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Infecções de Sistema Respiratório

Infecções de vias aéreas superiores:


Pequena parcela dos casos agudos necessita de
antibiótico, maioria pode ser tratado com lavagem
Rinossinusite: salina e uso de corticoides. Sem sinais de melhora é
A maioria das infecções de via aérea superior são indicado o uso dos antibióticos, em primeira linha usa-
virais, de modo geral apresentam grande prevalência e se amoxicilina (5 a 10 dias). Em sinusites crônicas,
relevância clínica. Estudos mostram que seja o terceiro pode ser usado as cefalosporinas como clindamicina e
motivo mais frequente por procura de atendimento em o metronidazol associado à cefalosporina de primeira
APS. geração -cefalexina- .

O termo denomina processos infecciosos que Otite média:


acometem os seios paranasais, geralmente a sinusite e Infecção da orelha média, tuba auditiva e celas da
a rinite são doenças contíguas. A rinite pode ser mastoide. Parecida as IVAS, comum em crianças, e
isoladamente alérgica ou infeciosa. Os seios geralmente, precedida de infecção viral em trato
frontais, etmoidal, esfeoidal e maxilar são os locais respiratório.
do processo infecioso, geralmente, ocorrido por
processo viral. Com o processo inflamatório e o Sinais e sintomas incluem:
edema local, acarreta-se à obstrução dos óstios de  Otalgia
drenagem, com menor oxigenação do seio, movimento  Febre
dos cílios e menor clearance mucociliar, bem como
 Irritabilidade
estase de secreção.
 Choro
Um quadro viral pode desencadear um quadro  Inapetência
bacteriano secundário, ainda mais, quando os sintomas
Na otoscopia é identificado abaulamento, perda da
persistem e a gravidade apresenta-se ampliada. De
transparência e alteração na cor. Como pode ser tanto
modo geral, a infecção apenas viral apresenta melhora
de causa viral como bactéria, destaca-se entre os vírus:
em torno de 5° dia de instalação, o quadro de
vírus sincicial respiratório, adenovírus e influenza A e
rinossinusite pós viral pode ser utilizado com a
B. Os vírus alteram a mucosa da tuba auditiva e
presença ou não de um quadro bacteriano secundário,
diminuem a função dos leucócitos polimorfonucleares,
podendo ser apenas o quadro inflamatório sinusal. No
predispondo, dessa maneira, à infecção bacteriana.
entanto, tais sintomas podem ser indícios de infecção
secundária: sintomas mais sugestivos de uma infecção Enquanto as bactérias: Streptococcus pneumoniae,
bacteriana incluem febre alta (38°C), unilateralidade, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis.
dor intensa, além do aumento do VHS e da proteína C
reativa (PCR). Tratamento quando viral consiste em medidas
sintomáticas com o uso de analgésicos e antipiréticos.
Em exame otorrinolaringológico em quadro de Se houver etiologia bacteriana, o uso de antibióticos
rinossinusite bacteriana aguda é perceptível observar deve ser considerado, os mais recomendados:
rinorreia mucopurulenta anterior ou posterior, edema e amoxicilina associada ao ácido clavulânico, ,
hiperemia de mucosa nasal. A orofaringe pode estar cefalosporinas de segunda geração e cefalosporinas de
hiperemiada com aumento dos folículos linfoides. terceira geração, como a ceftriaxona parenteral. Em
alguns casos, é associado miringotomia, sobretudo,
Agentes mais comuns: Streptococcus pneumoniae e
quando refratária, comprometimento mastoide,
Haemophilus influenzae. Em menor frequência
complicação em SNC, comprometimento de NC VII
Moraxella catarrhalis, Staphylococcus aureus e
(paralisia facial) e em pacientes imunodeprimidos.
estreptococo beta-hemolítico.
