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Asma
Relevância A
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20.ª ed
Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
GINA 2019
NOC DGS 2018
UpToDate
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
MNEMÓNICAS
Causas de DIMINUIÇÃO da DLCO – HiENA Felpuda (HTP, Enfisema, Anemia e Fibrose
pulmonar)
Tratamento da asma refractária – temos que lhe dar com o TACO BETA NA VEIA
(Teofilina, Agonistas beta IV, Corticóides Orais, Omalizumab)
CASO CLÍNICO 1
Doente de 53 anos, do sexo masculino, independente para actividades da vida diária
A. Rx Tórax
E. Cultura da expectoração
CASO CLÍNICO 2
Uma mulher de 34 anos, cognitivamente íntegra e independente para as AVDs,
vem ao SU por quadro com 2 meses de duração de acessos de dispneia e tosse
não produtiva, os quais surgem sobretudo de noite, por vezes acordando a
doente a meio da noite, com uma frequência média de 3 episódios por
semana. Nega dor torácica ou palpitações, embora por vezes sinta uma
sensação de aperto torácico. Refere episódio de infeção respiratória com tosse,
expectoração e febre há cerca de 3 meses, tendo sido medicada com
amoxicilina-ácido clavulânico, com melhoria sintomática. Trata-se de uma ex-
fumadora (~10 UMAs) que trabalha como comercial. Sem medicação habitual,
recorre a zolpidem por vezes por insónia. Ao exame objetivo, apresenta FC de
67 bpm, PA 118/72 mmHg, apirética, FR de 14 cpm, SatO2 em ar ambiente de
98% e um IMC de 24 kg/m2. Ligeira hiperemia da mucosa oral e nasal.
Auscultação cardiopulmonar sem alterações. Restante exame objetivo sem
alterações. Estudo analítico com leucocitose ligeira, PCR de 3.20 mg/L e Raio-X
Tórax sem alterações. Qual o próximo passo na abordagem a esta doente?
CASO CLÍNICO 2
Uma mulher de 34 anos, cognitivamente íntegra e independente para as AVDs, vem ao SU por quadro com 2 meses de
duração de acessos de dispneia e tosse não produtiva, os quais surgem sobretudo de noite, por vezes
acordando a doente a meio da noite, com uma frequência média de 3 episódios por semana. Nega dor
torácica ou palpitações, embora por vezes sinta uma sensação de aperto torácico. Refere episódio de
infeção respiratória com tosse, expectoração e febre há cerca de 3 meses, tendo sido medicada com
amoxicilina-ácido clavulânico, com melhoria sintomática. Trata-se de uma ex-fumadora (~10 UMAs)
que trabalha como comercial. Sem medicação habitual, recorre a zolpidem por vezes por insónia. Ao
exame objetivo, apresenta FC de 67 bpm, PA 118/72 mmHg, apirética, FR de 14 cpm, SatO2 em ar
ambiente de 98% e um IMC de 24 kg/m2. Ligeira hiperemia da mucosa oral e nasal. Auscultação
cardiopulmonar sem alterações. Restante exame objetivo sem alterações. Estudo analítico com
leucocitose ligeira, PCR de 3.20 mg/L e Raio-X Tórax sem alterações.
Qual o próximo passo na abordagem a esta doente?
IDADE ADULTA:
Harrison: RELAÇÃO entre dois sexos IGUALA-SE
Cecil: mais comum no sexo feminino
=
IDADE
Prevalência AUMENTOU nos países desenvolvidos nas décadas recentes. AGORA parece ter
ESTABILIZADO
(doentes com asma ligeira raramente progridem para doença mais grave, enquanto
doentes com asma grave geralmente têm doença grave desde o início)
(factores de risco para morte por asma incluem doença mal controlada com uso
frequente de broncodilatadores em SOS, má adesão à terapia com CT inalados e
admissão hospitalar prévia por asma quase fatal)
EPIDEMIOLOGIA
Número de MORTES associadas à asma tem DIMINUÍDO desde o ano 2000
(uso mais difundido de CT inalados pelos pacientes com Asma Persistente)
ASMA SEVERA
Inflamação NEUTROFÍLICA com produção citoquinas mais características de inflamação TH1
MENOS sensível a Corticoterapia
Inflamação crónica das vias aéreas
a) CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
b) CÉLULAS ESTRUTURAIS
c) MEDIADORES INFLAMATÓRIOS
d) EFEITOS DA INFLAMAÇÃO
A) CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
Libertam
Alergénios Activação (desgranulação)
de mediadores broncoconstritores:
(mecanismo dependente de IgE) Histamina, prostaglandina D2, leucotrienos,
mastócitos citocinas, quimiocinas, factores de crescimento e
neurotrofinas
CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
MD MACRÓFAGOS E CÉLULAS DENDRÍTICAS
Associados a
HIPERRESPONSIVIDADE
VIAS AÉREAS
Libertação de proteínas básicas e radicais
livres derivados de O2
ACTIVAÇÃO DE
Alergénios EOSINÓFILOS " Adesão de eosinófilos ao
endotélio vascular das VR
Fase TARDIA " Migração para submucosa
por atração pelas quimiocinas
" Activação e sobrevivência
(Eosinófilos ainda libertam factores de prolongada
crescimento envolvidos no remodelling
das VAs e nas exacerbações da doença)
CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
MD NEUTRÓFILOS
" NEUTRÓFILOS AUMENTADOS na expectoração e VR:
ASMA GRAVE e EXACERBAÇÕES
" Alguns também na asma leve/moderada
" RESISTÊNCIA aos efeitos anti-inflamatórios dos
corticóides??
