperação dos indivíduos.

Observa-se ainda, que, em sua grande maioria, o trabalho nas UTIs está
voltado para a assistência norteada pelo modelo biomédico, ou seja, para o
corpo do paciente e para as patologias, muitas vezes, esquecendo-se de
outros aspectos que também compõem e interferem na evolução de uma
doença.

Para se atingir a assistência humanizada é preciso criar a possibilidade da


existência desses outros factores que fazem parte da vida do ser humano, sua
história, seus sentimentos, sua cultura, seu modo de viver. Dessa forma,
considera-se importante que toda equipe de saúde que trabalha em UTI reflicta
sobre os princípios direcionadores da assistência. Nesse sentido, é relevante
compreender os próprios sentimentos enquanto profissionais da área da saúde
nessa unidade, para conseguir acolher os sentimentos dos pacientes e de seus
familiares.

Observa-se que muitos sentimentos dos profissionais de saúde são negados


ou velados, ignorando-se a complexidade do ambiente estressante em que
atuam.

Acredita-se que é um desafio aprofundar esse tema, mas é de importância


ímpar, pois pode contribuir para revelar os sentimentos vivenciados pelos
técnicos de enfermagem de UTI, contribuindo para que os enfermeiros,
gerentes do processo de trabalho nesse local, conheçam as reais
necessidades desse profissional. Assim, o enfermeiro pode planejar medidas
visando adequar as condições laborais de acordo com os recursos disponíveis,
aumentando a atenção à saúde do trabalhador, bem como propiciar melhora
efectiva na assistência ao paciente, familiares e comunidade.
XIV
JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

O presente tema justifica-se pelo facto de que na maioria das instituições de


saúde, o enfermeiro frequentemente assume as actividades de gerenciamento
e supervisão das actividades e a grande parcela dos cuidados directos ao
XV
paciente é realizado por técnicos de enfermagem. São esses técnicos que
executam as actividades consideradas mais pesadas, cansativas e
indispensáveis à assistência dos pacientes como higiene, alimentação,
terapêutica medicamentosa, realização de curativos, entre outras actividades
consideradas essencialmente manuais.

A importância do trabalho em equipe de enfermagem e de saúde na UTI é


imprescindível para a efectiva qualidade da assistência ao paciente e seus
familiares. Os trabalhadores enfrentam quotidianamente as diversas
dificuldades relacionadas à complexidade técnica da assistência a ser
prestada, às exigências e cobranças dos pacientes, familiares, muitas vezes
dos médicos, da instituição, dentre outros.

OBJECTIVOS:

Geral
÷ Estudar as questões relacionadas aos cuidados de enfermagem
personalizados em pacientes na UTI.

Específicos
- Estudar sobre a Unidade de Tratamento Intensivo

XVI
- Indicar e mostrar a constituição da Unidade de Tratamento Intensivo,
bem como seus principais aparelhos e funcionamentos.

- Relacionar a tecnologia das UTIs com a humanização da enfermagem

- Descrever os cuidados de enfermagem personalizados em pacientes


na UTI

VARIÁVEIS
Em geral qualquer trabalho científico utiliza suporte de sustentabilidade
para o efeito. No nosso trabalho utilizamos variáveis básico ou instrumento de
recolecção directa consulta bibliográfica, internet, e inquérito realizado na UTI.

HIPÓTESE
Nesse trabalho houve cuidado na estruturação e limitação de forma a
hipótese sirva de esclarecimento de conteúdo objectivado e planeado.

Conhecer os cuidados de enfermagem em pacientes da UTI deve estar


bem planeado de forma a garantir bom atendimento individualizado no que
tange, acomodação, descanso no leito, e outros relacionados tendo em conta
as condições clínicas de cada caso.

MÉTODOS
Para que este trabalho viesse ter êxito necessariamente utilizamos os
seguintes métodos: Pesquisa e Investigação Bibliográfica:

CAPITULO - I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 – Definição de Conceito


Cuidado: Segundo Ximenes (2001): precaução, cautela, desvelo,
inquietação de espírito, pessoa ou coisa que é objecto de desvelo, encargo,
responsabilidade, preocupação. Portanto, abrange mais, que um momento de

XVII
atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação,
preocupação, de responsabilização e de envolvimento afectivo com o outro.

Enfermagem: é a ciência cujo objectivo é o cuidado com o ser humano


em seu âmbito individual, familiar e comunitário. Para tanto há o
desenvolvimento de actividades que promovam a prevenção, promoção,
reabilitação e restauração da saúde.

Personalizado: adjectivo do que se personalizou; tornado pessoal,


individual, próprio para uma única pessoa; Alterado propositalmente para
cumprir as exigências do cliente.

Paciente: é uma pessoa que está sendo cuidada por um médico,


enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, cirurgião-dentista ou outro profissional da
área da saúde.

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI): é um local com equipamentos


de tecnologia de ponta, destinada a pacientes que necessitam de cuidados
complexos e monitorização continua que é caracterizada por ser um ambiente
inóspito, com ruídos, alarmes, iluminação constante, realização de
procedimentos invasivos e movimentação de profissionais torna-se ainda mais
depressor e estressor ao paciente (Batista, et al, 2007).

1.2 - História e origem da UTI


O conceito de Terapia Intensiva (ou Intensive Care) foi estabelecido na
Guerra da Crimeia no ano de 1854 através de Florence Nightingale, que
separou homens de mulheres, adultos de crianças, graves de não graves.
Estabeleceu a vigilância contínua, 24 horas, dia e noite, conhecida como a
"Dama da Lâmpada" já que circulava à noite com uma lamparina para avaliar

XVIII
clinicamente os enfermos. A lamparina tornou-se a simbologia da assistência
internacional da enfermagem.

A criação da primeira UTI ocorreu nos EUA em Boston através do


médico neurocirurgião Walter Dandy no ano de 1927. Foram criados 3 leitos
neuro pediátricos pós-cirúrgicos. Neste mesmo ano surgia Philip Drinker que
criou o primeiro ventilador mecânico, o "Pulmão de Aço". Hoje, estima-se que
os EUA tenham 8000 Unidades e o Brasil, 3500. (FERRARI. D, 2000).

No Brasil, Ana Neri foi o símbolo da Assistência a feridos graves,


heroína, chamada "Mãe do Brasileiros", adoptou órfãos paraguaios, quebrou
normas para Salvar Vidas. "Em nome do Bem, já fez tanto Mal", referia-se às
guerras entre seres humanos.

1.2.1 - Objectivos da origem da UTI

A UTI nasceu da necessidade de oferecer suporte avançado de vida a


pacientes agudamente doentes que porventura possuam chances de
sobreviver, destina-se a internação de pacientes com instabilidade clínica e
com potencial de gravidade. É um ambiente de alta complexidade, reservado
e único no ambiente hospitalar, já que se propõe estabelecer monitorização
completa e vigilância 24 horas.

As doenças são inúmeras o que torna muito difícil a compreensão de


todas elas. Porém, os mecanismos de morte são poucos e comuns a todas as
doenças. É actuando diretamente nos ditos mecanismos de morte que o
médico intensivista tira o paciente de um estado crítico de saúde com perigo
iminente de morte, pondo-o numa condição que possibilite a continuidade do
tratamento da doença que o levou a tal estado (doença de base).

Ainda é função da UTI amenizar sofrimento tais como dor e falta de ar,
independente do prognóstico.

Os profissionais que atuam nestas unidades complexas são


designados intensivistas. A equipe de atendimento é multiprofissional e
interdisciplinar, constituída por diversas profissões: médicos, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, farmacêuticos, terapeuta
ocupacional, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais.
XIX
Não sendo admitidos no setor auxiliares de enfermagem devido a alta
complexidade.

