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Universidade Federal do

Tocantins

Campus Palmas

Curso de Medicina

Luis Henrique de Albuquerque Martins

Portfólio Apendicite

Palmas

2019
Luis Henrique de Albuquerque

Portfólio Apendicite

Portfólio abordando o tema Apendicite


apresentado para o Curso de Medicina,
na Disciplina ​Saúde do Adulto I, ​ao
Professor Doutor Pedro Gonzalez Cuellar,
como requisito básico para obtenção
parcial de nota.

Palmas

2018
Sumário

Apresentação do caso 1
Identificação 1
Queixa Principal 1
História da Doença Atual 1
Interrogatório Sintomatológico 1
Antecedentes Pessoais Patológicos 1
Antecedentes Familiares Patológicos 1
Hábitos de Vida 1
Exame Físico 1
Exame Físico geral 1
Exame Pulmonar 2
Exame Cardíaco 2
Exame Abdominal 2
Fundamentação Teórica 6
Anatomia 6
Fisiopatologia 6
Patologia Abordada 7
Discussão do caso 9
Discussão do artigo 9
Referências 12
1. APRESENTAÇÃO DO CASO

1.1 Identificação

M.M.A, Masculino, 17 anos, Solteiro, Pardo, Estudante, Natural e Procedente


de Novo Acordo - TO.

1.2 Queixa Principal

“Dor de Urina” há 1 semana.

1.3 História da Doença Atual

Paciente admitido no HGP no dia 21/08/19 queixando-se de dor intensa na


fossa ilíaca direita, com dor à palpação e blumberg positivo, associado a
disúria e dor ao urinar. Foi submetido a procedimento cirúrgico de
apendicectomia. Encontra-se com dreno de penrose.

1.4 Interrogatório Sintomatológico

Nega febre, vômito, diarréias. Nega flatos e evacuações.

1.5 Exame Físico

1.5.1 Exame Físico Geral


Paciente em bom estado geral, lúcido e orientado em tempo e espaço,
hidratado, afebril, anictérico, acianótico, normocorado, eupnéico em
ar ambiente.
1.5.2 Exame Físico Cardíaco
FC: 68 b.p.m
PA: 110/70 mmHg
Ausculta revela bulhas normofonéticas rítmicas em dois tempos sem a
presença de sopros.

1.5.3 Exame Físico Respiratório


FR: 18 i.r.p
Ausculta revela murmúrio vesicular presente bilateralmente sem a presença
de ruídos adventícios.
1.5.4 Exame Físico Abdominal
Na inspeção encontra-se abdome flácido e plano. Ausculta observa-se
ruídos hidroaéreos presentes. Abdome levemente distendido,
presença de dreno de penrose.

Imagem 1 – Ficha de admissão

Imagem 2 – Ficha pré-operatória e transoperatória


Imagem 3 – Resumo do Ato cirúrgico
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Anatomia

O apêndice é está localizado no fundo do ceco, possui cerca de 6-10 cm de


comprimento e tem origem na sua face posteromedial, inferiormente à
junção ileocecal.

Sua posição é variável, mas na grande maioria dos casos se encontra


retrocecal, na região da fossa ilíaca direita. A irrigação é feita pela artéria
apendicular, ramo da artéria ileocólica. A drenagem se faz através da
veia ileocólica que tributa na veia mesentérica superior. A inervação
provém de nervos simpáticos e parassimpáticos do plexo mesentérico
superior.
2.2 Fisiopatologia

A apendicite na maioria dos casos, ocorre devido a obstrução do lúmen,


normalmente por fecalitos ou então por ulcerações do orifício do
apêndice, hiperplasia linfóide, tumor, infecções parasitárias e outros. A
obstrução impede a saída do muco produzido pelo apêndice, e devido a
produção contínua ele se distende e acarreta isquemia da mucosa. O
processo leva a invasão de bactérias, infecção e inflamação e caso
persista pode transcorrer em perfuração e formação de abscesso.