MD LINFÓCITOS T
" Papel muito importante na COORDENAÇÃO da resposta inflamatória
CÉLULAS EPITELIAIS
MD CÉLULAS MUSCULARES LISAS
FIBROBLASTOS
MD
Citocinas Stress oxidativo
Óxido Nítrico
" ↑ ON no ar expirado por asmáticos
" Relacionado com a INFLAMAÇÃO EOSINOFÍLICA
" Vasodilatação brônquica
" Fracção de ON exalado (FENO)
" Usado cada vez mais no DIAGNÓSTICO e MONITORIZAÇÃO da inflamação
MD
HIPERTROFIA E HIPERPLASIA DA MUSCULATURA LISA
LESÃO EPITELIAL
EFEITOS DA INFLAMAÇÃO
MD FIBROSE
1) Todos os asmáticos – membrana basal ESPESSADA
Por FIBROSE SUBEPITELIAL
(deposição de colagénio tipo III e V)
REGULAÇÃO NEURAL
Libertação de acetilcolina que actua
nos receptores muscarínicos
Broncoconstrição reflexa
MD
Inalação de alergénios ou irritantes
$
CONTRACÇÃO do músculo liso das vias aéreas
(SEM CONTRACÇÃO em pessoas saudáveis)
Anormalidade fisiopatológica
relacionada com
OBSTRUÇÃO VENTILATÓRIA VARIÁVEL
2. Hiperresponsividade das VAs
Libertam
Activação (desgranulação)
Alergénios de
mediadores broncoconstritores:
Histamina, prostaglandina D2, leucotrienos,
(mecanismo dependente de IgE)
mastócitos citocinas, quimiocinas, factores de crescimento e
neurotrofinas
MD
Remodeling das paredes das vias aéreas
Limitação do fluxo aéreo è +++ por broncosconstrição aguda induzida por mediadores mastocitários (mas tb
contribuem edema da parede das VAs, congestão vascular e oclusão luminal por exsudado mucoso)
Na asma ocorre:
Na asma GRAVE:
Inflamação das vias aéreas PERIFÉRICAS – principalmente nos pacientes com ASMA GRAVE
Há um envolvimento desigual das várias vias aéreas com certas vias mais afetadas
PATOLOGIA
ALERGÉNIOS inalados:
Interior: Activação • Produção de IgE
" Ácaros ALÉRGICA
" Baratas do sistema imune com • Inflamação alérgica das
" Animais com pêlo
" Fungos resposta TH2 vias aéreas
Exterior:
" Tabaco
PATOLOGIA
SWITCH: Imunidade TH2 à Imunidade TH1
PRECOCEMENTE na vida • Ocorre em pessoas saudáveis
• Não ocorre nos asmáticos
HIPÓTESE DE HIGIENE
Países desenvolvidos:
Factores de risco
Ambientais Genéticos
Factores de risco
PREDISPÕEM a asma
≠
Desencadeantes
AGRAVAM a asma
FACTORES DE RISCO
ATOPIA PRINCIPAL
Dieta – não tem papel importante. Estudos de intervenção c/ suplementação NÃO tiveram resultados significativos.
Outros factores: Idade materna baixa, Duração de amamentação, Prematuridade e baixo peso ao nascer, Utilização de
paracetamol na infância, Etnia
FACTORES DE RISCO
ATOPIA
" Deve-se à produção geneticamente determinada de
IgE específica de antigénio
" PRINCIPAL factor de risco para a asma
" Muitos atópicos têm HX FAMILIAR de dçs alérgicas
" Associação a rinite alérgica (>80%) e dermatite atópica
" 40-50% população nos países desenvolvidos é ATÓPICA
" APENAS pequena percentagem desenvolve asma
ALERGÉNIOS inalados:
Interior: Activação • Produção de IgE
" Ácaros ALÉRGICA
" Baratas do sistema imune com • Inflamação alérgica das
" Animais com pêlo
" Fungos resposta TH2 vias aéreas
Exterior:
" Tabaco
É provável que factores ambientais nos primeiros anos de
vida determinem que atópicos se tornarão asmáticos
FACTORES DE RISCO
PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA
Não se sabe se:
" Genes que predispõem à ASMA = genes que predispõem à ATOPIA
Doença Poligénica
" Interacção de polimorfismos com factores ambientais
" Achados mais consistentes estão associados aos genes no
cromossoma 5q (polimorfismos nos genes das interleucinas das
células Th2 como a IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13, os quais estão associados com
a presença de atopia)
TEORIA DA HIGIENE
(NÃO consegue explicar aumento paralelo das doenças
Th1 como a DM1 no mesmo período de tempo)
FACTORES DE RISCO
POLUIÇÃO DO AR
ALERGÉNIOS EXERCÍCIO
FÁRMACOS
Anteriormente era recomendado evitar estes estímulos, CONTUDO agora pensa-se que o desencadear de sintomas
pelos mesmos representa um MAU CONTROLO da doença com necessidade de optimizar TX CONTROLADOR
DESENCADEANTES
ALERGÉNIOS
Inalados
Resposta PRECOCE broncoconstritora (via mastócitos)
Reversível com brondilatadores
Pólens
Em geral causam RINITE ALÉRGICA
Mas podem causar exacerbações graves de Asma
ASMA das tempestades
MAS intervenções específicas (protecção barreira de colchão para reduzir exposição a ácaros) parecem ter impacto LIMITADO
DESENCADEANTES
INFECÇÕES VIRAIS
Infeções das vias respiratórias SUPERIORES
Rinovírus, VSR, coronavírus
ASMA OCUPACIONAL
STRESS
Muitos asmáticos referem agravamentos dos sintomas
Activação de vias colinérgicas → broncoconstrição
Se muito grave → pode MELHORAR sintomas
DESENCADEANTES
FÁRMACOS
β-bloqueantes IECAs
AGRAVAM a asma
↑ cininas broncoconstritoras
A sua utilização pode ser fatal
Raramente agravam a asma
↑ broncoconstrição colinérgica
Tosse induzida por IECAs NÃO é
TODOS devem ser evitados mais frequente nos asmáticos
(MESMO selectivos β2 e tópicos)
Aspirina
Agrava a asma em alguns pacientes
(devem tb evitar salicilatos)
DESENCADEANTES
EXERCÍCIO
Prevenção:
SEMPRE COM CI → ANTES DO EXERCÍCIO
Podem ser acrescentados:
β2-agonistas (+++ SABAs)
Antileucotrienos
DESENCADEANTES
HORMONAS
Agravamento PRÉ-menstrual
" Pode ser muito grave
" Mecanismo relacionado com a ↓ progesterona
" Casos GRAVES: melhora com DOSES ALTAS de progesterona ou GnRH
Agravamento GRAVIDEZ
Tireotoxicose [hipertiroidismo]
Hipotiroidismo
Alimentos e Dieta
Crença dos pacientes
Dietas de exclusão geralmente NÃO são eficazes
Alguns podem induzir reacções anafiláticas, com sibilos
ADITIVOS ALIMENTARES (metabissulfito) podem DESENCADEAR ASMA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
SINTOMAS MAJOR:
Outros sintomas:
" Expectoração e dor torácica
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
SINTOMAS:
PIORAM à NOITE ou nas PRIMEIRAS HORAS DA MANHÃ (podem
acordar o doente do sono)
HIPERREACTIVIDADE brônquica
1. Dispneia episódica
2. Tosse
(não produtiva/ou c/ expectoração TÍPICOS, EMBORA INESPECÍFICOS
mucóide/pálida amarelada)
3. Sibilância recorrente
Assim, o Dx definitivo requer:
ESPIROMETRIA → é recomendada
Avaliar LIMITAÇÃO do fluxo expiratório
Demonstrar REVERSIBILIDADE:
APÓS broncodilatadores (15 min após SABA inalado ou
após 2-4 semanas de corticóides orais):
Vantagens da espirometria:
Asma é EPISÓDICA:
Limitação do fluxo aéreo é VARIÁVEL e os doentes podem ter
sintomas numa altura em que a espirometria não pode ser realizada
Pletismografia pulmonar
Hiperinsuflação durante doença activa com é resistência VAs, VR e CPT
DCLO
NORMAL (++) ou ELEVADA
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
Pico de fluxo expiratório
ü PEF pode variar até 20% entre medições em indivíduos SEM asma.
