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Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE

Instituto de Ciências da Saúde – ICS


MHA: Cirurgia I

Trabalho de Cirurgia 1

Acadêmica: Anne Karoline Gonçalves Rocha


Professor: Francisco Barros
3º período

Agosto - 2021
OBJETIVOS

1 Assepsia

2 Antissepsia e antissépticos

3 Técnicas de lavagem de mãos

4 Vestimenta do capote
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Assepsia
▪ O que é assepsia?

- Assepsia é o conjunto de medidas utilizadas a fim de impedir a contaminação, a


penetração de microrganismos em um local que não os contenha.

- Se refere a ausência de bactérias, vírus e outros microrganismos que podem


gerar doenças ou infecções.
▪ Por que a assepsia é importante?

- As medidas assépticas tem como objetivo reduzir o número de diversos tipos


de microrganismos sendo eles bactérias, fungos, que podem ou não ser
patogênicos.

- Dessa forma, essa técnica é de grande importância em ambientes


hospitalares e no atendimento ao paciente de forma geral, devido ao
grande risco de infecções por vírus, bactérias, dentre outros microrganismos.

Assepsia deve ser feita de forma que se aproxime, ao máximo, do


estado ideal de prevenção a infecção.
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Antissepsia e antissépticos
▪ O que é antissepsia?

- É o conjunto de medidas empregadas para impedir a proliferação


microbiana ou remover os microrganismos existentes nas camadas
superficiais ou profundas da pele.

- O procedimento visa o controle de infecção a partir do uso de


substâncias microbicidas ou microbiostáticas de uso na pele ou
mucosa.
▪ Aspectos microbiológicos da pele:

- A pele humana, devido a sua localização e extensa área superficial, é


constantemente exposta a vários tipos de microrganismos do ambiente.

- Desse modo, a pele do ser humano é normalmente colonizada por bactérias


e fungos, sendo que diferentes áreas do corpo têm concentração de
bactérias variáveis por centímetro quadrado.
• Microbiota transitória: flora bacteriana que coloniza a camada superficial da pele,
sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização
simples das mãos com água e sabonete, por meio de fricção mecânica. É
frequentemente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o
paciente (colonizado ou infectado), ambiente, superfícies próximas ao paciente,
produtos e equipamentos contaminados. Consiste em microrganismos não-
patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que
raramente se multiplicam na pele.

• Microbiota residente: está aderida às camadas mais profundas da pele, é mais


resistente à remoção apenas com água e sabonete. As bactérias que compõem esta
microbiota (por exemplo, estafilococos coagulase-negativos e bacilos difteróides) são
agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato.
▪ Importância da antissepsia:
- A antissepsia é fundamental antes, durante e depois da cirurgia, para evitar que
haja alguma infecção no local do corte.

- Para reduzir as chances de contaminação ao paciente, é necessário que a equipe


médica realize algumas práticas antes da cirurgia, como a lavagem das mãos, a
paramentação e o calçamento das luvas.

- Existe uma diferença entre antissepsia e desinfecção, embora a assepsia pareça


ter o mesmo significado desinfectar algo, a desinfecção consiste no método de
limpeza com uso de desinfetantes, que combatem os microrganismos encontrados
sobre as superfícies de objetos, ou seja, são produtos não utilizados para o uso
cutâneo.
Antissépticos
- Antissépticos são agentes químicos que destroem ou inibem o crescimento
dos microrganismos patogênicos. 

- Um antisséptico adequado deve exercer a atividade germicida sobre a flora


cutâneo-mucosa em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a
pele ou as mucosas. Não devem ser tóxicos, alergênicos ou irritantes para a
pele. Recomenda-se que sejam agradáveis de utilizar, suaves e, ainda, custo-
efetivos.