A cronificação discorre de um processo agudo que se
Quanto aos exames de imagem, geralmente, se solicita
perpetua. Alguns fatores que podem se a causa da
a radiografia simples. Muito embora seja um tanto
cronificação: perfuração da membrana timpânica e
ineficaz para a avaliação dos seios etmoidais. A TC
infecções supurativas.
apresenta melhor resolução, mas é apenas empregada
na suspeita de complicações da sinusite. Já a RM Laringites:
utilizada apenas em situações mais específicas, como Infecção de etiologia viral que acompanha os
em infecções por fungos. processos infecciosos das vias superiores, o agente
etiológico mais comum é o vírus da parainfluenza I.
Entretanto, outros vírus podem estar implicados como: Streptococcus pneumoniae, EBHGA, de Lancefield, e
parainfluenza 3, influenza A, rinovírus, sincicial Staphylococcus aureus a ser administrado no
respiratório e, mais raramente, Mycoplasma atendimento hospitalar.84 Assim, é necessário pronto-
pneumoniae. reconhecimento e referenciamento à emergência
hospitalar, pois pode ser necessária intubação
O quadro clínico é caracterizado por tosse rouca, febre
orotraqueal ou até mesmo cricotirotomia, se intubação
baixa, disfonia, dor, irritação na garganta e menos
ou uso de máscara laríngea for inviável.
comumente, dispneia e estridor inspiratório. Para a
resolução do quadro é indicado medidas de apoio Obs. O tratamento é semelhante ao quadro de resfriado
como hidratação, umidificação das vias respiratórias, comum, quando em casos de crupo recomenda-se co
repouso vocal e afastamento de fatores irritantes. uso de corticoides e se necessário o uso de
nebulizadores adrenérgicos.
A epiglote ou laringite suporaglótica é uma infecção
bacteriana da laringe supraglótica causada pelo Faringoamigdalite:
Haemophilus influenzae tipo b (Hib), acomete crianças A maior parte é viral, sendo os adenovírus os
entre 2 e 6 anos. Manifesta-se com febre alta, dor de principais agentes, outros agentes, como a influenza A
garganta e sialorreia, que progride para dispneia a e B, parainfluenza 1,2 e 3, Epstein-Barr, enterovírus e
estridor, altamente fatal. A imunização é um papel herpes simples.
profilático de suma importância, o tratamento envolve
intubação orotraqueal durante 48-72 horas, O quadro clínico é caracterizado por: odinofagia, febre
corticoterapia sistêmica em doses anti-inflamatórias, alta, calafrios, comprometimento do estado geral,
hidratação IV, nebulização e etc. astenia, mialgia, cefaleia e artralgia. Pode haver o
aumento de linfonodos cervicais. Nas amigdalites
A laringite estridulosa, também conhecida como eritematosas, observa-se hiperemia difusa e aspecto de
laringite sufocante da infância ou subglótica, congestão de toda a mucosa faríngea, principalmente
caracteriza-se por episódio súbito de dispneia noturna, das tonsilas palatinas. O exsudato pode ser
progressiva, acompanhada de tosse rouca, cornagem, esbranquiçado se não for de origem viral.
estridor e retração intercostal. A tosse é seguida de
vômitos, acomete crianças entre 1 a 4 anos. Os agentes bacterianos mais comuns, confirmado pelo
exsudato esbranquiçado ou purulento, são: S.
Laringotraqueíte aguda (crupe) é a inflamação na pyogenes, H. influenzae, S. aureus e M. catarrhalis. A
mucosa laríngea e na traqueia que produz a “tosse de mononucleose, causada pelo vírus Epstein-Barr, pode
cachorro”, estridor inspiratório e rouquidão, associado se manifestar como forma eritematosa ou
a coriza, obstrução nasal e febre baixa (37,8°C) podem eritematopultácea, e às vezes também como estomatite
estar presentes e persistir por 7 dias seguidos de e enantema no palato, acompanhada de adenomegalia
redução gradual. Em geral, a tosse dura de 3-5 dias, cervical bilateral e hepatoesplenomegalia; as tonsilas
sintomas como coriza, obstrução nasal e febre baixo palatinas podem aumentar extremamente de tamanho.
