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02)Compreender as complicaçoes de infecções nas vias aéreas superiores

Rinofaringite aguda

Este termo abrange quadros como o do resfriado comum e ainda outros englobados sob a
denominação de rinite viral aguda. É a doença infecciosa de vias aéreas superiores mais
comum da infância. 

Sinais e sintomas

A rinofaringite pode iniciar com dor de garganta, coriza, obstrução nasal, espirros, tosse seca e
febre de intensidade variável, podendo ser mais alta em menores de cinco anos. Alguns
pacientes com essa infecção têm o seu curso sem a presença de febre. Determinados tipos de
vírus podem também causar diarréia.

Durante a evolução, pode surgir:

- em lactentes: inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alteração do sono e


dificuldade respiratória por obstrução nasal em lactentes mais jovens;

- em crianças maiores: cefaléia, mialgias, calafrios.

Ao exame físico, percebe-se congestão da mucosa nasal e faríngea e hiperemia das


membranas timpânicas. Este último achado, isoladamente, não é elemento diagnóstico de
otite média aguda, principalmente se a criança está chorando durante a otoscopia. Alterações
inespecíficas leves da membrana timpânica podem estar somente associadas a infecções de
etiologia viral, considerando que esses agentes podem estar associados a infecções de ouvido
médio7,8.

Complicações

Algumas complicações bacterianas podem ocorrer durante infecções respiratórias virais.


Sugerem a ocorrência de alguma delas: persistência de febre além de 72 horas, recorrência de
hipertermia após este período, ou prostração mais acentuada. Além disto, o surgimento de
dificuldade respiratória (taquipnéia, retrações ou gemência) indicam a possibilidade de
bronquiolite aguda, pneumonia ou laringite. As complicações bacterianas mais freqüentes são
otite média aguda e sinusite.

Além disso, episódios de infecções virais são um dos fatores desencadeantes mais importantes
de asma aguda na criança, principalmente pelos vírus sincicial respiratório e rinovírus 9,10.

Sinusite aguda

Pode ser definida como infecção bacteriana dos seios paranasais, com duração menor de 30
dias, no qual os sintomas desaparecem completamente 22.

Sinais e sintomas
O início pode ser lento ou súbito. Nas formas leves de sinusite, as manifestações iniciais de
IVAS passam a se prolongar por mais de 10 dias ou, após período de melhora clínica, há
persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução e secreção nasal purulenta). Esse
quadro pode ser acompanhado de halitose. Costuma haver tosse diurna, com piora à noite. Em
alguns casos, pode ocorrer febre. Nas formas moderadas a graves, ou em crianças maiores, as
manifestações citadas podem ser mais intensas, acompanhando-se, eventualmente, de edema
palpebral, cefaléia, prostração, desconforto ou dor, espontâneos ou provocados, no local do(s)
seio(s) afetado(s) ou nos dentes1. A celulite periorbitária é um sinal de etmoidite.

Ao exame do nariz, pode constatar-se congestão da mucosa e presença de secreção purulenta


no meato médio. Na orofaringe pode se observar gota purulenta pós-nasal.

Complicações

Dentre as possíveis complicações, podem ser citadas as seguintes: sinusite crônica, osteíte
frontal, osteomielite maxilar, celulite periorbitária, abscesso orbitário e subperiosteal,
meningite, trombose de seio cavernoso e sagital superior, abscesso epidural, empiema
subdural e abscesso cerebral.

Faringoamigdalite aguda estreptocócica

A faringoamigdalite aguda esptreptocócica (FAE) é uma infecção aguda da orofaringe, na


maioria das vezes, produzida por um estreptococo beta-hemolítico, o Streptococcus
pyogenes do grupo 

Sinais e sintomas

O início é mais ou menos súbito, com febre alta, dor de garganta, prostração, cefaléia,
calafrios, vômitos e dor abdominal. Na inspeção da orofaringe, há congestão intensa e
aumento de amígdalas, com presença de exsudato purulento e petéquias no palato. Ainda
pode estar presente adenite cervical bilateral.

A presença de exantema áspero, macular e puntiforme, com sensação de "pele de galinha",


flexuras avermelhadas (sinal de Pastia) e palidez perioral (sinal de Filatov) são características
da escarlatina.

Complicações

- Abscesso de linfonodo cervical: eritema, edema e flutuação.

- Abscesso periamigdaliano: dor e dificuldade para engolir mais intensas, voz abafada ou
anasalada, proeminência da amígdala e do pilar anterior da faringe, deslocamento da úvula
para o lado não afetado.

- Sepse: toxemia e choque.

- Choque tóxico: toxemia, hipotensão, erupção cutânea maculopapular.

- Otite média aguda.


- Artrite reacional (não supurativa): durante período agudo da faringite, surge quadro
poliarticular que não preenche os critérios de Jones para FR aguda. A importância maior desta
situação é a de que alguns desses pacientes venham a apresentar tardiamente cardite
silenciosa ou manifesta, com todas as conseqüências deste comprometimento.

- Febre reumática.

- Glomerulonefrite estreptocócica.

Laringite viral aguda

Também denominada de crupe viral, esta laringite é uma inflamação da porção subglótica da
laringe, que ocorre durante uma infecção por vírus respiratórios. A congestão e edema dessa
região acarretam um grau variável de obstrução davia aérea.

