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Ventilação Mecânica

Ventilação não invasiva


Ventilação Invasiva
Entubação endotraqueal
Traqueostomia
Criocotireoidostomia
Definições

A Insuficiência respiratória aguda (IRpA) é uma causa frequente de internação


hospitalar, aumento dos dias de internação e mortalidade nas unidades de
terapia intensiva, principalmente por causa da necessidade de ventilação
mecânica, pode ser por uma condição patológica primária ou secundária.

A IRpA, é definida como a incapacidade dos pulmões de exercerem suas funções


básicas de ventilação e oxigenação em prejuízo das trocas gasosas, que leva à
hipoxemia e hipercapnia.
Classificação da IRpA

IRpA tipo I ou hipoxêmica


- (redução da PaO2 – pressão parcial de oxigênio)
Patologias relacionadas – Edema Agudo Pulmonar, Síndrome do desconforto
respiratório agudo, pneumonia grave, atelectasia e insuficiência cardíaca).

IRpA tipo II ou hipercapnia /ventilatória


- (aumento da PaCO2 – pressão parcial de gás carbônico)
Patologias relacionadas – DPOC, asma grave, obstrução de vias aéreas, doenças
neuromusculares, intoxicação barbitúrica.
Sinais e sintomas:

Taquidispneia, uso de musculatura acessória, respiração paradoxal e dificuldade


para falar.
Cateter nasal de alto fluxo – CNAF:

É um dispositivo de suporte de O2
umidificado e aquecido que oferece
até 60 lts/min.

Indicações:
 IRpA hipoxemica e
hipercápnica.
CNAF
Máscara de Venturi até 12 lts/min - alto fluxo
Ventilação mecânica não-invasiva:
É um suporte ventilatório com pressão positiva que dispensa qualquer tipo de
prótese traqueal. A interface é entre o ventilador e o paciente através do uso de
uma máscara. A pressão positiva é gerada por ventiladores mecânicos ou
geradores de alto fluxo.

Objetivo – Aumentar a ventilação alveolar e diminuir o trabalho respiratório.

Modalidades de VNI: (Bipap e CPAP)


CPAP x BIPAP

tTemTem duas
pressões –
inspiratória e
Tem um expiratória.
fluxo
contante
CPAP – Contínuos positive airway pressure

O CPAP (pressão positiva contínua na


via aérea) é um equipamento de
suporte ventilatório não invasivo,
oferece uma pressão positiva acima
do ar atmosférico por meio de
mascaras naso ou orofaciais . Possui
mecanismo de produção de um fluxo
constante de ar para as vias aéreas.
BiPAP – bilevel positive airway pressure

O bipap têm duas configurações


de pressão – pressão positiva de
inspiração nas vias aéreas e
pressão positiva de expiração nas
vias aéreas que permitem níveis
de pressão mais baixos durante a
expiração.
Intubação Endotraqueal

