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TRAUMA TORÁCICO

Dr. Danyllo Carvalho


DR. DANYLLO CARVALHO

Introdução
• 25% das mortes no POLITRAUMA são decorrentes de lesões
na região torácica;
• A toracotomia é necessária em menos de 10% dos
traumatismos contusos e em cerca de 15-30% dos
traumatismos penetrantes torácicos;
• O trauma torácico pode evoluir com:

HIPÓXIA HIPERCARBIA ACIDOSE


DR. DANYLLO CARVALHO

Introdução
Mecanismos de lesão no trauma torácico fechado:
CONTUSÃO TORÁCICA DIRETA Fratura de arcos costais
DESACELERAÇÃO Ruptura de aorta, contusão
pulmonar ou cardíaca
ESMAGAMENTO Ruptura cardíaca e/ou
diafragmática
DR. DANYLLO CARVALHO

Definições
TORACOTOMIA Abertura do tórax
TORACOSTOMIA Confecção de orifício que
comunique a cavidade torácica
e o meio externo
TORACOCENTESE Drenagem de conteúdo
intratorácico
ROTEIRO
TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR
PNEUMOTÓRAX: HIPERTENSIVO, ABERTO E SIMPLES
HEMOTÓRAX
CONTUSÃO MIOCÁRDICA E TAMPONAMENTO CARDÍACO
LESÃO AÓRTICA
Tórax instável
DR. DANYLLO CARVALHO

DEFINIÇÃO Fratura de dois ou mais arcos costais consecutivos em, pelo menos,
dois pontos em cada arco

CLÍNICA Dor torácica


• Dor tipo pleurítica
• Principal sintoma relacionado ao tórax instável

Respiração paradoxal
Tórax instável
DR. DANYLLO CARVALHO

CONDUTA Monitorização multiparamétrica

Oxigenoterapia suplementar

Acesso venoso periférico

Analgesia vigorosa
• Sedativos intravenosos
• Bloqueio intermitente do nervo intercostal
• Analgesia percutânea intrapleural, extrapleural ou peridural
• Analgesia sistêmica
o Atenção ao desenvolvimento de depressão respiratória
Tórax instável
Contusão Pulmonar
DR. DANYLLO CARVALHO

Associação Contusão pulmonar


Contusão Pulmonar
DR. DANYLLO CARVALHO

Pode estar relacionado ao tórax instável, mas, a depender do mecanismo de trauma, pode
se desenvolver sem que este esteja presente.

CLÍNICA Mecanismo de trauma + radiografia com consolidações pulmonares


• 24 – 48 horas após o trauma
• Tempo de surgimento x gravidade
CONDUTA • Suporte clínico: analgesia +
oxigenoterapia suplementar
• Seguimento:
• Oximetria de pulso
• Gasometria arterial
• Considerar IOT se:
• Sat. <90% ou PaO2 <60
mmHg
ROTEIRO
TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR
PNEUMOTÓRAX: HIPERTENSIVO, ABERTO E SIMPLES
HEMOTÓRAX
CONTUSÃO MIOCÁRDICA E TAMPONAMENTO CARDÍACO
LESÃO AÓRTICA
Pneumotórax Hipertensivo
DR. DANYLLO CARVALHO

Acúmulo de ar no espaço pleural que causa comprometimento respiratório e circulatório


com alto risco de óbito

CLÍNICA • Murmúrio vesicular reduzido ou abolido


• Hipertimpanismo a percussão torácica ipsilateral
• Desvio traqueal contralateral
• Turgência jugular patológica
• Hipotensão
DIAGNÓSTICO Clínico! ATLS 10: considerar emprego do FAST como medida auxiliar

CONDUTA
Pneumotórax Hipertensivo
DR. DANYLLO CARVALHO

CONDUTA IMEDIATA
Toracocentese de alívio
o 4º - 5º EIC, anterior à LAM
TORACOCENTESE COM AGULHA
PASSO 1 Avaliar o tórax e o estado respiratório do paciente

