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GT 4 – Asma
Objetivos de estudo: de tecido colágeno e fibrose da via aérea,
hipertrofia da camada muscular dos
bronquíolos de médio calibre, hiperplasia das
Objetivo geral: Compreender os aspectos
glândulas mucosas e hipersecreção de muco
fisiopatológicos da asma
(com obstrução de VA e formação de
Objetivos específicos: tampões mucosos).
1. Definir e classificar asma
2. Determinar a epidemiologia da asma
3. Compreender a fisiopatologia da asma Epidemiologia:
4. Determinar o quadro clínico da asma
5. Compreender o diagnóstico da asma É uma das doenças crônicas mais comuns em
6. Determinar a conduta/tratamento de nível mundial atingindo 12% dos adultos e 15%
asma GINA (exercício e gravidez) das crianças (3-4 anos principalmente como
7. Determinar os diagnósticos diferenciais pico). Na infância, a asma é duas vezes mais
(criança X adulto) comum no sexo masculino, mas a relação
entre os dois sexos iguala-se na idade adulta.
Muitos pacientes ficaram assintomáticos na
Definição: adolescência, mas que a asma reaparecia em
alguma fase da vida adulta, sobretudo entre
Doença idiopática caracterizada por as crianças com sintomas persistentes e
INFLAMAÇÃO CRONICA DA ARVÓRE asma grave. Os adultos asmáticos, inclusive os
RESPIRATÓRIA (traqueia até bronquíolos) com que tiveram início da doença na vida adulta,
evolução e resposta ao tratamento variável. raramente se tornam assintomáticos pelo
resto da vida.
Esse tipo especial de inflamação das vias
respiratórias (maioria das vezes infiltrado A gravidade da asma não varia de modo
eosinofilico), que os torna mais sensíveis que significativo em um determinado paciente; os
os indivíduos normais a uma ampla variedade indivíduos com asma leve raras vezes
de estímulos desencadeantes; isso provoca progridem para as formas mais graves da
estreitamento excessivo das vias doença, enquanto os pacientes com asma
respiratórias, redução do fluxo ventilatório e grave em geral têm manifestações graves
sinais e sintomas como sibilos e dispneia. desde o início da doença.
Em geral, o paciente asmático tem hiper- As mortes causadas por asma não são
reatividade a diversos estímulos devido a comuns e têm diminuído continuamente em
inflamação das suas vias respiratórias o que muitos países desenvolvidos. Hoje existem
gera um estreitamento das vias respiratórias evidências convincentes de que o uso mais
(BRONCOESPASMO) REVERSÍVEL, mas alguns difundido de corticoides inalatórios (CIs) pelos
pacientes com asma crônica podem ter um pacientes com asma persistente seja
componente de obstrução ventilatória responsável pela queda da mortalidade nos
irreversível. últimos anos.
A história natural da asma caso não haja Entre os principais fatores de risco para
tratamento de controle é a origem de mortalidade por asma, estão doença mal
REMODELAMENTO BRÔNQUICO. Todo processo controlada com utilização frequente de
inflamatório é seguido por um regenerativo broncodilatadores inalatórios; falta de adesão
dando origem ao estreitamento e o ao tratamento com CI; e internações
remodelamento brônquico, devido a deposição hospitalares pregressas com asma semiletal.
Fenótipos asmáticos: Fatores de risco:
Significa uma mesma expressão clínica de A asma é uma doença heterogênea com
fenótipos etiopatogênicos diferentes. fatores genéticos e ambientais inter-
relacionados. Eles devem ser diferenciados dos
- Asma alérgica > 80% dos pacientes:
desencadeadores, que são fatores ambientais
Geralmente se inicia na infância tendo pico de
que pioram a asma em paciente com doença
incidência entre os 3-4 anos de idade,
estabelecida.
desaparece na vida adolescência e volta na vida
adulta tem característica familiar e tem • ATOPIA: Principal fator de risco, pacientes
infiltração eosinofilica da VA (tendo aumento não atópicos tem riscos muito pequenos de
no sangue periférico. desenvolver a doença.
- Asma intrínseca: 10% dos pacientes, Frequentemente apresentam outras doenças
concentrações séricas normais de IgG. Esses atópicas, sobretudo rinite alérgica (detectada
pacientes com asma não atópica ou intrínseca em mais de 80% dos asmáticos) e dermatite
geralmente têm doença de início mais tardio (eczema) atópica. os alergênicos mais comuns
(asma de início na vida adulta), com frequência são derivados dos ácaros da poeira doméstica,
também apresentam pólipos nasais e podem dos pelos de gatos e cães, das baratas (nas
ser sensíveis ao ácido acetilsalicílico. Em geral, cidades do interior), do pólen das gramíneas e
esses pacientes apresentam doença mais das árvores e dos roedores. A atopia é
grave e persistente. causada pela produção geneticamente
determinada de anticorpos IgE específicos, e
- Asma com obstrução fixa: aquela que evoluiu
muitos pacientes têm história familiar de
com remodelamento brônquico, se comporta
doenças alérgicas.
como DPOC, ficando com doença física.