2.3 Patologia abordada – Apendicite

O quadro clínico clássico da apendicite se caracteriza por dor abdominal difusa,


periumbilical ou no epigástrio que após 24h irradia e se localiza na fossa ilíaca
direita, porém, está presente em apenas 50% dos casos, principalmente ao fato
de que a variação anatômica da posição do apêndice é grande. Caso a
localização do apêndice for pélvica (20%) o paciente irá cursar com disúria, dor
pélvica e diarréia, em casos do apêndice pós ou pré ileal, assim como em
crianças e idosos, o quadro clínico será mais inespecífico de de difícil
diagnóstico. A Anorexia é um sintoma comum, e febre e taquicardia são
indicativos de mau prognóstico, indicando perfuração. Quanto ao exame físico
temos sinais clássicos como Blumberg positivo na fossa ilíaca direita, dor a
palpação, sinal de Rovsing positivo, Sinal do psoas para apendicite retrocecal e
sinal do obturador para apendicite pélvica.Os exames laboratoriais são de
pouca importância, se destacando o exame de Beta HCG para mulheres, a fim
de excluir o diagnóstico de gravidez tubária. Os exames de imagem podem ser
de grande ajuda em casos de pacientes com sintomas atípicos ou limitações
para se fazer o exame clínico ou físico, dentre eles o padrão ouro é a
tomografia computadorizada, porém o ultrassom, pela segurança,
acessibilidade e acurácia, é o mais escolhido.

É indicada uma terapia profilática de antibióticos 60 minutos antes da cirurgia,


de amplo espectro, por 24h em casos não perfurados e até 7 dias em casos
perfurados. Podem ser utilizadas as vias convencionais e laparoscópicas, cada
uma possuindo suas vantagens e desvantagens, no final, a via depende das
preferências do cirurgião, paciente e de fatores específicos de cada caso.

3. Discussão do Caso
O paciente em questão já havia realizado a apendicectomia por via de acesso
aberta e uma incisão mediana infra supra umbilical. Baseado no seu
quadro clínico, ficou bem claro que a posição de seu apêndice era
pélvica, que é o caso de 20% dos pacientes, nesses casos são
importantes a diferenciação com casos de infecção do trato urinário, pois
são muito semelhantes os casos.

4. Discussão do Artigo

Antibiotic Therapy vs Appendectomy for Treatment of Uncomplicated


Acute Appendicitis. The APPAC Randomized Clinical Trial

A apendicectomia é o tratamento de escolha da apendicite há mais de um


século, inclusive data antes da disponibilidade de antibióticos, após alguns
estudos com resultados controversos, esse estudo do JAMA, uma revista
de renome com fator de impacto altíssimo, realizou um estudo para testar
se é possível tratamento de apendicite não complicada por meio de
antibioticoterapia.

530 pacientes foram acompanhados por 1 ano após o tratamento em diversos


hospitais finlandeses, eles foram todos diagnosticados com apendicite não
complicada com exames de tomografia computadorizada e dividida em 2
grupos. 99,6% dos pacientes que fizeram a apendicectomia cursaram bem
sem reincidências, enquanto na antibioticoterapia o número foi de 72,7%, o
restante desses pacientes reincidiram e tiveram que realizar uma
apendicectomia após, dos quais, todos tiveram bons resultados. Além disso,
nenhum paciente que teve de realizar apendicectomia após o uso de
antibióticos desenvolveu uma apendicite complicada.

Os resultados não foram o suficientes para sugerir uma mudança no


tratamento de escolha, mas podemos olhar da seguinte maneira, 70% das
cirurgias de apendicite poderiam ser evitadas, o que pode desafogar a fila
de cirurgias do SUS e economizar milhões aos cofres públicos, porém, a TC
não é tão acessível no Brasil com é em países de primeiro mundo, no qual
o estudo foi feito, acredito que possa ser uma opção futura.

5. Referências

Netter, Frank Henry, and Sharon Colacino. ​Atlas of human anatomy.​


Ciba-Geigy Corporation, 1989.
Zaterka, Schlioma, and J. N. Eisig. "Tratado de gastroenterologia: da
graduação à pós-graduação." ​São Paulo: Atheneu​ (2011).
Salminen, Paulina, et al. "Antibiotic therapy vs appendectomy for treatment of
uncomplicated acute appendicitis: the APPAC randomized clinical trial."
Jama​ 313.23 (2015): 2340-2348.

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