As UTI a partir da década de 1930 transformaram o prognóstico,


reduzindo os óbitos em até 70%. Hoje todas especialidades utilizam-se das
unidades intensivas, principalmente para controle de pós-operatório de risco.

É muito importante tanto para o paciente como para família


compreender a UTI como etapa fundamental para superação da doença,
porém tão importante é aliviar e proporcionar conforto independente do
prognóstico. A equipe está orientada no respeito a dignidade e
autodeterminação de cada pessoa internada, estabelecendo e divulgando a
humanização nos seus trabalhos, buscando amenizar os momentos
vivenciados através do paciente e família. A UTI é sem dúvida muito
importante para o avanço terapêutico, porém impõe nova rotina ao paciente
onde há separação do convívio familiar e dos amigos, que pode ser
amenizada através das visitas diárias. Outro aspecto importante é a interação
família-paciente com a equipe, apoiando e participando das decisões
médicas.

1.2.2 - Era Florence


A Unidade de Terapia Intensiva é idealizada como unidade de
monitoração de paciente grave através da enfermeira Florence Nightingale.

Em 1854 inicia-se a Guerra da Crimeia na qual Reino Unido, França e


Turquia declaram guerra à Rússia. Em condições precárias a taxa de
mortalidade atinge 40% entre os soldados hospitalizados.

Florence e mais 38 voluntárias por ela treinadas partem para os Campos


de Scutari. Incorporando-se ao atendimento a mortalidade cai para 2%.
Respeitada e adorada, torna-se referência entre os combatentes e importante
figura de decisão. Estabelece as directrizes e caminho para enfermagem
moderna.

XX
1.2.3 - Era Dandy
Walter Edward Dandy nasceu em Sedalia, Missouri. Recebeu sua A.B.
em 1907 através da Universidade de Missouri e seu M.D. em 1910 através da
Universidade e Escola de Medicina Johns Hopkins. Dandy trabalhou um ano
com o Dr. Harvey Cushing no Hunterian Laboratório do Johns Hopkins antes de
iniciar seu internato e residência no Johns Hopkins Hospital.

Ele trabalhou na Faculdade de Johns Hopkins em 1914 e permaneceu


até sua morte em 1946. Uma das mais importantes contribuições para
neurocirurgia foi o método de ar na ventriculografia, no qual o fluido
cerebroespinal é substituído por ar para dar forma a imagem ao raio X do
espaço ventricular no cérebro.

Esta técnica era extremamente bem sucedida para identificar as lesões


e alterações cerebrais. O Dr. Dandy também foi pioneiro nos avanços das
operações para a doença da neuralgia do glossofaríngeo e de Ménière, e
publicou os estudos que mostram a participação de discos projectando-se na
dor ciática.

1.2.4 - Era Peter Safar


Peter Safar, o primeiro médico intensivista, nasceu na Áustria, filho de
médicos, e migrou para os Estados Unidos após permanecer no campo de
concentração nazista. Formou-se médico anestesista e na década de 1950
estimulou e preconizou o atendimento de urgência-emergência. Ainda nesta
época formulou o ABC primário em que criou a técnica de ventilação artificial
boca a boca e massagem cardíaca externa.

Para estes experimentos contava com voluntários da sua equipe o qual


eram submetidos a sedação mínima. Ainda, através de experimentos,
concretizou para o paciente crítico as técnicas de manutenção de métodos
extraordinários de vida. Na cidade de Baltimore estabeleceu a primeira UTI
cirúrgica e em 1962, na Universidade de Pittsburgh, criou a primeira disciplina
de "medicina de apoio crítico" nos Estados Unidos. Iniciou os primeiros estudos
com indução da hipotermia em pacientes críticos. Como últimas contribuições
elaborou os projetos das ambulâncias-UTI de transporte, fundou a Associação
XXI
Mundial de Medicina de Emergência e foi co-fundador da SCCM (Society of
Critical Care Medicine), o qual foi presidente em 1972.

1.3 – Doenças que levam pacientes a UTI

Os exemplos mais comuns de doenças que levam a internação em UTI


são:

 Infarto
 Desconforto respiratório

 Acidente vascular cerebral

 Hipotensão arterial refractária.

1.4 - Classificação da UTI


A rotina de trabalho numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é
dinâmica, contínua e sistémica. É necessário seguir padrões de execução de
tarefas e dedicar total atenção em cada etapa do trabalho.

A UTI pode ser classificada em:

 UTI Neonatal – pacientes com idades entre 0 e 28 dias;

 Pediátrico – pacientes com idades entre 28 dias e 14 ou 18 anos;

 Adulto – pacientes com idades maios de 18 anos;

 Especializada – pacientes atendidos por determinada especialidade ou


pertencentes a um grupo específico de doenças.

1.5 - Equipamentos indispensáveis na UTI


Entender quais equipamentos de UTI não podem faltar no sector é
fundamental, tendo em vista se tratar de uma unidade com foco no
monitoramento dos dados vitais e suporte à vida de pacientes graves e que
precisam de todo o cuidado e atenção para reduzir os riscos de vida. Por esse
motivo, é indispensável contar com aparelhos de qualidade, robustos e
XXII
inovadores, capazes de desenvolver essa função tão importante, além de
cumprir com o estabelecido na Resolução n° 7 de 2010 da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), para que uma UTI possa funcionar.

Oxímetro de pulso

Trata-se de um equipamento usado para mensurar a quantidade de


oxigénio presente no sangue, que pode ser utilizado no dedo, pulso ou lóbulo
da orelha.

Fig. 1 - Oxímetro
Nesse caso, a frequência cardíaca é registrada e o teor de oxigénio
identificado por intermédio de um sensor luminoso. Entre outros sinais medidos
pelo oxímetro de pulso estão a saturação e frequência de pulso.

Desfibrilador

O desfibrilador é um equipamento usado nas situações em que o


paciente sofre uma parada cardiorrespiratória.

XXIII
Fig. 2 - Desfibrilador
Funciona emitindo um choque ao indivíduo com a finalidade de tentar
restabelecer o ritmo cardíaco do paciente. Além disso, é possível monitorar os
sinais vitais do paciente e gerar estímulos de marca-passo. Dessa forma, pode
ser visto como essencial para salvar a vida de várias pessoas e, por isso, deve
ser manuseado por um profissional qualificado e habilidoso para exercer a
função.

Eletrocardiógrafo

Como o nome indica, o eletrocardiógrafo (ECG) é um aparelho que realiza


uma avaliação cardiológica.

Fig. 3 - Electro cardiógrafo


A partir da actividade eléctrica do coração, ele identifica os seus batimentos, o
que permite o diagnóstico de uma série de problemas, como:

 Arritmias;
 Desvios de eixo cardíaco;

 Isquemia aguda do miocárdio;


XXIV
 Fibrilação ventricular;

 Taquicardia ventricular;

 Bradicardia acentuada;

 Enfarto agudo do miocárdio, entre outros.

É importante contar com tecnologias que ofereçam, além de uma análise


confiável, telas de alta resolução e praticidade no transporte do equipamento.

Ventilador pulmonar

Também é um item fundamental na UTI por ser o responsável por


proporcionar uma ventilação pulmonar artificial para o paciente que apresenta
insuficiência respiratória.

Fig. 4 - Paciente na UTI no Ventilador pulmonar


A ajuda respiratória propiciada pelo ventilador pulmonar serve para
regular os níveis de oxigénio e gás carbónico na circulação sanguínea. Além
disso, alguns ventiladores possuem modos de ventilação não-invasivo.