(37,8°) podem estar presentes e persistir por 7 dias,
seguidos de redução. A etiologia viral é a mais Nas amigdalites agudas há a formação de placas
prevalente e inclui o vírus parainfluenzae o VSR. aderentes às tonsilas que invadem o palato mole e a
Adenovírus, vírus da influenza A e B, sarampo e úvula. Diagnóstico diferencial para difteria e infecção
micoplasma são menos prevalentes. por S. pyogenes, a linfadenite cervical é um sinal da
infecção por difteria.
Os sintomas da LTA podem ser leves e autolimitados,
entretanto, podem ocorrer complicações, como As amigdalites agudas subdividem-se de acordo com a
obstrução da via aérea, dificuldade respiratória ou estar profundidade da úlcera: superficiais, quando ocorre
associada à inflamação nos brônquios erupção vesicular, ou profundas, quando há necrose do
(laringotraqueobronquite) resultando em sibilância, tecido.
crepitação e taquipneia. Cultura da orofaringe é indicada nos casos de
Epiglotite aguda: é uma inflamação na mucosa da amigdalites que evoluam satisfatoriamente com o
epiglote e estruturas adjacentes, apresentam com febre tratamento clínico. O tratamento, na maioria dos casos,
alta ( entre 38,8° e 40°C), dificuldade respiratória, também é sintomático. Caso evolua para um quadro
salivação, ansiedade, irritabilidade, voz abafada, bacteriano trata-se com antibióticos de acordo com
odinogagia, estridor inspiratório e dor de garganta. indicação para agente etiológico envolvido, em sua
grande maioria, usa-se as penicilinas.
Manutenção da via aérea pérvia, oxigenoterapia a
100%, até a equipe de atendimento emergencial chegar Obs. Quando o quadro clínico apresenta abscesso é
ao local, e antibioticoterapia empírica para Hib, necessário a punção e saída da secreção purulenta.
Quadros infecciosos inicial comum. A obstrução nasal e a rinorreia
Resfriado comum: desenvolvem-se rapidamente e, no segundo ou terceiro
dia após o início da doença, constituem
Síndrome clínica, caracterizada por rinorreia e
frequentemente os sintomas mais incômodos, a tosse
obstrução nasal, predominante entre o início do outono
tende a aparecer depois. A tosse pós viral pode persistir
até o final da primavera. Pode ser acompanhada de
por semanas.
faringite, tosse e MEG. Os agentes mias comuns:
rinovírus (A, B ou C), coronavírus, vírus A mudança de cor ou na consistência das secreções
parainfluenza, vírus sincicial respiratório, nasais podem ser evidentes, não é sinônimo de
metapneumovírus, adenovírus, bocavírus e vírus da infecção bacteriana secundária.
influenza.
Diagnóstico diferencial para rinite alérgica – índico:
Os patógenos bacterianos envolvem: Stretococcus prurido nasal-. Pode ocorrer o comprometimento dos
pneumonie e Haemophilus influenzae. seios paranasais e acompanhados de dor sinusal
maxilar unilateral, a secreção purulenta é sinal de
Fisiopatologia: transmissão por contato direto com
infecção bacteriana;
pessoa infectada ou aerossóis. Inicia-se pela infecção
viral nas células epiteliais do trato respiratório, com Quando os sintomas são mais graves – com início
estimulo para resposta inflamatória inespecífica que rápido, febre e cefaleia ou dores musculares,
procede os sintomas. Como mecanismo de escape os acompanhadas de faringite ou tosse – pode-se
rinovírus apresnetam a capacidade de bloquear a estabelecer o diagnóstico de “doença semelhante à
replicação dos corona vírus, via estimulo do interferon. influenza.
A congestão nasal decorre do aumento do fluxo Exames laboratoriais e de imagem não são uteis. Se
sanguíneo local e maior estagnação, as vias exsudato faríngeo e aumento de linfonodos cervicais -
parassimpáticas e simpáticas apresentam-se > teste rápido para faringite estreptocócica.
acometidas. Outro fator é aumento da secreção nasal,
resultante do aumento da pearmibilidade vascular com Tratamento: sintomático, com o uso de agentes
extravasamento do soro nas secreções nasais, adrenérgicos locais para congestão (xilometazolina ou
produzindo tanto transudatos quanto exsudatos. oximetazolina), analgesia, antipiréticos, soluções
nasais, anti-histamínicos para rinorreia e tosse.