- Os agentes que melhor satisfazem as exigências para aplicação em tecidos


vivos são os iodos, a cloroexidina, o álcool e o hexaclorofeno.
▪ Tipos de antissépticos:
- Álcool: age por desnaturação das proteínas e possui boa ação bactericida, age coagulando a
proteína das bactérias, fungicida e virucida para alguns vírus, razão pela qual é usado na
composição de outros antissépticos. É um dos mais seguros e efetivos, reduz rapidamente a
flora microbiana na pele. Sua concentração mais indicada é a de 70%, pois gera menor
ressecamento da pele. Porém é altamente inflamável, sendo necessário enxugar totalmente
antes de usar bisturis elétricos ou laser.

- Cloroexedina: é um germicida do grupo das biguanidas, apresenta maior efetividade com um


pH de 5 a 8, e age melhor contra bactérias Gram-positivas do que Gram-negativas e fungos.
Tem ação imediata e tem efeito residual. Apresenta baixo potencial de toxicidade e de
fotossensibilidade ao contato, sendo pouco absorvida pela pele integra. É altamente seguro e
efetivo, uma vez que pode ser usado na presença de sangue ou exsudato. Para casos de alergia
ao iodo, pode-se fazer a degermação prévia com solução detergente de cloroexidina a 4%.

- Compostos de iodo: O iodo é um agente bactericida com certa atividade esporicida. Esta,
contudo, é influenciada por condições ambientais como a quantidade de material orgânico e o
grau de desidratação. Além disso, o iodo é fungicida e, de certo modo, ativo contra o vírus. O
composto de iodo mais usado é o álcool iodado a 0,5% ou 1 %. Podem causar queimadura e
irritação na pele ou mucosa.
- Iodóforos: age semelhante ao iodo, mas sua toxicidade é reduzida, tornando-se eficaz e
indicado para uso. O iodóforo mais usado para a antissepsia das mãos é a solução
degermante, de PVPI a 10% (1% de iodo ativo), em solução etérica, que é bactericida,
tuberculicida, fungicida, virucida e tricomonicida. Essa solução tem a seu favor, o fato de não
ser irritante, ser facilmente removível pela água e reagir com metais.

- Triclosan: Utilizada na lavagem das mãos em concentrações entre 0,3% e 2%. Possui ação
lenta e sem efeito residual.

- Hexaclorofeno: é relevante contra atividade bacteriostático, mas tem ação lenta. De forma
negativa, pode ocasionar neurotoxicidade por absorção transcutânea.
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Técnicas de lavagem das mãos


Higienização das mãos

- A higienização das mãos é a medida individual mais simples e fundamental


para reduzir significativamente a transmissão de microrganismos e, por
conseguinte, diminui a incidência das infecções preveníveis, reduzindo a
morbimortalidade em serviços de saúde.

- A higienização das mãos é importante, pois atua na remoção de sujidade,


suor, oleosidade, células descamativas e microbiota da pele,
interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato,
contribuindo para a prevenção e redução das infecções causadas pelas
transmissões cruzadas.
▪ 5 momentos em que a higienização das mãos é indispensável :
▪ As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas
utilizando- se:
- água e sabonete, preparação alcoólica ou antisséptico.

▪ Técnicas: existem algumas técnicas de higienização das mãos que são


dividas de acordo com a finalidade cada uma:

- Higienização simples.
- Higienização antisséptica.
- Fricção de antisséptico.
- Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório.

É importante que antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas,


é necessário retirar anéis, pulseiras e relógios, pois tais objetos
podem acumular microrganismos.
▪ Higienização simples:

- Objetivo: Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele,


assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à
permanência e à proliferação de microrganismos.

- Técnica:
- Duração do procedimento: 40 – 60
segundos.
▪ Higienização antisséptica:

- Objetivo: Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga


microbiana das mãos, com auxílio de um antisséptico.

- Técnica: A técnica de higienização antisséptica é igual àquela utilizada para a higienização


simples das mãos, substituindo-se o sabonete comum por um associado a antisséptico (por
exemplo, antisséptico degermante).

- Duração do procedimento : 40 – 60 segundos.