Sinais e sintomas

- Pródromos: coriza, obstrução nasal, tosse seca e febre baixa.

- Evolução: tosse rouca, disfonia, afonia ou choro rouco e estridor inspiratório. Em casos de
obstrução mais grave, surge estridor mais intenso, tiragem supra-esternal, batimentos de asa
do nariz, estridor expiratório e agitação. Nos casos extremos, além de intensa dispnéia e
agitação, surgem palidez, cianose, torpor, convulsões, apnéia e morte.

03)Compreender a fisiopatologia dos tipos de meningite

A meningite pode ser causada por vírus, fungos e bactérias, sendo a primeira a mais comum, e
a última, a mais perigosa e letal

Fisiopatologia e manifestações clínicas

Bacteriana

A fisiopatogenia da meningite bacteriana aguda se inicia na nasofaringe após a colonização.


Ocorre a replicação bacteriana no espaço subaracnoideo e a uma liberação de componentes
bacterianos que atingem o endotélio cerebral, que vão desencadear um processo inflamatório
com liberação de citocinas. Com o aumento da permeabilidade vascular há um edema
vasogênico, inflamação do espaço subaracnoideo e um aumento da resistência ao fluxo
liquórico. Esses eventos causam aumento da pressão intracraniana, redução do fluxo cerebral
e perda da autorregulação cerebrovascular.(7)

As manifestações clínicas variam de acordo com a idade e a duração da doença e podem


apresentar sintomas inespecíficos. As manifestações cutâneas mais comuns são petéquias,
púrpura e exantema maculopapular. Podem apresentar febre, hipotermia, letargia, vômitos,
diarreia, dificuldade respiratória, fotofobia, anorexia, bradicardia, sinais de irritação meníngea
como rigidez na nuca, dor lombar.(7)
04)Conhecer e descrever as manifestações clinicas da meningite

Manifestações clínicas

Manifestações clínicas

A meningite é uma síndrome na qual, em geral, o quadro clínico é grave e caracteriza-se por
febre, cefaléia intensa, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental, sinais
de irritação meníngea, acompanhados de alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR).

No curso da doença, podem surgir delírio e coma. Dependendo do grau de comprometimento


encefálico, o paciente poderá apresentar também convulsões, paralisias, tremores,
transtornos pupilares, hipoacusia, ptose palpebral e nistágmo. Casos fulminantes, com sinais
de choque, também podem ocorrerer

A irritação meníngea associa-se aos sinais descritos abaixo.

Sinal de Kernig – resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada em


certo grau de flexão, relativamente ao tronco. Há duas formas de se pesquisar esse sinal:

• paciente em decúbito dorsal – eleva-se o tronco, fletindo-o sobre a bacia; há flexão da perna
sobre a coxa e dessa sobre a bacia; e,

• paciente em decúbito dorsal – eleva-se o membro inferior em extensão, fletindo-o sobre a


bacia; após pequena angulação, há flexão da perna sobre a coxa. Essa variante chama-se,
também, manobra de Laségue.

Sinal de Brudzinski – flexão involuntária da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia, ao se
tentar fletir a cabeça do paciente.

Crianças de até 9 meses poderão não apresentar os sinais clássicos de irritação meníngea.

Nesse grupo, outros sinais e sintomas permitem a suspeita diagnóstica, tais como: febre,
irritabilidade ou agitação, choro persistente, grito meníngeo (criança grita ao ser manipulada,
principalmente, quando se flete as pernas para trocar a fralda) e recusa alimentar,
acompanhada ou não de vômitos, convulsões e abaulamento da fontanela.

06)Quais os métodos utilizados para diagnostico clinico da meningite

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

Será considerado como suspeito de meningite todo paciente com síndrome febril com sinais
neurológicos. No caso de doença meningocócica, também os pacientes com síndrome febril
hemorrágica.

Algumas complicações freqüentes são: trombose e necrose isquêmica do tecido cerebral ou


abscessos (localizados classicamente na substância branca dos hemisférios cerebrais ou do
cerebelo).
O quadro clínico resume-se em: síndrome infecciosa (febre, anorexia, mal-estar geral,
prostração, mialgia, estado toxêmico), lesões exantemáticas, lesões petequiais, lesões
purpúricas, equimoses coalescentes e até sufusões hemorrágicas. A síndrome de hipertensão
intracraniana é composta de cefaléia holocraniana (que geralmente não cede com analgésico
comum), vômitos (geralmente incoercíveis, sem relação com a alimentação), alteração do nível
de consciência (vai do torpor mental, obnubilação, coma superficial, podendo chegar até o
coma profundo), sinais de estimulação simpática (taquicardia, palidez, hipertensão arterial,
pulso fino e rápido, além de sudorese), edema de papila ao exame do fundo de olho
(diminuição da acuidade visual e auditiva), convulsões generalizadas ou localizadas e sinais
neurológicos localizatórios (paresia ou paralisia espástica). A síndrome do comprometimento
meníngeo é composta de rigidez de nuca, decorrente da compressão do exsudato purulento
sobre a emergência dos nervos raquidianos, opistótono (grau máximo de rigidez de nuca, mais
contratura extensora máxima da musculatura dorsal).

07)Quais os exames laboratoriais e de imagem utilizados no caso

Exame de imagem mostrando hidrocefalia obstrutiva, edema cerebral difuso ou herniação


cerebral ou cerebelar

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