• Pode ocorrer redução do PEF quer em doenças obstrutivas (seja obstrução das
VAs superiores, seja das VAs inferiores), quer em doenças restritivas
INESPECÍFICA!
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
Gasimetria
EXACERBAÇÕES AGUDAS
Raio-X Tórax:
SE suspeita de INFECÇÃO PULMONAR
MAS por rotina NÃO É NECESSÁRIO
Infiltrados migratórios num doente com ASMA DÍFICIL:
sugere Aspergilose Broncopulmonar Alérgica
Testes Laboratoriais:
Eosinofilia
Elevados níveis de IgE
Testes cutâneos – úteis para identificar alergénios
NEGATIVOS NA ASMA INTRÍNSECA
OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
Estudos Sanguíneos
Tipicamente pede-se um hemograma com fórmula leucocitária nas seguintes
situações:
1. Exacerbações de asma que motivem ida ao SU
2. Asma grave/muito grave persistente
3. Doentes com polipose nasal concomitante
4. Alterações no Rx-Tórax (sugestivas de pneumonias eosinofílicas ou GEPA)
5. Suspeita de infeção por parasitas
Testes Alérgicos
IgE Total + IgE Específica + Testes Cutâneos
NÃO SÃO ÚTEIS PARA O DX PRIMÁRIO DE ASMA
(Mas permitem confirmar sensibilidade a determinados alergénios, com evicção dos mesmos)
Níveis muito altos de IgE Total apontam para ABPA, infeções por parasitas ou eczema
Raio-X Tórax
Quase SEMPRE NORMAL nos asmáticos SEM comorbilidades
(Mas muitas vezes é pedido em casos de asma DE NOVO moderada a grave em doentes
>40anos para Ddiferencial)
Doentes com asma GRAVE podem ter Pode ocorrer PNEUMOTÓRAX nas
HIPERINSUFLAÇÃO EXACERBAÇÕES
OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
Raio-X Tórax
Recomendado POR ROTINA na ASMA GRAVE REFRATÁRIA e na presença/suspeita de
COMORBILIDADES
Pneumonia
Condensações pulmonares no RxT dum asmático
ABPA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Distúrbios da traqueia
Tumores do tracto respiratório
Corpos estranhos
DPOC
Bronquiectasias
Obstrução VA superior por tumor ou Tipicamente têm estridor localizado nas grandes VR.
edema da laringe Diagnós•co confirmado por curva fluxo-volume com redução de
fluxos inspiratório e expiratório. Broncoscopia localiza a
área de estreitamento.
Obstrução endobrônquica por corpo Sibilos persistentes numa área específica do tórax.
estranho
Insuficiência do VE Para além de sibilos apresentam crepitações bibasais.
Disfunção das cordas vocais Pensa-se que seja um síndrome de conversão histérica.
1. IECAs
2. Drenagem pós nasal
3. Asma variante tosse
4. DRGE
5. bronquite Eosinofílica
SDR SOBREPOSIÇÃO: ASMA/DPOC (ACO)
ü 10% dos doentes com DPOC têm manif. clínicas de asma (é eosinófilos
periféricos e na expectoração, é reversibilidade em resposta aos BD e
resposta aos CCTs orais)
DPOC e eosinofilia
1 de 3:
Atopia ou rinite alérgica História de asma <40anos
Eøs >300/uL S N
á FEV1≥200mL e 12% pós BD em 2
ocasiões 1 de 3: DPOC
Atopia ou rinite alérgica
Eøs >300/uL
á FEV1≥200mL e 12% pós BD em 2
ocasiões
ACOS
Recorre ao SU por exacerbação aguda da asma com início há 10 horas, que não
respondeu a várias inalações de salbutamol + corticóides sistémicos.
Exame físico:
PA: 120/70 mmHg; FC: 110 bpm; taquipneico e com dificuldade em falar
Auscultação pulmonar: diminuição dos sons respiratórios, prolongamento do
tempo expiratório e sibilos bilaterais
SpO2: 86% (ar ambiente)
GSA (ar ambiente): pH 7.43; pO2 68 mmHg; pCO2 40 mmHg
Rx Tórax: hiperinsuflação
CASO CLÍNICO 4
Qual dos seguintes achados indica agravamento da
condição clínica do paciente?
A. Hiperinsuflação pulmonar
B. Taquipneia
C. Taquicardia
D. Hipóxia
E. pCO2 normal
CASO CLÍNICO 5
Doente de 19 anos, do sexo feminino, independente para actividades da vida diária
Exame físico:
PA: 134/72 mmHg; FC: 67 bpm; SpO2 99% (ar ambiente)
Auscultação pulmonar: sem alterações
CASO CLÍNICO 5
Perante este quadro clínico, qual será a medicação mais
indicada para iniciar?
