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Luis Eduardo Miani Gomes

Bacharel em Enfermagem (Centro Universitário de Votuporanga)

Graduação em Direito (inscrito na OAB) (UNISAL)

Especialização em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva (PUCC)

Especialização e Doação de Órgãos e Tecidos (Hosp. Albert Einsten)

Especialização em Docência em Enfermagem (Telos Educacional)

Especialização em Direito Médico e da Saúde (Legale)

Mestre em Ciências pelo Departamento de Cirurgia da UNICAMP

Doutorando pelo Dep. de Cirurgia da UNICAMP


Boa noite!!!

Paciência é a melhor arma para suportar tudo aquilo que não


depende de você.
 Processamentos de artigos hospitalares

 Profilaxia das infecções de sítio cirúrgico

 Complicações cirúrgicas, cuidados de enfermagem no pós-


operatório imediato, mediato e tardio

 Cuidados com Tubos, sondas, Drenos e cateteres no pós-


operatório
Processamentos de artigos hospitalares

 Classificação dos artigos segundo risco potencial de contaminação


O que são produtos para saúde?
Equipamentos e materiais cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa e
proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de
ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e
perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos, ópticos, de acústica médica,
odontológicos e veterinários. Subdividem-se em: Produtos médicos, de
diagnóstico, produtos para beleza e produtos para educação física.
Produtos médicos... Subdivisões
ARTIGOS NÃO CRÍTICOS:
São produtos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente, também
inclui itens que não entram em contato direto com o paciente.

Exemplos: Esfignomanômetros, Comadres, Mesas de cabeceira.


Subdivisões
ARTIGOS SEMI-CRITICOS:
São artigos destinados a entrar em contato com a pele não
íntegra, secreções ou mucosa íntegra de pacientes.

Exemplo: Máscaras de inaloterapia


Subdivisões
ARTIGOS CRÍTICOS:
São artigos destinados a entrar em contato com mucosas
não íntegras e sistema vascular.

Exemplo: Instrumentais cirúrgicos


Como proceder com artigos de saúde contaminados?

Para diferentes artigos, diferentes formas de processo:

ARTIGOS NÃO CRÍTICOS = desinfecção


ARTIGOS SEMI CRÍTICOS = desinfecção de alto nível
ARTIGOS CRÍTICOS = esterilização.
Diferença de processos
DESINFECÇÃO: Método capaz de eliminar a maioria dos microorganismos
patogênicos, porém é um processo capaz de eliminar esporos.

DESINFECÇÃO DE ALTO NÍVEL: Método capaz de eliminar microorganismos


patogênicos, incluindo esporos, alguns saneantes não eliminam príons (ex. o
agente da “vaca louca”).

ESTERILIZAÇÃO: Processo que remove ou destrói todas as formas de


microorganismos presentes, como vírus, bactérias, fungos, protozoários,
esporos e inclusive príons que são altamente resistentes.
Desinfecção de baixos e médios níveis
Podem ser feitos na unidade de atendimento ao paciente, deve-
se fazer a limpeza manual da superfície com água e sabão e
aplicar a solução saneante.
O produto mais amplamente utilizado é o Álcool a 70%.
Nos casos de: comadres, bacias, papagaios e manguitos com
sujidade abundante e de uso em pacientes com isolamentos por
contato a desinfecção deve ser realizada na CME.
Desinfecção de alto nível
Para a realização de desinfecção de alto nível, o artigo deve ser lavado com
sabão enzimático e após deverá ser imerso em uma solução de aldeídos ou de
Ácido Peracético.
Esterilização
A esterilização é um processo que visa destruir todas as formas de vida
microbianas que possam contaminar produtos, materiais e objetos voltados
para a saúde. Portanto, são eliminados durante a esterilização organismos como
vírus, bactérias e fungos
Profilaxia das infecções de sítio cirúrgico

 A profilaxia antimicrobiana tem por objetivo reduzir a carga bacteriana no sítio cirúrgico
durante o procedimento e envolve o emprego de antibiótico, em geral única dose, por via
intravenosa, entre 30 e 60 minutos antes da cirurgia na indução anestésica.
https://www.ccih.med.br/profilaxia-de-infeccoes-relacionadas-a-procedimentos-cirurgico
s/

 A profilaxia antimicrobiana em cirurgia é um instrumento importante na prevenção da


infecção do sítio cirúrgico (ISC), no entanto, sua ação é limitada, razão pela qual não
substitui as demais medidas de prevenção. Adicionalmente, a profilaxia cirúrgica está
diretamente ligada ao desenvolvimento de microbiota resistente, razão pela qual seu uso
deve ser racional e justificado tecnicamente.
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_w
eb/modulo5/profilaxia.htm
Um dos mais importantes princípios da prescrição de profilaxia antimicrobiana é o
momento em que a primeira dose é iniciada. Antimicrobiano iniciado incorretamente
pode comprometer a sua eficácia, independente da dose ou duração do esquema!