Resposta imune adaptativa TH2 que recruta e
- Asma relacionada a obesidade: não se sabe o
ativa eosinófilos e é subjacente a maioria dos
mecanismo ainda.
processos alérgicos. Os atópicos tem tendencia
- Asma ocupacional: natural com possível origem genética a ter
maior expressão TH2 a diversos antígenos.
É mais encontrada a adultos. 5 a 20% das
asmas que COMEÇAM na vida adulta são asmas • PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA: ainda não é
ocupacionais. Geralmente é precedida por determinado os genes e as relações, mas
meses a anos por rinite alérgica ocupacional. existem fortes evidências da sua
MELHORA FORA DO TRABALHO. associação inclusive para gravidade da
doença. Polimorfismos genéticos das
a) Previamente hígido e desenvolve asma por
interleucinas e células TH2, associadas a
conta do trabalho devido a exposição a fatores
atopia. Interação importante entre
ambientais que hipersensibilizem a via aérea ou
predisposição genética e fatores
causem ação irritativa gerando fenótipo
ambientais principalmente nos primeiros
asmático de inflamação crônica de via aérea e
anos de vida.
broncoespasmo reversível. OU
b) Asmático prévio que piora no trabalho a
exposição a fatores irritantes.
TRATAMENTO: Afastamento em < 6 meses de
início dos sintomas pois a doença tem grande
potencial de remodelamento brônquico devido
a exposição prolongada no horário de trabalho
+ tratamento normal.
Implicações jurídicas: legalmente incapaz de
realizar AQUELE trabalho.
• OBESIDADE: A asma ocorre com maior traqueobrônquica o que causa infecção das
frequência em pessoas obesas (índice de células do epitélio na mucosa respiratória
massa corporal > 30 kg/m2) e costuma inferior gerando exacerbação do processo
ser mais difícil de controlar. Embora inflamatório crônico e desencadeando
fatores mecânicos possam contribuir, sintomas. Estaticamente é o fator
também pode haver ligação com adipocinas desencadeante PRINCIPAL para
pró-inflamatórias e redução de adipocinas exacerbação de asma.
anti-inflamatórias que são liberadas de
depósitos de gordura. DROGAS:
- Anti-inflamatórios: inibição das ciclooxigenses
bloqueando as prostaglandinas, porem leva a
Principais desencadeantes: SOBRA de ácido araquidônico que é desviado
para via bioquímica da lipooxigenase, que não ´´e
ALÉRGENOS: maioria são proteases não inibida, esta produz leucotrienos (substâncias
humanas, micropartículas em suspensão broncoconstritoras). EX: AAS.
no ar que quando se tem a inalação o
antígeno cai na via aérea, é reconhecido
pelas células de defesa e isso desencadeia
uma serie de reações bioquímicas
culminando em um broncoespasmo agudo.
O principal alérgeno são os ácaros presentes
na poeira domiciliar. Mas também há pelos de
animais e pólen.
NA CRISE:
• Taquipneia
• Gasometria:
- Alcalose respiratória aguda (hipocapnia): - RISCOS FUTUROS:
PCO2 baixa – mecanismo compensatório. • Riscos de exacerbação, remodelamento
Trata-se como crise não grave, é a alteração brônquico e prognóstico ruim.
esperada.
• Principal fator de risco futuro = DOENÇA
- Normocapnia ou hipercapnia: Pco2 normal ou NÃO CONTROLADA!!!
alto, GRAVE!!!!! Paciente não está conseguindo • Obrigatório: Espirometria com VEF1 < 60%
ventilar devido ao enorme broncoespasmo ou do adequado para sexo e idade (ruim)
já está entrando em fadiga respiratória, ou • 4 Perguntas também avaliam riscos
seja, a musculatura cansada de forma que não futuros.
consegue aumentar a frequência. INTUBAÇÃO
URGÊNTE!
- PO2: baixa quando há fechamento dos Diagnóstico:
bronquíolos, chega sangue nos alvéolos, mas
como os bronquíolos estão fechados este não HISTÓRIA + EVIDÊNCIA DE LIMITAÇÃO DE
sofre oxigenação, continuando desoxigenado e FLUXO AÉREO (espirometria)! Porém só pode
voltando para o coração assim – DISTÚRBIO diagnosticar após os 2 anos de idade (fase da
VENTILAÇÃO PERFUSÃO. Hipoxemia grave! amamentação)!
