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QUEBRANDO A BANCA

Infecção
cirúrgica
Profª. Andréia Labrêa
INFECÇÃO CIRÚRGICA
As infecções do sítio cirúrgico (ISC) são as complicações mais comuns
decorrentes do ato cirúrgico, que ocorrem principalmente no pós-
operatório em cerca de 3 a 20% dos procedimentos realizados, tendo
um impacto significativo na morbidade e mortalidade do paciente

Aumento das doenças


cardiovasculares, neoplasias e traumas

Crescente número de intervenções


cirúrgicas

Avanço de complicações em
procedimentos cirúrgicos
CLASSIFICAÇÃO DAS ISC’s

Pele Classificação
ISC
superficial
Tecido • Superficial
subcutâneo • Envolve apenas a pele e o tecido celular subcutâneo do
local da incisão
Fáscia e
músculos
ISC
profunda
• Profunda
• Pode envolver ou não os mesmos tecidos da ISC
superficial, mas envolve obrigatoriamente tecidos
profundos
ISC de
Órgão e
cavidades
órgão ou • Órgão ou cavidade
cavidade • Envolve órgãos ou espaços profundos manipulados
durante a cirurgia, mas não necessariamente a incisão
CRÍTERIOS DE DEFINIÇÃO DE
INFECÇÃO CIRÚRGICA
ISC superficial

Ocorre nos primeiros 30 dias após a


cirurgia e envolve apenas pele e Com pelo menos 1 (um) dos seguintes
subcutâneo

Drenagem purulenta da incisão


superficial
Pele
ISC Cultura positiva de secreção ou
Tecido superficial tecido da incisão superficial,
obtido assepticamente (não são
subcutâneo
considerados resultados de
culturas colhidas por swab)
CRÍTERIOS DE DEFINIÇÃO DE
INFECÇÃO CIRÚRGICA
ISC superficial

A incisão superficial é
deliberadamente aberta pelo EXCETO se a cultura
cirurgião na vigência de pelo menos for negativa
um dos seguintes sinais ou sintomas

Dor No caso de cirurgia Não notificar


oftalmológica mínima inflamação
Aumento da sensibilidade
conjuntivite será e drenagem de
Edema local definida como secreção limitada
infecção incisional aos pontos de
Hiperemia
superficial sutura
Calor
CRÍTERIOS DE DEFINIÇÃO DE
INFECÇÃO CIRÚRGICA
ISC profunda

Ocorre nos primeiros 30 dias após a


cirurgia ou até 1 ano, se houver Com pelo menos 1 (um) dos seguintes
colocação de prótese, e envolve
tecidos moles profundos à incisão

Drenagem purulenta da incisão profunda, mas


não de órgão/cavidade

Deiscência parcial ou total da parede


Fáscia e ISC abdominal ou abertura da ferida pelo cirurgião,
músculos profunda quando o paciente apresentar pelo menos um
dos seguintes sinais ou sintomas: temperatura
axilar ≥ 38ºC, dor ou aumento da sensibilidade
local, exceto se a cultura for negativa
CRÍTERIOS DE DEFINIÇÃO DE
INFECÇÃO CIRÚRGICA
ISC órgão e cavidade

Ocorre nos primeiros 30 dias após a


cirurgia ou até UM ano, se houver Com pelo menos 1 (um) dos seguintes
colocação de prótese, e envolve
qualquer órgão ou cavidade que
tenha sido aberta ou manipulada
Cultura positiva de secreção ou tecido do
durante a cirurgia
órgão/cavidade obtido assepticamente

ISC de Presença de abscesso ou outra evidência que a


Órgão e infecção envolva os planos profundos da ferida,
órgão ou
cavidades identificada em reoperação, exame clínico,
cavidade histocitopatológico ou exame de imagem
Utilizar a Lista de Verificação de Segurança
Cirúrgica (LVSC) da OMS para reduzir a
ocorrência de danos ao paciente
MEDIDAS DE CONTROLE PRÉ-
OPERATÓRIO
Avaliação Realizar descontaminação nasal com mupirocina intranasal associada à
descolonização extra-nasal com clorexidina degermante em pacientes
de diagnosticados como portadores nasal de Staphylococcus aureus
colonização resistente a meticilina (MRSA)
nasal ou Aplicar nas narinas mupirocina nasal a cada 12 horas, durante 5 dias
microbiota seguidos
endógena
Monitorar a resistência à mupirocina
MEDIDAS DE CONTROLE PRÉ-
OPERATÓRIO
Banho

