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ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM A
PACIENTES COM
AFECÇÕES
DERMATOLÓGICAS
Conceitos histológicos da
pele - funções
 Proteção estrutural (agentes físicos, mecânicos e
biológicos);
 Barreira química e mecânica;

 Manutenção da homeostase (glândulas sudoríparas –


termorregulação e equilíbrio hidroeletrolítico);
 Síntese da vitamina D;
 Órgão sensorial para percepção de pressão, dor e
temperatura.
LESÕES ELEMENTARES

alterações que ocorrem na superfície tegumentar, geradas por


causas físicas, químicas, animadas, psíquicas ou desconhecidas,
cujos mecanismos indutores tem natureza circulatória,
inflamatória, metabólica, degenerativa ou hiperplásica.

As lesões podem ser por:


• Modificações da cor (mácula ou mancha)
• Lesões com conteúdo sólido( pápulas, nódulos)
• Lesões com conteúdo líquido (vesículas, pústulas)
• Lesão por solução de continuidade (úlceras, fístulas, fissuras)
• Lesões que tendem a eliminação espontânea (escamas, crostas)
• Sequelas (atrofia, cicatriz)
MÁCULA PURPÚRICA
MÁCULA ERITEMATOSA
PÁPULA
EQUIMOSE
VESÍCULAS
NÓDULOS

PÚSTULAS
CROSTAS
ESCORIAÇÕES

FISSURAS
ATROFIA SENIL
ULCERAÇÕES

CICATRIZ
FERIDAS
FERIDAS
Qualquer ruptura da integridade de um
tecido ou órgão, podendo atingir desde a
epiderme, até estruturas mais profundas
como fáscias, músculos, aponeuroses e
órgãos cavitários

Podem ser causadas por fatores


extrínsecos, como lesões traumáticas,
provocadas por agentes físicos, químicos
ou biológicos, ou por fatores intrínsecos,
como feridas crônicas resultantes de
neoplasias, distúrbios metabólicos e
doenças vasculares
Classificação das feridas
Patológicas
Quanto à causa
Iatrogênicas
Intencionais ou cirúrgicas
Acidentais ou traumáticas
Causadas por fatores externos

Evolução Crônicas ou agudas

Complexidade Simples ou complexas

Comprometimento tecidual Categoria/Grau I, II, III e IV


Abertas ou fechadas

Espessura Superficial
Profunda superficial
Profunda

Presença ou ausência de Contaminadas


infecção Colonizadas, infectadas ou sépticas
Não infectadas e limpas
Causas das feridas
Feridas Traumáticas: são aquelas
provocadas acidentalmente por agentes:
- Mecânico (contenção, perfuração,
corte);
- - Químico (iodo, cosméticos, ácido
sulfúrico, etc.);
- Físico (frio, calor, radiação).

Feridas Ulcerativas: são


Feridas lesões escavadas,
cirúrgicas circunscritas na pele,
Causadas por formadas pela morte e
excisão, incisão expulsão do tecido,
ou punção resultantes de traumatismo
ou doenças relacionadas
com o impedimento do
suprimento sanguíneo.
Feridas
patológicas
•Causadas por fatores
endógenos ou lesões
secundárias a uma ou
mais doenças de base
•Formatos e graus de
comprometimento
diversos
•Cicatrização difícil
Feridas ulcerativas

Úlcera por pressão Úlcera varicosa


Feridas ulcerativas

Úlceras diabéticas
Feridas iatrogênicas
Iatrogenia se refere à doença, aos efeitos ou às
complicações adversas ocasionadas por procedimentos.
Feridas intencionais ou cirúrgicas

Decorrentes de procedimentos cirúrgicos, trauma mínimo


de tecidos adjacentes, bordos são aproximados por sutura.
Ferida cirúrgica
Feridas traumáticas:

FERIDAS CONTUSAS :
Produzidas por objetos rombos ou
golpes, sem rotura da superfície da pele,
com traumatismo de partes moles, edema e
hemorragia.

FERIDAS LACERADAS

Decorrentes de qualquer origem


traumática, com presença de rotura
superficial ou profunda da pele ,
apresentando bordos irregulares.
Ferida lacerante
Ferida contusa
Ferida cortocontusa
Feridas traumáticas
 FERIDAS PERFURANTES:
Decorrentes de distintos agentes, provocam
uma pequena abertura na pele porém
profunda e, geralmente grave por lesão de
estruturas internas e infecção.