A contaminação da ferida operatória ocorre quando há exposição de órgãos e tecidos


internos. Portanto é importante ressaltar: O antimicrobiano deve estar presente nos
tecidos manipulados no momento em que há exposição aos
microorganismos! Recomenda-se o início da profilaxia no momento da indução
anestésica, o que garante o pico da concentração do antimicrobiano no momento em
que há exposição dos tecidos.

Importante!
Profilaxia iniciada três ou mais horas após o início da intervenção é ineficaz,
independente da duração do uso.
Complicações cirúrgicas, cuidados de enfermagem no pós-operatório
imediato, mediato e tardio
Cuidados de enfermagem – pós operatório

1. Receber e transferir o paciente da maca para o leito com cuidado;


2. Posicionar o paciente no leito;
3. Verificar sinais vitais (atenção a glicemia capilar);
4. Observar estado de consciência;
5. Avaliar drenagens e soroterapia;
6. Fazer medicações conforme prescrição;
7. Monitorar movimentos dos membros superiores e inferiores;
8. Controlar diurese;
9. Observar característica da pele – temperatura, coloração e sensibilidade;
10. Observar e registrar a perda sanguínea (volume drenado);
11. Observar e registrar a presença de drenos – permeabilidade, funcionamento);
12. Observar e registrar a presença de eliminações espontâneas;
13. Atentar para o manejo da dor (escala visual, escala numérica);
14. Preparar readaptação – ortopedia, cirurgias mutilantes, ostomias;
15. Observar e relatar complicações.
Cuidados com Tubos, sondas, Drenos e cateteres no pós-operatório

 Os drenos são tubos ou lâminas de tecido mole, maleáveis, de lúmen único


ou múltiplos, de calibre e tamanho variáveis, que se destinam à retirada de
secreções de uma cavidade, associados ou não à irrigação combinada,
podendo ser usados de forma terapêutica ou profilática
ATIVOS - aspiração contínua ou intermitente

PASSIVOS - drenagem espontânea ou por gravidade


 Látex
 Plástico
 Silicone
 PVC

 Filiformes
 Laminares
 Tubulares
 Drenos de Penrose

 Tubo de látex
 Dupla lâmina de borracha
 Luz colabada
 Extremidade interna simples ou bifurcada
DRENAGEM DE TÓRAX

•Indicação: - hemotórax - pneumotórax - pós-operatório

• Material: - frasco - tampa com 2 tubos: curto (pressão, aspiração) longo


(transparente - AD ou SF)
SONDAS

 Colocação de sondas na luz dos órgãos para obtenção/drenagem do seu


conteúdo ou administração de substâncias.

 Também trata-se de um procedimento invasivo.


A denominação das sondas varia com o seu uso:

 sonda nasogástrica (Levin)


A denominação das sondas varia com o seu uso:

 sonda orotraqueal (ou portex)

 SONDA ENDOTRAQUEAL COM CUFF – SACETT PORTEX


A denominação das sondas varia com o seu uso:

 sonda gastrostomia (Malecot)


A denominação das sondas varia com o seu uso:

 sonda vesical (Foley)


A denominação das sondas varia com o seu uso:

 sonda uretral
A denominação das sondas varia com o seu uso:

 sonda retal

 Quanto introduzir desta sonda na região anal?


Vamos praticar
Considerando que os cuidados com drenos aplicam-se a pacientes que estejam com qualquer
sistema de drenagem instalado, analise as proposições abaixo.
I. A drenagem de tórax é um procedimento em que tubos são introduzidos na cavidade pleural
para retirada de ar ou líquidos.
II. Dreno Penrose é um dos tipos de drenos utilizados em pneumotórax por trauma.
III. Em caso de dreno de tórax sistema aberto, deve-se ordenhar quando prescrito.
IV. A troca do selo d’água deve ser feita de forma lenta e não esquecer de pinçá-lo com a mão.
V. São considerados tipos de drenos abdominais tubular e Penrose.