A tosse está envolvida no processo de infecção das
vias aéreas inferiores, irritação dos receptores das vias Vírus sincial respiratório:
aéreas superiores ou gotejamento pós nasal com È um vírus que provoca surtos anuais em climas
irritação da faringe ou traqueia. temperados, causa mais importante de bronquiolite. È
um vírus de RNA, apresnetam glicoproteínas
A frequencia de infecção dos vírus mais comuns dos transmembrana apresentadoras de epítopo. E duas
resfriados resulta da grande diversidade de sorotipos, proteínas não estruturais que bloqueiam a atividade
dificultando o processo de aquisição da resposta dos antiviral do interferon tipo I, também possui atividade
anticorpos e memória imunológica. A suscetibilidade imunomodulatória. Há dois grupos principais A e B.
dos resfriados decorre de processos imunológicos e
predisposição genética, exposição prévia aos antígenos Fisiopatologia: Adentra mais comumente pelo nariz ou
e estado geral de saúde. Os polimorfismos de lectina olhos e se dissemina pela via respiratória, entre os
de ligação à manose e vários receptores toll-like achados se observa: infiltração peribronquiolar
podem conferir uma suscetibilidade ou proteção linfocítica com edema, obstrução e necrose.
parcial. As citocinas inflamatórias associadas à
Manifestações clínicas: hiperemia conjuntival,
gravidade da doença incluem vários interferon,
rinorreia purulenta, tosse e febre. Com frequencia é
interleucinas e outros fatores, que aumentam
observado um quadro de otite média, associada a
acentuadamente nas secreções nasais, mas que, em
infecção bacterina secundária. Sibilos, roncos e
geral, não mudam muito no soro. Outros fatores como
estertores finos podem estar presentes, pode evoluir
microbioma, influencias epigenéticas, saúde mental,
para apnéia súbita em lactantes e insuficiência
estresse, isolamento social, estilo emocional negativo e
respiratória em adultos.
história de eventos da vida estressantes podem,
também, estar associados. Diagnóstico é clinico mas pode ser associado ao teste
RT-PCR (polimerase com trasncrição reversa). O
Manifestação clínica: incubação entre 2-8 dias,
tratamento é via hidratação, oxigênio suplementar e
sintomas entre 5-10 dias. Com frequência, o primeiro
antibióticos se necessário.
sintoma relatado consiste em dor ou irritação de
garganta. Os espirros também constituem um sintoma
Doença por parainfluenza:
Representa um amplo espectro das doenças
respiratórias, prevalente em crianças, repercute nas
IVAS e otite média, bronquiolite e pneumonia.
Constituídos por RNA de fita simples e envelopados.
Existem 4 tipos de sorotipos do hPIV, este que
apresenta proteínas responsáveis por fixação e
penetração, sobretudo as HN e as F.
Tropismo para células epiteliais ciliadas que revestem
o sistema respiratório em superfície luminal. A
formação de sincícios, que é observada em culturas
celulares do vírus e nos pulmões de pacientes
imunocomprometidos com pneumonia grave, não é Acima a estrutura do vírus da gripe, com seu segmento
considerada importante nas infecções típicas de de RNA viral contido em envelope lipídico e cápsula
indivíduos anteriormente saudáveis. matriz. Apresenta quatro tipos (A,B,C e D), é coberto
por dois tipos de espículas de glicoproteína de
Manifestação clínica diversa a depender da idade e do superfície, a hemaglutinina trimérica (H ou HA) e a
sorotipo. Pode ocorrer comprometimento neuraminidase tetramérica em forma de cogumelo (N
cardiopulmonar e distúrbios imunológicos. Os sinais e ou NA).
