Você está na página 1de 43

Universidade Federal de Mato Grosso - Câmpus Sinop

Instituto de Ciências da Saúde


Graduação em Medicina
Habilidades e Atitudes VI

Terapêutica medicamentosa:
venóclise e venopunção
Objetivos
 Conhecer os tipos de soluções cristalóides
intravenosas;
 Conhecer as técnicas de infusão intravenosa;
 Selecionar adequadamente uma veia para punção;
 Identificar as complicações decorrentes da
administração intravenosa.
 Desenvolver a competência para administração
de soluções pela via intravenosa.
Conceitos
Venóclise
 Método utilizado para infundir líquido na
veia de um paciente.
Venopunção
 Obtenção de acesso ao sistema venoso perfurando
uma veia com agulha.
Solução intrevenosa (IV)
 Líquidos infundidos pela veia de um paciente.
Finalidades
Manter ou restaurar o equilíbrio hídrico, quando
a reposição oral é inadequada ou impossível;
Manter ou restaurar os eletrólitos;
Administrar vitaminas hidrossolúveis;
Oferecer uma fonte de calorias;
Administrar medicamentos;
Repor sangue e seus derivados.
ATENÇÃO!

EFEITO IMEDIATO!

UMA VEZ ADMINISTRADAS, AS DROGAS NÃO


PODEM SER ANULADAS!

Lembre-se dos 13 certos...


13 Certos
1. Medicação certa
2. Paciente certo
3. Dose certa
4. Via certa
5. Horário certo
6. Registro certo
7. Ação certa
8. Forma farmacêutica certa
9. Monitoramento certo
10. Prescrição certa
11. Validade certa
12. Compatibilidade certa
Tipos de Soluções
Cristalóides
Água e outros cristais
uniformemente dissolvidos,
como sal e açúcar (ex. SF 0,9%).

Colóides
Água e moléculas de substâncias
suspensas, como células
sanguíneas e produtos do sangue
(ex. albumina).
Tipos de Soluções
Soluções cristalóides

ISOTÔNICAS

HIPOTÔNICAS
CONCENTRAÇÃO

HIPERTÔNICAS
Tipos de Soluções
ISOTÔNICAS

Possui a mesma concentração do líquido intracelular.

Exemplos: SG 5%, SF 0,9%, SGF,


Solução de Ringer e Ringer com
Lactato.
São administradas para que seja
mantido o equilíbrio hídrico.
Ex. após vômito prolongado.
Tipos de Soluções
HIPOTÔNICAS

Possui concentração menor que a do líquido intracelular.


Quando infundidas, a água difunde-se
para o meio intracelular causando
inchamento das células.
Exemplo: SF 0,45%.

Administradas em situações de perda


de líquido, ↑ PA temporariamente.
Tipos de Soluções
HIPERTÔNICAS

Possui concentração maior que a do líquido intracelular.


Faz com que a água saia do interior das
células e vá para o meio extracelular.

Usadas em casos restritos, como para


reduzir edema cerebral ou expandir
rapidamente o volume circulatório.

Exemplos: Glicose 10%, Glicose 20%,


Solução salina 3%.
Vantagens da administração IV
Conveniência.
Reduz a irritação em potencial do medicamento.
Possibilita um método de terapia medicamentosa
contínua.
Resposta rápida
 Absorção eficaz e dosagem precisa
Melhor conforto que as IM
Grandes volumes
Desvantagens da administração IV
Incompatibilidade de soluções e medicamentos

Esclerose venosa

Reações adversas imediatas


Venopunção

Obtenção de acesso ao sistema


venoso perfurando uma veia
com agulha.
Observações
 O médico especifica o tipo de solução, substâncias
adicionais, volume e duração da infusão.

 Tempo máximo de infusão de uma bolsa: 24 horas.

 Analisar: solução prescrita, limpidez e transparência,


validade, vazamento.

 Dar preferência ao uso de soluções isotônicas (SG 5%, SF


0,9%, SGF, Solução de Ringer e Ringer com Lactato ) como
veículos de diluição.
Materiais

Abocath – cateter sobre um mandril

Scalp – agulha tipo borboleta

Quanto maior o número menor o diâmetro


(mais comuns: 18, 20 e 22)
Materiais
Ponta Perfuradora

Equipo Câmara de gotejamento

Adaptador da agulha

Conexão
injetora

Conexão
injetora

Pinça móvel de
gotejamento
Materiais
Equipo: com respiro versus sem respiro
Materiais
Equipo: com filtro versus sem filtro

Com filtro: pediatria, nutrição parenteral, hemoderivados.


Materiais
Equipo: macrogotas versus microgotas

Cada gota equivale a 3 microgotas.


Seleção de uma veia
 Utilize veias no braço ou na mão não dominante.

 Sempre comece do distal para o proximal.

 Escolher veias superficiais.


Seleção de uma veia
 Escolha uma veia distante das articulações.

 O calibre da veia deve ser maior que do cateter.

 Selecione a veia mais reta possível.


Seleção de uma veia
 Evite uso de veias nos pés e nas pernas.

 Evite veias no lado em que tiver fístula


arteriovenosa.

 Evitar veias na superfície interna do pulso.


Seleção de uma veia

Não puncione uma veia rígida, dolorosa, que a pele


tenha alguma lesão, edema ou paralisia.
Seleção de uma veia
Dorso da mão

Para injeções únicas.


Manutenção de via venosa
contínua (evitar novas
punções).
Seleção de uma veia
Vantagens
Fácil acesso.
Apoiadas sobre o dorso da mão: evita
deslocamento do acesso.