Estão CORRETAS apenas as afirmações constantes nos itens

a) III, IV e V.
b) I, II e IV.
c) II, IV e V.
d) II, III e IV.
e) I, III e V.
Assistência de enfermagem a pacientes cirúrgicos no pós-operatório exige conhecimento do
enfermeiro sobre drenos. Os drenos cirúrgicos são dispositivos utilizados para remoção de ar
e secreções do leito de uma ferida ou cavidade. Sobre os drenos analise as assertivas abaixo:
I. Drenos de Penrose: é um sistema de drenagem aberto, com composição à base de borracha
tipo látex
II. Drenos de Sucção (HEMOVAC): sistema fechado de drenagem por sucção contínua e suave.
III. Dreno de Kerr: introduzido na região das vias biliares extra-hepáticas, utilizados para
drenagem externa, descompressão, ou ainda, após anastomose biliar.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I e II, apenas
b) II e III, apenas
c) I e III, apenas
d) I, II e III
e) II, apenas
Em relação às medidas de prevenção de infecção em pacientes com cateter vesical,
assinale a afirmativa INCORRETA.

a) No autocateterismo em pacientes paraplégicos, utilizar técnica limpa.


b) Se necessário elevar a bolsa durante a transferência do paciente, pinçar o tubo
de drenagem ou esvaziar seu conteúdo para a bolsa coletora.
c) Antes da realização de exercícios ou da deambulação, drenar toda a urina do
tubo de drenagem para a bolsa coletora.
d) Ao coletar amostras para urocultura de um sistema fechado de drenagem,
utilizar técnica limpa.

Comentários: Ao coletar amostras para urocultura de um sistema fechado de drenagem, utilizar


técnica asséptica.
A instalação de dreno de tórax é comumente utilizada após cirurgia torácica
para reexpandir o pulmão envolvido e remover o excesso de ar, líquido e
sangue. Em relação aos cuidados de enfermagem com o paciente em uso de
dreno de tórax, marque a alternativa INCORRETA:

a) Anotar o volume e as características do líquido drenado nos impressos de


registro de enfermagem.
b) Verificar se todas as conexões do dreno estão hermeticamente fechadas e
firmemente presas.
c) Manter o frasco acima do nível do dreno, impedindo a drenagem rápida do
líquido pleural.
d) Manter o dreno fechado durante a troca do selo d’água ou para localizar a
origem de um extravasamento de ar

*comentários
 Com relação à manipulação do dreno de tórax algumas considerações devem ser lembradas:
 Preencher o selo d´água com 300 ml de soro fisiológico 0,9%, ou 500 ml da mesma solução (ou seguir
protocolo da sua instituição); 
 Observar sempre a oscilação da câmara de selo d'água, caso a oscilação não esteja ocorrendo pode haver
alguma obstrução do sistema; 
 Após-instalação do dreno, a mensuração dos débitos dos drenos deverá ser feita a cada 6 horas ou intervalos
menores caso haja registros de débitos superiores a 100 ml/hora (casos de conteúdo liquido ); 
 A mensuração deverá ser feita colocando uma fita adesiva ao lado da graduação do frasco, onde deverá ser
marcado com uma caneta o volume drenado marcando também a hora da conferência; 
 A troca do selo d´água deverá ser feita a cada 12 horas ou conforme protocolo; 
 Clampear o dreno para que não haja entrada de ar para a cavidade torácica e após a troca, lembrar sempre
que o dreno deve ser desclampeado após a manipulação;
 Os curativos na inserção dos drenos devem ser trocados diariamente; 
 Colocar frasco de drenagem no piso, dentro de suporte, próximo ao leito do paciente, ou dependurá-lo na
parte inferior do leito, evitando-se desconexões acidentais ou tombamento do frasco.
 Nunca elevar frasco de drenagem acima do nível da cintura do paciente
 Obs. A equipe de enfermagem não troca todo o sistema de drenagem torácica, apenas o frasco coletor.

Bibliografia Brunner e Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, Guanabara Koogan, 12 edição, Rio de Janeiro, 2011 .
Os drenos cirúrgicos são dispositivos utilizados para a saída de ar e secreções
de uma ferida para um curativo ou um aspirador portátil. Em relação à
realização de curativos de feridas com drenos é correto afirmar que:

a) os do tipo Penrose ou tubular devem ser mantidos ocluídos com bolsa estéril
ou com gaze estéril.
b) o curativo do dreno de sistema aberto deve ser realizado junto com o da
incisão cirúrgica, iniciando, sempre, pelo local mais contaminado.
c) na realização do curativo dos drenos Penrose, o uso de alfinetes são
indicados como meio de evitar mobilização.
d) devido ao risco de acidentes, não se realizam curativos nas feridas com
sistema de drenos fechados (Torácico, Portovac).
e) nos sistemas de drenagem aberta, a remoção do curativo anterior deve ser
feita com pinça e solução de compostos fenólicos.
Referências bibliográficas
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.; HINKLE, Janice L.; CHEEVER, Kerry H. Brunner &
Suddarth tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2009. 2v. ISBN 978-85-277-1491-4

PAZ, M.S. de O. et al. Paramentação cirúrgica: avaliação de sua adequação para a prevenção de
riscos biológicos em cirurgias. Parte I: a utilização durante as cirurgias. Rev.Esc.Enf.USP, v. 34, n.
1, p. 108 -117, mar. 2000.

Profilaxia cirúrgica antimicrobiana. Disponível em:


https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/mo
dulo5/profilaxia10.htm

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