É o procedimento no qual o médico


introduz um tubo na traqueia,
através da boca ou do nariz.
Orotraqueal - TOT ou TET.
Nasotraqueal - TNT.
Quando é indicado?
- Situações de urgência como edema de glote;
- Anestesia geral;
- PCR;
- Insuficiência Respiratória Grave;
- Obstrução de vias aéreas;
- Presença de secreções abundantes pulmonar;
- RNC;
- Trauma facial ou oral;
- Anóxia;
- Pacientes com necessidade de VM por inabilidade dos pulmões em
manter uma adequada oxigenação sanguínea.
Complicações:
- Barotrauma;
- Pneumonia – PAV (pneumonia associada a ventilação mecânica);
- Atelectasia;
- Alterações hemodinâmicas;
- Intubação esofágica e seletiva;
- Indução de vômitos com risco de aspiração;
- Luxação da mandíbula;
- Laceração de partes moles das vias aéreas;
- Traumas das vias aéreas;
- Quebra de dentes, trauma de arcada dentária e cordas vocais;
- Ruptura ou vazamento do balonete do tubo;
- Lesão da coluna cervical
Atenção
- Utilizar oximetria de pulso durante a intubação endotraqueal para detecção precoce de
hipoxemia;
- Antes da intubação, utilizar O2 a 100%, por 3 a 5 minutos, através de uma máscara com
bolsa reservatória (Ambu);
- O procedimento de intubação endotraqueal não deve ultrapassar 30 segundos;
- Aplicar pressão na cartilagem cricóide. Este procedimento é realizado aplicando uma forte;
pressão ao redor da cartilagem cricóide, afastando as cordas vocais para baixo, e facilitando
sua visualização;
- Escolha o tamanho da cânula, que reflete o diâmetro interno da mesma;
- Cânulas com extensão de 2 mm são indicados para neonatos e de 9 mm para adultos
grandes;
- O tamanho correto depende do peso do paciente;
- A intubação pode ser por via oral ou nasal, a escolha da via depende das condições clinicas
do paciente;
- Paciente com suspeita de lesão em coluna cervical devem ser mantidos com a cabeça reta
durante a intubação traqueal.
- O tubo endotraqueal pode também permitir a administração de medicações de emergência.
Ex. (lidocaína, epinefrina a atropina)
Assistência de Enfermagem na ventilação artificial
- Manter o decúbito elevado (30 a 45°);
- Realizar aspiração de secreção endotraqueal subglótica quando necessário, respeitando
a ordem: tubo→ nariz → boca);
- Trocar a fixação da cânula diariamente e quando sujidade aparente;
- Verificar a pressão do balonete (cuff), mantendo entre 20 e 30 cmH2O para evitar
isquemia de mucosa traqueal, em crianças é avaliado de acordo com o peso e idade.
- Higiene oral e da língua a cada 8 horas com clorexidina 0,12%
- Observação e registro da altura da cânula endotraqueal na rima labial;
- Cuidados e proteção cutâneo-mucosas pelo risco aumentado de lesões por dispositivos.
-Observar e registrar SatO2;
- Atentar ao uso de bloqueadores neuromusculares conforme P.M.;
- Evitar extubação não programada (acidental) e reintubação.
- Cuidados com o circuito do ventilador (posicionamento adequado com suporte do circuito;
uso de filtros de barreira, troca conforme protocolo);
- Trocar o frasco coletor de secreção conforme necessidade;
- Usar EPIs.
Vídeo da técnica de entubação

https://www.youtube.com/watch?v=_nBH8ReVrvE
CCânula
seletiva, voltada
para o lado
direito.
Cânula ou tubo endotraqueal Cânula Aramada
OBS:

Tubo de aspiração Supra Cuff, opção adicional quando o paciente é hipersecretivo.


fixações
Tamanho adequado do Tubo Endotraqueal:

- Homens:
Cânulas 9, 10 e 11

- Mulheres:
Cânulas 9 e 10

- Tamanhos Neo / Pediátricos


2.0, 2.5.,3.0, 3.5, 4.0, 4.5, 5.0, 5.5, 6.0, 6.5.

- Tamanhos adultos
7.0, 7.5, 8.0, 8.5, 9.0, 9.5
https://
www.youtube.com/
watch?v=zyCat1cS64U
Filtro de barreira
Ventilador Mecânico

Extensões do Fixação da
ventilador cânula

Tubo
endotraqueal

Tssistema fechado de
aspiração – Trach
Care
Suporte da extensão
do ventilador
Vídeo demonstrativo do uso de Trach Care
https://www.youtube.com/watch?v=IA4zTj6oZdI
CUFÔMETRO INSUFLADOR E MEDIDOR DE CUFF
Traqueostomia
A traqueostomia (TQT) é um procedimento
cirúrgico comum em unidades de terapia intensiva.
Este procedimento não apenas fornece vias aéreas
estáveis e facilita o desmame pulmonar do
respirador, mas também diminui a lesão laríngea
decorrente da intubação endotraqueal e melhora o
conforto do paciente.
É realizada no tratamento de insuficiência
respiratória, sendo que na maioria das vezes é
indicada para pacientes com obstrução de vias
aéreas superiores, trauma traqueal, manuseio de
portadores de desmame ventilatório difícil e para
facilitar a higiene das vias aéreas através da
liberação de secreções traqueobrônquicas
excessivas.
Cânula Portex Cânula Metálica
Complicações da traqueostomia
Obstrução;
decanulação acidental;
Sangramento;
enfisema subcutâneo;
Pneumotórax;
Pneumomediastino;
Granuloma;
Traqueomalácia;
Infecção;
colapso supra esternal;
fístula e estenose.
Decanulação da traqueostomia