sintomas: respiratórios superiores, notavelmente
coriza, rinorreia, faringite sem adenopatia cervical e Os tipos de maior infecção em humanos são o B e C,
febre baixa. muito embora exista alguns tipos do grupo A como H1,
H2 e H3. A infecção ocorre por meio de secreções
O crupe caracteriza-se por tosse ladrante rouca, respiratórias contendo o vírus e aerossóis, além de
com estridor inspiratório notável, dispneia e outras vias, como, incluindo a contaminação pelas
desconforto respiratório, chamada de “tosse de mãos de fômites com secreções, seguida de
cachorro”. Esses sintomas, que geralmente são autoinoculação nos olhos ou no nariz. Pode ocorrer
espasmódicos, resultam de inflamação e edema infecção por vírus aviários após contato direto com
subglóticos. Em certas ocasiões, pode haver aves infectadas ou seus excrementos, exposição a
desenvolvimento de estridor grave, tornando difícil a ambientes contaminados e aerossóis infecciosos,
diferenciação da epiglotite causada por Haemophilus ingestão de alimentos malcozidos e, algumas vezes,
influenzae tipo b. Em adultos o crupe é raro, mais inoculação na conjuntiva.
comum encontrar a epiglotite, podendo estar associada
a infecção bacteriana. A transmissão viral depende da fixação e replicação,
esta mediante a ligação se sialssacarídeos no trato
Pode ocorrer reinfecção, embora menos grave. O respiratório. A virulência é uma característica
diagnóstico pode ser por meio do RT-PCR, testes de multigênica, variável entre as cepas e não ligada à
imunoflorescência ou PCR., exames radiológicos transmissibilidade. Incubação é em média de 2-4 dias.
também são utilizados. Tratamento por corticoides e A replicação e quantidade viral relaciona-se com a
nebulização. gravidade da doença, em média ocorre contínua por 3-
5 duas, as respostas inatas são induzidas por receptores
Influenza: toll-like e RIG-I, levam a produçaõ de INF, TL6 e
Doença viral respiratória febril aguda com surtos TNF-alfa.
anuais de gravidade variável. Infecta o sistema
respiratório, altamente contagioso e com sinais Pode haver desenvolviemnto de infecção bacteriana
produzidos desde o início da doença. Pode acarretar: secundária vide alteração de microbioma, dado da
resfriados, faringite, traquibronquite, pneumonia e uma depuração mucociliar e dimunuição das funções dos
variedade de complicações não respiratórias. polimorfonucleares e macrófagos. A imunidade
humoral é específica ao subgrupo e articulado por
meio de IgA, enquanto as respostas celulares são via
TCD4 e TCD8.
Manifestações clínicas: febre abrupta, calafrios,
tremores, cefaleia, mialgia e MEG. Podem ser
observados sintomas oculares como fotofobia,
lacrimejamento, ardência e dor ao mover os olhos.
Sintomas como tosse seca, rinorreia, obstrução nasal,
faringite, rouquidão são precoces na doença. Há relatos Quando acomete o trato respiratório os sintomas são
de diarreia e alterações intestinais, pacientes típicos de IVAs, podendo simular infecções da
hospitalizados apresentam exacerbação de qualquer coqueluche. Em aspecto sistêmico, febres, MEG,
doença cardiopulmonar, além disso, é frequente em calafrios, mialgia, cefaleia e dor abdominal podem
idosos o sintoma de confusão mental. Ademais, é estar presentes. Observa-se também a ocorrência de
perceptível as complicações respiratórias em tonsilite exsudativa e adenopatia cervical. Se esses
decorrencia da gripe, contudo, outros órgãos e tecidos sinais e sintomas forem acompanhados de conjuntivite,
podem ser lesados, a exemplo pode haver: linfopenia, a doença é designada como febre faringoconjuntival. A
trombocitopenia, síndrome de sepse, insuficiência otite média é uma apresentação comum,
renal aguda, miosite, aborto... particularmente entre lactentes com menos de 1 ano.