AMPUTAÇÕES
Resultantes de laceração e separação forçada
dos tecidos, afetam freqüentemente as
extremidades, com lesões neurovasculares.
Ferida perfurante
Feridas traumáticas
• QUEIMADURAS:
Resultantes de contato direto com chama, objetos e líquidos
quentes, radiação, corrente elétrica ou frio intenso, a severidade
das lesões é variável.
Ferida por animais peçonhentos
Ferida por animais peçonhentos
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS DE ACORDO
COM A PERDA TECIDUAL
 Perda superficial:
Envolve acometimento da epiderme, manifesta-
se por edema e rubor dos bordos da ferida, não
há sangramentos, ocorre a repitelização.

 Perda parcial:
Envolve acometimento da epiderme e parte da
derme, há presença de exsudato, sangramento
e formação de crosta.

 Perda total:
Envolve acometimento da epiderme, derme,
subcutâneo, tecido gorduroso subjacente e até
exposição óssea.
TIPOS DE FERIDAS
CRÔNICAS
Úlcera venosa (insuficiência
venosa)
Resultante da hipertensão venosa de
MMII.

Insuficiência arterial (insuficiência


arterial)
Produz lesões resultantes da incapacidade
de resposta à demanda metabólica.

Úlcera por neoplasia


A integridade da superfície da pele pode ser
interrompida por uma lesão neoplásica,
podendo tratar-se de um tumor primário ou
metastático.
QUADRO COMPARATIVO: ULCERAS VENOSAS X ÚLCERAS ARTERIAIS
TIPOS DE FERIDAS
CRÔNICAS
Lesão por pressão
Produzida por isquemia em
conseqüência à pressão constante
sobre proeminência óssea,
determinando comprometimentos
variáveis.

Úlcera metabólica
A DM pode afetar a resposta
inflamatória e produzir lesões
neurovasculares, infecções e
feridas crônicas.
Lesão por pressão
Lesão por pressão - LP
 Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos
moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea
ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato.

 Ocorre como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em


combinação com o cisalhamento.

 A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode


também ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão,
comorbidades e pela sua condição..

NPUAP, 2016.
Lesão por pressão
Lesão por pressão
FATORES DE RISCO PARA LP

1. diminuição sensorial
2. diminuição da função motora
3. alteração do nível de
consciência
4. presença de equipamentos
como gesso, tração,
equipamentos ortopédicos,
sondas, cateteres
FORÇA DE CISALHAMENTO
FORÇA DE CISALHAMENTO

FORÇA DE FRICÇÃO
FATORES DE RISCO PARA LP
 Umidade = sua presença aumenta até em cinco vezes o risco
de desenvolvimento de UPP
 Nutrição deficiente = devido a atrofia muscular e diminuição do
tecido subcutâneo, aumentando assim a pressão nas
saliências ósseas. Além de dificultar o processo de
cicatrização da ferida pela diminuição da albumina sérica
 Edema = no edema existe diminuição da circulação e oxigênio
local
 Anemia = diminuição de circulação e oxigenação local
 Obesidade = o tecido adiposo é pobremente vascularizado
 Circulação periférica diminuída = baixa oferta de oxigênio
ESTÁGIO 1 Pele íntegra com eritema que não
embranquece
 pele hiperemiada por 5 minutos depois da remoção da pressão
pele quente
 Pele íntegra com área localizada de eritema que não
embranquece e que pode parecer diferente em pele de cor
escura. 
ESTÁGIO 2: PERDA DA PELE EM SUA
ESPESSURA PARCIAL COM EXPOSIÇÃO DA
DERME
 Perda da pele em sua
espessura parcial com
exposição da derme. O
leito da ferida é viável, de
coloração rosa ou
vermelha, úmido e pode
também apresentar-se
como uma bolha intacta
(preenchida com
exsudato seroso) ou
rompida. 
 se a pressão for aliviada,
a úlcera pode cicatrizar
dentro de 1 a 2 semanas
ESTÁGIO 3: PERDA DA PELE EM SUA ESPESSURA
TOTAL
◦ Perda da pele em sua espessura total na qual a gordura é
visível e, frequentemente, tecido de granulação e lesão com
bordas enroladas estão presentes.
◦ a cicatrização pode levar meses
Estágio 4: Perda da pele em sua espessura
total e perda tissular
 Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou
palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso.
 drenagem fétida e trajetos fistulares profundos
 a cicatrização pode demorar meses ou até anos
Não Classificável: Perda da pele em sua
espessura total e perda tissular não visível

◦ Perda da pele em sua espessura total e


perda tissular na qual a extensão do dano
não pode ser confirmada porque está
encoberta pelo esfacelo ou escara.