Monitor multiparamétrico

O monitor multiparamétrico é um aparelho que realiza a mensuração dos


sinais vitais do paciente, indicando como a sua saúde está no momento.

XXV
Fig. 5 - Multiparamétrico
Entre as suas funcionalidades básicas está o controle da queda de
saturação do oxigénio, a identificação do ritmo dos batimentos cardíacos, as
inconstâncias na pressão arterial, entre outros parâmetros avançados para o
acompanhamento de pacientes mais graves.

1.6 - Técnicas
As técnicas usadas nas Unidades de Tratamento Intensivos são:

Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e


ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves,
principalmente quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada
sedação (tranquilizante e indutor de sono) e analgesia (abolição da dor)
contínua que pode levar a ausência total de consciência e sonolência profunda.
Neste estágio, designado “coma induzido” , não há dor, não há frio e a
percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço nesta situação é
abolido, onde pacientes que permanecem “meses” na Unidade, recordam como
“horas” .

As Infecções - São as causas mais importantes de internações em


Unidades Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento
com antibióticos de última geração e de amplo espectro de ação contra
bactérias. Os riscos das infecções ocorrem quando há disseminação
hematogênica (através do sangue) e ocorre generalização do processo
infeccioso designada tecnicamente como sepse. Outro motivo de preocupação
crescente é a infecção desenvolvida no ambiente hospitalar, sendo na grande

XXVI
maioria prevista e inevitável principalmente em decorrência de técnicas
invasivas como a pneumonia do Ventilador Pulmonar.

Procedimentos Cirúrgicos Eventuais: Procedimentos cirúrgicos de


pequeno porte podem ser necessários. Nas situações emergenciais são
realizados através do próprio intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica
especializada de apoio do Hospital.

Traqueostomia: Não é recomendada a manutenção por longos


períodos da cânula de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na
traqueia e laringe. Não há tempo específico recomendado, cabendo ao
intensivista a indicação e recomendação da traqueostomia. Procedimento
relativamente simples, consiste na abertura da traqueia na região inferior frontal
do pescoço e introdução de cânula plástica em substituição a mantida através
da boca. Pode ou não ser procedimento permanente, podendo ser retirada
quando do desmame efetivo do ventilador mecânico.

Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou


no pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da
colocação de dreno torácico com sistema colector. Trata-se de procedimento
provisório.

Cateter de PIC: Cateter em geral provisório introduzido na porção


superior da cabeça para drenagem liquórica de alívio.

Cateter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a


infusão de líquido intra-abdominal e troca dialítica. Procedimento simples,
podendo ser permanente ou não.

1.6.1 - Exames complementares de rotina


Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes
internados nas UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina
como:

Hematológicos: através da punção venoso, colecta-se pequena


amostra de sangue para avaliação no laboratório central dos principais
electrólitos, enzimas e metabólitos do organismo. A função renal é medida
XXVII
indirectamente através da dosagem da ureia e creatinina, dando ao médico
informação valiosa em relação a integridade renal.

Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efectuada punção


na artéria radial situada no punho (local do pulso). Após colecta, a amostra é
analisada através do equipamento designado hemogasômetro que permite a
análise dos principais gases do sistema respiratório tais como oxigénio e gás
carbónico. Portanto é método para avaliação da boa função pulmonar.

Radiológicos: Diariamente efectua-se nos pacientes submetidos a


ventilação mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e
diagnósticos de derrames (líquidos) e infecções como a broncopneumonia.

1.7 - Equipe multiprofissional e interdisciplinar


Médico intensivista: designação técnica do médico especializado e
dedicado exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades
Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo,
capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos
emergenciais. A especialidade é definida como Medicina Intensiva,
reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este
profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos
aspectos nutricionais, cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros.
Responde integralmente na condução e responsabilidade da Unidade como
todo.

Farmacêutico Clínico Intensivista: Actuação do farmacêutico clínico


intensivista garante o uso racional e seguro de medicamentos e a prevenção
de eventos adversos na qualificação do cuidado e da segurança do paciente,
considerando que ele é co-responsável pelos processos assistenciais ao
paciente junto à equipe multiprofissional. Por conta disso, a norma estabeleceu
que o farmacêutico intensivista deve cumprir sua carga horária de trabalho em
tempo integral, dedicado, exclusivamente, ao cuidado do paciente crítico na
UTI. Assim, esse profissional não poderá dividir suas actividades com outras

XXVIII
exercidas na farmácia ou outros locais dentro de hospitais e unidades de
saúde.

Enfermeiro intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento


de pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. Integra a
equipe multiprofissional e é o profissional responsável por planejar todos os
cuidados que serão realizados pela equipe de enfermagem através da
Sistematização da Assistência de Enfermagem, como elaboração dos
diagnósticos de enfermagem e prescrição de cuidados. Além disso
supervisiona a ação da equipe de enfermagem que é composta pelos técnicos
de enfermagem e coordena as ações do setor no que tange a higienização,
controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.
É o profissional referência para os outros profissionais na detecção de
anormalidades e piora do quadro clínico dos pacientes uma vez que é o
profissional que está presente 24 horas ininterruptas na assistência ao paciente
crítico.

Cirurgião-Dentista: Atua no controle de biofilme de superfícies da


cavidade oral, dentes e mucosas, prevenindo Pneumonia Nosocomial ou
Pneumonia Associada a Ventilação-Mecânica. Remove e controla focos de
infecção bucais, como dentes com grande comprometimento sem possibilidade
de reabilitação os quais podem ser porta de entrada e disseminação de
infecções com repercussões sistémicas. Diagnostica e trata outros tipos de
infecções virais e fúngicas na região bucal, como Herpes e candidíase. Maneja
condições bucais decorrentes da intervenção a saúde, como lesões
traumáticas relacionadas a dispositivos, traumas de tecidos moles e duros da
região oro-facial.

Fonoaudiólogo intensivista: O fonoaudiólogo no âmbito hospitalar


integra a equipe de saúde actuando em forma multi ou interdisciplinar. Esta
actuação é caracterizada com objectivos de prevenção, diagnóstico funcional e
reabilitação propriamente dita. Objectiva assim, a redução e prevenção de
complicações como a pneumonia aspirativa, e o restabelecimento da
alimentação via oral e da comunicação. A atuação do fonoaudiólogo em UTI
tem como principais objectivos: a avaliação, orientação e reabilitação. A
XXIX
avaliação tem início com uma anamnese completa, avaliação propriamente dita
direcionada para as alterações fonoaudiológicas, ou seja, linguagem,
deglutição, voz e /ou fala. A disfagia é uma das alterações fonoaudiológicas
que mais solicitará a presença de um fonoaudiólogo na UTI em caráter
emergencial, devido às series de complicações que podem gerar no estado de
saúde do paciente. A avaliação clínica da deglutição do paciente é realizada
sempre monitorando o mesmo, quando o quadro clínico deste, encontra-se
estável. Após a avaliação, discute-se com a equipe os reais riscos e /ou
benefícios que o início da deglutição via oral pode trazer.

Fisioterapeuta intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é


fundamental para manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em
virtude da dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na
chamada Síndrome do Imobilismo. Na Síndrome há diminuição do trofismo
muscular, emagrecimento, retracção de tendões e vícios posturais que podem
provocar contracções permanentes e no dorso (nas costas) as chamadas
úlceras de pressão. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental
realizada através do fisioterapeuta, que efectua higienização brônquica diária
através de técnicas específicas e controle do ventilador mecânico.

Terapeuta Ocupacional intensivista: sua actuação envolve acções de


prevenção, promoção, protecção, educação, intervenção e reabilitação do
paciente, com o objectivo de prevenir deformidades, disfunções e agravos
físicos e/ou psicossociais e afectivos, e de modo a promover o desempenho
ocupacional e a qualidade de vida do indivíduo (CONSELHO...,2012).

