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Maria Eduarda Arrais – S6

GT 4 – Asma
Objetivos de estudo: de tecido colágeno e fibrose da via aérea,
hipertrofia da camada muscular dos
bronquíolos de médio calibre, hiperplasia das
Objetivo geral: Compreender os aspectos
glândulas mucosas e hipersecreção de muco
fisiopatológicos da asma
(com obstrução de VA e formação de
Objetivos específicos: tampões mucosos).
1. Definir e classificar asma
2. Determinar a epidemiologia da asma
3. Compreender a fisiopatologia da asma Epidemiologia:
4. Determinar o quadro clínico da asma
5. Compreender o diagnóstico da asma É uma das doenças crônicas mais comuns em
6. Determinar a conduta/tratamento de nível mundial atingindo 12% dos adultos e 15%
asma GINA (exercício e gravidez) das crianças (3-4 anos principalmente como
7. Determinar os diagnósticos diferenciais pico). Na infância, a asma é duas vezes mais
(criança X adulto) comum no sexo masculino, mas a relação
entre os dois sexos iguala-se na idade adulta.
Muitos pacientes ficaram assintomáticos na
Definição: adolescência, mas que a asma reaparecia em
alguma fase da vida adulta, sobretudo entre
Doença idiopática caracterizada por as crianças com sintomas persistentes e
INFLAMAÇÃO CRONICA DA ARVÓRE asma grave. Os adultos asmáticos, inclusive os
RESPIRATÓRIA (traqueia até bronquíolos) com que tiveram início da doença na vida adulta,
evolução e resposta ao tratamento variável. raramente se tornam assintomáticos pelo
resto da vida.
Esse tipo especial de inflamação das vias
respiratórias (maioria das vezes infiltrado A gravidade da asma não varia de modo
eosinofilico), que os torna mais sensíveis que significativo em um determinado paciente; os
os indivíduos normais a uma ampla variedade indivíduos com asma leve raras vezes
de estímulos desencadeantes; isso provoca progridem para as formas mais graves da
estreitamento excessivo das vias doença, enquanto os pacientes com asma
respiratórias, redução do fluxo ventilatório e grave em geral têm manifestações graves
sinais e sintomas como sibilos e dispneia. desde o início da doença.
Em geral, o paciente asmático tem hiper- As mortes causadas por asma não são
reatividade a diversos estímulos devido a comuns e têm diminuído continuamente em
inflamação das suas vias respiratórias o que muitos países desenvolvidos. Hoje existem
gera um estreitamento das vias respiratórias evidências convincentes de que o uso mais
(BRONCOESPASMO) REVERSÍVEL, mas alguns difundido de corticoides inalatórios (CIs) pelos
pacientes com asma crônica podem ter um pacientes com asma persistente seja
componente de obstrução ventilatória responsável pela queda da mortalidade nos
irreversível. últimos anos.
A história natural da asma caso não haja Entre os principais fatores de risco para
tratamento de controle é a origem de mortalidade por asma, estão doença mal
REMODELAMENTO BRÔNQUICO. Todo processo controlada com utilização frequente de
inflamatório é seguido por um regenerativo broncodilatadores inalatórios; falta de adesão
dando origem ao estreitamento e o ao tratamento com CI; e internações
remodelamento brônquico, devido a deposição hospitalares pregressas com asma semiletal.
Fenótipos asmáticos: Fatores de risco:
Significa uma mesma expressão clínica de A asma é uma doença heterogênea com
fenótipos etiopatogênicos diferentes. fatores genéticos e ambientais inter-
relacionados. Eles devem ser diferenciados dos
- Asma alérgica > 80% dos pacientes:
desencadeadores, que são fatores ambientais
Geralmente se inicia na infância tendo pico de
que pioram a asma em paciente com doença
incidência entre os 3-4 anos de idade,
estabelecida.
desaparece na vida adolescência e volta na vida
adulta tem característica familiar e tem • ATOPIA: Principal fator de risco, pacientes