A. Cor•cóide oral diário
" Vacinação
T TRATAMENTO
PRINCIPAIS FÁRMACOS
BRONCODILATADORES
CONTROLADORES
1. AGONISTAS β-ADRENÉRGICOS
2. ANTICOLINÉRGICOS
3. TEOFILINA
1. AGONISTAS β-ADRENÉRGICOS
Acção principal:
- RELAXAMENTO da musculatura lisa de TODAS as vias respiratórias
- BLOQUEIAM TODOS os mecanismos BRONCOCONSTRITORES
EFEITOS clinicamente úteis NÃO – broncodilatadores:
- Inibição dos mediadores libertados pelos mastócitos
- Redução da exsudação de plasma
- Inibição da ac•vação dos nervos sensoriais
NÃO há efeito nas células inflamatórias das VAs
NÃO há redução da hiperresponsividade das VAs (HRVA)
(PEQUENO NÚMERO de receptores – rapidamente hiporregulados)
AGONISTAS β-ADRENÉRGICOS
EFEITOS ADVERSOS:
REDUZIDOS se administrados por via inalatória
MAIS COMUNS:
"Tremores musculares
"Palpitações
"HIPOcaliémia – SEM consequências clínicas
SEGURANÇA:
Utilização exagerada de SABA Asma NÃO controlada (FR para morte)
Utilização de LABA aumento da mortalidade deve-se à AUSÊNCIA de CT inalados
AGONISTAS β-ADRENÉRGICOS
EFEITOS:
EVITAM broncoconstrição e secreção de muco (pelos nervos colinérgicos)
INDICAÇÕES:
DOSES ALTAS por nebulização:
" Tratar CRISES AGUDAS DE ASMA GRAVE, APENAS DEPOIS de β agonistas
(início de acção broncodilatadora é mais lento)
ANTICOLINÉRGICOS
LONGA DURAÇÃO
Brometo de TIOtrópio e Brometo de Glicopirrónio
EFEITOS:
Em doentes com pouco controlo com CT inalado + LABA em doses máx:
" Aumentam tempo até exacerbação
" Garantem broncodilatação adicional (nível de evidência 2)
EFEITOS COLATERAIS:
Pouca ou nenhuma absorção sistémica
" MAIS COMUM: Xerostomia
" IDOSOS: Retenção urinária, Glaucoma
3. TEOFILINA
QUASE NÃO É USADA:
Efeitos colaterais COMUNS e ß agonistas MAIS eficazes
EFEITOS ADVERSOS:
RELACIONADOS com concentrações plasmá•cas, RARAMENTE qd concentrações < 10 mg/L
ORAL – bem absorvida e inac•vada no “gado (metabolizada por CYP450 hepá”co)
MAIS COMUNS:
" Náuseas, vómitos e cefaleias – inibição da fosfodiesterese
OUTROS:
" Diurese e palpitações
" Arritmias cardíacas, crises convulsivas e morte – antagonismo receptores de adenosina A1
CONTROLADORES
1. CORTICÓIDE INALADO
2. CORTICÓIDE SISTÉMICO
3. ANTILEUCOTRIENOS
1. CORTICÓIDE INALADO
CONTROLADORES MAIS EFICAZES
Mecanismo de acção:
"Anti-inflamatórios mais eficazes no tratamento da asma
"Reduzem nº de células inflamatórias e a sua activação nas VR
Diminuem: eosinófilos nas VR e expectoração, linfócitos T activados e mastócitos na superfície da mucosa das VR
PRINCIPAL EFEITO:
" BLOQUEIAM transcrição de genes que codificam proteínas inflamatórias (citocinas, quimiocinas,
moléculas de adesão e enzimas inflamatórias)
" Inibição do NF-KB
" Recrutamento da histona desacetilase-2
" Activam genes anti inflamatórios (MAP)
" Aumentam expressão de receptores β2
EFEITOS:
" MELHORAM sintomas RAPIDAMENTE
" MELHORAM a função pulmonar ao longo de vários dias
" EVITAM sintomas (asma induzida pelo exercício e exacerbações nocturnas)
" EVITAM exacerbações graves
" REDUZEM HRVA – melhoria mais intensa após alguns meses do início do tratamento
Indicações:
"PRIMEIRA LINHA na ASMA PERSISTENTE
"Terapia de MANUTENÇÃO – TODOS os casos EXCEPTO Asma Intermitente LIGEIRA
" ALTAMENTE EFICAZES no CONTROLO de Asma (nível de evidência 1)
Se SINTOMAS NÃO CONTROLADOS COM DOSES BAIXAS à ADICIONAR β Agonista LONGA duração
CORTICÓIDE INALADO
Posologia: duas vezes dia (se LEVE → uma vez por dia)
EFEITOS LATERAIS:
LOCAIS - REDUZIDOS com o uso de espaçadores volumosos
"Disfonia
"Candidíase oral
SEM EVIDÊNCIA:
ATRASE crescimento das crianças ou cause osteoporose em adultos
2. CORTICÓIDE SISTÉMICO
INDICAÇÕES para formulação INTRAVENOSA
(Hidrocor•sona ou Me”lprednisolona):
"ASMA GRAVE AGUDA
Mas cor”coides ORAIS são IGUALMENTE EFICAZES e mais FÁCEIS de administrar
EFEITOS:
BLOQUEADORES DE LEUCOTRIENOS - Bloqueiam receptores cys-LT1
INDICAÇÕES:
" Melhoria clínica MODESTA da asma
" Terapia de manutenção (nível de evidência 1)
" SEGUNDA opção em doentes que NÃO conseguem ser controlados com:
doses baixas de CT inalados
" MENOS eficazes que CT inalados no controlo de asma
" Produzem efeitos MENOS significa”vos na inflamação das VR
Forma: Oral
Posologia: Uma ou duas vezes por dia
4. CROMONAS
Cromoglicato de sódio e
Nedocromil
EFEITOS:
Inibem a desgranulação dos mastócitos e ac•vação dos neurónios sensi•vos
INDICAÇÕES:
" Melhoria clínica MODESTA da asma
" Úteis a bloquear asma induzida por es–mulos (Exercício, Alergénios,
irritantes)
" POUCO beneŽcio no controlo a longo prazo da asma (CURTA duração de
ação)
" São bastante seguros e eram usados no tx da asma nas CRIANÇAS, mas agora
preferimos CCTs Inalados (+ eficazes e igualmente seguros)
Forma: Inalação
Posologia: 4 vezes por dia
T OUTROS TRATAMENTOS
Anti-TNFα
NÃO EFICAZES NA ASMA GRAVE
Apesar do tx actual com CCTs inalados e agonistas β2 ser tão eficaz na asma, é ainda necessário
desenvolver novas terapias para os doentes com asma refratária dependentes de CCTs orais –
desenvolvimento de ef. laterais nestes doentes é inevitável
Termoplastia brônquica:
Nova técnica endoscópica na qual a radiofrequência destrói o musculo liso das vias
aéreas:
3. Efeitos secundários
4. Custo da medicação
Existem diversos ques”onários validados :
Asthma Quality of Life Ques•onnaire (AQLQ)
Asthma Control Test (ACT)
TRATAMENTO – ASMA CRÓNICA
GD
GD
CONTROLO DA ASMA:
Foi demonstrado que este •po de tratamento AUMENTA o risco de EXACERBAÇÕES GRAVES e
que adicionar um Cor•cóide Inalado (CI) DIMINUI significa•vamente este risco
É agora recomendado pela GINA que TODOS os adultos e adolescentes com asma
recebam tratamento controlador em regime SINTOMÁTICO OU REGULAR com
CI EM BAIXA DOSE ± LABA ou SABA, para reduzir o risco de exacerbações graves
NOVIDADES TX ASMA - GINA 2019
• SABAs inalados têm sido tratamento de primeira linha na asma ligeira desde
sempre
ü No início, a asma era considerada uma doença em que o componente de broncoconstrição
dominava a fisiopatologia
ü Doentes acabam por obter rápido alívio sintomá•co com o seu SABA inalado, muitas vezes
descurando o tratamento controlador com CI
TRATAMENTO
CONTROLADOR
TRATAMENTO SINTOMÁTICO (em SOS) COM CI EM
PREFERIDO: BAIXA DOSE + FORMOTEROL
Mas na maioria dos casos: dispneia progressiva (horas a dias) com aumento do uso de
broncodilatadores
Gasimetria:
• Hipoxemia e pCO2 REDUZIDA (por hiperven•lação)
• se pCO2 NORMAL ou AUMENTADA → insuficiência respiratória iminente e requer MONITORIZAÇÃO
Sinal ameaçador → MONITORIZAR através do oxímetro de pulso e da GSA
Pode ser necessária ven”lação
TRATAMENTO – ASMA SEVERA
ASMA SEVERA AGUDA ou ESTADO ASMÁTICO
O tratamento deve ser agressivo!