PASSO 2 Administrar oxigênio de alto fluxo e ventilar se necessário

PASSO 3 Preparar cirurgicamente o local escolhido para a punção

PASSO 4 Anestesiar o local se o tempo e a fisiologia permitirem

PASSO 5 Introduzir a agulha acoplada a seringa no espaço intercostal, próximo a borda superior da costela,
em aspiração contínua durante a introdução
PASSO 6 Realizar a perfuração da pleura

PASSO 7 Retirar a seringa e ouvir a fuga de ar

PASSO 8 Estabilizar o cateter e preparar-se para a inserção do dreno de tórax


Pneumotórax Hipertensivo
DR. DANYLLO CARVALHO

CONDUTA IMEDIATA
Quando retirar? Toracocentese de alívio Crianças (< 6 anos):
• Fuga aérea
o 4º - 5º EIC, anterior à LAM considerar 2º EIC, LHC
ausente DEFINITIVA
• Observação do Toracostomia com drenagem em selo d’água
padrão respiratório o 28 – 32 Fr
e expansibilidade
o 5º EIC, anterior a LAM, na borda superior da costela
• Débito do dreno <
100 mL / 24 horas Ausência de melhora o Afastar erros de técnica
após drenagem o Considerar lesão de grande via aérea
• Aspecto seroso do
líquido
(Lesão de grandes vias aéreas)
DR. DANYLLO CARVALHO

DIAGNÓSTICO Broncoscopia
CONDUTA Imediata
o Se IOT:
o Realizar tentativa de seletivação para brônquio fonte
contralateral (“isolar o pulmão lesionado”)
o Realizar passagem de 2º dreno ipsilateral
Definitiva
o Toracotomia de urgência com correção da lesão
Pneumotórax Aberto
DR. DANYLLO CARVALHO

DEFINIÇÃO Lesão traumática que leva ao contato direto entre a cavidade pleural
e o meio externo
CONDUTA Imediata
o Curativo em três pontas

Definitiva
o Toracostomia com drenagem em selo d’água
TORACOSTOMIA COM DRENAGEM EM SELO D’ÁGUA
PASSO 1 Checklist do material:
- Campos estéreis
- Kit de drenagem torácica
- Dreno torácico de 28-32 Fr
- Coletor em selo d’água
PASSO 2 Posicionar o braço ipsilateral extendido acima da cabeça e com o cotovelo fletido (exceto se
lesões)
PASSO 3 Ampliar e cobrir a parede torácica lateral, incluindo o mamilo, no campo operatório

PASSO 4 Localizar o 4º ou 5º EIC, anterior a LAM (nível do mamilo ou sulco infra-mamário)

PASSO 5 Realizar anestesia local e medir o dreno (ponta do dreno na clavícula, com curva suave em direção
ao local de incisão).
PASSO 6 Realizar incisão de 2-3 cm na borda superior da costela inferior, seguido da dissecção dos tecidos
subcutâneos após as costelas
PASSO 7 Penetrar a pleura parietal com a pinça hemostática, seguido de alargamento da pleura com
movimentos de dissecção. Após, realize a exploração digital da ferida (toracostomia digital).
TORACOSTOMIA COM DRENAGEM EM SELO D’ÁGUA
PASSO 8 Posicionar uma pinça hemostática na extremidade distal do dreno, de modo a utilizá-la como guia
para o posicionamento. Inserir o dreno utilizando uma pinça na extremidade proximal e outra na
distal, guiando-o para região póstero-superior.
PASSO 9 Observar o fluxo de ar e a drenagem de sangue

PASSO 10 Retirar a pinça e conectar o dreno ao coletor

PASSO 11 Fixar o dreno à pele com fio inabsorvível, seguido de colocação de curativo estéril e fita adesiva
larga.
PASSO 12 Realizar uma radiografia de tórax