infiltração eosinofilica da VA (tendo aumento não atópicos tem riscos muito pequenos de
no sangue periférico. desenvolver a doença.
- Asma intrínseca: 10% dos pacientes, Frequentemente apresentam outras doenças
concentrações séricas normais de IgG. Esses atópicas, sobretudo rinite alérgica (detectada
pacientes com asma não atópica ou intrínseca em mais de 80% dos asmáticos) e dermatite
geralmente têm doença de início mais tardio (eczema) atópica. os alergênicos mais comuns
(asma de início na vida adulta), com frequência são derivados dos ácaros da poeira doméstica,
também apresentam pólipos nasais e podem dos pelos de gatos e cães, das baratas (nas
ser sensíveis ao ácido acetilsalicílico. Em geral, cidades do interior), do pólen das gramíneas e
esses pacientes apresentam doença mais das árvores e dos roedores. A atopia é
grave e persistente. causada pela produção geneticamente
determinada de anticorpos IgE específicos, e
- Asma com obstrução fixa: aquela que evoluiu
muitos pacientes têm história familiar de
com remodelamento brônquico, se comporta
doenças alérgicas.
como DPOC, ficando com doença física.
Resposta imune adaptativa TH2 que recruta e
- Asma relacionada a obesidade: não se sabe o
ativa eosinófilos e é subjacente a maioria dos
mecanismo ainda.
processos alérgicos. Os atópicos tem tendencia
- Asma ocupacional: natural com possível origem genética a ter
maior expressão TH2 a diversos antígenos.
É mais encontrada a adultos. 5 a 20% das
asmas que COMEÇAM na vida adulta são asmas • PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA: ainda não é
ocupacionais. Geralmente é precedida por determinado os genes e as relações, mas
meses a anos por rinite alérgica ocupacional. existem fortes evidências da sua
MELHORA FORA DO TRABALHO. associação inclusive para gravidade da
doença. Polimorfismos genéticos das
a) Previamente hígido e desenvolve asma por
interleucinas e células TH2, associadas a
conta do trabalho devido a exposição a fatores
atopia. Interação importante entre
ambientais que hipersensibilizem a via aérea ou
predisposição genética e fatores
causem ação irritativa gerando fenótipo
ambientais principalmente nos primeiros
asmático de inflamação crônica de via aérea e
anos de vida.
broncoespasmo reversível. OU
b) Asmático prévio que piora no trabalho a
exposição a fatores irritantes.
TRATAMENTO: Afastamento em < 6 meses de
início dos sintomas pois a doença tem grande
potencial de remodelamento brônquico devido
a exposição prolongada no horário de trabalho
+ tratamento normal.
Implicações jurídicas: legalmente incapaz de
realizar AQUELE trabalho.
• OBESIDADE: A asma ocorre com maior traqueobrônquica o que causa infecção das
frequência em pessoas obesas (índice de células do epitélio na mucosa respiratória
massa corporal > 30 kg/m2) e costuma inferior gerando exacerbação do processo
ser mais difícil de controlar. Embora inflamatório crônico e desencadeando
fatores mecânicos possam contribuir, sintomas. Estaticamente é o fator
também pode haver ligação com adipocinas desencadeante PRINCIPAL para
pró-inflamatórias e redução de adipocinas exacerbação de asma.
anti-inflamatórias que são liberadas de
depósitos de gordura.  DROGAS:
- Anti-inflamatórios: inibição das ciclooxigenses
bloqueando as prostaglandinas, porem leva a
Principais desencadeantes: SOBRA de ácido araquidônico que é desviado
para via bioquímica da lipooxigenase, que não ´´e
 ALÉRGENOS: maioria são proteases não inibida, esta produz leucotrienos (substâncias
humanas, micropartículas em suspensão broncoconstritoras). EX: AAS.
no ar que quando se tem a inalação o
antígeno cai na via aérea, é reconhecido
pelas células de defesa e isso desencadeia
uma serie de reações bioquímicas
culminando em um broncoespasmo agudo.
O principal alérgeno são os ácaros presentes
na poeira domiciliar. Mas também há pelos de
animais e pólen.

