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➪ Agravos na infância: Infecções respiratórias agudas

Partes do aparelho respiratório acometidas: vias aéreas superiores (75%) -


rinofaringite, faringite, amigdalite, otite média e sinusite. Vias aéreas inferiores (25%)
- pneumonia, bronquiolite, afecções agudas da laringe.
Não infecciosa (10%) Asma - 1 a 4 anos.

➪ Fatores de risco
✱ Imaturidade imunológica
✱ Desmame precoce
✱ Anatomia das vias aéreas
✱ Desnutrição
✱ Socioeconômico e ambientais

➪ Agentes etiológicos
✲ Vírus sincicial respiratório
✲ Rinovírus
✲ Adenovírus
✲ Influenza
✲ Haemophilus influenza
✲ Chlamydia trachomatis
✲ Mycoplasma pneumoniae
✲ Streptococcus b-hemolítico
✲ Streptococcus pneumoniae
✲ Staphylococcus aureus

Identificar agravos respiratórios de vias aéreas inferiores e classificar quanto a


gravidade.
- Presença de TOSSE ou dificuldade para respirar;
- Frequência respiratória, presença de tiragem subcostal ou intercostal,
estridor ou sibilância.

➪ História da Criança com IRA


❄ Tosse
❄ Dispneia
❄ Presença de secreção
❄ Otalgia
❄ Dor abdominal
❄ Ruídos respiratórios adventícios
❄ Anorexia (menos de 2 meses - ATENÇÃO)
❄ Febre
❄ Estado vacinal (Atenção: valoriza a fala e a expressão da mãe)

➪ Exame físico

Geral: aparência, obstrução nasal, tosse, temperatura, FR (mov. respiratórios,


retrações torácicas), FC, peso, sudorese, dificuldade para deglutir.
Coloração da pele: Região perioral e extremidades dos membros.
Amígdalas faríngea: Tamanho, cor, presença de vesículas ou secreção purulenta e
hipertrofia.
Linfonodos cervicais
Ausculta pulmonar: Ruídos adventícios (estridor, sibilância, gemido ou rouquidão)
- Avaliar murmúrio vesicular - ausência significa ventilação deficiente;
- Roncos - presença de secreção
- Sibilos expiratórios - estreitamento das vias aéreas

➥ Infecções de vias aéreas respiratórias superiores - altas

✬ Resfriado comum/rinofaringite
✬ Síndrome gripal
✬ Rinossinusite
✬ Faringoamigdalite
✬ Otite média aguda

➥ Resfriado comum/rinofaringite
Principal agente: rinovírus - viral
- Incubação de 2 a 4 dias com cura espontânea em uma semana;

➥ Sinais e sintomas
- Afebril ou pouco picos de febre baixa;
- Coriza hialina;
- Obstrução nasal;
- Irritação conjuntival;
- Espirros;
- Dor na garganta;
- Pouco comprometimento do estado geral;
- Após alguns dias: rinorreia purulenta, mialgia, sintomas gastrointestinais.

Evolução: 7 dias, mais prolongado em crianças menores.

⚠ Atentar para:
* Prostração fora do quadro febril;
* Secreção nasal amarela esverdeada espessa;
* Evolução que durar mais de uma semana;
* Importante orientar a família a retornar, caso febre alta persistente por mais de
cinco dias e que não cede ao uso de antitérmicos, choro forte (dor), cansaço,
dispneia e prostração fora dos períodos febris.

➥ Tratamento: Sintomático
- Analgésicos/antitérmicos: paracetamol e dipirona;
- Anti Histamínico: hidroxizina;
- Hidratação (drenagem ou secreção);
- Desobstrução nasal com SF, spray/seringa;
- Elevar cabeceira;
- Aumentar ingesta hídrica.

↪ Síndrome gripal

Sinais e sintomas:
✲ Rinorreia;
✲ Espirros;
✲ Congestão/obstrução nasal;
✲ Tosse;
✲ Irritação ou dor na garganta;
✲ Congestão ocular;
✲ Cefaléia;
✲ Inapetência;
✲ Mal-estar;
✲ Mialgia difusa;
✲ Vômitos espontâneos pela tosse;
✲ Febre acima de 38°C: importante avaliar a intensidade da febre, frequência dos
picos febris e resposta aos antitérmicos.

Tratamento: Resfriado comum


Suspeita de síndrome gripal por influenza (casos graves) - Tamiflu (oseltamivir) VO
por 5 dias, conforme peso/idade.

➺ Rinossinusite
Processo inflamatório das mucosas que revestem o nariz e os seios paranasais.