◦ Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão


por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará
aparente.

◦ Escara estável (isto é, seca, aderente, sem


eritema ou flutuação) em membro isquêmico
ou no calcâneo não deve ser removida.

◦ a cicatrização pode demorar meses ou até


anos
Lesão por Pressão Tissular Profunda:
descoloração vermelho escura, marrom ou
púrpura, persistente e que não embranquece.

Pele intacta ou não, com


área localizada e persistente
de descoloração vermelha
escura, marrom ou púrpura
que não embranquece ou
separação epidérmica que
mostra lesão com leito
escurecido ou bolha com
exsudato sanguinolento.
RELACIONADA A
DISPOSITIVOS
MÉDICOS
•Resulta do uso de
dispositivos criados e
aplicados para fins
diagnósticos e terapêuticos.
A lesão por pressão
resultante geralmente
apresenta o padrão ou
forma do dispositivo
Estágio 3
Estágio 2

Estágio 4

Estágio 1
ESCALA DE BRADEN
Superfícies de Apoio
Condições de regeneração
celular
Condição clínica local e sistêmica do paciente
 Localizaçãoda ferida
 Causa da ferida
 Estado geral do paciente: descompensações sistêmicas, distúrbios
coagulação, aspectos nutricionais, etc

Potencial para desenvolvimento, manutenção,


reparação ou complicação de lesões
 Idade
 Localizaçãoda ferida
 Causa da ferida
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CICATRIZAÇÃO
Condições de regeneração
celular
Fatores que influenciam:
 idade,
 estado nutricional,
 perfusão tissular,
 infecção,
 stress,
 HAS,
 DM,
 tabagismo
 doenças cardiovasculares,
 escassez de vitamina C,
 deficiência de vitamina K,
 falta de zinco,
 fatores genéticos
REGENERAÇÃO X REPARAÇÃO
REPARO TECIDUAL – REGENERAÇÃO CELULAR OU CICATRIZAÇÃO

LESÃO INFLAMAÇÃO

PROLIFERAÇÃ
MATURAÇÃO
O

REPARO
PROCESSO CICATRICIAL
Processo de reparo que se faz à custa da proliferação do tecido
conjuntivo fibroso em que o tecido preexistente fica substituído
por cicatriz fibrosa
Ocorre em três fases:
Inflamatória
Proliferativa
Reparação/Maturação
Regeneração
celular
Complexos eventos celulares e bioquímicos, caracterizando as fases:
◦ Fase inflamatória: edema, eritema, dor e calor ( 1 a 4 dias)
◦ Fase proliferativa: epitelização e síntese de colágeno (5 a 20 dias)
◦ Fase de maturação: Início da reorganização das fibras de colágeno (21 dias a
2 anos)
Regeneração celular
◦ INFLAMATÓRIA: 1 – 4 DIAS
o Formação de coágulo (agregação plaquetária e ativação da cascata
de coagulação)
o Edema e exsudato (liberação dos mediadores inflamatórios)
o Reabsorção do coágulo e resíduos
Regeneração celular
◦ PROLIFERATIVA: 5 – 20 DIAS
o Produção colágeno pelos fibroblastos
o Tecido granulação (angiogênese e proliferação de fibroblastos)
o > força tensional

Evolução da ferida
Regeneração celular
◦ MATURAÇÃO: APÓS 21 DIAS
o Diminuição dos fibroblastos
o > força tensional
o Formação da cicatriz
FATORES QUE
INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
FATORES SISTÊMICOS FATORES LOCAIS
Nutrição Edema
Hormônios Infecção local
Presença de corpos estranhos
Idade
Presença de necrose
Doenças
Ressecamento
Medicamentos sistêmicos
Extensão e local da ferida
Doenças vasculares Pressão e técnica de curativo
inadequada
Agentes tópicos inadequados
MECANISMOS DE
CICATRIZAÇÃO DAS
FERIDAS

CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA


INTENÇÃO: mínima destruição
tissular; bordas são aproximadas;
cicatriza com pouca reação tissular, o
tecido de granulação não é visível, a
cicatriz é mínima. Ex. ferimento
suturado cirurgicamente
MECANISMOS DE CICATRIZAÇÃO DAS
FERIDAS

CICATRIZAÇÃO POR
SEGUNDA INTENÇÃO:
perda excessiva de tecido
com ou sem infecção; a
aproximação das bordas
não é possível; as feridas
são deixadas abertas;
Forma tecido de
granulação e contração das
bordas.
MECANISMOS DE CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS

CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA


INTENÇÃO: acontece a
aproximação das bordas, depois de
uma preparação inicial do leito da
ferida, principalmente se ela
apresentar indícios de infecção,
que deve ser, inicialmente, tratada
para posterior sutura da lesão
TIPOS DE CICATRIZES

BRIDA CICATRICIAL
1a intenção

2a intenção

3a intenção
AVALIAÇÃ
O DAS
FERIDAS
AVALIAÇÃO DE FERIDAS
LOCALIZAÇÃO
As feridas localizadas em
regiões proximais possuem
aporte sanguíneo mais
eficiente e tendem a
cicatrizar com mais
facilidade do que aquelas
localizadas nas
extremidades ou em áreas
de grande mobilidade,
como as articulações
LOCALIZAÇÃO
EXTENSAO (CM2): COMPRIMENTO X LARGURA
EXTENSÃO
EXTENSÃO (uso de papel grau cirúrgico e papel
milimetrado)
PROFUNDIDADE
EXSUDATO
Saída de líquidos orgânicos
através das paredes e das
membranas celulares.
Avaliar:
•VOLUME
•COR
•ODOR
•CONSISTÊNCIA
EXSUDATO
EPITELIZAÇÃO

TIPOS DE GRANULAÇÃO
TECIDO

ESFACELO

NECROSE
EPITELIZA
ÇÃO
Novo tecido que é
formado com o
processo de
cicatrização, com
coloração rosada.
TECIDO DE
GRANULAÇÃO
É o crescimento de pequenos vasos sanguíneos e
de tecido conectivo para preencher feridas de
espessura total. O tecido é saudável quando é
brilhante, vermelho vivo, lustroso e granular com
aparência aveludada. Quando o suprimento
vascular é pobre, o tecido apresenta-se de
coloração rosa pálido ou esbranquiçado para o
vermelho opaco.
TECIDO DE GRANULAÇÃO
NECROSE
TECIDO MORTO L

Liquefativa: Tecido C
delgado, de coloração
amarelada.
Coagulativa: As células
convertem-se em uma
placa opaca de coloração
negra.
ESFACELO(NECROSE
LIQUEFATIVA)
Tecido desvitalizado
liquefativo, espesso,
viscoso ou mucoide
aderido ao leito,
com coloração
esverdeada,
amarelada e/ou
esbranquiçada.
TECIDO
FIBRINOSO

Fibra amarelada
insolúvel fortemente
aderida ao tecido de
granulação. Realiza
hemostasia em pontos
sangrantes.
Tipos de tecidos
Tecido de TECIDO FIBRINOSO
granulação

TECIDO DESVITALIZADO
maceração

Necroses

ESFACELOS
ESCARA
Termo utilizado para
caracterizar tecidos
dessecados e
comprimidos de
coloração negra,
consistência dura e
seca aderido à
superfície da pele
ÁREA PERILESIONAL
Fornece informações importantes referentes às condições da etiologia e
do processo de cicatrização o que auxilia no planejamento das
intervenções.
•Avaliar o aspecto (pele íntegra, macerada, endurecida, queratose)
•Cor (hiperemia, esbranquiçada),
•Edema
•Temperatura (normal, quente, fria)
•Pulso (ausente, fraco, normal)
DOR
Descrever a dor que sente na ferida em repouso: como ela é? Forte?
Localizada? Latejante? Formigamento? Agulhadas? Queimação? Choque?
MARGENS E BORDAS
MARGENS E BORDAS