Nutricionista: Realiza o diagnóstico e prescrição nutricional.


Diariamente efectua avaliações e mantém o aporte calórico, proteico, glicémico
e vitamínico equilibrado e essencial para manutenção do funcionamento e
actividades vitais do organismo.

Psicólogo intensivista: todos aspectos emocionais, seja do paciente,


da família ou da equipe, são constantemente avaliados e observados através
da psicologia intensiva. Com presença fundamental nos períodos das visitas

XXX
familiares, objectiva estabelecer além da humanização a aproximação e apoio
terapêutico necessário.

Assistente social: atua no apoio a família e paciente em situações


externas ou internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao
andamento terapêutico directo, seja no âmbito familiar, do trabalho ou
pessoais.

1.8 - Desconfortos psicológicos de uma UTI

1.8.1 - Para os pacientes


Muitos factores podem contribuir para o aumento do estresse e da
ansiedade de pacientes que encontram-se acordados no ambiente da UTI, aqui
citaremos apenas alguns:

 Isolamento da família e dos amigos (daí a importância das visitas);

 Medo de passar por certos exames (como endoscopia e cateterismo,


por exemplo);

 Barulho incessante dos equipamentos;

 Constrangimento de estar sem roupas normais, sem acessórios e com


vestimentas incomuns (geralmente, paciente de UTI usa apenas fralda,
camisola hospitalar e cobertor);

 Pacientes com dieta zero ao verem outros pacientes comerem e/ou


beberem;

 A utilização da fralda pode representar a perda da autonomia,


constrangimento por necessitar de alguém (técnicos/as de
enfermagem) para limpar e trocar, o que pode ser agravado
principalmente nos casos de pacientes das UTIs cardiológicas que
ficam com a movimentação restrita, não podendo fazer uso do banheiro
pelo risco de um infarto iminente;

 Pensamentos e medo da morte ou piora do quadro;

XXXI
 Visualização constante de tudo o que ocorre com os outros pacientes,
podendo presenciar óbitos, levando a uma maior ansiedade em relação
a sua própria patologia;

 Tempo ocioso sem actividades e distracções;

 No caso de necessidade de cirurgias: medo da morte, da não


resolutividade do problema, da anestesia;

 Pode ocorrer o receio de ficar com sequelas da doença e de não


conseguir retornar para as actividades que realizava anteriormente;

 Não aceitação da hospitalização e resistência ao tratamento.

1.8.2 - Para a família


É sempre importante ter em mente que no ambiente hospitalar, não
estaremos lidando apenas com os pacientes. Saber lidar com o emocional dos
familiares, ter tato em passar notícias, falar sobre o óbito, pois não são só os
pacientes que se fragilizam emocionalmente ao adoecer, o fato de ter um
familiar hospitalizado acarreta muitas questões dentro das famílias e muitas
dessas questões podem ser agravadas pela rotina do hospital.

O que muitas vezes ocorre é o descaso com as famílias e a


responsabilidade por lidar com elas é jogada apenas para o profissional
psicólogo. Entretanto, a equipe multidisciplinar deve estar atenta aos factores
adoecedores, a importância que a família tem na vida do paciente, para a
história clínica dele, para o cuidado com ele e estabelecer uma relação de
diálogo e boa convivência, sempre considerando os aspectos sociais,
económicos e culturais que perpassam a vivência desses indivíduos. Alguns
factores que causam desconforto psicológico na família que tem um paciente
em UTI são:

 Lidar com o afastamento do familiar, que sai do lar para estar no


hospital;

 O deslocamento diário ao hospital, o que pode acarretar em um gasto


muito alto, dependendo da distância do hospital para a residência da
XXXII
família. Muitas vezes as famílias residem em outra cidade e o gasto
se torna altíssimo;

 Por conta desses gastos, muitos familiares precisam encontrar algum


lugar para ficar próximo ao hospital onde seu familiar está internado, e
nem todas as cidades contam com residências para acompanhantes,
o que gera mais problemas;

 Ter que lidar com documentação do hospital em relação a internação,


transferência e etc.;

 Alguns familiares precisam pedir dispensa e/ou folgas no trabalho


para ir a visitas, o que pode gerar problemas pessoais;

 O relacionamento com a equipe multi nem sempre é fácil;

 Muitas vezes a visita não se inicia no horário pré definido, causando


mais ansiedade enquanto as famílias aguardam para entrar e ver os
pacientes, podendo inclusive gerar atritos com a equipe;

 Nem sempre os médicos conseguem transmitir de maneira clara o


que está acontecendo com seu ente querido, gerando possíveis má
interpretações e desconfortos;

Os familiares de pacientes intubados, ou com alguma condição grave


em geral, podem sentir-se mais fragilizados. Portanto, é sempre bom o apoio
da equipe, procurar explicar sobre todos os procedimentos, sobre para que
servem os equipamentos, o motivo do paciente estar sedado e como funciona
essa sedação, para tentar passar mais conforto a essa família.

1.9 - Importância das UTIs


Uma UTI, adequadamente planejada, organizada e operada, gera:

 Segurança de melhor qualidade de cuidado do paciente gravemente


enfermo;

 Uso eficiente do pessoal de enfermagem;

XXXIII
 Uso económico do pessoal e do equipamento;

 Garantia para o médico de que seu paciente recebe a observação e o


tratamento requeridos;

 Recursos para o ensino e a pesquisa, aliados a uma boa qualidade de


assistência médica e de enfermagem.

1.10 - A enfermagem na história das UTIs


O serviço de enfermagem nas unidades de tratamento intensivo foi
marcado por esforços iniciais para promover eficiência, por meio de escolhas e
selecção de algumas práticas seguras na assistência ao paciente grave. Houve
sempre a preocupação de expandir os papéis da enfermagem, e a busca de
um corpo de conhecimentos específicos tornou -se a meta principal dos
enfermeiros de UTI.

Alguns aspectos devem ser considerados quando se analisa e


rememora a trajectória da enfermagem nas UTIs:

1. Dotação de pessoal. Passou de uma mera escolha de profissionais


interessados em cuidar de pacientes graves para a organização de equipes
que operassem em função das necessidades destes e inteiramente voltadas
para os objetivos da UTI. Os primeiros quesitos estabelecidos para o cálculo de
pessoal foram enumerados: a planta física da unidade, o número de leitos, as
características do hospital, o grau de dependência dos pacientes, a capacidade
do pessoal, a quantidade e a qualidade do equipamento. Definiu- -se, assim, já
na década de 1970, que a dotação do pessoal de enfermagem seria uma
consequência do padrão da unidade, visando alcançar os seguintes objectivos:
a adequada atenção ao paciente e a harmónica dinâmica de grupo.

2. Treinamento do pessoal de enfermagem: Aliado à selecção do


profissional que trabalharia junto ao paciente crítico (capacidade de trabalho,
discernimento, responsabilidade e iniciativa), tornou -se imprescindível um
treinamento na própria unidade, orientado para as suas características e
abrangendo as diversas áreas de assistência. O treinamento tornou -se

XXXIV
objectivo e sistematizado, visando a execução de práticas assistenciais
específicas não rotineiras.

3. Capacitação dos enfermeiros: No desenvolvimento das práticas


assistenciais, os enfermeiros passaram a ter um preparo especial: foram
exigidos conhecimentos específicos, aprendizados constantes e actualizações
periódicas. Eles passaram a trabalhar com base em uma firme estrutura teórica
no desempenho de suas actividades, bem como na capacidade de liderança,
discernimento, iniciativa e responsabilidade.

