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Trauma

Torácico

Liga de Cirurgia Torácica


Uninove 2023
Mensagem do Capítulo

A lesão de tórax é comum no


doente com trauma
multissistêmico e pode
apresentar problemas com risco
de vida, se não forem
prontamente identificados
durante a avaliação primária.
Mortalidade do trauma isolado de tórax: 12%

Lesão torácica: 25% das mortes no trauma


Trauma Torácico

• Causa significativa de mortalidade


• Trauma fechado: < 10% precisam de operação
• Ferimentos penetrantes: 15-30% precisam de
operação
• Maioria: Procedimentos simples
• A maior parte das lesões com risco de vida é
identificada na avaliação primária
Objetivos

1. Identificar e iniciar o tratamento das lesões com


risco de vida imediato durante a avaliação primária
– Obstrução de via aérea
– Pneumotórax hipertensivo ou aberto
– Tórax instável e contusão pulmonar
– Hemotórax volumoso
– Tamponamento cardíaco

2. Identificar e iniciar o tratamento das oito lesões


potencialmente fatais durante a avaliação
secundária
3. Descrever o significado e o tratamento de enfisema
de subcutâneo, lesões torácicas por esmagamento
e fraturas de esterno, costelas e clavícula
Trauma Torácico

Quais são as lesões de tórax com risco de


vida imediato?
Trauma Torácico

Quais são as lesões de tórax com risco de


vida imediato?

• Lesão laringotraqueal / Obstrução de via


aérea
• Pneumotórax hipertensivo
• Pneumotórax aberto
• Tórax instável e contusão pulmonar
• Hemotórax volumoso
• Tamponamento cardíaco
Trauma Torácico

Quais são as consequências fisiopatológicas


destas lesões de tórax?
Trauma Torácico

Quais são as consequências fisiopatológicas


destas lesões de tórax?

• Hipóxia
• Hipoventilação Tratar durante a
• Acidose avaliação
• Respiratória primária, logo
• Metabólica que
• Perfusão identificadas
tecidual
inadequada
Avaliação Primária

Identificação de Lesão Torácica


• Taquipneia
• Desconforto respiratório
• Hipóxia
• Desvio da traqueia
• Alteração da ausculta
• Alteração da percussão
• Deformidade da parede
torácica
Lesão Laringotraqueal

Obstrução de via aérea


• Rara
• Rouquidão
• Enfisema de
subcutâneo
• Tratar na avaliação
primária, logo que
possível
• Intubação cuidadosa
• Traqueostomia
Pneumotórax Hipertensivo

• Desconforto respiratório Diagnóstico clínico


• Choque
• Distensão de veias do pescoço
• Murmúrio vesicular ausente
• Timpanismo
• Elevação do hemitórax
• Cianose (sinal tardio)
• Descompressão imediata
• Punção por agulha
• Drenagem de tórax
NÃO fazer radiografia
PNEUMOTÓRAX ABERTO

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

TAQUICARDIA

TRAUMATOPNÉIA

TRATAMENTO

CURATIVO DE TRÊS PONTAS


X

OCLUSÃO DA FERIDA

DRENAGEM PLEURAL


Pneumotórax Aberto

• Ventilação ineficaz
• Curativo sobre o
defeito, fixado em
três lados
• Drenagem de tórax
• Operação definitiva
Tórax Instável e Contusão Pulmonar

TÓRAX FLÁCIDO
TÓRAX INSTÁVEL
AFUNDAMENTO TORÁCICO

fratura de 2 ou mais costelas adjacentes em dois pontos distintos

fratura das junções cartilaginosas ou fratura de esterno

o segmento instável perde a continuidade com o restante da caixa


torácica

movimento paradoxal durante a respiração


disfunção ventilatória e de troca gasosa
Tórax Instável e Contusão Pulmonar

• Intubação, se indicado
• Oxigênio
• Reexpansão pulmonar
• Reposição volêmica
cuidadosa
• Analgesia
Hemotórax Volumoso

• Murmúrio vesicular ausente


e macicez à percussão
• Descompressão torácica
• Veias cervicais murchas
• Choque
• Perda de sangue > 1500 mL
• Restauração da volemia
• Autotransfusão
• Intervenção cirúrgica (?)
HEMOTÓRAX MACIÇO

DÉBITO >= 1500ML SANGUE

Reposiçao de volume
Tamponamento Cardíaco
TRÍADE DE BECK

HIPOTENSÃO ARTERIAL
2O EIC
ESTASE JUGULAR
ABAFAMENTO DE BULHAS

10O EIC

FERIMENTOS DA ZONA DE ZIEDLER


Tamponamento Cardíaco

• Choque
• Distensão das veias
do pescoço
• Abafamento das
bulhas cardíacas
• Atividade elétrica sem
pulso (AESP)
• FAST
• Operação
Tamponamento Cardíaco
Toracotomia de Reanimação

