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Noções gerais sobre a pele e a sua integridade

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TEMA: Feridas, Úlceras e a Fisiologia da Cicatrização


Curso: Técnico/a Auxiliar de Saúde Formadora: Tânia Luís
Iremos abordar:
 Fatores de risco para o aparecimento de feridas e
úlceras

 Feridas agudas e feridas crónicas: conceitos

 Úlceras de pressão

 A fisiologia da cicatrização

 Tarefas que em relação a esta temática se encontram


no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de
Saúde

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Fatores de risco para o aparecimento de feridas e úlceras

 Quedas e acidentes
 Imobilidade e pressão
 Maus cuidados de higiene e hidratação da pele
 Desidratação e desnutrição
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Fatores de risco: Quedas e acidentes
São uns dos principais problemas que as instituições de saúde e os
familiares em casa têm com os pacientes.
Causas:
 Alterações da visão e da audição;
 Alterações nas articulações;
 Movimentos e reflexos mais lentos;
 Problemas de equilíbrio; Andar cambaleante;
 Fraqueza muscular
 Alterações na tensão arterial;
 Necessidade de urinar frequentemente;
 Efeito de medicamentos;
 Ambiente desconhecido;
 Pavimento e calçado; Calçado mal ajustado;
 Mobiliário e escadas; má utilização de cadeiras de rodas e andarilhos;
 Manobras para chamar a atenção; .Formadora: Tânia Luís 4
MANUTENÇÃO DE UM AMBIENTE SEGURO
Feridas agudas e Feridas crónicas
FERIDA AGUDA FERIDA CRÓNICA

Compromisso da integridade da pele e O processo normal da cicatrização está


tecidos subjacentes que progride segundo alterado num ou mais pontos das fases
um processo de cicatrização normal. de cicatrização e demoram mais tempo
do que o esperado.
São classificadas de acordo com o tipo de Classificam-se de acordo com a patologia
lesão, exemplo: cirúrgica, traumática. de base, exemplo: úlceras venosas, úlceras
de pressão
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Fatores de risco para aparecimento de feridas

• Quedas e acidentes.
• Doenças crónicas (diabetes, insuficiência venosa,…).
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Úlceras de pressão
Áreas da superfície corporal localizadas que sofreram exposição
prolongada a pressões elevadas, fricção ou estiramento, de modo a impedir a
circulação local, com consequente destruição e/ou necrose tecidular.

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Úlceras de pressão: Localização mais frequente

Posição: decúbito supino Posição: decúbito dorsal

Surgem nas zonas de compressão dos tecidos moles


entre as proeminências ósseas e uma superfície
externa ou outras zonas sujeitas a pressão contínua.

Posição: sentado Posição: decúbito lateral


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Úlceras de pressão: Classificação
Estágio I

Presença de eritema cutâneo que não desaparece ao fim de 15 min


de alívio da pressão.
Apesar da integridade cutânea, já não está presente resposta capilar.
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Úlceras de pressão: Classificação
Estágio II

A epiderme, a derme ou ambas estão destruídas.


Podem ser observadas flictenas (bolhas) e escoriações
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Úlceras de pressão: Classificação
Estágio III

Ausência de pele, com lesão ou necrose do tecido subcutâneo, sem


atingir a fáscia muscular

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Úlceras de pressão: Classificação
Estágio IV

Ausência total de pele, com necrose do tecido subcutâneo, ou lesão


do músculo, osso ou articulações
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Úlceras de pressão: Prevenção

• Cuidados de higiene e
hidratação da pele;

• Estado nutricional;

• Posicionamentos e
superfícies de apoio.
Prevenção de úlceras de pressão

Higiene da Pele: deve fazer parte do plano de cuidados e


deve incluir
Avaliação da Integridade Cutânea, através da inspeção diária
da pele.
a) Aplicação de hidratantes
b) Cremes barreira
c) Produtos de limpeza suaves.

Manter uma Temperatura estável:


a) Uso de roupas de fibras naturais (da cama e de vestir).
b) Manter a roupa limpa, seca e
c) Evitar o contacto com superfícies plastificadas.