Houve uma progressiva capacitação dos enfermeiros de UTI para o


exercício de actividades de maior envergadura. Com o passar do tempo, o
resultado desse processo foi o estabelecimento de funções, normas, tipos de
condutas, padrões de avaliação e execução das diferentes actividades, com
base em uma filosofia delineada com o espírito de terapia intensiva. O papel
das “escolas” nessa tendência foi comprovadamente dinâmico e eficaz,
facilitando a assistência a grupos de pacientes segundo seu grau de
enfermidade e suas necessidades.

4. Mudanças e inovações nos padrões operacionais das


instituições que abrigam UTIs: Ainda na década de 1970, a assistência a
pacientes críticos em UTI propiciou o aparecimento de outras áreas
hospitalares de atendimento, nas quais a vigilância de enfermagem se reveste
de um aspecto de prevenção de danos, recuperação e identificação precoce de
distúrbios. Foram organizadas as unidades de cuidados semi -intensivos para
pacientes que exigem vigilância moderada e que deixam as UTIs, fornecendo
segurança e atendimento às suas necessidades específicas. O valor da UTI
fica, então, reforçado pela disponibilidade de atendimento ao paciente em
unidade de cuidados intermediários.

5. O paciente como centro de atenção da equipe: O tratamento dos


doentes considerados graves e de alto risco, com o advento das UTIs, obteve
maior prontidão e eficácia, com base em uma filosofia de trabalho definida e
em um objectivo comum: a recuperação. Buscou -se uma interacção paciente-

XXXV
-equipe para promover uma atmosfera caracterizada por um mínimo de medo,
ansiedade, desconfiança e tensão.

O processo foi progressivo, com a manutenção do entrosamento, da


coordenação e do equilíbrio no atendimento e nos métodos de tratamento. Por
meio da habilidade da equipe que cuida do paciente crítico, uma luta é travada
contra seus estresses psicológicos. Médicos e equipes de enfermagem, hoje
mais sensíveis a esses estresses, desenvolvem um comportamento favorável
em relação aos factores desencadeantes, reconhecendo-os e aliviando-os.

O estabelecimento de um plano de visitas para suprir as necessidades


do paciente e da família é apropriado e desejado (é importante descobrir como
a família pode ajudar o paciente!).

Ao longo dos anos, a concepção a respeito das visitas aos pacientes da


UTI foi sendo modificada, e as convicções sofreram mudanças essenciais,
considerando -se suas necessidades básicas. De uma ausência total de
familiares na unidade (décadas de 1960 e 1970), preconiza -se hoje até a
presença de acompanhantes junto ao paciente, pois as respostas deste ao
tratamento tornam -se mais efectivas. Os papéis expandidos dos enfermeiros.
As mudanças e as profundas transformações pelas quais passaram as práticas
em UTI estimularam claramente o desenvolvimento dos enfermeiros.

A responsabilidade sobre os complexos julgamentos clínicos requer um


corpo de conhecimentos, essencial à prática da assistência de enfermagem. A
natureza dos serviços oferecidos em UTI passou a ter o carácter de
especialidade e exigiu, com o passar do tempo, uma disposição do enfermeiro
para examinar e rever seus papéis. Alguns elementos foram incorporados na
prática da enfermagem a pacientes críticos, e um sólido corpo de
conhecimentos multidisciplinares passou a integrar os esforços no tratamento
de afecções graves e suas consequências. Os enfermeiros reconheceram as
complexas respostas e as relações entre as dimensões psicológica, fisiológica,
social e espiritual do paciente, buscando a integração e o domínio desses
aspectos no processo assistencial.

XXXVI
Houve um despertar para a necessidade de se expandir os cuidados
para a família do paciente, e uma tendência foi observada com o passar dos
anos: o sucesso no tratamento alia -se à colaboração com outras disciplinas no
planejamento, no desenvolvimento e na avaliação do cuidado requerido. O
estresse gerado pela permanência na UTI exige o estabelecimento de uma
aproximação flexível, de um compassivo e humanitário cuidado para atender
aos anseios do paciente e de seus familiares.

Os anos de esforços na busca das melhores condições para a


assistência de enfermagem na UTI evidenciaram que a colaboração é o
elemento-chave no cuidado. O enfermeiro tem sido identificado como o
membro da equipe que pode interferir precocemente nas situações de risco,
com competência e conhecimento. Assumiu características que denotam uma
forma desejável de trabalho: atitude assistencial, honestidade, autenticidade,
consistência, credibilidade, profissionalismo e competência.

Todas as mudanças favoreceram a predominância dos factores


conhecimento e aparelhagem sobre o factor dedicação. A explosão de recursos
na monitoração e na automação dos sistemas computadorizados,
providenciando dados e respostas fisiológicas minuto a minuto, criou mudanças
significativas na enfermagem das áreas críticas. A manutenção do nível
profissional tem sido alcançada mediante leituras, estudos, observações e
investigações, que geram uma forma de trabalho desejável.

Alguns factores cooperam para a boa assistência de enfermagem: o


emprego efectivo do pessoal, a objectividade e a eficácia nos procedimentos
técnicos, a adequada conservação e a utilização racional dos recursos, a
criação de novos métodos de tratamento, a educação contínua de pacientes e
familiares, a cooperação mútua e a integração das experiências e dos
conhecimentos adquiridos.

Alguns papéis foram incorporados às acções assistenciais praticadas


pelos enfermeiros junto aos pacientes. Provavelmente, o mais expressivo deles
é a prevalente análise das condições críticas e, consequentemente, a
crescente participação em tomadas de decisão. Sua melhor actuação emerge

XXXVII
da acurada informação sobre os processos que asseguram aos pacientes a
protecção desejada durante a assistência na UTI.

De forma conclusiva, hoje é possível dimensionar as acções de


enfermeiros e suas equipes de trabalho nas UTIs como atendimento com maior
rigor às necessidades dos pacientes, mais tempo para se dedicarem a eles,
oportunidade para utilizarem de modo mais eficiente suas capacidades e
adquirirem maior satisfação no desempenho de suas tarefas. O entrosamento,
a coordenação e o equilíbrio com os demais profissionais da área promoverão
o desejado “espírito de UTI”, factor indispensável na recuperação dos
pacientes.

1.10.1 - Avanços na tecnologia em UTIs


O decorrer dos anos a tecnologia cada vez mais se intensifica no âmbito
da área da saúde, com grandes avanços tecnológicos buscando proporcionar
que as pessoas vivam mais com uma melhor qualidade de vida. Na prática da
enfermagem, a tecnologia avança em busca da melhoria do cuidado ao
paciente e da melhoria do ambiente de trabalho. A tecnologia transformou a
prática de enfermagem no local de trabalho, não só em termos de máquinas e
equipamentos usados, mas as habilidades que desenvolvemos e o
conhecimento que possuímos, os valores que defendemos e a importância da
enfermagem para a sociedade. (BARNARD,1999).

De acordo com MEHRY et al. (1997), na área da enfermagem a


tecnologia é dividida em leve, leve-dura e dura. Tecnologia leve: que se
expressa como o processo de produção da comunicação, das relações, de
vínculos que conduzem ao encontro do usuário com necessidades de ações de
saúde.

Tecnologia leve-dura: incluindo os saberes estruturados representados


pelas disciplinas que operam em saúde, a exemplo da clínica médica,
odontológica, epidemiológica, entre outras.

Tecnologia dura: representada pelo material concreto como


equipamentos, mobiliário tipo permanente ou de consumo.