RESSECADAS DESCAMATIVAS
MACERADAS

DESCOLAMENTO ADERIDAS
ALGORITMO DE LIMPEZA DE FERIDAS
Princípios de
Tratamento de
Feridas
Restauração e cicatrização
/epitelização do tecido

Prevenção e controle de infecção;

Princípios Limpeza e desbridamento;


do
Tratamento
de Feridas Controle de exsudato;

Controle de odor;

Proteção de trauma.
ASPECTOS LEGAIS

PARECER COREN-SP CAT No 013/2009: "Considerando-se os conhecimentos


científicos e técnicos adquiridos durante respectivo processo de formação
profissional, o enfermeiro poderá assumir o procedimento de desbridamento
de lesões, exclusivamente dentro da equipe de enfermagem, seja ele mecânico,
enzimático, autolítico e instrumental conservador, cuja situação de necessidade
de intervenção cirúrgica esteja descaracterizada.”

RESOLUÇÃO 567/2018:Art 1º O Enfermeiro tem autonomia para abertura de Clínica/Consultório de


Prevenção e Cuidado de pessoas com feridas, respeitadas as competências técnicas e legais.
Art. 3º Cabe ao Enfermeiro da área a participação na avaliação, elaboração de protocolos, seleção
e indicação de novas tecnologias em prevenção e tratamento de pessoas com feridas
•Químico - ação
enzimática. Papaína
em solução ou gel,
no mínimo a uma
DESBRIDAME concentração de 2%.
NTO DE Remoção de tecidos
mortos, desvitalizados ou •Autolítico -
TECIDO contaminados, ajudando
a reduzir o número de
promovido pelo uso
INVIÁVEL microrganismos, toxinas e
outras substâncias que
de produtos que
inibem a cicatrização. garantam a umidade
adequada na ferida.
•Mecânico e
Instrumental
(Somente com
treinamento prévio)
Curativos e
coberturas
Função da Cobertura
Prevenir a contaminação;

Promover a cicatrização;

Proteger a ferida;

Absorver exsudato e facilitar a drenagem;

Aliviar a dor.
Características do Curativo ideal
Proporcionar um ambiente fisiologicamente úmido;

Equilibrar o exsudato;

Facilitar as trocas gasosas;

Manter a temperatura constante (37°C);

Servir como barreira à contaminação;

Mandebaulm,2003.
Características do Curativo ideal

Proteger de traumatismos;

Minimizar dor e odor;

Proteger a pele adjacente;

Conforto;

Facilidade de Remoção;

Boa relação custo/benefício. An bras Dermatol,


Mandebaulm,2003.
Classificação das Coberturas

De acordo com sua relação de


contato com o leito da ferida

Secundárias – São
Primárias -
aquelas colocadas sobre a
São aquelas cobertura primária com
colocadas função de proteção ou
diretamente fixação, aumentam a
sobre a ferida; habilidade da cobertura
primária
Como selecionar?
A avaliação se resume em:

1.Tipo de tecido

2. Tamanho da lesão

3.Margens e Bordas

4.Localização
5. Exsudato
Manutenção de microambiente local fisiológico

1.Limpeza;
2.Desbridamento do tecido inviável;
3.Prevenção e manejo de infecção;
4.Modulação de exsudato;
5.Eliminação de espaço morto;
6.Controle de odor;
7.Eliminação ou minimizar a dor;
8.Proteção da pele ao redor
Rolstad, Ovington (2007)
Desbridamento de tecido inviável
Remoção de tecidos mortos, desvitalizados ou contaminados,
ajudando a reduzir o número de microrganismos, toxinas e
outras substâncias que inibem a cicatrização.
Químico - ação enzimática. Papaína em solução ou gel, no mínimo a
uma concentração de 2%.

Autolítico - promovido pelo uso de produtos que garantam a umidade


adequada na ferida.