Oxigénio
β-agonista inalado
RESPOSTA INADEQUADA BOA RESPOSTA
An”colinérgico inalado
Cor”cóide IV ou oral ALTA sob:
ANTICOLINÉRGICOS
inalados se não administrados antes β2-agonista inalado ±
An”colinérgico inalado
AMINOFILINA (?)
Hélio
Magnésio IV
Intubação endotraqueal
e ven”lação mecânica
149
T TERAPÊUTICA - EXACERBAÇÃO
CUIDADOS PRIMÁRIOS: Exacerbação aguda ou subaguda de ASMA
AVALIAÇÃO do doente: É asma? FR para morte por asma? Gravidade da exacerbação?
Doentes não aderem ao tx com CCTs inalados pq não percebem qualquer benefício clínico imediato ou podem estar preocupados com
efeitos laterais.
É difícil monitorizar adesão ao tx com CCTs inalados pq não há dosagens plasmáticas úteis. FeNO pode vir a solucinar este problema.
Adesão ao tx com CCTs orais já pode ser avaliada com testes plasmáticos.
ASMA REFRATÁRIA
Outras causas de asma 2. Rinossinusite grave TRATAMENTO
refratária:
3. Fármacos (BB, ü Teofilina (BAIXAS doses) – pode ajudar
2. Exposição ambiental aspirina) em alguns casos
acentuada a
alergénios ou a 4. Factores hormonais ü Agonista β2 EV
agentes
ocupacionais 5. Doenças sistémicas ü CCTs ORAIS (doses de MANUTENÇÃO) – a
(hiper/hipo•roidism >ria necessita
o)
↑ das células TH1, TH17, linfócitos CD8+ e TNFα (vs asma branda).
ü Tx para ê as doses de CCTs e anti-TNF
NÃO são eficazes!
ASMA INSTÁVEL
Alguns doentes têm variações caó•cas da função pulmonar apesar de receberem tx adequado…
Aspirina, mesmo em baixas doses, provoca rinorreia + rubor facial + irritação conjun•val + sibilos
Asma é desencadeada pelos inib. COX, MAS PERSISTE MESMO NA SUA AUSÊNCIA
Mau controlo da asma na grávida pode levar a ef. adversos no desenvolvimento fetal
Não há QQ CI à
Se for necessário usar um CCT ORAL, é PREFERÍVEL a
amamentação, quando as
PREDNISONA (em vez da prednisolona)! doentes utilizam estes
fármacos.
ASMA E TABAGISMO/CIRURGIA
Asmá”cos fumadores apresentam:
1. Dç + grave
2. Internamentos + freq Se a asma estiver bem controlada, NÃO há
3. Deterioração + rápida da f. pulmonar contraindicações à anestesia geral e
4. > Risco de morrer por asma intubação.
D. Manter terapêu•ca
A. Brometo de Ipratrópio
B. Salbutamol
C. Ciprofloxacina
D. Prednisolona oral
E. Teofilina
CASO CLÍNICO 9
Um rapaz de 16 anos vem de madrugada ao SU com os seus pais por quadro
de dispneia aguda e acessos de tosse seca que o despertaram. Refere ainda
uma sensação de aperto torácico e dificuldade em completar frases. Sem
antecedentes relevantes. Os pais estão preocupados que possa ser uma
reação alérgica ao marisco que •nham comido ao jantar. Ao exame obje•vo,
apresenta FC de 125 bpm, PA de 152/95 mmHg, FR de 22 cpm e SatO2 de
88% em ar ambiente. Encontra-se diaforé•co, com •ragem intercostal e
supraclavicular e sibilos dispersos bilateralmente e aumento do tempo
expiratório na auscultação pulmonar. Sem alterações na auscultação
cardíaca. Exame abdominal inocente, com respiração abdominal evidente.
Raio-X tórax sem alterações. GSA com pH de 7.48, pO2 de 68 mmHg e pCO2
de 28 mmHg. Qual o próximo passo na gestão deste doente?
CASO CLÍNICO 9
Um rapaz de 16 anos vem de madrugada ao SU com os seus pais por quadro de
dispneia aguda e acessos de tosse seca que o despertaram. Refere ainda uma
sensação de aperto torácico e dificuldade em completar frases. Sem
antecedentes relevantes. Os pais estão preocupados que possa ser uma reação
alérgica ao marisco que •nham comido ao jantar. Ao exame obje•vo, apresenta FC de
125 bpm, PA de 152/95 mmHg, FR de 22 cpm e SatO2 de 88% em ar ambiente.
Encontra-se diaforé”co, com ”ragem intercostal e supraclavicular e sibilos
dispersos bilateralmente e aumento do tempo expiratório na auscultação pulmonar.
Sem alterações na auscultação cardíaca. Exame abdominal inocente, com respiração
abdominal evidente. Raio-X tórax sem alterações. GSA com pH de 7.48, pO2 de 68
mmHg e pCO2 de 28 mmHg. Qual o próximo passo na gestão deste doente?
a) Intubação endotraqueal
b) Iniciar SABA inalado em alta dose com oxigenoterapia com máscara facial
c) Realizar espirometria ou determinar o fluxo expiratório máximo
d) Iniciar an•colinérgico inalado com oxigenoterapia com máscara facial
e) Iniciar SABA EV em alta dose com oxigenoterapia com máscara facial
CASO CLÍNICO 10
Doente de 69 anos, do sexo masculino, independente para ac•vidades da vida diária
AP: asma
MH: nega
Exame Žsico:
Consciente, colaborante e orientado
Dispneico, não consegue completar frases. Uso dos músculos acessórios
da respiração.
