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Unidade do cuidade de Enfermagem VI –

Gestão Adulto e família


Cuidados de Enfermagem ao paciente
politraumatizado

Profª. Enfª. Drª. Norlai Alves Azevedo


norlai2011@hotmail.com
Introdução
• A maior parte dos países do mundo padece de uma
epidemia de trauma
• O aumento observa-se nos países em vias de
desenvolvimento
• A proliferação de estradas e o aumento do número de
veículos levou a um rápido aumento do número de
vítimas e de mortes
• As urgências são devidas a choques de carros,
motocicletas e outros desastres. São também comuns
queimaduras severas quer nas áreas urbanas quer
rurais.
Introdução
• Trauma como problema de saúde pública (Encharcamento destas vítimas nas
Unidades de urgência e emergência, Alto custo)
• As mortes por trauma costumam ocorrer em três picos distintos.
• O primeiro pico corresponde as mortes que acontecem nos segundos ou
minutos iniciais após o trauma. As lesões nesses pacientes são tão graves,
que dificilmente eles podem ser salvos.
• O segundo pico corresponde as mortes que acontecem algumas horas
após o trauma. O atendimento pós-trauma nesses pacientes
interfere significativamente na probabilidade de sobrevivência da
vítima. “Golden Hour”.
• O terceiro pico corresponde as mortes que acontecem mais
tardiamente, até algumas semanas após o trauma.
• A taxa de mortalidade desse grupo tem grande associação com os
cuidados prestados nas fases anteriores.
Prevenção
• A prevenção do trauma é mais barata e o modo
mais seguro para gerir o trauma. Isto depende da
alocação de recursos e de fatores como:
• cultura
• recursos humanos
• política
• orçamento para a saúde
• formação
Cuidados de Enfermagem ao paciente
politraumatizado
• Pré – hospitalar
• Intra-hospitalar
• Pós-hospitalar
XABCDE do Trauma
• O tratamento do politraumatizado requer a
identificação e tratamento prioritário
daquelas lesões que põem em risco a vida do
doente.
Avaliação primária
• A primeira avaliação deve ser feita corretamente
e deverá identificar lesões como:
• hemorragia severa
• obstrução da via aérea
• lesões torácicas com dificuldade respiratória
• Se há mais que um doente politraumatizado,
tratar os doentes por ordem de prioridade
• (Triagem).
XABCDE
• A avaliação XABCDE (HEMORRAGIA EXTERNA,
Via aérea, Respiração, Circulação, Disfunção
neurológica e Exposição) é efetuada.
Esta avaliação primária não deve demorar
mais que 2-5 minutos.
• O tratamento simultâneo das lesões pode
ocorrer quando existem mais do que uma
lesão potencialmente mortal.
X HEMORRAGIA EXTERNA
• Avaliar e estancar hemorragias externas
Via aérea COM CONTROLE DE COLUNA
CERVICAL
• Avaliar a via aérea. A vítima pode falar ou
respirar livremente? Se obstruído, os passos a
considerar são:
• elevação do queixo/subluxação da mandíbula (a
língua está agarrada à mandíbula)
• aspiração (se disponível)
• tubo orofaríngeo/nasofaríngeo
• intubação
• Importante: manter o pescoço imobilizado em
posição neutra até colocação colar cervical
Manejo da Ventilação (Respiração)
• A inspeção (VER) da frequência respiratória é
essencial. Verificar rapidamente sem perder
tempo
• cianose
• ferida penetrante
• fragmento instável
• feridas abertas com aprisionamento de ar
• uso dos músculos acessórios?
Palpação (SENTIR)

• Avaliar rapidamente
• desvio da traqueia
• costelas partidas
• enfisema subcutâneo
• a percussão é útil no diagnóstico de
hemotórax e pneumotórax
Auscultação (OUVIR)

• Avaliar rapidamente
• pneumotórax
• detecção de sons anormais no tórax
Obstrução de Vias Aéreas
Respiração(Ventilação e oxigenação)

• Reavalia a respiração quanto a permeabilidade


da via aérea e adequabilidade da respiração.
• Se inadequada, considerar:
• - descompressão e drenagem de pneumotórax/
hemotórax sob tensão
• - fechamento de ferida aberta do tórax
• - ventilação artificial
• A reavaliação do ABC deve ser efetuada se o
doente está instável
Ventilação
Pneumotórax Hipertensivo
É o acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão,
comprimindo os pulmões e diminuindo
o retorno venoso para o coração

ž Descompressão imediata
ž Diagnóstico clínico,
ž não radiológico
Ventilação
Pneumotórax Aberto
o pneumotórax com uma abertura pérvia
na parede do tórax;
quando a abertura é grande o bastante,
a mecânica respiratória é prejudicada.