Mecânico e Instrumental
(Somente com treinamento prévio)
Desbridamento
enzimático
Papaína
Mistura de enzimas proteolíticas e peroxidases existentes
no látex no mamoeiro (leite de mamão) na fruta verde.
Tem ação bactericida e bacteriostática, estimula a força
tênsil da cicatriz e acelera a cicatrização.
Apresentação em pó, gel ou pasta ( Prescrição médica
para manipulação)
Indicação do Enfermeiro para utilização:
• Lesão com necrose de coagulação - 10%;
• Lesão com necrose de liquefação - 4 a 6%;
• Lesões com tecido de granulação - 2%.
Proteção das bordas
Contra indicado em feridas sangrantes
Desbridamento
autolítico
Hidrocolóide carboximetilcelulose, pectina e
gelatina na matriz de polímeros elastoméricos;
• Auto aderente;
• absorve o exsudato
• promove um ambiente úmido que favorece o
processo de cicatrização
• auxilia na remoção de; tecido desvitalizado da
ferida;
• Feridas com pequena ou média quantidade de
exsudação;
TIPOS DE CURATIVOS
Hidrocolóides
Indicação feridas secas, com pouco
exsudato
Ação em contato com o exsudato forma
o gel que mantém a ferida úmida
Contra indicado para feridas infectadas
Não requer troca diária
Desbridamento autolítico
Hidrogel com/sem Alginato (Composto por 60-90% de água, composição
carboximetilcelulose , propilenoglicol , água,
alginato e sódio (Saf-gel).

Amolecimento e hidratação de áreas necróticas ou desvitalizadas;


Promove o desbridamento autolítico, estimula granulação e epitelização.
Queimaduras de 1º e 2º graus, feridas com perda de tecido parcial ou
profunda, feridas necrosadas, feridas com crostas superficiais, com tecido de
granulação e áreas doadoras de pele e descamações.
Contra indicado em Feridas infectadas e/ou exsudativas.
TIPOS DE CURATIVOS
Hidrogel
Indicações feridas secas ou
com pouco exsudato, com
necrose
Favorece a angiogênese
Promove o desbridamento
autolítico
Mantém o meio úmido
Requer cobertura
TIPOS DE CURATIVOS
Alginato de cálcio
Extraídas da algas marinha
Indicações: feridas superficiais (placa) ou profunda (fita) feridas
exsudativas ou com sangramento, feridas agudas ou crônicas,
colonizadas ou infectadas
Ação em contato com o exsudato, sangue forma um gel fibroso
hidrofílico, hemóstatico e rico em cálcio que interage com os íons de
sódio da ferida absorvendo o excesso de sangue exsudato mantendo o
meio úmido
Alginato de cálcio
Prevenção e Manejo da infecção
Prata como antisséptico
Controle eficiente a bactérias resistentes a ATB;
Controle eficiente de fungos;
Liga-se e danifica a célula da bactéria em múltiplos sítios (altera
estrutura e função)
Diversas formas de liberação e apresentações
Prevenção e Manejo da infecção
Antimicrobianos
Hidrofibra Antimicrobiano
Carboxilmetilcelulose sódica e prata iônica
Inativa as bactérias retiradas do leito da ferida e retidas dentro
da fibra do curativo
Absorve o exsudato e bactérias presentes no leito da ferida,
formando um gel
Adapta-se à superfície da ferida formando um meio úmido
que auxilia na remoção de tecidos necróticos
(desbridamento autolítico)

Aquacel Ag®
Eliminação de Espaço Morto
• Preencher a cavidade para que a o
processo de cicatrização seja de
dentro para fora;
• Escolha do material de acordo com
todas as especificações anteriores.
Terapia por pressão negativa
Prevenção e Manejo da infecção
Eliminação de Espaço Morto
Modulação do exsudato
Controle de odor
•Funciona através da sucção do tecido
•Aplicando uma espuma protetora
•Filmes transparentes para vedação
•Ligados ao motor pelo dreno
•O exsudato fica no compartimento
•Seleciona-se o modo e o valor de pressão
Pico®
Renasys®
Vac®
Terapia por pressão negativa
Controle de odor
Carvão Ativado
Carvão ativado, contido em um envoltório de não-
tecido
•Controle eficiente do odor fétido,
antibacteriano.
•Pode ocorrer o ressecamento da ferida
Contraindicação
•Feridas com exposição óssea (pois resseca)
•feridas com pequena quantidade de exsudato,
•locais com presença de tumoração, feridas secas,
•hipersensibilidade ao nylon
Actisorb®
Curatec®
TIPOS DE CURATIVOS
Carvão ativado
Indicações: feridas infectadas,
exsudativas, superficiais ou
profundas
Ação remove o excesso do
exsudato da ferida por adsorção
Não requer troca diária, exige
cobertura secundária
TIPOS DE
CURATIVOS
Ácidos graxos essencias
(Dersani)/AGE
Ácido linoleico /vit.A, vit.E e
lecitina de soja
Indicações: todos os tipos de lesão c/ou
s/infecção
Ação
◦ aumenta a permeabilidade da
membrana celular facilita a entrada de
fatores de crescimento (ação
quimiotática), auxilia no
desbridamento
Proteção da pele ao redor