Orientar previamente o paciente nas cirurgias Ainda não foi demonstrada uma clara
eletivas quanto aos cuidados pré-operatórios associação entre banho pré-operatório com
e banho produto antisséptico e redução do risco de
ISC
Tomar banho
com água e sabão antes da Não há consenso na indicação de banho com
realização do procedimento agente antisséptico para todos os
cirúrgico, noite anterior ou procedimentos cirúrgicos
manhã da cirurgia
O banho com antisséptico está
reservado a situações especiais como antes
da realização de cirurgias de grande porte,
cirurgias com implantes ou em situações
específicas como surtos
MEDIDAS DE CONTROLE PRÉ-
OPERATÓRIO
Incluir a higiene do couro cabeludo e o cuidado com as unhas
Cuidados
durante o Dar atenção especial à higiene da cabeça nas cirurgias crânioencefálicas
banho
Observar que o cabelo deve estar seco antes de ir para o bloco operatório

Enfatizar a importância da higiene oral; nos casos que houver previsão


de entubação orotraqueal fazer higiene oral com clorexidina 0,12%
Fornecer toalhas limpas ao paciente para o banho pré-operatório

Proceder à troca de pijama/camisola, da roupa de cama ou da maca de transporte


após o banho
MEDIDAS DE CONTROLE PRÉ-
OPERATÓRIO
Antissepsia cirúrgica das mãos

Eliminar a microbiota transitória e reduzir a


microbiota residente da pele das mãos e dos antebraços
dos profissionais que participam das cirurgias e
proporcionar efeito residual na pele dos profissionais

Microbiota transitória + Microbiota residente

O procedimento pode ser feito com o uso de Deve ser de 3 a 5 minutos para o
esponjas para a realização da fricção da pele primeiro procedimento do dia e de
com antisséptico degermante (Clorexidina 2% 2 a 3 minutos para as cirurgias
ou Polivinilpirrolidona-iodo - PVPI) ou por subsequentes, se realizadas dentro
meio do uso de produto à base de álcool (PBA) de 1 hora após a primeira fricção
ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS
MEDIDAS DE CONTROLE
INTRAOPERATÓRIO
Paramentação

A paramentação cirúrgica, medida bem estabelecida para


prevenção das infecções do sítio cirúrgico, consiste no uso de

Utilização de Luvas
Oculos Gorro Máscara
aventais esterilizadas

A finalidade da paramentação cirúrgica é estabelecer


uma barreira microbiológica contra a penetração de
microrganismos no sitio cirúrgico do paciente, que
podem ser oriundos dele mesmo, dos profissionais,
produtos para saúde, ar ambiente
MEDIDAS DE CONTROLE
INTRAOPERATÓRIO
Circulação de pessoal

A circulação na sala operatória consiste em atividade


desenvolvida exclusivamente pela equipe de enfermagem: enfermeiros,
técnicos ou auxiliares de enfermagem, os quais durante todo ato anestésico-
cirúrgico, desenvolvem atividades a fim de garantir condições funcionais e
técnicas necessárias para a equipe médica

Limitar o número de
pessoas na sala operatória,
Manter as portas das salas Evitar abrir e fechar a porta Não levar celular, bolsas e
manter o número de
cirúrgicas fechadas durante da sala operatória alimentos para dentro da
pessoas necessário para
o ato operatório desnecessariamente sala cirúrgica
atender o paciente e
realizar o procedimento
MEDIDAS DE CONTROLE
INTRAOPERATÓRIO
Controle metabólico

Controle de temperatura
Controle glicêmico
corporal

Suplementação da Manutenção adequada do


oxigenação tecidual volume intravascular
MEDIDAS DE CONTROLE
INTRAOPERATÓRIO
Controle de temperatura corpórea

Em relação à temperatura corpórea, tem sido


observada a associação frequente de
hipotermia (T<35º C) intraoperatória e um
aumento na incidência de sangramento pós-
operatório, infecções e eventos cardíacos O “padrão ouro” é a monitorização na artéria pulmonar, método
que requer a presença de cateter central e soma alguns riscos
inerentes a tal procedimento
Vários métodos de monitorização podem ser
utilizados e encontram-se disponíveis e serão
escolhidos dependendo da natureza da
cirurgia em questão Pode ser utilizada a monitorização através de cateter esofágico,
bexiga urinária e cutânea, sendo esta última, a mais frequentemente
utilizada e também mais sensível às oscilações da temperatura da
A recomendação é manter a temperatura
sala cirúrgica
corpórea acima de 35,5ºC no período
perioperatório
MEDIDAS DE CONTROLE
INTRAOPERATÓRIO
Preparo da pele do paciente