- β bloqueadores: musculatura lisa dos


brônquios tem receptor β2 adrenérgico, cuja
estimulação causa broncodilatação (resposta
fuga-luta), ao usá-lo há bloqueio dos
receptores β2 gerando broncoconstrição.
Obs: Atenolol é mais cardiosseletivo β1 porém
ainda há efeito em pulmão e alguns indivíduos
são MUITO sensíveis. Colírio de timolol em
 IVAS: paciente com asma é mais propenso pacientes muito sensíveis também pode
a desenvolvê-las (+sensível aos resfriados causar.
comuns) acredita-se que a resposta ATENÇÃO:
inflamatória aumentada da sua via aérea
facilita as infecções viriais, o exato NÃO HÁ CONTRAINDICAÇÃO ABSLUTA DE BB
mecanismo não é descrito. Pacientes tem E AINE PARA ASMATICOS, usa-se bom
mais IVAS e costumam cursar com senso clínico pois nem todo paciente tem
síndrome gripal, dispneia e até pneumonias reações muito fortes, devendo avaliar
virais e não resfriados comuns como a individualmente risco benefício.
maioria das pessoas. Acredita-se também
que pela menor defesa na mucosa há uma
maior disseminação do vírus pela arvore
 EXERCÍCIOS: devido ao processo - BRONCOESPASMO REVERSIVEL:
inflamatório crônico algumas regiões da
• Músculo: parede brônquica se contrai em
mucosa respiratória ficam com
resposta aos mediadores liberados no
desnudamento epitelial, deixando a
processo inflamatório da mucosa
submucosa exposta e desidratação focal o
exacerbado pelos desencadeantes.
que gera um arco-reflexo com aumento do
tônus colinérgico de acetilcolina logo • Edema: hiperemia e aumento da
broncoconstrição. Além disso a permeabilidade que gera estreitamento
desidratação leva a degranulação dos luminal.
mastócitos presentes cronicamente no • Muco: hiperplasia das glândulas mucosas,
epitélio do asmático gerando liberação de submucosas e células caliciformes gerando
histamina e leucotrienos gerando maior secreção de muco, o que pode
broncoespasmo. estreitar o lúmen brônquico e gerar
tampões mucosos (asma fatal plugs
 POLUIÇÃO: elementos derivados da queima mucosos em VA)
de combustível fóssil causam ação
irritativa na mucosa e exacerbam a
inflamação de base e desencadeiam
broncoespasmo.

 ESTRESSE: alterações neuro-hormonais e


mecanismos pouco compreendidos que
acentuam a resposta inflamatória.

Fisiopatologia: - INFLAMAÇÃO CRÔNICA:


- ALTERAÇÕES NO ORGANISMO: Inflamação crônica (há episódios de
agudização da inflamação que correspondem
• Aumento de IgE no organismo as exacerbações da asma) específica na
• Aumento de mastócitos, eosinófilos e mucosa das vias respiratórias inferiores, esta
células dendríticas fica infiltrada por linfócitos T ativados,
• Exposição das terminações nervosas eosinófilos e mastócitos de mucosa. Algumas
• Maior tendencia a ativação da via TH2 mais graves têm infiltrado neutrófilico o que a
• Angiogênese deixa menos sensível aos corticoides.
Há inflamação da mucosa respiratória da
traqueia até os bronquíolos terminais, mas
com predomínio nos brônquios (vias
respiratórias cartilaginosas); porém, ainda não
está claro como as células inflamatórias
interagem e como a inflamação se traduz em
sintomas de asma.
O grau de inflamação não se correlaciona
diretamente com a gravidade da doença, e tais
anormalidades podem até ser detectadas nos
pacientes atópicos sem sintomas da asma.
Porém já é comprovado que a inflamação da
asma é associada a hiper-reatividade da via
respiratória que é a anormalidade
fisiopatológica relacionada com a obstrução tampões de muco, que são formados por
variável da doença. glicoproteínas mucosas secretadas pelas
células caliciformes e proteínas plasmáticas
originadas dos vasos brônquicos permeáveis.
Também há vasodilatação e quantidades
aumentadas de vasos sanguíneos
(angiogênese).
A patologia da asma é acentuadamente
uniforme nos diferentes fenótipos da doença,
inclusive nas asmas atópica (extrínseca), não
atópica (intrínseca), ocupacional, sensível ao
ácido acetilsalicílico e pediátrica. Essas
alterações patológicas são encontradas em
todas as vias respiratórias, mas não se
estendem ao parênquima pulmonar; a
inflamação das vias respiratórias periféricas é
detectada principalmente nos pacientes com
asma grave. O acometimento das vias
respiratórias pode ser difuso, e isso é
- REMODELAMENTO E ALT. ESTRUTURAIS: compatível com a observação de
estreitamento heterogêneo das vias
Deposição de tecido colágeno e fibrose da via respiratórias na broncografia.
aérea, hipertrofia da camada muscular dos
bronquíolos de médio calibre, hiperplasia das
glândulas mucosas e hipersecreção de muco
(com obstrução de VA e formação de
tampões mucosos).
Manifestações clínicas:
O epitélio muitas vezes se mostra descamado • TRIADE: DISPNEIA + TOSSE +
ou friável com inserções reduzidas às paredes SIBILÂNCIA
das vias respiratórias e quantidades
aumentadas de células epiteliais no seu lúmen. Sibilos (apito do aprisionamento de ar), dispneia
A própria parede das vias respiratórias pode e tosse com intensidade variável. Os sintomas
estar espessada e edemaciada, principalmente podem piorar à noite (cortisol diminuído), e os
nos casos fatais. pacientes muitas vezes acordam nas
primeiras horas da manhã. Na forma clássica
os sintomas são intermitentes e entre crises
o paciente pode permanecer assintomático.
Alguns podem referir dificuldade de encher os
pulmões de ar.
Devido a produção de muco exagerada pode
gerar dificuldade de expectoração.
Pode haver hiperventilação e utilização dos
músculos acessórios da respiração.
Os sintomas prodrômicos podem preceder
uma crise e incluem prurido sob o queixo,
desconforto entre as escápulas ou medo
inexplicável (morte iminente).
Outra anormalidade comum na asma fatal é Pode haver opressão ou desconforto torácico.
obstrução do lúmen das vias respiratórias por
Classicamente os sintomas melhoram ao uso Classificação:
de broncodilatador e/ou corticoide.
É comum na história clínica do paciente haver o - GRAU DE CONTROLE DOS SINTOMAS:
relato de contato com estímulos
Perguntas relacionadas ao ÚLTIMO MÊS DO
desencadeantes da crise asmática.
PACIENTE:
A reação que ocorre minutos após a exposição
1. Sintomas diurnos > 2 vezes na semana?
ao antígeno é denominada de FASE IMEDIATA
2. Algum despertar noturno?
e é caracterizada principalmente por
3. “Bombinha” (terapia de resgate – agonista
obstrução das vias aéreas. O principal fator
beta2 adrenérgico de curta ação inalatória)
responsável pela obstrução brônquica nessa
> 2x na semana?
fase é a contração da musculatura lisa das
4. Alguma limitação nas atividades pela asma?
vias aéreas; entretanto, outros fatores, como
formação de edema e hipersecreção de muco Classificando em:
também estão envolvidos.
• 0: Asma controlada
A FASE TARDIA ocorre horas após a • 1-2: Asma parcialmente controlada
exposição ao antígeno e tem início com a • 3-4: Asma sem controle
chegada dos leucócitos que foram recrutados
(neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e
monócitos), ocorrendo liberação de mediadores
produzidos pelos leucócitos, pelo endotélio e
por células epiteliais. Fatores liberados
principalmente pelos eosinófilos (proteína
básica principal e proteína catiônica eosinofílica)
também causam dano epitelial.

