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DOENÇAS

TRANSMISSÍVEIS
Profa Dra Rosana Rosseto de Oliveira
CONCEITOS
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

AGENTE INFECCIOSO OU BIOAGENTE

Todo organismo vivo que, em uma de suas formas


evolutivas, ao penetrar em outro ser vivo tem a
capacidade de produzir infecção ou uma doença
infecciosa (bactéria, vírus, verme, protozoário, fungo,
dentre outros).
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

INFECÇÃO

É a entrada e o desenvolvimento de um agente


infeccioso específico no corpo de um ser humano ou
outro animal, podendo resultar em doença infecciosa ou
em infecção inaparente.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
DOENÇA INFECCIOSA OU TRANSMISSÍVEL

Corresponde a qualquer enfermidade causada por um


agente infeccioso específico, ou seus produtos tóxicos,
que se manifesta pela transmissão desse agente ou de
seus produtos, de uma pessoa ou animal infectados ou de
um reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou
indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário,
de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio
ambiente inanimado.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
HOSPEDEIRO

Qualquer ser vivo, simples ou complexo, alvo de uma ação


infectante de um agente infeccioso específico.

HOSPEDEIRO DEFINITIVO: abriga o agente na fase de


maturidade ou em fase de vida sexual ativa.

HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: abriga o agente em fase


larvar ou estágio de desenvolvimento assexual.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
INFECÇÃO INAPARENTE: estado resultante de infecção
no qual não há manifestações clínicas.

TRANSMISSÃO DIRETA: transmissão de pessoa a pessoa.

TRANSMISSÃO INDIRETA: transmissão mediada por


diferentes meios (ser vivo, objeto inanimado, etc).
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

A transmissão do agente etiológico para um novo hospedeiro:

FONTE DE INFECÇÃO: água, leite, carne, mosquito infectante,


etc.

FÔMITE: quando se trata de uma partícula (espirro, seringa,


espéculo, roupa contaminada, etc) – transmissão direta ou
indireta.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

INFESTAÇÃO: situação em que o bioagente se aloja, se


desenvolve e se reproduz na superfície do corpo do
hospedeiro.

termos usados para designar a


VIREMIA: vírus. presença do agente na
corrente circulatória do
BACTEREMIA: bactéria. hospedeiro

PARASITEMIA: parasito.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
FASE AGUDA DE INFECÇÃO

Quando após a infecção surgem nítidos sintomas e sinais


clínicos da doença e, em geral, o agente é detectável no
sangue ou outros tecidos do organismo humano.

CURA FASE ÓBITO


CRÔNICA
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
FATORES DE INFECTIVIDADE

INFECTIVIDADE: capacidade de provocar novas infecções.


Os bioagentes, para garantir a sobrevivência da espécie
necessitam infectar novos hospedeiros.

DOSE INFECTANTE: nº de unidades do agente infeccioso


necessário para produzir doença. Varia de acordo com
acordo com a virulência do bioagente e a resistência do
indivíduo acometido.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
FATORES DE INFECTIVIDADE

PATOGENICIDADE: é o poder que tem um agente infecioso,


ao penetrar em organismos vivos, de produzir sinais e
sintomas, em maior ou menor proporção dentre o total de
infectados, ou seja, é a maior ou menor habilidade de um
agente etiológico provocar lesões.

VIRULÊNCIA: é a capacidade de o agente produzir casos


graves ou fatais da doença.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
FATORES DE INFECTIVIDADE

VEÍCULO DE DISSEMINAÇÃO: qualquer ser vivo (inseto,


molusco ou outros animais) ou substância inanimada (água,
ar, alimentos, solo) que transporta um agente biológico.
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FATORES DE INFECTIVIDADE

VETOR MECÂNICO: apenas transporta o agente que


acidentalmente o contaminou.