A pneumonia viral por influenza primária grave e a Ademais, pode vir de aparecer infecções oculares, do
síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) sistema digestório, geniturinário entre outras
são associados incomuns. Após um início típico de manifestações. Portanto, o diagnóstico depende do
influenza, os pacientes frequentemente apresentam tecido lesado e sintomas clínico, amostras de PCR
tosse progressiva, dispneia, algumas vezes hemoptise e podem ter rendimento diagnóstico.
até mesmo cianose nos primeiros 3 a 7 dias. Os
infiltrados pulmonares bilaterais e a hipoxemia, que Coranavírus:
frequentemente indicam SDRA, podem evoluir Pré-covid 2019: relacionados aos sintomas de
rapidamente. A coloração do escarro pelo método de resfriados comuns, e em certas ocasiões causadores de
Gram pode revelar uma quantidade abundante de doenças de trato respiratório inferior, destaca-se a
leucócitos polimorfonucleares, porém com flora SARS e MERS.
bacteriana escassa. O escarro e o aspirado endotraqueal
habitualmente fornecem títulos elevados de vírus São um grupo de vírus de RNA de fita simples e
influenza, porém as amostras das vias respiratórias sentido positivo, apresentam 4-5 proteínas estruturais,
superiores são algumas vezes negativas, mesmo com 1 do envelope,1 de membrana,1 de nucleocapsídeo e
ensaios de detecção do RNA viral. algumas vezes hemaglutinina-esterase [HE]. Infectam
o trato respiratório, a replicação é pelas células que
Quando o quadro desenvolve uma infecção secundária, expressem os receptores necessários a depender do
apesar da melhora branda. Pode-se evoluir para uma tipo de vírus. É provável que a doença associada às
pneumonia fulminante com a necessidade da terapia infecções por coronavírus resulte dos efeitos
antimicrobiana. citopáticos do vírus e da resposta imune e inflamatória
Diagnóstico: não pode ser distinguida de outras do hospedeiro à infecção viral.
infecções virias, quando em casos de surtos altamente A gravidade da doença varia de acordo com o tipo de
provável que seja influenza. Laboratorialmente, a vírion, geralmente, são sintomas de IVAS, a
detecção do RNA viral por meio do NAAT. confirmação pode ser via PCR. Quanto a tratamento,
A prevenção ocorre por meio da vacinação sazonal, existe apenas para a MERS e a SARS embora ainda
sua vacina é do perfil inativada cultivada em ovo com não haja consenso sobre este.
administração IM. O tratamento além do sintomático, COVID-19: é inalado para nariz e garganta, onde ataca
consiste em: osetamivir (2x dia 75mg), ou baloxavir as células epiteliais nasais e brônquicas e se liga à
(dose única), ou zanamivir (inalado, 10mg 2x) entre enzima conversora da angiotensina 2 (ACE-2). Vale-se
outras opções. dizer, que tal enzima provem um receptor de superfície
e atua no controle de P.A, sendo mais frequente com
mais idade, é bem expressa em pulmões, rins, sistema
Adenovírus: digestório e células epiteliais vasculares e etc. Um
Apresentam material em DNA, não envelopados e prerrequisito para a penetração do SARS-CoV-2 nas
divididos em 7 espécies, suscetíveis pela boca, células é a clivagem da glicoproteína S (spike) em dois
nasofaringe ou conjuntiva ocular. O dano celular é locais por proteases celulares, incluindo a
perceptível em virtude do modo de invasão, o tropismo serinoprotease 2 transmembrana (TMPRSS2),
é voltado para células epiteliais descamadas que atividade exacerbada por ação androgênica. Outros
induzem a hipertrofia do tecido linfático regional e dos fatores como erros em interferon tipo I, mudanças
centros germinativos proliferativos. Tanto aspectos da genéticas em 3p21 e TYK2 aumentam a
imunidade inata quanto adaptativa são importantes suscetibilidade de infecção.
para o aspecto patológico, dentre os quais, destaca-se:
A resposta inflamatória é intensa e se propaga em
IL1, IL6, IL8, IL12, TCD4, TCD8, TNF e INF-gama.