➢ Pode ser de origem viral ou bacteriana.


➢ Aguda até 12 semanas dos sintomas.
➢ Crônica se persistirem mais de 12 semanas.

➺ Fatores de risco
✬ Rinite alérgica, frequência escolas, hipertrofia de adenóides.
✬ Refluxo gastroesofágico.
✬ Resfriado comum.

➺ Sinais e sintomas
- Persistência após gripe, por mais de 10 dias de rinorreia uni ou bilateral (mucosa
fluída ou purulenta espessa);
- Obstrução nasal persistente;
- Tosse noturna;
- Febre;
- Cefaleia (adolescentes);
- Dor ou sensibilidade nos seios da face;
- Edema na região do seio maxilar;
- Metade dos casos está associado a OMA (otite média aguda).

➺ Exame físico
● Rinoscopia anterior (hiperemia e secreção);
● Palpação dos seios nasais - dor e sensibilidade;
● Edema facial e periorbital;
● RX (inespecífico).

➺ Tratamento
● 14 a 21 dias;
● ATB - amoxa, ceftriaxona; amoxa + ác.clavulânico**
● Antitérmicos e analgésicos;
● Higiene nasal com SF.

↪ Faringoamigdalite
A faringoamigdalite bacteriana - inflamação da orofaringe, com presença de eritema
e de exsudato ou não amigdaliano, vesículas e ulcerações.

↪ Sinais e sintomas
Vírus (90%): em menores de 2 anos, existem sintomas gripais (adenovírus..);
- Dor na garganta leve, espirro, coriza..;
- Febre moderada;
- Dor ao deglutir;
- Hiperemia da faringe, pode apresentar vesículas.

Bacterianos (50-60%) 5 a 15 anos


- Bacterianas (estreptococo beta hemolítico A)
- Início abrupto, febre alta, prostração, mal estar, dor de garganta moderada/intensa,
voz alterada, hálito característico, cefaleia, vômitos, salivação exagerada;
- Importante ser identificada a fim de evitar a febre reumática e a glomerulonefrite.

↪ Exame físico (bacteriana)


✱ Adenomegalia dolorosa mandibular e cervical;
✱Oroscopia: hipertrofia e hiperemia (< 2 anos);
✱ Exsudatos brancos ou amarelos;
✱ Petéquias no palato;

Difícil diferenciar viral e bacteriana? Acompanhar evolução do quadro (sintomas


gripais associados).

↪ Tratamento
- Quadro viral: sintomático
- ATB: amoxicilina
- Penicilina benzatina: IM

↪ Intervenções de enfermagem
AMIGDALITE
❄ Promover repouso no leito;
❄ Atentar para hipertermia, SN utilizar antitérmicos ou banhos mornos;
❄ Não forçar a alimentação, dietas líquidas ou pastosas;
❄ Manter hidratação;
❄ Evitar ambientes úmidos e frios;
❄ Esclarecer riscos de amigdalites não bem tratadas.

FARINGITE
✯ Repouso na fase aguda;
✯Gargarejos e irrigações com soluções salinas aquecidas são empregadas,
dependendo da gravidade da lesão e da intensidade da dor, pois irrigar
adequadamente a garganta constitui num meio afetivo de reduzir os espasmos nos
músculos faríngeos e aliviar a dor de garganta.

➯ Otite média aguda


Otite média: infecção do ouvido médio, infecção bacteriana mais comum em
crianças, sendo que na maioria das vezes surge como complicação de um quadro
gripal.

➯ Sinais e sintomas
✳ Otalgia;
✳ Febre;
✳ Irritabilidade;
✳ Choro;
✳ Pode ocorrer sem febre e sem dor, por isso a importância da otoscopia no
quadro gripal;

➯ Fatores de risco
✳ Gripe, resfriado;
✳ Anomalias no palato;
✳ Amamentar ou dar mamadeira deitado;
✳ História de OMA de repetição em irmãos.

➯ Exame físico
✳ Otoscopia: tímpano opaco, sem brilho, mais vascularizado e abaulado (lactentes
puxe a orelha para baixo e para trás, mais de 3 anos puxe a orelha para cima e para
trás);
✳ Lembrar: o tímpano pode estar avermelhado devido ao choro.
➯ Tratamento
✳ Antitérmicos e analgésicos;
✳ Medidas para desobstrução nasal;
✳ ATB: amoxa, ceftriaxona: IM dose única;
✳ 10 a 14 dias < 2 anos;
✳ 5 a 8 dias > 2 anos.