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Prevenção das úlceras de pressão: Imobilidade e pressão
O alívio da pressão é a medida preventiva mais importante.
Objetivos: Reduzir a pressão, eliminar a fricção e deslizamento através
de:
 Elaboração de um plano escrito com frequência e tipo de
posicionamento
 Reposicionamento frequente a cada 2 horas
 Evitar arrastar o doente – levantar!
 Distribuir o peso do doente no colchão, evitando zonas de pressão
 Colocar o doente em posições “naturais”. (respeitando o
alinhamento corporal)
 Utilizar meios de apoio para diminuir a pressão nas proeminências
ósseas
 Não elevar a cabeceira da cama mais que 30-35º para evitar:
- O aumento de pressão na região sagrada
- A pressão de deslizamento quando o doente estiver em posição lateral
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Fisiologia da cicatrização
A cicatrização é um processo sequencial de fases sobrepostas em
cascata que conduzem à reparação dos tecidos lesados.

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A cicatrização passa por 3 fases:

Fase inflamatória:
Duração: 48-72 horas após a lesão
Sintomas: Dor, edema (inchaço), rubor (vermelhidão)
O que acontece? coagulação, vasodilatação e aumento de fluxo
sanguíneo ao local. Chegada dos glóbulos brancos (leucócitos)
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A cicatrização passa por 3 fases:

Fase proliferativa:
Duração: 72 horas até 12-14 dias
Sinais: A cicatriz fica com aspeto avermelhado
O que acontece? A recuperação com o aumento da produção de
colagénio na região. Aumenta a multiplicação de novas células
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A cicatrização passa por 3 fases:

Fase de reparação:
Duração: indeterminada de meses a anos
Sinais: A cicatriz fica com aspeto semelhante à pele
O que acontece? Ocorre a reorganização do colagénio. A cicatriz fica
com aspeto esbranquiçado e ganha maior força de tensão
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Cicatrização

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Fatores que afetam a cicatrização
Fatores sistémicos (relacionados com o utente)
 Faixa etária (a idade avançada diminui a resposta inflamatória);

 Estado nutricional (indivíduos mal nutridos têm dificuldade em


formar cicatriz pela ausência de certas proteínas, metais (zinco e
ferro) e vitaminas A e C (para a síntese de colagénio). A falta de
proteínas) diminui a resposta imunológica, a síntese de colagénio
e a função dos glóbulos brancos.
 Estado imunológico (a diminuição da imunidade baixa prolonga
a fase inflamatória e predispõe a ocorrência de infeções);

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Fatores que afetam a cicatrização
Fatores sistémicos (relacionados com o utente)
 Doenças crónicas (diabetes - a síntese do colagénio está
diminuída, assim como a oxigenação local) obesidade,
tiroidismo);

 Toma de certos medicamentos (anti-inflamatórios, antibióticos,


esteróides -retardam e alteram a cicatrização, e agentes
quimioterápicos – predispõem à infecção);
 Radioterapia;
 Tabagismo (hipoxia – diminuição de oxigénio local - e
vasoconstrição, a nicotina induz à falta de oxigénio nos tecidos).
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Fatores que afetam a cicatrização
Higiene e Hidratação da Pele
Em relação à higiene e hidratação, é importante que esta
não seja descurada. Recomendações:
- Utilização de sabonete neutro, uma vez que outros tipos de
sabonetes, em excesso, diminuem as proteções naturais da pele.

- Aplicação de um creme hidratante é fundamental para evitar o


aparecimento de feridas, evitar que a pele fique seca e melhorar a
cicatrização.

- Os resultados de vários estudos mostram boas melhorias na


cicatrização com hidratação.
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Fatores que afetam a cicatrização

Mobilização: Promove a circulação sanguínea e


assegura um aporte correto de oxigénio a todas as
células e tecidos do corpo, facilitando a cicatrização.
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Importância da manutenção da integridade dos pensos
Penso - técnica de cuidados locais, exigidos pelo estado ou
evolução de uma ferida.
Objetivos .
• Prevenir a infecção; O Técnico Auxiliar de Saúde deve, ao realizar
prestação de cuidados ao doente, ter em atenção a
• Promover a cicatrização;
não conspurcação dos pensos, bem como manter a
• Minimizar lesões cutâneas;
zona do penso limpa e seca.
• Prevenir hemorragia;
• Prevenir a laceração da pele circundante;
• Promover o conforto físico e psíquico;
• Impedir o contacto da ferida com o exterior;
• Favorecer a absorção de exsudado. 28
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Técnico auxiliar de saúde
Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de
executar sob sua supervisão directa:
• Promover boas práticas de prestação de cuidados de saúde e auxilio ao
enfermeiro na realização de tratamentos a feridas ao doente.

Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde,


pode executar sozinho/a:
• Tarefas de hidratação, massagem e limpeza da pele do doente.
• Estar alerta para situações de risco ou presença de ferida ou úlcera de
pressão, avisando o enfermeiro da situação.

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