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OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA EM CADELA

COM PIOMETRA– RELATO DE CASO

Autores: Brenda Monique Bitencourt Ribeiro¹, Nathalia Gomes Simões Lima², Mariana de Oliveira Resende³ Matheus Felipe
Fonseca Gonçalves
1 - Acadêmica de Medicina Veterinária da UNA (e-mail: bitencourt_b@hotmail.com ); 2 – Acadêmica de Medicina Veterinária da UNA
3- Médica Veterinária responsável; 4- Professor de Medicina Veterinária da UNA Contagem

INTRODUÇÃO No ultrassom foi confirmado a suspeita devido a distensão


uterina com conteúdo intraluminal anecogênico (Fig.A).
A piometra é uma das doenças mais comuns relacionadas A paciente foi encaminhada para intervenção cirúrgica de
ao sistema reprodutor de uma fêmea, sendo resultado de ovariosalpingohisterectomia invertida facilitando o acesso
um processo inflamatório do útero causado pelo acúmulo cirúrgico.
de secreção purulenta de origem endócrino-hormonal, O procedimento foi realizado pela linha medial ventral (
que associada às infecções de origem bacteriana, formam Fig C) e houve a retirada total do útero da paciente (Fig
um complexo patológico que pode evoluir para quadros B). No pós-cirurgico a paciente se manteve estável, foi
graves. Essa patologia acomete cadelas não castradas, a administrado analgésicos e anti-inflamatórios.A
partir dos 5 anos de idade aumentando o risco de acordo recuperação mesma recebeu alta com recomendações de
com os níveis de estrógeno e progesterona no organismo cuidados com a cicatrização da incisão cirúrgica, manter a
do animal. Existem tipos diferentes de piometra dentre administração dos medicamentos e realização de retirada
eles a aberta cuja cérvix permite a passagem de dos pontos após 10 dias.
corrimento vaginal e os cornos uterinos se mostram
dilatados e a fechada onde há uma distensão no útero e o
endométrio se atrofia. O principal tratamento escolhido
neste caso foi a ovariosalpingohisterectomia(OSH)
invertida considerada uma técnica mais segura quando A B C
comparada à tradicional, por facilitar a exposição e
manipulação ovariana, reduzir a manipulação visceral, o
Figura A: Corno uterino com conteúdo intraluminal anecogênico; Figura B: Útero retirado de cadela
tempo cirúrgico menor além de reduzir o estímulo com piometra Figura C: Incisão cirúrgica em linha media ventral pós-cirurgico

doloroso. Resultando em uma recuperação rápida e um


bom prognóstico. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista que a piometra é uma patologia comum
RELATO DE CASO entre cadelas não castradas, assim que identificado os
sintomas, deve-se levar o animal ao médico veterinário e o
No dia 08/04/22 foi atendido na clínica Terra dos bichos,
tratamento deve ser imediato. De modo geral, o
uma cadela, SRD, pesando 3,700kg, aproximadamente 6
prognóstico é favorável para cadelas onde é realizado a
anos de idade. Durante a anamnese o tutor informou que a
OSH. No caso descrito, a paciente recuperou-se sem
cadela se encontrava prostada a uma semana, sem se
intercorrências e apresentou cicatrização em primeira
alimentar e beber água a dois dias, sem urinar e defecar,
intenção, evidenciando o sucesso na escolha do
apresentando uma secreção esbranquiçada na vulva e
tratamento.
quadros de êmese, resaltou também que a cadela não era
castrada. No exame clínico a paciente estava com REFERÊNCIAS
desidratação moderada, TR 36.6ºC, apresentando aumento
de volume abdominal com dor/sensibilidade durante BOJRAB, M. J. Técnicas atuais em cirurgia de pequenos animais. 3ªed. São Paulo: Roca,
2005. p. 375- 380
palpação, seguidos de tremores musculares discretos. Em CARLTON, W. W.; MC GALVIN, M. D. Patologia Veterinária Especialde THOMSON.
vista da anamnese e exame físico realizado , suspeitou-se 2ª ed, Porto Alegre: Artmed. 1998. p 550.
CHEN, R.F.F.; ADDEO, P.M.D; SASAKI,A.Y. Piometra Aberta em umaCadela de 10
de piometra de cérvix aberta e foi solicitado exames de meses. Revista Acadêmica, Curitiba v.5 n.3,p.317-322,jul/set 2007
hemograma, bioquímico e ultrassom abdominal(fig.A) FERRARI, L. D.; Piometra em Cadelas. São Paulo, 2008. FMVZ- USP
FIGURA A: arquivo pessoal
Nos exames de sangue ás principais alterações foram FIGURA B: arquivo pessoal
FIGURA C: DreamStime
leucocitose intensa e aumento de enzimas hepáticas.

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