PASSO 13 Reavaliar o doente


(Pneumotórax Simples)
DR. DANYLLO CARVALHO

DEFINIÇÃO Acúmulo de ar no espaço pleural que não ocasiona repercussões


ventilatórias ou hemodinâmicas
CAUSAS Principal: VMI
Outras:
• Trauma torácico
• Acidente de punção
• Toracocentese mal indicada
CONDUTA Suporte clínico + observação

Drenar se: o Necessidade de transporte aéreo


o Necessidade de VMI
ROTEIRO
TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR
PNEUMOTÓRAX: HIPERTENSIVO, ABERTO E SIMPLES
HEMOTÓRAX
CONTUSÃO MIOCÁRDICA E TAMPONAMENTO CARDÍACO
LESÃO AÓRTICA
Hemotórax
DR. DANYLLO CARVALHO

DEFINIÇÃO Sangramento decorrente de lesão nos vasos intercostais ou


intraparenquimatosos
CLÍNICA o Redução do MV
o Macicez à percussão ipsilateral
o Colapso jugular
CONDUTA o Toracostomia com drenagem em selo d’água

Hemotórax Maciço
DEFINIÇÃO - Drenagem imediata > ou = 1500 mL de sangue na toracostomia
- Drenagem de 200 a 300 mL / 2 a 4 horas
CONDUTA o Toracotomia de urgência
ROTEIRO
TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR
PNEUMOTÓRAX: HIPERTENSIVO, ABERTO E SIMPLES
HEMOTÓRAX
CONTUSÃO MIOCÁRDICA E TAMPONAMENTO CARDÍACO
LESÃO AÓRTICA
Contusão Miocárdica
DR. DANYLLO CARVALHO

CLÍNICA Depende da gravidade


o Arritmias: extrassístoles, fibrilação atrial, bloqueio de ramo direito,
etc
o IVD

DIAGNÓSTICO Inicial: clínico + ecocardiograma / Definitivo: anatomopatológico

CONDUTA Monitorização por 24 horas


- Considerar dobutamina se IVD
Tamponamento Cardíaco
DR. DANYLLO CARVALHO

DEFINIÇÃO Presença de líquido no espaço pericárdico, levando a


comprometimento hemodinâmico
100 – 120 ml
CLÍNICA Tríade de Beck
o Hipotensão
o Turgência Jugular Patológica (TJP)
o Hipofonese de bulhas cardíacas
o Pulso paradoxal de Kussmaul
o Sinal de Kussmaul
DIAGNÓSTICO Clínica + FAST

CONDUTA Imediata: Pericardiocentese (15 – 20 ml de líquido)


Definitiva: Toracotomia + reparo da lesão
ROTEIRO
TÓRAX INSTÁVEL E CONTUSÃO PULMONAR
PNEUMOTÓRAX: HIPERTENSIVO, ABERTO E SIMPLES
HEMOTÓRAX
CONTUSÃO MIOCÁRDICA E TAMPONAMENTO CARDÍACO
LESÃO AÓRTICA
Lesão Aórtica
DR. DANYLLO CARVALHO

DEFINIÇÃO Ruptura total ou parcial no trajeto da aorta


Normalmente, faz parte do primeiro pico trimodal
Dos que sobrevivem: comumente lesão a nível do ligamento
arterioso, que é tamponado
CLÍNICA Clínica pobre
o Diferença de pulso entre os membros superiores e inferiores
COMPLEMENTARES Suspeita clínica
o Solicitar Radiografia de Tórax (1º exame)
 Alargamento do mediastino (> 8 cm)
 Perda de contorno aórtico
 Desvio esofágico / traqueal:
 TOT / SNE – evidenciam o desvio
Lesão Aórtica
DR. DANYLLO CARVALHO

DIAGNÓSTICO Angiotomografia de tórax com contraste


Padrão-ouro: aortografia
CONDUTA 1º: Tratar as outras lesões!
Controlar a FC e a PA
Toracotomia / Reparo endovascular
OBRIGADO!

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