NA CRISE:

• Taquipneia
• Gasometria:
- Alcalose respiratória aguda (hipocapnia): - RISCOS FUTUROS:
PCO2 baixa – mecanismo compensatório. • Riscos de exacerbação, remodelamento
Trata-se como crise não grave, é a alteração brônquico e prognóstico ruim.
esperada.
• Principal fator de risco futuro = DOENÇA
- Normocapnia ou hipercapnia: Pco2 normal ou NÃO CONTROLADA!!!
alto, GRAVE!!!!! Paciente não está conseguindo • Obrigatório: Espirometria com VEF1 < 60%
ventilar devido ao enorme broncoespasmo ou do adequado para sexo e idade (ruim)
já está entrando em fadiga respiratória, ou • 4 Perguntas também avaliam riscos
seja, a musculatura cansada de forma que não futuros.
consegue aumentar a frequência. INTUBAÇÃO
URGÊNTE!
- PO2: baixa quando há fechamento dos Diagnóstico:
bronquíolos, chega sangue nos alvéolos, mas
como os bronquíolos estão fechados este não HISTÓRIA + EVIDÊNCIA DE LIMITAÇÃO DE
sofre oxigenação, continuando desoxigenado e FLUXO AÉREO (espirometria)! Porém só pode
voltando para o coração assim – DISTÚRBIO diagnosticar após os 2 anos de idade (fase da
VENTILAÇÃO PERFUSÃO. Hipoxemia grave! amamentação)!
- EXAME FISICO:
• Achados de atopias como rinite, conjuntivite Além disso o paciente asmático tem aumento
alérgica ou dermatites do volume residual (ar que permanece no
• Sibilância difusa em caso de obstrução pulmão ao final da manobra de expiração
• Taquipneia e taquicardia forçada), que fica aprisionado no espaço aéreo
do paciente pela dificuldade de expiração. E
• Se em grau elevado de obstrução:
com isso a capacidade pulmonar total também
ansiedade, sudorese tiragem intercostal e
aumenta que consiste no VR + CVF. Esta é a
supra esternal, agitação e pulso paradoxal.
Hiperinsuflação pulmonar.
• Exacerbação grave pode evidenciar um
TÓRAX SILENCIOSO em razão da intensa - ATENÇÃO: PACIENTE EM PERIODO
obstrução brônquica ao fluxo de ar, o que ASSINTOMATICO PODE TER EPIROMETRIA
representa a iminência de uma PCR e pode NORMAL!!!!!!
estar acompanhada de hipoxemia, cianose e
- O IDEAL: ESPIROMETRIA AO DIAGNÓSTICO,
rebaixamento do nível de consciência.
APÓS 3-6 MESES DE INÍCIO DE TRATAMENTO
E DEPOIS A CADA 1-2 ANOS COMO
ACOMPANHAMENTO!
- EXAMES COMPLEMENTARES:

• ESPIROMETRIA:
• TESTE PROVOCATIVO:
NORMAL:
Broncoprovocação – administração de
VEF1: Volume
metacolina por via inalatória, causa
expiratório forçado do
broncoespasmo no paciente asmático, no
1s
inidivuo normal não causa alteração
CVF: todo volume significativa. Usado quando paciente
inalado forçadamente assintomático e espirometria normal (período
você consegue expelir inter-crises) pois mesmo em período
forçado assintomático a via aérea do paciente é
hipersensível devido ao processo inflamatório
VEF/CVF Índice de Tiffenau > 0,80 adulto - crônico. É feito durante a espirometria, apenas
0,90 criança em clínicas especializadas pois tem risco de
óbito caso paciente evolua com
broncoespasmo grave.
ASMÁTICO:
Devido ao processo
inflamatório crônico e
a tendencia a
broncoconstrição há
estreitamento dos
brônquios, na hora de
expirar o ar fica com
• IMAGEM:
dificuldade a sair
(doença obstrutiva). Radiografia geralmente normal, mas pode
VEF1 sai menos ar, CVF reduzida. Não haver sinais de hiperinsuflação pulmonar nos
consegue exalar mais de ¾ da capacidade vital casos mais graves (aprisionamento aéreo
forçada, não tem tolerância a exercício e nem devido ao broncoespasmo): tórax expandido,
“folego”. cúpulas diafragmáticas rebaixadas, aumento
da distância entre os espaços intercostais,
DIAGNÓSTICO: aumento do diâmetro anteroposterior, coração
em gota. Durante as exacerbações pode haver
- Resposta ao BD: aumento VEF1 > 12% indícios de pneumotórax.
e/ou 200ml.
- Incide de Tiffenau < 0,75 adulto
A opacificação dos pulmões costuma indicar • EXAME HEMATOLÓGICO:
pneumonia ou infiltrados eosinofílicos nos
pacientes com aspergilose broncopulmonar. Pode ser feita a gasometria durante crise
aguda.
A tomografia computadorizada (TC) de alta
resolução pode mostrar áreas de Níveis de IgE totais e da IgE específica aos
bronquiectasia nos pacientes com asma grave, alergênios inalados (teste radioalergossorvente
e pode haver espessamento das paredes [RAST]). NÃO É OBRIGATÓRIO, deve-se
brônquicas, mas tais alterações não são individualizar.
específicas da asma.
NÃO É OBRIGATÓRIO, deve-se individualizar.
Diagnóstico diferencial:
Indicações: suspeita de ICC, enfisema
pulmonar, infecções (pneumonias), exame No adulto – DPOC Na criança – Bronquiolite viral
clínico com alterações focais ou indicativas de aguda (BAV)
pneumotórax (pode ser complicação da crise
asmática pelo esforço excessivo havendo
rompimento de alvéolo).
NÃO DA DIAGNÓSTICO DE ASMA!