Realizar a antissepsia no campo operatório no sentido


centrífugo circular (do centro para a periferia) e ampla
Realizar degermação do membro ou local próximo da
o suficiente para abranger possíveis extensões da
incisão cirúrgica antes de aplicar solução antisséptica
incisão, novas incisões ou locais de inserções de
drenos, com solução alcoólica de PVPI ou clorexidina
MEDIDAS DE CONTROLE
INTRAOPERATÓRIO

Drenos

A inserção dos drenos geralmente deve ocorrer no


momento da cirurgia, preferencialmente em uma
incisão separada, diferente da incisão cirúrgica; a
recomendação é fazer uso de sistemas de drenagens
fechados, e a remover o mais breve possível
MEDIDAS DE CONTROLE PÓS-
OPERATÓRIO
Avaliação de curativos

Rompimento anormal da pele ou superfície do corpo.


Ferida
Normalmente comprometem a pele, os tecidos moles e os músculos

É um meio terapêutico que consiste na limpeza e aplicação de


uma cobertura estéril em uma ferida, quando necessário, com o objetivo de proteger o
Curativo
tecido recém-formado da invasão microbiana, aliviar a dor, oferecer conforto para o
paciente, manter o ambiente úmido
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto ao grau de cobertura

Abertas Existe perda de continuidade de superfície cutânea

A lesão do tecido mole ocorre embaixo da pele, mas sem


perda de continuidade da superfície cutânea; estes tipos de feridas
Fechadas
apresentam exsudação serosa ou serosanguinolenta mínima que cessa
entre 24 e 48hs
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto ao tempo de abertura

São originadas de cirurgias ou traumas, com reparação no


Agudas
tempo adequado e sem complicações

Crônicas Apresentam comprometimento na reparação e complicações


CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto ao grau de contaminação

Condições assépticas sem microorganismos. São feridas produzidas em


Limpa
ambiente cirúrgico, desde que não foram abertos sistemas digestório ou genitourinário.

Limpa- São feridas cirúrgicas em que houve abertura do sistema digestório ou genitourinário,
contaminada ou produzidas acidentalmente com arma branca.

Apresentam reação inflamatória, ou tiveram contato com material


Contaminada
contaminado, como fezes, poeira ou outro tipo de sujidade.

Presença de agente infeccioso no local e lesão com evidência de intensa reação


Infectadas
inflamatória e destruição de tecidos podendo haver secreção purulenta
QUESTÕES
1. Em relação à infecção da ferida cirúrgica, avalie as proposições abaixo:

I) ISC incisional superficial: acomete somente a pele e/ou o tecido celular subcutâneo. Era
anteriormente denominada de infecção de ferida cirúrgica.
II) ISC incisional profunda: envolve as camadas mais profundas, como a fáscia e os músculos.
São poupados os órgãos.
III) ISC de órgão ou cavidades: acomete qualquer região ou órgão manipulado durante a
operação.
IV) Quando ocorre um processo inflamatório, normalmente os sintomas se manifestam entre 48
e 72 horas, após a cirurgia, mas podem passar despercebidos devido à antibioticoterapia.

Estão CORRETAS, somente, as proposições

(A) I e III.
(B) II e IV.
(C) I, II, IV.
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV.
1. Em relação à infecção da ferida cirúrgica, avalie as proposições abaixo:

I) ISC incisional superficial: acomete somente a pele e/ou o tecido celular subcutâneo. Era
anteriormente denominada de infecção de ferida cirúrgica.
II) ISC incisional profunda: envolve as camadas mais profundas, como a fáscia e os músculos.
São poupados os órgãos.
III) ISC de órgão ou cavidades: acomete qualquer região ou órgão manipulado durante a
operação.
IV) Quando ocorre um processo inflamatório, normalmente os sintomas se manifestam entre 48
e 72 horas, após a cirurgia, mas podem passar despercebidos devido à antibioticoterapia.