Avaliar:
Margem
Borda
Proteção com Produtos que atuem como barreira como:
Creme barreira, Cavilon®
Pelicula em pincel ou spray
Pomadas como Oxido de Zinco, Hipoglós®
LIMPEZA DA FERIDA
 Objetivo: otimizar o ambiente de cura e diminuir o potencial de infecção. 
 Limpeza com gaze umedecida em SF0,9% ( não realizar esfregaço em
tecido de granulação!)
 Irrigação com SF0,9% morno em jato de seringa ou diretamente do frasco
de soro
LIMPEZA DA FERIDA
Após a limpeza da ferida deve-se realizar o reconhecimento
da lesão, verificando a viabilidade dos tecidos
CURATIVO: MATERIAIS
• Clorexidina alcóolica ou álcool 70%;
• Soro fisiológico;
• Cuba rim (para receber o lixo);
• Saco plástico para lixo (que vai envolver a
• cuba rim);
• Forro de papel, pano ou impermeável para proteger roupa de
cama;
• Pomadas, algodão, seringas, ataduras, cubas (quando
indicado)
• 1 ou 2 pares de luvas
• Pinças estéreis para curativo
CURATIVOS: MATERIAIS
CURATIVO: ETAPAS
PRÉVIAS
PINÇAS USADAS PARA REALIZAR CURATIVOS
CURATIVO: ETAPAS PRÉVIAS
Higienize as mãos
Reúna o material na bandeja e leve para o quarto do paciente
Oriente o paciente sobre o procedimento
Promova privacidade
Posicione o paciente de acordo com o local da ferida
Realize novamente a higienização das mãos
PROCEDIMENTO
COMUM
1. Abra o pacote de gazes, cuba-rim, seringa, agulha,
entre outros materiais e coloque no campo de curativo
2. Retire o curativo anterior, descolando parte do adesivo
com uma pinça do tipo dente-de-rato ou auxílio da
mão enluvada, podendo umedecer a pele com gaze
embebida em solução fisiológica
3. Calce as luvas estéreis
PROCEDIMENTO
COMUM
4. Limpe a pele ao redor da ferida com solução fisiológica 0,9%.
a. Proceda a limpeza de acordo com a avaliação da ferida (tecido
desvitalizado: limpe com gaze e solução fisiológica 0,9%;
tecido viável: irrigue com solução fisiológica 0,9% morna em
jato)
5. Coloque a cobertura indicada e o curativo secundário
6. Retire a luva estéril
7. Fixe com adesivo hipoalergênico ou enfaixe com atadura de
crepe

https://www.youtube.com/watch?v=Ql1ASXbCSN8
CURATIVO DE FERIDA
OPERATÓRIA
1. Abra o pacote de curativo na mesa auxiliar
2. Abra o pacote de gazes estéreis e coloque no campo do
curativo
3. Retire o curativo anterior com pinça dente-de-rato ou mão
enluvada e descarte-o no saco de lixo branco
4. Limpe a pele ao redor da ferida cirúrgica com SF0,9% e com
pinça Kelly ou luva estéril
5. Limpe a ferida com gaze estéril embebida em SF0,9%
6. Seque a ferida e oclua com gazes estéreis
7. Fixe com adesivo hipoalergênico
https://www.youtube.com/watch?v=il0usOUPUNg&list=PLGSJM4lvyfwgrI1sKYsI0OYXxXAHC0NzG&index=2
Curativo de cateter venoso