▪ Fricção das mãos com antisséptico (preparações alcoólicas):

- Objetivo: Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A


utilização de gel alcoólico – preferencialmente a 70% – ou de solução alcoólica a 70% com
1%-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabonete quando as mãos não
estiverem visivelmente sujas.

- Técnica: A técnica é igual àquela utilizada para a higienização simples das mãos,
substituindo-se o sabonete comum por um associado a antisséptico.

- Duração do procedimento: 20 – 30 segundos.


▪ Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos:
- Objetivo: Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além
de proporcionar efeito residual na pele do profissional. É uma medida importante, entre outras,
para a prevenção da infecção de sítio cirúrgico.

- Técnica: para esse tipo de higienização, são utilizadas escovas no preparo cirúrgico das
mãos devem ser descartáveis e de cerdas macias, impregnadas ou não com antisséptico e
de uso exclusivo em leito ungueal, subungueal e espaços interdigitais.
- Duração do procedimento: deve durar de três a
cinco minutos para a primeira cirurgia e de dois a três
minutos para cirurgias subsequentes.
▪ Aspectos importantes da higienização das mãos:

- Manter as unhas naturais, limpas e


curtas.

- Não usar unhas postiças quando entrar


em contato direto com os pacientes.

- Evitar o uso de esmaltes nas unhas.

- Evitar utilizar anéis, pulseiras e outros


adornos quando assistir o paciente.

- Aplicar creme hidratante nas mãos (uso


individual), diariamente, para evitar
ressecamento da pele.
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Vestimenta do capote
Capote ou avental

▪ Parâmetros:

- O capote ou avental deve ser de mangas longas, punho de malha ou


elástico e abertura posterior.

- Deve ser confeccionado com material de boa qualidade, não alergênico


e resistente; proporcionar barreira antimicrobiana efetiva em Teste de
Eficiência de Filtração Bacteriológica (BFE), permitir a execução de
atividades com conforto e estar disponível em vários tamanhos.

- O avental ou capote descartável deve ser de uso único, não podendo


realizar o seu reprocessamento ou a sua reutilização.
▪ Quando o capote deve ser utilizado?

- O capote ou avental deve ser utilizado durante procedimentos onde há risco de


respingos de sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, a fim de evitar a
contaminação da pele e roupa do profissional.

- Toda equipe médica deve usar aventais estéreis em cirurgias.

- Devem ser ajustados e permitir a colocação confortável sob as luvas.

- Devem ser trocados sempre que forem molhados.

▪ A importância da paramentação é proteger a área a ser operada da


flora liberada pela equipe cirúrgica e esta da exposição às
secreções dos pacientes.
▪ Técnica de vestimenta do capote:
- Para que os princípios da assepsia cirúrgica sejam preservados, é preciso a ajuda de um auxiliar para
vestir o avental estéril, o capote.

1. O auxiliar da sala deve abrir o pacote estéril do avental


2. O cirurgião deve pegar em movimento de pinça a gola do avental e retirar da mesa de forma rápida,
para que o avental se abra
3. Elevar os braços e introduzir ao mesmo tempo nas mangas do avental.
4. O auxiliar traciona para trás o avental, segurando-o pelo lado interno, ajusta-o e o amarra na
sequencia os cadarços da gola e da cintura.
▪ Técnica de retirada do capote:

- Após operação, o capote deve retirado com


cuidado, uma vez que a parte externa está
contaminada, trazendo riscos ao cirurgião.

1. O auxiliar da sala deve soltar os nós do


avental
2. O cirurgião deve pegar com um das mãos
enluvados o avental e puxar para fora do
corpo.
3. Para retirar o outro braço, o cirurgião deve
puxar pela face externa do punho o avental,
permanecendo segura pelas pontas dos
dedos da mão enluvada.
4. Retirar a luva
5. Desprezar o conjunto avental-luvas nos
recipientes próprios.
Obrigada!
E-mail: annekaroline.rocha@soufunorte.com.br

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