Estão CORRETAS, somente, as proposições

(A) I e III.
(B) II e IV.
(C) I, II, IV.
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV.
2. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, são critérios definidores de
infecção em sítio cirúrgico (ISC):

(A) incisional superficial – quando a infecção ocorre dentro de 30 dias após o


procedimento cirúrgico e envolve drenagem purulenta da incisão superficial.
(B) incisional superficial – quando a infecção ocorre dentro de 30 dias após o
procedimento cirúrgico e envolve drenagem purulenta de um dreno que é colocado
profundamente.
(C) incisional profunda – quando ocorre dentro de 60 dias após o procedimento cirúrgico,
se não houver implante e deiscência espontânea.
(D) incisional profunda – quando a infecção ocorre dentro de 30 dias após o
procedimento cirúrgico se houver implante e presença de abscesso.
(E) órgão/cavidade – quando a infecção ocorre dentro de 6 meses após a colocação de
implante e envolve tecidos moles profundos.
2. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, são critérios definidores de
infecção em sítio cirúrgico (ISC):

(A) incisional superficial – quando a infecção ocorre dentro de 30 dias após o


procedimento cirúrgico e envolve drenagem purulenta da incisão superficial.
(B) incisional superficial – quando a infecção ocorre dentro de 30 dias após o
procedimento cirúrgico e envolve drenagem purulenta de um dreno que é colocado
profundamente.
(C) incisional profunda – quando ocorre dentro de 60 dias após o procedimento cirúrgico,
se não houver implante e deiscência espontânea.
(D) incisional profunda – quando a infecção ocorre dentro de 30 dias após o
procedimento cirúrgico se houver implante e presença de abscesso.
(E) órgão/cavidade – quando a infecção ocorre dentro de 6 meses após a colocação de
implante e envolve tecidos moles profundos.
3. Segundo o Protocolo para Cirurgia Segura, após o término da cirurgia e antes
do paciente deixar a sala de cirurgia deve-se:

(A) confirmar visualmente o sítio cirúrgico correto e sua demarcação.


(B) revisar verbalmente com a anestesiologista o histórico de reação alérgica.
(C) confirmar a assinatura do consentimento para cirurgia.
(D) verificar a correta contagem de instrumentais, compressas e agulhas.
(E) verificar se os exames de imagem foram necessários para a cirurgia.
3. Segundo o Protocolo para Cirurgia Segura, após o término da cirurgia e antes
do paciente deixar a sala de cirurgia deve-se:

(A) confirmar visualmente o sítio cirúrgico correto e sua demarcação.


(B) revisar verbalmente com a anestesiologista o histórico de reação alérgica.
(C) confirmar a assinatura do consentimento para cirurgia.
(D) verificar a correta contagem de instrumentais, compressas e agulhas.
(E) verificar se os exames de imagem foram necessários para a cirurgia.
4. De acordo com o Protocolo para Cirurgia Segura (ANVISA, 2013), um dos
procedimentos realizados antes da indução anestésica inclui:

(A) revisar verbalmente com o próprio paciente, sempre que possível, que sua
identificação tenha sido confirmada.
(B) a apresentação de cada membro da equipe pelo nome e função.
(C) documentar problemas com equipamentos.
(D) rever as medidas para a recuperação pós-operatória.
(E) a confirmação da profilaxia antimicrobiana 60 minutos antes da incisão da pele.
4. De acordo com o Protocolo para Cirurgia Segura (ANVISA, 2013), um dos
procedimentos realizados antes da indução anestésica inclui:

(A) revisar verbalmente com o próprio paciente, sempre que possível, que sua
identificação tenha sido confirmada.
(B) a apresentação de cada membro da equipe pelo nome e função.
(C) documentar problemas com equipamentos.
(D) rever as medidas para a recuperação pós-operatória.
(E) a confirmação da profilaxia antimicrobiana 60 minutos antes da incisão da pele.
5. Com a finalidade de aumentar a segurança na realização de procedimentos
cirúrgicos, como local correto e paciente correto, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) criou o uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura. Diante do exposto, é
INCORRETO afirmar que

(A) a marcação deve ser realizada antes da sedação no paciente.


(B) não há necessidade de confirmar o consentimento da cirurgia.
(C) a marcação do sítio cirúrgico deve ser feita pelo profissional cirurgião.
(D) a marcação deve ser feita com uma caneta padrão, própria para esse fim.
(E) deve ser realizada sempre que a estrutura ou órgão a ser abordado não for único.
5. Com a finalidade de aumentar a segurança na realização de procedimentos
cirúrgicos, como local correto e paciente correto, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) criou o uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura. Diante do exposto, é
INCORRETO afirmar que

(A) a marcação deve ser realizada antes da sedação no paciente.


(B) não há necessidade de confirmar o consentimento da cirurgia.
(C) a marcação do sítio cirúrgico deve ser feita pelo profissional cirurgião.
(D) a marcação deve ser feita com uma caneta padrão, própria para esse fim.
(E) deve ser realizada sempre que a estrutura ou órgão a ser abordado não for único.

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