AC: sem alterações
AP: sem sibilos
FC: 135 bpm; FR 24 cpm; PA 112/74 mmHg
CASO CLÍNICO 10
Doente de 69 anos, do sexo masculino, independente para actividades da vida diária
C. Aminofilina ev
D. Sulfato de magnésio ev
E. Adrenalina IM
PROVA PILOTO
Doente de 25 anos, do sexo masculino, origem africana
AP: asma
MH: beclometasona inalada
Exame Žsico:
Dispneia intensa e sibilância dispersa
169
PROVA PILOTO
Qual dos seguintes é mais provável de encontrar no restante exame Žsico?
A. Pulso bífido
D. Pulso alternans
E. Pulso paradoxus
171
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM VERSÃO JULHO 2019
BIBLIOGRAFIA
172
CASO CLÍNICO 1
Doente de 42 anos, do sexo feminino, independente para actividades da vida diária
Exame Žsico:
Parece estar desconfortável e ansiosa.
AP: sibilos expiratórios bilateralmente
FC 122 bpm; FR 24 cpm; PA 84/71 mmHg
CASO CLÍNICO 1
Qual é o diagnós”co mais provável?
MASTÓCITO
• Rinite alérgica e asma – célula chave
• Ur”cária, anafilaxia e mastocitose sistémica – célula dominante
Ligação de IgE aos mastócitos e basófilos (SENSIBILIZAÇÃO) ac”vação subsequente por an•génios específicos
ALERGIAS
D DIAGNÓSTICO
Diagnóstico das doenças alérgicas faz-se predominantemente pela história clínica
CONFIRMADO com:
ü Testes cutâneos
ü Doseamento de anticorpos IgE específicos:
Se NEGATIVOS: não exclui diagnóstico (pode ser falso negativo ou reacção não mediada por IgE)
Mistura de vários alergénios num único teste
- Testes de rastreio válidos para alergia: elevada especificidade e sensibilidade
- Menor custo do que utilização inicial de um painel de anticorpos IgE específicos isolados
177
ALERGIAS
D
178
Cetuxima
ANAFILAXIA
DEFINIÇÃO
179
Cetuxima
ANAFILAXIA
MANIF. CLÍNICAS
80-90% das reações anafilá•cas são UNIFÁSICAS, embora 10-20% sejam BIFÁSICAS
(com retorno dos sintomas anafilá•cos após ≥1h da resolução dos sintomas inciais)
ATOPIA:
- NÃO é FR p/ anafilaxia associada a fármacos ou às picadas de insecto
- Mas é FACTOR DE RISCO no caso de alergénios alimentares, látex, anafilaxia
induzida pelo exercício e anafilaxia idiopática
Indivíduos cuja ocupação leva a contacto próximo com insectos têm > prob. de
desenvolver anafilaxia a himenópteros.
Esta IgE específica surge devido ao processo de sensibilização que envolve o sistema imunitário
adapta”vo. Factores ambientais, respostas imunes inatas e citocinas influenciam a produção de IgE
específica pelos linfócitos B e plasmócitos.
185
Cetuxima
ANAFILAXIA
FISIOPATOLOGIA
Reações a fármacos NÃO mediadas por IgE (as quais podem ocorrer logo no 1º contacto
com o fármaco) podem mime•zar uma reação anafilá•ca, por envolverem mediadores
semelhantes.
1. Paclitaxel
2. Agentes de contraste imagiológico
3. Vancomicina
4. Opiáceos
5. AINEs
186
Cetuxima
ANAFILAXIA
D DIAGNÓSTICO depende de:
História de aparecimento de sinais e sintomas dentro de
segundos a minutos após o contacto com o alergénio
É importante iden•ficar os alergénios em questão p/
minimizar o risco de anafilaxia recorrente.
187
Cetuxima
ANAFILAXIA
D Na fase aguda, marcadores laboratoriais de desgranulação
mastocitária são úteis para documentar a gravidade de uma reação
anafilá”ca:
±5 NORMALIDADE
190
Cetuxima
ANAFILAXIA
T TRATAMENTO
ü Reconhecimento precoce de uma reação anafilá•ca é fundamental – complicações graves/fatais podem
surgir em MINUTOS após o aparecimento dos primeiros sintomas
192
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
DEFINIÇÃO Bastante prevalentes!
(afetam 20% da população ao longo da vida)
Agudos:
Episódios recorrentes de urticária e/ou angioedema com
MENOS de 6 semanas de duração
Crónicos:
Ataques que persistem MAIS de 6 semanas
193
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Par”lham o mesmo processo fisiopatológico, MAS
ocorrem em camadas diferentes da pele!
Ur”cária:
• Dilatação dos vasos da derme SUPERFICIAL
• Lesões bem delimitadas com bordos eritematosos,
elevados e serpiginosos e centro esbranquiçado; podem
coalescer e formar placas gigantes
194
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Par”lham o mesmo processo fisiopatológico, MAS
ocorrem em camadas diferentes da pele!
Angioedema:
• Envolvimento das camadas mais PROFUNDAS da
pele, incluindo o tecido celular subcutâneo
[hipoderme]
195
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
FACTORES PREDISPONENTES e ETIOLOGIA
196
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
TABLE 345-1 Classification of Urticaria and/or Angioedema
Vibratory angioedema
ACUTE CHRONIC
• Foca-se no mecanismo
Drug Reactions Idiopathic—a subset with
NSAIDS, IV contrast, angiotensin- autoimmune component • Útil para o diagnóstico
local hea
converting enzyme (ACE) inhibitors, Collagen vascular disease—urticarial diferencial
etc. vasculitis
Foods Physical stimuli
contact ur
A maioria dos casos de ur•cária
Inhalation or contact with Dermatographism
crónica são idiopá”cos
environmental allergens Cholinergic urticaria Isolated Angioedema
Transfusion reactions Vibration, cold, pressure, water
Insects (aquagenic)
Infections—viral, bacterial, parasitic Sun (solar)
Mastocytosis/Urticaria pigmentosa
Hereditary
Hereditary angioedema (HAE)
Familial cold urticaria
C3b inhibitor deficiency
Muckle-Wells syndrome
Schnitzler syndrome ■ CLINICAL PRESENTATION
Hypereosinophilic syndrome
197
Gleich syndrome
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
FACTORES PREDISPONENTES e ETIOLOGIA
Ur”cárias Žsicas (no geral) Ur”cária de pressão
Dis”nguidas: • Em resposta a um es–mulo sustentado,
como uma alça de ombro, cinto, corrida
Pelo evento precipitante (es–mulo Žsico)
(pés) ou trabalho manual (mãos)
frio, calor, raios solares, exercício e irritação mecânica
Por outros aspectos da apresentação clínica • Muitas vezes acompanha a ur”cária
crónica idiopá”ca
199
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
FACTORES PREDISPONENTES e ETIOLOGIA
Angioedema vibratório
Pode surgir após anos de exposição Outras formas raras de alergia Žsica:
ocupacional ou pode ser idiopático (sempre definidas pelo es mulo desencadeador)
Raça negra, transplantados, sexo feminino, tabagismo e idade avançada são FR p/ angioedema por IECAs
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
FISIOPATOLOGIA e MANIFESTAÇÕES
Erupções ur”cariformes
• Dis•ntamente pruriginosas
• Podem envolver qualquer área do corpo (do couro cabeludo às plantas dos pés)
• Locais mais comuns: extremidades e face (vs angioedema: ++ periorbital e nos
lábios)
• Duração das lesões: 12-36 horas (lesões an”gas desaparecem à medida que
surgem novas lesões)
• EXCEPÇÃO: maioria das ur”cárias Žsicas (frio, colinérgica, dermografismo) →
lesões INDIVIDUAIS com duração < 2h
Angioedema gastrointes”nal
Cólica abdominal, com ou sem náuseas e vômitos
Pode resultar em intervenção cirúrgica desnecessária
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
FISIOPATOLOGIA e MANIFESTAÇÕES
ü Até 45% dos doentes com ur”cária CRÓNICA têm uma causa autoimune para a sua doença,
incluindo auto-atcs para IgE ou para a cadeia α do FcεR1. Nalguns doentes, injeção de soro
AUTÓLOGO provoca uma reação ur”cariforme com a”vação mastocitária.