Salmonella typhi

Febre tifóide
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FATORES DE INFECTIVIDADE

VETOR BIOLÓGICO: o agente infeccioso tem uma passagem


obrigatória, necessária a completude do seu ciclo de
desenvolvimento
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
RESERVATÓRIO DE INFECÇÃO OU FONTE PRIMÁRIA DE
INFECÇÃO

Local no qual o agente infeccioso sobrevive, multiplica-se e


do qual pode ser transmitido para outro hospedeiro
suscetível.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
RESERVATÓRIO DE INFECÇÃO OU FONTE PRIMÁRIA DE
INFECÇÃO
SER VIVO INANIMADO
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
RESERVATÓRIO PERFEITOS: animais que não manifestam a doença.

Vírus
rábico

Vírus
rábico
MODOS DE TRANSMISSÃO
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MODOS DE TRANSMISSÃO DAS DIP

DIRETA: transmissão de pessoa a pessoa.


• HORIZONTAL: o agente é transmitido através de vias
respiratória, digestiva, sexual, pele, etc.
• VERTICAL: quando o agente é transferido para o feto
através da placenta.

INDIRETA: transmissão mediada por diferentes meios (ser


vivo, objeto inanimado, etc).
EPIDEMIOLOGIA
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
EPIDEMIOLOGIA

• O mais grave problema de saúde pública no mundo até


metade do século XX.

• Idade média: um terço da população europeia morreu de


peste negra.

• Até o século XIX, praticamente não havia controle de


doenças, sendo a única medida adotada o isolamento
individual (quarentena).
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EPIDEMIOLOGIA

• Atingiam todas as faixas etária, especialmente menores de 1


ano.

• Chadwick (1945) e Vilermé (1988) desenvolveram estudos


observacionais sobre os efeitos do meio ambiente na saúde
humana.

• Políticas públicas voltadas para intervenções de saneamento


nas cidades e reduziram as doenças infecciosas.
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EPIDEMIOLOGIA

• No século XX muitos agentes já haviam sido isolados e os


ciclos epidemiológicos das doenças passaram a ser
conhecidos.
Febre amarela, peste, varíola, hanseníase, malária,
tuberculose, doença de Chagas.

Desenvolvimento de instrumentos de prevenção e


controle
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EPIDEMIOLOGIA
• Ações: pesquisa, vacinação infantil, cloração da água para consumo
humano, tratamento com antibióticos, etc.
Alexander Fleming foi o cientista
que descobriu a penicilina. A
descoberta aconteceu em 1928,
enquanto o pesquisador trabalhava
num hospital de Londres, na
Inglaterra.
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EPIDEMIOLOGIA

• Taxa geral de mortalidade nos Estados Unidos:

Mais de 800/100 mil habitantes em 1900;


Menos de 50/100 mil habitantes no final do mesmo
século.
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EPIDEMIOLOGIA

• No Brasil:

• Em 1930 as DIP representavam 46% de todos os óbitos.


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EPIDEMIOLOGIA

• Apesar dos avanços, as DIP são a 3ª causa de


hospitalizações no Brasil.

• Doenças infecciosas intestinais são a maioria desse grupo


de doenças.

• Os fatores que determinam essas enfermidades ainda não


foram bem controlados: DESIGUALDADE SOCIAL e
ECONÔMICA do país.
PREVENÇÃO E CONTROLE DAS DIP
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PREVENÇÃO DAS DIP

• O conhecimento epidemiológico sobre as doenças permite


classifica-las e obter uma medida de importância e
possibilidade de prevenção.

• O conhecimento da história natural de uma doença nos


permite prevenir e intervir efetivamente sobre ela.

• Conhecimento, organização, estrutura, capacidade de


resposta e potencial dos serviços de saúde.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
PREVENÇÃO DAS DIP

PREVENÇÃO PRIMORDIAL

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

PREVENÇÃO TERCIÁRIA
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PREVENÇÃO DAS DIP

PREVENÇÃO PRIMORDIAL

Voltada a evitar o surgimento e a consolidação de padrões de


vida sociais, econômicos e culturais que contribuem para
elevar o risco de adoecer.
Ex.: medidas contra os efeitos mundiais da poluição
atmosférica.
Ex.: estabelecimento de uma dieta nacional baixa em gordura
animal saturada.
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PREVENÇÃO DAS DIP

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Voltada a limitar a incidência de doença mediante o


controle de suas causas e fatores de risco.