➪ Infecções de vias respiratórias inferiores - baixa

- Laringite
- Pneumonia
- Bronquiolite

➪ Laringite
Infecção virótica (parainfluenza, influenza, sincicial respiratório, adenovírus).

➪ Sinais e sintomas
- Quadro típico: criança rouca ou afônica: tosse não produtiva, espasmódica e
referida como “tosse de cachorro”;
- Poderá ocorrer febre alta e prostração ou predominar a sintomatologia obstrutiva
em paciente afebril;
- Mais intensa: obstrução significativa de vias respiratórias (estridor respiratório e
dispneia intensa);
- Grave: cianose;
- Geralmente tem duração de 3 a 7 dias (incomum em menores de 1 ano).

➪ Exame físico
➢ Oroscopia: hiperemia;
➢ RX: auxilia a identificar estreitamento das vias aéreas;

➪ Fatores de risco
- Exposição a poeira, substâncias químicas, fumaça e outros poluentes, refluxo;
- Parte de infecção do trato respiratório superior;

➪ Tratamento
- Leves: nebulização a frio com vaporizador e hidratação oral;
- Graves: (epiglotite): internação, oxigenoterapia, nebulização, dexametasona EV ou
IM ou budesonida, avaliar parâmetros respiratórios.

Observação: Avaliar presença de corpo estranho.

↪ Pneumonia
Processo inflamatório, geralmente infeccioso, que envolve o parênquima pulmonar e
que pode ser causada por bactérias, vírus, mycoplasma ou por aspiração.

↪ Sinais e sintomas
✬ Infecção pulmonar que se manifesta por febre, prostração, taquipneia, esforço
respiratório + consolidação no RX de tórax.

↪ Exame físico
✬ Presença de tiragem subcostal é um marcador de pneumonia.
✬ Ausculta respiratória, sobretudo a assimetria do murmúrio vesicular e os
estertores crepitantes, que podem ser localizados ou disseminados.

↪ Tratamento
- Nível ambulatorial: alertar pais para um aporte calórico mais adequado possível,
analgésicos e antitérmicos, ATB, hidratação, broncodilatadores.
- Mais graves: hidratação venosa, corrigir desidratação e outros distúrbios
hidroeletrolíticos. Evitar VO em lactentes muito dispnéicos.
- Oxigenoterapia;
- A escolha do ATB vai depender do quadro clínico e radiológico;
EX: pneumococo - início súbito com febre alta, calafrios, dor torácica, prostração.
RX: lobar - penicilina, ampi ou amoxa.
- Complicações pleurais: empiema e pneumotórax.

↪ Intervenções de enfermagem
* Encorajar a hidratação;
Liquefaz e amolece as secreções pulmonares;
Lembrar que pacientes com pneumonia possuem uma frequência respiratória mais
elevada, e um aumento da perda hídrica inservível durante a expiração.
* Manter nutrição adequada;
*Falta de ar e fadiga - apetite diminuído;
* Em casos mais graves encorajar repouso no leito;
* Mudança frequente de decúbito;
* Estimular a eliminação de secreções e a ventilação/perfusão dos pulmões.

➥ Bronquiolite
Infecção causada por vírus que acomete, mais intensamente, os bronquíolos.
Principal agente etiológico o vírus sincicial respiratório - (VSR 60%). Adultos e
crianças maiores contraem bronquite; os bebês, bronquiolite.

➥ Sinais e sintomas
- Iniciais: tosse, espirro, febre (38°C), coriza e crise de sibilância, recusa alimentar,
irritabilidade, gemência (1 semana);
- Mais intensa (evolui de 24 a 48 horas): desconforto respiratório moderado ou
severo, cianose, retrações;

➥ Exame físico
● Ausculta pulmonar - sibilância;
● Inspeção-padrão respiratório, avaliar sinais e sintomas.

➥ Fatores de risco
● Fumaça de cigarro, prematuridade.
➥ Tratamento
- Inalações com SF ajudam a desprender o muco e liberam o fluxo de ar -
desobstrução nasal;
- Água e leite materno afastam desidratação;
- Episódios graves: oxigenoterapia (internação hospitalar);
- Fisioterapia, para mover as secreções de muco nos brônquios;
- Spray inalatório/nebulização com broncodilatadores e corticóides.

➺ Sars-cov-2
✲ Sintomas similares à síndrome gripal (tosse, febre, taquipneia, cefaleia) - testar;
✲ Ômicron: diarreia, dor abdominal, vômitos;
✲ Síndrome inflamatória multissistêmica;
✲ Imunizações;
✲ Covid longa.

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