• TESTE CUTÂNEO:
Injeções de alérgenos inalatórios comuns são
positivos na asma alérgica e negativos na asma
intrínseca, mas não ajudam a estabelecer o
diagnóstico. As respostas positivas aos testes
cutâneos podem ajudar a convencer os
pacientes a adotarem medidas de prevenção
da exposição aos alergênicos. NÃO É
OBRIGATÓRIO, deve-se individualizar.

• OXIDO NITRICO EXALADO:


Hoje, o teste do FENO é usado como exame não
invasivo para avaliar a inflamação das vias
respiratórias. Em geral, os níveis altos dos
pacientes asmáticos são reduzidos pelos CIs
e, desse modo, o teste pode ser usado para
avaliar a adesão ao tratamento. Ele também
pode ser útil para demonstrar terapia anti-
inflamatória insuficiente e vantajoso para a
redução gradual do CI. Porém, estudos em
pacientes não selecionados não mostraram de
forma consistente a melhora nos desfechos
clínicos, e pode ser necessário selecionar os
pacientes com controle ruim da doença.
Tratamento > 5 anos: Os SOS (bombinha) devem sempre ser
prescritos como objetivo de resgate em casos
de crises.
1) TRATAMENTO DE CONTROLE:
Objetivo de colocar a doença sem controle e
sem sintomas clínicos.

1º STEP 2º STEP 3º STEP 4º STEP 5º STEP

CI dose CI dose média


DROGA DE Observação CI dose baixa + + LABA ESPECIALISTA
baixa LABA
ESCOLHA
- CI dose baixa
- ARL ou - CI dose + LABA +
média/alta tiotrópico CORTICOIDE
DROGA DE
Corticoide inalatório -Teofilina ou - CI dose SISTÊMICO VO
2ª OPÇÃO (CI) em dose baixa de - CI baixa + média/alta +
liberação ARL ou ARL(ou
lenta Teofilina Teofilina)
SABA ou CI
SOS Formoterol dose baixa
ou SABA (budesonida ou
beclometasona)
+ Formoterol

• A maioria dos pacientes fica nos STEPS 1- albuterol – broncodilatadores de ação


3, sendo raro ir até o 4º rápida
• CI: Controla o processo inflamatório • Formoterol: Mesmo sendo um agonista
asmático e é usado pelo resto da via! beta 2 adrenérgico de longa ação tem seu
INÍCIO com ação rápida, quando ocorre a
inalação a broncodilatação é quase imediata,
é mais duradouro que o SABA

OBSERVAÇÕES:

• ARL: Antagonista de receptor de


leucotrienos (Ex: Montelucaste)
• Teofilina
• LABA: Agonista beta 2 adrenérgico de longa
ação
Crianças de 6-11 é preferível não usar o
• TIOTRÓPICO: anticolinérgico de longa ação
LABA. Se chegar ao quadro 4 é recomendável
• SABA: Agonista beta 2 adrenérgico de encaminhar ao especialista!
curta ação, bombinha de salbutamol ou
# GESTANTES: bom controle, é ideal ocorrer isso para
deixar o tratamento em menor intensidade
Asma piora por fatores hormonais. Deve ir
possível)
mensalmente ao pneumologista para avaliação
• SEMPRE ANTES DO STEP DOWN
inclusive fazer espirometrias mensais se
VERIFICAR USO CORRETO E CONTROLE DOS
possível. Algumas medicações podem ter
SINTOMAS PELA AVALIAÇÃO DO
efeitos teratogênicos porem o risco da crise
CONTROLE DA DOENÇA.
asmática sem controle é maior logo usa-se as
medicações (morbi-mortalidade materna,
hipoxemia, baixo peso ao nascer).
3) TRATAMENTO CRISE AGUDA:
NÃO FAZ STEP DOWN MESMO COM A DOENÇA
SOBRE CONTROLE. Exacerbação (piora dos sintomas) é o quadro
intenso que leva o paciente ao hospital com
crise de asma aguda. É importante observar
que antes da crise o paciente em geral piora
# EXERCICIO FISICO:
dias a semanas antes e quando este é bem
O exercício físico é um fator desencadeante orientado ele consegue observar, atuar e
comum da asma, principalmente nas crianças. prevenir a crise grave em casa.
O mecanismo está relacionado com
Depende do cenário e da gravidade em que o
hiperventilação, que aumenta a osmolalidade do
paciente este, este é direcionado a tratar em
líquido que recobre as vias respiratórias e
domicílio, no consultório ou no hospital.
desencadeia a liberação dos mediadores dos
mastócitos, resultando em broncoconstrição. A Ideal utilizar parâmetros quantitativos o PFE
asma induzida por exercícios (AIE) em geral ou PFR, ou a prova espirometria convencional
começa após o final dos exercícios e melhora para avaliar a limitação de fluxo aéreo além da
de forma espontânea dentro de cerca de 30 clínica do paciente.
minutos.
A AIE piora em climas secos e frios em
comparação com condições quentes e úmidas. - MENEJO HOSPITALAR EXARCERBAÇÃO:
Por essa razão, tal tipo de asma é mais • GRUPO QUE DEVE SEMPRE BUSCAR O
comum com os esportes como corridas em HOSPITAL NO MENOR SINAL DE PIORA DA
campo aberto em dias frios, esqui terrestre e DOENÇA:
hóquei no gelo do que com a natação. Ela pode
ser evitada pela administração prévia de β2-
agonistas e de bloqueadores dos leucotrienos,
porém é mais facilmente controlada pelo
tratamento regular com CIs, que reduzem a
quantidade de mastócitos superficiais
necessários a essa resposta.

2) EM QUE STEP COMEÇAR:


• Olhar tabela GINA
• Sintomas ocasionais e pouco intensos: iniciar
no STEP 1 • QUANDO ENCAMINHAR AO HOSPITAL:
• Sintomas intensos e/ou crises graves: Tórax silencioso (clinicamente: taquidispneica,
iniciar no STEP 3 (reavalia e analisa se pode uso de musculatura acessória, sudorese,
retroceder depois) cianose, tiragem) = MV abolidos e sem sibilos
• Todos os outros doentes: inicia no STEP 3 expiratórios! NÃO HÁ FLUXO AÉREO, os
• UMA VEZ INICIADO TRATAMENTO DEVE- brônquios estão tão constritos que o ar não
SE REAVALIAR EM 3 MESES – STEP UP OU passa nem para produzir o sibilo = EXTREMA
STEP DOWN (pelo menos 3-6 meses de GRAVIDADE.
• COMO TRATAR?
1. ABC comprometido
2. Nível de consciência alterado: confusão ou
sensório rebaixado
3. Tórax silencioso
- SIM: SABA + IOT + UTI = MUITO GRAVE
- NÃO: LEVE OU GRAVE

Referências de estudo:
- Medicina interna do Harrison capítulo 309:
ASMA
- GINA 2020
- Recomendações para o manejo da asma da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
– 2020
- Medcurso vídeos
CORREÇÃO Step > 2 x mês e menos diariamente

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