XXXVIII
Segundo Nietsche (2005), através da inovação tecnológica caracterizada
por profundas e constantes mudanças, são colocados à disposição dos
profissionais e usuários os diversos tipos de tecnologias:

Educacionais: pesquisas, ensinos, teorias, técnicas para inovação da


educação, de forma a disponibilizar maneiras actualizadas de troca de saberes
entre educadores e estudantes.

Gerenciais: permite uma visão baseada no diálogo entre os sujeitos,


proporcionando aos profissionais e clientes uma interacção com disposição
para o ato de falar e escutar, de modo a proporcionar um ambiente de trabalho
prazeroso, de satisfação e ensino-aprendizagem.

Assistenciais: incluem a formação de um conhecimento técnico-


científico proveniente de investigações, teorias e da experiência entre
profissionais-usuários. O contexto da assistência à enfermagem vem sendo
influenciado por mudanças no âmbito da tecnologia, gerando inquietações e
indagações sobre os benefícios, riscos e as relações existentes entre
trabalhadores, doentes e o manuseio desses equipamentos como instrumentos
indispensáveis ao cuidado de enfermagem.

Principalmente nas unidades de terapia intensiva (UTIs), a assistência


ao cliente em estado crítico envolve a utilização de recursos específicos
exigindo dos enfermeiros, conhecimentos e aptidão tanto para operacionalizar
as máquinas quanto a sua adequação às necessidades de quem precisa dela
(SCHWONKE et al., 2011).

Na maioria das vezes, os profissionais de enfermagem direccionam o


cuidado para o modelo biomédico, ou seja, na patologia, postergando outros
aspectos relevantes que interferem no processo da doença. Sendo o hospital
um local repleto de equipamentos de alta tecnologia, não é raro defrontar com
excelentes técnicos, conhecedores exímios de aparelhos que eles manipulam
com maestria, mas parecendo calouros na arte de confortar, de ir ao encontro
das pessoas sofredoras que perdem sua identidade e são identificadas
friamente como um caso ou como um número (HAYASHI & GISI, 2000). O
cuidado de enfermagem prestado nas unidades de terapia intensiva, de certa
XXXIX
forma, é paradoxal. Em algumas situações, é preciso provocar dor, para que se
possa recuperar e manter a vida.

Em outras, não se pode falar, apenas cuidar de uma pessoa que não dá
sinais de estar sendo percebida como pessoa. O cuidado, num caso desses,
parece não implicar uma relação de troca, devido à imobilidade ou falta de
diálogo e interacção com o outro. Sendo assim, é possível pensar que exista,
na profissão de enfermagem, uma robotização/mecanização das acções e
práticas de cuidado (SOUZA,2000).

O profissional enfermeiro dotado de conhecimento técnico científico


deve fazer valer as práticas éticas e bioéticas respeitando o doente com seus
valores, crenças, princípios éticos e morais e a autonomia. A dor e o sofrimento
devem sem minimizados utilizando todos os recursos disponíveis.

1.11 - Tecnologias e Humanização nas UTIs

A definição geral do termo humanização significa acção ou efeito de


humanizar, de tornar humano ou mais humano, tornar benévolo, tornar afável.
Remetendo isso para a realidade da enfermagem significa prestar a assistência
ao paciente com excelência, abrangendo o aspecto biopsico-espiritual.

A humanização é um tema com grande relevância, devido a


mecanização do atendimento e a barreira imposta para que se possa impedir
aproximações afectivas faz com que o ato de desenvolver o lado humano
confronte todo esse processo. A doença e as complicações clinicas devem ser
atendimentos, porém deve-se levar em consideração outros factores que
possam impactar a vida do paciente tais como: questões sociais, ambientais,
psicológicas e espirituais.

Visando que o ser humano tem o direito de ser assistido de maneira


afável, o Ministério da Saúde criou em 2001, o Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), com simples objectivo de
humanizar a assistência prestada aos pacientes atendidos em hospitais
públicos. Em 2003, torna-se uma Política Nacional de Humanização, ou

XL
HumanizaSUS, abrangendo a saúde como um todo. A Política Nacional de
Humanização (PNH), foi criada em 2003 pelo Ministério da Saúde, para a
construção de uma nova forma de cuidado com os usuários dos serviços de
saúde pautados na humanização, leva-se em consideração que o usuário deva
ter uma abordagem integral e humana. (BRASIL,2000).

O Ministério da Saúde tem como pressupostos que humanizar é oferecer


atendimento de qualidade aos usuários do sistema de saúde, agregando os
avanços tecnológicos ao acolhimento para proporcionar um cuidado integral,
buscando sempre a melhoria do ambiente onde o cuidado é prestado, ao
mesmo tempo em que proporciona melhoria das condições de trabalho aos
profissionais que ofertam esse cuidado. (M.S 2004)

Humanização é entendida como uma medida que busca resgatar o


respeito à vida humana em ocasiões éticas, psíquicas e sociais, dentro do
relacionamento humano, que aceita a necessidade de resgate dos aspectos
biológicos, fisiológicos e subjectivos. É fundamental adoptar uma pratica na
qual o cliente e o profissional considerem como parte da sua assistência
humanizada o conjunto desses aspectos, possibilitando assumir uma posição
ética de respeito mútuo (MORAIS, et al., 2004).

Estudos apontam que não somente o paciente, mas a família também


está inserida nesse contexto de humanização, pois o familiar também se
encontra num estado de fragilidade, o profissional deve ter a sensibilidade de
reconhecer que o familiar faz parte do processo saúde doença.

A família necessita ser comunicada sobre todo o processo terapêutico


para que possa se sentir mais segura da assistência prestada. A necessidade
da humanização dos cuidados no âmbito hospitalar existe em um contexto
social no qual alguns factores têm contribuído para a fragmentação do ser
humano como alguém compreendido com necessidades puramente biológicas:
a tecnologia, a visão de que é a equipe de saúde que detém todo o saber e,
não ter a percepção da integralidade do Ser Humano são exemplos destes
factores.

XLI
O avanço da tecnologia médica, principalmente a partir da segunda
metade do século XX, fez com que, por muitas vezes o cuidado se torne a
aplicação de um procedimento técnico, a fim de cumprir com um objectivo
mecanicista, como puncionar um acesso venoso, aplicar uma medicação ou
realizar determinado exame; a fragilização do ser humano na posição de
"paciente" desfavorece o exercício da autonomia quando ocorre a visão
paternalista de que a equipe de saúde detém o poder e o conhecimento,
subestimando assim a capacidade do doente em fazer julgamentos com
relação a si e a sua saúde.(MIRANDA,2000).

O paciente necessita de suporte tecnológico, porém é imprescindível a


presença de um profissional para lhe oferecer um tratamento humano e digno.
Conciliando os desejos desde que não comprometam a segurança do paciente
nem transponham as barreiras legais. VILA & ROSSI (2002, p.17) referem que
a, humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem.

Do nosso ponto de vista como grupo, o ambiente físico, os recursos


materiais e tecnológicos não são mais significativos do que a essência
humana. Esta sim irá conduzir o pensamento e as acções da equipe de
enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e
construir uma realidade mais humana ... Observa-se que o profissional de
enfermagem se atenta mais como manusear o equipamento do que com o
próprio paciente, tornando a pratica assistencial mecanicista, podendo-se dizer
até mesmo fria de modo que valores, sentimentos, crenças não foram levados
em consideração no cuidado.

O profissional enfermeiro dotado de conhecimento técnico cientifico deve


fazer valer as práticas éticas e bioéticas respeitando o doente com seus
valores, crenças, princípios éticos e morais e a autonomia. A dor e o sofrimento
devem sem minimizados utilizando todos os recursos disponíveis. Gomes
(1988) entende que: o enfermeiro que atua nesta unidade necessita ter
conhecimento científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar decisões
rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente
diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente.

