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LARINGITES AGUDAS

Ligante: Anna Elisa Braz Vieira Soares

Junho, 2023
O termo laringite é sinônimo de inflamação laríngea, o que implica uma resposta local a
dano tecidual, caracterizado por dilatação capilar e infiltração leucocitária.

A laringite aguda é uma condição autolimitada que dura menos de três semanas e
geralmente está associada a uma infecção do trato respiratório superior, principalmente

viral.
As infecções geralmente ocorrem durante um período de até sete dias, com febre e

comprometimento das vias aéreas, sendo mais prevalente na infância. Causas não

infecciosas incluem tensão vocal excessiva, refluxo gastroesofágico e inalação de


irritativos.
EPIGLOTITE
Conceito: Inflamação das estruturas da supraglote, de instalação aguda, acometendo
principalmente a face lingual da epiglote, pregas ariepiglóticas, e por isso também
denominada supraglotite.
Epidemiologia: Mais comum em crianças entre 2 a 7 anos de idade, principalmente do sexo
masculino e com maior frequência no final do inverno e inicio da primavera, tendo o
Haemophilus influenza do tipo B como agente mais importante.
Quadro clínico: cursa com hiperemia, edema e obstrução da via aérea de evolução rápida.
Nas crianças, tem-se uma irritabilidade associada a picos febris e dispneia ao deitar que evolui
rapidamente (4 - 8 horas) com faringalgia, odinofagia intensa e disfagia. No adulto,
apresenta-se com dor na região anterior do pescoço, adenopatia, febre, odinofagia e disfagia.
Diagnóstico: anamnese, exame físico e laringoscopia ou nasofibrolaringoscopia flexível
Tratamento: manutenção da via aérea, oxímetro, nebulização com epinefrina, hidratação com
solução hipotônica. Também utiliza-se de corticoides (dexametasona) e antibioticoterapia
(cefalosporina de segunda geração)
LARINGOTRAQUEÍTE AGUDA
Conceito: Infecção viral subaguda de vias aéreas alta, caracterizada por tosse tipo “latido de
cachorro”, febre e estridor.
Epidemiologia: Os agentes mais comuns são o vírus parainfluenza 1 e 2, e influenza tipo A.
Ocorre mais freqüentemente no outono e inverno, com crianças de 1 a 3 anos, e duração média
de 3 a 7 dias.
Quadro clínico: IVAS e alguns dias depois disfonia e tosse não produtiva, em “latido”, pior à
noite, sendo geralmente auto-limitada.
Diagnóstico: Clínico, porém a radiografia cervical pode mostrar o sinal clássico da “torre de
igreja”, causado pelo estreitamento subglótico.
Tratamento: Umidificação das vias aéreas, hidratação para facilitar a expectoração de secreção
e repouso vocal. Se a dispnéia for severa, pode-se aplicar adrenalina inalatória ou
corticosteróide (dexametasona) parenteral para regressão do edema. É importante observar
alterações do estado neurológico, diminuição da freqüência respiratória, aumento nos níveis
CO2, para eventual necessidade de intubação ou traqueostomia. Antibióticos são indicados
apenas no caso de infecções bacterianas secundárias.
TRAQUEÍTE BACTERIANA
Conceito: Infecção pulmonar pediátrica que, em seus estágios iniciais, pode ser difícil
diferenciar da crupe e cujo principal sintoma inicial é o estridor.
Epidemiologia: Acomete sobretudo crianças de até 6 anos de idade do sexo masculino. O
principal agente é o Estafilococos aureus e o Estreptococos alfa-hemolítico
Quadro clínico: Geralmente acompanha febre alta, leucocitose importante, mas pode
apresentar-se como uma sequela da crupe.
Diagnóstico: Clínico, baseado na presença de secreção espessa, principalmente em uma
criança que não apresenta melhora após tratamento medicamentoso para crupe, com febre
alta e leucocitose. Nestes casos, sugere-se que seja realizada broncoscopia para observar
presença de secreção, com coleta de material para cultura.
Tratamento: aspiração das secreções, antibioticoterapia, e eventual intubação ou
traqueostomia.
LARINGITE CATARRAL
Conceito: Quadro de nasofaringite viral ou bacteriana que evolui de maneira súbita para o
edema de toda mucosa laríngea, sendo mais importante na região glótica.
Epidemiologia: Forma mais comum de laringite aguda. A etiologia bacteriana é a mais
frequente, sendo a Branhamella catarrhalis e Haemophilus influenzae os mais isolados.
Fatores coadjuvantes são importantes na aquisição da patologia, como: uso abusivo da voz,
tabagismo, etilismo, refluxo faringolaríngeo, poluição.
Quadro clínico: O edema e hiperemia na mucosa glótica e supraglótica determinam a
sensação de globus faríngeo, faringalgia, constrição e dor no pescoço (altura da laringe),
associado a um quadro de tosse, inicialmente seca, progredindo para produtiva (catarral ou
mucocatarral), evoluindo com disfonia em diversos graus.
Diagnóstico: Nasofibrolaringoscopia flexível ou laringoscopia com endoscópio rígido
Tratamento: Eliminação dos fatores coadjuvante, repouso vocal, evitar tabagismo e ingestão
de bebidas alcoólicas, umidificação do ar por meio de nebulização com soro fisiológico e início
de antibioticoterapia e corticoterapia
LARINGITE ALÉRGICA AGUDA
A laringite aguda causada exclusivamente por alergia é, na realidade, uma entidade mal
definida.
A etiologia é feita a partir de uma extensa anamnese alergológica, da existência de sinais
evidentes de alergia, de terreno atópico e na presença de quadro de edema laríngeo agudo,
sem outro fator etiológico, ou seja, por exclusão de outras causas.
O quadro clínico varia de simples tosse seca com discreta rouquidão até um quadro de edema
laríngeo intenso associado a dispneia. O edema angioneurótico hereditário é um exemplo de
doença de origem alérgica e que pode se manifestar com um quadro de laringite edematosa
aguda.
O diagnóstico é confirmado pela ausência de inibidor da c1-esterase pesquisada por
imunodifusão. A resposta ao tratamento alergeno-especifico, nos pacientes com sintomas
laríngeos, deve ter seus efeitos confirmados paralelamente ao quadro alérgico, juntamemte
com a melhora dos achados na videolaringoestroboscopia e dos sintomas vocais.
Estudos prospectivos deverão ser realizados com pacientes atópicos, com disfonia aguda e
crônica para que possamos ter uma real correlação entre alergia e laringite.
OBRIGADA!

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