ü Estes auto-atcs têm a capacidade de induzir a libertação de histamina ou de induzir a a•vação de basófilos (c/
presença de marcadores de a•vação como o CD63 ou o CD203).
Angioedema adquirido
C1INH bloqueia o fator XII (fator de Hageman) e a Calicreína, assim como os componentes C1r/C1s de C1, levando à
degradação de bradicinina e à inibição da via clássica do complemento. O angioedema surge então por um excesso
de bradicinina e é acompanhado por a•vação do complemento com ê níveis de C4 e C2.
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
FISIOPATOLOGIA e MANIFESTAÇÕES
Caracterís•cas adicionais:
Presença de lesões ur•cariformes em vários estadios de evolução
Distribuição assimétrica do angioedema
Hipocomplementémia
• Não ocorre na doença mastocitária mediada por IgE
• Pode reflec•r anomalia adquirida (formação de imunocomplexos) ou deficiência
gené”ca ou adquirida do C1INH
208
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
D Angioedema hereditário
Diagnós”co é sugerido por:
- história familiar
- ausência de prurido e de lesões ur”cariformes
- ataques recorrentes de cólicas gastrointes”nais
- episódios de edema laríngeo
Diagnós”co laboratorial:
- deficiência do an•génio C1INH (•po 1) ou proteína não funcional (•po 2)
- Níveis de C1 são normais
- C4 e C2 cronicamente depletados (e caem ainda mais durante os ataques)
Formas ADQUIRIDAS de deficiência de C1INH:
- MESMAS manifestações clínicas
DIFEREM:
- Ausência de história familiar
- redução da função de C1 e proteína C1q, bem como C1INH, C4 e C2
Deficiência congénita de C1INH e angioedema induzido por IECAs
- níveis elevados de bradicinina
Angioedema hereditário ”po 3
209
-Níveis normais de proteínas do complemento
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
T
Na maioria das urticárias, antihistamínicos H1 (como a clorfenamina ou a difenidramina)
são eficazes a atenuar quer a urticária, quer o angioedema.
Contudo, estes anti-H1 de 1º geração causam muita sonolência e têm curta semi-vida.
CCTs Sistémicos
Evitados (por toxicidade) nas Usados nas urticárias:
urticárias:
1. Alérgicas 1. Pressão
2. Idiopáticas 2. Vasculíticas
3. Físicas 3. Angioedema idiopático ±
urticária
4. Crónicas SEM resposta ao tx
convencional
5. QQ ur”cária/angioedema
GRAVE e debilitante
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
T
214
MASTOCITOSE SISTÉMICA
DEFINIÇÃO
Expansão clonal dos mastócitos
• Na maioria dos casos é indolente e não maligna
- Em regra, só é detectada na pele e/ou MO. Pode ainda ser detectada nos locais
onde os mastócitos normalmente se encontram (pele, mucosa gastrointes•nal, “gado e baço)
Classificação
1) Mastocitose cutânea (vários subtipos)
2) Mastocitose sistémica indolente indolent systemic
mastocytosis
3) Mastocitose sistémica latente
TABLE 347-1 Classification of Mastocytosis
4) Mastocitose sistémica associada a
Cutaneous mastocytosis (CM)
doença clonal hematológica não da linhagem dos Maculopapular cutaneous mastocytosis (MPCM)
mastócitos Solitary mastocytoma of skin
Diffuse cutaneous mastocytosis
5) Mastocitose sistémica agressiva Indolent systemic mastocytosis (ISM)
Smoldering systemic mastocytosis
6) Leucemia de mastócitos Systemic mastocytosis with an associated clonal hematologic non–mast cell
lineage disease (SM-AHNMD)
7) Sarcoma de mastócitos Aggressive systemic mastocytosis (ASM)
Mast cell leukemia (MCL)
Mast cell sarcoma (MCS)
Source: Modified from H-P Horny et al: Mastocytosis. In:
Tumours of Haematopoietic and Lymphoid Tissues, revised 4th ed. SH Swerdlow et
al (eds). Lyon, France, IARC Press, 2017, pp 61–69.
MASTOCITOSE SISTÉMICA
Classificação e fisiopatologia
1) Mastocitose cutânea
• Variante mais comum nas crianças
• Doença LIMITADA À PELE SEM infiltrados patológicos nos órgãos internos
• Geralmente diagnos”cada nos primeiros anos de vida – lesões maculopapulares fixas,
hiperpigmentadas – MPCM (previamente conhecida como ur”cária pigmentosa) – ou
mastocitoma(s) ou mastocitose cutânea difusa
- Progressão da forma cutânea para uma forma indolente ocorre em ~10% das crianças
(+++ se mastocitose cutânea difusa com alta carga mastocitária, dç hematológica ou se variante com
lesões pequenas uniformes com <2 cm de diâmetro)
224
MASTOCITOSE SISTÉMICA
Alguns pacientes com sintomas recorrentes de ativação mastocitária (como síncopes por hipoTA em
episódios anafiláticos recorrentes), têm de facto, uma variante de mastocitose: SEM é da contagem de
mastócitos na pele ou na medula óssea, MAS têm mastócitos aberrantes com mutação c-kit D816V ou que
expressam CD25 à superfície “SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MASTOCITÁRIA MONOCLONAL”
230
MASTOCITOSE CUTÂNEA
D DIAGNÓSTICO
231
MASTOCITOSE CUTÂNEA
T TRATAMENTO
ABORDAGEM FASEADA/POR DEGRAUS E DIRECCIONADA AO
CONTROLO SINTOMÁTICO (+++ nas formas INDOLENTES)
3. Cladribina
233
MASTOCITOSE CUTÂNEA
T TRATAMENTO
Eficácia VARIÁVEL!