• Fechamento da lesão
• Curativo de três pontas
• Drenagem de tórax
• Cirurgia definitiva
Pneumotórax Aberto
Ventilação
• Tórax Instável

É resultante de fraturas costais, levando à


interrupção das conexões ósseas da região
afetada com o restante da caixa torácica, e
prejudicando a movimentação da parede
torácica.
Contusão pulmonar
Contusão pulmonar

• Contusão pulmonar é uma lesão torácica


comum e potencialmente fatal que resulta de
trauma torácico penetrante ou fechado
significativo.
Ventilação
Tórax Instável / Contusão Pulmonar
• Reexpandir o pulmão
• Oxigênio
• Reposição volêmica cautelosa porque a lesão
pode resultar tanto da hipovolemia (por
hipoperfusão pulmonar) como da hipervolemia
(por edema pulmonar)
• Intubação conforme indicado
• Analgesia
Circulação ( perfusão e outras
hemorragias)
Hemotórax Maciço
• Perda de sangue ≥ 1500 mL
• Ruptura de vaso sistêmico / pulmonar
• Veias do pescoço distendidas / colapsadas
• Choque diminuição do murmúrio vesicular e / ou
macicez à percussão
Circulação

• Pacientes com sinais de hipovolemia (p. ex.,


taquicardia e hipotensão) recebem cristaloide
IV e, às vezes, hemotransfusão (Reanimação
volêmica intravenosa)
• parar a hemorragia externa
• - estabelecer 2 linhas venosas (cânulas
14-16G) se possível
• - administrar fluidos se disponíveis
Circulação
Tamponamento Cardíaco

• É o acúmulo de sangue no pericárdio


com volume e pressão suficientes
para prejudicar o enchimento cardíaco.

• Hipotensão
• Distensão de veias jugulares
• Abafamento de bulhas
cardíacas
• Atividade elétrica sem pulso
Circulação
Tamponamento Cardíaco Tratamento
• Permeabilização de vias aéreas
• Reposição volêmica
• Pericardiocentese é o processo utilizado para a
retirada de líquido acumulado na membrana
que envolve o coração (pericárdio)
• Pericardiotomia Abertura cirúrgica do saco
membranoso pericárdio que rodeia o coração.
Toracotomia de Reanimação
• Presença de cirurgião qualificado na chegada do
doente
• Indicações
• Ferimento penetrante de tórax
• Atividade elétrica sem pulso
• Contra-indicações
• Trauma fechado
• Ausência de pulso e de atividade elétrica
Disfunção neurológica D
• Exame neurológico rápido (o doente está consciente,
responde verbalmente à dor ou está inconsciente).
• Não há tempo para fazer a escala de coma de Glasgow,
então:
• - Acordado ( A )
• - Resposta verbal (V)
• - Resposta à dor (D)
• - Sem resposta (I)
• A
• V
• D
• I
Exposição
• Despir o doente e procurar as lesões. Se há
suspeita de lesão cervical ou da coluna, é
importante fazer a mobilização em
alinhamento.
EXAME SECUNDÁRIO
HISTÓRIA CLÍNICA
• A - ALERGIA
• M - MEDICAMENTOS
• P – PASSADO MÉDICO ‘PRENHEZ’
• L - LÍQUIDO E SÓLIDOS INGERIDOS
• A – AMBIENTE DO TRAUMA
Referências
• ATLS, Suporte Avançado de vida no trauma. Manual do
curso de alunos. Colégio Americano de
• Jones e Bartlett Learning. Prehospital Trauma Life
Support. PHTLS. Atendimento Pré hospitalar. 8ª. Ed.
2017
• Souza RMC. Atuação no trauma:uma abordagem para
a enfermagem. São Paulo: Atheneu; 2009. p. 7-28. 3.
• SILVA, Evandro de Sena. Reanimação no
trauma:manejo e técnica. São Paulo: Martinari, 2012.

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