Quando considerar a possibilidade


de fazer toracotomia de reanimação?
• Doentes com ferimentos torácicos
penetrantes que cheguem com AESP
• Presença de cirurgião habilitado
• A toracotomia de reanimação não está
indicada no trauma fechado com AESP
Trauma Torácico

Avaliação Secundária: Lesões


Torácicas Potencialmente Fatais

• Lesão da árvore • Lesão contusa do


traqueobrônquica coração
• Pneumotórax • Ruptura traumática
simples de aorta
• Contusão • Ruptura de esôfago
pulmonar por trauma fechado
• Hemotórax • Lesão traumática
de diafragma
Trauma Torácico

Que exames complementares são usados


durante a avaliação secundária, para poder
fazer uma avaliação completa de possíveis
lesões torácicas com risco de vida?
Trauma Torácico

Que exames complementares são usados


durante a avaliação secundária, para poder
fazer uma avaliação completa de possíveis
lesões torácicas com risco de vida?

• Radiografia de tórax
• FAST
• Gasometria arterial
• ECG
• Oximetria de pulso
Pneumotórax Simples

• Trauma fechado ou
ferimento penetrante
• Alteração da
ventilação / perfusão
• Timpanismo
• Diminuição do
murmúrio vesicular
• Drenagem de tórax
Pulmão
Lesão da Árvore Traqueobrônquica

• Frequentemente não diagnosticada


• Ferimento penetrante ou trauma fechado
• Pneumotórax ou borbulhamento
persistente
• Broncoscopia
• Tratamento
• Via aérea e ventilação
• Drenagem de tórax
• Operação
Contusão Pulmonar

• Frequente
• Oxigenar e ventilar
• Intubar ou não,
conforme indicação
• Alterações
radiográficas tardias
• Administração
cuidadosa de volume
Hemotórax

• Lesão da parede
torácica
• Laceração de
parênquima
pulmonar / vaso
• Drenagem de tórax
Lesão Contusa do Coração
• Espectro de lesões
• Alterações eletrocardiográficas / monitorar
• Ecocardiograma, se houver repercussão
hemodinâmica
• Tratar
• Arritmias
• Perfusão
• Complicações

* Atenção : ARRITMIAS (72 HS)


Ruptura Traumática de Aorta

v Acidentesenvolvendo altas velocidades


v Quedas de grandes alturas

Mecanismo de desaceleração súbita

v 90% das vítimas morrem no local do acidente


v 10% chegam vivas ao hospital
v 50% morrem nas primeiras 2h após a admissão
Ruptura Traumática de Aorta

• Aceleração /
desaceleração rápida
• Sinais radiológicos
• Alto índice de
suspeita
• Consultar o cirurgião
Rotura Traumática de Aorta

Diagnóstico por Tomografia Helicoidal


ou Aortografia
AORTA

ESTÁVEIS

30% Chegam ao hospital


Lesão Diafragmática

• Mais frequente à
esquerda
• Trauma fechado:
Lacerações extensas
• Ferimentos penetrantes:
Perfurações pequenas
• Radiografia
frequentemente mal
interpretada
• Operação
FERIMENTOS DA TRANSIÇÃO TÓRACO-ABDOMINAL
Fraturas e Lesões Associadas

Fraturas de Esterno, Escápula e Costelas


Costelas 1-3
• Força intensa, alto risco de
mortalidade, pelas lesões
associadas
É fundamental
Costelas 4-9 controlar a
• Contusão pulmonar e dor!
pneumotórax

Costelas 10-12
• Suspeitar de lesão intra-abdominal
Asfixia Traumática

• Sinais
• Petéquias
• Edema
• Pletora
• Edema cerebral
• Tratamento
• Controle da via aérea
• Oxigênio
Lesão de Esôfago

• Rara e difícil de diagnosticar


• Mecanismo: pancada forte no epigástrio
• Dor não explicada
• Choque não explicado
• Gás no mediastino nas radiografias
• Sinais e sintomas
• Gás no mediastino
• Choque não explicado
• Hemotórax / derrame pleural esquerdo não explicado
• Investigação diagnóstica
• Estudo contrastado
• Endoscopia
Enfisema de Subcutâneo

• Lesão de via aérea


• Pneumotórax
• Lesão por explosão
Armadilhas

Armadilhas

• Pneumotórax simples pode tornar-se


hipertensivo
• Hemotórax retido
• Lesão de diafragma
• Controle inadequado da dor
• Extremos de idade
• Reanimação volêmica excessiva
• Dreno de tórax mal posicionado
CONSIDERAÇÕES FINAIS

● As lesões torácicas são frequentes


● Os ABCDEs são usados para identificar as
lesões com risco de vida imediato e as lesões
potencialmente fatais
● A estabilização inicial é feita com procedimentos
simples, como intubação traqueal e drenagem
de tórax
● O objetivo do tratamento dos doentes com lesão
torácica é restabelecer a normalidade das trocas
gasosas e a normalidade hemodinâmica

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