direção ao pulmão, sendo associada a edema alveolar e
síndrome de angústia respiratória aguda (SARA). A sempre há sinais de comprometimento pulmonar e
inflamação se estende para outros tecidos com ACE2, febre, e alteração do estado mental pode ser sinal
levando a um quadro generalizado. precoce da infecção. Se o paciente não for tratado, a
doença, comprometendo um único lobo, pode
Após um período de incubação médio de 5 dias, mas
progredir para o comprometimento multilobar. Com
ocasionalmente de até 14, surgem sinais e/ou sintomas
frequência, pode ser obtida história de doença das vias
que incluem febre, tosse, dispneia, alterações do
respiratórias superiores ou de virose recente, que surge
paladar e do olfato, fadiga, mialgias, queixas
antes do aparecimento da pneumonia clínica,
gastrintestinais, calafrios, cefaleia e dor de garganta.
sobretudo durante os meses de inverno, quando a
Alguns pacientes apresentam erupções cutâneas,
influenza é comum.
rinorreia e conjuntivite. De modo geral, portadores
assintomáticos, que podem transmitir a infecção, Exame físico: taquipneia, uso de músculos acessórios
desenvolvem posteriormente sintomas,13d mas 30 a para respiração, dor pelurática, febre e taquicardia.
40% das pessoas infectadas permanecem Pode haver hipotensão, com alterações em exame
assintomáticas pulmonar.
Manifestações extrapulmonares: infarto do Os agentes virais se destacam a gripe e o COVID-
miocárdio, miocardite, arritmia, convulsões, 19, adenovírus, parainfluenza, varicela-zóster e
mioclonia, encefalite, anosmia, diarreia, delirium, sarampo. Já as bactérias, estudos demonstraram que
lesão renal... Streptococcus pneumoniae continua sendo o agente
mais frequente das pneumonias comunitárias, tanto
Diagnóstico: fundamenta-se no PCR, outros achados
aquelas tratadas em regime domiciliar, como em
também se mostram como linfocitopenia, leucopenia,
pacientes que precisam ser internados. Por sua vez,
trombocitopenia, níveis elevados de dímero D,
Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila
proteína C reativa, desidrogenase láctica (LDH) e
pneumoniae são frequentes em adultos jovens. Em
creatinoquinase; até 50% dos pacientes hospitalizados
idosos, alta prevalência, infecções por H. influenzae, S.
apresentam níveis anormais de enzimas hepática.
aureus e K. pneumoniae devem ser lembradas.
Radiografia com opacificação progressiva em vidro
fosco. Além da detecção de anticorpos. Os fatores de risco são: imunocomprometimento,
bronquite crônica, asma, cardiopatias, desnutrição,
Tratamento: sintomático, anti-inflamatório. Ainda em
infeção por H. influenzae e Moraxella catarrhalis.
estudos outras vias medicamentosas, como prevenção
medidas de higiene e vacinação. A decisão quanto ao tratamento depende do agente
agressor, para o uso adequado dos antibióticos. Para
Pneumonias avaliação usa-se o escroe CURN-65 que indica a
Da comunidade: associadas a alta morbimoratalidade, gravidade do estado geral ( C = confusão mental; U =
sobretudo, em idosos. Relaciona-se a 30% das causas dosagem de ureia acima de 50 mg/dℓ; R = frequência
de morte em UTI, com 40 mil mortes no Brasil. respiratória ≥ 30 incursões por minuto; B = pressão
Pneumonias podem ser de origem viral ou bactéria, a arterial sistólica < 90 mmHg, ou diastólica ≤ 60
segunda bem detectável em raios X de tórax. mmHg; e 65 = idade maior que 65 anos). Outros
Geralmente, os acahados radiográficos: opacificação critérios como o Fine, também, estratificam o risco.
em vidro fosco, consolidação, envolvimento bilateral e
distribuição periférica e difusa. Exames complementares: hemograma, glicemia, ureia
e creatinina, eletrólitos, proteínas totais, tempo de
Quadro clínico: aparecimento de tosse, calafrios, febre tromboplastina parcial ativado e gasometria arterial.