TERAPIA CITORREDUTORA (provavelmente por limitações
(USADA EM CONJUNTO COM TX SINTOMÁTICO) de dosagem por aparecimento
de efeitos secundários)
234
RINITE ALÉRGICA
DEFINIÇÃO
Caracterizada por:
Espirros
Rinorreia
Obstrução nasal
Lacrimejo
Todos os sintomas apresentam relação TEMPORAL com exposição ao alergénio
RINITE ALÉRGICA
Factores predisponentes e E”ologia
236
RINITE ALÉRGICA
Factores predisponentes e Etiologia
é Risco de
1. Sexo feminino
desenvolver Rinite
2. Poluição aérea Alérgica ao longo da
3. Tabagismo materno vida
237
RINITE ALÉRGICA
Factores predisponentes e Etiologia
1) Rinite alérgica SAZONAL
- Um número rela•vamente pequeno de plantas depende do vento (e não de insectos) para polinização
- Produzem pólen em quan•dade suficiente para ampla distribuição pelas correntes de ar e causar rinite alérgica sazonal
Fungos / bolores (amplamente distribuídos na natureza porque se formam no solo ou na matéria orgânica em
decomposição) propagam esporos dependendo das condições climá”cas
Em até 40% dos doentes NÃO é possível dentificar nenhum alergénio causador
Muitos alérgenos (++ pólen) causam rinite em vez de sintomas do tracto respiratório inferior:
- Devido à sua grande dimensão (10–100 μm) e retenção dentro do nariz CHECK HPIM
309
RINITE ALÉRGICA
Fisiopatologia e manifestações
Manifestações típicas de rinite alérgica:
- Rinorreia episódica, espirros, obstrução das vias nasais com lacrimejo e
prurido da conjuntiva, mucosa nasal e orofaringe
• O fluido da superŽcie da mucosa contém IgA e IgE. A IgE fixa-se aos mastócitos da mucosa e submucosa nasal
• A intensidade da resposta clínica a alergénios inalados está quan”ta”vamente relacionada com a DOSE de pólen
• Indivíduos sensibilizados: a introdução de alergénios no nariz provoca espirros, “sensação de obstrução” e
corrimento nasal (fluido contém histamina, PGD2 e leucotrienos)
• Assim, os mastócitos da mucosa e submucosa nasal produzem e libertam mediadores através de reacções
dependentes de IgE, que são capazes de causar edema dos tecidos e infiltração eosinofilica
241
RINITE ALÉRGICA
D DIAGNÓSTICO
Rinite alérgica sazonal
O diagnós•co depende sobretudo da HISTÓRIA de ocorrência de rinite
COINCIDENTE com a POLINIZAÇÃO de ervas, gramíneas ou árvores
242
RINITE ALÉRGICA
D DIAGNÓSTICO
Rinite não alérgica perene com síndrome de eosinofilia (NARES)
• Ocorre em pacientes de meia idade
• Caracterizada por: obstrução nasal, anosmia, sinusite crónica e rinorreia
eosinofílica proeminente
244
RINITE ALÉRGICA
D DIAGNÓSTICO
Alergia alimentar
• Testes cutâneos (por via intracutânea) → podem apoiar a história clínica
• Testes duplamente-cegos controlados por placebo → podem documentar alergia
alimentar, mas há o risco de uma reação anafilática
• Dietas de eliminação → são mais seguras, mas mais morosas e menos definitivas
Wise, SK, Lin, SY, Toskala, E. International consensus statement on allergy and rhinology: allergic
rhinitis—executive summary. Int Forum Allergy Rhinol. 2018; 8: 85– 107.
246
RINITE ALÉRGICA
247
RINITE ALÉRGICA
Apesar da evicção do alergénio ser a medida mais custo-eficaz… T
APENAS nas alergias a pêlos de animais e a ácaros (talvez) é que isso é exequível!
ü Anti-H1 + antigos têm efeito sedativo e dão disfunção psicomotora. Apresentam ainda efeitos anti-muscarínicos,
com alt. visuais, retenção urinária e obstipação.
ü Anti-H1 + recentes (fenoxifenadina, loratadina, desloratadina, cetirizina, levocetirizina,
bilastina, olopatadina e azelastina) são menos lipofílicos e + seletivos p/ receptores H1, não
atravessam tanto a BHE e têm menos ef. laterais anticolinérgicos e sedativos. Contudo, mantêm a
mesma eficácia no alívio sintomático.
ü São mt eficazes e apresentam poucos ef. laterais (sendo o + freq. a irritação local; rara/ pode
ocorrer sobrecrescimento de Candida).
ü 70% dos doentes atingem controlo sintomático COMPLETO, apesar de haver alguma
variação no que toca ao timing de início do alívio sintomático.
250
RINITE ALÉRGICA
Agonistas α T
Agonistas-α per os (pseudoefedrina) são o standard para o controlo da
congestão nasal
(geral/ em combinação com um an•-histamínico)
ü Apesar dos an•-H1 ê os sintomas nasais e oculares em 1/3, é necessário acrescentar
pseudoefedrina para obter uma ê similar da congestão nasal
ü Podem causar insónia e NÃO devem ser usados em doentes com glaucoma de ângulo fechado,
retenção urinária, HTA grave, Dç Arterial Coronária ou no 1º trimestre da gravidez.
251
RINITE ALÉRGICA
Imunoterapia T
Consiste em exposição repe•da a concentrações progressivas do alergénio específico
Existem 2 formas disponíveis actualmente:
253
RINITE ALÉRGICA
Imunoterapia T
CONTRA-INDICADA:
1. Doença CV significa”va
2. Asma não controlada
Resposta à imunoterapia envolve um conjunto de efeitos na imunidade celular e humoral com modulação da
produção de citocinas pelas células T e de Ig pelas células B.
255
RINITE ALÉRGICA
Visão global do tx da RA Sazonal E Perene T
(conforme necessário para controlo sintomático)
256
CASO CLÍNICO 2
Doente de 37 anos, do sexo feminino, independente para actividades da vida diária