Utilizar sempre SF 0,9%


e técnica estéril para
Curativo CVC
CURATIVO DE CATETER
VENOSO CENTRAL
1. Posicione o paciente em decúbito dorsal, com o
rosto voltado para o lado oposto ao da inserção
do cateter
2. Coloque as luvas de procedimento
3. Abra o pacote de curativo na mesa auxiliar
4. Retire a cobertura do curativo anterior com pinça
dente-de-rato ou luvas de procedimento
5. Faça a limpeza do local de inserção do cateter
com gaze estéril embebida em SF0,9% , com pinça
Kelly ou luva estéril
CURATIVO CATETER
VENOSO CENTRAL
6. Seque o local com gaze estéril
7. Passe PVPI alcoólico ou clorexidina alcoólica na inserção e
extensão do cateter
8. Seque e cubra com gaze dobrada específica para cateter
central
9. Fixe o curativo e o cateter na pele com adesivo
hipoalergênico
10.Anote no adesivo a data da realização do curativo.
https://www.youtube.com/watch?v=AT2-cTdvVts
CURATIVO ETAPAS
POSTERIORES
Deixe o paciente em posição confortável
Retire o material utilizado com o campo, leve-o para o
expurgo e despreze o material descartável em saco apropriado
Despreze o material perfurocortante em recipiente próprio
Faça a desinfecção da mesa auxiliar ou do carro de curativo
com álcool a 70%
Lave a bandeja com água e sabão, seque com papel-toalha e
passe álcool a 70%
Higienize as mãos
Cheque na prescrição de enfermagem e anote o
procedimento realizado, registrando o aspecto da ferida.
CONSIDERAÇÕES
Higienizar as mãos antes e após a realização do curativo
Obedecer os princípios de assepsia
Para a retirada do curativo sujo, usa-se luvas de
procedimento, caso não haja pinças
Remover assepticamente tecidos necrosados
Obedecer o princípio de realização do procedimento do local
menos para o mais contaminado
Promover a cicatrização do tecido
Prevenir o desenvolvimento da infecção
Curativos cobertos com gaze devem ser trocados diariamente
Promover conforto do paciente
TIPOS de Curativos
CURATIVO PARA FERIDA LIMPA
 Feridas sem exsudato, com cicatrização por primeira
intenção.

 O curativo se estiver limpo e sem ou pouco exsudato deve


ser mantido oclusivo por 24 horas. Após este período, a
incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
Técnica
asséptica
Utilizar apenas
SF 0,9%

138
CURATIVO COM DRENO

a)   O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão


e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos
contaminado (ferida cirúrgica).

b) O número de trocas está diretamente relacionado com a


quantidade de drenagem. Anotar obrigatoriamente o volume,
aspecto, odor e material utilizado.
CURATIVO COM DRENO

c) Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo


por 24 horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com
água e sabão.

d) A mobilização do dreno fica a critério médico.


e) Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.
Utilizar SF 0,9%
Feridas que são altamente susceptíveis à disseminação de
contaminação/infecção, deste modo:

a) O curativo deve ser oclusivo e mantido


Curativo limpo e seco.
contaminado

b) O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à


quantidade de drenagem, trocar se úmido para evitar colonização.

c) Limpeza mecânica com solução fisiológica


estéril.
Tipos de curativos
1.      Semi-Oclusivo
Este tipo de curativo é absorvente e comumente é
utilizado em feridas cirúrgicas.
Vantagens:

 absorve exsudato da ferida;

 isola o exsudato da pele saudável adjacente.


2. Oclusivos
Não permite a passagem de ar ou fluidos, barreira contra
bactérias. Vantagens:

 vedar a ferida e impedir a perda de fluidos

 promover o isolamento térmico e de terminações


nervosas

 impedir a formação de crostas

 favorecer o desbridamento autolítico


3.Compressivo
 Para redução do fluxo sangüíneo, ou promover estase, e
ajudar na aproximação das extremidades do ferimento.
Outros tipos
 Sutura com fita adesiva
 Após limpeza da ferida, as bordas do tecido
seccionado são unidas e fixa-se a fita adesiva.
Apropriado para cortes superficiais e de pequena
extensão.
TIPOS DE CURATIVOS
Anotação de enfermagem
-Tipo de ferida
-Localização
-Tamanho
-Características gerais
-Método de curativo
-Cobertura indicada.
-Nome do executante.
VAMOS VER SE VOCÊ
SABE DIFERENCIAR
OS TIPOS DE LESÕES
POR PRESSÃO?
ESTÁGIO III
SUSPEITA DE LESÃO
TISSULAR PROFUNDA
ESTÁGIO III
NÃO CLASSIFICÁVEL
ESTÁGIO I

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