XLII
O profissional possui um fascínio pela tecnologia de modo que torna o
cuidado frio e tecnicista, deixando o paciente em segundo plano. Evidenciado
na citação de Ribeiro (1999): É possível identificar que a tecnologia exerce um
fascínio sobre os profissionais da saúde, todavia, ressalta-se, é imperioso
atentar para que a máquina não se torne mais importante do que o próprio
paciente. Segundo AMIB (2004) a humanização é um conjunto que engloba: o
ambiente físico, o cuidado dos pacientes e seus familiares e as relações entre
a equipe de saúde.

As interacções dentro da UTI visam tornar efectiva a assistência ao


indivíduo doente, considerando-o como um todo biopsicossocioespiritual. O
simples ato de tocar, ouvir e conversar não é realizado devido a complexa
rotina que os profissionais enfrentam diariamente na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), predominando nesse cenário o arsenal tecnológico e o cuidado
humanizado abstido.

O profissional enfermeiro dotado de conhecimento técnico científico


deve fazer valer as práticas éticas e bioéticas respeitando o doente com seus
valores, crenças, princípios éticos e morais e a autonomia. A dor e o sofrimento
devem sem minimizados utilizando todos os recursos disponíveis. Ao falarmos
em cuidado de enfermagem ao ser humano, seja voltado para a assistência
directa ou para as relações de trabalho, implica essencialmente falar de
cuidado humanizado.

Contudo é importante ressaltar que muitas vezes devido à sobrecarga


imposta pelo cotidiano do trabalho, a enfermagem presta uma assistência
mecanizada e tecnicista, não reflexiva, esquecendo de humanizar o cuidado
(COLLET & ROZENDO, 2003). O atendimento humanizado tem uma relação
intrínseca com a motivação da equipe, como consequência, impacta na
produtividade da empresa. Pesquisas no mundo todo apontam que trabalhar
em ambiente humanizado fomenta relações de confiança e gera maior
satisfação entre os funcionários e clientes (SBIE,2017).

A humanização em UTI onde se presta cuidados a pacientes críticos, os


profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, necessitam utilizar a

XLIII
tecnologia aliada a empatia, a experiência e a compreensão do cuidado
prestado fundamentado no relacionamento interpessoal terapêutico, a fim de
promover um cuidado seguro, responsável e ético em uma realidade vulnerável
e frágil. Cuidar em Unidades Criticas é ato de amor, o qual está vinculado: a
motivação, comprometimento, postura ética e moral, características pessoais,
familiares e sociais (SILVA, 2000).

Assistir o paciente de forma humanizada vai muito além de


procedimentos, intervenções tecnológicas, farmacológicas, não basta chama-lo
pelo nome, ter um sorriso nos lábios, assisti-lo de maneira humanizada é tentar
ao menos compreender seus medos, anseios, incertezas, dúvida, angustias,
seus aspectos sociais, psicológicos espiritual, entender o que lhe aflige para
que o profissional o conforte maneira deixando-o mais seguro.

As actividades dos profissionais de saúde que trabalham no hospital


favorecem uma concepção do sofrimento como natural, por parte desses
profissionais. A dificuldade em estabelecer um equilíbrio entre vida e morte,
saúde e doença, cura e óbito é uma constante, e faz com que os trabalhadores
tenham potencial dificuldade em administrar o trágico. Por isso, pode-se criar
um espaço de despersonalização e de afastamento da realidade dos pacientes.
(PITTA;1996).

A tecnologia é necessária para prestar uma boa assistência, no entanto,


não devemos deixar o paciente de lado priorizando os aparelhos, conforme
descreve BEDIN et al (1999, p.19) ao dizer que, “de nada adianta ser um
humanista e observar o homem que morre por falta de tecnologia, nem ser rico
em tecnologia apenas para observar os homens que vivem e morrem
indignamente”. O equilíbrio entre tecnologia e cuidado humanizado é essencial
para a assistência ser prestada com excelência.

O paciente internado em uma UTI está em um estado crítico, requer


cuidados com alterações hemodinâmicas, mas também com seu estado
pscicossocioespiritual. E levando em consideração a política de humanização
da saúde, cuja atenção à saúde seja centrada no usuário e não na doença,

XLIV
demanda das equipes de UTI a incorporação de discussões acerca da
necessidade de humanizar a assistência prestada.

Dessa forma, “humanizar significa reconhecer as pessoas que buscam


os serviços de saúde a resolução de suas necessidades como sujeitos de
direitos; observar cada pessoa e cada família, em sua singularidade, em sãs
necessidades específicas, com sua história particular, valores, crenças e
desejos, ampliando as possibilidades para que possam exercer sua autonomia.
” (ZOBOLI, MARTINS & FORTES, 2001).

1.12 - Cuidados de enfermagem em pacientes da UTI


Nos tempos pós-modernos, a Enfermagem tem se deparado com um
grande desafio: acompanhar com presteza e espírito inovador a evolução
contínua da tecnologia e, ao mesmo tempo, saber ouvir os sofrimentos,
angústias e frustrações das pessoas que estão sob seus cuidados.
(CAVALHEIRO; MOURA; LOPES,2008).

O enfermeiro de UTI trabalha em um ambiente onde vida e morte,


humano e tecnológico encontram-se em luta constante. Apesar de existirem
vários profissionais que atuam na UTI o enfermeiro é o responsável pelo
acompanhamento constante, consequentemente possui o compromisso dentre
outros de manter a homeostasia do paciente e o bom funcionamento da
unidade. Para desempenhar um cuidado humanizado ao paciente além dos
procedimentos técnicos, actividades administrativas, gerenciais e burocráticas,
o enfermeiro deve focalizar seu olhar nos aspectos psíquicos, espirituais e
emocionais do ser humano.

Obter conhecimentos e utilizá-los em intervenções corretas é parte de


sua responsabilidade, que deve manter-se sempre actualizada para que haja
uma actuação mais eficaz no cuidado do paciente, visando a diminuição dos
riscos, complicações e morte. Ao se respeitar e atender as necessidades e
direitos do paciente, a equipe que com ele se relaciona terá sucesso em seu
trabalho, já que é de responsabilidade principalmente do enfermeiro fazer com
que esses direitos sejam cumpridos.

XLV
Salientam MENDES et al (2000, p.217) a respeito do profissional
enfermeiro: “(...) mais do que qualquer outro profissional de saúde, o
enfermeiro tem frequentemente tempo, oportunidade e acima de tudo preparo
para demonstrar seu conhecimento pelo direito do paciente, ser assistido com
dignidade e ainda mais, de promover estes direitos, através de suas acções. ’’

De acordo com Hudak e Gallo (1997), o papel do enfermeiro na unidade


de tratamento intensivo consiste em obter a história do paciente, fazer exame
físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde
e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas.

O enfermeiro de uma unidade de terapia intensiva deve possuir


conhecimento, habilidade e atitude, compete a ele sistematizar e decidir sobre
o uso de recursos humanos, físicos, materiais e de informação na assistência
prestada. As funções do enfermeiro são desempenhadas para atender as
necessidades de saúde de pessoas ou de comunidades. No ambiente de
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estas funções estão ligadas ao cuidado
com o doente crítico que envolve um arsenal tecnológico específico, exigindo
dos enfermeiros conhecimentos e habilidades relacionados ao manuseio de
máquinas e às necessidades dos pacientes que dependem delas.
(SCHWONKEET al., 2012).