alta (até 40°C), mialgias, taquipneia, respiração Sempre que possível, deve-se realizar a oximetria de
superficial, taquicardia, fraqueza e, com frequência, pulso nos pacientes atendidos com pneumonia. Esse
calafrios. Inicialmente, a tosse pode ser pouco exame estima com segurança a oxigenação, servindo
produtiva, com escarro escasso mucopurulento ou como triagem para se indicar ou não a realização da
estrias de sangue; mais tarde (depois de 48 a 72 horas), gasometria arterial. Entre as provas inflamatórias, a
o escarro pode se tornar espesso, purulento ou com proteína C reativa (PCR) e a procalcitonina são as que
coloração ferruginosa. Dor pleurítica é evidência têm sido mais estudas em pacientes com PAC.
clínica específica de que a pneumonia é provavelmente
bacteriana e, na vigência da maioria dos achados Diagnóstico:
anteriores, provavelmente pneumocócica ou  Sintomas: expectoração, dispneia, dor torácica,
estafilocócica. O paciente com pneumonia bacteriana achados em exame físico e manifestações
pode estar desidratado e hipotenso. Em geral, queixa- sistêmicas
se de anorexia, náuseas e vômito. No idoso, nem
 Radiografia de tórax
 Estudo do escarro As pneumonias hospitalares podem ser classificadas
 Pesquisa de antígenos urinários em:
 Biologia molecular •Pneumonia adquirida no hospital (HAP/PH): após 48
Tratamento: Em regime empírico se considera a horas de internação ou mais, sem que estivesse em
infecção por Streptococcus pneumoniae (agente mais incubação no período da admissão
frequente tanto de pneumonias leves como graves, que •Pneumonia associada à ventilação mecânica
requerem internação), Haemophilus influenzae e (VAP/PAV): mais de 48 horas após entubação
Moraxella catarrhalis. orotraqueal (IOT)
Usando da associação de marolídeo ou amoxicilina •Pneumonia relacionada com a assistência à saúde
para adultos jovens, cefalosporinas para idosos. Em (HCAP/PAAS): institucionalizados ou internação
casos de internação, usa-se ceftriaxona + macrolídeo e prévia há 3 meses; curativos em ferida nos últimos 30
em caso aspirativo. Clindamicina associada a dias e aqueles em programas de hemodiálise.
ceftriaxona. Existem outras especificidades em de
acordo com o tipo de infecção. Geralmente, a etiologia é bacteriana, diverge-se um
tanto quando os agentes da PAC. Outro ponto é a
Infecções virais, sobretudo por influenza, devem ser existencia de agentes multirresistentes dificultando o
avaliadas nas pneumonias graves e a instituição do tratamento que em sua grande é empírico.
tratamento com antivirais, como oseltamivir, deve ser
precoce. A hipótese de infecção por influenza deve ser
analisada, principalmente, em portadores de
enfermidades crônicas pulmonares, cardiovasculares,
renais, hepáticas, hematológicas e metabólicas, adultos
imunodeprimidos e gestantes.
Diagnóstico diferencial de tuberculose ou
pneumocistose a PAC. Usa-se da vacina
antipneumocócica em pacientes com alto risco de
adquirir a doença, além da vacinação contra os agentes
virais.

Assistência à saúde: são as pneumonias hospitalares,


ocorre pela microaspiração de microrganismos que
colonizem a orofaringe ou por inalação de aerossóis
contendo vírus, bactérias, fungos e, menos Obs. Ao abordar sobre as PAV é necessário tem em
frequentemente, pela disseminação hematogênica a mente as medidas de prevenção, vigilância e educação
partir de foco infeccioso distante. A resposta da equipe de saúde.
imunológia após contato é ineficaz, geralmente, ocorre
em pacientes graves e com agentes virulentos ou
oportunista.

O diagnóstico é dado por sians e sintomas, somados as


evidências radiológicas. Adicionalmente, para
diagnósticos diferenciais pode ser utilizado métodos
invasicos como biopisa e escovado de broncoalveolar,
além dos testes laboratorias.

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