Ex.: a imunização, a pasteurização do leite, a cloração da


água, o uso de preservativos ou a modificação de fatores e
comportamentos de risco.
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PREVENÇÃO DAS DIP

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

Voltada à cura das pessoas enfermas e à redução das


consequências mais graves da doença mediante a detecção
prévia e tratamento precoce dos casos.

Ex.: programas de triagem ou rastreamento populacional,


como as campanhas massivas de exame de Papanicolau ou
para detecção e tratamento precoce do câncer de colo de
útero.
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PREVENÇÃO DAS DIP

PREVENÇÃO TERCIÁRIA

Voltada à redução do progresso e das complicações de


uma doença já estabelecida mediante a aplicação de
medidas orientadas a reduzir sequelas e deficiências,
minimizar o sofrimento e facilitar a adaptação dos
pacientes a seu ambiente.

Ex.: reabilitação de paciente pós AVE.


DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
CONTROLE DAS DIP

É um conjunto de ações, programas ou operações


contínuas voltadas à redução da incidência e/ou
prevalência de um dano à saúde em níveis tais que deixem
de constituir um problema de saúde pública.

CENÁRIO EPIDÊMICO

CENÁRIO NÃO-EPIDÊMICO
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CONTROLE DAS DIP

CENÁRIO EPIDÊMICO

Conseguir rapidamente uma curva descendente e,


eventualmente, esgotar a epidemia, ou seja, o retorno aos
níveis esperados.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
CONTROLE DAS DIP

CENÁRIO NÃO-EPIDÊMICO

Curto prazo: equilíbrio da situação não-epidêmica, ou seja,


manter o número observado de casos igual ao número
esperado.

Longo prazo: redução do risco de adoecer na população


(redução da incidência) a níveis tais que não representem
um problema de saúde pública.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
MEDIDAS DE CONTROLE POPULACIONAL

CONTROLE DA DOENÇA

ELIMINAÇÃO DA DOENÇA

ERRADICAÇÃO DA DOENÇA
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
MEDIDAS DE CONTROLE POPULACIONAL

CONTROLE DA DOENÇA

Aplicação de medidas populacionais voltadas a conseguir


uma situação de controle da doença, ou seja, à redução da
incidência da doença a níveis nos quais ela deixe de ser um
problema de saúde pública
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
MEDIDAS DE CONTROLE POPULACIONAL

ELIMINAÇÃO DA DOENÇA

Situação na qual não existem casos de doença, embora


persistam as causas que podem potencialmente produzi-la.

Ex. zonas urbanas infestadas pelo Aedes aegypti, mesmo


na ausência da circulação do vírus da febre amarela, ou da
dengue, a simples presença do vetor constitui um risco
potencial para a eventual ocorrência de casos.
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MEDIDAS DE CONTROLE POPULACIONAL

ERRADICAÇÃO DA DOENÇA

Situação na qual não somente foram eliminados os casos,


mas também as causas da doença, em especial, o agente.
A erradicação de uma doença adquire seu real significado
quando alcançada numa escala mundial.

Ex.: Até o momento, essa situação de erradicação mundial


só foi obtida com a varíola.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

1. Programa Nacional de Imunização.


2. Testes rápidos HIV/AIDS, Sífilis, Hepatites.
3. Distribuição de preservativos.
4. Programa Nacional de Controle da Tuberculose.
5. Programa Nacional de Controle da Hanseníase.
6. Sistema Nacional de Agravos de Notificação.
7. Fluoração e cloração da água.
8. Saneamento básico.
MUITO OBRIGADA!

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