A comunicação eficaz com o paciente dentro da UTI é um dos desafios


da equipe, particularmente quando o paciente encontrasse intubado. O esforço
e o bom senso são ainda as melhores ferramentas. Chamar o paciente sempre
pelo nome, com tom de voz calmo e volume normal, olhar para o seu rosto e
estabelecer contacto cortês e respeitoso, dirigir-lhe a palavra sempre que se
aproximar do leito para algum procedimento e examiná-lo de maneira
atenciosa, com toques cuidadosos são algumas atitudes facilmente adoptadas,
que resgatam a dignidade do ser humano, muitas vezes abalada pela situação
de internação. (KNOBEL; NOVAES; KARAM ,1999).

A família é um elemento importante nesse contexto, assim como o


paciente ela também está com seus medos, anseios e incertezas diante do
quadro. O enfermeiro com toda sua destreza tem o dever de confortar o

XLVI
familiar, dando-lhes as devidas orientações sobre o estado do paciente,
normas e rotinas da unidade, assim a família sente-se acolhida colaborando
com o profissional.

O enfermeiro deve apoiar e orientar tanto paciente quanto a família na


vivencia do processo de doença, tratamento e reabilitação, assim é mais fácil
para a família ficar segura de que a pessoa internada receberá toda a
assistência de que necessita. Qualquer indivíduo que vivencia um processo de
hospitalização está sujeito a encarar situações estressantes e muitas vezes de
sofrimento. Por isso, deve-se considerar fundamental a manutenção do vínculo
familiar e o diálogo do profissional-paciente, tendo o cuidado como essência da
Enfermagem. (MARTINS,2010).

Os recursos tecnológicos presentes na UTI para garantir a estabilidade


do paciente, em especial aqueles invasivos, como drenos, sondas, cateteres e
tubos, são percebidos pelos familiares como causadores de desconforto ao
paciente, gerando ansiedade e medo em relação ao diagnóstico, tratamento e
prognóstico. Os familiares sentem necessidade de receber informações junto
aos enfermeiros que os ajudem a entender o que se passa com o doente para
obter tranquilidade e segurança. (SAIOTE; MENDES,2011). Para o enfermeiro
agir de forma coerente e humanizada respeitando o paciente de maneira
holística com singularidade, pode ponderar-se dos princípios da biótica.

A Bioética possui como uma de suas características principais a de ser


uma ciência na qual o Homem é sujeito e não somente objecto. Funda-se em
quatro princípios: autonomia, beneficência, justiça e não-maleficência.

Beneficência: trata-se do critério mais antigo da ética médica. Resume-


se em fazer o bem ao paciente.

Autonomia: um dos norteadores da Bioética. Trata-se da capacidade de


decisão do paciente. Decidir em não aceitar determinado tratamento ou mesmo
medicação. Também pode decidir o melhor horário para o seu banho no leito. A
autonomia dá ao ser humano a capacidade para agir de acordo com sua
vontade por meio de escolhas que estão ao seu alcance e diante de objectivos
por ele estabelecidos.
XLVII
Justiça: todo ser humano merece atenção e cuidado e deve ser tratado
com igualdade e com imparcialidade na distribuição dos riscos e benefícios
perante toda atenção à saúde. Precisa-se de muita cautela para que não haja
injustiça social. Assim, torna-se importante o diálogo multidisciplinar, assim
como com toda a sociedade a fim de decidir sobre alocação de recursos em
Saúde Pública.

Não-maleficência: ou a obrigação de não causar danos, e beneficência


ou a obrigação de prevenir danos, retirar danos e promover o bem. Baseado
nos princípios da biótica o enfermeiro tem em mãos uma ferramenta do qual o
norteia para o cuidado ao paciente em sua integralidade e subjetividade.
Utilizando o princípio da autonomia, estimular o paciente no autocuidado
capacitando-o a ser independente, deixando-o expressar suas vontades,
decidir sobre o tratamento médico, ele tem todo o direito de fazer escolhas. O
princípio da justiça consiste de que agir com justiça pressupõe a assistência
equitativa a todos os pacientes, levando em consideração sua condição
biopsicoespiritual.

Os princípios da não maleficência e beneficência requer que não cause


danos e promova o bem, ou seja, assistência prestada sempre em prol do bem-
estar do paciente eximindo de complicações recorrentes a internação. O
enfermeiro sendo direccionado pelos princípios da bioética se isentando de
toda uma problemática que possa vir a ocorrer como: imperícia, negligencia e
imprudência, sendo assim, toda a equipe presta assistência para o paciente
com segurança e qualidade. No mundo actual o enfermeiro se depara com
pessoas de vários tipos tais como: excluídos, vulneráveis, violentos e com
diferentes opções sexuais, onde a bioética e humanização são ferramentas que
contribuem para um cuidado adequado.

XLVIII
CONCLUSÕES
Após a abordagem do tema exposto exarado que aborda os cuidados de
Enfermagem em pacientes da UTI, concluímos o seguinte:

- A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um local com equipamentos de


tecnologia de ponta, destinada a pacientes que necessitam de cuidados
intensivos, complexos e monitorização continua.

- As primeiras UTIs começaram a surgir na metade do século XX em


hospitais norte -americanos – as chamadas “salas de recuperação”, para onde
eram encaminhados os pacientes em pós -operatório de grandes cirurgias.

- A UTI pode ser classificada em: UTI Neonatal – pacientes com idades
entre 0 e 28 dias, Pediátrico – pacientes com idades entre 28 dias e 14 ou 18
anos, Adulto – pacientes com idades maios de 18 anos e Especializada
destinados a pacientes atendidos por determinada especialidade ou
pertencentes a um grupo específico de doenças.

- Os equipamentos fundamentais para uma UTI são: Oxímetro de pulso,


Desfibrilador, Eletrocardiógrafo, Ventilador pulmonar e o Monitor
multiparamétrico.

Quanto aos cuidados de enfermagem em pacientes da UTI concluímos


que:

- O enfermeiro deve Obter a história do paciente, manter a homeostasia


do paciente, conforto no leito e o bom funcionamento da unidade;

- Fazer exames físicos, executar tratamento, aconselhando e ensinando


a manutenção da saúde;

- Orientar os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas.

- Confortar o familiar, dando-lhes as devidas orientações sobre o estado


do paciente, normas e rotinas da unidade;

- Apoiar e orientar tanto paciente quanto a família na vivencia do


processo de doença, tratamento e reabilitação, assim é mais fácil para a família

XLIX
ficar segura de que a pessoa internada receberá toda a assistência de que
necessita.

L
RECOMENDAÇÃO
Após a abordagem bem como as conclusões tiradas o grupo recomenda
o seguinte:

Para as UTIs:

Que haja equipamentos suficientes para acudir os casos de tratamento


intensivos em nossas Unidade Hospitalares;

Que haja imparcialidade na inclusão dos pacientes para estas Unidades


recebido quaisquer pessoa a estas unidades no sentido de salvaguardarmos a
vida dos cidadãos.

Para os enfermeiros:

Que pautam nos princípios da humanização no sentido de utilizar a


tecnologia aliada a empatia, a experiência e a compreensão do cuidado
prestado fundamentado no relacionamento interpessoal terapêutico, a fim de
promover um cuidado seguro, responsável e ético em uma realidade vulnerável
e frágil.

Que pautem nos princípios da Bioética que inclui considerar o paciente


como é sujeito e não somente objecto proporcnionará actos de bondande ao
paciente, ser tratar com igualdade e com imparcialidade na distribuição dos
riscos e benefícios perante toda atenção à saúde, e ter a obrigação de
prevenir danos, retirar danos e promover o bem

Que procuram pesquisar mais a fundo sobre os equipamentos, suas


características, funcionamento para melhor exercerem a sua função nas
Unidades de UTIs.

Que proporcionem consolo e conforto aos pacientes as famílias.

LI
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LIV
ANEXOS

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