- EXAME FISICO:
• Achados de atopias como rinite, conjuntivite Além disso o paciente asmático tem aumento
alérgica ou dermatites do volume residual (ar que permanece no
• Sibilância difusa em caso de obstrução pulmão ao final da manobra de expiração
• Taquipneia e taquicardia forçada), que fica aprisionado no espaço aéreo
do paciente pela dificuldade de expiração. E
• Se em grau elevado de obstrução:
com isso a capacidade pulmonar total também
ansiedade, sudorese tiragem intercostal e
aumenta que consiste no VR + CVF. Esta é a
supra esternal, agitação e pulso paradoxal.
Hiperinsuflação pulmonar.
• Exacerbação grave pode evidenciar um
TÓRAX SILENCIOSO em razão da intensa - ATENÇÃO: PACIENTE EM PERIODO
obstrução brônquica ao fluxo de ar, o que ASSINTOMATICO PODE TER EPIROMETRIA
representa a iminência de uma PCR e pode NORMAL!!!!!!
estar acompanhada de hipoxemia, cianose e
- O IDEAL: ESPIROMETRIA AO DIAGNÓSTICO,
rebaixamento do nível de consciência.
APÓS 3-6 MESES DE INÍCIO DE TRATAMENTO
E DEPOIS A CADA 1-2 ANOS COMO
ACOMPANHAMENTO!
- EXAMES COMPLEMENTARES:
• ESPIROMETRIA:
• TESTE PROVOCATIVO:
NORMAL:
Broncoprovocação – administração de
VEF1: Volume
metacolina por via inalatória, causa
expiratório forçado do
broncoespasmo no paciente asmático, no
1s
inidivuo normal não causa alteração
CVF: todo volume significativa. Usado quando paciente
inalado forçadamente assintomático e espirometria normal (período
você consegue expelir inter-crises) pois mesmo em período
forçado assintomático a via aérea do paciente é
hipersensível devido ao processo inflamatório
VEF/CVF Índice de Tiffenau > 0,80 adulto - crônico. É feito durante a espirometria, apenas
0,90 criança em clínicas especializadas pois tem risco de
óbito caso paciente evolua com
broncoespasmo grave.
ASMÁTICO:
Devido ao processo
inflamatório crônico e
a tendencia a
broncoconstrição há
estreitamento dos
brônquios, na hora de
expirar o ar fica com
• IMAGEM:
dificuldade a sair
(doença obstrutiva). Radiografia geralmente normal, mas pode
VEF1 sai menos ar, CVF reduzida. Não haver sinais de hiperinsuflação pulmonar nos
consegue exalar mais de ¾ da capacidade vital casos mais graves (aprisionamento aéreo
forçada, não tem tolerância a exercício e nem devido ao broncoespasmo): tórax expandido,
“folego”. cúpulas diafragmáticas rebaixadas, aumento
da distância entre os espaços intercostais,
DIAGNÓSTICO: aumento do diâmetro anteroposterior, coração
em gota. Durante as exacerbações pode haver
- Resposta ao BD: aumento VEF1 > 12% indícios de pneumotórax.
e/ou 200ml.
- Incide de Tiffenau < 0,75 adulto
A opacificação dos pulmões costuma indicar • EXAME HEMATOLÓGICO:
pneumonia ou infiltrados eosinofílicos nos
pacientes com aspergilose broncopulmonar. Pode ser feita a gasometria durante crise
aguda.
A tomografia computadorizada (TC) de alta
resolução pode mostrar áreas de Níveis de IgE totais e da IgE específica aos
bronquiectasia nos pacientes com asma grave, alergênios inalados (teste radioalergossorvente
e pode haver espessamento das paredes [RAST]). NÃO É OBRIGATÓRIO, deve-se
brônquicas, mas tais alterações não são individualizar.
específicas da asma.
NÃO É OBRIGATÓRIO, deve-se individualizar.
Diagnóstico diferencial:
Indicações: suspeita de ICC, enfisema
pulmonar, infecções (pneumonias), exame No adulto – DPOC Na criança – Bronquiolite viral
clínico com alterações focais ou indicativas de aguda (BAV)
pneumotórax (pode ser complicação da crise
asmática pelo esforço excessivo havendo
rompimento de alvéolo).
NÃO DA DIAGNÓSTICO DE ASMA!
• TESTE CUTÂNEO:
Injeções de alérgenos inalatórios comuns são
positivos na asma alérgica e negativos na asma
intrínseca, mas não ajudam a estabelecer o
diagnóstico. As respostas positivas aos testes
cutâneos podem ajudar a convencer os
pacientes a adotarem medidas de prevenção
da exposição aos alergênicos. NÃO É
OBRIGATÓRIO, deve-se individualizar.
OBSERVAÇÕES:
Referências de estudo:
- Medicina interna do Harrison capítulo 309:
ASMA
- GINA 2020
- Recomendações para o manejo da asma da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
– 2020
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