Desvantagens
 Diminuição da movimentação da
articulação do pulso.
 Utilização de cateter curto.
 Inserção dolorosa: terminações
nervosas.
 Elevada incidência de flebite no local.
Seleção de uma veia
Membros Superiores

Veias cefálica e basílica: para


manutenção de via venosa
contínua.
Veia mediana do cotovelo:
para coletas de sangue e para
injeções únicas de
medicamentos.
Alto risco de
infiltração.
Seleção de uma veia
Região cervical

Veias jugulares: pacientes com


dificuldade de acesso venoso.
Seleção de uma veia
Membros inferiores

 Perna: veia safena magna e tibial.


 Pé: rede dorsal do pé.
 Evitar devido ao risco de flebites e
embolias.
Técnicas de infusão
Gravitacional Bomba de infusão
 Contínua
 Infusão intermitente
 Grande volume
 Rápida
 Lenta
 Paralelo

Bolus (pequeno volume)


 seringa
 acesso venoso salinizado
 injetor lateral
Técnica - Quais etapas devemos seguir?
1
• Analisar a prescrição

2
• Selecionar os materiais

3
• Preparar a solução

4
• Fazer venopunção e infundir

5
• Monitorar e avaliar a infusão

6
• Interromper a infusão
Técnica
Identificação

Abocath nº20
DP: 29/08/22
DC: 31/08/22
H: 13h30min

Lucinéia Albiero
COREN 515.461
Identificação do soro

IDENTIFICAÇÃO DE SORO
Nome:__________________________________________________
Data:__________________Quarto:_________Leito:___________
SF 0,9%:__________________SG 5%:______________________
SGF:______________________SR:__________________________
SRL:______________________Gotas/min:__________________
Início:_____________________________Fim:________________
Composição:_______________________________________________
_________________________________________________________
______________________________________________________
Responsável:____________________________________________
Complicações
Hematomas

Decorrente do
extravasamento de
sangue para os
tecidos
Complicações
Infiltração

 Sinais e sintomas: edema local,


desconforto, diminuição do
volume de infusão, temperatura
da pele mais fria no local, dor.
 Causas: deslocamento do
cateter de venopunção.
 Ação: trocar o local da punção,
reiniciar a infusão intravenosa,
elevar o braço com infiltração,
compressa quente por 20min
3/4x dia.
Complicações
Infecção
 Sinais e sintomas: edema, desconforto, eritema local, dor,
secreção local.
 Causas: crescimento de microrganismos.
 Ação: mudar o local da punção, aplicar antisséptico e curativo no
local anterior, relatar achados.
Sobrecarga circulatória
 Sinais e sintomas: pressão sanguínea elevada, respiração curta,
pulso em saltos, ansiedade.
 Causas: infusão rápida, redução da função renal, contração
cardíaca prejudicada.
 Ação: desacelerar o gotejamento, contatar o médico, elevar a
cabeça do paciente, administrar oxigênio.
Complicações
Formação de trombos
 Sinais e sintomas: edema, desaceleração da infusão.
 Causas: estase do sangue no cateter, na extremidade da agulha ou
na veia.
 Ação: reiniciar a infusão intravenosa em outro local, relatar os
achados.
Embolia pulmonar
 Sinais e sintomas: dor no peito repentina, respiração curta,
ansiedade, taquicardia, queda de pressão arterial.
 Causas: movimento do coágulo sanguíneo, anteriormente
estacionário, para os pulmões.
 Ação: permanecer com o paciente, pedir ajuda, administrar
oxigênio.
Embolia gasosa
Complicações
 Sinais e sintomas: dor no peito
repentina, respiração curta, ansiedade,
taquicardia, queda de pressão arterial.
 Causas: falha em retirar o ar de dentro
do equipo.
 Ação: permanecer com o paciente, pedir
ajuda, administrar oxigênio.
Flebite
 Sinais e sintomas: eritema, calor e
desconforto ao longo da veia.
 Causas: administração de solução
causadora de irritação, uso prolongado
da mesma veia.
 Ação: trocar o local da punção, reiniciar
a infusão intravenosa, relatar os achados.
Cuidados gerais

 A punção com abocath deve ser trocada a cada 96 horas se


não houver sinais de complicações;
 Scalp deve ser utilizado para administração de medicamento
em dose única.
 O equipo deve ser identificado com data e hora
 O equipo de infusão contínua deve ser trocado a cada 96
horas.
 O equipo de infusão intermitente deve ser trocado a cada
infusão ou a cada 24 horas, se lavado.
Cuidados gerais

 Não se recomenda interrupção da infusão durante


procedimentos como banho, alimentação, transporte.
 Frascos de soro não devem ser perfurados.
 O curativo da punção deve ser trocado imediatamente se
houver suspeita de contaminação e sempre quando úmida,
solta, suja ou com a integridade comprometida.
 Salinização antes e após de cada medicação com 5 ml de SF
0,9% com seringa de 10ml
Interrupção da infusão

São interrompidas quando ocorrer a infusão da solução e não


houver mais nenhuma programada;

Prescrição médica;
Referências
BUNNER & SUDDART. Tratado de enfermagem médico-cirurgica. Rio
de Janeiro-RJ, Guanabara-Koogan, 11 ed, v.1, cap. 36, p.991-1014, 2008.

POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem. 7 ed. Rio


de Janeiro. Guanabara Koogan, 2009.

TIMBY, B. K. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento


de enfermagem. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

Você também pode gostar