O período de decanulação da TQT ocorre quando o paciente passa da situação de


dependência da TQT para uma situação de independência, uma vez que as vias
aéreas superiores apresentam condições respiratórias adequadas, com pouco ou
nenhum suporte necessário.
Assistência de enfermagem
- Manter o decúbito elevado (30 a 45°);
- Realizar aspiração de secreção endotraqueal subglótica quando necessário,
respeitando a ordem: traqueostomia→ nariz → boca);
- Trocar a fixação da cânula de traqueostomia diariamente e quando sujidade aparente;
- Fazer curativo com técnica asséptica peri estomal e manter com gazes;
- Fazer higiene oral e da língua a cada 8 horas com clorexidina 0,12%
- Cuidados e proteção cutâneo-mucosas pelo risco aumentado de lesões por
dispositivos.
- Observar e registrar SatO2;
- Atentar ao uso de bloqueadores neuromusculares conforme P.M.;
- Evitar decanulação acidental.
- Cuidados com o circuito do ventilador (posicionamento adequado com suporte
do circuito; uso de filtros de barreira seguir a troca conforme protocolo);
- Trocar o frasco coletor de secreção conforme necessidade;
- Usar EPIs.
Mascara Laríngea

A Máscara Laríngea (ML) é um dispositivo desenvolvido para o manuseio supra glótico das
vias aéreas, podendo ser considerado como funcionalmente intermediário entre a máscara
facial e o tubo traqueal, dispensando o uso de laringoscópio, ou instrumentos especiais para
sua inserção.
RESOLUÇÃO COFEN Nº 557/2017
RESOLUÇÃO COFEN Nº 639/2020
Cricotireoidostomia

Consiste na abertura da membra cricotireoidiana, permitindo a comunicação com


o meio externo.

É um procedimento de emergência com o intuito de obter uma garantia de


respiração temporária quando a intubação orotraqueal não for efetiva.
Ventilação mecânica invasiva – Visa redução do trabalho respiratório, fornece uma pressão
positiva ao sistema respiratório para expansão pulmonar, aumenta a oxigenação (PaO2) e
diminuição do acúmulo de dióxido de carbono (PaCO2) nos pulmões e circulação. É um
método de suporte ventilatório para tratamento de pacientes com insuficiência respiratória
aguda ou crônica agudizada.
Parâmetros controlados no ventilador mecânico:

- VC – Volume corrente
Cerca de 6 ml/kg a 10 ml/kg de peso ideal.
- FR – Frequência respiratória
Cerca de 10 a 12 respirações por minuto.
- Relação I: E:
Cerca de 1:2, 1:3 e 1:4.
- FiO2 – Fração inspirada de O2
Geralmente acima do ar atmosférico para manter uma SatO2 acima de 90%.
- PEEP – Pressão positiva expiratória final
Cerca de 5 a 6 cmH20
Modalidades de ventilação

- CMV – Ventilação controlada


- AMV – Ventilação assistida
- A/C – Ventilação assistida-controlada
- SIMV – Ventilação mandatória intermitente
- PSV – Ventilação de pressão de suporte
- CPAP – Pressão continua nas vias aéreas
Desmame da ventilação mecânica

É a retirada gradual do suporte ventilatório até a retomada da ventilação espontânea. Consiste


em remover a via aérea artificial desde que o paciente esteja apto a respirar de forma
independente.
Modelo de Registro de enfermagem do procedimento de entubação

09H00 – Cliente evoluiu com desconforto respiratório SatO2 82%, dispneico, avaliado pelo Dr.
Fabio optado por intubação. Realizado intubação orotraqueal com cânula 9.0 sem
intercorrências, fixado na rima labial sob nº 24 sem lesão aparente, cuff insuflado a 30 cmH20
em V.M., modo PC, Peep 6, FiO2 30%. Utilizado 2 ml de Propofol, 3 de Fentanil conforme P.M..
Mantém contenção mecânica em MMSS para autoproteção.

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